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1 AULA 01 – CONCEITOS BÁSICOS Resumo Antes de iniciar o estudo dos acontecimentos históricos, temos que nos familiarizar com os conceitos básicos do estudo da história, já que é fundamental a compreensão de conceitos como cultura, sociedade, economia e política que são categorias que facilitam o entendimento dos assuntos que virão com o passar dos meses. Cultura A cultura dentro do estudo histórico ajuda a compreender tanto a vida dos operários, camponeses e artesão como das elites já que este conceito abrange comportamentos de uma nação ou região do globo, com o conceito de cultura podemos abordar os assuntos como religião, arte e gastronomia, em algumas sociedades não seculares onde a religião era misturada com a política. Política Geralmente associamos o conceito de política aos governantes e seus atos em um passado recente, no entanto, a política é tão antiga quanto a humanidade já que este conceito trata sobre o poder e a administração das relações humanas em grupo, ou seja, desde que os homens começaram a viver em grupo e tomaram a consciência de sua existência temos atos políticos. Sociedade Nesse ponto iremos ver sobre como nós nos organizamos ao longo dos anos, assim como a política a organização social é tão antiga quanto o agrupamento dos homens, na verdade podemos dizer que a sociedade é contemporânea ao surgimento da política, mesmo em sociedades pré-históricas onde os humanos estavam sujeitos a um líder tribal e as funções dentro do grupo eram divididos por sexo e idade. Economia A economia é um conceito mais novo do que os três últimos, por exemplo, a economia depende de ações como produção e trocas não podendo associar comunidades pré-históricas com esse conceito já que muitos não conheciam a agricultura não tendo, portanto, excedentes de produção o que impossibilitava as trocas entre tribos ou comunidades. EXERCÍCIOS 1. Própria dos festejos juninos, a quadrilha nasceu como dança aristocrática. oriunda dos salões franceses, depois difundida por toda a Europa. No Brasil, foi introduzida como dança de salão e, por sua vez, apropriada e adaptada pelo gosto popular. Para sua ocorrência, é importante a presença de um mestre “marcante” ou “marcador”, pois é quem determina as figurações diversas que os dançadores desenvolvem. Observa-se a constância das seguintes marcações: “Tour”, “En avant”, “Chez des dames”, “Chez des cheveliê”, “Cestinha de flor”, “Balancê”, “Caminho da roça”, “Olha a chuva”, “Garranchê”, “Passeio”, “Coroa de flores”, “Coroa de espinhos” etc. No Rio de Janeiro, em contexto urbano, apresenta transformações: surgem novas figurações, o francês aportuguesado inexiste, o uso de gravações substitui a música ao vivo, além do aspecto de competição, que sustenta os festivais de quadrilha, promovidos por órgãos de turismo. CASCUDO. L.C. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Melhoramentos. 1976. As diversas formas de dança são demonstrações da diversidade cultural do nosso país. Entre elas, a quadrilha é considerada uma dança folclórica por a) possuir como característica principal os atributos divinos e religiosos e, por isso, identificar uma nação ou região. b) abordar as tradições e costumes de determinados povos ou regiões distintas de uma mesma nação. c) apresentar cunho artístico e técnicas apuradas, sendo também, considerada dança- espetáculo. d) necessitar de vestuário específico para a sua prática, o qual define seu país de origem. e) acontecer em salões e festas e ser influenciada por diversos gêneros musicais. 2 AULA 01 – CONCEITOS BÁSICOS 2. A divisão capitalista do trabalho – caracterizada pelo célebre exemplo da manufatura de alfinetes, analisada por Adam Smith – foi adotada não pela sua superioridade tecnológica, mas porque garantia ao empresário um papel essencial no processo de produção: o de coordenador que, combinando os esforços separados dos seus operários, obtém um produto mercante. Stephen Marglin. In: André Gorz (org.). Crítica da divisão do trabalho, 1980. Ao analisar o surgimento do sistema de fábrica, o texto destaca a) o maior equilíbrio social provocado pelas melhorias nos salários e nas condições de trabalho. b) o melhor aproveitamento do tempo de trabalho e a autogestão da empresa pelos trabalhadores. c) o desenvolvimento tecnológico como fator determinante para o aumento da capacidade produtiva. d) a ampliação da capacidade produtiva como justificativa para a supressão de cargos diretivos na organização do trabalho. e) a importância do parcelamento de tarefas e o estabelecimento de uma hierarquia no processo produtivo. 3. Observe a imagem. Cândido Portinari. Lavrador de Café. 1934. Óleo sobre tela. É correto afirmar que a obra acima reproduzida: a) faz menção a dois aspectos importantes da economia brasileira: a mão de obra negra na agricultura e o café como produto de exportação. b) expressa a visão política do artista, ao figurar um corpo numa proporcionalidade clássica como forma de enaltecer a mão de obra negra na economia brasileira. c) exalta o homem colonial e as riquezas da terra, considerando-se que o país possui uma economia agrícola diversificada desde aquele período. d) apresenta uma crítica à destruição da natureza, como se observa na derrubada de árvores, e uma crítica à manutenção do trabalho escravo em regiões remotas do país. 4. A língua de que usam, por toda a costa, carece de três letras; convém a saber, não se acha nela F, nem L, nem R, coisa digna de espanto, porque assim não têm Fé, nem Lei, nem Rei, e dessa maneira vivem desordenadamente, sem terem além disto conta, nem peso, nem medida. GÂNDAVO, P. M. A primeira história do Brasil: história da província de Santa Cruz a que vulgarmente chamamos Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2004 (adaptado). A observação do cronista português Pero de Magalhães de Gândavo, em 1576, sobre a ausência das letras F, L e R na língua mencionada, demonstra a: a) simplicidade da organização social das tribos brasileiras. b) dominação portuguesa imposta aos índios no início da colonização. c) superioridade da sociedade europeia em relação à sociedade indígena. d) incompreensão dos valores socioculturais indígenas pelos portugueses. e) Dificuldade apresentada pelos portugueses no aprendizado da língua nativa. 5. Iniciou-se em 1903 a introdução de obras de arte com representações de bandeirantes no acervo do Museu Paulista, mediante a aquisição de uma tela que homenageava o sertanista que comandara a destruição do Quilombo de Palmares. Essa aquisição, viabilizada por verba estadual, foi simultânea à emergência de uma interpretação histórica que apontava o fenômeno do sertanismo paulista como o elo decisivo entre a trajetória territorial do Brasil e de São Paulo, concepção essa que se consolidaria entre os historiadores ligados ao Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo ao longo das três primeiras décadas do século XX. MARINS, P. c. G. Nas matas com pose de reis: a representação de bandeirantes e a tradição da retratística monárquica europeia. Revista do LEB, n. 44, tev. 2007. A prática governamental descrita no texto, com a escolha dos temas das obras, tinha como propósito a construção de uma memória que a) afirmava a centralidade de um estado na política do país. b) resgatava a importância da resistência escrava na história brasileira. c) evidenciava a importância da produção artística no contexto regional. d) valorizava a saga histórica do povo na afirmação de uma memória social. e) destacava a presença do indígena no desbravamento do território colonial GABARITO 1-B 2-E 3-A 4-D 5-A 1 AULA 02 – PRÉ-HISTÓRIA Resumo A Pré-História é como conhecemos o período que acompanha a evolução humana a partir do momento que os hominídeos começarama usar ferramentas de pedra. Encerrou-se com o surgimento da escrita, que aconteceu entre 3.500 a.C. e 3.000 a.C. É, basicamente, dividida entre Paleolítico (pedra lascada), Neolítico (pedra polida) e Idade dos Metais. Nesses períodos, acompanhamos o desenvolvimento dos hominídeos com a elaboração de novas ferramentas, além do surgimento do homo sapiens sapiens, há cerca de 300 mil anos. O surgimento/criação da raça humana: teorias Criacionismo: Presente na mitologia judaico- cristã Na bíblia, no livro Gênesis, temos a descrição de Deus criando um homem (Adão) do pó da terra e à mulher (Eva) de sua costela.; Evolucionismo: Teoria formulada por Charles Darwin em 1859. Em seu livro, a Origem das espécies, Charles Darwin afirma que os seres vivos, incluindo aí os seres humanos, passaram por um processo evolutivo ao longo de milhões de anos. Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada O período Paleolítico (ou Idade da Pedra Lascada) começou há cerca de 4 milhões de anos, na Era Terciária (quando temos o surgimento do primeiro hominídeo: o Australopithecus), e vai até 10 mil anos antes de Cristo (a.C). Nesta fase os ancestrais do homem possuíam uma vida nômade e economia coletora. As ferramentas eram feitas de forma rudimentar utilizando ossos, pedra e madeira. Na fase final do Paleolítico ocorre o domínio do fogo e o desenvolvimento da Pintura Rupestre. Neolítico ou Idade da Pedra Polida O Período Neolítico começa em 10.000 a.C e vai aproximadamente até 4.000 a.C. O Neolítico também é conhecido como Idade da Pedra Polida, pois os instrumentos produzidos ganharam precisão e usos específicos. Ocorreu a domesticação dos animais selvagens e a Revolução Agrícola que tornou o homem sedentário. Idade dos Metais Temos ainda a Idade dos Metais por volta de 5.000 anos a.C, momento em que as comunidades sedentárias desenvolveram a tecnologia da fundição e manipulação dos metais, conhecida como metalurgia. Nesse período, surgiram comunidades mais complexas com a presença de um líder e de regras de casamento, além da divisão do trabalho. EXERCÍCIOS 1. (UFPE) “Já se afirmou ser a Pré-História uma continuidade da História Natural, havendo uma analogia entre a evolução orgânica e o progresso da cultura” Sobre a Pré-história, qual das alternativas a seguir é incorreta? a) Várias ciências auxiliam no estudo, como a antropologia, a arqueologia e a química. b) A Pré-história pode ser dividida em Paleolítico e Neolítico, no que se refere ao processo técnico de trabalhar a pedra. c) Sobre o Paleolítico, podemos afirmar que foi o período de grande desenvolvimento artístico, cujo exemplo são as pinturas antropomorfas e zoomorfas realizadas nas cavernas. d) O Neolítico apresentou um desenvolvimento artístico diferente do Paleolítico, através dos traços geométricos do desenho e da pintura. e) Os primeiros seres semelhantes ao homem foram o Australopithecus e o Homem de Java que eram bem mais adaptados que o Homem de Neanderthal. 2. Examine as três proposições, julgando se são verdadeiras ou falsas. Em seguida, assinale a alternativa correta. I. A Pré-História, época compreendida entre o aparecimento do homem sobre a Terra e o uso da escrita, é dividida tradicionalmente em dois períodos: Paleolítico e Neolítico. Darwin, olhe isso! Faça melhor! Olhe isso! Vai demorar muito? Não, só alguns milhares de anos. 2 AULA 02 – PRÉ-HISTÓRIA II. A domesticação de animais e o surgimento da agricultura ocorreram apenas após a invenção da escrita, posterior, portanto, ao Neolítico. III. A duração do Paleolítico é bem mais extensa que a do Neolítico, envolvendo níveis técnicos naturalmente mais primitivos. a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas as proposições I e II são verdadeiras. c) Apenas as proposições I e III são verdadeiras. d) Apenas as proposições II e III são verdadeiras. e) Todas as proposições são falsas. 3. Sobre a constituição das primeiras estruturas urbanas é correto afirmar: a) Durante o surgimento das primeiras formações urbanas os homens viviam em cavernas. b) Nas primeiras formações urbanas apareceram instrumentos rudimentares produzidos pelo homem. c) O início das primeiras cidades já indicava um processo de sedentarização do homem, proporcionado pela Revolução Agrícola. d) Quando surgiram as primeiras formações urbanas o homem era essencialmente caçador e coletor. e) Na formação das primeiras cidades o homem foi ganhando capacidade de agarrar-se em árvores, tornando-se bípedes. (FGV-SP) 4. A transição do Paleolítico Superior para o Neolítico (entre 10 000 a.C. e 7000 a.C.) foi acompanhada por algumas mudanças básicas para a humanidade. Entre essas, poderíamos citar: a) o aparecimento da linguagem falada; b) a domesticação dos animais e plantas, isto é o aparecimento da agricultura e do pastoreio; c) o aparecimento da magia e da arte; d) o povoamento de amplas áreas antes não povoadas, como a Europa Central e Ocidental; e) o aparecimento de vários novos instrumentos, como a agulha de osso, os arpões, os anzóis, a machadinha, a lança e a faca. 5. (Enem) Se compararmos a idade do planeta Terra, avaliada em quatro e meio bilhões de anos (4,5∙109 anos), com a de uma pessoa de 45 anos, então, quando começaram a florescer os primeiros vegetais, a Terra já teria 42 anos. Ela só conviveu com o homem moderno nas últimas quatro horas e, há cerca de uma hora, viu-o começar a plantar e a colher. Há menos de um minuto percebeu o ruído de máquinas e de indústrias e, como denuncia uma ONG de defesa do meio ambiente, foi nesses últimos sessenta segundos que se produziu todo o lixo do planeta! O texto permite concluir que a agricultura começou a ser praticada há cerca de a) 365 anos. b) 460 anos. c) 900 anos. d) 10.000 anos. e) 460.000 anos. GABARITO 1-E 2-C 3-C 4-B 5-D 1 AULA 03 – ANTIGUIDADE ORIENTAL: MESOPOTÂMIA Resumo Mesopotâmia, que em grego quer dizer ‘terra entre rios’, situava-se entre os rios Eufrates e Tigre e é conhecida por ser um dos berços da civilização humana. Localizada no Oriente Médio, atualmente esta histórica região constitui o território do Iraque. Localização geográfica Localizado entre os rios Tigres e Eufrates a mesopotâmia era uma região composta de diversos povos e reinos que foram, em conjunto com o Egito, as primeiras sociedades a se organizarem de modo estratificado. Sendo eles: os Sumérios, os Acádios, os Amoritas, os Assírios e os Caldeus. Eram os principais povos que ocupavam a região do crescente fértil do século V ao I a.C. Os Sumérios foram os primeiros a organizar uma sociedade estratificada na região, construíram diversas cidades e canais de irrigação, desenvolveram a escrita cuneiforme e os zigurates, construções em forma de pirâmide que serviam desde estoque de cerais a templos e palácios. Os Amoritas ou Babilônicos foram os que fizeram a primeira lei codificada do mundo, o Código de Hamurabi, além de dominar ciências como astronomia e engenharia. Os Assírios desenvolveram principalmente a cultura militar, agiam de maneira extremamente cruel com os conquistados, o que fomentou diversas revoltas em territórios conquistados. Os Caldeus foram os últimos a dominar a região, durante 612 á 539 a.C. formando o Segundo Império Babilônico sendo seu auge com Nabucodonosor II que conquistou a cidade de Jerusalém, o império durou até 539 a.C. quando foi invadido pelo rei Ciro da Pérsia. Política Os mesopotâmicos não divergiam tanto assim dos egípcios, as sociedades do Tigres e Eufrates em geral tinham um estado confundido com a sua religião (teocracia), também tinham no templo os mais importantes prédios públicos já que estes também guardavam os alimentos e eram a comunicação com o além e com o governo. Economia O povo mesopotâmico trabalhava em um regime parecidocom o do povo egípcio, trabalhando majoritariamente na agricultura e nas obras do estado a terra fornecia grande parte do sustento do gigantesco sistema econômico que era a região, o comércio com as outras regiões como o império egípcio e os impérios do interior africano era uma boa parte da economia da região. Religião A religião era politeísta também, característica das primeiras religiões organizadas criada no Crescente Fértil e passada até os romanos, os povos daquela região foram os primeiros a se organizarem em cidades em torno dos depósitos de grãos localizados pouco acima do nível da cheia dos rios. Essa civilização foi uma das mais fantásticas do mundo antigo, deixando rico legado histórico. Sociedade 2 AULA 03 – ANTIGUIDADE ORIENTAL: MESOPOTÂMIA EXERCÍCIOS 1. A região da Mesopotâmia ocupa lugar central na história da humanidade. Na Antiguidade, foi berço da civilização sumeriana devido ao fato de: a) ser ponto de confluência de rotas comerciais de povos de diversas culturas. b) ter um subsolo rico em minérios, o salto tecnológico da idade da pedra para a idade dos metais. c) apresentar um relevo peculiar e favorável ao isolamento necessário para o crescimento socioeconômico. d) possuir uma área agricultável extensa, favorecida pelos rios Tigre e Eufrates. e) abrigar um sistema hidrográfico ideal para a locomoção de pessoas e apropriado para desenvolvimento comercial. 2. Se a esposa de alguém for surpreendida em flagrante com outro homem, ambos devem ser amarrados e jogados dentro d’água, mas o marido pode perdoar a sua esposa, assim como o rei perdoa a seus escravos. [...] 133. Se um homem for tomado como prisioneiro de guerra, e houver sustento em sua casa, mas mesmo assim sua esposa deixar a casa por outra, esta mulher deverá ser judicialmente condenada e atirada na água. [...] 135. Se um homem for feito prisioneiro de guerra e não houver quem sustente sua esposa, ela deverá ir para outra casa e criar seus filhos. Se mais tarde o marido retornar e voltar à casa, então a esposa deverá retornar ao marido, assim como as crianças devem seguir seu pai. [...] 138. Se um homem quiser se separar de sua esposa que lhe deu filhos, ele deve dar a ela a quantia do preço que pagou por ela e o dote que ela trouxe da casa de seu pai, e deixá-la partir. Esses quatro preceitos, selecionados do Código de Hamurabi (cerca de 1780 a.C.), indicam uma sociedade caracterizada: a) pelo respeito ao poder real e pela solidariedade entre os povos. b) pela defesa da honra e da família numa perspectiva patriarcal. c) pela isonomia entre os sexos e pela defesa da paz. d) pela liberdade de natureza numa perspectiva iluminista. e) pelo antropocentrismo e pela valorização da fertilidade feminina. 3. Entre as principais características da civilização fenícia, merecem destaque especial: a) A economia agrícola de regadio, a sociedade de castas e a organização política teocrática. b) A economia mercantil, a organização política sob forma de cidades-estados e a criação do alfabeto. c) A religião monoteísta, a escrita cuneiforme e a sociedade nômade-pastoril. d) A religião dualista, o regime político democrático e a escrita hieroglífica. e) A sociedade estamental, a economia de subsistência e o expansionismo militar. 4. Na Mesopotâmia,] todos os bens produzidos pelos próprios palácios e templos não eram suficientes para seu sustento. Assim, outros rendimentos eram buscados na exploração da população das aldeias e das cidades. As formas de exploração eram principalmente duas: os impostos e os trabalhos forçados. Marcelo Rede. A Mesopotâmia, 2002. Entre os trabalhos forçados a que o texto se refere, podemos mencionar a a) internação de doentes e loucos em áreas rurais, onde deviam cuidar das plantações de algodão, cevada e sésamo. b) utilização de prisioneiros de guerra como artesãos ou pastores de grandes rebanhos de gado bovino e caprino. c) escravidão definitiva dos filhos mais velhos das famílias de camponeses, o que caracterizava o sistema econômico mesopotâmico como escravista. d) servidão por dívidas, que provocava a submissão total, pelo resto da vida, dos devedores aos credores. e) obrigação de prestar serviços, devida por toda a população livre, nas obras realizadas pelo rei, como templos ou muralhas. 5. Na História Antiga, os sumérios são necessariamente associados quando se estuda(m): a) A evolução econômica da civilização fenícia. b) A base cultural das civilizações mesopotâmicas. c) O caráter medicinal das religiões africanas. d) A tendência beligerante dos povos árabes. e) As raízes culturais das civilizações do Extremo Oriente. GABARITO 1-D 2-B 3-B 4-E 5-B 1 AULA 04 – ANTIGUIDADE ORIENTAL: EGITO Resumo Uma das mais esplendidas civilizações do mundo antigo africano, os egípcios deixaram um enorme legado, da medicina à administração pública passando por áreas de excelência como a engenharia das esfinges e pirâmides. A civilização egípcia guardou ainda uma rica cultura com inúmeras influências importantíssimas para a formação de uma mosaico enorme que compunha a vida dos habitantes das margens do Nilo. Localização geográfica Localizado no nordeste da África, nasceu e floresceu o Egito, a terra dos místicos faraós e da eterna e última rainha egípcia, Cleópatra VII. Região desértica e com clima agressivo e desafiador, mas que já possuía um fator que ainda hoje em dia favorece o estabelecimento humano na região: o poderoso rio Nilo. Povoamento O estabelecimento humano na região abençoada pelo Nilo, simplesmente o mais extenso rio do planeta, ocorreu há centenas de milhares de anos e diferentemente dos rios mesopotâmicos Tigres e Eufrates, que possuíam enchentes imprevisíveis e muitas vezes terríveis, o Nilo era um rio de ciclos constantes e fácil controle. Com a facilidade de permanência e abundância proporcionada pelo rio para a prática da agricultura e do pastoreio, os “egípcios” conseguiram se organizar, criando subdivisões administrativas chamadas de nomos (“povoados”). Cada nomo era chefiado por um nomarca. Nessa época os egípcios ainda não formavam uma civilização unificada, mas um conglomerado de nomos que compartilhava a “mesma” cultura. Em algum momento da história, o nomarca que governava o baixo egito, unificou todo o território sob seu domínio. Seu nome era Menés, e ele se tornou o primeiro Faraó. Economia do Nilo O Nilo existiria sem os egípcios, porém, não o contrário o rio era fundamental para a sociedade já que este irriga as imediações em tempos de cheia, com destaque para foz do rio (local onde se deposita a maior parte dos sedimentos, sendo assim o solo mais fértil) além de servir de transporte de mercadorias o que era uma atividade muito intensa, principalmente com a mesopotâmia. O comércio egípcio era ligado ao faraó, os artesanatos e artigos de luxo além de pedras preciosas eram os principais produtos comercializados pelos egípcios com os povos mesopotâmicos. A principal fonte de renda e movimentação da economia egípcia era a agricultura, sendo um dos primeiros dominar as técnicas estes plantavam gêneros variados de alimentos, sendo um dos primeiros povos a fermentar grãos para obter álcool fazendo uma espécie de cerveja de trigo. Política e Sociedade Os egípcios tinham uma sociedade estratificada com o Faraó no topo dessa cadeia, este dividiu o Egito em 42 regiões administrativas chamadas Nomos dados ao nomarcas ajudavam este na administração do território além disso o Faraó controlava o exército decidindo todas as questões militares com seus líderes, o soberano tinha um caráter divino sendo um dos deuses da religião. Para manter as dinastias puramente egípcias eram comuns os casamentos entre os parentes da família real, para selaremseus acordos ao invés de casamentos os egípcios costumavam presentear a outra parte. A vida civil e religiosa dos egípcios se passava nos templos já que estes serviam evidentemente como locais de culto, mas eram os locais de reunião da população para comunicação e de estoque de alimentos o que lhes conferia uma importância única na vida dos cidadãos já que todas as relações com o governo e com o além era 2 AULA 04 – ANTIGUIDADE ORIENTAL: EGITO feito nos templos, isso conferia uma importância semelhante a figura do sacerdote. Cultura e Religião Eram politeístas, acreditando em uma infinidade de deuses antropozoomórficos (mistura de homens e mulheres com animais). Ao longo do tempo deuses e deusas ganharam ou perderam influência sobre os egípcios. Entre os deuses mais famosos, encontram-se Osíris, Ísis, Hathor, Hórus, Set e Anúbis. Outro importante aspecto da religiosidade egípcia era a crença na vida após a morte. Homens, mulheres e animais eram mumificados em um ritual de preparação para a reencarnação. A mumificação deu aos egípcios um amplo conhecimento sobre a anatomia humana, possibilitando grande acúmulo de estudos médicos e até cosméticos (as maquiagens, muito além de embelezar, tinham a função de proteger e cuidar da pele). EXERCÍCIOS 1. Os Estados teocráticos da Mesopotâmia e do Egito evoluíram acumulando características comuns e peculiaridades culturais. Os Egípcios desenvolveram a prática de embalsamar o corpo humano por que: a) se opunham ao politeísmo dominante na época. b) os seus deuses, sempre prontos para castigar os pecadores, desencadearam o dilúvio. c) depois da morte a alma podia voltar ao corpo mumificado. d) construíram túmulos, em forma de pirâmides truncadas, erigidos para a eternidade. e) os camponeses constituíam categoria social inferior. 2. Examine estas imagens produzidas no antigo Egito As imagens revelam: a) o caráter familiar do cultivo agrícola no Oriente Próximo, dada a escassez de mão de obra e a proibição, no antigo Egito, do trabalho compulsório. b) a inexistência de qualquer conhecimento tecnológico que permitisse o aprimoramento da produção de alimentos, o que provocava longas temporadas de fome. c) o prevalecimento da agricultura como única atividade econômica, dada a impossibilidade de caça ou pesca nas regiões ocupadas pelo antigo Egito. d) a dificuldade de acesso à água em todo o Egito, o que limitava as atividades de plantio e inviabilizava a criação de gado de maior porte. e) a importância das atividades agrícolas no antigo Egito, que ocupavam os trabalhadores durante aproximadamente metade do ano. 3. Na África, durante a Antiguidade, entre 3000 a.C. e 322 a.C., desenvolveu-se o primeiro Império unificado historicamente conhecido, cuja longevidade e continuidade ainda despertam a atenção de arqueólogos e historiadores. Esse império a) legou a humanidade códigos e compilações de leis. b) desenvolveu a escrita alfabética, dominada por amplos setores da sociedade. c) retinha parcela insignificante do excedente econômico disponível. d) sustentou a crença de que o caráter divino dos reis se transmitia exclusivamente pela via paterna. e) dependia das cheias do rio Nilo para a prática da agricultura. 3 AULA 04 – ANTIGUIDADE ORIENTAL: EGITO 4. A partir do III milênio a. C. desenvolveram-se, nos vales dos grandes rios do Oriente Próximo, como o Nilo, o Tigre e o Eufrates, estados teocráticos, fortemente organizados e centralizados e com extensa burocracia. Uma explicação para seu surgimento é: a) a revolta dos camponeses e a insurreição dos artesãos nas cidades, que só puderam ser contidas pela imposição dos governos autoritários. b) a necessidade de coordenar o trabalho de grandes contingentes humanos, para realizar obras de irrigação. c) a influência das grandes civilizações do Extremo Oriente, que chegou ao Oriente Próximo através das caravanas de seda. d) a expansão das religiões monoteístas, que fundamentavam o caráter divino da realeza e o poder absoluto do monarca. e) a introdução de instrumentos de ferro e a consequente revolução tecnológica, que transformou a agricultura dos vales e levou à centralização do poder. 5. A navegação é providencial: do centro de alta pressão no mediterrâneo sopra constante vento par o centro de baixa pressão do deserto quente, facilitando a subida de navios de vela: a descida (a), arriadas Delgado de Carvalho História Geral Volume I, Antiguidade, 3ª edição, Distribuidora Record. As condições descritas ajudaram a unidade nacional e possibilitaram, grandemente, a centralização do poder na Civilização: a) Babilônica, junto ao rio Eufrates. b) Assíria, junto ao rio Tigre. c) Egípcia, junto ao rio Nilo. d) Hebraica, junto ao rio Jordão. e) Cartaginesa, nos seus domínios ibéricos até o rio Guadalquivir. GABARITO 1-C 2-E 3-E 4-B 5-C 1 AULA 05 – ANTIGUIDADE OCIDENTAL: GRÉCIA Resumo A Grécia Antiga que conhecemos como o berço da civilização ocidental, da democracia, do teatro ou onde viveram filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles, é muito diferente do país Grécia que conhecemos atualmente. Para os gregos antigos a relação com o território era muito diferente do nosso conceito atual, pois para eles onde havia um grego ali estaria a Grécia ou Hélade como chamavam. Ser grego ou heleno significava falar o grego, todos os que não falavam a língua, portanto, eram considerados bárbaros, palavra que deriva de “bar-bar-bar” ou balbucios incompreendido das línguas dos outros povos, forma etnocêntrica de tratar os demais povos que para os gregos antigos serviam apenas para os seguintes propósitos: comércio de metais e alimentos, pilhagem durante as guerras e a obtenção de mão-de-obra escravizada. Localização geográfica A Grécia Antiga pode ser dividida pelo menos em cinco partes: Grécia continental, Grécia peninsular, Grécia Insular, Grécia Asiática e Magna Grécia (estes dois últimos são territórios mais longínquos que nos possibilitam perceber a migração dos gregos). Periodização básica • Período Micênico ou Pré-Homérico do século XV a.C. início da expansão micênica à até o século XII a.C. com a chegada dos povos indo-europeus; • O Período Homérico do século XII a.C. ao século VIII a.C., período em que foi criada as obras de Homero: a Ilíada e a Odisseia; • Período Arcaico do século VIII a.C. ao século VI a.C., início da expansão grega; • Período Clássico que vai do ano 508 a.C. quando a Democracia é estabelecida em Atenas até o ano 338 a.C. quando a Grécia é dominada pelos macedônios; • Período Helenístico do ano 336 a.C., quando Alexandre sobe ao trono macedônico até o fim do império no ano 323 a.C. com a morte de Alexandre, o Grande. Período Pré-Homérico (XV – XII a.C.) Temos o processo de ocupação da Grécia e a formação dos primeiros grandes centros urbanos da região. Nessa época, vale destacar a ascensão da civilização creto-micênica que se desenvolveu graças ao seu movimentado comércio marítimo. Ao fim dessa época, as invasões dóricas foram responsáveis pelo esfacelamento dessa civilização e o retorno às pequenas comunidades agrícolas subsistentes. Período Homérico (XI – VIII a.C.) As comunidades gentílicas transformam-se nos mais importantes núcleos sociais e econômicos de toda a Grécia. Em cada genos, uma família desenvolvia atividades agrícolas de maneira coletiva e dividiam igualmente as riquezas oriundas de sua força de trabalho. Com o passar do tempo, as limitações das técnicas agrícolas e o incremento populacional ocasionou a dissolução dos genos. Período Arcaico (VIII e VI a.C.) Os genos perderam espaço para uma pequena elite de proprietários de terra. Tendo poder sobre os terrenos mais férteis, as elites de cada região se organizaram em conglomerados demográficose políticos cada vez maiores. É aqui que temos o nascimento das primeiras cidades- Estado da Grécia Antiga. Paralelamente, os gregos excluídos nesse processo de apropriação das terras passaram a ocupar outras regiões do Mediterrâneo. Período Clássico (V até o IV a.C.) A autonomia política das várias cidades- Estado era visivelmente confrontada com o aparecimento de grandes conflitos. Inicialmente, os persas tentaram invadir o território grego ao dispor de um enorme exército. Contudo, a união militar das cidades-Estado possibilitou a vitória dos gregos. Logo depois, as próprias cidades da Grécia Antiga decidiram lutar entre si para saber quem imperaria na Península Balcânica. O desgaste causado por tantas guerras acabou fazendo de toda a Grécia um alvo fácil para qualquer nação militarmente preparada. A partir do 2 AULA 05 – ANTIGUIDADE OCIDENTAL: GRÉCIA século IV a.C., os macedônios empreenderam as investidas militares que determinaram o fim da autonomia política dos gregos. Esses eventos marcaram o Período Helenístico, que termina no século II a.C., quando os romanos conquistam o território grego. EXERCÍCIOS 1. (Pucsp 2016) “Em termos constitucionais mais convencionais, [na Atenas antiga] o povo não só era elegível para cargos públicos e possuía o direito de eleger administradores, mas também era seu o direito de decidir quanto a todos os assuntos políticos e o direito de julgar, constituindo-se como tribunal, todos os casos importantes civis e criminais, públicos e privados. A concentração da autoridade na Assembleia, a fragmentação e o rodízio dos cargos administrativos, a escolha por sorteio, a ausência de uma burocracia remunerada, as cortes com júri popular, tudo isso servia para evitar a criação da máquina partidária e, portanto, de uma elite política institucionalizada.” M. I. Finley. Democracia antiga e moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988, p. 37. A partir do texto, pode-se afirmar que a democracia, na Atenas antiga, a) limitava a atuação do conjunto da sociedade nas decisões e nos assuntos políticos, que ficavam restritos à elite intelectual e econômica. b) reconhecia a necessidade da tripartição do poder, com a separação e a isonomia entre o executivo, o legislativo e o judiciário. c) dependia do bom funcionamento do aparato administrativo, composto por funcionários estáveis e por ampla hierarquia burocrática. d) permitia a ampla manifestação dos cidadãos e tinha mecanismos que impediam a perpetuação das mesmas pessoas em cargos administrativos. 2. (Ufpr 2016) Considere o excerto de poema espartano do século VII a.C.: [...] Pois não há homem valente no combate, se não suportar a vista da carnificina sangrenta e não atacar, colocando-se de perto. [...] É um bem comum para a cidade e todo o povo, que um homem aguarde, de pés fincados, na primeira fila, encarniçado e todo esquecido da fuga vergonhosa, expondo a sua vida e ânimo sofredor, e, aproximando-se, inspire confiança com suas palavras ao que lhe fica ao lado. (Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. In: Hélade: Antologia da Cultura Grega, Coimbra: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra / Instituto de Estudos Clássicos, 4. ed., 1982.) Com base nesse excerto, considere as afirmativas abaixo sobre os valores ressaltados no poema e sobre características da cidade- Estado de Esparta entre os séculos VII e V a.C.: 1. Esparta e Atenas compartilhavam do mesmo ideal militar expresso no poema, motivo pelo qual juntaram esforços na Liga de Delos. 2. O poema expressa os valores esperados dos soldados espartanos: a coragem, o espírito de combate e a cooperação com o coletivo. 3. Para sustentar o exército, o Estado espartano formou a Liga do Peloponeso e distribuiu as terras conquistadas entre as cidades-Estado aliadas. 4. Esparta manteve uma elite militar, formada pela educação rígida de suas crianças, que eram controladas pelo Estado e separadas de suas famílias. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 3. (Fatec 2016) Em 2015, o noticiário internacional deu grande destaque à Grécia, país europeu que vivia uma grave crise econômica e convocou a população para decidir, via referendo, as medidas que deveriam ser adotadas pelo governo para gerir a crise. Parte da imprensa destacou o caráter democrático de tal medida e, em muitos textos, lembrou que os gregos foram os criadores da democracia. Assinale a alternativa que indica corretamente quais são as principais diferenças entre as concepções de democracia na Antiguidade grega e no mundo contemporâneo. a) Na Antiguidade grega, a democracia surgiu da necessidade de administrar países cada vez maiores; nas democracias contemporâneas, a política ajuda a administrar unidades menores, como as cidades. b) Na Antiguidade grega, o espaço reservado à atividade política eram os templos religiosos ou as residências das pessoas mais importantes; nas democracias contemporâneas, a atividade política se realiza no espaço público. 3 AULA 05 – ANTIGUIDADE OCIDENTAL: GRÉCIA c) Na Antiguidade grega, política e religião eram esferas sociais separadas; nas democracias contemporâneas, a noção de cidadania vincula- se estreitamente às concepções religiosas. d) Nas democracias contemporâneas, a participação política é vinculada à renda, com o voto censitário; na Grécia Antiga, apenas os proprietários de terras, homens e mulheres, tinham direito à participação política. e) Nas democracias contemporâneas, o direito à participação política se estende a todos os grupos sociais; na Grécia antiga, apenas os homens livres nascidos na pólis eram considerados cidadãos. 4. (Ucs 2015) Sobre a escravidão na Grécia antiga, é correto afirmar que I. a mão de obra escrava era a base da economia grega e o critério adotado para determinar quem seria escravizado era o racial. Os escravos eram provenientes da África (negros) ou da Ásia (amarelos). II. o uso de escravos em Atenas tinha certa importância social, na medida em que concedia mais tempo para que os homens livres pudessem participar das assembleias, dos debates políticos, filosofar e produzir obras de arte. III. os escravos, em Esparta, cidade voltada para as guerras, eram chamados de hilotas, pertenciam ao Estado e trabalhavam para os esparciatas – uma minoria que participava das decisões políticas e administrativas e se dedicava única e exclusivamente à política e à guerra. Das proposições acima, a) apenas I está correta. b) apenas II está correta. c) apenas I e II estão corretas. d) apenas II e III estão corretas. e) I, II e III estão corretas. 5. (Uepa 2014) “No tempo de Péricles (461-429 a.C), o comparecimento à assembleia soberana era aberto a todo o cidadão. A assembleia era um comício ao ar livre que reunia centenas de atenienses do sexo masculino, com idade superior a 18 anos. Todos os que compareciam tinham direito de fazer uso da palavra. As decisões da assembleia representavam a palavra final na guerra e na paz, nos tratados, nas finanças, nas legislações, nas obras públicas, no julgamento dos casos mais importantes, na eleição de administradores, enfim na totalidade das atividades governamentais”. (BRAICK, Patrícia Ramos e MOTA, Myriam Becho. História: Das cavernas ao terceiro milênio, 2ª Edição. São Paulo: Editora Moderna, 2010. p. 102). Com base nesta informação, conclui-se que, em Atenas, no período de Péricles: a) a democracia se consolidou e atingiu sua plenitude por meio de princípios como o da isonomia, isocracia e isegoria, que se definiu como a igualdade de direito ao acesso à palavra na assembleia soberana.b) a cidadania ateniense fundamentava-se na igualdade de gênero, garantindo aos cidadãos o pleno direito à palavra independente de sexo, impondo como limite a idade de dezoito anos. c) a relação de poder entre funcionários do Estado e a elite política ateniense assegurava a manutenção de um regime de governo aristocrático no qual somente os homens exerciam o direito de cidadania. d) os cidadãos atenienses eram guiados por uma burocracia estatal que impediu o rodízio dos cargos administrativos, de modo que a liderança direta e pessoal era exercida por uma minoria de homens jovens. e) a concentração da autoridade na assembleia possibilitou a criação de um regime de governo baseado no poder pessoal, institucionalizando a oratória como competência mais importante para o exercício da política nos tempos de Péricles. GABARITO 1-D; 2-B; 3-E; 4-D; 5-A. 1 AULA 06 – ANTIGUIDADE OCIDENTAL: ROMA Resumo Roma, atual capital da Itália, é o centro de onde emergiu um dos mais extensos impérios constituídos durante a Antiguidade. Fixada na porção central da Península Itálica, esta cidade foi criada no século VIII a.C. e contou com diferentes influências culturais e étnicas. Antes de falarmos sobre a criação da civilização romana, devemos assinalar os diversos povos que contribuíram para a sua origem. Entre estes, destacamos os etruscos, úmbrios, latinos, sabinos, samnitas e gregos. Localização geográfica Antes da criação da cidade de Roma, os etruscos se destacavam como uma das principais civilizações da porção central da Península Itálica. Os territórios etruscos alcançavam porções do Lácio e da Campanha. Cerca de doze centros urbanos eram ali distribuídos, estabelecendo uma economia bastante estruturada em razão das intensas atividades comerciais. Periodização básica Monarquia A forma de governo adotada em Roma até o século VI a.C. foi a Monarquia. Os romanos acreditavam que o rei tinha origem divina. Esse período foi marcado pela invasão de outros povos (etruscos) que durante cerca de 100 anos, dominaram a cidade, impondo-lhe seus reis. Em 509 a.C., os romanos derrubaram o rei etrusco (Tarquínio - o Soberbo), e fundaram uma República. No lugar do rei, elegeram dois magistrados para governar. República Res + Publicus (Coisa do povo) A sociedade romana estava dividida em 4 classes: Patrícios, Clientes, Plebeus e Escravos. A decadência política, social e econômica, fez com que a plebe entrasse em conflito com os patrícios, essa luta durou cerca de 200 anos. Apesar disso, os romanos conseguiram conquistar quase toda a Península Itálica e logo em seguida partiram para o Mediterrâneo. Lutaram mais de 100 anos contra Cartago nas chamadas Guerras Púnicas e em seguida, ocuparam a Península Ibérica (conquista que levou mais de 200 anos), Gália e o Mediterrâneo Oriental. Os territórios ocupados foram transformados em províncias. Essas províncias pagavam impostos ao governo de Roma (em sinal de submissão). As conquistas transformaram exército romano em um grupo imbatível. A comunidade militar era formada por: - Cidadãos de Roma, dos territórios, das colônias e das tribos latinas que também tinham cidadania romana 2 AULA 06 – ANTIGUIDADE OCIDENTAL: ROMA - Comunidades cujos membros não possuíam cidadania romana completa (não podiam votar nem ser votados) - Aliados autônomos (faziam tratados de aliança com Roma) Além do exército, as estradas construídas por toda a península itálica também contribuíram para explicar as conquistas romanas. Os romanos desenvolveram armas e aperfeiçoaram também a técnica de montar acampamentos e construir fortificações. A disciplina militar era severa e a punição consistia em espancamentos e decapitações. Os soldados vencedores recebiam prêmios e honrarias e o general era homenageado, enquanto que os perdedores eram decapitados nas prisões. As sucessivas conquistas provocaram, em Roma, grandes transformações sociais, econômicas e políticas. No plano social, o desemprego aumentou por causa do aproveitamento dos prisioneiros de guerra como escravos. A mão-de-obra escrava provocou a concentração das terras nas mãos da aristocracia (provocando a ruína dos pequenos proprietários de terras que foram forçados a migrar para as cidades). Na economia, surgiu uma nova camada de comerciantes e militares (homens novos ou cavaleiros) que enriqueceram com as novas atividades surgidas com as conquistas (cobrança de impostos, fornecimento de alimentos para o exército, construção de pontes e estradas, etc). Além disso, sociedade romana também sofreu forte influência da cultura grega e helenística: - A alimentação ganhou requintes orientais - A roupa ganhou enfeites - Homens e mulheres começaram a usar cosméticos - Influência da religião grega - Escravos vindos do oriente introduziram suas crenças e práticas religiosas - Influência grega na arte e na arquitetura - Escravos gregos eram chamados de pedagogos, pois ensinavam para as famílias ricas a língua e a literatura grega Essas influências geraram graves consequências sobre a moral: multiplicou-se a desunião entre casais e as famílias ricas evitavam ter muitos filhos. Tais transformações foram exploradas pelos grupos que lutavam pelo poder e esse fato desencadeou uma série de lutas políticas. A sociedade romana dividiu-se em dois partidos: o partido popular (formado pelos homens novos e desempregados) e o partido aristocrático (formado pelos grandes proprietários rurais). Essas lutas caracterizaram a fase de decadência da República Romana. Dois nomes sobressaíram durante o Império Romano: Julio César e Augusto. Após vários conflitos, Julio César tornou- se ditador (com o apoio do Senado) e apoiado pelo exército e pela plebe urbana, começou a acumular títulos concedidos pelo Senado. Tornou-se Pontífice Máximo e passou a ser: Ditador Perpétuo (podia reformar a Constituição), Censor vitalício (podia escolher senadores) e Cônsul Vitalício, além de comandar o exército em Roma e nas províncias. Tantos poderes lhe davam vários privilégios: sua estátua foi colocada nos templos e ele passou a ser venerado como um deus (Júpiter Julius). Com tanto poder nas mãos, começou a realizar várias reformas e conquistou enorme apoio popular. - Acabou com as guerras civis - Construiu obras publicas - Reorganizou as finanças - Obrigou proprietários a empregar homens livres - Promoveu a fundação de colônias - Reformou o calendário dando seu nome ao sétimo mês - Introduziu o ano bissexto - Estendeu cidadania romana aos habitantes das províncias - Nomeava os governadores e os fiscalizava para evitar que espoliassem as províncias. Em compensação, os ricos (que se sentiram prejudicados) começaram a conspirar. No dia 15 de março de 44 a.C., Julio César foi assassinado. Seu sucessor (Otávio), recebeu o título de Augusto, que significava “Escolhido dos Deuses”. O governo de Augusto marcou o início de um longo período de calma e prosperidade. Principais medidas tomadas por Augusto: - Profissionalizou o exército - Criou o correio - Magistrados e senadores tiveram seus poderes reduzidos - Criou o conselho do imperador (que se tornou mais importante que o senado) - Criou novos cargos - Os cidadãos começaram a ter direitos proporcionais aos seus bens. Surgiu assim três ordens sociais: Senatorial (tinham privilégios Império 3 AULA 06 – ANTIGUIDADE OCIDENTAL: ROMA políticos), Eqüestre (podiam exercer alguns cargos públicos) e Inferior (não tinham nenhum direito). - Encorajou a formação de famílias numerosas e a volta da população ao campo - Mandou punir as mulheres adúlteras - Estimulou o culto aos deuses tradicionais (Apolo, Vênus, César, etc) - Combateu a introdução de práticas religiosas estrangeiras - Passou a sustentar escritores e poetas sem recursos (Virgílio autor de “Eneida”, Tito Lívio, Horácio)Quando chegou a hora de deixar um sucessor, Augusto nomeou Tibério (um de seus principais colaboradores). A História Romana vivia o seu melhor período. A cidade de Roma tornou-se o centro de um império que crescia e se estendia pela Europa, Ásia e África. Após a morte de Augusto, houve quatro dinastias de Imperadores: Dinastia Julio-Claudiana (14-68): Tibério executou os planos deixados por Augusto. Porém, foi acusado da morte do general Germanicus e teve o povo e o Senado contra ele. Sua morte (78 anos) foi comemorada nas ruas de Roma. Seus sucessores foram Calígula (filho de Germanicus), Cláudio (tio de Calígula) e Nero. Essa dinastia caracterizou-se pelos constantes conflitos entre o Senado e os imperadores. Dinastia dos Flávios (69-96): neste período, os romanos dominaram a Palestina e houve a dispersão (diáspora) do povo judeu. Dinastia dos Antoninos (96-192): marcou o apogeu do Império Romano. Dentre os imperadores dessa dinastia, podemos citar: Marco Aurélio (que cultivava os ideais de justiça e bondade) e Cômodo que por ser corrupto, acabou sendo assassinado em uma das conspirações que enfrentou. Dinastia dos Severos (193-235): várias crises internas e pressões externas exercidas pelos bárbaros (os povos que ficavam além das fronteiras) pronunciaram o fim do Império Romano, a partir do século III da era cristã. Crise do Império Romano Alguns fatores contribuíram para a crise do império: colapso do sistema escravista, a diminuição da produção e fluxo comercial e a pressão dos povos que habitavam as fronteiras do Império (bárbaros). A partir do ano 235, o Império começou a ser governado pelos imperadores-soldados (que tinham como principal objetivo combater as invasões). Com a ascensão de Diocleciano no poder, em 284, o Império foi dividido em dois: Oriente (governado por ele mesmo) e Ocidente (governado por Maximiniano). Cada um deles era ajudado por um imperador subalterno – o César. Diocleciano acreditava que essa estrutura de poder (Tetrarquia) aumentava a eficiência do Estado e facilitava a defesa do território. Diocleciano tomou várias medidas para controlar a inflação. Seu sucessor (Constantino) governou de 313 até 337. Constantino legalizou o cristianismo e fundou Constantinopla – para onde transferiu a sede do governo, além de ter abolido o sistema de tetrarquia. A partir do século IV, uma grave crise econômica deixou o Império enfraquecido e sem condições de proteger suas fronteiras, isso fez com que o território romano fosse ameaçado pelos bárbaros que aos poucos invadiram e dominaram o Império Romano do Ocidente formando vários reinos (Vândalos, Ostrogodos, Visigodos, Anglo- Saxões e Francos). Em 476 (ano que é considerado pelos historiadores um marco divisório entre a Antiguidade e a Idade Média), o Império Romano do Ocidente desintegrou-se restando apenas o Império Romano do Oriente (com a capital situada em Constantinopla é também conhecido como Império Bizantino – por ter sido construído no lugar onde antes existia a colônia grega de Bizâncio), que ainda se manteve até o ano de 1453 quando Constantinopla foi invadida e dominada pelos turcos. Durante toda a Idade Média, Roma manteve parte da sua antiga importância, mesmo com a população reduzida. Era apenas uma modesta cidade quando foi eleita capital da Itália em 1870. A civilização romana deixou para a cultura ocidental uma herança riquíssima. - A legislação adotada hoje em vários países do mundo tem como inspiração o Direito criado pelos romanos - Várias línguas (inclusive o português) derivaram do latim falado pelos romanos - Arquitetura - Literatura EXERCÍCIOS 1. (PUCCAMP/04) - Na Roma Antiga, a expressão "até tu Brutus?" foi atribuída a Júlio César que, de acordo com fontes históricas, a 4 AULA 06 – ANTIGUIDADE OCIDENTAL: ROMA teria proferido no momento de seu assassinato, em 44 a.C. Nesse contexto da história de Roma, Júlio César tornou-se conhecido porque a) iniciou o processo de expansão romana, desencadeando as chamadas guerras púnicas, por meio das quais Roma se converteu em potência marítima. b) criou o primeiro código escrito, denominado "Leis das Doze Tábuas", que tratava de assuntos referentes ao Direito Civil e ao Direito Penal. c) adquiriu grandes poderes e privilégios especiais, como os títulos de ditador perpétuo e de censor vitalício, suscitando lutas políticas pelo poder, sobretudo no Senado Romano. d) contribuiu, com as suas leis abolicionistas, para crise geral do escravismo romano, que abalou as atividades agrícolas de todo o Império Romano. e) propôs à Assembleia Romana o seu projeto de reforma agrária, limitando a ocupação de terras públicas aos cidadãos romanos. 2. (Mackenzie) - A ruralização econômica do Império Romano do Ocidente (do século III ao V d.C.) NÃO teve como consequência: a) o rebaixamento de muitos homens livres à condição de colonos que se tornaram presos à terra. b) o surgimento do colonato, que se constituiu no arrendamento de terras aos camponeses. c) o latifúndio, principal unidade de produção, tornou-se quase autossuficiente. d) o aumento do afluxo de escravos para Roma, que dinamizou a expansão da economia agrícola. e) o campo tornou-se mais seguro que as cidades, em decorrência das desordens político- sociais e da crise econômica. 3. (UFPR) - Toda a Gália está dividida em três partes, uma habitada pelos belgas, outra pelos aquitanos, a terceira por aqueles que nós chamamos de gauleses (em sua língua, celtas). Essas nações diferem entre si pela língua, pelos costumes e pelas leis.(Júlio César, Guerra das Gálias.)Esse trecho de Júlio César se refere às conquistas da Roma Antiga e à maneira como os romanos viam os povos que conquistavam. Sobre as conquistas romanas, é correto afirmar: a) O exército romano era composto somente por escravos. b) Os povos conquistados eram considerados incultos e menosprezados pelos romanos. c) As estruturas administrativas construídas pelos romanos foram pouco duráveis, o que limitou a sua capacidade de expansão. d) Os romanos não tinham uma política de destruição, nem de integração cultural dos povos conquistados, preservando a posição das elites que se aliassem a eles. e) Durante as guerras de conquista, houve uma diminuição do número de escravos capturados pelos romanos. 4. (OSEC) - Quanto à história de Roma, pode-se considerar que: a) Roma conheceu apenas dois regimes políticos: a República e o Império; b) na passagem da República para o Império, Roma deixou de ser uma democracia e transformou-se numa oligarquia; c) os irmãos Tibério e Caio Graco foram dois tribunos da plebe que lutaram pela redistribuição das terras do Estado (ager publicus) entre todos os cidadãos romanos; d) no Império Romano, todos os homens livres – os cidadãos – eram proprietários de terras; e) no Império Romano, a base da economia era o comércio e a indústria. 5. (Fgv) - O Edito de Milão (313), no processo de desenvolvimento histórico de Roma, reveste-se de grande significado, tendo em vista que a) combateu a heresia ariana, acabando com a força política dos bispados de Alexandria e Antioquia. b) tornou o cristianismo a religião oficial de todo Império Romano, terminando com a concepção de rei-deus. c) acabou inteiramente com os cultos pagãos que então dominavam a vida religiosa. d) deu prosseguimento à política de Deocleciano de intenso combate à expansão do cristianismo. e) proclamou a liberdade do culto cristão passando Constantino a ser o protetor da Igreja. GABARITO 1-C; 2-D; 3-D; 4-C; 5-E. 1 AULA 07 – IDADE MÉDIA Resumo A idade Média começou com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., e se encerrou com a tomada da capital do Império Bizantino, Constantinopla, pelos turcos-otomanos, em 1453. Esse período costuma ser dividido em dois: Alta e Baixa Idade Média. Periodizaçãobásica Alta Idade Média (Séc. V – XIII) A Alta Idade Média estendeu-se do século V ao X. Foi a época de consolidação, na Europa Ocidental, do feudalismo, sistema socioeconômico predominante na era medieval. No Oriente, porém, em vez da descentralização política feudal, o período foi marcado por dois fortes impérios: o Bizantino e o Árabe. Baixa Idade Média (Séc. XIII - XV) A Baixa Idade Média vai do século XI até o fim do período medieval, no século XV. É quando o feudalismo chegou ao auge e entrou em decadência. Lentamente, ele começou a sofrer transformações (surgimento da burguesia) que só se concluiriam na Idade Moderna, quando seria substituído, no campo político, pelas monarquias nacionais e, no econômico, pelo sistema mercantilista. Conceitos Por séculos, a Idade Média foi tida como uma época de insignificante desenvolvimento científico, tecnológico e artístico. Essa visão nasceu durante o Renascimento, no século XVI, quando o período medieval foi apelidado de Idade das Trevas. Modo de produção Feudal ou Feudalismo Marcam este período o feudo como base econômica, a estrutura política baseada no sistema de vassalagem e suserania, certo estatismo social, onde havia pouca mobilidade e uma forte hierarquia entre classes e o domínio da Igreja no cenário religioso. Sociedade Medieval ou Estamental Além disso, as guerras medievais e a peste negra dizimaram boa parte da população da época. O período da Idade Média também foi responsável por importantes avanços, sobretudo no que diz respeito à produção agrícola: inventaram-se o moinho, a charrua (um arado mais eficiente) e técnicas de adubamento e rodízio de terras. Outra herança medieval são as universidades, que começaram a surgir na Europa no século XIII. Além disso, desenvolveram-se importantes movimentos artísticos, como o românico e o gótico; viveram influentes filósofos, como Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino; e, graças ao trabalho dos monges, preservou-se a cultura greco-romana – o que possibilitaria, aliás, o surto de revalorização da Antiguidade Clássica ocorrido durante o Renascimento. EXERCÍCIOS 1. (Enem 2011) Se a mania de fechar, verdadeiro habitus da mentalidade medieval nascido talvez de um profundo sentimento de insegurança, estava difundida no mundo rural, estava do mesmo modo no meio urbano, pois que uma das características da cidade era de ser limitada por portas e por uma muralha. DUBY, G. et al. “Séculos XIV-XV”. In: ARIÈS, P.; DUBY, G. História da vida privada da Europa Feudal à Renascença. São Paulo: Cia. das Letras, 1990 (adaptado). Senhor Feudal Clero Nobres e Guerreiros Servos 2 AULA 07 – IDADE MÉDIA As práticas e os usos das muralhas sofreram importantes mudanças no final da Idade Média, quando elas assumiram a função de pontos de passagem ou pórticos. Este processo está diretamente relacionado com: a) o crescimento das atividades comerciais e urbanas. b) a migração de camponeses e artesãos. c) a expansão dos parques industriais e fabris. d) o aumento do número de castelos e feudos. e) a contenção das epidemias e doenças. 2. Sobre o período conhecido como Idade Média, é CORRETO afirmar que: 1) o romance de cavalaria foi um gênero literário que divulgou ideias de amor cortês. 2) a peste negra foi uma doença que teve graves consequências para a sociedade medieval, dizimando parte da população europeia. 4) as universidades criadas no período tiveram importante papel no desenvolvimento da cultura e do ensino no Ocidente. 8) a formação das corporações de ofício está relacionada à efervescência comercial da Europa no início da Idade Média. 16) várias dissidências da Igreja surgiram no período, como foi o caso dos cátaros. Devido ao acolhimento à diversidade defendido pela Igreja, as comunidades cátaras puderam ser mantidas. 32) o cristianismo difundido pela Igreja penetrou de tal maneira em todas as camadas da sociedade medieval que foi capaz de anular as crenças pagãs de origem antiga. 64) as ordens mendicantes foram criadas por uma parcela do clero medieval que defendia o conceito de usura e estimulava o acúmulo de bens e lucro. Soma das verdadeiras:_________ 3. (UFRGS 2017) Assinale com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmações abaixo, sobre a história da Idade Média ocidental. ( ) A instalação de povos de origem germânica no território do Império Romano, as chamada “invasões bárbaras”, ocorreu também por meio de processos migratórios pacíficos e negociados com o Estado romano. ( ) O processo de fragmentação territorial do Império Romano Germânico, após a ascensão de Carlos Magno no século VIII, foi decorrência da ruptura entre o reino franco e a Igreja cristã. ( ) A servidão foi uma situação intermediária entre a escravidão definitiva e a liberdade plena, pois impunha uma série de limitações aos servos, sem torná-los propriedade dos seus senhores. ( ) A Escolástica, principal método de ensino nas universidades medievais, previa o estudo filológico da Bíblia e recusava o recurso à filosofia antiga, considerada pagã e herética. A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é: a) V – V – F – V. b) F – V – F – V. c) V – F – V – F. d) F – V – V – F. e) F – F – V – V. 4. (UFRGS 2016) Sobre a história da Idade Média, assinale a alternativa correta. a) A criação do Sacro Império Romano Germânico no Ocidente, no contexto da expansão carolíngia do século VIII, resultou na conversão dos francos ao cristianismo. b) A Igreja permitia o ingresso feminino apenas nas ordens regulares, enquanto as seculares eram reservadas somente aos homens. c) A aristocracia exercia atividade guerreira, embora não fosse detentora de terras ou de direitos senhoriais. d) A criação dos relógios mecânicos públicos, a partir do século XIII, reforçou o monopólio eclesiástico no controle do tempo pela Igreja. e) A presença islâmica no Mediterrâneo, a partir do século VII, caracterizou-se pela destruição dos mecanismos de administração urbana nas cidades europeias. 5. (Fuvest) Do Grande Cisma sofrido pelo cristianismo no século XI, resultou: a) o estabelecimento dos tribunais da Inquisição pela Igreja católica. b) a Reforma protestante, que levou à quebra da unidade da Igreja católica na Europa Ocidental. c) a heresia dos albigenses, condenada pelo papa Inocêncio II. d) a divisão da Igreja em católica romana e ortodoxa grega. e) a Querela das Investiduras, que proibia a investidura de clérigos por leigos. GABARITO 1-A; 2-Soma 7 (1+2+4); 3-C; 4-B; 5-D. 1 AULA 08 – ISLAMISMO Resumo A religião islâmica começou ou nasceu exatamente no ano de 622, de acordo com o calendário cristão. Tal data costuma ser considerada um marco na história do Islamismo, pois foi quando Maomé, logo após ter recebido a revelação divina, foi obrigado a se deslocar da cidade de Meca para a vizinha Medina, uma vez que os habitantes daquela cidade não foram, em um primeiro momento, sensíveis à pregação do profeta. Tal deslocamento (ou “fuga”, segundo alguns), recebeu o nome de Hégira, e revestiu-se de tamanha importância que acabou marcando o início do calendário islâmico. Assim, o ano de 622 do calendário cristão é o Ano I da Hégira no calendário muçulmano. O Corão, livro sagrado do Islã. O que é? É uma religião e um projeto de organização da sociedade expresso na palavra árabe islã, a submissão confiante a Alá (Allah, em árabe - Deus, ou "a divindade", em abstrato). Seus seguidores chamam-se muçulmanos (muslimun, em árabe): os que se submetem a Deus para render-lhe a honra e a glória que lhe são devidas como Deus único. Fundado por Maomé, o islamismo reúne hoje cerca de 850 milhões de fiéis e é a religião que mais cresce em todo o mundo. Localização Geográfica A civilização islâmica teve a sua origem na penínsulaarábica. Habitada por diferentes povos semitas (árabes, hebreus, assírios, fenícios e aramaicos), organizados em tribos, a Arábia não tinha unidade política, estando dividida em clãs familiares. A cidade de Meca é o mais importante centro religioso muçulmano e nela se localiza a CAABA (Casa de Deus), que abriga a Pedra Negra, um pedaço de meteorito, trazido do céu pelo anjo Gabriel para o profeta Abraão. Os povos árabes foram os grandes divulgadores da religião islâmica. A expansão árabe-muçulmana acabou por islamizar uma série de povos não árabes, como os turcos e os persas. A península Arábica Assim, embora os muçulmanos constituam a maioria da população nos países árabes, os quatro países com maior população muçulmana não são árabes: Indonésia (160 milhões), Paquistão (100 milhões), Índia (90 milhões) e Bangladesh (85 milhões). A morte do profeta Maomé, que viveu de 570 d.C. a 632 d.C., provocou a divisão de seus seguidores em dois grandes grupos: os xiitas e os sunitas, predominantes até hoje. Os sunitas seguiram os ensinamentos de Maomé contidos em um conjunto de textos que foi denominado SUNA. Para os sunitas, o SUNA é uma importante fonte de verdade ao lado do Alcorão. Xiitas e Sunitas Os xiitas consideram que o líder religioso e político deva ser descendente de Maomé, além de só admitirem o Alcorão como fonte sagrada. Os xiitas são contrários à ocidentalização e são defensores intransigentes dos fundamentos da fé islâmica. Os sunitas correspondem a 85% do mundo muçulmano e os xiitas, aos restantes 15%. Os xiitas são maioria em poucos países como o Irã, o Iraque e o Bahrein. No mundo muçulmano, não pode nem deve haver conflito entre a política e o mundo espiritual. O mundo político deve submeter-se ao espiritual e a ele deve se adequar. 2 AULA 08 – ISLAMISMO “O mundo islâmico é constituído por uma só nação”, dizia o Profeta. O islamismo é monoteísta e o fiel muçulmano tem quatro deveres básicos a cumprir: • fazer orações cinco vezes ao dia, voltado para MECA. • jejuar, não consumir bebidas nem tabaco, abstinência sexual, especialmente no mês sagrado dos muçulmanos (Ramadã). • dar esmolas que sejam proporcionais a sua renda. • ir a Meca pelo menos uma vez na vida, em peregrinação religiosa. Expansão Islâmica: as dinastias Com a morte de Maomé em 634, seus sucessores ficaram encarregados de continuar a propagação da fé islâmica. Foi nesse contexto que apareceram as dinastias Omíadas e Abássidas. Império Muçulmano EXERCÍCIOS 1. (UFJF-MG) O islamismo, religião fundada por Maomé e de grande importância na unidade árabe, tem como fundamento: a) o monoteísmo, influência do cristianismo e do judaísmo, observado por Maomé entre povos que seguiam essas religiões. b) o culto dos santos e profetas através de imagens e ídolos. c) o politeísmo, isto é, a crença em muitos deuses, dos quais o principal é Alá. d) o princípio da aceitação dos desígnios de Alá em vida e a negação de uma vida pós-morte. e) a concepção do islamismo vinculado exclusivamente aos árabes, não podendo ser professado pelos povos inferiores. 2. O islamismo, ideologia difundida a partir da Alta Idade Média, em que o poder político se confunde com o poder religioso, era dotado de certa heterogeneidade, o que pode ser constatado na existência de seitas rivais como: a) politeístas e monoteístas b) sunitas e xiitas c) cristãos e muezins d) sunitas e cristãos e) xiitas e politeístas 3. A hégira, um dos eventos mais importantes do islamismo e que marca o início do calendário islâmico, corresponde: a) à entrada triunfal de Maomé em Meca em 630. b) ao casamento de Maomé com uma rica viúva, dona de camelos. c) à fuga de Maomé e seus seguidores de Meca para Medina. d) à revelação de Maomé que lhe foi transmitida pelo Arcanjo Gabriel. e) ao grande incêndio da Caaba em Meca em 615. 4. As invasões e dominação de vastas regiões pelos árabes na Península Ibérica provocaram transformações importantes para portugueses e espanhóis, que os diferenciaram do restante da Europa medieval. As influências dos árabes, na região, relacionaram-se a: a) acordos comerciais entre cristãos e mouros, a fim de favorecer a utilização das rotas de navegação marítima em torno dos continentes africano e asiático, para obter produtos e especiarias. b) conflitos entre cristãos e muçulmanos, que facilitaram a centralização da monarquia da Espanha e Portugal, sem necessitar do apoio da burguesia para efetivar as grandes navegações oceânicas. c) difusão das ideias que ocasionaram a criação da Companhia de Jesus, responsável pela catequese nas terras americanas e africanas conquistadas através das grandes navegações. d) acordos entre cristãos e muçulmanos, para facilitar a disseminação das ideias e ciências romanas, fundamentais, para o crescimento comercial e das artes náuticas. e) contribuições para a cultura científica, possibilitando ampliação de conhecimentos, principalmente na matemática e astronomia, que permitiram criações de técnicas marítimas para o desenvolvimento das navegações oceânicas. 3 AULA 08 – ISLAMISMO 5. Os movimentos fundamentalistas, que tudo querem subordinar à lei islâmica (Sharia), são hoje muito ativos em vários países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Eles tiveram a sua origem histórica: a) no desenvolvimento do Islamismo, durante a Antiguidade, na Península Arábica; b) na expansão da civilização árabe, durante a Idade Média, tanto a Ocidente quanto a Oriente; c) na derrocada do Socialismo, depois do fim da União Soviética, no início dos anos noventa; d) no estabelecimento do Império Turco-Otomano, com base em Istambul, durante a Idade Moderna; e) na ocupação do mundo árabe pelos europeus, entre a segunda metade do século XIX e a primeira do século XX. GABARITO 1-A 2-B 3-C 4-E 5-B ANOTAÇÕES _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________ 1 AULA 09 – RENASCIMENTO Resumo O Renascimento foi um importante movimento de ordem artística, cultural e científica que se deflagrou na passagem da Idade Média para a Moderna. Onde se iniciou? Características do Renascimento A razão, de acordo com o pensamento da Renascença, era uma manifestação do espírito humano que colocava o indivíduo mais próximo de Deus. Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o homem simplesmente dava vazão a um dom concedido por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental das obras renascentistas era o privilégio dado às ações humanas, ou humanismo. Tal característica representava-se na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo). Pregavam ainda o domínio da natureza. Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-chave do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da Antiguidade Clássica ou Classicismo. Relação com a burguesia e o individualismo Essa valorização das ações humanas abriuum diálogo com a burguesia, que floresceu desde a Baixa Idade Média. Suas ações pelo mundo, a circulação por diferentes espaços e seu ímpeto individualista ganharam atenção dos homens que viveram todo esse processo de transformação privilegiado pelo Renascimento. Ainda é interessante ressaltar que muitos burgueses, ao entusiasmarem-se com as temáticas do Renascimento, financiavam muitos artistas e cientistas surgidos entre os séculos XIV e XVI. Além disso, podemos ainda destacar a busca por prazeres (hedonismo) como outro aspecto fundamental que colocava o individualismo da modernidade em voga. Periodização Básica Durante o Trecento, podemos destacar o legado literário de Petrarca (“De África” e “Odes a Laura”) e Dante Alighieri (“Divina Comédia”), bem como as pinturas de Giotto di Bondoni (“O beijo de Judas”, “Juízo Final”, “A lamentação” e “Lamento ante Cristo Morto”). Já no Quatrocento, com representantes dentro e fora da Itália, o Renascimento contou com a obra artística do italiano Leonardo da Vinci (Mona Lisa) e as críticas ácidas do escritor holandês Erasmo de Roterdã (Elogio à Loucura). Na fase final do Renascimento, o Cinquecento ganhou grandes proporções, dominando várias regiões do continente europeu. Em Portugal, podemos destacar a literatura de Gil Vicente (Auto da Barca do Inferno) e Luís de Camões (Os Lusíadas). Na Alemanha, os quadros de Albrercht Dürer (“Adão e Eva” e “Melancolia”) e Hans Holbein (“Cristo morto” e “A virgem do burgomestre Meyer”). A literatura francesa teve como seu grande representante François Rabelais (“Gargântua e Pantagruel”). No campo científico, devemos destacar o rebuliço da teoria heliocêntrica defendida pelos estudiosos Nicolau Copérnico, Galileu Galilei e Giordano Bruno. Tal concepção abalou o monopólio dos saberes, até então controlados pela Igreja. EXERCÍCIOS 1. Leia este trecho, em que se faz referência à construção do mundo moderno: “... os modernos são os primeiros a demonstrar que o conhecimento verdadeiro só pode nascer do trabalho interior realizado pela razão, graças a seu próprio esforço, sem aceitar dogmas religiosos, preconceitos sociais, censuras políticas e os dados imediatos fornecidos pelos sentidos”. (CHAUÍ, Marilena. "Primeira filosofia". 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 1985. p. 80.) A leitura do trecho nos permite identificar características do Renascimento. Assinale a afirmativa que contém essas características. a) nova postura com relação ao conhecimento, a qual transforma o modo de entendimento do mundo e do próprio homem. b) ruptura com as concepções antropocêntricas, a qual modifica as relações hierárquicas senhoriais. c) ruptura com o mundo antigo, a qual caracteriza um distanciamento do homem face aos diversos movimentos religiosos. A península Itálica – Em seus reinos, principados e ducados. 2 AULA 09 – RENASCIMENTO d) adaptações do pensamento contemplativo, as quais reafirmam a primazia do conhecimento da natureza em relação ao homem. 2. (Enem) (...) Depois de longas investigações, convenci-me por fim de que o Sol é uma estrela fixa rodeada de planetas que giram em volta dela e de que ela é o centro e a chama. Que, além dos planetas principais, há outros de segunda ordem que circulam primeiro como satélites em redor dos planetas principais e com estes em redor do Sol. (...) Não duvido de que os matemáticos sejam da minha opinião, se quiserem dar-se ao trabalho de tomar conhecimento, não superficialmente, mas duma maneira aprofundada, das demonstrações que darei nesta obra. Se alguns homens ligeiros e ignorantes quiserem cometer contra mim o abuso de invocar alguns passos da Escritura (sagrada), a que torçam o sentido, desprezarei os seus ataques: as verdades matemáticas não devem ser julgadas senão por matemáticos. (COPÉRNICO, N. De Revolutionibus orbium caelestium) Aqueles que se entregam à prática sem ciência são como o navegador que embarca em um navio sem leme nem bússola. Sempre a prática deve fundamentar-se em boa teoria. Antes de fazer de um caso uma regra geral, experimente-o duas ou três vezes e verifique se as experiências produzem os mesmos efeitos. Nenhuma investigação humana pode se considerar verdadeira ciência se não passa por demonstrações matemáticas. (VINCI, Leonardo da. Carnets) O aspecto a ser ressaltado em ambos os textos para exemplificar o racionalismo moderno é a) a fé como guia das descobertas. b) o senso crítico para se chegar a Deus. c) a limitação da ciência pelos princípios bíblicos. d) a importância da experiência e da observação. e) o princípio da autoridade e da tradição. 3. Leia atentamente os relatos a seguir: "O pintor que trabalha rotineira e apressadamente, sem compreender as coisas, é como o espelho que absorve tudo o que encontra diante de si, sem tomar conhecimento". “Experiência, mãe de toda a certeza” “Só o pintor universal tem valor” São trechos de Leonardo da Vinci, personagem destacada do Renascimento. Neles, o autor exalta compreensão, experiência, universalismo, valores que marcaram o: a) Teocentrismo, como princípio básico do pensamento moderno. b) Epicurismo, em alusão aos princípios dominantes na Idade Média. c) Humanismo, como postura ideológica que configurou a transição para a Idade Moderna. d) Confucionismo, por sua marcada oposição ao conjunto dos conhecimentos orientais. e) Escolasticismo, dado que admitia a fé como única fonte de conhecimento. 4. O Renascimento, amplo movimento artístico, literário e científico, expandiu-se da Península Itálica por quase toda a Europa, provocando transformações na sociedade. Sobre o tema, é correto afirmar que: a) o racionalismo renascentista reforçou o princípio da autoridade da ciência teológica e da tradição medieval. b) houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas, dos ideais medievais ligados aos dogmas do catolicismo, sobretudo da concepção teocêntrica de mundo. c) nesse período, reafirmou-se a ideia de homem cidadão, que terminou por enfraquecer os sentimentos de identidade nacional e cultural, os quais contribuíram para o fim das monarquias absolutas. d) o humanismo pregou a determinação das ações humanas pelo divino e negou que o homem tivesse a capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o de acordo com sua vontade e interesse. e) os estudiosos do período buscaram apoio no método experimental e na reflexão racional, valorizando a natureza e o ser humano. O Renascimento, enquanto fenômeno cultural observado na Europa Ocidental no início da Idade Moderna, encontra-se inserido no processo de transição do feudalismo para o capitalismo, expressando o pensamento e a visão de mundos próprios de uma sociedade mercantil e, portanto, mais aberta e dinâmica. Manifestando-se principalmente através das artes e da filosofia, o movimento renascentista tinha como eixo a) a sabedoria popular e o domínio da maioria, como mecanismo de combate ao poder aristocrático e de oposição aos novos segmentos sociais em ascensão. b) a oposição a todas as religiões organizadas, pois os princípios religiosos impediam a liberdade de opinião e tornavam o homem alienado. A igualdade jurídica de todos os indivíduos, suprimindo-se os privilégios de classe e equiparando os direitos e obrigações dos cidadãos. c) a liberdade de trabalho inerente a qualquer pessoa, como instrumento capaz de possibilitar a criação e o crescimento do ser humano, sendo necessário abolir as corporações de ofício. d) a valorização do homem por sua razão e por suas criações, difundindo a confiança nas potencialidades humanas e superando o misticismo dominante no período medieval. e) o Racionalismo e o Geocentrismo (convicção de que tudo pode ser explicado pela razão e pela ciência; concepção de que a Terra é o centro do universo). GABARITO: 1-A; 2-D; 3-C; 4-E; 5-D. 3 AULA 09 – RENASCIMENTO SUPLEMENTOS PARA
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