Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Julio C. Meneghini Gestão mercadológica GE ST ÃO M ER CA DO LÓ GI CA A Série Universitária foi desenvolvida pelo Senac São Paulo com o intuito de preparar profissionais para o mercado de trabalho. Os títulos abrangem diversas áreas, abordando desde conhecimentos teóricos e práticos adequados às exigências profissionais até a formação ética e sólida. Gestão Mercadológica apresenta os principais conceitos aplicados de marketing na construção e entrega de valor e na criação de ofertas para os consumidores, os clientes, os parceiros e a sociedade. Entre os temas abordados, estão as diretrizes para elaboração do composto de marketing, além de outros conceitos fundamentais, como segmentação, seleção de mercado-alvo, diferenciação e posicionamento de mercado. O objetivo desta obra é proporcionar ao leitor uma visão geral e prática dos principais elementos do marketing, trazendo, ao lado da teoria, exemplos de como grandes marcas aplicam as estratégias no dia a dia. SÉRIE UNIVERSITÁRIA e- capa_Gestao_Mercadologica.indd 1capa_Gestao_Mercadologica.indd 1 17/05/2021 09:2217/05/2021 09:22 M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Jeane Passos de Souza - CRB 8a/6189) Meneghini, Julio C. Gestão mercadológica / Julio C. Meneghini. – São Paulo : Editora Senac São Paulo, 2021. (Série Universitária) Bibliografia e-ISBN 978-65-5536-644-0 (ePub/2021) e-ISBN 978-65-5536-645-7 (PDF/2021) 1. Gestão de marketing 2. Marketing : Segmentação de mercado I. Título. II. Série. 21-1276t CDD – 658.81 658.802 BISAC BUS043000 BUS016000 Índice para catálogo sistemático: 1. Gestão de marketing 658.81 2. Marketing : Segmentação de mercado 658.802 GESTÃO MERCADOLÓGICA Julio C. Meneghini M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Administração Regional do Senac no Estado de São Paulo Presidente do Conselho Regional Abram Szajman Diretor do Departamento Regional Luiz Francisco de A. Salgado Superintendente Universitário e de Desenvolvimento Luiz Carlos Dourado M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . Editora Senac São Paulo Conselho Editorial Luiz Francisco de A. Salgado Luiz Carlos Dourado Darcio Sayad Maia Lucila Mara Sbrana Sciotti Jeane Passos de Souza Gerente/Publisher Jeane Passos de Souza (jpassos@sp.senac.br) Coordenação Editorial/Prospecção Luís Américo Tousi Botelho (luis.tbotelho@sp.senac.br) Dolores Crisci Manzano (dolores.cmanzano@sp.senac.br) Administrativo grupoedsadministrativo@sp.senac.br Comercial comercial@editorasenacsp.com.br Acompanhamento Pedagógico Otacília da Paz Pereira Designer Educacional Sueli Brianezi Carvalho Estenio Azevedo Revisão Técnica Luiz Fernando Gomes Pinto Preparação e Revisão de Texto Karen Daikuzono Projeto Gráfico Alexandre Lemes da Silva Emília Corrêa Abreu Capa Antonio Carlos De Angelis Editoração Eletrônica Rodrigo Benites da Silva Ilustrações Rodrigo Benites da Silva Imagens Adobe Stock Photos E-pub Ricardo Diana Proibida a reprodução sem autorização expressa. Todos os direitos desta edição reservados à Editora Senac São Paulo Rua 24 de Maio, 208 – 3o andar Centro – CEP 01041-000 – São Paulo – SP Caixa Postal 1120 – CEP 01032-970 – São Paulo – SP Tel. (11) 2187-4450 – Fax (11) 2187-4486 E-mail: editora@sp.senac.br Home page: http://www.livrariasenac.com.br © Editora Senac São Paulo, 2021 Sumário Capítulo 1 Conceitos principais de marketing, 7 1 O conceito e escopo de marketing, 9 2 Conceitos essenciais: necessidade, desejo e mercado, 12 3 Planejamento e estratégia de marketing, 15 Considerações finais, 21 Referências, 22 Capítulo 2 Análise ambiental, 25 1 O ambiente de marketing, 26 2 Fatores do microambiente, 30 3 Fatores do macroambiente, 35 Considerações finais, 41 Referências, 42 Capítulo 3 Composto mercadológico – P de produto, 45 1 O que é produto?, 46 2 Níveis de produto, 47 3 Classificação dos produtos, 50 4 Características de serviços, 52 5 Decisões de produto, 54 Considerações finais, 57 Referências, 57 Capítulo 4 Composto mercadológico – P de preço, 59 1 O que é preço?, 61 2 Fatores a considerar na determinação de preços, 66 3 Métodos de determinação de preços, 73 4 Elasticidade preço-demanda, 77 5 Modelo dos 3 Cs, 78 Considerações finais, 79 Referências, 80 Capítulo 5 Composto mercadológico – P de praça, 81 1 O que é canal de distribuição?, 82 2 Decisões de gerenciamento de canal, 95 Considerações finais, 101 Referências, 101 Capítulo 6 Composto mercadológico – P de promoção, 103 1 O que é promoção?, 104 2 Mix de comunicação, 108 3 Comunicação nos meios digitais, 121 Considerações finais, 132 Referências, 133 Capítulo 7 Segmentação de mercado e seleção de mercado-alvo, 135 1 O que é segmentação de mercado?, 137 2 Níveis de segmentação de mercado, 139 3 Bases para segmentação de mercado consumidor, 146 4 Critérios para segmentação de mercado, 154 5 Seleção de mercado-alvo, 155 Considerações finais, 157 Referências, 158 Capítulo 8 Diferenciação e posicionamento, 159 1 Diferenciação da oferta, 160 2 Posicionamento, 164 3 Como obter vantagem competitiva, 170 Considerações finais, 173 Referências, 174 Sobre o autor, 177 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 7 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 1 Conceitos principais de marketing O marketing está presente no nosso dia a dia. Como consumido- res, somos influenciados por ações de empresas e de suas marcas que buscam construir relacionamentos e valores. Podemos começar uma definição mais precisa do marketing por esse ponto de vista, como o processo pelo qual as empresas criam valor para os clientes e constro- em fortes relacionamentos com eles para capturar valor deles em troca (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). 8 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .Nesta obra, Gestão Mercadológica, avançaremos a partir da concei- tuação geral de marketing e suas características essenciais e comple- mentares na gestão empresarial. Neste primeiro capítulo, entendere- mos precisamente o que diz respeito ao marketing, como ele é visto e como ele atua nos moldes tanto sociais como empresariais, indicando o escopo de ações de marketing, os fundamentos do planejamento e como o ambiente influencia nas tomadas de decisão. Para aprofundar osconceitos essenciais de marketing, mostraremos o exemplo de uma grande rede global de fast-food, com forte presença em todo o Brasil, o McDonald’s, e o seu composto de marketing reforça- do pelo slogan: “Amo muito tudo isso”. Com base nesse case, teremos as noções de desejo e prazer e como entregar um produto demandado pelo cliente com qualidade, para fidelizá-lo. Na sequência, já nas estratégias e táticas para a utilização do atual modelo de marketing, principalmente no molde empresarial, avançare- mos em conceitos sobre a busca do mercado-alvo, as ações promocio- nais, as ações setoriais, a diferenciação, o posicionamento e a criação de valor. Em um terceiro momento, indicaremos uma correlação com o se- gundo capítulo deste livro, indicando os locais de atuação do marketing: os conhecidos micro e macroambientes. Finalmente, após apresentarmos os principais escopos e conceitos de marketing, finalizamos nosso primeiro capítulo com o entendimento tático do marketing, principalmente com base em uma visão que apre- senta o composto mercadológico e como podemos encontrar exemplos do conceito em situações reais. A análise do composto mercadológico terá especial atenção aqui. Neste primeiro capítulo, convidamos nossos leitores a conhecer os quatro pilares do marketing, e depois teremos capítulos dedicados a aprofundar cada um deles, que serão temas fun- damentais para os futuros gestores de marketing. 9Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 1 O conceito e escopo de marketing Como visto na introdução deste capítulo, o marketing está presente em nossa sociedade diariamente desde que nos entendemos por con- sumidores. Tanto na esfera social quanto na esfera empresarial, pas- sando por ambientes econômicos, políticos, demográficos e até mesmo pessoais, o marketing se apresenta como uma maneira de satisfazer o seu bem-estar por meio da sua necessidade (KOTLER; KELLER, 2018). Mas se engana quem acredita que o marketing é apenas a venda ou a exposição de propaganda de produtos pelos veículos de comunica- ção desde que somos crianças. Como afirma Kotler e Armstrong (2015, p. 4), as mensagens que presenciamos na TV, no rádio ou na internet são apenas a “ponta do iceberg”, principalmente no marketing empresarial. Hoje em dia, o sentido do marketing não está ligado apenas ao efetu- ar uma venda por meio de uma propaganda, por qualquer meio e men- sagem que seja. O novo sentido está alocado na ação de suprir neces- sidades requeridas pelos clientes a ponto de fidelizá-lo. Segundo Kotler e Armstrong (2015, p. 4): Se a empresa entende as necessidades dos clientes, desenvolve produtos que oferecem valor superior e define preços, distribui os produtos e os promove de maneira eficiente, esses produtos são vendidos com facilidade. A ação de marketing, portanto, está diretamente relacionada a duas palavras fundamentais. A primeira delas é “necessidades”, sejam so- ciais, pessoais ou empresariais. A segunda é “cliente”, entregando um produto de excelente qualidade, superior aos demais, e que vai trazer satisfação ao público-alvo da marca (KOTLER; KELLER, 2018). Com isso em mente, mais do que qualquer outra função empresarial, o marketing lida com clientes. Dentro dos principais objetivos do marke- ting para as empresas e sua gestão mercadológica, podemos destacar os dois principais, que são: 10 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .1. atrair novos clientes, prometendo valor superior a outras marcas do mercado; e 2. reter e cultivar os clientes atuais, entregando satisfação de ma- neira permanente durante todo o ciclo de relacionamento. Agora que compreendemos seu conceito e escopo, vamos entender qual é o verdadeiro objetivo do marketing. 1.1 Qual é o objetivo do marketing? Segundo Kotler e Armstrong (2015, p. 4), “o marketing não deve ser entendido no velho sentido de efetuar uma venda – ‘mostrar e vender’ –, mas no novo sentido de satisfazer as necessidades dos clientes”. Ou seja, a intenção do marketing é tornar algo tão inerente na atividade rotineira que o próprio produto se vende, como se ganhasse vida pelos atributos a ele associados, satisfazendo as necessidades dos clientes mapeadas e comunicadas por meio de ações holísticas de marketing, ou mix de marketing, quando fazemos uso de diversas ações cadencia- das e integradas. O objetivo do marketing é tornar a venda desnecessária. Vendas e propaganda são apenas partes de um mix de marketing – um conjunto de ferramentas de marketing que operam juntas para sa- tisfazer as necessidades dos clientes e construir relacionamentos com eles. (PAIVA, 2017, p. 4) Ao longo deste capítulo, um dos norteadores do escopo das ações de marketing – assim como suas estratégias, táticas e administração – será a análise de como criar um relacionamento com o cliente para fidelizá-lo e suprir suas necessidades humanas. Inicialmente, iremos nos concentrar nos cinco fatores do marketing, nos quais identificaremos a necessidade e a demanda do cliente, além de entender o mercado. Segundo Kotler e Armstrong (2015), esses fato- res que os profissionais de marketing precisam entender são: 11Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 1. as necessidades, os desejos e as demandas de seus clientes; 2. as ofertas ao mercado (produtos, serviços e experiências); 3. o valor e a satisfação demandados pelos clientes; 4. as trocas e os relacionamentos entre as ações de marketing cor- relacionadas à empresa-cliente; e, finalmente, 5. o próprio mercado onde o produto ou serviço está inserido. Em relação ao mercado, a figura a seguir demonstra as etapas e os processos de satisfação do cliente, que acontecem não apenas por meio de ações mais comumente associadas ao marketing, como a pro- paganda, mas também pelas ações integradas do mix de marketing (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Figura 1 – Processos de marketing: um modelo simples dos principais conceitos Entender o mercado, bem como as necessidades e os desejos do cliente Elaborar uma estratégia de marketing orientada para o cliente Criar valor para os clientes e construir relacionamentos com eles Capturar valor dos clientes em troca Desenvolver um programa de marketing integrado que entrega valor superior Construir relacionamen- tos lucrativos e deixar os clientes encantados Capturar valor dos clientes para gerar lucros e customer equity Fonte: adaptado de Kotler e Armstrong (2015, p. 5). Até aqui, determinamos os principais conceitos que constroem a ideia do que é o marketing. Agora, precisamos entender o mercado e as demandas do cliente, entender seus desejos e necessidades, para que possam ser supridos pelo profissional e pelas táticas de marketing. 12 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .IMPORTANTESegundo Kotler e Keller (2018), há sempre a possibilidade de se consi- derar a necessidade de venda de um produto ou serviço pela empresa, a ser realizada por meio do marketing. Com qual objetivo? O completo entendimento do cliente de um modo que o produto se venda “por si próprio”. De que maneira? Idealmente, o marketing deve resultar em um cliente sempre disposto a comprar, pois ele terá suas necessidades e desejos mapeados e atendidos. 2 Conceitos essenciais: necessidade, desejo e mercado Para prospectar clientes pelo alto grau de satisfação que ele procura, precisamos entender três palavras fundamentais para qualquer pessoa e/ou empresa relacionada a qualquer ação de marketing: necessidade, desejo e mercado. • Necessidade: o conceito mais básico e primordial do marketing. Aquilo que o cliente requer, o que ele precisa e, consequentemen- te, o que irá comprar. Existem as necessidades físicas (como be- ber uma água, dormir, usar uma roupa, ter uma casa, se alimen- tar); os desejos sociais (por exemplo, buscar o pertencimento a um grupo específico, como ter um status social maior ao com- prar um automóvel da BMW ou um smartphone iPhone, da marca Apple – e aqui temos as ações demográficas, que explicaremos no próximo capítulo); e as necessidades individuais (aquelas de conhecimento, inerente à ação social, pessoal do ser humano). • Desejo: formatado com base na necessidade. O desejo humano adquire contornos pela própria cultura, sociedade e ambiente. A necessidade, seja básica, seja individual, se converte em uma vontade de se adquirir algo de tal modo que se exercerá a ação 13Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. de marketing em busca de satisfazer tanto a necessidade quanto, principalmente, o desejo do consumidor (ver “Na prática”). Trata- se de um artefato fundamental para despertar a intenção pela escolha de uma marca específica, geralmente aquela que melhor souber trabalhar com o seu marketing as cadeias de necessidade e de desejo do seu público-alvo. Para isso, será criada a oferta e a demanda de um produto, ou seja, o quanto uma empresa está disposta a vender o que ela pro- põe a produzir, observando a necessidade e o poder de compra de um cliente, que vai agir de modo a satisfazer seus desejos. Com isso, nós temos o terceiro conceito essencial do tripé introdutório do marketing, o mercado. • Mercado: é onde o marketing de fato vai agir, tentando por meio dos clientes buscar o movimento de trocas, seja por uma pro- paganda, uma ação de marketing ou diversos itens do mix de marketing, a partir dos 4 Ps (ver adiante). É onde a empresa de fato irá buscar fidelizar o cliente ao vender um produto de quali- dade superior às demais, buscando tanto a satisfação inerente do desejo do cliente quanto a sua tão buscada fidelização. Como uma empresa se prepara estratégica e taticamente para suprir tal demanda? Ainda mais, em que ambientes dentro do mercado e até mesmo do escopo econômico de um país ela con- segue atuar? NA PRÁTICA O bom marketing, segundo Kotler e Keller (2018) e Hooley, Piercy e Nicoulaud (2011), é tão direto na relação de venda entre desejo de con- sumo e necessidade de compra do consumidor que o maior exemplo de sucesso de uma ação de marketing vem do McDonald’s – “Amo muito tudo isso” –, na qual, de uma maneira global, “coloca-se” na cabeça de seu público-alvo ao redor do mundo que seu produto é de tão melhor 14 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .qualidade do que os demais (e os coloca com maior market share) que você chega a amar o alimento e todo o serviço prestado pela empresa. Isso não só sacia a necessidade básica de alimentação, mas premia toda a ação de marketing em transformar a ida do cliente ao McDonald’s como um evento social – uma experiência completa e que sacia todas as necessidades e desejos do cliente da marca. Tais questões estratégicas e táticas podem ser mais bem analisadas pela abordagem do marketing holístico, que, ao reconhecer a comple- xidade da atividade de marketing, contempla os vários aspectos rela- cionados à atividade de marketing: o consumidor, os funcionários, os competidores e a sociedade como um todo, trazendo uma abordagem geral das ações do marketing em dois espectros sociais, tanto o micro- ambiente quanto o macroambiente, e as ações de relacionamento com o cliente, o marketing integrado, o marketing interno e o de responsabi- lidade social (KOTLER; KELLER, 2018). Ao passarmos pelos aspectos estratégicos do marketing, como segmentação, seleção de mercado-alvo e posicionamento, passamos a integrar as questões táticas para a entrega de valor ao consumidor (cliente). O composto de marketing ou mix de marketing é um impor- tante conceito que facilita enxergar como as ações táticas podem ser elencadas e acionadas de maneira integrada. Definido por McCarthy1 (1996), o composto de marketing é fundamentado em quatro grupos amplos denominados 4 Ps de marketing: produto, preço, praça (ou pon- to de venda) e promoção. 1 Edmund Jerome McCarthy (1928-2015). Professor norte-americano de Marketing, PhD pela University of Minnesota, foi o inventor do composto mercadológico dos 4 Ps. 15Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Os 4 Ps do marketing são fundamentais para implementar ações estratégicas para o desenvolvimento da oferta. Estudaremos cada um deles individualmente a partir do Capítulo 3, mas no final deste capítulo apresentaremos uma explicação sobre a necessidade da estratégia de marketing focada nos itens do composto mercadológico. Contudo, para termos essa relação de criar valor e satisfação do cliente e ao mesmo tempo integrar um relacionamento satisfatório e duradouro, a empre- sa deve oferecer um valor alto que seja percebido pelo cliente, no qual ele encontre o melhor custo-benefício ao comprar com a empresa. O customer equity (“valor do cliente”, em português) permite às empresas acompanhar a satisfação de seus clientes e criar uma jornada para reter os atuais clientes e atrair novos, sempre considerando os impactos com base na execução de suas estratégias de marketing. Segundo Kotler e Armstrong (2015, p. 21): “o customer equity consiste no total do valor ao longo do tempo de todos os clientes atuais e potenciais da empresa”. 3 Planejamento e estratégia de marketing 3.1 Análise de ambiente – microambiente e macroambiente Dentro da ação estratégica do marketing, a empresa deve agir con- forme o plano de ação, sua missão, o portfólio que possui, os planos tá- ticos de mercado e o composto mercadológico. Mas o ambiente, tanto no micro quanto no macroambiente, pode ter impacto direto nas ações das empresas, criando cenários difíceis de serem identificados com an- tecedência pelo gestor de marketing, tendo ele assim que se adaptar diante das novas variáveis impostas por tais fatores. Podemos ver isso de maneira clara nos impactos da pandemia de Covid-19 no Brasil a par- tir de março de 2020. A pandemia causada pelo novo coronavírus trans- formou a maneira como o consumidor faz suas compras via internet. 16 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al uno m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .Um relatório das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) aponta: As mudanças no consumo on-line vieram para permanecer, com o comércio eletrônico devendo ter um enorme crescimento que vai causar disrupção nas redes de varejo nacional e internacional (...) Consumidores nas economias emergentes tiveram maior mudan- ça nas suas compras on-line. Nada menos de 49% no total aumen- taram as compras pela internet. No Brasil, a taxa é ainda maior, de 55%, com os brasileiros preferindo comprar mais pela web para se proteger de contaminação. (MOREIRA, 2020) Como pode ser visto no exemplo, além dos aspectos microambien- tais, aqueles ligados diretamente à empresa e aos seus concorrentes, por exemplo, os fatores do macroambiente, como mudanças no com- portamento dos consumidores e até mesmo fatores de saúde, como uma pandemia, também podem afetar as empresas e exigir decisões estratégicas novas de resposta. 3.2 Decisões estratégicas A decisão estratégica está elaborada prioritariamente em um plane- jamento estratégico da organização, observando as ações preestabe- lecidas, assim como o ambiente mutável do marketing. Todo plano de marketing deve estar sujeito a uma avaliação de modificações de curto e longo prazos, para manter a estrutura e as estratégias da empresa de acordo com aquilo que o mercado e, principalmente, o cliente oferecem de informações que podem municiar a melhor tomada de decisão. Algumas questões são cruciais e podem ser aqui apontadas para que as empresas possam melhor se preparar e reagir em cenários de mudan- ças constantes. Em primeiro lugar, o desenvolvimento de um portfólio de vários clientes para não ficar refém de apenas um cliente e ser impacta- do pela mudança mercadológica ou de ambiente de marketing interno ou externo. Para isso, a empresa precisa expandir o mercado e, em um 17Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. primeiro momento, identificar dentro do seu portfólio – de produtos ou serviços – as melhores unidades estratégicas de negócios (UENs).2 Para melhor amparar sua tomada de decisões estratégicas e mape- ar o potencial de cada UEN, existem ferramentas e modelos consagra- dos de marketing. Um deles que se destaca é a matriz BCG,3 com a qual é possível estabelecer análises gráficas considerando quatro grandes grupos que possibilitarão enxergar conceitos do ciclo de vida dos pro- dutos. Assim, é possível ao gestor de marketing seguir com avaliações das UENs e chegar nos seguintes grupos de conceitos: Estrelas As melhores marcas, de grande crescimento e alto investimento. Vacas leiteiras Produtos em mercados de baixo crescimento, mas com grande participação relativa nos resultados da organização. Pontos de interrogação Unidades de negócio de pequena participação, que exigem um certo investimento da empresa, mas que ainda não se pode ter uma relatividade ao custo-benefício e lucro que elas podem gerar. Abacaxis Negócios ou produtos de baixo crescimento e baixa participação dentro da empresa, que não geram tantos recursos, gerando mais custos do que lucros para a empresa. Sua continuidade no portfólio para futuras estratégias empresariais no marketing deve ser considerada. 2 Uma UEN pode ser uma divisão da empresa, uma linha de produtos de uma divisão ou, às vezes, um único produto ou marca (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 46). 3 Matriz BCG é uma análise de portfólio de produtos ou clientes, utilizada no ciclo de vida de ambos. Foi criada pelo Boston Consulting Group nos anos 1970 (CARVALHO; FILIPE, 2008). 18 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .Dentro das estratégias a serem tomadas pelas empresas, temos que observar quatro questões fundamentais para a decisão de lançamento de marca e/ou produto. • Segmentação: dividir o mercado em grupos diferentes de produ- tos, nichos diferentes e segmentos diferentes para alcançar uma maior gama dentro do portfólio. • Mercado-alvo: avaliar o impacto do melhor mercado em relação às receitas e aos lucros da empresa, focando o investimento no portfólio de produtos e em clientes desse mercado-alvo, nos quais a empresa fará as principais ações de marketing. • Diferenciação: diferenciar produtos, marcas e seu portfólio ao identificar cada mercado-alvo dentro do processo estratégico. • Posicionamento: identificar ao cliente, o posicionamento do pro- duto a ser vendido dentro do mercado e o que ele pretende atingir na satisfação e desejo do cliente. NA PRÁTICA Um outro exemplo interessante do McDonald’s de como interligar as ações de marketing que deseja o consumidor está na Turquia. Em Istambul, maior cidade daquele país – e que se divide entre a Ásia e a Europa –, existem três grandes clubes de futebol, sendo um de- les com as cores vermelha e amarela, as mesmas do McDonald’s. As torcidas são tão fanáticas que o McDonald’s, para fidelizar parte dos seus clientes locais, associa sua marca na região de Istambul Oriental às cores preta e branca (as de origem do time regional), diferente das suas cores tradicionais. Ao trocá-las, em vez de esconder as cores, a empresa age com o marketing buscando o nicho de mercado demo- gráfico dos torcedores de tal time, visto que as cores originais do Mc- Donald’s são as cores do adversário. Conhecer determinados nichos de mercado e de consumidores que interagem com a sua marca pode trazer importantes informações para a segmentação de mercado, apoiando o fortalecimento do posicionamento a partir de um modelo de diferenciação, aqui não do produto e serviços em si, mas do modo 19Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. como a marca faz as suas escolhas para falar com um público muito específico e que leva a paixão pelo seu clube como um ativo muito relevante e que pode impactar nas suas decisões de consumo. Entre as decisões estratégicas e táticas (ver adiante) de uma empre- sa, ela deve compreender processos e ações que vão atender melhor as quatro questões fundamentais que acabamos de apresentar: segmen- tação, mercado-alvo, diferenciação e posicionamento. Do ponto de vista estratégico associado ao marketing e seus con- ceitos fundamentais, é importante apresentarmos algumas ações que podem ser adotadas pelo gestor de marketing para impulsionar suas tomadas de decisão. São conceitos e siglas presentes no dia a dia do profissional da área e que aqui serão apresentados de maneira bem pontual e relacionados principalmente ao modo como podem apoiar no melhor entendimento de cenários e do micro e macroambientes: • uma análise dos pontos fortes e fracos (conhecida como análi- se SWOT)4 que o produto pode encontrar interna e externamente, assim como as oportunidades e ameaças do mercado e do am- biente de marketing; • o uso da análise de oportunidades de mercado (AOM), um arti- fício matemático com estatísticas de mercadoque prevê o su- cesso do lançamento de um determinado produto no mercado desejado; • a ação de detectar ameaças ambientais e estabelecer metas por meio das estratégias de posicionamento de Porter, por exemplo, liderança total de custos – a empresa se estrutura para conseguir 4 Em inglês, a sigla SWOT significa strengths (forças), weaknesses (fraquezas), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças). Também pode ser encontrada a sigla que reúne as iniciais em português, FOFA, mas menos utilizada no mercado. 20 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .os menores custos de produção e distribuição, apresentando pre- ços menores aos clientes como uma clara estratégia de posicio- namento entre os seus concorrentes. Com o foco de potencializar a diferenciação e criar valores para a marca, podemos ver na figura a seguir como deve ser o planejamento estratégico de marketing de uma empresa, com foco em suas unidades de negócios e aplicação de análises que impulsionem o entendimento holístico do ambiente, como a análise SWOT, permitindo ao gestor de marketing ter mais insights e direcionamento para nutrir todo o proces- so de decisão (KOTLER; KELLER, 2018). Figura 2 – O processo de planejamento estratégico Missão do negócio Estabelecimento de metas Análise do ambiente externo (oportunidades e ameaças) Análise do ambiente interno (forças e fraquezas) Formulação de estratégias Elaboração de programas Implementação Feedback e controle Análise SWOT Fonte: adaptado de Kotler e Keller (2018, p. 50). 3.3 Decisões táticas e composto mercadológico Agora avançaremos para o composto mercadológico, que irá forne- cer uma visão importante para o planejamento estratégico de marketing, apoiando as táticas e as ações do mix de marketing e da segmentação para o mercado-alvo. Apresentaremos cada um dos 4 Ps, um conceito importante para este primeiro capítulo e para toda a obra. São eles: 21Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. • produto – como o próprio nome indica, o produto que vai ser vendido no mercado para satisfazer a necessidade e o desejo do cliente, buscando ser melhor do que o do seu competidor; • praça ou ponto de venda – o local de venda do produto; • preço – o valor monetário que será cobrado pelo produto; • promoção (ou comunicação de marketing) – como será veicu- lada a marca, podendo ter diversas formas para divulgação do produto, como a propaganda, a promoção de vendas, etc. Figura 3 – O composto mercadológico do marketing: os 4 Ps Produto Variedade de produtos Qualidade Design Características Nome da marca Embalagem Tamanhos Serviços Garantias Devoluções Praça Canais Cobertura Variedades Locais Estoque TransportePreço Preço de lista Descontos Concessões Prazo de pagamento Condições de financiamento Promoção Promoção de vendas Propaganda Força de vendas Relações públicas Marketing direto Mercado-alvo Mix de marketing Fonte: adaptado de Kotler e Keller (2018, p. 17). Considerações finais A intenção deste primeiro capítulo foi demonstrar os principais con- ceitos de marketing, mostrar as antigas táticas e ações, ou as que es- távamos acostumados a lidar, como meras atividades publicitárias, e apresentar o que realmente é o marketing, ou seja, a busca pela satisfa- ção de um cliente via o produto ou o serviço que ofertamos e a criação de fortes relacionamentos para fidelizá-lo e criar valor. 22 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .PARA PENSAR O marketing é uma questão fundamental na sociedade moderna. Mas será que apenas os gigantes empresariais focando nos seus resultados lucrativos se beneficiam dessa questão? Segundo Kotler e Armstrong (2015), não só as grandes empresas como Google, Target, Procter & Gamble, Toyota, Microsoft, Apple e McDonald’s fazem uso das ações de marketing, mas também empresas sem fins lucrativos, como ONGs, faculdades, times de futebol, museus, orquestras e até mesmo igrejas. Ou seja, o marketing é tanto uma competência quanto um diferencial a ser entendidos e que têm o poder de ser direcionados às mais diversas frentes de negócios. Entendemos a necessidade de uma ação estratégica, pois o am- biente mercadológico e de marketing está em constante mudança, po- dendo ser impactado tanto interna como externamente. Nos Capítulos 3 a 6, estudaremos com mais detalhes os 4 Ps, que correspondem a uma questão crucial no entendimento de táticas de marketing aplica- das ao mercado: as ações de preço, praça, produto e propaganda. No próximo capítulo, acompanharemos como uma empresa ou um ges- tor de marketing deve identificar e agir de acordo com as principais mudanças de microambiente e de macroambiente para ter sucesso no mercado. Referências CARVALHO, J. C. de; FILIPE, J. C. Manual de estratégia: conceitos, prática e roteiro. 2. ed. Lisboa: Edições Sílabo, 2008. HOFMAN, G. A rivalidade que obrigou o McDonald’s a esconder suas cores. ESPN Brasil, 25 jan. 2013. Disponível em: http://www.espn.com.br/blogs/ gustavohofman/305932_a-rivalidade-que-obrigou-o-mcdonalds-a-esconder- suas-cores. Acesso em: 5 out. 2020. http://www.espn.com.br/blogs/gustavohofman/305932_a-rivalidade-que-obrigou-o-mcdonalds-a-esconder-suas-cores http://www.espn.com.br/blogs/gustavohofman/305932_a-rivalidade-que-obrigou-o-mcdonalds-a-esconder-suas-cores http://www.espn.com.br/blogs/gustavohofman/305932_a-rivalidade-que-obrigou-o-mcdonalds-a-esconder-suas-cores 23Conceitos principais de marketing M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. HOOLEY, G.; PIERCY, N. F.; NICOULAUD, B. Estratégia de marketing e posiciona- mento competitivo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. McCARTHY, E. J. Basic marketing: a managerial approach. 12. ed. Homewood: Irwin, 1996. MOREIRA, A. Pandemia de covid-19 mudou consumo on-line para sempre, diz Unctad. Valor econômico, 8 out. 2020. Disponível em: https://valor.globo.com/ empresas/noticia/2020/10/08/pandemia-de-covid-19-mudou-consumo-on- line-para-sempre-diz-unctad.ghtml. Acesso em: 29 out. 2020. PAIVA, N. Marketing empresarial. Newton Virtual, 2017. https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/10/08/pandemia-de-covid-19-mudou-consumo-on-line-para-sempre-diz-unctad.ghtml https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/10/08/pandemia-de-covid-19-mudou-consumo-on-line-para-sempre-diz-unctad.ghtml https://valor.globo.com/empresas/noticia/2020/10/08/pandemia-de-covid-19-mudou-consumo-on-line-para-sempre-diz-unctad.ghtml 25 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilhamento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 2 Análise ambiental No capítulo anterior, estudamos os principais conceitos e o escopo de marketing, assim como a sua importância para fidelizar o cliente com a entrega de produtos que satisfaçam as suas necessidades e desejos, estruturando um conjunto de ações integradas para cumprir tal objetivo. No entanto, para atingir essa meta, a empresa precisa entender o ambiente de marketing no qual está inserida e no qual, muitas vezes, ela não tem o total controle de diversos fatores que o impacta. Para isso, a empresa precisa ter uma visão do micro e do macroambiente dos quais faz parte para poder agir de modo a se atualizar, se modificar, se adaptar e também para criar planos táticos e estratégicos para se bene- ficiar da volatilidade que tais ambientes apresentam. A partir de agora, vamos estudar o que eles são e como estão presentes e influenciam o composto de marketing. 26 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .Vamos entender como o ambiente de marketing funciona e influen- cia a ação estratégica da empresa e sua necessidade de estar atenta às constantes mudanças nestes dois importantes ambientes. Tanto em impactos de menor espectro, como na própria ação organizacional da empresa, na sua ação estratégica, na operação, no acompanhamento de concorrentes ou dos próprios clientes, quanto em ações de maior espectro, como nas mudanças demográficas que ocorreram na socie- dade ao longo dos últimos anos e nos mais diversos outros tipos de mudanças – geracionais, econômicas, sociais, políticas, tecnológicas e ambientais. Afinal, para se manter competitiva no mercado e se tornar uma em- presa top of mind,1 nos remetemos ao que o filósofo grego Heráclito disse há mais de 2.500 anos, e que foi descrito por Kotler e Armstrong (2015, p. 71): “Nada existe de permanente a não ser a mudança”. Ou seja, a empresa que vai se sobressair é aquela na qual o criador de estratégias e das campanhas de marketing está atento à volatilidade do microambiente e do macroambiente e tem em mente uma palavra- chave, que será muito usada neste capítulo: adaptação. E, com ela, estar constantemente aberto à mudança. 1 O ambiente de marketing Dentro da estratégia de marketing, as empresas precisam ficar aten- tas aos desafios que vão além do seu posicionamento estratégico. Tanto no mercado quanto na sociedade e na economia, ocorrem mu- danças que podem afetar as empresas e que devem ser consideradas nas suas ações de marketing. Os agentes e as mudanças que eles pro- movem constituem o ambiente de marketing. 1 Top of mind: empresas que são lembradas de maneira positiva pelos seus clientes, geralmente como resultado de pesquisa aplicada por órgãos independentes que procuram entender o comportamento de marcas e sua relação com os consumidores. 27Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. O ambiente de marketing é formado por forças que afetam a capaci- dade administrativa da empresa. Ações corriqueiras que podem bene- ficiar, prejudicar ou manter o status quo no bom relacionamento com o cliente-alvo e na entrega de um produto de melhor qualidade e que aten- da mais adequadamente às necessidades do cliente. Para suas ações serem bem-sucedidas dentro do ambiente de marketing, a empresa deve estudar o ambiente em que está envolvida e constantemente se adaptar aos movimentos tão voláteis em dois grandes e importantes cenários: os chamados microambiente e macroambiente. Kotler e Armstrong (2015) evidenciam um importante exemplo mo- derno e atual de empresa presente no nosso dia a dia e que teve de pôr sua capacidade de adaptação à prova, diante das pressões advindas do ambiente de marketing. Para enfrentar novos entrantes no mercado de streaming, como Netflix e Hulu, com capacidade de veicular grandes produções, o Youtube precisou se adaptar ao seu ambiente de atuação, promovendo conteúdo e criando, junto com anúncios, a promoção para que cada vez mais pessoas coloquem vídeos novos com conteúdos diferentes para os mais diversificados nichos de mercados, todos con- centrados na mesma plataforma e remunerando tais ações. Ao deter 43% de participação do mercado de vídeo on-line, o Youtube, o gigante do compartilhamento de vídeo, derrubou seus concorrentes. Mas, para se manter no topo, a empresa terá que se adaptar com rapidez ao turbulento ambiente de marketing. (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 72) Tal abordagem para o ambiente que estava inserido, apoiando e co- locando os produtores de conteúdo individual em evidência, bem como criando e popularizando a figura do Youtuber entre as gerações mais jovens, principalmente a Z (ver “Para saber mais”), permitiu ao Youtube manter a liderança do mercado. 28 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .PARA SABER MAIS A partir do final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os consumido- res passaram a ser divididos em gerações, de acordo com o seu ano de nascimento. Entre as divisões geracionais, temos os baby boomers e as gerações X, Y e Z (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Baby boomers (nascidos entre 1945 e meados dos anos 1960): nasci- dos em um período de guerras e descobertas científicas, têm foco no trabalho, na estabilidade financeira e na fidelidade com seus emprega- dores. Geração X (nascidos entre meados dos anos 1960 e início dos anos 1980): são mais adeptos aos avanços tecnológicos e aos impactos da globalização. Geração Y ou millennials (nascidos entre o início dos anos 1980 e meados dos anos 1990): são mais adeptos aos modelos de trabalho menos tradicionais e à busca da felicidade maior do que a segurança financeira. Buscam um propósito maior em suas atividades no ambiente de trabalho. A geração que vivenciou a revolução da internet também deu início à grande onda de empreendedorismo e start-ups. Geração Z (nascidos entre meados dos anos 1990 e 2009): “nativos di- gitais”, já vivenciam o Youtube e as marcas digitais como grandes negó- cios para se fazer investimentos. O ambiente de marketing passa por mudanças contínuas, como vi- mos no exemplo do Youtube, sendo fundamental que as empresas sai- bam se adaptar a tais mudanças no microambiente e no macroambien- te, os quais apresentaremos e analisaremos agora com mais detalhes. • O microambiente compreende os agentes próximos da empre- sa que impactam diretamente sua capacidade de atendimento ao cliente, sendo eles: a operação interna da própria empresa, os fornecedores e sua cadeia produtiva e logística, os intermediários de marketing, os clientes, os concorrentes e as ações públicas (KOTLER; ARMSTRONG, 2015; KOTLER; KELLER, 2018; HOOLEY; PIERCY; NICOULAUD, 2011). 29Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Figura 1 – Agentes do microambiente Marketing Empresa Fornecedores Intermediários de marketing ConcorrentesPúblicos Clientes Fonte: adaptado de Kotler e Armstrong (2015, p. 74). • O macroambiente é ainda mais volátil do que o microambiente, já que suas ações são mais amplas, muito além do espectro inter- no da empresa, como a própria economia, em que há pouco ou nenhum controle sobre o impacto em suas vendas, promoções e fidelização com o cliente, compreendendo a demografia, o am- biente natural ligado diretamente ao impacto ambiental, a tecno- logia, os valores culturais e as ações políticas de um governo. Figura 2 – Principais forças no macroambiente da empresa Empresa Demográfica Econômica Natural Tecnológica Política/ social Cultural Fonte: adaptado de Kotler e Armstrong (2015, p. 77). 30 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2 Fatores do microambiente 2.1 Empresa Constitui toda a ação interna da empresa correlacionada à proposta estratégica de marketing, principalmente a integração entre as diversas áreas da organização para alcançar tal propósito – da alta administra- ção aos diversos departamentos, como financeiro, compras e opera- ções. Todas as áreas devem agir em conjunto, alinhadas à visão e à missão da empresa, assim como às estratégias de marketing (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). 2.2 Fornecedores A cadeia de fornecimento e suprimento de materiais é outra impor- tante ação a ser observada dentro das ações de marketing no micro- ambiente. Todo o canal de relacionamento entre os seus fornecedores, assim como a cadeia logística, deve ser minuciosamente checado e alterado a qualquer momento de mudança ou falha dentro da cadeia produtiva e de entrega. A relação com os fornecedores deve ter a mesma reciprocidade com a qual a empresa busca clientes, pois qualquer escassez de pro- duto, atrasos de entrega de suprimentos, greves, desastres naturais ou qualquer outro evento pode prejudicar toda a movimentação da ação de marketing que a empresa iria fazer em um determinado momento. Assim, ao avaliar e detectar algum problema, ele deve ser corrigido. 2.3 Intermediários de marketing Os intermediários de marketing ajudam a empresa a promover, a vender e a distribuir seus produtos aos compradores finais (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). Em razão disso, a relação dentro da cadeia 31Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. fornecedores → intermediários de marketing → empresa → cliente tam- bém deve ser bem analisada para qualquer tomada de decisão, já que os revendedores, principalmente por canais indiretos, como atacadistas e varejistas, precisam de um curto a médio prazo para se adaptarem a qualquer mudança dentro do cenário, principalmente no caso de mu- danças drásticas no macroambiente. Também deve-se considerar a relação com intermediários (KOTLER; ARMSTRONG, 2015), como agências de propaganda (que planejam e realizam as ações de comunicação de marketing), atividades financei- ras (para pagamento e recebimento de compra/venda) e operações da cadeia logística (para estoques/suprimento). 2.4 Concorrentes – diretos e indiretos Partimos do pressuposto que o foco da ação de marketing de qual- quer empresa deve estar relacionado ao cliente, mas é de suma impor- tância a observação das ações de seus concorrentes diretos e indiretos para que a empresa possa se adaptar a qualquer situação em que o con- corrente mexa em suas estratégias de gestão mercadológica e nos seus 4 Ps e, por exemplo, troque uma marca de nicho de mercado dentro de uma praça ou promova uma diminuição repentina ou sazonal de preços. Nesse quesito, é importante ao gestor de marketing estar atento aos concorrentes diretos – que vendem a mesma linha de produto, com fai- xas de preços e canais similares – e aos concorrentes indiretos — que não atuam no mesmo grupo de produtos ou serviço, mas atendem o mesmo perfil de público-alvo. Na linha de concorrentes diretos, podemos pegar o exemplo de ações da Pepsi e da Coca-Cola, que têm como escopo o mesmo produ- to, no caso o refrigerante de sabor cola, e estão presentes em diversos canais similares e de modo simultâneo, disputando o mesmo espaço. Já os concorrentes indiretos, normalmente os de bens substitutos ou complementares, como marcas de arroz e feijão, ou de café e chá, que 32 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .atuam nos mesmos segmentos (alimentos e bebidas, respectivamen- te), mas como bens complementares dentro de uma cesta de produtos. Assim, a responsabilidade do gestor de marketing é acompanhar as ações concorrenciais para posicionar a sua marca de uma maneira es- trategicamente holística e competitiva para continuar ganhando market share e vantagens competitivas sobre os seus concorrentes. Uma vez que, conforme já indicamos, para se obter vantagem competitiva, além de satisfazer a necessidade do cliente entregando o melhor produto possível, é fundamental saber como age o concorrente para entregar um produto diferenciado ou de melhor excelência. 2.5 Públicos O público-alvo que a empresa vai atingir também é fundamental para a análise de microambiente e de adaptação da empresa no que se propõe a entregar ao cliente. Afinal, o próprio cliente faz parte desse público. O ambiente de marketing da empresa também inclui diversos pú- blicos. Um público consiste em qualquer grupo que tenha interesse real ou potencial na capacidade da organização em atingir seus ob- jetivos ou que possa causar impacto nessa capacidade. (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 75) Ainda segundo Kotler e Armstrong (2015, p. 76), é possível identificar sete subdivisões para o público. 1. Públicos financeiros: influenciam a capacidade da empresa de obter fundos. Bancos, analistas de investimentos e acionistas são os principais exemplos. Também podemos adicionar aqui os fornecedores de máquinas de pagamento e de recebimento de valores de clientes. 2. Públicos ligados à mídia: utilizamos a favor da empresa como gestores de marketing. Principalmente no P de promoção, focado em qual o melhor horário ou o melhor canal para promover uma 33Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. propaganda ou merchandising, sejam eles jornais, blogs, televi- são, outdoors ou mídias ligadas à internet. 3. Públicos governamentais: se refere às leis governamentais do país, se as ações da empresa não ferem nenhuma legitimidade tanto das associações de publicidade e propaganda quanto do próprio governo. Sempre deve-se checar com os advogados da empresa e se precaver antes de qualquer ação de marketing para que não haja ingerência governamental. 4. Públicos voltados para a ação cidadã: as decisões de marketing de uma empresa podem ser questionadas por entidades ligadas a questões ambientais, grupos minoritários, entre outros. É im- portante para a empresa contar com uma estrutura, como o de- partamento de relações públicas, para mapear e manter comuni- cação com este grupo de público.5. Públicos locais: inclui moradores e associações comunitárias das regiões nas quais a empresa está localizada. Grandes empresas, como um modo de reconhecer e gerenciar o impacto que causam ao seu redor e de melhorar a sua imagem com o público local, criam programas e departamentos para lidar com tais questões e oferecer apoio comunitário. 6. Público geral: a imagem pública de uma empresa afeta as suas vendas, por isso a organização precisa se preocupar com a pos- tura do público geral em relação a seus produtos e ações. 7. Públicos internos: incluem funcionários, gerentes, voluntários e conselheiros. Todas as pessoas que fazem a empresa funcionar no seu dia a dia. Grandes empresas contam com canais de co- municação estruturados para engajar seus funcionários, o que os ajudam em sua rotina de trabalho e também a compartilhar uma visão positiva da empresa em seus respectivos núcleos de contato. “Quando os funcionários se sentem bem com relação à empresa para qual trabalham, sua atitude positiva se reflete no público externo” (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 76). 34 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2.6 Clientes Os clientes são os principais agentes do microambiente da empresa. A empresa tem que se adaptar aos clientes, aos seus desejos e neces- sidades, buscando fidelizá-los. Para isso, precisa ficar atenta às deman- das diretas de seus clientes e também entender fatores que podem in- fluenciar no hábito de consumo dos seus principais consumidores, como mudanças da economia, alterações demográficas e outros pontos que veremos no tópico seguinte e que podem pressionar pontos como preço e oferta dos produtos e serviços. Existem cinco mercados de clientes que a empresa precisa se voltar (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 76): 1. consumidores – consumo pessoal e familiar; 2. mercado de revenda – canais indiretos ou revendedores; 3. mercado organizacional – interno, com foco no processo de produção; 4. mercado ambiental – ligado às questões governamentais; e 5. mercado internacional – focado na expansão da marca para a ven- da em outros países, tanto do produto final como da integração da cadeia de consumidores, fabricantes, revendedores internacionais e governo de outro país, para o qual deverá ser estabelecido uma pesquisa para entrada no novo mercado (ACUFF, 2004). O objetivo de toda cadeia de valor é atender aos clientes-alvo e criar um sólido relacionamento com eles. A empresa precisa se voltar para algum dos cinco tipos de mercados de clientes – ou para to- dos eles. (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 76) IMPORTANTE A proatividade da empresa para se adequar a tais mudanças do micro- ambiente e do macroambiente é fundamental para o marketing. Segun- do Kotler e Armstrong (2015, p. 95): 35Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. existem três tipos de empresas: as que fazem as coisas acontecerem, as que observam as coisas acontecerem e as que se perguntam o que aconteceu. Muitas empresas veem o ambiente de marketing como um elemento incontrolável ao qual elas devem reagir e se adaptar. Essas empresas acei- tam passivamente o ambiente de marketing e não tentam mudá-lo. Elas analisam as forças ambientais e desenvolvem estratégias que as ajudarão a evitar as ameaças e a obter vantagem das oportunidades oferecidas pelo ambiente. Ou seja, cada vez mais, as empresas devem saber como se adaptar e agir (ou reagir). 3 Fatores do macroambiente 3.1 Demografia “A demografia é o estudo da população humana em termos de tama- nho, densidade, localização, idade, sexo, raça, ocupação e outros dados estatísticos” (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 77). Os aspectos demo- gráficos têm sido impactados recentemente por diversas mudanças na composição das sociedades brasileira e mundial, afetando diretamente o comportamento de compras do consumidor no ambiente de marketing. Entre as principais situações de mudanças demográficas, o grande impacto se dá pelo “boom” do crescimento populacional ao redor do planeta, principalmente na China e na Índia, que direciona o fluxo de consumo global para tais regiões, e também cria subdivisões de nichos demográficos cada vez mais específicos. Entre essas transformações demográficas específicas que im- pactam o consumo, podemos usar o exemplo do Brasil. Previsões demográficas da nossa população para os anos de 2030 e 2050 (ver figura 3) mostram as possíveis transformações na sociedade, em razão 36 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .do impacto da ampliação da longevidade, fazendo com que o país tenha uma maior taxa demográfica fora da chamada população economica- mente ativa (até 65 anos nos critérios econômicos), com possíveis im- pactos nas cadeias produtivas e de serviços pela falta de mão de obra, além de maior dependência de aposentadorias e programas de pensão. Tal pressão não só transforma o poder de consumo, como também cria oportunidade para novos nichos de produtos e consumo. Com o exemplo da projeção demográfica do Brasil, fica claro o de- safio demográfico das empresas que atuam no Brasil e que precisam pensar em produtos e serviços que atendam cada vez mais as faixas etárias superiores da pirâmide, denotando oportunidades para temas que incorporem a longevidade e o bem-estar desses grupos. Figura 3 – Projeção demográfica no Brasil até 2050 90+ 85-89 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 5 Homens Mulheres 2030 50 0 90+ 85-89 80-84 75-79 70-74 65-69 60-64 55-59 50-54 45-49 40-44 35-39 30-34 25-29 20-24 15-19 10-14 5-9 0-4 5 Homens Mulheres 2050 50 0 Fonte: adaptado de IBGE ([s. d.]).2 2 Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/. 37Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Outro aspecto relevante nas questões demográficas está ligado à diver- sidade de novos grupos e arranjos familiares, com presença cada vez mais afirmativa nos núcleos das sociedades pelo Brasil e pelo mundo, como mães e pais solos, idosos solteiros, casais sem filhos, casais homoafetivos com ou sem filhos e público LGBTQ+, que demandam um leque de produ- tos e serviços cada vez mais amplo e plural (KOTLER; KELLER, 2018). NA PRÁTICA A identificação do nicho demográfico que a empresa vai atuar é funda- mental para a sua ação estratégica. Kotler e Keller (2018, p. 78) dizem: Se o mundo fosse uma aldeia de 1.000 habitantes, consistiria de 520 mulheres e 480 homens, 330 crianças e 60 pessoas com mais de 65 anos, 10 pessoas com diploma universitário e 335 analfabetos. A população da aldeia seria formada por 52 norte-americanos, 55 russos, 84 latino-americanos, 95 eu- ropeus, 124 africanos e 584 asiáticos. A comunicação seria difícil porque 165 pessoas falariam mandarim, 86 inglês, 83 hindu, 64 espanhol, 58 russo, 37 árabe e o restante falaria um outro dos mais de 200idiomas existentes. Com base nessa descrição, fica claro como o macroambiente e a aná- lise demográfica são fundamentais para atingir um público-alvo e se adaptar a ele, não é mesmo? 3.2 Economia As variáveis econômicas também afetam o ambiente de marketing, assim como as ações do mix de marketing. Por isso, é crucial obser- var tais mudanças, as quais podem impactar, por exemplo, o preço dos produtos e, com isso, afetar o custo dos insumos e o lucro da empresa (KOTLER; KELLER, 2018). É fundamental que a empresa acompanhe as variáveis econômicas: câmbio, inflação, juros, desemprego, renda e principalmente o crescimento do país, o produto interno bruto (PIB). 38 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .IMPORTANTE O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ajuda a acompanhar a inflação no Brasil. Ele mede a variação de preços de importantes itens do consumo das famílias, como alimentos, transporte e habitação. Fa- tores como escassez (muito comum nas entressafras agrícolas) ou alta demanda por um grupo de produtos podem impactar na elevação de seus preços e nos índices de inflação. No âmbito geral, uma inflação alta inibe o consumo e pode impactar as vendas das empresas. A infla- ção oficial acumulada no Brasil medida pelo IPCA para o ano de 2019 foi de 4,31% (IPEA, 2019). Ao cruzar a inflação com outra variável eco- nômica importante, o salário mínimo, podemos dizer que houve uma leve perda no poder de consumo das famílias brasileiras, já que a média geral no aumento de preços foi superior ao reajuste do salário mínimo (4,1%, em 2019, contra 4,31% da inflação) para o mesmo período. As mudanças macroeconômicas, além de impactarem o país como um todo, principalmente durante crises e recessões, também afetam diretamente as empresas. Por isso, o gestor de marketing tem de ficar atento às constantes mudanças econômicas para adaptar a empresa de modo que consiga se sustentar no mercado, ou possa ter uma vantagem competitiva nos mercados em que atua durante tal período de mudança. NA PRÁTICA A famosa marca brasileira de chinelos e sandálias Havaianas ajuda a entender o impacto do câmbio para empresas que atuam com expor- tações e importações. A forte desvalorização do real brasileiro perante o dólar (ELIAS, 2019) traz mais divisas à empresa quando ela vende ao exterior e recebe em dólares. Mas, nas importações de insumos para a fabricação de parte dos calçados, o real desvalorizado faz com que a empresa precise de um volume maior de moeda local para trocar por dólares, trazendo pressões para os seus custos. A mesma dinâmica acontece com outros insumos, com a desvalorização do real elevando os preços da farinha de trigo importada para o Brasil (que, com o dólar mais alto, eleva o preço médio dos pães) e, por outro lado, amplian- do as receitas de produtos fortes da pauta de exportação brasileira 39Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. (recebem mais reais na troca com o dólar), como o suco de laranja e as proteínas animais. 3.3 Ambiente natural Envolve o ambiente físico e os recursos naturais que são utilizados como insumo pelas empresas ou que são afetados pelas atividades de marketing (KOTLER; KELLER, 2018, p. 86). Inclui desde desastres natu- rais inesperados até as variáveis climáticas, como o impacto das secas na produção agrícola e os impactos das temperaturas quentes e frias no aumento da demanda dos consumidores por sorvetes ou sopas ins- tantâneas, respectivamente. A escassez de água e a poluição são variáveis do ambiente natural que podem impactar a empresa e as ações que deve tomar para cons- truir seu brand (marca, em inglês) ou para dar uma resposta à socie- dade com relação aos efeitos das suas ações no meio ambiente e na sociedade. Um exemplo do impacto negativo da falta de preocupação com o meio ambiente e a sociedade é o desastre ambiental causado pela ruptura das barragens de minério de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais, em 2015 e 2019. Em contrapartida, um exemplo positivo com o meio ambiente pode ser a produção de produtos biodegradáveis e a maior utilização de embalagens retornáveis, que apoiam a redução do uso de recursos naturais. 3.4 Ambiente tecnológico Está ligado ao aparecimento de novas tecnologias que podem tornar obsoletos os produtos de uma empresa. Por isso, é fundamental que a organização fique atenta às mudanças tecnológicas para que possa se adaptar rapidamente às novas tecnologias presentes no mercado. 40 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .Os exemplos da Kodak e da Fuji Films são clássicos para ilustrar- mos o ambiente tecnológico. As empresas eram líderes no mercado de filmes para máquinas fotográficas no início da década de 1990, porém demoraram para tomar uma ação estratégica em relação ao apareci- mento das câmeras digitais, que tornaram obsoletos os filmes para as máquinas convencionais. Além de acompanhar as mudanças tecnológicas, é fundamental que as empresas também invistam em pesquisa e desenvolvimento (P&D) para que se mantenham competitivas e atualizadas em seus setores de atuação. 3.5 Ambiente político As decisões de marketing são fortemente afetadas por aconteci- mentos no ambiente político (KOTLER; ARMSTRONG, 2015). A ação governamental por meio de leis, órgãos e grupos de pressão pode afe- tar um setor de negócios, como uma nova tributação, uma proteção ambiental, um veto a uma propaganda, uma nova ação de rotulagem (como ocorrido no caso da indústria de cigarros no Brasil). O gestor terá que adaptar rapidamente seu mix de marketing para atender às novas leis ou normas que podem reduzir ou até mesmo eliminar a vantagem competitiva sobre os seus concorrentes. 3.6 Ambiente cultural O ambiente cultural ou sociocultural é composto por forças que afe- tam a cultura de uma sociedade, ou seja, os comportamentos estabe- lecidos em determinado país (KOTLER; KELLER, 2018). A pesquisa de mercado é uma ferramenta que pode ajudar a identificar as característi- cas culturais estabelecidas em um país, assim como as tendências. Um exemplo da importância de se entender as questões ligadas à cultura é o caso da rede de varejo dos Estados Unidos Walmart, uma das maiores do mundo, que, ao ingressar no mercado brasileiro em 1995, ofertava 41Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. em suas lojas por aqui equipamentos de esquis e de beisebol, esportes pouco praticados pela nossa população e que tiveram, por consequên- cia, taxas de vendas muito baixas. As questões culturais estão ligadas aos valores centrais que são passados de geração para geração e reforçados pelas escolas, igrejas, empresas e pelo governo (KOTLER; KELLER, 2018). As crenças e os valores secundários são mais abertos a mudan- ças. Acreditar no casamento é uma crença ou valor central; crer que as pessoas devem se casarcedo é uma crença ou valor se- cundário. Os profissionais de marketing podem mudar valores se- cundários, mas dificilmente mudarão valores centrais. (KOTLER; ARMSTRONG, 2015, p. 92) PARA PENSAR O aumento da procura por alimentos orgânicos, sem glúten e sem açú- car reforça a mudança cultural relacionada aos hábitos dos consumido- res, cada vez mais em busca de alternativas que beneficiem a alimen- tação saudável. A paranaense Jasmine, que atua no mercado de alimen- tos considerados saudáveis, registrou nos últimos meses aumento de mais de 70% das vendas de produtos orgânicos às grandes redes varejistas (...) a empresa anunciou em agosto a sua entrada no mercado de hambúrguer vegetal. (PRESSINOTT, 2020) Considerações finais Identificamos, neste capítulo, como é importante para o gestor de marketing estar sempre atento para se adaptar ao ambiente de marketing e suas constantes transformações. O ambiente de marke- ting é formado por dois importantes grupos com fatores distintos: 42 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .1) o microambiente, no qual as mudanças promovidas por clientes, for- necedores, intermediários de marketing, públicos e concorrentes dire- tos e indiretos podem fomentar a mudança drástica de uma estratégia empresarial e do mix de marketing; e 2) o macroambiente em que a empresa está inserida e que demanda constante adaptação aos fatores que influenciam a empresa e o mercado, como mudanças tecnológicas, constantes novos rumos da economia, cada vez mais volátil e globali- zada, questões demográficas e diversos outros fatores que exigem um senso de adaptação constante da organização. Tal adaptação, junto com o planejamento de estratégias e monito- ramento dos fatores-chave do microambiente e do macroambiente, permite à empresa antecipar de maneira competitiva respostas às mu- danças de cenários e estruturar o mix de marketing para atender cada vez mais às necessidades e desejos de seus consumidores. A partir do próximo capítulo, investigaremos mais detalhadamente cada elemento do composto de marketing e também avaliaremos como eles se com- portam e influenciam o ambiente de marketing. Referências ACUFF, F. L. Como negociar qualquer coisa, com qualquer pessoa, em qual- quer lugar do mundo. São Paulo: Senac, 2004. ELIAS, J. Desvalorização do real em 2020 só perde para moeda da Venezuela e da Zâmbia. CNN Brasil, 2 out. 2020. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com. br/business/2020/10/02/desvalorizacao-real-dolar-em-2020-so-perde-para- moedas-da-venezuela-e-da-zambia. Acesso em: 19 nov. 2020. FROMM, J.; READ, A. Marketing to gen Z: the rules for reaching this vast – and very different – generation of influencer. Nova York: Amacom, 2018. GONÇALVES, V. Millennials, X, Z ou alpha: a qual geração você pertence? Consumidor moderno, 10 abr. 2019. Disponível em: https://www.consumidor- moderno.com.br/2019/04/10/a-qual-geracao-voce-pertence/. Acesso em: 15 out. 2020. 43Análise ambiental M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. HOOLEY, G.; PIERCY, N. F.; NICOULAUD, B. Estratégia de marketing e posiciona- mento competitivo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Pirâmide etá- ria 2010-2060 Brasil. IBGE, [s. d.]. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/apps/ populacao/ projecao/. Acesso em: 10 nov. 2020. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA – IPEA. Inflação. Carta de Conjuntura, n. 46, Seção III, 1o trimestre de 2019. Disponível em: https://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/wp-content/uploads/2020/02/ CC46-Infla%C3%A7%C3%A3o-_Final.pdf. Acesso em: 19 nov. 2020. JUNQUEIRA, G. Geração Z e millennials, entenda as diferenças e o impacto no seu negócio. InfoVarejo, 7 fev. 2020. Disponível em: https://www.infovarejo. com.br/geracao-z-e-millennials-entenda-as-diferencas-e-o-impacto-no-seu- negocio/. Acesso em: 15 out. 2020. KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2015. KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 15. ed. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2018. MATTOS, A. Wal-Mart admite erros e faz planos no Brasil. Folha de S.Paulo, Mercado, 6 jun. 2004. Disponível em: https://feeds.folha.uol.com.br/fsp/ dinheiro/ fi0606200424.htm. Acesso em: 15 out. 2020. PATEL, N. Marketing para geração Y: guia oficial do Neil Patel. Neil Patel, [s. d.]. Disponível em: https://neilpatel.com/br/blog/marketing-para-geracao-y/. Acesso em: 15 out. 2020. PRESSINOTT, F. Grupos menores e foodtechs agitam o segmento de alternati- vas vegetais. Valor econômico, 23 out. 2020. Disponível em: https://valor.globo. com/agronegocios/noticia/2020/10/23/grupos-menores-e-foodtechs-agitam- o-segmento-de-alternativas-vegetais.ghtml. Acesso em: 20 nov. 2020. 45 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 3 Composto mercadológico – P de produto As decisões relacionadas aos produtos – um dos 4 Ps do compos- to de marketing – estão fortemente ligadas ao objetivo da empresa de proporcionar satisfação superior à oferecida pelos concorrentes e, con- sequentemente, desenvolver relacionamento de longo prazo com os seus públicos-alvo (OLIVEIRA, 2012). Neste capítulo, vamos analisar o composto mercadológico no que se refere ao produto, trazendo visões importantes sobre níveis, classificação, características e decisões rela- cionadas a esse pilar. Conforme vimos anteriormente, os 4 Ps ajudam nas táticas e nas ações do mix de marketing, apoiado nas definições de segmentação para o mercado-alvo. Produto, preço, praça (ou ponto de venda) e pro- moção (ou comunicação de marketing) serão, respectivamente, os te- mas deste e dos próximos três capítulos. 46 Gestão mercadológica Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo .Aqui, vale relembrarmos o conceito de produto. Como o próprio nome indica, um produto é tudo aquilo que é ofertado ao mercado para satisfazer a necessidade e o desejo do cliente, buscando ser melhor do que o do seu competidor. Feito esse importante resgate conceitual, vamos para as próximas páginas e trazer novos e importantes funda- mentos do nosso primeiro “P”? 1 O que é produto? Após definido o escopo de produto dentro do composto de marketing, agora traremos visões que detalham mais ainda o tema e a sua impor- tância como parte de uma oferta, as possibilidades de linhas de produto e o processo de desenvolvimento de novos produtos. Mas, antes de avançarmos para diversos conceitos relevantes, em primeiro lugar precisamos definir bem o que é o produto. De acordo com Semenik e Bamossy (1996, p. 260), “é um conjunto de atributos tangíveis e intangíveis que proporciona benefícios reais ou percebidos com a finalidade de satisfazer a necessidade e os desejos do consu- midor”. Desse modo, podemos entender o produto como bens físicos e até mesmo como serviços, pessoas, locais, organizações e ideias (OLIVEIRA,
Compartilhar