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BIOÉTICA E BIOSSEGURANÇA MÓDULO 1 - FUNDAMENTOS BÁSICOS EM BIOSSEGURANÇA EM SAÚDE. MÓDULO 2 - CONTROLE DE INFECÇÃO NO AMBIENTE. PROFESSORA RENATA CAMPELO MÓDULO I Fundamentos básicos da biossegurança em saúde Aula 1: Histórico, conceito e legislação em biossegurança no contexto da saúde. PARA INÍCIO DE CONVERSA Olá! A partir de agora começaremos o estudo da nossa disciplina de Bioética e Biossegurança. Iniciaremos com o estudo da Biossegurança, que será dividido em três módulos e, em seguida, estudaremos a Bioética, no módulo quatro. Nosso primeiro módulo trata da biossegurança, seus conceitos básicos e legislação, riscos ocupacionais e práticas para minimização desses possíveis ricos, também conheceremos algumas doenças transmissíveis às quais os profissionais de saúde são expostos durante a prática clínica e como minimizar a contaminação por microrganismos. Sejam bem-vindos e aproveitem essa jornada! Histórico, Conceito e Legislação em Biossegurança no Contexto da Saúde Um dos conceitos mais utilizados para definir a biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação dos riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, riscos que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas, do meio ambiente (TEIXEIRA E VALLE, 2010, 1996). Outro conceito relevante diz que a biossegurança é uma doutrina de comportamento que visa o alcance de atitudes e condutas que diminuam os riscos do trabalhador de locais de saúde (hospitais, clínicas, hemocentros, etc) de adquirir infecções ocupacionais (MOREIRA, 1997). Nesse conceito observamos que a aplicação das técnicas de biossegurança vai além do conhecimento de protocolos, mas requer uma mudança de mentalidade que nos conduza a entender a real importância e finalidade dessas técnicas, o que vai gerar um comportamento seguro para o ambiente de trabalho. Podemos dizer ainda que a biossegurança é um ato de cuidado, amor e responsabilidade. Pelo menos é como a professora que vos “fala” vê a biossegurança, uma forma de mostrar o cuidado com a saúde do seu paciente, indo além do que ele vê, cuidando do que ele muitas vezes nem imagina. Esse cuidado com o outro se estende a toda a equipe, inclusive a você e reflete o amor pela sua família, já que você está fazendo “tudo certinho” para não levar contaminação para casa. Essa responsabilidade é de todos nós profissionais e futuros, que querem deixar seu legado no mundo. A biossegurança não esteve sempre presente no atendimento em saúde. Ela foi se aprimorando no decorrer dos anos, acompanhando a evolução da tecnologia e do conhecimento, os quais nos permitiram conhecer mais sobre os microrganismos e sua relação com a saúde. No Brasil a biossegurança se consolidou como área específica por volta da década de 70, a partir das necessidades das escolas médicas e da pesquisa experimental, sendo desenvolvidos trabalhos científicos sobre as vantagens e riscos inerentes a essas práticas. Em seguida, foram sendo elaboradas leis, decretos, normas regulamentadoras para controle da prática de diferentes tecnologias, seja ela em laboratórios ou relacionadas com o meio ambiente. PARA REFLETIR Ao seguirmos os protocolos de biossegurança devemos estar preocupados apenas com os profissionais de saúde envolvidos no atendimento? E para garantir que todas as ações de cuidado, prevenção e eliminação dos riscos relacionados ao atendimento de saúde sejam cumpridas de forma padronizada, garantindo eficácia e eficiência nesses procedimentos devemos nos pautar na seguinte legislação do Ministério da Saúde: Legislação Do que trata? Lei - 6360, de 23/09/1976 do Ministério da Saúde Dispõe sobre a Vigilância Sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as Drogas, os Insumos Farmacêuticos e Correlatos, Cosméticos, Saneantes e Outros Produtos, e dá outras Providências Lei - 8080, de 19/09/1990 do Ministério da Saúde Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Portaria 1884, de 11/11/1994 do Ministério da Saúde Normas para projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde Lei - 6437, de 11/03/1998 do Ministério da Saúde Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências. Portaria 453, de 01/03/1998 do Ministério da Saúde Regulamento Técnico que estabelece as diretrizes básicas de proteção radiológica em radiodiagnóstico médico e odontológico, dispõe sobre o uso dos raios-X diagnósticos em todo território nacional e dá outras providências Portaria 344, de 12/05/1998 do Ministério da Saúde; Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial VOCÊ SABIA? A lei 11.105, também conhecida como Lei da Biossegurança, trata da manipulação de organismos geneticamente modificados e a utilização de células-tronco para fins de pesquisa e terapia. Além disso, temos as normas regulamentadoras (NRs), que fornecem orientações sobre protocolos obrigatórios, seja no setor público ou privado, para garantir a integridade, a segurança e a saúde dos trabalhadores que atuam no serviço de saúde. Para o nosso estudo iremos destacar duas das normas: ● NR 06 - Equipamentos de Proteção Individual – EPI ● NR 32- Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde A NR 06 discorre sobre os dispositivos ou equipamentos de proteção individual (EPI) que devem ser utilizados pelos profissionais a fim de garantir proteção de possíveis riscos que possam prejudicar a saúde e a segurança do trabalhador. Os EPIs podem variar, atendendo a peculiaridade de cada atividade profissional, no entanto, é necessário que todos eles possuam um certificado de aprovação (CA) emitido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Nesta norma também são pontuados os direitos e deveres do empregador e do empregado. O empregador deverá fornecer EPI adequado a cada atividade com certificado de aprovação, poderá treinar sua equipe para o correto uso dos dispositivos e poderá exigir o uso dos equipamentos, por exemplo. Por outro lado, o empregado deverá ser responsável pela conservação do seu EPI, cumprir as orientações do empregador quanto ao uso e utilizar os equipamentos apenas para o fim a que se destina, dentre outros. A NR 32 traz vários pontos de extrema importância para a prática odontológica, estabelecendo diretrizes básicas para implementação de medidas de proteção à segurança e saúde dos profissionais de saúde. Dentre os tópicos abordados, temos: exposição e classificação dos tipos de riscos (biológicos, químicos, ionizantes), cuidados e manejos de resíduos, limpeza e conservação do ambiente, manutenção de máquinas e equipamentos. ATENÇÃO Alguns estados brasileiros, além de seguirem as orientações (legislação e normas regulamentadoras) citadas aqui, possuem sua própria legislação estadual detalhando todos os processos que precisam ser seguidos para garantir a biossegurança durante o atendimento de saúde. Aula 2: Os riscos biológicos, químicos, físicos e mecânicos no atendimento à saúde e suas respectivas práticas de segurança Riscos ocupacionais no atendimento à saúde Quando uma atividade laboral apresenta a possibilidade de ocorrência de acidentes, levando o trabalhador a algum tipo de dano, temos o chamado risco ocupacional. Esse risco acontece antes mesmo da etapa profissional, já que os acadêmicos durante seus estágios estão susceptíveis a esses acidentes. Os danos resultantes desses acidentes podem ocorrer de forma imediata, como uma perfuração com instrumento cortante, ou a longoprazo, decorrente da ausência de ergonomia adequada durante o atendimento ao paciente, por exemplo. Os riscos mais frequentes são classificados pelo Ministério do Trabalho de acordo com sua natureza em cinco grupos, são eles: 1) físicos; 2) químicos; 3) biológicos; 4) acidentes ou mecânicos e 5) ergonômicos. Cada grupo recebe uma cor específica de acordo com a figura a seguir: Grupos de riscos ocupacionais. Classificação dos riscos ocupacionais em grupos, de acordo com a natureza e a padronização das cores correspondentes. Fonte: Adaptado de Anexo 4 da Portaria nº 25, 25/12/94. Em centros de saúde ou clínicas maiores podemos lançar mão do uso do mapa de risco. O mapa representa uma simulação dos possíveis riscos de cada ambiente do local de trabalho, alertando os profissionais para os cuidados necessários para cada área, o que contribui para a redução de riscos ocupacionais. Os círculos de diferentes cores e tamanhos sinalizam os diversos tipos e graus de riscos ocupacionais. Mapa de risco. Simulação de ambiente de trabalho e seus diferentes tipos e graus de riscos ocupacionais. Fonte: Próprio Autor (2021) Riscos físicos Os riscos físicos estão relacionados com as diversas formas de energia que o profissional pode estar exposto, como ruído, vibração, radiação ionizante e não- ionizante, temperaturas extremas, iluminação deficiente ou excessiva, umidade e outros. Se observarmos bem, estamos expostos a diferentes riscos físicos na nossa rotina odontológica, mesmo quando realizamos procedimentos simples. Riscos químicos Toda substância, composto ou produto capaz de penetrar no organismo do profissional através do contato, inalação, ingestão ou absorvido pela pele é considerado agente de risco químico. Esses agentes químicos podem se encontrar em forma de poeiras, névoas, vapores, gases, mercúrio, produtos químicos em geral e outros. No atendimento à saúde também somos expostos a agentes químicos, seja no manejo direto do paciente, seja nos cuidados de limpeza, desinfecção e esterilização do ambiente e materiais de trabalho. Dentre os principais causadores dos riscos químicos temos os desinfetantes químicos, como álcool, glutaraldeído, hipoclorito de sódio, ácido peracético, clorexidina, detergente enzimático e também gases, como o óxido nitroso. Vamos conferir abaixo algumas dicas para minimizar os riscos químicos na nossa rotina. Como minimizar os riscos químicos? ● Uso adequado dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) de acordo com a especificidade da atividade; ● Fornecer EPI também para o paciente evitando acidentes durante o atendimento; ● Limpar a sujidade do chão realizando a varredura úmida, com uso de mops próprios, evitando levantar poeira; ● Sempre observar e seguir as recomendações do fabricante em relação ao armazenamento e manuseio dos produtos; ● Realizar manutenção programada das válvulas dos recipientes contendo gases medicinais; Riscos ergonômicos Segundo o dicionário Aurélio, ergonomia é o estudo científico que busca melhorar as condições de trabalho, visando um aumento de produtividade, através da análise das relações entre o homem e a máquina. Portanto, qualquer fator que possa interferir na saúde do profissional durante sua prática laboral gerando prejuízo ou desconforto na saúde é considerado um risco ergonômico. Em geral, os riscos ergonômicos podem gerar danos a longo prazo e, por isso, os cuidados com a ergonomia acabam sendo minimizados ou deixados de lado pela maior parte dos profissionais, já que não são uma ameaça imediata à sua saúde. Vamos conferir na tabela abaixo os possíveis causadores de riscos ergonômicos e como minimizá-los? Causador de riscos ergonômicos Como minimizar? Postura incorreta Conhecer a postura adequada para cada tipo de procedimento e cada área da cavidade bucal. Ausência de auxiliar/técnico Contratar auxiliar ou técnico para evitar movimentos e postura inadequados. Falta de capacitação da equipe Treinamento constante da equipe para realizar trabalho eficiente e harmônico. Atenção e foco no atendimento Realizar uma tarefa de cada vez. Exemplo: evitar que o técnico esteja auxiliando um procedimento e ao mesmo tempo atendendo o telefone. Ritmo excessivo de trabalho Fazer planejamento dos atendimentos diários. Movimentos repetitivos Realizar atividades físicas constantes e realizar alongamentos nos intervalos dos atendimentos. Monotonia Evitar a realização de tarefas em piloto automático, estimulando a equipe com novos desafios. Riscos mecânicos ou acidentes Quando o profissional está submetido a condições que possam afetar sua integridade física e bem-estar psíquico, como equipamentos inadequados, instrumentais com defeitos ou impróprios, probabilidade de incêndio, espaço físico inadequado e/ou subdimensionado, estrutura física com defeitos, rede hidráulica e/ou elétrica improvisada, falta de equipamento de proteção individual, dentre outros, está sujeito a riscos mecânicos ou acidentes. A melhor forma de prevenir a ocorrência desses acidentes é seguindo as orientações da Anvisa, que regulamenta todos os detalhes referentes a instalação de equipamentos em espaço físico adequado, utilização de materiais, medicamentos e produtos registrados, realização de manutenção preventiva e corretiva da rede elétrica e hidráulica. Além de seguir as normas regulamentadoras quanto à instalação e utilização de extintores e incêndio (NR-23) e implantar o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (NR-9) em clínicas odontológicas com maior número de funcionários. Risco biológico No atendimento estamos constantemente expostos a materiais biológicos, como sangue e saliva, que são potenciais fontes de contaminação por vírus, bactérias e fungos, o que constitui um sério risco ocupacional aos profissionais da área da saúde. Esses riscos podem ser minimizados através do cumprimento da NR-32, uso de equipamento de proteção coletivo e individual, medidas de promoção e prevenção à saúde, imunização, etc. Os profissionais de saúde precisam estar atentos para que todas essas diretrizes sejam seguidas rigorosamente para que haja redução da contaminação por materiais biológicos. VAMOS REFLETIR Você já parou para pensar que a batalha contra os microrganismos se torna muito mais desafiadora porque não estamos vendo os nossos “inimigos”? Sim, isso é verdade. Muitos profissionais acabam não seguindo à risca os protocolos de biossegurança porque “esquecem” que o vírus da hepatite, por exemplo, é invisível a olho nu, mas está presente na saliva que pode respingar nos olhos, caso não utilizemos os óculos de proteção e isso acarreta graves consequências. Entendeu porque precisamos ser ainda mais criteriosos? Combater um inimigo invisível requer seguir protocolos de forma minuciosa para garantir a saúde e proteção do profissional, da sua equipe, dos pacientes e, também, de seus familiares. Mesmo colocando em prática todas as medidas de biossegurança, é possível que ocorra acidente com material perfuro cortante contaminado com substância orgânica (sangue e saliva). Por isso, é importante conhecermos a conduta a ser tomada após essa situação. Vamos conferir os passos a seguir, segundo a Anvisa (2006): 1. Lave o local do acidente abundantemente com água corrente e sabão. Não provoque sangramento da ferida. Antissépticos tópicos podem ser utilizados, como álcool 70% e PVPQ. 2. Dirija-se ao local de referência para conduta de acidentes ocupacionais com risco biológico. Os protocolos profiláticos para HIV e HSB devem ser iniciados em até 2 horas após o acidente, podendo ser excepcionalmente 24 a 36 horas depois. No local deverá ser preenchido o inquérito de notificação e emitida a Comunicaçãode Ambiente de Trabalho – CAT. 3. É importante obter do paciente-fonte todos os detalhes sobre seus hábitos de vida, história de transfusão sanguínea, uso de drogas, vida sexual, etc., para analisar melhor os riscos envolvidos. 4. Leve sua carteira de vacinação e, se possível, exames laboratoriais recentes. 5. Deverá ser solicitado pelo médico a coleta de sangue do paciente-fonte, incluindo teste de HIV, anti-HCV e HbsAg. 6. Se o médico julgar ser uma situação de risco, as quimioprofilaxias serão iniciadas. O profissional acidentado deverá ser acompanhado periodicamente segundo conduta do médico. 7. As sorologias serão repetidas no intervalo de seis semanas, três meses, seis meses e ano após o acidente. 8. Se mesmo após todas as condutas ocorrer soroconversão do profissional acidentado, este deve ser encaminhado ao médico do trabalho para as devidas providências. Aula 3: Doenças adquiridas em contexto de saúde e segurança biológica Doenças Adquiridas em Contextos de Saúde e Segurança Biológica A contaminação do profissional da saúde pode ocorrer de diferentes formas, como contaminação por via aérea, contato direto ou indireto com fluidos orgânicos, contato direto ou indireto com o paciente e precisamos estar cientes de como evitar essa contaminação, independentemente de sua forma de transmissão. A tosse, espirro e fala podem gerar gotículas e aerossóis, sendo que as gotículas chegam a uma distância de 1 metro, enquanto os aerossóis permanecem em suspensão no ar durante várias horas e alcançam uma distância maior, por serem partículas muito pequenas. Contaminação por via aérea. Fonte: Próprio Autor (2021) Já sabemos que os materiais biológicos (sangue e saliva) geram grandes riscos a toda a equipe durante o atendimento, principalmente quando é necessário manipular a cavidade oral usando instrumentos rotatórios e pérfuro-cortantes que podem aumentar ainda mais a chance de contaminação. Essa contaminação pode acontecer por diversos tipos de exposição: 1) percutânea: decorrente de instrumentos cortantes; 2) mucosa: contato com a mucosa dos olhos, nariz e boca; 3) cutânea: contato com pele não íntegra; 4) mordedura humana: deve ser avaliado o risco tanto para quem provocou, quanto para quem foi exposto. Os profissionais expostos aos fluidos orgânicos estão sujeitos a doenças como hepatites A, B e C, síndrome da imunodeficiência humana (AIDS), covid-19, dentre outras. Vamos ver como minimizar esses riscos a seguir. Como minimizar a contaminação por fluidos orgânicos? ● Registrar todos os dados médicos do paciente durante anamnese; ● Ter uma equipe treinada e focado no atendimento; ● Utilizar afastadores apropriados durante os procedimentos, evitando proximidade com os dedos; ● Evitar manipulação de agulhas (reencapar, dobrar, quebrar); ● Acondicionar instrumentais cortantes em recipiente apropriado resistente à perfuração; ● Eliminar pérfuro-cortantes descartáveis em coletores específicos (exemplo: Descarpack); ● Uso do equipamento de proteção individual. Existem também doenças que podem ser transmitidas pelo contato com o paciente, seja esse contato direto, através do contato com a pele, ou indireto, através do contato de superfícies ou objetos contaminados. As medidas de precaução padrão (uso de EPIs, lavagem das mãos, limpeza e desinfecção do ambiente) devem ser tomadas para todos os pacientes, independentemente de o paciente ter relatado condição de saúde normal ou não. CURIOSIDADES Vimos que os profissionais de saúde estão expostos a todos os grupos de riscos ocupacionais e também aprendemos como evitar todos esses riscos. Agora surgiu a curiosidade: quais as profissões que estão mais expostas aos riscos ocupacionais? Você já pensou nisso? Para conferir a resposta é só acessar: Conheça as 10 profissões mais perigosas do mundo Fonte: https://www.infomoney.com.br/carreira/conheca-10-das-profissoes-mais-perigosas- do-mundo/ https://www.infomoney.com.br/carreira/conheca-10-das-profissoes-mais-perigosas-do-mundo/ Imunização para profissionais de saúde Não poderíamos finalizar este módulo sem falar de algo indispensável para os profissionais da saúde, que é a imunização. Já vimos que esses profissionais têm um risco elevado de contrair doenças infecciosas, que também variam de acordo com a região brasileira que estão inseridos e com a população que é atendida, portanto toda equipe de saúde, inclusive os acadêmicos, precisam estar com sua carteira de vacinação em dia. Lembrando que a imunização, ou seja, adquirir resistência a determinados microrganismos e a doença causada por eles, pode acorrer de forma passiva ou ativa. A imunização ativa ocorre de forma natural, quando você adquire a infecção mesmo que ela não manifesta sinais e sintomas da doença, ou de forma artificial, quando é inoculado o agente infeccioso ou uma forma variante, através da vacina. A imunização passiva é adquirida naturalmente, através da transferência dos anticorpos da mãe para o filho, ou artificialmente, através da inoculação de imunoglobulinas, por exemplo. Dentre as normas de proteção aos profissionais da saúde estabelecidas pela NR-32, temos a indicação de realizar a imunização contra agentes infecciosos e biológicos através das vacinas. Segundo a ANVISA, as principais vacinas indicadas para a Odontologia são contra hepatite B, influenza, tríplice viral e dupla tipo adulto. SAIBA MAIS Conheça o esquema de vacinação preconizado para os profissionais de saúde. VACINA DOSE REFORÇO Hepatite B 3 doses ( 0 – 1 – 6 meses) - Febre amarela Dose única A cada 10 anos ou 10 dias antes de viagem para áreas endêmicas. SRC – Sarampo, Rubéola e Caxumba Dose única - BCG – ID- Contra Tuberculose Dose única - DT- Difteria e Tétano 3 doses no esquema básico A cada 10 anos. Pode ser antecipada para 5 anos em caso de gravidez ou lesões graves. Influenza Anual - Fonte: Adaptado da ANVISA (2006) DESAFIO Tenho um desafio para você realizar nesse momento. Sim, agora mesmo! Pegue sua carteira de vacinação e cheque se suas vacinas estão em dia. Ficou na dúvida? É só levar até o posto de saúde mais próximo e aproveitar para colocar em dia sua imunização. Sua saúde é muito importante. Cuide de você! Questionário Módulo I 1) Os profissionais da saúde estão expostos a diversos riscos ocupacionais durante sua prática, sendo os mais frequentes os físicos, químicos, ergonômicos, mecânicos ou acidentes, e biológicos. Considerando os riscos relacionados à assistência odontológica, marque a alternativa correta: a) As canetas de alta rotação, compressores, aparelhos de rx e ausência de epi podem gerar riscos físicos aos profissionais expostos. b) Para minimizar o risco químico é necessário o uso do epi durante o atendimento do paciente, como gorro, máscara, luvas, jaleco descartáveis, sapato apropriado, dentre outros, no entanto esses equipamentos de proteção são dispensáveis na limpeza do ambiente. c) Um ritmo de atendimento acelerado e excessivo, com ausência de auxiliar ou técnico e ausência de planejamento podem gerar estresse no profissional, mas não são responsáveis por nenhum tipo de risco relativo ao atendimento odontológico. d) Dentre as medidas para minimizar os riscos mecânicos temos a instalação de extintores de incêndio preconizados pela NR-23 e treinamento da equipe para sua utilização. Resposta: d 2) Relacione as colunas para associar os riscos ocupacionais com suas respectivas atividades: 1. Risco físico ( ) Uso de foco de luz desregulado durante atendimento cirúrgico. 2. Risco químico ( ) Uso de instrumentais inadequados ou cegos. 3. Risco ergonômico ( ) Uso de instrumental pérfuro- cortante duranteo atendimento sem os epis adequados. 4. Risco mecânico ( ) Atendimentos sem pequenas pausas e alongamentos. 5. Risco biológico ( ) Procedimento de desinfecção de equipamentos com uso de ácido peracético. Resposta: 1 -4 – 5 – 3 – 2 3) Quais dessas doenças podem ser evitadas com a vacinação? a) Hepatite e tuberculose. b) Influenza (gripe) e HIV c) Catapora e herpes. d) Difteria e diabetes Resposta: a 4) Marque a alternativa incorreta em relação à Biossegurança. a) A anamnese é uma etapa importante da consulta, pois determina segurança exclusiva para o paciente. b) É indispensável que os profissionais de saúde conheçam os Equipamentos de Proteção Individual para sua prática clínica, assim como sua correta utilização. c) É importante que os profissionais estejam com a vacinação atualizada, para que os mesmos estejam protegidos contra algumas doenças, como a hepatite. d) Realizar o posicionamento correto do paciente, assim como se posicionar de forma ergonômica para o atendimento é uma maneira de minimizar um dos tipos de risco ocupacional que o profissional está exposto. Resposta: a 5) Ao utilizar instrumentos inapropriados para determinado procedimento, o profissional rasga sua luva e corta seu dedo com a ponta pérfuro-cortante do instrumento. Qual o passo-a-passo que o profissional deve seguir após esse acidente? Coloque os passos na ordem correta. ( ) Realizar exames de sangue solicitado pelo médico e, se indicado, será solicitado exames para o paciente-fonte também. ( ) Lavar abundantemente com água e sabão, não provocando sangramento e nem aumentando a área lesada. ( ) Dentro das próximas 2 horas dirija-se ao centro de referência no atendimento de acidentes ocupacionais, onde será preenchido o inquérito de notificação e emitida a CAT ( Comunicação de Acidente de Trabalho). ( ) Cheque as informações contidas na ficha do paciente e investigue novamente sobre hábitos, história de transfusão de sangue, uso de drogas, vida sexual, etc. ( ) Caso o paciente fonte seja positivo, o profissional acidentado deverá iniciar medicações prescritas pelo médico. ( ) O profissional acidentado irá repetir a sorologia para HIV e Hepatite B e C após 6 semanas, 3 meses, 6 meses e 12 meses e realizar acompanhamento médico durante esse período. Resposta: 4 – 1 – 3 – 2 – 5 – 6 . REFERÊNCIAS BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC n. 306, de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 10 de dezembro de 2004. Disponível em: http://e-legis.bvs.br/leisref/public/home.php BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília, 2009 BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Serviços Odontológicos. Prevenção e Controle de Riscos, Brasília, 2006. BRAMBILA, Brenda Scheffer. Contaminação cruzada no ambiente odontológico: uma revisão de literatura. 2019. Monografia (Bacharel em Odontologia) - o Centro Universitário UNIFACVEST, Lages, 2019. BRUCH, C.W.; BRUCH, M. K. Sterilization. In: MARTIN, E.W.; EASTON, P. Husas’s Pharmaceutical Dispennsing. Marck Publish, 1971. BRASIL, Ministério da Saúde, Secretária de Assistência à Saúde. Orientações gerais para Central de Esterilização. Brasília, 2001. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Manual de boas práticas em biossegurança para ambientes odontológicos. Brasília, 2020. COSTA, Marco Antonio F. e COSTA, Maria de Fátima B. Biossegurança de A a Z. 4ª ed. Amazon, 2020. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Hepatites, AIDS e herpes na prática odontológica. Brasília: 1996. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. Brasília, DF: Centro de Documentação, 1994. MOREIRA, A.F. Normas de bioseguridad del Ministerio de Salud Publica. Uruguay, 1997. RECOMENDAÇÕES práticas para processos de esterilização em estabelecimentos de saúde - parte I: esterilização a calor (Guia elaborado por enfermeiros brasileiros). Campinas, Komed, 2000. 95 p. STEFANI, Christine M.; ARAÚJO, Dilene M.; ALBUQUERQUE, Sandra Helena C. Normas e rotinas para o atendimento clínico no curso de odontologia da UNIFOR. Fortaleza: Universidade de Fortaleza. 2004. 82p. TEIXEIRA, P. e VALLE S. Biossegurança: uma abordagem multidisciplinar. Rio de Janeiro: Fiocruz, 1996. MÓDULO II Controle de infecção no ambiente Aula 1: Medidas de controle de infecção: higienização das mãos e equipamento de proteção individual e coletivo PARA INÍCIO DE CONVERSA No módulo anterior trabalhamos novos conceitos e focamos nos riscos ocupacionais e como reduzir os danos aos quais os profissionais estão expostos. Nesse módulo aprofundaremos nosso conhecimento em relação aos riscos biológicos e as principais medidas preventivas no controle das infecções. Para iniciarmos nosso estudo e aproveitar ao máximo os novos conhecimentos, vamos trabalhar primeiro alguns conceitos que precisamos ter em mente a partir de agora. Já vimos que os profissionais da saúde estão expostos à contaminação de diversas doenças infectocontagiosas, como sarampo, rubéola, AIDS, hepatites, etc. Precisamos também ressaltar que a equipe odontológica não está susceptível apenas a ser contaminada, mas também a propagar a contaminação de microrganismos patogênicos. A manipulação de matéria orgânica, o contato com instrumentais, exposição a gotículas e aerossóis e o contato com superfícies do ambiente de trabalho são fatores que contribuem para a ocorrência da contaminação cruzada. A contaminação cruzada é a transferência de microrganismos patogênicos dos profissionais para os pacientes, dos pacientes para os profissionais ou dos pacientes para os pacientes através de objetos e superfícies contaminadas. A contaminação por si só não significa necessariamente desenvolvimento da doença, ou seja, para que a infecção ocorra outros fatores estarão envolvidos nesse processo que são o agente etiológico, o hospedeiro susceptível e a transmissibilidade. O agente etiológico pode ser vírus, bactérias, fungos, ou seja, qualquer microrganismo capaz de causar uma infecção. O hospedeiro susceptível é qualquer indivíduo que não apresenta resistência ao patógeno, isso pode ser decorrente de fatores hereditários, estado nutricional e sistema imune. E a transmissibilidade está relacionada com as diversas vias de contaminação, como contato direto, contato indireto, via aérea por gotículas, aerossóis. Brambila (2019) relata que a infecção cruzada no ambiente odontológico pode acontecer por diversos fatores, sendo comum a desinfecção inadequada e equipamentos e do ambiente, descuido no uso de películas radiográficas, assim como falhas no processo de esterilização e uso indevido do jaleco. PARADA OBRIGATÓRIA O risco de infecção cruzada não finaliza ao final do atendimento do paciente. Além de os microrganismos poderem ficar em suspensão no ar devido aos aerossóis, vários patógenos permanecem viáveis sobre as superfícies, podendo ser fonte de contaminação para outros pacientes, se as medidas preventivas adequadas não forem realizadas. Confira a seguir o tempo de sobrevivência no meio ambiente de alguns microrganismos (ANVISA, 2012): Rotavírus - 12 dias Hepatite - 7 dias HIV - 3 dias Candida - várias horas Staphylococcus Aureus - 200 meses Streptococcus pneumoniae - 20 dias Salmonella spp - 1 dia Herpes simples - 8 semanas Medidas de controle de infecção Higienização das mãos Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) a higiene das mãos é reconhecida como a prática mais efetiva para reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde. Um ato tão simples como o de lavaras mãos com água e sabão, quando realizado com a técnica correta, pode reduzir a população microbiana e interromper a cadeia de transmissão de doenças. Pode parecer surpreendente, mas essa simples medida de controle de infecção não é adotada de forma rotineira pela maioria dos profissionais da saúde. Portanto, torna-se um desafio o desenvolvimento de estratégias que incentivem e promovam o estabelecimento desse hábito. Nossas mãos estão em constante contato com pacientes, superfícies, artigos, sendo capazes de abrigar patógenos e transferi-los de um local para outro, de forma direta ou indireta. Esses microrganismos podem fazer parte de uma microbiota residente, microrganismos que se multiplicam e se mantém em equilíbrio com o sistema imune do hospedeiro, normalmente não causam nenhum tipo de dano devido sua baixa patogenicidade, ou de uma microbiota transitória, depositadas na superfície da pele, possuindo maior potencial patogênico. De acordo com o tipo de trabalho e/ou procedimento realizado devemos escolher o melhor método de higienização das mãos e o tipo de substância adequada, adequando à real necessidade de cada ambiente de trabalho. O atendimento à saúde, por ser de alto risco de contaminação, requer lavagem das mãos com água e sabão frequentes e o uso de soluções alcoólicas tem sua indicação reduzida. Todas as substâncias utilizadas na higienização das mãos devem ser registradas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária, conforme as RDCs n.º 79, de 28 de agosto de 2000, n.º 133, de 29 de maio de 2003, e n.º 136, de 29 de maio de 2003, garantindo a eficácia e segurança que os produtos devem apresentar. Vamos acompanhar no quadro abaixo o passo-a-passo para uma higiene das mãos adequada: TÉCNICA DE HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS Antes de lavar as mãos: - Mantenha as unhas curtas e, preferencialmente sem esmalte; - Remova os acessórios (anéis, pulseiras, relógios); Lavagem das mãos: - Enxague as mãos em água corrente - Coloque a quantidade necessária do produto de acordo com a recomendação do fabricante; - Esfregue as palmas das mãos para espalhar todo o produto; - Esfregue os dedos, especialmente a região interdigital; - Esfregue as unhas, fazendo movimento circulares na palma da mão; - Esfregue o dorso das mãos; - Esfregue os polegares; - Esfregue os punhos; - Enxague para remoção total do produto; - Seque as mãos com papel toalha; - Use o papel toalha para fechar a torneira, caso não seja de pedal. PARADA OBRIGATÓRIA Vamos conferir no vídeo como fica o passo-a-passo de higienização das mãos na prática: Fonte: Higienização das Mãos - YouTube https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=aO1a_Lu9sF8&feature=youtu.be *Clique com o botão direito do mouse e escolha a opção “abrir hyperlink”. Equipamentos de proteção individual e coletiva Os profissionais de saúde utilizam os equipamentos de proteção individual (EPI), que são os produtos ou dispositivos que fornecem proteção ao indivíduo, são exemplos: gorro, luva, avental, máscara e outros. Existem também os equipamentos de proteção coletiva (EPC) mais destinado ao âmbito hospitalar, com o objetivo de reduzir ou eliminar os riscos ambientais identificados, exemplos: placas de sinalização, cones e correntes de segurança, sistemas de ventilação e exaustão, detectores de fumaça e outros. Portanto, o uso dos equipamentos de proteção individual é a primeira medida de controle de infecção que vamos estudar, a qual vai garantir segurança a toda equipe. Deve ser utilizado não só durante o procedimento clínico, mas também para limpeza do ambiente e processamento de artigos. Os EPIs são regulamentados pela NR-6 do Ministério do Trabalho, que enfatiza que o empregador deve disponibilizar os equipamentos de proteção adequados e em bom estado aos seus empregados, garantindo saúde, segurança e https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=aO1a_Lu9sF8&feature=youtu.be proteção. Além disso, a equipe precisa ser treinada em relação aos tipos de EPIs, a indicação de uso de cada um deles e a correta conservação dos mesmos. SAIBA MAIS A partir de 2020, com o surgimento da pandemia do Covid-19, alguns ajustes e mudanças precisaram ser feitos nas medidas de controle de infecção, especialmente em relação ao uso dos equipamentos de proteção individual. Fique atento a essas mudanças no decorrer do nosso módulo. Gorro Os gorros são utilizados para proteção dos cabelos e orelhas, evitando contaminação por secreções e aerossóis, além de evitar a contaminação da área de procedimento devido à queda de cabelo. É indicado o uso de gorro também pelo paciente durante procedimento cirúrgico ou durante procedimento com produção de aerossóis. DICA Não esqueça que o gorro deve cobrir os cabelos e as orelhas completamente. Se seu cabelo for longo, use-os presos em coque. Óculos de proteção Os óculos de proteção são indispensáveis no atendimento odontológico, não podendo ser substituídos por óculos de grau. É indicado que sejam transparentes, com lateral larga, vedação lateral e que possam ser submetidos a lavagem e desinfecção. Os óculos de proteção servem para evitar a contaminação da mucosa dos olhos decorrente de secreções e aerossóis, evitar danos por respingos de produtos químicos e partícula volantes e também devem ser utilizados durante a limpeza e desinfecção do ambiente e dos artigos, equipamentos e ambientes CASO REAL Quando falamos da importância do uso de óculos de proteção não podemos esquecer que seu uso é indispensável aos pacientes também, não só a equipe odontológica. Portanto, devem ser fornecidos óculos de proteção a todos os pacientes em qualquer tipo de procedimento. Uma história que ficou muito conhecida foi a da Jenn Morrone, que sofreu um acidente devido à ausência dos óculos de proteção durante um tratamento endodôntico. Quer saber mais? Clique na foto abaixo. Fonte: Falta de óculos de proteção cega paciente em procedimento odontológico - Blog Biossegurança | Cristófoli (cristofoli.com) https://www.cristofoli.com/biosseguranca/falta-de-oculos-de-protecao-cega-paciente-em- procedimento-odontologico/ *Clique com o botão direito do mouse e escolha a opção “abrir hyperlink”. https://www.cristofoli.com/biosseguranca/falta-de-oculos-de-protecao-cega-paciente-em-procedimento-odontologico/ https://www.cristofoli.com/biosseguranca/falta-de-oculos-de-protecao-cega-paciente-em-procedimento-odontologico/ DICA Como já comentado acima, os óculos de grau não substituem os óculos de proteção, portanto antes de comprar seus óculos de proteção não esqueça de verificar se ele é compatível com os óculos de grau. Uma outra opção é comprar óculos de proteção com grau. Sim, você pode encontrar esse serviço em óticas especializadas. Protetores faciais O protetor facial ou face shield é uma opção de EPI já conhecida no atendimento clínico, mas a partir da pandemia do Covid-19 seu uso se tornou mais difundido, virando um item indispensável. O protetor facial funciona como uma barreira física de proteção contra material biológico, produtos químicos, partículas volantes e transmissão aérea de infecções. Eles devem ser confortáveis, garantir boa visibilidade e permitir limpeza e desinfecção. DICA Antes de adquirir seu protetor facial esteja atento a alguns detalhes que ele precisa ter: ● ser leve e confortável ● permitir boa visibilidade (varia de acordo com o material) ● ter boa durabilidade ● não pode ter EVA ou espumas ● permitir lavagem e desinfecção Máscaras As máscaras se tornaram um item da rotina não só dos profissionais, mas como de toda população. No entanto, para o atendimento em saúde não é permitido o uso de máscaras de tecido em nenhuma hipótese. Portanto, temos duas opções de máscarasque devem ser usadas de acordo com sua indicação: 1) Máscara cirúrgica: camada de filtro tripla, descartável, tamanho suficiente para cobrir boca e nariz. Indicada para procedimentos que não gerem aerossóis, desde que complementada com o uso de protetor facial. 2) Máscara N95 ou PFF2: feitas de malha fina de fibras de polímero sintético para garantir filtragem de partículas perigosas. Indicada para procedimentos que geram aerossóis. Pode ser reutilizada em situações excepcionais, desde que não haja sujidade ou umidade presentes e seguindo as orientações de armazenamento. Requer uso complementar de protetor facial. PARADA OBRIGATÓRIA Para reutilizar as máscaras N95 ou PFF2 eles precisam de um intervalo de 4 dias até a próxima utilização. Além disso, você precisa garantir um armazenamento adequado que pode ser feito em depósito plástico perfurado com tampa e identificado com seu nome. Confira o vídeo a seguir: Fonte: Saúde | Como guardar máscara N95/ PFF2 sem contaminá-la - YouTube https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=Xj93aXgOYXQ&feature=youtu.be *Clique com o botão direito do mouse e escolha a opção “abrir hyperlink”. https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=Xj93aXgOYXQ&feature=youtu.be Aventais Uma grande mudança no uso dos EPIs na prática odontológica foi o uso de aventais descartáveis no atendimento clínico, anteriormente utilizado apenas para procedimento cirúrgico. No atual cenário é indicado o uso de aventais descartáveis, gramatura mínima de 30g/m2, mangas longas, punhos de elástico, gola tipo colarinho, comprimento até metade da canela, fechamento traseiro com alças na altura do ombro e na cintura. O uso de avental oferece segurança contra aerossóis e respingos durante o procedimento, ação de produtos químicos, umidade proveniente dos equipamentos e contaminação por agentes biológicos. DICA Ao invés de usar suas roupas de rotina por baixo do avental descartável, uma boa dica é usar pijamas cirúrgicos. Assim, você evita a contaminação das suas roupas que posteriormente irão circular em outros ambientes, inclusive na sua casa. Atenção: você deve fazer a troca da roupa pelo pijama cirúrgico no seu local de atendimento, jamais saia de sua casa vestindo seu pijama cirúrgico. Além disso, após o uso do pijama ele deve ser acondicionado em saco plástico para não contaminar sua bolsa/mochila e demais itens. Luvas As luvas são utilizadas para proteger mãos e punhos contra acidentes e lesões que o profissional está exposto, evitando danos com agentes abrasivos e escoriantes, agentes cortantes e perfurantes, agentes térmicos, agentes biológicos e agentes químicos. Existem diversos modelos/tipos de luvas que devem ser utilizadas segundo sua indicação. TIPO DE LUVA INDICAÇÃO Luvas grossas de borracha - Limpeza do ambiente, equipamentos, artigos e instrumentais contaminados. Luvas de látex - De procedimento: para atendimento clínico - Estéril: para procedimentos cirúrgicos Luvas de plástico (sobreluvas) - Para manuseio de artigos fora do campo operatório Luvas de amianto, couro ou aramida - Para manuseio de artigos esterilizados Sapatos O ideal é que os sapatos sejam de uso exclusivo do ambiente clínico, sendo acondicionado em saco plástico para seu transporte de casa para a clínica (e vice- versa). Devem ser de borracha, com solado antiderrapante, fechado, sem cadarço ou adereços, garantindo proteção contra agentes térmicos, choques elétricos, queda de objetos (que podem ser perfurocortantes), umidade e respingos de produtos químicos. O uso do propé em polipropileno 30 gramas também é recomendado por todos presentes no ambiente clínico, equipe de atendimento e paciente. OLHANDO DE PERTO Agora vamos conferir algumas mudanças que a Covid-19 trouxe no uso dos equipamentos individuais de proteção. EPI ANTES O QUE MUDA? Gorro Troca a cada turno ou por sujidade. Troca a cada paciente. Óculos Uso de óculos de proteção e óculos de grau, se necessário. Mantido. Protetor facial Opcional Recomendado Máscara Máscara cirúrgica tripla camada. Troca a cada paciente. Máscara N-95 ou PFF2 sem válvula. Pode ser reutilizada se seguir as orientações corretamente. Avental Jaleco de tecido com troca por turno. Avental descartável só para procedimentos cirúrgicos. Pijama cirúrgico e avental descartável para todos os procedimentos. Troca a cada paciente. Luvas Diferentes tipos de luvas usadas de acordo com a indicação específica. Mantido Sapatos Emborrachado, antiderrapante, fechado, uso exclusivo do local de atendimento. Mantido Aula 2: Medidas de controle de infecção: cuidados com o ambiente clínico, processamento de artigos e gerenciamento de resíduos. Cuidados com o ambiente clínico Para elaborar os protocolos de controle de infecção do ambiente precisamos considerar todas as áreas que estão sujeitas à contaminação, seja por contato das luvas contaminadas dos profissionais, seja por respingos de sangue, saliva ou aerossol produzido durante o atendimento. Para isso também precisamos entender alguns conceitos (SALLES, 2015): ● Limpeza: remoção de sujidade que pode ser vista a olho nu. Para realizar a limpeza de ambientes faz-se uso de água e sabão, escovas apropriadas, jatos de água sob pressão, etc. ● Desinfecção: processo que visa a eliminação de microrganismos, exceto esporos, da superfície fixa de equipamentos e mobílias. Para desinfecção de superfícies normalmente é utilizado o método químico, através do uso de produtos como o álcool, o ácido peracético, quaternário de amônia, etc. ● Esterilização: processo que visa destruir todas as formas de vida microbiana, utilizando agentes químicos ou físicos, sendo a autoclave a forma mais segura. A esterilização é aplicada especificamente a objetos inanimados, portanto não pode ser aplicada a nosso ambiente clínico. Falaremos mais sobre isso no tópico sobre processamento de artigos. Na etapa de limpeza do ambiente, que irá remover a sujidade através do uso de água e sabão, deve-se estabelecer uma rotina programada para limpar portas, janelas, paredes, teto com frequência adequada para manter essas superfícies livres de contaminação. Mobiliários, gavetas, pisos devem ser limpos diariamente ou quando a sujidade for aparente. Para realizar a limpeza é necessário fazer uso de EPI completo, incluindo luvas emborrachadas e avental impermeável, além dos equipamentos de rotina. Quando ocorre contaminação devido à presença de matéria orgânica é necessário realizar, além da limpeza, a desinfecção. Portanto, é realizada a limpeza com água e sabão para remoção de qualquer resíduo orgânico e, em seguida, a desinfecção que pode ser realizada com uso de hipoclorito de sódio a 1% (se a superfície for compatível), por exemplo. IMPORTANTE A não realização da etapa de limpeza antes da etapa de desinfecção compromete a sua efetividade, pois irá limitar a difusão dos agentes esterilizantes ou inativarão a ação dos desinfetantes, ou seja, não é possível obter desinfecção sem limpeza prévia. Uma outra medida adotada é o uso de barreiras físicas que podem ser plásticas impermeáveis, para atendimento clínico, ou de tecido esterilizável, para atendimento cirúrgico. Essas barreiras são utilizadas para cobrir mangueira de equipamentos, alças de refletores, mesa clínica e outros, e devem ser trocadas a cada paciente. As superfícies mais contaminadas pelo profissional e sua equipe através das luvas contaminadas são cabos e interruptores, encosto de cabeça da cadeira, comandos manuais da cadeira odontológica, seringa tríplice, alta rotação e micromotor com seus encaixes de ponta, unidade auxiliar, unidade de controle, mesa auxiliar, aparelho de raio x e seuscontroles. Portanto, faz-se necessário o uso de barreiras físicas, quando possível, e a correta limpeza dessas superfícies. MULTIMÍDIA Confira abaixo dicas bem legais de utilização das barreiras físicas para controle de infecção do ambiente: Fonte: Blindage Bio Barreiras - YouTube https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=RdDqN-lJ9rE&feature=youtu.be *Clique com o botão direito do mouse e escolha a opção “abrir hyperlink”. Processamento de artigos Os artigos utilizados no atendimento odontológico, que são de uso múltiplo, podem se tornar veículos de agentes contagiosos se não forem submetidos ao processo de descontaminação adequado. Para facilitar o fluxo de processamento dos artigos, considera-se o risco potencial de transmissão de infecção dos mesmos, de acordo com a seguinte classificação: ● Artigos críticos: penetram através da pele e mucosa adjacentes, tecido subepitelial e no sistema vascular. Requerem esterilização. ● Artigos semi-críticos: contato com a pele não-íntegra e/ou mucosa íntegra. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização. ● Artigos não críticos: contato com a pele íntegra. Requerem limpeza e/ou desinfecção. A limpeza de artigos consiste na remoção mecânica de sujidade para redução da carga microbiana, matéria orgânica e inorgânica. Deve ser realizada em https://www.youtube.com/watch?app=desktop&v=RdDqN-lJ9rE&feature=youtu.be todo artigo exposto no campo operatório, inclusive para garantir a eficácia das etapas seguintes de desinfecção e esterilização. A limpeza deve ser realizada logo após o uso dos artigos, usando os equipamentos de proteção adequados para evitar acidentes. Os instrumentais devem ser imersos em solução contendo detergente enzimático ou detergente com pH neutro logo após o atendimento. Em seguida é realizada a limpeza manual com escovas adequadas (cerdas macias e cabo longo; de aço para brocas; para limpeza de lúmen), água corrente e detergente específico (não é recomendado o uso de detergente de pia). Outra opção é realizar a limpeza mecânica através do uso de jatos de água ou lavadoras ultrassônicas. Na sequência realizamos o enxágue com água corrente, removendo totalmente o produto utilizado para limpeza, seguido de inspeção visual para avaliar se o artigo precisa retornar à etapa de limpeza ou seguir para secagem. A secagem pode ser realizada com pano seco e limpo, exclusivo para essa finalidade, com o cuidado de remover toda a umidade do artigo para minimizar a possibilidade de corrosão. Após a secagem, deve ser realizado o empacotamento dos artigos para esterilização em autoclave, utilizando papel grau cirúrgico, papel crepado, ou nylon poliamida. O pacote deve ser selado hermeticamente com uso de seladora própria, com faixa de selagem de 1 cm e uma borda de 3 cm para facilitar a abertura asséptica do pacote. O pacote deve ser identificado com fita adesiva indicando a data de processamento, data de validade, nome do responsável e conteúdo do pacote, caso necessário. Fluxo de processamento de artigos. Fonte: Próprio Autor (2021) Esterilização A esterilização é o processo pelo qual os microrganismos são mortos a tal ponto que não seja mais possível detectá-los no meio de cultura padrão no qual previamente haviam proliferado. Convencionalmente considera-se um artigo estéril quando a probabilidade de sobrevivência dos microrganismos é menor do que 1:1.000.000 (10^6) (BRUCH & BRUCH, 1971) Existem dois métodos de esterilização que são indicados para a Odontologia, o processo físico e o processo químico. O método físico é amplamente utilizado e realizado através de vapor saturado sob pressão (autoclave), para assegurar a eliminação de todos os patógenos, inclusive os esporos bacterianos. Na Odontologia é utilizado basicamente duas soluções para realizar o método químico, o glutaraldeído 2% ou o ácido peracético 0,2%. No processo físico os microrganismos são destruídos pela combinação temperatura, pressão e umidade e os padrões de tempo, temperatura e pressão são definidos de acordo com as orientações do fabricante e o tipo de autoclave. A maioria das autoclaves funciona no padrão de 121° C a 127° C (1 atm pressão) por 15 a 30 minutos ou 132° C a 134° C (2 atm pressão) por quatro a sete minutos de esterilização. O processo de esterilização na autoclave deve seguir alguns critérios: ● os materiais não podem ultrapassar 2/3 da capacidade total da autoclave; ● os pacotes não devem encostar as paredes laterais da autoclave; ● as embalagens devem ser dispostas de modo que possa ocorrer a circulação do ar, atingindo todas as superfícies dos materiais; ● as embalagens com face de papel e face “plástica”, deve ser colocada com o papel para baixo. Após a esterilização as embalagens devem ser acondicionadas em armário fechado, protegido de umidade, a uma distância mínima de 20 cm do chão, 50 cm do teto e 5 cm da parede. O prazo de validade deve constar na embalagem e ser checado antes da utilização dos instrumentais. Os pacotes com validade vencida devem ser processados novamente. Para garantir que o processo de esterilização está ocorrendo adequadamente é necessário realizar o monitoramento, que pode ser físico, químico ou biológico. ● Monitoramento físico: realizado através da coleta de informações do próprio equipamento (temperatura, pressão, tempo). ● Monitoramento químico: realizado através de indicadores químicos que avaliam o ciclo de esterilização pela mudança de cor na presença de tempo, vapor saturado e temperatura, conforme informações do fabricante. ● Monitoramento biológico: realizado através de tiras de papel contendo esporos bacterianos; devem ser colocadas nos locais de mais difícil acesso do agente esterilizante e devem ser realizados semanalmente. No processo químico, após a lavagem e secagem, é realizada a imersão dos artigos na solução de escolha. Após essa etapa, o instrumental precisa ser lavado abundantemente em água destilada ou estéril e, em seguida, seco com compressa estéril. Deve ser utilizado logo em seguida, não sendo permitido o seu armazenamento. Portanto, a esterilização química só deve ser utilizada quando não houver outro recurso disponível. SAIBA MAIS O glutaraldeído 2% e o ácido peracético 0,2% são as soluções mais utilizadas na Odontologia para realizar o processo químico de esterilização, no entanto cada um deles possui suas características peculiares que podemos conferir a seguir: Fonte: Adaptado de Psaltikidis et al. (2014) *Lembrando que a esterilização química só deve ser utilizada quando não houver outro recurso disponível. Resíduos no serviço de saúde A falta de gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde pode comprometer o meio ambiente, causando danos aos recursos naturais e à qualidade de vida das futuras gerações. Portanto, é preciso estar ciente que os cuidados com a biossegurança não acabam ao finalizar o atendimento dos pacientes, nos tornamos responsáveis pelos resíduos gerados e seu gerenciamento, evitando contaminação do ambientes, possíveis riscos ocupacionais e prejuízo sanitário. Para estabelecer diretrizes adequadas para o gerenciamento dos resíduos dos serviços de saúde, a ANVISA publicou a RDC 306/2004, complementando a resolução do CONAMA 358/2005. Mais recentemente foi publicada a RDC 222/2018 para atualizar essas orientações. Assim, ficou determinado a implantação de um plano de gerenciamento de resíduos pelo responsável técnico do serviço de saúde. O plano de gerenciamento de resíduos deve conter as seguintes informações: ● descrição da atividade (razão social, CNPJ, nome fantasia, endereço, responsável técnico e outros); ● classificação dos resíduos sólidos gerados; ● detalhes de cada etapa do gerenciamento e seus respectivos responsáveis (segregação, acondicionamento, identificação,transporte interno, armazenamento temporário, armazenamento externo, coleta interna, transporte externo, destinação); ● plano de contingência ou plano de ações preventivas e corretivas para minimização de danos ao meio ambiente; ● dados para contato da empresa, equipe responsável, definição de competências; ● revisão periódica com prazo de vigência da licença da operação. Quanto à classificação dos resíduos, temos os resíduos biológicos: caracterizados pela possível presença de agentes biológicos, com risco de infecção; resíduos químicos: contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde e/ou ao meio ambiente; resíduos comuns: são equiparados aos resíduos domiciliares por não apresentarem risco biológico, químico ou radiológico e resíduos perfurocortantes: caracterizado por objetos que apresentam cantos, bordas, protuberâncias rígidas capazes de cortar ou perfurar. CLASSIFICAÇÃO TIPO DE RESÍDUO ACONDICIONAMENTO EXEMPLOS A Resíduos potencialmente infectantes Descarte em lixeiras com sacos brancos leitosos Luvas de procedimento, algodão, gazes B Resíduos químicos Descarte em galões coletores específicos Reveladores e fixadores de raio x. C Resíduos radioativos Descarte em caixas blindadas Cobalto, lítio D Resíduos comuns Descarte em lixeiras com sacos pretos leitosos Copos, papel toalha, guardanapo E Resíduos perfuro- cortantes Devem ser descartados em coletor específico Agulhas, lâminas de bisturi, tubetes anestésicos, limas endodônticas, pontas diamantadas Questionário Módulo II 1. Sabemos que existem diferenças entre desinfecção e esterilização. Qual dessas alternativas está correta em relação a esses termos? a) Desinfecção elimina parcialmente os microrganismos, como exemplo temos o uso do ácido peracético por 30 minutos. b) Desinfecção elimina totalmente os microrganismos, podendo ser utilizada a autoclave para esse fim. c) Esterilização elimina parcialmente os microrganismos, podendo ser utilizado produtos químicos nessa técnica. d) Esterilização elimina totalmente os microrganismos, podendo o processo ser físico ou químico. Gabarito: d 2. Os profissionais da saúde estão constantemente expostos a riscos ocupacionais, sejam eles biológicos, físicos, químicos, ergonômicos ou mecânicos. Para eliminar ou reduzir esses riscos toda equipe precisa estar consciente e engajada no cumprimento dos protocolos de biossegurança. Qual das alternativas abaixo apresenta uma ou mais medidas de biossegurança incorretas? a) Uso de EPI, lavagem das mãos e varredura úmida do chão. b) Uso de EPI, treinamento dos protocolos de biossegurança com a equipe e planejamento da agenda de atendimentos. c) Lavagem das mãos, manutenção programada do ar condicionado e realizar alongamento nos intervalos dos atendimentos. d) Uso de EPI, uso do álcool para higienizar as mãos e uso exclusivo da esterilização química para os instrumentais. Gabarito: d 3. Avalie as afirmativas abaixo e marque a opção correta. I. O glutaraldeído 2% apresenta um ótimo custo-benefício pois realiza esterilização química de artigos com matéria orgânica, é uma substância de baixo custo e não requer etapas prévias. II. A limpeza com água e sabão só é necessária no controle de infecção do ambiente. III. Para se obter a esterilização usando ácido peracético 0,2% deve-se fazer a aplicação por fricção, em três etapas pelo tempo de secagem natural, totalizando 10 minutos. IV. O hipoclorito de sódio deve ser usado a 70% para ter suas propriedades bactericidas, fungicida, virucida e esporicida ativas. a) I e II estão corretas. b) I e III estão corretas. c) II e IV estão corretas. d) Todas as afirmativas são falsas. Gabarito: d 4. Segundo a OMS, a higienização das mãos é reconhecida como a prática mais efetiva para reduzir as infecções relacionadas à assistência à saúde. Em relação à higienização das mãos avalie as afirmativas a seguir. ( ) O uso de álcool gel 70% pode substituir a lavagem das mãos com água e sabão, se não houver sujeira aparente. ( ) Para que a higiene das mãos elimine microrganismos deve-se fazer uso da água e sabão usando a técnica correta de lavagem, que dura cerca de 60 minutos. ( ) A preparação álcoolica apropriada para as mãos deve ser utilizada para complementar a higiene feita com água e sabão. ( ) Ao utilizar solução ou gel de preparação alcoólica para higiene das mãos, as mesmas devem secar naturalmente, sem uso do papel toalha. a) V – F – F – V b) V – V – F – V c) F –F –F – V d) V- F – V – V Gabarito: a 5) Uma das principais preocupações da biossegurança na é o controle de infecção cruzada, que é a transferência de microrganismos patogênicos de uma pessoa ou objeto para outra, causando uma doença. Assim, marque a alternativa que descreve uma das medidas mais eficientes para evitar a contaminação cruzada no ambiente hospitalar: a) Usar luvas estéreis durante todos os atendimentos. b) Realizar a higienização das mãos regularmente. c) Sempre realizar profilaxia antibiótica antes de iniciar o atendimento dos pacientes. d) Realizar desinfecção química do ambiente e dos instrumentais. Gabarito: b REFERÊNCIAS BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Resolução RDC n. 306 de 7 de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Diário Oficial da União, Brasília, 10 de dezembro de 2004. Disponível em: http://e-legis.bvs.br/leisref/public/home.php BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: Higienização das Mãos. Brasília, 2009. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Segurança do Paciente em Serviços de Saúde: limpeza e desinfecção de superfícies. Brasília, 2012. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Serviços Odontológicos. Prevenção e Controle de Riscos, Brasília, 2006. BRAMBILA, Brenda Scheffer. Contaminação cruzada no ambiente odontológico: uma revisão de literatura. 2019. Monografia (Bacharel em Odontologia) - o Centro Universitário UNIFACVEST, Lages, 2019. BRUCH, C.W.; BRUCH, M. K. Sterilization. In: MARTIN, E.W.; EASTON, P. Husas’s Pharmaceutical Dispennsing. Marck Publish, 1971. BRASIL, Ministério da Saúde, Secretária de Assistência à Saúde. Orientações gerais para Central de Esterilização. Brasília, 2001. CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA. Manual boas práticas em biossegurança para ambientes odontológicos. Brasília, 2020. COSTA, Marco Antonio F. e COSTA, Maria de Fátima B. Biossegurança de A a Z. 4ª ed. Amazon, 2020. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Hepatites, AIDS e herpes na prática odontológica. Brasília: 1996. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Processamento de Artigos e Superfícies em Estabelecimentos de Saúde. Brasília, DF: Centro de Documentação, 1994. PSALTKIDIS, E. et al. Desinfetantes alternativos ao glutaraldeído para processamento de endoscópios flexíveis. Cogitare Enferm. 2014 Jul/Set; 19(3):465-74. RECOMENDAÇÕES práticas para processos de esterilização em estabelecimentos de saúde - parte I: esterilização a calor (Guia elaborado por enfermeiros brasileiros). Campinas, Komed, 2000. 95 p. SALLES C.L. Limpeza, desinfecção ou esterilização: o que fazer? [Internet] 2015 [citado 2015 Agosto 25]. Disponível em http://www.portaldaenfermagem.com.br STEFANI, Christine M.; ARAÚJO, Dilene M.; ALBUQUERQUE, Sandra Helena C. Normas e rotinas para o atendimento clínico no curso de odontologia da UNIFOR. Fortaleza: Universidade de Fortaleza. 2004. 82p.
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