Legal Design na Advocacia

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Legal Design
na Advocacia
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Índice
01.
02.
03.
04.
05.
06.
O que é Legal Design?
Como o Legal Design surgiu?
Formas tradicionais de advogar x Legal Design
Alguns exemplos práticos do Legal Design
no mundo jurídico
Quais os benefícios do Legal Design para
o seu escritório?
Como implementar o Legal Design no
seu escritório?
3
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Introdução
Documentos elaborados automaticamente, 
probabilidades de decisões judiciais mapeadas 
por robôs, acordos fechados por algoritmos, 
controle eletrônico de milhares de processos 
e a possibilidade de encontrar um advogado 
especializado com apenas alguns cliques.
Estes são alguns exemplos das facilidades que 
as lawtechs e legaltechs vêm trazendo ao mundo 
jurídico brasileiro.
Segundo dados da Associação Brasileira de 
Lawtechs e Legaltechs - AB2L, o Brasil conta 
com mais de 150 empresas desse nicho. 
Associação foi fundada.
 
Não é de se espantar esse número, aliás. O 
contingente de mais de 1 milhão de advogados 
habilitados para atuar e mais de cem milhões de 
processos ajuizados faz crescer os olhos dessas 
empresas para esse mercado.
No próprio site da AB2L, é possível encontrar no 
radar as principais categorias dessas legaltechs. 
A maioria são soluções de automação de 
documentos, jurimetria, extração de dados 
públicos, gestão de processos e inteligência 
artificial voltadas para advogados e escritórios 
de advocacia.
Ou seja, nesse cenário jurídico tecnológico, no 
qual o advogado sabe à risca que precisa se 
reinventar e otimizar o seu escritório, pouco tem 
se falado como a experiência do cliente pode ser 
melhorada.
E é aí que entra o Legal Design.
Nesse contexto automatizado da 4ª Revolução 
Industrial, a capacidade de enxergar e entregar 
soluções que atendam às dores dos clientes se 
tornou um grande desafio, e um novo modelo de 
resolver conflitos e atuar se faz necessário.
4
Um aumento de 300% desde 2017, quando a
https://www.ab2l.org.br/ecossistema-brasileiro-de-tecnologia-juridica-cresce-300-em-dois-anos/
https://www.ab2l.org.br/radar-lawtechs/
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1O que é Legal Design?
‘‘
Quando falamos em design, logo imaginamos 
as linhas de um carro superesportivo, o modelo 
de um notebook ultrafino ou um celular diferente 
dos demais.
Mas quando analisamos a evolução desses 
mesmos produtos ao longo do tempo podemos 
notar que o design é, na realidade, algo pensado 
para gerar empatia nas pessoas.
No caso, um carro mais bonito e aerodinâmico, 
um notebook mais prático e leve e um celular 
com botões mais ergonômicos – ou sem botões.
O termo Legal Design foi inspirado nos conceitos 
de Design Thinking, e primeiro precisaremos 
entender este, para, depois, compreender aquele.
Design Thinking é uma metodologia focada 
em inovação e centrada no ser humano e suas 
necessidades. Sua premissa maior é observar, 
entender, visualizar ideias, simplificar, aprender 
rapidamente e utilizar as novas tecnologias 
para oferecer respostas inovadoras para os 
problemas das pessoas.
Um dos principais evangelistas do assunto, 
senão o maior, é Tim Brown, CEO da Ideo. Foi ele 
quem passou a difundir o uso do conceito para 
outras áreas, começando pelo seu livro “Design 
Thinking – Uma Metodologia Poderosa Para 
Decretar o Fim das Velhas Ideias”. Para Tim:
Design thinking é uma 
abordagem para a 
inovação centrada no 
ser humano, que utiliza 
do kit de ferramentas do 
designer para integrar 
as necessidades das 
pessoas, as possibilidades 
da tecnologia e os 
requisitos para o sucesso 
do negócio.”
5
https://www.ideo.com/people/tim-brown
https://www.amazon.com.br/Design-thinking-Tim-Brown/dp/8550801348/ref=asc_df_8550801348/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379748610448&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=13820704772244430463&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=1031639&hvtargid=pla-332338853414&psc=1
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Não demorou muito para profissionais de 
diversos setores notarem o valor desse conceito 
de design e aplicarem no seu negócio.
Isso inclui os escritórios de advocacia que, nos 
últimos anos, vêm experimentando uma nova 
perspectiva ao oferecerem soluções centradas 
no cliente.
Unindo o design
e as leis, o Legal 
Design está 
transformando o
jeito de oferecer 
produtos e serviços 
jurídicos no
mundo todo.
6
https://www.antunesm.com.br/quem-somos/
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2Como oLegal Design surgiu?
O uso desse conceito no mundo jurídico surgiu 
na Stanford Law School & d.school nos Estados 
Unidos,com a criação do Legal Design Lab, em 
2013.
Um dos projetos do Legal Design Lab, por 
exemplo, é ajudar os operadores do Direito a se 
comunicarem de forma mais efetiva com seu 
público, transformando informações complexas, 
como contratos e memorandos, em algo fácil de 
ser compreendido.
Como veremos a seguir, aqui no Brasil empresas 
como Nubank e Jusbrasil têm utilizado os 
conceitos do Legal Design para construir 
negócios mais acessíveis e colaborativos com 
os clientes.
A ideia era – e continua 
sendo – reunir designers, 
advogados e profissionais 
da tecnologia para 
promover a inovação 
jurídica e o acesso à 
justiça, desenvolvendo 
produtos e serviços 
jurídicos com foco no 
engajamento e experiência
do cliente.
Stanford Law School & d. school
7
http://www.legaltechdesign.com/
http://www.legaltechdesign.com/communication-design/
https://nubank.com.br/sobre-nos/
https://sobre.jusbrasil.com.br/
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3Formas tradicionais de advogar x Legal Design
Apesar de toda essa mudança tecnológica, o 
ambiente jurídico ainda preza pela velha dupla 
do terno e gravata.
Baseados nesse conservadorismo, muitos 
advogados não experimentam novas estratégias 
e teses, não implementam soluções inovadoras 
em seu portfólio e tampouco arriscam formas 
diferentes de trabalhar.
Em geral, a maioria dos advogados trabalham 
pelo resultado final do processo, assumindo o 
risco de a ação ser julgada procedente ou não.
Nesse meio tempo, o cliente recebe alguns 
relatórios extensos do processo com uma 
linguagem formal, o que acaba gerando 
incessantes ligações, justamente pela falta de 
compreensão do que está acontecendo.
A proposta do Legal Design é justamente fazer 
com que o cliente participe e seja o foco de 
todo o processo, desde um atendimento mais 
humanizado até à melhor compreensão das suas 
necessidades, dores e expectativas.
A advocacia é uma 
atividade de meio e 
essa mudança de um 
relacionamento distante 
entre advogado e cliente 
para um engajamento 
de todos na construção 
de soluções mais ágeis, 
produtivas e lucrativas é, 
com certeza, um passo 
grande em direção ao 
sucesso de um escritório.
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4
Alguns exemplos
práticos do
Legal Design
no mundo jurídico
Como o Legal Design se baseia em soluções 
inovadoras focadas no cliente, muitas empresas 
estão deixando de lado o formalismo jurídico e 
tornando acessíveis as informações antes tidas 
como complexas.
A fintech Nubank, por exemplo, quando atualiza 
os seus termos de uso, disponibiliza para os 
clientes um resumo sem “juridiquês” de todas 
as mudanças, a fim de que os impactos sejam 
compreendidos.
No mesmo caminho, o C6Bank deixou de lado 
as letras pequenas e os termos técnicos para 
explicar de forma mais simples o contrato e 
permitir que os seus clientes compreendam os 
serviços da empresa.
O Jusbrasil é outro excelente exemplo do uso 
do Legal Design. Com a missão de diminuir 
a distância entre as pessoas e a justiça, 
essa empresa de tecnologia disponibiliza 
gratuitamente uma infinidade de textos 
informativos criados pela própria Comunidade.
Numa plataforma totalmente digital, o cidadão 
pode compreender melhor os seus direitos e 
encontrar soluções reais para o seu problema.
Esses são exemplos 
da união do design, 
tecnologia e direito para 
construir produtos e 
serviços jurídicos focados 
na experiencia do cliente 
e seu acesso a justiça.
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https://nubank.com.br/sobre-nos/
https://www.c6bank.com.br/
https://blog.jusbrasil.com.br/?ref=sidenav
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5Quais os benefíciosdo Legal Designpara o seu escritório?
O Legal Design pode contribuir de várias formas 
para o seu escritório de advocacia.
Ao unir as necessidades humanas ao 
desenvolvimento de soluções jurídicas há
um aumento na eficácia dessas soluções e
na compreensão dos aspectos legais
pelo cliente.
Consequentemente, diminui-se a distância entre 
clientes, advogados, empresas, Poder Judiciário 
e usuários finais das informações jurídicas. 
Ou seja, todo mundo sai ganhando.
 
5.1. Soluções mais eficientes para
os problemas
Uma das premissas do Legal Design é 
justamente manter uma visão centrada em 
pessoas. Para isso, os advogados precisam 
ouvir seus clientes e entender melhor suas 
necessidades e expectativas.
Esse feedback possibilitará que o advogado 
identifique problemas jurídicos, de comunicação 
com o cliente ou nos processos internos do 
escritório que antes não eram percebidos ou 
eram desconhecidos, e crie soluções eficientes 
para resolvê-los.
 5.2. Aumento do valor – não só do preço 
– dos seus serviços
A grande moeda dos dias atuais é extremamente 
relativa. As pessoas buscam e estão dispostas 
a pagar pelo valor que aquela solução tem a 
oferecer para o seu problema ou a sua dor.
Ao invés de apenas fazer o atendimento, pegar 
os documentos e ajuizar a ação esperando o 
resultado final do processo, trabalhando em 
conjunto com o cliente e entendendo melhor 
suas dores, você tem a chance de apresentar 
soluções mais criativas e mais eficazes, 
aumentando significativamente o valor dos seus 
serviços jurídicos.
 
5.3. Melhora da reputação da sua marca 
pessoal e do seu escritório
As interações positivas entre clientes e 
advogados aumentam a sensação de 
pertencimento do cliente, e isso gera algo muito 
valioso nos dias atuais: engajamento.
Se o cliente está engajado com a sua marca, 
ele não pensará duas vezes antes de indicar o 
seu escritório e falar bem de você para outras 
pessoas, o que é ótimo para a sua reputação, 
não é verdade?
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6 Se você chegou até aqui, percebeu que o termo “design” não está ligado a questões estéticas de um produto, mas à uma abordagem para inovação centrada no ser humano.Inspirado na metodologia do Design Thinking,o Legal Design possui 5 etapas que auxiliam
na resolução de problemas complexos de
forma criativa.
Como 
implementar o 
Legal Design no 
seu escritório?
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1Descoberta
Neste primeiro passo, a questão central é 
conhecer as doresdo seu público-alvo da melhor 
forma possível. Ou seja, qual problema você
quer resolver?
A partir de várias perspectivas e contextos, 
o objetivo é se aproximar de um problema e 
entendê-lo, pelo menos sumariamente, a fim de 
que você tenha insumos para a fase seguinte.
4Experimentação
Depois de todas as possíveis soluções criadas, 
uma delas deve ser definida para o processo
de validação.
A partir daí, a ideia pode ser colocada em prática, 
a fim de que a eficiência desse protótipo seja 
testada e, com isso, sejam identificados pontos 
de melhoria.
2Interpretação
Os dados coletados na fase de descoberta 
devem ser organizados e analisados, a fim de 
que você possa interpretar e resumir o problema 
em uma frase, se possível.
Aqui começam a surgir alguns insights. É 
preciso anotá-los e criar observações dentro 
de uma lógica que permita uma compreensão 
mais profunda do problema e, a partir de então, 
identificar oportunidades.
5Evolução
Nessa fase final - na verdade, é uma fase 
contínua -, os feedbacks do teste com a ideia 
protótipo são levantados e a equipe pode 
identificar o que funcionou ou não.
Se necessário, novas etapas devem ser 
planejadas para acompanhar e avaliar a 
implantação da solução.
3Ideação
Esta é a etapa da criatividade. Aqui você deve 
pensar como o problema pode ser resolvido de 
forma inovadora.
Um dos meios para desenvolver ideias é contar 
com um brainstorming envolvendo profissionais 
de diferentes áreas e até mesmo os clientes. 
Assim, você terá perspectivas diferentes e 
resultados mais ricos e diversificados.
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Conclusão
Como falamos no início deste e-book e, agora, 
você pôde confirmar, aquela velha dupla do terno 
e gravata está formando trios e quartetos com 
lawtechs, legaltchs e o Legal Design.
Dessa união, surgem alguns desafios: como 
podemos ajudar as pessoas a terem acesso aos 
seus direitos e tomarem melhores decisões? 
Como podemos ajudar os advogados a atuarem 
de forma mais criativa e inovadora? Como 
podemos criar soluções mais amigáveis e 
intuitivas para o sistema jurídico?
Para superar esses desafios, o Legal Design 
une design, para desenvolver soluções que as 
pessoas querem e podem ter; tecnologia, para 
aumentar a eficiência dessas soluções dentro 
da realidade de cada negócio; e Direito, para 
promover uma sociedade mais justa
e informada.
O termo Legal Design 
pode até ser complexo 
ou estranho à nossa 
língua portuguesa,
mas reflete um 
caminho sem volta que 
está sendo trilhado 
rumo à inovação do 
mundo jurídico.
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