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FEBRE/ INFLAMAÇÃO E INFECÇÃO

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1 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
 
I. Analisar o processo inflamatório considerando tipos, 
conceitos e fisiopatologia 
II. Explicar o mecanismo de ação dos anti-inflamatórios, 
seus tipos e quando utilizá-los 
 
III. Descrever o tratamento não medicamentoso 
 
IV. Relacionar os sinais e sintomas do paciente com a 
fisiopatologia 
 O processo inflamatório é uma resposta, de 
característica protetora que o organismo possui para livrá-lo 
tanto da causa inicial que levou à injúria celular quanto das 
consequências que essa injúria pode trazer. Sendo assim, 
inflamação é uma resposta dos tecidos vascularizados a 
infecções e tecidos lesados. Consiste em recrutar células e 
moléculas de defesa do hospedeiro da circulação para os 
locais onde são necessárias, com a finalidade de eliminar os 
agentes agressores. 
 
 Dentre o processo inflamatório, os principais 
componentes são uma reação vascular e uma resposta 
celular; ambas são ativadas pelos mediadores que são 
derivados das proteínas do plasma e de várias células. As 
etapas da resposta inflamatória podem ser lembradas como 
os cincos: reconhecimento do agente lesivo, recrutamento 
de leucócitos, remoção do agente, regulação (controle) da 
resposta e resolução (reparo). 
 
As causas da inflamação incluem infecções, necrose dos 
tecidos, corpos estranhos, traumas e respostas imunológicas. 
 Células epiteliais, macrófagos do tecido e células 
dendríticas, leucócitos e outros tipos de células expressam 
receptores que percebem a presença de microrganismos e 
de dano. As proteínas circulatórias reconhecem os 
microrganismos que, eventualmente, tenham entrado no 
sangue. 
 2 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
 O resultado da inflamação aguda é a eliminação do estímulo 
nocivo, seguido de diminuição da reação e reparo do tecido 
lesado, ou a lesão persistente resultando na inflamação 
crônica. 
 
CARACTERÍSTICAS DA INFLAMAÇÃO 
 
 No sangue há proteínas e leucócitos, os quais são os 
principais meios de defesa do organismo contra invasores 
estranhos. A presença desses mecanismos no sangue confere 
a eles a habilidade de alcançarem qualquer local onde 
possam ser utilizados, facilitando o processo inflamatório. 
 Além disso, outra importância desses mecanismos de defesa 
estarem concentrados no sangue é o fato de que invasores 
como microorganismos e células necróticas estarem 
tipicamente presentes nos tecidos, fora da circulação, sendo 
assim, o sangue, logo, será um meio rápido de ser recrutar as 
proteínas e leucócitos para locais extravasculares. 
 As reações vasculares e celulares da inflamação são 
disparadas por fatores solúveis que são produzidos por várias 
células ou derivadas de proteínas do plasma e são geradas ou 
ativadas em resposta aos estímulos inflamatórios. 
 Microorganismos, células necróticas e mesmo a hipóxia 
podem disparar a produção de mediadores inflamatórios e 
então provocar a inflamação. Esses mediadores iniciam e 
amplificam a resposta inflamatória e determinam seu 
padrão, severidade e manifestações clínicas e patológicas. 
 
 
CONSEQUÊNCIAS NOCIVAS DA INFLAMAÇÃO 
 
 As reações anti-inflamatórias de proteção contra infecções 
são, em geral, acompanhadas por lesão tecidual local e seus 
sinais e sintomas associados (p. ex., dor e perda funcional). 
Tipicamente, contudo, essas consequências nocivas são 
autolimitadas e se resolvem à medida que a inflamação vai 
se reduzindo, deixando pouco ou nenhum dano. 
 Em contraste, há muitas doenças em que a reação 
inflamatória é mal direcionada (doenças autoimunes), ocorre 
contra substâncias ambientais normalmente inofensivas 
(alergias), ou é inadequadamente controlada. Em casos tais, 
a reação inflamatória normalmente protetora se torna a 
causa da doença, e o dano que produz é a característica 
dominante. 
 As reações inflamatórias são a base das doenças crônicas 
comuns (artrite reumatoide, aterosclerose e fibrose 
pulmonar, reações de hipersensibilidade a picadas de 
insetos, fármacos e toxinas com risco de morte). De fato, a 
inflamação contribui para uma variedade de doenças que 
acreditamos ser primariamente metabólicas, degenerativas 
ou alterações genéticas (diabetes tipo 2, doença de 
Alzheimer e câncer). Em reconhecimento às consequências 
prejudiciais de amplo espectro da inflamação, ela é 
dramaticamente referida como o “assassino silencioso”. 
 
 3 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO 
 
 São as substâncias que iniciam e regulam as reações 
inflamatórias. 
 
 As reações vasculares e celulares da inflamação são 
deflagradas por fatores solúveis que são produzidos por 
várias células ou derivados de proteínas plasmáticas e 
são geradas ou ativadas em resposta aos estímulos 
inflamatórios. Microrganismos, células necróticas 
(qualquer que seja a causa da morte celular) e até 
mesmo a hipóxia podem estimular a produção de 
mediadores inflamatórios e, então, provocar inflamação. 
Esses mediadores iniciam e amplificam a resposta 
inflamatória, determinando seu padrão, severidade e 
manifestações clínicas e patológicas. 
 
 Os mediadores de defesa incluem fagócitos, anticorpos e 
proteínas do complemento; os quais estão em constante 
circulação no sangue e, quando há necessidade, são 
desviados de outras regiões do corpo para o local de 
inflamação, este processo é chamado de recrutamento. O 
objetivo desse processo é concentrar uma maior quantidade 
de células de defesa no local afim de potencializar a defesa 
do organismo contra o patógeno. Depois da eliminação do 
patógeno que desencadeou o processo inflamatório, o 
organismo começa a reparar o tecido lesado. 
 
 “Sem a inflamação, as infecções poderiam passar 
despercebidas, feridas poderiam nunca cicatrizar e os 
tecidos lesados permaneceriam com feridas 
permanentemente infectadas”. 
 
TIPOS DE INFLAMAÇÃO 
 
a. INFLAMAÇÃO AGUDA 
 A inflamação aguda representa resposta inicial a uma 
agressão, no início do processo temos um agente agressor, 
que pode ser físico, químico, biológico ou uma miscelânea. 
 
 A resposta inicial é pautada em aumento da permeabilidade 
vascular e migração de leucócitos, predominantemente 
neutrófilos. Localmente teremos os sinais cardinais da 
inflamação, porém, se a reação se torna intensa teremos 
envolvimento de linfonodos, regionais e até resposta 
sistêmica, caracterizada por neutrofilia e febre. 
 
 
 Dessa forma, a diferença entre a reposta aguda e crônica se 
baseiam no tempo e que a resposta aguda é imediata com 
contenção desse agente agressor, sendo essa reposta 
baseada na rápida alteração vascular. Entretanto, quando 
não ocorre uma reposta eficaz ou quando ela é exacerbada, 
essa reposta progride para uma cronificação. 
 4 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
Os principais estímulos para gerar uma inflamação aguda são: 
 
1) INFECÇÕES (BACTERIANAS, VIRÓTICAS, FÚNGICAS, 
PARASITÁRIAS) E SUAS RESPECTIVAS TOXINAS 
 
 As respostas a essas infecções são bastante diversas e variam 
no prolongamento da resposta (aguda ou crônica), extensão da lesão 
tecidual (pouca/nenhuma ou muita) ou se serão confinadas ao local 
de inflamação ou sistêmica. Dependem do patógeno e até do 
hospedeiro. 
 
2) NECROSE TECIDUAL: 
 
 Independentemente da causa da necrose, isto é, da morte 
celular, haverá processo inflamatório. Dentre as causas da 
necrose estão a isquemia, trauma e lesões físicas ou químicas. 
 
3) CORPOS ESTRANHOS 
 
 Deflagram inflamação porque transportam microrganismos 
ou porque causam lesão tecidual traumática. Algumas substâncias 
deflagraram respostai inflamatória somente quando estas 
alcançarem uma quantidade excedente como no caso dos cristais de 
urato (doença de gota), cristais de colesterol (aterosclerose) e 
lipídeos (síndrome metabólica associada à obesidade). 
 
4) REAÇÕES IMUNES (OU HIPERSENSIBILIDADE) 
 
 Nesses casos, a própria respostado sistema imune é o 
causador da doença 
 
 
 O organismo produzirá atividade inflamatória direcionada a 
estruturas próprias (ou transplantadas) ou substâncias que 
não causariam mal (alergias). Como essas estruturas não 
podem ser eliminadas, a resposta se tornará crônica e 
persistente. No caso das alergias, a substância alergênica 
geralmente é comum no ambiente, o que pode prejudicar o 
dia-a-dia do paciente. 
 
 As reações imunes estão associadas a maior 
morbimortalidade. 
 
Mediadores da inflamação AGUDA: 

Os mediadores são secretados a partir de células ou produzidos 
a partir de proteínas plasmáticas. Os mediadores derivados de 
células são concentrados em grânulos intracelulares e podem ser 
rapidamente secretados por exocitose ou são sintetizados de novo 
em resposta a um estímulo. 
 
 Os mediadores derivados do plasma são produzidos 
principalmente no fígado e estão presentes na circulação como 
 5 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
precursores inativos e precisam de uma série de processos 
proteolíticos para serem enfim ativados. 
 
 Os mediadores são produzidos somente quando há uma 
considerável estimulação e essa característica garante que 
somente haja uma resposta inflamatória onde e quando for 
necessário. Essa estimulação pode ser feita por sinalizadores que 
podem ser células do sistema imune ou por meio de citocinas e 
quimiocinas. A maioria s mediadores tem vida curta e eles podem 
server de estimulação para liberação de outros mediadores. 
Estas características fazem com que haja um balanço e controle 
da resposta, de modo que a diminuição da concentração dos 
mediadores pode gerar a inibição da resposta (quando no 
momento da resolução) ou à amplificação da resposta (quando 
ela ainda está nas primeiras etapas). 
1) Aminas vasoativas: histamina e serotonina 
 
 São assim chamadas porque têm importante ação nos vasos 
sanguíneos e são armazenadas como moléculas préformadas 
nas células e por isso estão entre os primeiros mediadores 
liberados durante a inflamação. 
HISTAMINA 
 As fontes mais importantes de histamina são os mastócitos 
presentes geralmente no tecido conjuntivo próximo aos 
vasos sanguíneos. Os basófilos e plaquetas também têm 
histamina. 
 
 No caso dos mastócitos, a histamina é liberada por meio da 
desgranulação em resposta à lesão traumática, à ligação de 
anticorpos aos mastócitos (alergias) ou às anafilotoxinas (C3a 
e C5a) do sistema complemento. Neuropeptídeos como a 
substância P e citocinas IL-1 e IL-8 também causam a 
liberação de histamina. 
 
 
 A histamina causa vasodilatação das arteríolas e o aumento 
da permeabilidade das vênulas, sendo considerada o 
principal mediador da fase transitória imediata do aumento 
da permeabilidade vascular, produzindo espaços 
interendoteliais nas vênulas. Esses efeitos são mediados pela 
ligação da histamina aos receptores H1 nas células 
 6 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
endoteliais. Por isso, algumas drogas anti-histamínicas 
podem ser utilizadas como anti-inflamatórias através do 
antagonismo dos receptores H1. 
SEROTONINA 
 Presente nas plaquetas e certas células neuroendócrinas do 
trato gastrointestinal. 
 
 Sua principal função é atuar como neurotransmissor no trato 
gastrointestinal. 
 
 
 Atua causando vasoconstrição, mas sua importância na 
inflamação não é definida. 
 
2) Metabólitos do ácido araquidônico: 
Prostaglandinas, leucotrienos e lipoxinas 
 
 O AA está presente nos fosfolipídios da membrana, 
estimulando as reações vasculares e celulares na inflamação 
aguda. 
 
 Pode ser oriundo tanto da ingestão quando da conversão a 
partir do ácido graxo essencial – linoleico; 
 
 
 Estímulos físicos, químicos ou outros mediadores 
determinam a liberação do AA dos fosfolipídeos da 
membrana por meio de fosfolipases celulares, 
principalmente a A2; 
 
 
 Os mediadores derivados do AA, ou eicosanoides, são 
sintetizados por 2 classes principais de enzimas: 
ciclooxigenases (geram prostaglandinas) e lipo-oxigenases 
(geram leucotrienos e lipoxinas). Os eicosanoides se ligam à 
proteína G e podem mediar praticamente cada etapa da 
inflamação. 
PROSTAGLANDINAS 
 São produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células 
endoteliais e muitos outros tipos celulares, e estão 
envolvidos em reações vasculares e sistêmicas da 
inflamação. São geradas a partir de duas ciclo-oxigenases, 
COX-1 e COX-2. 
 A COX-1 é importante na função homeostática, inclusive na 
função renal e citoproteção do trato gastrointestinal. A COX-
2 é ativada por estímulos inflamatórios, produzindo as 
prostaglandinas, as quais estão envolvidas nesses processos 
inflamatórios. Porém a COX-2 é baixa ou ausente na maioria 
dos tecidos normais. 
 As mais importantes prostaglandinas na inflamação são 
PGE2, PGD2, PGF2alfa, PGI2 (prostaciclina) e TXA2 
 7 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
(tromboxano A2). Cada qual derivado da ação de uma enzima 
específica em um intermediário da via e algumas enzimas são 
específicas de determinados tecidos. 
 As plaquetas possuem a enzima tromboxano sintetase, que 
produz TXA2 – potente agregador plaquetário e 
vasoconstritor – porém ele é instável e inativado 
rapidamente. No endotélio vascular há muito pouco dessa 
enzima, mas possui a prostaciclina sintetase, a qual produz a 
prostaciclina (PGI2), o qual é potente vasodilatador e inibidor 
da agregação plaquetária. Um desequilíbrio nesse sistema 
pode ser responsável pela formação de trombos. 
 A PGD2 é a principal prostaglandina produzida por 
mastócitos e, em conjunto com a PGE2, atua causando 
vasodilatação e aumento da permeabilidade das vênulas, 
potenciando a formação de edema. 
LEUCOTRIENOS 
 São produzidos por leucócitos e mastócitos através da ação 
da lipoxigenase, e são envolvidos nas reações vasculares e do 
músculo liso, bem como no recrutamento de leucócitos. 
 
 A 5-lipoxigenase é a mais importante e converte o AA em 
5HPETE, o qual é quimiotático para neutrófilos e 
precursor dos leucotrienos. 
 
 
 LTC4, LTD4 e LTE4 causam vasoconstrição intensa, 
broncoespasmo e aumento da permeabilidade das vênulas. 
 
 Os leucotrienos são muito mais potentes que a histamina 
em aumentar a permeabilidade vascular e provocar 
broncoespasmo. 
LIPOXINAS 
 Também são advindas do AA através da via das 
lipoxigenases, contudo, as lipoxinas têm atividade 
antiinflamatória, inibindo o recrutamento de leucócitos. 
Essa inibição é feita ao se inibir a quimiotaxia dos 
neutrófilos ao endotélio. 
 
 São mais raras pois dependem da interação entre duas 
populações de células. Os leucócitos (principalmente os 
neutrófilos) produzem intermediários da síntese de 
lipoxinas e esses intermediários são convertidos nos 
produtos finais pelas plaquetas; ou seja, depende tanto 
dos leucócitos para fornecer os intermediários quanto 
das plaquetas para a produção dos produtos finais. 
 
3) Citocinas e Quimiocinas 
As citocinas são proteínas produzidas por muitos tipos celulares 
que medeiam e regulam as reações imunológicas inflamatórias. 
 8 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
FATOR DE NECROSE TUMORAL E A INTERLEUCINA-I 
 
 Ambas promovem importante papel no recrutamento e 
adesão dos leucócitos no local de inflamação. São 
produzidas principalmente por macrófagos e células 
dendríticas ativadas; o TNF ainda é produzido por 
Linfócitos T e a IL-1 por algumas células epiteliais. Os 
estímulos para a suas secreções podem ser lesões físicas, 
corpos estranhos ou imunocomplexos. 
 
 As principais funções das citocinas na inflamação são: (1) 
ativação endotelial (aumento de eicosanoides, 
quimiocinas e moléculas de adesão); (2) ativação de 
leucócitos e de outras células (TNF potencializa respostas 
a toxinas bacterianas por exemplo; a IL-1 ativa 
fibroblastos e a produçãode colágeno e estimula a 
produção de TH17, presente na inflamação aguda); (3) 
resposta sistêmica da fase aguda (febre, falta de apetite 
e mobilização de lipídeos). 
 
 
 Alguns antagonistas de TNF têm sido utilizados para 
tratamento de doenças inflamatórias crônicas como a 
artrite reumatoide e a psoríase, porém a pessoa fica mais 
susceptível às inflamações bacterianas pois há 
diminuição da atividade dos macrófagos, afinal, é trata-
se de uma imunossupressão. 
QUIMIOCINAS 
 São uma família de proteínas pequenas que agem 
primariamente como quimioatraentes para tipos 
específicos de leucócitos. As quimiocinas CXC são 
induzidas por produtos microbianos e citocinas como IL-
1 e TNF. São secretadas por células como macrófagos e o 
endotélio vascular. O principal exemplo é a IL-8 e causa a 
ativação e quimiotaxia de neutrófilos. As 
quimiocinas CC são quimioatraentes para 
monócitos, eosinófilos, basófilos e linfócitos e menos 
para os neutrófilos. 
 As quimiocinas C são relativamente específicas para os 
linfócitos. As quimiocinas CX3C, seu único exemplo é a 
fractalcina. Se apresenta de 2 formas: ligada às células 
endoteliais ativadas por citocinas inflamatórias que promove 
forte adesão de monócitos e células T e outra forma solúvel 
derivada de proteólise da proteína ligada à membrana que 
também serve de quimioatraente para essas mesmas 
células. 
 As citocinas possuem 2 funções 
 primordiais: (1) potencialização do processo 
inflamatório, pois estimulam a ligação de leucócitos ao 
endotélio e auxilia na quimiotaxia dos leucócitos para o local 
de infecção – são as quimiocinas inflamatórias; (2) 
 9 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
manutenção da arquitetura dos tecidos, organizando regiões 
anatômicas dos tecidos como os linfócitos T e B em pequenas 
áreas do baço e linfonodos – são as quimiocinas 
homeostáticas. 
 
4) Sistema Complemento 
 
 É uma coleção de proteínas solúveis e de receptores de 
membrana que funcionam principalmente na defesa do 
hospedeiro contra microrganismos e nas 
reações inflamatórias patológicas. Durante 
 sua ativação, há sucessivos processos de clivagem 
nas quais os produtos gerados provocam o aumento da 
permeabilidade vascular, quimiotaxia e opsonização. 
Durante a cascata proteolítca, a etapa crítica é a clivagem da 
C3, que pode seguir 3 vias distintas (clássica – fixação de C1 
ao anticorpo IgM ou IgG; alternativa – moléculas de superfície 
de microrganismos na ausência de anticorpo; e das lectinas – 
na qual a lectina se liga à manose e aos carboidratos dos 
microrganismos). 
 
 O sistema complemento é controlado por proteínas 
regulatórias, contudo estas podem estar sobrecarregadas 
durante doenças autoimunes. Dentre essas proteínas estão 
as inibidoras de C1 (C1 INH), que inibe a ativação clássica de 
C1, sua deficiência causa a angioedema hereditário. O fator 
de aceleração de decaimento (DAF) e a CD59 inibem a C3 
convertase e a formação da MAC respectivamente. Suas 
ausências estão associadas à hemoglobinúria paroxística 
noturna (PNH). 
 
FATOR DE ATIVAÇÃO PLAQUETÁRIA 
 O PAF é um mediador derivado de fosfolipídeos que pode ser 
produzido por plaquetas, basófilos, mastócitos, 
neutrófilos, macrófagos e células endoteliais e podem 
produzí-lo tanto na forma secretada quanto ligada à células. 
Causa vasoconstrição, agregação plaquetária e 
broncoconstrição. Em baixas quantidades causa 
vasodilatação e aumento da permeabilidade venular. 
 
CININAS 
 
 São peptídeos vasoativos derivados de 
proteínas plasmáticas chamadas de cininogênio. Depois de 
alguns processos proteolíticos, o cininogênio produz a 
bradicinina, a qual aumenta a permeabilidade vascular e 
causa contração de músculo liso, dilatação dos vasos 
sanguíneos e dor quando injetada na pele. Os efeitos são 
similares àqueles da histamina. A bradicinina tem curta vida 
pois é rapidamente inativada pela enzima cininase e está 
presente como mediador em reações alérgicas importantes 
como na anafilaxia. 
 
 
 10 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
NEUROPEPTÍDEOS 
 
 São secretados por nervos sensoriais e vários leucócitos, 
e têm participação na iniciação e na regulação de 
respostas inflamatórias. São produzidos no SNC e SNP. Os 
principais exemplos são a substância P (proeminente nos 
pulmões e no TGI e participa de funções como a 
transmissão de dor, regulação da PA, secreção hormonal 
e aumento da permeabilidade vascular) e a neurocinina 
A. 
 
 
 
A INFLAMAÇÃO AGUDA PROPRIAMENTE DITA 
 
 As reações vasculares da inflamação aguda consistem em 
alterações no fluxo sanguíneo e na permeabilidade dos 
vasos, ambas destinadas à maximização do movimento das 
proteínas e leucócitos do plasma para fora da circulação, em 
direção ao local da infecção ou lesão. Dessa forma, ocorre 
uma vasodilatação visando diminuir o fluxo sanguíneo e, 
consequentemente, ocorre uma estase sanguínea fazendo 
com que mais moléculas cheguem até o tecido lesado. 
 
 O deslocamento de fluidos, proteínas e células sanguíneas do 
sistema vascular para dentro do tecido intersticial ou das 
cavidades corporais é conhecido como exsudação. Exsudato 
é o fluido extravascular que apresenta uma elevada 
concentração proteica e contém resíduos celulares. Sua 
presença implica que há aumento de permeabilidade dos 
pequenos vasos sanguíneos provocada por algum tipo de 
lesão tecidual e uma reação inflamatória contínua. Em 
contraste, um transudato é um fluido com baixo conteúdo 
proteico (a maior parte composta de albumina), pouco ou 
nenhum material celular e baixa gravidade específica. Trata-
se, essencialmente, de um ultrafiltrado de plasma sanguíneo 
que resulta de desequilíbrio osmótico ou hidrostático ao 
longo da parede do vaso sem aumento correspondente na 
permeabilidade vascular. O edema denota excesso de fluido 
 11 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
no tecido intersticial ou das cavidades serosas, que pode ser 
ou um exsudato ou um transudato. O pus, um exsudato 
purulento, é um exsudato inflamatório rico em leucócitos 
(principalmente neutrófilos), restos de células mortas e, em 
muitos casos, microrganismos. 
 
 Com esses processos “instantâneos” já é possível 
justificar alguns itens da tríade da inflamação (eritema, 
calor e edema). Sendo assim, a vasodilatação promove o 
eritema e calor (decorrente a estase sanguínea), já o 
edema é justificado pelo aumento da permeabilidade 
celular. 
RESPOSTAS DE VASOS LINFÁTICOS E LINFONODOS 
 
Além dos vasos sanguíneos, os vasos linfáticos também 
participam da inflamação aguda. O sistema linfático e os 
linfonodos filtram e policiam os fluidos extravasculares. 
Normalmente, os vasos linfáticos drenam a pequena quantidade 
de fluido extravascular que saiu dos capilares. Na inflamação, o 
fluxo linfático é aumentado e ajuda a drenar o fluido do edema 
que se acumula devido ao aumento de permeabilidade vascular. 
Além do fluido, os leucócitos e os resíduos celulares, bem como 
os microrganismos, podem encontrar o caminho até a linfa. Os 
vasos linfáticos, assim como os vasos sanguíneos, se proliferam 
durante as reações inflamatórias a fim de lidar com o aumento 
da carga. Os vasos linfáticos podem tornarse inflamados de 
maneira secundária (linfangite), da mesma forma que os 
linfonodos de drenagem (linfadenite). Com frequência, os 
linfonodos inflamados são aumentados por causa da hiperplasia 
dos folículos linfoides e do aumento no número de linfócitos e 
macrófagos. Essa constelação de alterações patológicas recebe o 
nome de linfadenite reativa ou inflamatória. Para os clínicos, a 
presença de estrias vermelhas perto de uma ferida na pele é sinal 
revelador de infecção. Essas estrias seguem o curso dos canais 
linfáticos e são diagnósticas de linfangite; podem estar 
acompanhadas de aumento doloroso dos linfonodos dedrenagem, indicando linfadenite. 
 12 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
 Após a preparação do tecido, ocorre a efetiva migração 
de leucócitos. Essas células de defesa vão destruir esses 
microorganismos, produzir fatores de crescimento, 
visando a reparação tecidual. É durante esse processo 
que ocorre o avanço para o funcionamento normal ou 
ocorrerá um processo de cronificação da inflamação. 
 
RECRUTAMENTO DE LEUCÓCITOS PARA OS LOCAIS DE 
INFLAMAÇÃO 
 
 As mudanças no fluxo sanguíneo e na permeabilidade 
vascular são rapidamente seguidas por influxo de 
leucócitos no tecido. Esses leucócitos realizam a função 
principal de eliminar os agentes agressores. Os 
leucócitos mais importantes nas reações inflamatórias 
típicas são aqueles que podem realizar a fagocitose, em 
especial os neutrófilos e os macrófagos. Esses 
leucócitos ingerem e destroem bactérias e outros 
microrganismos, além de tecido necrótico e substâncias 
estranhas. Os leucócitos também produzem fatores de 
crescimento que ajudam no reparo. O preço pago pela 
potência de defesa dos leucócitos é que, quando 
fortemente ativados, eles podem induzir dano aos 
tecidos e prolongar a inflamação, pois os produtos dos 
leucócitos que destroem os microrganismos e ajudam a 
“limpar” os tecidos necróticos também podem lesar os 
tecidos do hospedeiro não envolvidos no processo. 
 
 
 Esse processo é mediado e controlado por moléculas de 
adesão e citocinas chamadas quimiocinas. Sendo 
divididos em etapas: 1 – recrutamento, 2 – migração via 
endotélio (diapedese), 3 – migração pelos tecidos 
(quimiotaxia); 
 
 O recrutamento envolve 3 etapas: marginalização 
(células de defesa vão mais para circulação periférica), 
rolamento (a selectinas promovem a maior adesão de 
leucócitos ao endotélio visando encontrar o local 
lesado) e adesão (o local lesado está rico em integrinas 
e assim, vai fazer com que os leucócitos se liguem ao 
ponto lesado). 
 
 13 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
 Após “encontrar” o local lesado, os leucócitos necessitam 
ultrapassar os espaços endoteliais e assim, existem 
etapas de migração. 
1) Migração via endotélio (diapedese) – a célula de “molda” 
para passar de dentro do vaso para fora 
2) Migração pelos tecidos (quimiotaxia) – a célula chega ao 
causador da injúria através de uma diferença de gradiente 
químico. Ou seja, através da ação de quimiocinas ocorre a 
estimulação de receptores que vão gerar mais cálcio na célula, 
consequentemente, a contração a nível celular aumentando o 
transporte de leucócitos até o agente agressor. 
 
 
 
FAGOCITOSE E LIBERAÇÃO DO AGENTE AGRESSOR 
Uma vez que os leucócitos (em especial, os neutrófilos e 
monócitos) tenham sido recrutados para o local da infecção ou 
morte celular, devem ser ativados para realizar suas funções. As 
respostas desses leucócitos consistem em reconhecimento dos 
agentes agressores pelos TLRs e outros receptores, descritos 
anteriormente, os quais geram sinais que ativam os leucócitos 
para a fagocitose e destroem os agentes agressores. Dessa 
forma, inicia-se a remoção do agente agressor. Basicamente essa 
substância agressora é englobada, formando um vacúolo que se 
liga a um lisossomo (rico em fatores de destruição: enzimas, 
radicais livres) e assim, o microorganismo é eliminado. 
Essa fagocitose é facilitada pelo sistema complemento e 
depende da quimiotaxia, após a formação e ação do 
fagolissomo, ocorre a liberação do conteúdo para o espaço 
extracelular. 
 14 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
 
Obs.: em casos que o microorganismo não é combatido pelo 
fagolissomo, a célula sofre apoptose (como um kamicaze) 
visando eliminar de vez o agente agressor. 
Fim da resposta inflamatória (aguda): essa reposta acaba 
quando o agente agressor é neutralizado, ou seja, o grande 
marco da inflamação aguda é que ela tem fim. Como as células 
envolvidas no processo inflamatório tem uma meia vida curta, 
caso o agente seja eliminado não vai ocorrer estímulo e assim, 
o processo inflamatório é encerrado (fim do agudo). Além disso, 
existem sinalizadores de fim de inflamação: TGF-beta, IL-10. 
Por fim, a inflamação aguda tem 3 possíveis caminhos: 
1) Resolução completa: eliminação completa com restauração 
do tecido normal. 
2) Cura por substituição por tecido conjuntivo: exsudação 
abundante Fibrose. 
3) Progressão para inflamação crônica: manutenção do agente 
causador da injúria, defeito no reparo. 
 
TIPOS DE INFLAMAÇÃO AGUDA: 
As características morfológicas marcantes de todas as reações 
inflamatórias agudas são a dilatação de pequenos vasos 
sanguíneos e o acúmulo de leucócitos e fluido no tecido 
extravascular. Entretanto, padrões morfológicos específicos são 
frequentemente sobrepostos nessas características gerais, 
dependendo da severidade da reação, de sua causa específica, 
do tipo de tecido e do local envolvidos: 
Inflamação Aguda Serosa: A inflamação serosa é marcada pela 
exsudação de fluidos com poucas células nos espaços criados pela 
lesão celular ou em cavidades corporais revestidas pelo peritônio, 
pleura e pericárdio. Tipicamente, o fluido na inflamação serosa não 
é infectado pelos organismos destrutivos, e não contém muitos 
leucócitos. Em cavidades corporais, o fluido pode ser derivado do 
plasma ou das secreções de células mesoteliais (como resultado de 
irritação local); o acúmulo de fluidos nessas cavidades é chamado de 
efusão. Exemplo: Bolhas de queimaduras. 
Inflamação Fibrinosa: Com maior aumento na permeabilidade 
vascular, grandes moléculas, tais como fibrinogênio, passam 
para fora do vaso, e a fibrina é formada e depositada no espaço 
extracelular. Um exsudato fibrinoso se desenvolve quando 
ocorrem grandes extravasamentos ou na presença de um 
estímulo prócoagulante local (p. ex., células neoplásicas). O 
exsudato fibrinoso é característico de inflamação no 
revestimento das cavidades do corpo, tais como meninges, 
pericárdio e pleura. Os exsudatos fibrinosos podem ser 
dissolvidos pela fibrinólise e removidos pelos macrófagos. 
Quando a fibrina não é removida, ao longo do tempo ela pode 
estimular o crescimento dos fibroblastos e vasos sanguíneos e, 
então, levar à cicatriz. 
 15 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
Inflamação Aguda Purulenta ou Abscesso: A inflamação 
purulenta é caracterizada pela produção de pus, um exsudato 
constituído por neutrófilos, resíduos liquefeitos de células 
necróticas e fluido de edema. A causa mais frequente da 
inflamação purulenta (também chamada supurativa) é a infecção 
por bactérias que causam a necrose por liquefação de tecidos, 
como os estafilococos; esses patógenos são chamados de 
bactérias piogênicas (produtoras de pus). São produzidos pela 
inoculação de bactérias piogênicas dentro de um tecido. Os 
abscessos têm uma região central que se parece com uma massa 
de leucócitos necróticos e células teciduais. Em geral, existe uma 
zona de neutrófilos preservados em torno desse foco necrótico 
e, fora dessa região, podem ocorrer dilatação vascular e 
proliferação parenquimatosa e fibroblástica, indicando 
inflamação crônica e reparo. Em tempo, o abscesso pode tornar-
se confinado por cápsula e, finalmente, ser substituído por tecido 
conjuntivo. 
 
Inflamação Aguda com Úlcera: Uma úlcera é um defeito local ou 
escavação da superfície de um órgão ou tecido, que é produzida 
por perda (desprendimento) de tecido necrótico inflamado. A 
úlcera pode ocorrer somente quando a necrose do tecido e a 
inflamação resultante existem na superfície ou em suas 
proximidades. É mais comumente encontrada na mucosa da 
boca, estômago, intestinos ou trato genitourinário e na pele e no 
tecido subcutâneo das extremidades inferiores em pessoas mais 
velhas com distúrbios circulatórios que predispõem a uma 
extensa necrose isquêmica. 
RESULTADODA INFLAMAÇÃO AGUDA 
 
1. Resolução completa: é o objetivo mais desejado no qual todo o 
processo inflamatório é satisfatório. Todos os agentes agressores são 
eliminados e todas as células lesadas conseguem se regenerar, além 
da eliminação de restos celulares incluindo os macrófagos e a 
absorção do fluido de edema pelo sistema linfático. 
 
2. Cicatrização ou fibrose: ocorre quando a lesão é extensa, o tecido 
é incapaz de se regenerar ou existe grande quantidade de exsudato 
fibrinoso. Nesse cenário o tecido conjuntivo cresce para dentro das 
áreas de dano e converte-se numa massa de tecido fibroso – esse 
processo também é chamado de organização. 
 
3. Avanço para inflamação crônica: ocorre quando a resposta 
inflamatória aguda não pode ser resolvida, como resultado da 
persistência do agente lesivo ou alguma interferência no processo 
normal de reparo 
 
 
 
 
 
 16 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
b. INFLAMAÇÃO CRÔNICA 
A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada 
(semanas ou meses) em que a inflamação, a lesão tecidual e as 
tentativas de reparo coexistem em variadas combinações. Ela 
sucede a inflamação aguda, ou pode se iniciar insidiosamente, 
como uma resposta de baixo grau e latente, sem nenhuma 
manifestação prévia de uma reação aguda. 
Causas da Inflamação 
Crônica: 
 
a) Infecções persistentes 
 
 Quando alguns 
microrganismos (vírus, 
bactérias, fungos ou 
parasitas) são de difícil 
remoção, pode ocorrer uma 
reação imunológica 
chamada de 
hipersensibilidade do tipo 
tardia. Algumas vezes pode 
evoluir para uma reação 
granulomatosa; 
 
 Além disso, uma reação aguda não resolvida pode progredir 
para esses casos. 
 
b) Doenças de hipersensibilidade 
 
 São exemplificadas pelas doenças autoimunes e pelas 
doenças alérgicas; 
 
 Tipicamente apresentam morfologias do tipo crõnica e 
aguda concomitantemente, já que se tratam de episódios repetitivos 
de uma mesma resposta inflamatória persistente. A fibrose pode 
dominar os estágios tardios. 
 
c) Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos, tanto 
exógenos quanto endógenos 
 
 A inalação persistente de sílica (não degradável) causa a 
silicose; 
 
 A produção e deposição excessiva de colesterol e outros lipídeos 
nos vasos sanguíneos causa a aterosclerose. 
 
Características Morfológicas: 
 
 Ao contrário da inflamação aguda, que é marcada por alterações 
vasculares, edema e infiltração predominantemente 
neutrofílica, a inflamação crônica é caracterizada por: Ação de 
 17 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
células mononucleadas: Infiltração com células mononucleares, 
que incluem macrófagos, linfócitos e plasmócitos. 
 
 Destruição tecidual: induzida pelo agente agressor persistente 
ou pelas células inflamatórias. 
 Tentativas de reparo pela substituição do tecido danificado por 
tecido conjuntivo, realizadas pela proliferação de pequenos 
vasos sanguíneos (angiogênese) e, em particular, fibrose. Como 
a angiogênese e a fibrose também fazem parte da cura das 
feridas, serão discutidas mais adiante, no contexto do reparo 
tecidual. 
Obs.: Durante esse processo ocorre a tentativa de eliminação do 
agente causador, assim, o tecido acaba sendo lesado junto ao 
processo, aumentando ainda mais o processo inflamatório. 
(Inflamação crônica = dano tecidual). 
 
Mediadores da inflamação CRÔNICA: 
 
MACRÓFAGO 

São as células dominantes na maioria das reações inflamatórias 
crônicas, os quais contribuem com a reação ao secretar citocinas e 
fatores de crescimento que agem em várias células, destruindo 
invasores estranhos e tecidos, bem como ativando outras células, em 
especial os linfócitos T. 
São células teciduais derivadas de células-tronco 
hematopoiéticas na medula óssea, bem como de células 
progenitoras no saco vitelino embrionário e no fígado do feto 
durante o desenvolvimento inicial. Essas células “iniciais” são os 
monócitos. 
Estão normalmente espalhados na maioria dos tecidos 
conjuntivos. Em locais específicos recebem nomes diferentes: 
fígadocélulas de Kupffer; baço e linfonodoshistiócitos 
sinusais; SNC micróglias; pulmõesmacrófagos alveolares 
 
 
Há duas vias de ativação dos macrófagos: 
1. Via Clássica (M1): ativado por microorfanismos ou IFN-γ. Nessa 
via, a função fagocitária é potencializada e produzem NO e ERO. 
Contudo, essas células também são capazes de lesar o tecido do 
hospedeiro 
 
2. Via Alternativa (M2): induzida por IFN-γ, IL-4 e IL-13. A função 
principal dos macrófagos M2 é o reparo tecidual por estimular TGF-
β, o qual também tem efeito anti-inflamatório. 
 
*OBS: uma via inibe a outra! 
 
É por causa dessa intensa atividade fagocitária que um dos 
sintomas da inflamação crônica é a lesão tecidual. 
 
 
 
 18 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
LINFÓCITOS 
 
 Podem ser a população predominante na inflamação crônica 
em doenças autoimunes e em doenças de hipersensibilidade 
 Os microrganismos e outros antígenos do ambiente ativam os 
linfócitos T e B, o que amplifica e propaga a inflamação crônica. Eles 
usam moléculas de adesão e quimiocinas para migrar para os locais 
de inflamação. As citocinas dos macrófagos ativados – 
principalmente TNF, IL-1 e quimiocinas – promovem o recrutamento 
de leucócitos, preparando o campo para a persistência da resposta 
inflamatória. 
 
Há 3 subtipos de células TCD4+ que secretam espécies diferentes de 
citocinas e produzem tipos de inflamação distintos: 
1. TH1: produzem IFN- γ, que ativa a via clássica dos macrófagos 
2. TH2: secretam IL-4, IL-5 e IL-13, que recrutam e ativam eosinófilos 
e ativam a via alternativa dos macrófagos 
3. TH17: secretam IL-17 e outras citocinas, que induzem a secreção 
de quimiocinas responsáveis pelo recrutamento de neutrófilos e 
monócitos para a reação 
 TH1 e TH17 são importantes contra bactérias e vírus; 
 
 TH2 são importantes contra parasitas helmínticos e em reações 
alérgicas; 
 
 Os linfócitos e o macrófagos se interagem de forma bidirecional, 
ou seja, conseguem amplificar suas ações por um sistema de 
retroalimentação; 
 Os linfócitos B ativados e os plasmócitos produtores de 
anticorpos estão presentes com frequência nos locais de 
inflamação crônica. 
 
EOSINÓFILOS 
 
 Abundantes em reações imunológicas mediadas por IgE e em 
infecções parasitárias, causam a lise dos parasitas, mas também 
causa dano tecidual. 
 
MASTÓCITOS 
 
 
 Secretam um grande número de citocinas e estão presentes em 
reações alérgicas a alimentos, venenos de insetos ou fármacos, 
podendo ser fatal devido o choque anafilático; 
 
 Estão presentes em reações agudas e crônicas. 
 
NEUTRÓFILOS 
 
 
 Mais característico das inflamações agudas, porém algumas 
inflamações crônicas podem apresentar os neutrófilos. 
 19 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
A INFLAMAÇÃO CRÔNICA PROPRIAMENTE DITA 
 As células dominantes na maioria das reações inflamatórias 
crônicas são os macrófagos, que contribuem com a reação ao 
secretar citocinas e fatores de crescimento que agem em 
várias células, destruindo invasores estranhos e tecidos, bem 
como ativando outras células, em especial os linfócitos T. A 
ação dessa classe de células é imprescindível para formação 
dos granulomas, que são marcos de uma inflamação crônica. 
 
 A inflamação granulomatosa é uma forma de inflamação 
crônica caracterizada por coleções de macrófagos ativos, 
frequentemente com linfócitos T, e, algumas vezes, 
associada à necrose central. A formação de granulomas é 
uma tentativa celular de conter um agente agressor difícil de 
eliminar. Nessa tentativa, comumente existe intensa 
ativação dos linfócitos T levando à ativação dos macrófagos, 
que pode causar lesão aos tecidos normais. Os macrófagos 
ativos podem desenvolver um citoplasma abundante e 
começar a se parecer com células epiteliais, sendochamados 
de células epitelioides. Alguns macrófagos ativos podem 
fundir-se, formando células gigantes multinucleares 
 Obs.: A formação de granulomas é o marco da inflamação 
crônica, é como se fosse uma tentativa final de conter o 
agente agressor. Nesse caso o granuloma seria o esforço 
celular para conter o agente, esse granuloma é baseado em 
um grupo de macrófagos 
Existem dois tipos de granuloma, que diferem em suas 
patogêneses: 
 
 Granulomas de corpos estranhos: são formados por corpos 
estranhos relativamente inertes, na ausência de respostas 
imunológicas mediadas por células T. Tipicamente, os 
granulomas de corpos estranhos se formam em torno de 
materiais como talco (associado ao abuso de droga 
intravenosa), suturas ou outras fibras que sejam grandes o 
suficiente para impedir a fagocitose por um único macrófago 
e não estimular nenhuma resposta inflamatória ou 
imunológica. As células epitelioides e as células gigantes são 
depositadas na superfície do corpo estranho. Usualmente, o 
material estranho pode ser identificado no centro do 
granuloma, em especial quando visto com luz polarizada, 
onde ele aparece refratário. 
 
 Granulomas imunes: são causados por uma variedade de 
agentes capazes de induzir a resposta imunológica mediada por 
célula T. Em geral, esse tipo de resposta imunológica produz 
granulomas quando é difícil eliminar o agente iniciador, como é 
o caso de um microrganismo persistente ou auto antígeno. Em 
tais respostas, os macrófagos ativam as células T para produzir 
citocinas, como a IL-2, a qual ativa outras células T, perpetuando 
a resposta, e a IFN-γ, que ativa os macrófagos. Ainda não se 
estabeleceu quais citocinas ativadoras de macrófagos (IL-4 ou 
 20 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
IFN-γ) transformam as células em células epitelioides e células 
multinucleares gigantes. 
 
 Os granulomas são encontrados em certas situações específicas; 
o reconhecimento do padrão granulomatoso é importante 
devido ao número limitado de condições (algumas com risco à 
vida) que o causam. Na presença de respostas de células T 
persistentes a certos microrganismos (p. ex., M. tuberculosis, 
Treponema pallidum, ou fungos), as citocinas derivadas de 
células T são responsáveis pela ativação crônica de macrófagos 
e pela formação de granulomas. 
 
 
Efeitos Sistêmicos da Inflamação 
 A inflamação, mesmo quando localizada, é associada a reações 
sistêmicas induzidas por citocinas que, em conjunto, são 
chamadas de resposta de fase aguda. 
 A resposta de fase aguda consiste em várias alterações clínicas e 
patológicas 
 Febre, caracterizada por elevação da temperatura corporal, em 
geral de 1°C a 4°C, é uma das manifestações mais proeminentes 
da resposta de fase aguda, especialmente quando a inflamação 
está associada a uma infecção. As substâncias que induzem febre 
são chamadas pirógenos. O aumento da temperatura corporal é 
causado pelas prostaglandinas que são produzidas nas células 
vasculares e perivasculares do hipotálamo. 
 As proteínas da fase aguda são proteínas do plasma, a maior 
parte sintetizada no fígado, cuja concentração plasmática pode 
aumentar em centenas de vezes como parte da resposta aos 
estímulos inflamatórios. 
 Aleucocitose é uma característica comum das reações 
inflamatórias, especialmente aquelas produzidas por infecções 
bacterianas. Em geral, a contagem de leucócitos sobe para 
15.000 ou 20.000 células/mL, mas, algumas vezes, pode chegar 
a níveis extraordinários de 40.000 a 100.000/mL. 
 
 
 21 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
II. Explicar o mecanismo de ação dos anti-inflamatórios, seus 
tipos e quando utilizá-los 
 
Nas classes dos anti-inflamatórios encontramos: esteroidais e não 
esteroidais. 
→ ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTEROIDAIS = são geralmente 
usados para reduzir a dor e inflamação resultantes de diversos 
tipos de lesões. 
FARMACOLOGIA = São ácidos orgânicos fracos que atuam 
principalmente nos tecidos inflamados e se ligam, 
significativamente, à albumina plasmática. 
Apresentam formas químicas variadas e, por isso, apresentam 
variadas características farmacocinéticas. A maior parte dos AINES é 
bem absorvida e sua biodisponibilidade não é consideravelmente 
modificada pela presença de alimento. Sua metabolização é, em 
grande parte por enzimas hepáticas, apesar de que a via renal seja a 
forma mais importante de eliminação desses fármacos, juntamente 
com a excreção biliar e a reabsorção. 
FARMACODINAMICA = Seu mecanismo de ação se baseia no 
bloqueio da síntese das prostaglandinas (envolvidas na inflamação). 
Os efeitos terapêuticos e colaterais dos AINES resultam 
principalmente da inibição da enzima COX, reduzindo assim, a 
síntese das PG e diminuindo a intensidade do processo inflamatório. 
LEMBRAR: As prostaglandinas são derivadas do ácido araquidônico, 
que é liberado na célula a partir de fosfolipídios de membrana. 
Lembrando que o ácido araquidônico é convertido em 
prostaglandinas pelas enzimas ciclooxigenases = COX 1 E COX2. A 
prostaglandina da origem ao tromboxano A2. DIFERENÇA ENTRE COX 
1 E COX 2 (enzimas envolvidas na síntese das prostaglandinas pelo ac 
araquidônico) = cox 1, é uma enzima fisiológica ou constitutiva, ou 
seja, vai estar agindo mesmo quando nosso corpo não está sob um 
estado de inflamação, encontrada principalmente na mucosa 
duodenal e plaquetas; já a COX 2 é uma enzima inflamatória, 
encontrada de forma fisiológica nos rins, SNC e endotélio. 
É válido ressaltar que os AINS devem agir nas 3 ações patológicas das 
prostaglandinas: INFLAMAÇÃO, FEBRE E DOR. 
 Dor – liberação de enzimas (pge2 e pgi2) que vão irritar as 
fibras nervosas locais e reduzir o limiar de ativação dos 
nocirreceptores (receptores relacionados a dor), as prostaglandinas 
estão muito relacionadas à dor crônica e justamente por isso que os 
anti-inflamatórios não esteroidais são usados em por exemplo 
doenças reumatológicas (doença crônica). 
 Inflamação - relacionadas aos seus efeitos associados como a 
dor e a febre, as prostaglandinas são responsáveis pelos efeitos da 
inflamação como aumento do fluxo sanguíneo, aumento da 
permeabilidade vascular e infiltração leucocitária. 
 22 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
 Febre – A PGE2= enzima prostaglandina, agindo no 
hipotálamo causando a febre. 
Logo: os principais objetivos do uso do anti-inflamatório não 
esteroidal é agir nesses 3 sintomas, por isso os AINS são analgésicos 
(dor), anti-inflamatórios (inflamação) e antitérmicos/piréticos 
(febre). 
AÇÃO DOS AINS = LEMBRAR QUE ELES INIBEM SOMENTE A AÇÃO 
DAS PROSTAGLANDINAS, NÃO VAO ACABAR COM A INFLAMAÇÃO 
PROPRIAMENTE DITA, MAS VAO REDUZIR OS EFEITOS PELO 
BLOQUEIO DE SUBSTANCIAS QUE SÃO MUITO IMPORTANTES NA 
PRODUÇÃO DOS EFEITOS DA INFLAMAÇÃO. 
 
CLASSIFICAÇÃO DOS AINS: SELETIVOS E NÃO SELETIVOS 
 
SELETIVOS = agem somente sobre a COX 2 
 Ação semelhante aos AINS tradicionais (não seletivos) e não 
trazem os efeitos adversos dos não seletivos (gastrintestinal). 
Ex: celecoxib, etoricoxib, parecoxib ... Efeitos adversos mais 
graves que os não seletivos, pois no nosso endotélio é rico em 
COX 2 que medeia a produção de PGI 2 (uma prostaglandina 
anticoagulante) e ao mesmo tempo temos a plaqueta rica em 
COX 1 produzindo o tromboxano 2 que tem função 
coagulante, logo: o inibidor seletivo vai bloquear a cox2 no 
endotélio mas n vai bloquear a cox 1 das plaquetas e com isso 
teremos uma diminuição do efeito anticoagulante, aumento 
da coagulação = aumento da chance de eventos trombóticos 
(infarto, avc, tromboembolismo ...) 
NÃO SELETIVOS = agem na COX 1 E COX 2, porém são pouco mais 
ativos no bloqueio da COX 1) 
 AINS TRADICIONAIS = NÃO SELETIVOS = diclofenaco (inibe + 
a COX2), tem capacidade de penetrar na capsula articular ... 
por isso é mt usada na reumato e ortoped, ibuprofeno,naproxeno, cetoprofeno, piroxicam, meloxicam, nimesulida 
(atuação preferencial na COX2); 
 
 ACIDO ACETILSALICILICO (ASPIRINA) = não tem propriedade 
anti-inflamatoria, é antitérmico e analgésico, tem somente a 
ação anti-infla em doses muito elevadas ... é um inibidor 
irreversível da cicloxigenase (não seletivo) ... tem efeito 
antiagregante plaquetário, por ser justamente um inibidor 
irreversível ... efeito adverso = gástrico, por conta do blok da 
cox 1 (que age na mucosa gástrica aumentando a produção 
do muco protetor …), ulceras, sangramento gástrico. Gastrite, 
ulcera .... Contraindicado em pacientes com asma e crianças 
pequenas (síndrome de reye); 
 
 
 23 
FEBRE, INFECÇÃO E INFLAMAÇÃO 
SAMANTHA LEÃO F. LIMA 
 PARACETAMOL = age principalmente em nível central, por 
isso que não tem efeitos adversos gástricos... tem fraca 
atividade anti-inflamatoria, age muito mais na dor e na febre 
... doses altas: hepatotoxicidade; 
 
 DIPIRONA = proibida nos EUA por conta do risco de aplasia 
medular e agranulocitose. 
 
FARMACODINÂMICA E EFEITOS COLATERAIS: 
 SNC = cefaleias, zumbido, tontura e raramente meningite 
asséptica; 
 
 CARDIOVASCULARES = retenção hídrica, hipertensão, edema 
e raramente ICC e infarto; 
 
 
 TGI = OS efeitos colaterais podem variar desde leve dispepsia 
até hemorragia maciça causada por úlcera gástrica perfurada, 
como resultado de inibição da produção de prostaciclina. 
Vale notar que os efeitos colaterais gastrintestinais não se 
resumem apenas ao estômago. As prostaciclinas têm vários 
efeitos gástricos protetores; elas reduzem a quantidade de 
ácido estomacal produzido e mantêm uma camada de 
mucosa protetora, aumentando a produção de mucosa e 
melhorando o fluxo sanguíneo local. A irritação gástrica 
também pode ser causada por irritação direta dos próprios 
medicamentos. Embora os inibidores de COX-2 sejam mais 
específicos para a enzima COX-2, alguns ainda retêm certa 
inibição de COX-1, causando risco de sangramento 
gastrintestinal, embora menos que AINEs não-específicos; 
 
 GEPÁTICOS = provas de função hepática anormais e 
raramente insuficiência; 
 
 
 PULMONARES = Até 10% dos pacientes com asma têm 
doença exacerbada pelos AINEs. Um mecanismo de ação 
proposto é que a inibição do metabolismo do ácido 
araquidônico pela COX leve ao aumento na produção de 
leucotrienos. Os leucotrienos têm ações broncoconstritoras 
diretas; 
 
 RENAIS = Sob condições fisiológicas normais, a prostaciclina 
e o óxido nítrico levam ao relaxamento do músculo liso no 
endotélio vascular e, portanto, à vasodilatação. As 
prostaciclinas desempenham papel essencial na regulação do 
tônus arterial aferente e eferente no glomérulo, conhecido 
por desempenhar um papel vital na preservação da função 
renal em estados hipovolêmicos. A inibição de produção de 
prostaciclinas pode levar a uma taxa menor de filtração 
glomerular, retenção de sal e água, e lesão renal aguda. Esses 
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mecanismos são particularmente importantes em pacientes 
com hipovolemia e insuficiência cardíaca crônica que sejam 
sensíveis a mudanças na pressão de perfusão renal. 
 
→ ANTI-INFLAMATORIOS ESTEROIDAIS 
 
 Os anti-inflamatórios esteroides ou corticosteroides exercem 
potente efeito anti-inflamatório (glicocorticoide). Os 
corticosteroides são hormônios são secretados pelas 
adrenais, tem-se 3 categorias: mineralocorticois= 
aldosterona, glicocorticoide= cortisol e andrógenos= 
progesterona, estradiol .... 
 Sua ação mineralocorticoide deve ser considerada na escolha 
do fármaco, uma vez que pode provocar retenção de água e 
sal, hipertensão e perda de potássio. Corticosteroides com 
grande efeito mineralocorticoide são úteis na insuficiência 
suprarrenal, mas esta característica impede seu uso para 
doenças que necessitem de tratamento por tempo 
prolongado. Neste caso, como nas doenças reumáticas 
(artrite reumatoide, lupus eritematoso sistêmico, entre 
outras), prefere-se aqueles com pouco efeito 
mineralocorticoide. 
 Conseguem reduzir radicalmente as manifestações da 
inflamação, pois reduz a concentração, distribuição e 
efetividade de leucócitos periféricos. Além disso, age 
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suprimindo citocinas e quimiocinas inflamatórias e outros 
mediadores da inflamação. 
 Os glicocorticoides agem também inibindo algumas proteínas 
de adesão nas células endoteliais. Após a dosagem de um 
glicocorticoide de curta ação no organismo, ocorre um 
aumento da concentração de neutrófilos na circulação 
advindos da medula óssea, contudo há diminuição do 
recrutamento deles no local da inflamação, sendo que o saldo 
de neutrófilos no local da inflamação é negativo. 
 
FARMACODINÂMICA = Os Anti-inflamatórios esteroidais inibem a 
Fosfolipase A2 a partir da ativação da lipocortina, inibindo a 
formação de ácido araquidônico. É bom lembrar que os AINES 
apenas inibem a Cicloxigenase (COX), não interferindo na produção 
de leucotrienos, diferentemente dos Anti-inflamatórios esteroidais. 
 Além de inibir a Fosfolipase A2, os glicocorticoides 
também inibem a expressão da enzima COX2, responsável 
pela síntese de prostaglandinas. Entretanto, eles não inibem 
a COX1, responsável pela formação de tromboxanos. Então, 
como efeito final, os glicocorticoides diminuem o ácido 
araquidônico, os leucotrienos e as prostaglandinas. 
 
 Ocorre também uma diminuição da contagem de linfócitos T 
e B no local de inflamação, pois os glicocorticoides promovem 
a migração deles para o tecido linfoide. Os glicocorticoides 
também inibem as funções dos macrófagos e células 
apresentadoras de antígeno, de fagocitose e a produção de 
TNFalfa, IL-1, IL-12 e IFNgama. Inibem também a atividade da 
fosfolipase A2, diminuindo a produção de ácido 
araquidônico, precursor das prostaglandinas e leucotrienos e 
do fato de ativação de plaquetas (PAF). Inibem também a 
COX-2. 
 Provocam vasoconstrição quando aplicados na pele pois 
reduzem a desgranulação de mastócitos e reduzem a 
permeabilidade capilar ao reduzirem a quantidade de 
histamina circulante. Não influenciam na ativação, mas na 
função do sistema complemento. O uso de glicocorticoides 
podem causar: insônia, euforia, depressão, diminuição da 
ACTH, GH, TSH e LH. Aumento da gordura visceral, facial, da 
nuca e supraclavicular. Podem interferir no efeito da vitamina 
D para absorção de cálcio. Aumentam o número de plaquetas 
e eritrócitos. Os glicocorticoides podem ser usados em bebês 
prematuros que ainda não tiveram seus pulmões 
completamente formados. 
 
REFERÊNCIAS 
 
 ABBAS, A. K.; LICHTMAN, A. H.; PILLAI, S. H. I. V. 
Imunologia celular e molecular. 7. ed. Rio de Janeiro: 
Elsevier, 2012; 
 
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 BRASILEIRO FILHO, G. Bogliolo - Patologia. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Gen, Guanabara Koogan, 2016; 
 
 KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; FAUSTO, N.; MITCHELL, R. N. 
Robbins. Bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2005; 
 
 Antiinflamatórios não-esteroidais e sua farmacologia local; 
USP 2009; 
 
 Aspectos celulares e moleculares da inflamação; Anilo 
Mesquita Jr., Júlio A. Pereira Araújo; Rev. Bras. Medicina. 
2018.

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