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Medicina Baseada em Evidências

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Universidade Estácio de Sá - 2021.2 M4 - Epidemiologia 2 Danielle Mistieri Matheus
A medicina baseada em evidências vai contar com o 
uso racional da melhor evidência disponível na 
tomada de decisões ara o cuidado de um paciente. 
Assim, os médicos podem auxiliar o paciente de 3 
formas principais: 
• DiagnosAcando e excluindo outros problemas de 
saúde; 
• Na prescrição de tratamentos que trazem mais 
beneIcios e menos danos; 
• Indicando o prognósAco (a evolução) mais 
provável em cada conduta; 
Dessa forma, a MBE foi centrada em 3 eixos: uma 
decisão baseada em ciência de boa qualidade, uma 
excelência na clínica e um foco no paciente. 
Os médicos da era da informação precisam saber: 
• Fazer uma excelente anamnese e exame clínico; 
• Formular uma hipótese diagnósAca; 
• Solicitar exames complementares; 
• SinteAzar o problema, por meio da formulação 
de perguntas de forma clara e concisa; 
• Saber onde e o que buscar para responder o 
problema do paciente; 
• Ler, analisar criAcamente e interpretar os 
resultados; 
• Avaliar a aplicabilidade do estudo e dos seus 
resultados ao problema de saúde e contexto do 
paciente, recursos disponíveis para a atuação 
médica; 
Dessa forma foram criados os 5 passos do processo 
de EBP: 
1. ASK: Formular uma pergunta clínica de forma 
clara e concisa que pode ser respondida com 
facilidade; 
 MODELO PICO: 
Exemplo 1: Em pacientes que sofreram um infarto 
do miocárdio, uma dose diária de aspirina 75mg 
reduz o risco de um novo episódio de infarto (taxa 
de reinfarto) e óbito? 
PICO: 
• População: pessoas que Averam infarto do 
miocárdio; 
• I n t e r v e n ç ã o : a s p i r i n a 7 5 m g t o m a d a 
diariamente; 
1
Comparação 
“Qual é a principal alternativa para comparar 
com a intervenção/exposição?” 
“Qual é o grupo de comparação principal?”
Medicina Baseada em 
Evidências
Paciente, População, Problema; 
“Qual é a população que representa o 
paciente do seu caso clínico? Principais 
características?"
P
Intervenção, Fator Prognóstico, 
Exposição 
“Qual é a intervenção terapêutica ou 
diagnóstica, fator prognóstico ou exposição 
a ser considerada ou avaliada?”
I/E
C
Outcome (Desfecho, resultado 
pretendido) 
“Qual é o resultado pretendido? Como 
pretende medir?” 
Ex: Incidência de cura, óbito, complicação, 
internação, etc
O
Universidade Estácio de Sá - 2021.2 M4 - Epidemiologia 2 Danielle Mistieri Matheus
• Comparação: placebo; 
• Outcome/Resultado: novo episódio (taxa de 
reinfarto) e letalidade; 
Exemplo 2: Há evidências de que a administração 
de betametasona 24mg a mulheres grávidas após 34 
semanas de gestação reduz a incidência de 
dificuldade respiratória no recém-nascido? 
PICO: 
• População: mulheres grávidas após 34 semanas 
de gestação; 
• Intervenção: betametasona 24mg; 
• Comparação: nenhum esteroide administrado; 
• Outcome/Resultado: incidência da síndrome de 
angúsAa respiratória no recém-nascido; 
MODELO PIRD 
Nesse Apo de modelo, vão ser formulara perguntas 
para uma questão diagnósAca. 
Exemplo 3: Em indivíduos que relatam trauma no 
pé, qual é a acurácia do exame clínico para 
diagnosAcar fratura no tornozelo em comparação a 
radiografia? 
PICO/PIRD: 
• População: indivíduos que relatam trauma no 
pé; 
• Teste Índice: exame clínico; 
• Padrão de referência (‘ouro”): radiografia; 
• Outcome/DiagnósAco: diagnósAco de fratura do 
tornozelo; 
2. Access: Ir atrás da melhor evidência; 
Seria saber onde buscar e como encontrar uma 
evidência, uma vez que a quanAdade de arAgos 
publicados sobre um mesmo tema pode ser 
enorme. 
a) IdenAficar a biblioteca eletrônica mais 
adequada a sua pergunta PICO: 
• Evidências primárias: arAgos sobre pesquisas 
originais/primárias (que coletaram dados 
dos indivíduos); 
✦ Para arAgos completos: 
- P u b M e d c e n t r a l : h i p : / /
www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/
- B i o m e d C e n t r a l : h i p : / /
www.biomedcentral.com/ 
2
Index test (teste índice) 
“Qual teste diagnóstico está sendo 
avaliado? Teste novo, teste rápido, exame 
clínico ou laboratorial?"
Paciente, População, Problema; 
“Qual subgrupo populacional representa o 
paciente pretendido? Para qual população 
os resultados poderão ser aplicados?” 
Ex: adultos jovens com sintomas respirat.
P
I
Reference Standard (Padrão de 
referência/ teste ouro) 
“Qual é o melhor (mais objetivo) método 
para fazer o diagnóstico pretendido?” 
“O que há de melhor para classificar 
corretamente doentes e não doentes?" 
R
Diagnóstico 
“Qual é o diagnóstico pretendido?” 
Ex: Dengue, alcoolismo, infarto agudo do 
miocárdio, demência, apendicite, etc
D
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/
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- PLOS – Public Library of Science: hip://
www.plos.org
- F r e e m e d i c a l j o u r n a l s : h i p : / /
www.freemedicaljournals.com/ 

Directory of Open Access Journals: hip://
doaj.org/
✦ Para resumos: 
- Up to date: hips://www.uptodate.com 
- A C P j o u r n a l c l u b : h i p : / /
www.acponline.org/clinical_informaAon/
journals_publicaAons/acp_journal_club/ 
- DARE - Database of Abstracts of Reviews 
o f E ff e c t s ( D A R E ) : h i p : / /
w w w. c o c h ra n e . o rg /e d i to r i a l - a n d -
publishing-policy-resource/database-
abstracts-reviews-effects-dare 
• Evidências secundárias: Guidelines/diretrizes 
b a s e a d a s e m e v i d ê n c i a s . re v i s õ e s 
sistemáAcas (junção de informação sobre a 
maioria dos arAgos com o mesmo tema); 
✦ Guidelines: 
- UK NaAonal Library for Health, NICE, 
S I G N ; U S N a A o n a l G u i d e l i n e s 
C lear inghouse; Canadian Medica l 
AssociaAon; New Zealand Guidelines 
Group 
- Para medidas prevenAvas: US PrevenAve 
S e r v i c e s T a s k F o r c e : h i p : / /
www.usprevenAveservicestaskforce.org/ 
✦ Evidence-based Summaries: Bandolier, 
Clinical Evidence; EBM online; 
✦ SystemaAc Reviews: Cochrane library; 
b) IdenAficar termos de busca que melhor se 
ajusta a sua pergunta PICO; 
3. Appraise: Avaliar a evidência com base em sua 
validade e qualidade; 
IdenAficar qual Apo de estudo atende às questões 
clínicas (à sua pergunta PICO): 
• Magnitude do problema: estudos de incidência/
prevalência e mortalidade; 
• Fatores de risco/associados a determinadas 
doenças: Estudos causais; 
• Fatores relacionados a evolução da doença/
condição: Estudos prognósAcos - examinam a 
possibilidade de complicações ou outros 
desfechos indesejáveis para uma doença (morte, 
complicação, incapacidade temporária ou 
permanente); 
• Medidas preven3vas: Estudos que avaliam o 
efeito protetor de ações ou procedimentos (e. 
g., campanhas educaAvas, vacinas); 
• Efeito terapêuAco: Ensaios clínicos; 
• Custo e avaliações de impacto: Carga de 
doença, custo/efeAvidade de procedimentos, de 
tratamentos, de incorporação tecnológica; 
• Estudos que avaliam a qualidade de vida;

3
http://www.plos.org
http://www.plos.org
https://www.uptodate.com
http://www.acponline.org/clinical_information/journals_publications/acp_journal_club/
http://www.acponline.org/clinical_information/journals_publications/acp_journal_club/
http://www.acponline.org/clinical_information/journals_publications/acp_journal_club/
http://www.cochrane.org/editorial-and-publishing-policy-resource/database-abstracts-reviews-effects-dare
http://www.cochrane.org/editorial-and-publishing-policy-resource/database-abstracts-reviews-effects-dare
http://www.cochrane.org/editorial-and-publishing-policy-resource/database-abstracts-reviews-effects-dare
http://www.uspreventiveservicestaskforce.org/
http://www.uspreventiveservicestaskforce.org/
http://www.uspreventiveservicestaskforce.org/
Universidade Estácio de Sá - 2021.2 M4 - Epidemiologia 2 Danielle Mistieri Matheus
Orientação de hierarquia para tratamento: 
• Resumo baseado em evidências e diretrizes 
clínicas sobre o assunto; 
• Revisão sistemáAca de preferência com 
metanálise; 
• Ensaios clínicos randomizados;• Estudos observacionais; 
• Pesquisa básica; 
• Experiência clínica, opiniões de especialistas; 
Para análise de fator de risco, causa de doença, não 
tem como fazer um ensaio clínico randomizado. 
Porque não se tem como decidir por exemplo, quem 
vai e quem não vai fumar. Só se analisa estudos 
observacionais. 
4. Apply: Integrar os resultados com a sua 
experiência clínica e os valores/condições locais 
do seu paciente; 
É necessário avaliar se a a publicação é boa ou não, 
se é adequada ou não e se o resultado pode ou não 
ser aplicável ao paciente em questão. 
Precisa-se primeiro ver se a amostra estudada 
representa o subgrupo populacional que me 
interessam; indivíduos que tem a doença; o 
paciente que apareceu na clínica em relação a 
minha dúvida e se está em tamanho suficiente. 
Analisar se os grupos que estão sendo comparados 
são homogêneos. Ex: comparar jovem com idoso. 
Pode-se atribuir a intervenção algo que não 
necessariamente tem a ver com ela. 
Após entender o resultado, ver se ele é aplicável ao 
paciente, ao P do PICO que me interessa. 
4
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5. Assess: Avaliar a efeAvidade do processo 
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