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fichamento Freud-análise dos grupos

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UNIFIN- FACULDADE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
Disciplina: Fundamentos da Psicanálise
Semestre: 2021/1 
Professora: Márcia Aparecida Vitorello
Acadêmicas: Cristiane Boeira, Daiane Di Domenico, Isis Chaves, Heloisa Mendes, Lilian Capra e Luciene Vicentini
FICHAMENTO
FREUD, S. Psicologia dos Grupos e Análise do Ego. Vol. XVIII (1921). In: Obras psicológicas completas. Edição Standard Brasileira. Jayme Salomão (Org.). Rio de Janeiro: Imago editora. 24 v.
O presente trabalho visa destacar as ideias e explicações que Freud nos traz acerca da Psicologia de Grupos, iniciando seu trabalho em 1919 e sendo concluído em 1921. Assim como o título menciona, o trabalho se torna significativo visto em duas percepções, [...] explica a psicologia dos grupos com base em alterações na psicologia da mente individual, e, por outro, leva um passo à frente a investigação freudiana da estrutura anatômica da mente [...] (FREUD 1921). Freud observa o homem em sua Psicologia individual, assim como, a relação deste mesmo indivíduo na Psicologia dos grupos. O quanto as relações, impulsos e sentimentos, podem modificar as percepções do indivíduo enquanto unidade e enquanto grupo. 
A Psicologia dos grupos surge, portanto, quando uma determinada quantidade de pessoas constituem laços emocionais estabelecidos, tanto políticos, quanto sociais e religiosos, sendo estes laços libidinais que caracterizam o grupo. O presente trabalho mostra, portanto, que quando o sujeito passa a fazer parte dos grupos, acaba modificando sua personalidade, pensamentos e reflexões, pois passa a pensar ou agir como a maioria, estas modificações se tornam possíveis por meio da sugestão e do contágio de sentimentos despertados nestas relações.
No decorrer do trabalho serão abordados, as descrições da mente grupal e coletiva, bem como, sugestão e libido, as descrições de grupos artificiais, outros problemas de linha de trabalho, identificação e estar amando e hipnose. 
I INTRODUÇÃO
A diferença em um primeiro momento entre as psicologias individuais e de grupos, se mostra repleto de significação, mas que visto mais de perto perde grande parte da sua clareza.
“É verdade que a psicologia individual relaciona-se com o homem tomado individualmente e explora os caminhos pelos quais ele busca encontrar satisfação para seus impulsos instintuais; contudo, apenas raramente e sob certas condições excepcionais, a psicologia individual se acha em posição de desprezar as relações desse indivíduo com os outros.” (FREUD,1921, p.44)
Para Freud (1921) ao mesmo tempo que algo sistematicamente envolvido na vida mental do indivíduo, [...] como um modelo, um objeto, um auxiliar, um oponente, de maneira que, desde o começo [...] nesta percepção, pode mostrar a Psicologia individual, de uma maneira mais ampla, podendo também sustentar ao mesmo tempo a Psicologia Social. 
“As relações de um indivíduo com os pais, com os irmãos e irmãs, com o objeto de seu amor e com seu médico, na realidade, todas as relações que até o presente constituíram o principal tema da pesquisa psicanalítica, podem reivindicar serem consideradas como fenômenos sociais, e, com respeito a isso, podem ser postas em contraste com certos outros processos, por nós descritos como ‘narcisistas’, nos quais a satisfação dos instintos é parcial ou totalmente retirada da influência de outras pessoas”. (FREUD 1921, p.44)
“Ora, quando se fala de psicologia social ou de grupo, costuma-se deixar essas relações de lado e isolar como tema de indagação o influenciamento de um indivíduo por um grande número de pessoas simultaneamente, pessoas com quem se acha ligado por algo, embora, sob outros aspectos e em muitos respeitos, possam ser-lhe estranhas”. (FREUD, 1921, p.44)
“A psicologia de grupo interessa-se assim pelo indivíduo como membro de uma raça, de uma nação, de uma casta, de uma profissão, de uma instituição, ou como parte componente de uma multidão de pessoas que se organizaram em grupo, numa ocasião determinada, para um intuito definido”. (FREUD, 1921, p.44)
“Contudo, talvez possamos atrever-nos a objetar que parece difícil atribuir ao fator numérico uma significação tão grande, que o torne capaz, por si próprio, de despertar em nossa vida mental um novo instinto, que de outra maneira não seria colocado em jogo. Nossa expectativa dirige-se assim para duas outras possibilidades: que o instinto social talvez não seja um instinto primitivo, insuscetível de dissociação, e que seja possível descobrir os primórdios de sua evolução num círculo mais estreito, tal como o da família”. (FREUD, 1921, p. 44,45)
A psicologia de grupo engloba uma diversidade de temas, oferecendo aos investigadores uma série de adversidades não podendo serem distinguidas umas das outras. “Qualquer pessoa que compare as exíguas dimensões deste pequeno livro com a ampla extensão da psicologia de grupo, poderá perceber em seguida que apenas alguns pontos, escolhidos dentre a totalidade do material, serão tratados aqui.” (FREUD. 1921, p.45) 
II - A DESCRIÇÃO DE LE BON DA MENTE GRUPAL
Freud utiliza-se, no capítulo II, de citações da obra famosa de Le Bon, Psychologie des foules (1855) – Psicologia das Multidões. “Em vez de partir de uma definição, parece mais proveitoso começar com alguma indicação do campo de ação dos fenômenos em exame e selecionar dentre eles alguns fatos especialmente notáveis e característicos, aos quais nossa indagação possa ligar-se.” (FREUD, 1921, p.45) 
“Se uma psicologia - interessada em explorar as predisposições, os impulsos instintuais, os motivos e os fins de um indivíduo até as suas ações e suas relações com aqueles que lhe são mais próximos - houvesse atingido completamente seu objetivo e esclarecido a totalidade dessas questões, com suas interconexões, defrontar-se-ia então subitamente com uma nova tarefa, que perante ela se estenderia incompleta”.(FREUD, 1921, p.45) 
“Constituiu tarefa de uma psicologia de grupo teórica responder a essas três perguntas. A melhor maneira de abordá-las é, evidentemente, começar pela terceira. É a observação das alterações nas reações do indivíduo que fornece à psicologia de grupo seu material, de uma vez que toda tentativa de explicação deve ser precedida pela descrição da coisa que tem de ser explicada.” (FREUD, 1921, p.46)
“Deixarei que agora Le Bon fale por si próprio. Diz ele: ‘A peculiaridade mais notável apresentada por um grupo psicológico é a seguinte: sejam quem forem os indivíduos que o compõem, por semelhantes ou dessemelhantes que sejam seu modo de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, o fato de haverem sido transformados num grupo coloca-os na posse de uma espécie de mente coletiva que os faz sentir, pensar e agir de maneira muito diferente daquela pela qual cada membro dele, tomado individualmente, sentiria, pensaria e agiria, caso se encontrasse em estado de isolamento. Há certas idéias e sentimentos que não surgem ou que não se transformam em atos, exceto no caso de indivíduos que formam um grupo. “ ( FREUD, 1921, p.46) 
“É fácil provar quanto o indivíduo que faz parte de um grupo difere do indivíduo isolado; mas não é tão fácil descobrir as causas dessa diferença.’” (FREUD, 1921, p. 46)
” Nossos atos conscientes são o produto de um substrato inconsciente criado na mente, principalmente por influências hereditárias. Esse substrato consiste nas inumeráveis características comuns, transmitidas de geração a geração, que constituem o gênio de uma raça. Por detrás das causas confessadas de nossos atos jazem indubitavelmente causas secretas que não confessamos, mas por detrás dessas causas secretas existem muitas outras, mais secretas ainda, ignoradas por nós próprios. A maior parte de nossas ações cotidianas são resultados de motivos ocultos que fogem à nossa observação.” (FREUD, 1921 p.47) Inconsciente (9).
“Le Bon pensa que os dotes particulares dos indivíduos se apagam num grupo e que, dessa maneira, sua distintividade se desvanece. O inconsciente racial emerge; o que é heterogêneo submerge no que é homogêneo. Como diríamos nós, a superestruturamental, cujo desenvolvimento nos indivíduos apresenta tais dessemelhanças, é removida, e as funções inconscientes, que são semelhantes em todos, ficam expostas à vista.”. (FREUD 1921, p. 47)
Le Bon acredita que os indivíduos apresentam novas características que não possuíam anteriormente, e busca a razão disso em três fatores: o primeiro é que o indivíduo que faz parte de um grupo adquire um sentimento de poder invencível em que permite a ele se render a instintos que se estivesse sozinho teria compulsoriamente mantido sobre coerção. Segundo ele, o indivíduo fica menos disposto a controlar-se e o sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos, desaparece inteiramente. (FREUD, 1921, pág. 47)
“Segundo nosso ponto de vista, não precisamos atribuir tanta importância ao aparecimento de características novas. Para nós, seria bastante dizer que, num grupo, o indivíduo é colocado sob condições que lhe permitem arrojar de si as repressões de seus impulsos instintuais inconscientes. As características aparentemente novas que então apresenta são na realidade as manifestações desse inconsciente, no qual tudo o que é mau na mente humana está contido como uma predisposição” (FREUD, 1921, p. 47). Impulso (8); Instinto (10).
[...] “Num grupo, todo sentimento e todo ato são contagiosos, e contagiosos em tal grau, que o indivíduo prontamente sacrifica seu interesse pessoal ao interesse coletivo. Trata-se de aptidão bastante contrária à sua natureza e da qual um homem dificilmente é capaz, exceto quando faz parte de um grupo” (FREUD, 1921, p. 47).
“Uma terceira causa, de longe a mais importante, determina nos indivíduos de um grupo características especiais que são às vezes inteiramente contrárias às apresentadas pelo indivíduo isolado. Aludo àquela sugestionabilidade, da qual, além disso, o contágio acima mencionado não é mais do que um efeito.’ (FREUD, 1921, p. 48).
[...]” As investigações mais cuidadosas parecem demonstrar que um indivíduo imerso por certo lapso de tempo num grupo em ação, cedo se descobre - seja em consequência da influência magnética emanada do grupo, seja devido a alguma outra causa por nós ignorada - num estado especial, que se assemelha muito ao estado de ‘fascinação’ em que o indivíduo hipnotizado se encontra nas mãos do hipnotizador. (…)A personalidade consciente desvaneceu inteiramente; a vontade e o discernimento se perderam. Todos os sentimentos e o pensamento inclinam-se na direção determinada pelo hipnotizador.” (FREUD, 1921, p. 48)
“Temos aqui outra importante comparação para ajudar-nos a entender o indivíduo num grupo: ‘Além disso, pelo simples fato de fazer parte de um grupo organizado, um homem desce vários degraus na escada da civilização. Isolado, pode ser um indivíduo culto; numa multidão, é um bárbaro, ou seja, uma criatura que age pelo instinto. Possui a espontaneidade, a violência, a ferocidade e também o entusiasmo e o heroísmo dos seres primitivos.’ (Ibid., 36.) Le Bon demora-se então especialmente na redução da capacidade intelectual que um indivíduo experimenta quando se funde num grupo.” (FREUD, 1921, p. 49)
“Le Bon não dá a impressão de haver conseguido colocar a função do líder e a importância do prestígio completamente em harmonia com seu retrato brilhantemente executado da mente grupal.” (FREUD, 1921, p. 51)
III - OUTRAS DESCRIÇÕES DA VIDA MENTAL COLETIVA
[...] “As duas teses que abrangem as mais importantes das opiniões de Le Bon, ou seja, as que tocam na inibição coletiva do funcionamento intelectual e na elevação da afetividade nos grupos, foram formuladas pouco antes por Sighele. No fundo, tudo o que resta como peculiar a Le Bon são as duas noções do inconsciente e da comparação com a vida mental dos povos primitivos, e mesmo estas naturalmente, já haviam sido com frequência aludidas antes dele.” (FREUD, 1921, p. 52)
Freud afirma que é possível também distinguir outras manifestações de formação de grupo que atuam em sentido contraditórias. Em certas circunstâncias, os princípios éticos de um grupo podem ser mais elevados que os indivíduos que o compõem. Nos indivíduos o interesse pessoal é quase a única força motivadora, enquanto que nos grupos é raramente relevante. (FREUD, 1921, p. 52)
Parece que o trabalho da psicologia de grupo estaria fadado a chegar em um fim infrutífero. Porém, é fácil encontrar uma saída mais esperançosa para o dilema. Uma série de estruturas bastante diferentes se fundiram sob a expressão “grupo” e podem exigir que sejam distinguidas. (FREUD, 1921, p. 53).
[...] “As assertivas de Sighele, Le Bon e outros referem-se a grupos de caráter efêmero, que algum interesse passageiro apressadamente aglomerou a partir de diversos tipos de indivíduos. As características dos grupos revolucionários, especialmente os da grande Revolução Francesa, influenciaram inequivocamente suas descrições. As opiniões contrárias devem sua origem à consideração daqueles grupos ou associações estáveis em que a humanidade passa a sua vida e que se acham corporificados nas instituições da sociedade. Os grupos do primeiro tipo encontram-se, com os do segundo, no mesmo tipo de relação que um mar alto, mas encapelado, tem com uma ondulação de terreno.” (FREUD, 1921, p. 53)
“A maneira pela qual os indivíduos são assim arrastados por um impulso comum é explicada por McDougall através do que chama de ‘princípio da indução direta da emoção por via da reação simpática primitiva’ (ibid., 25), ou seja, através do contágio emocional com que já estamos familiarizados. O fato é que a percepção dos sinais de um estado emocional é automaticamente talhada para despertar a mesma emoção na pessoa que os percebe. Quanto maior for o número de pessoas em que a mesma emoção possa ser simultaneamente observada, mais intensamente cresce essa compulsão automática.” (FREUD, 1921, p. 53)
“Esse mecanismo de intensificação da emoção é favorecido por algumas outras influências que emanam dos grupos. Um grupo impressiona um indivíduo como sendo um poder ilimitado e um perigo insuperável. Momentaneamente, ele substitui toda a sociedade humana, que é a detentora da autoridade, cujos castigos o indivíduo teme e em cujo benefício se submeteu a tantas inibições.” (FREUD, 1921, p. 54)
Mc Dougall, resume o comportamento psicológico de um grupo “não organizado” simples como excessivamente emocional, impulsivo, violento, inconstante, contraditório e extremado em sua ação, apresentando apenas as emoções rudes e os sentimentos menos refinados; extremamente sugestionável, descuidado nas deliberações, apressado nos julgamentos, incapaz de qualquer forma que não seja a mais simples e imperfeita das formas de raciocínio; facilmente influenciado e levado, desprovido de autoconsciência, despido de auto-respeito e de senso de responsabilidade, e apto a ser conduzido pela consciência de sua própria força, de maneira que tende a produzir todas as manifestações que aprendemos a esperar de qualquer poder irresponsável e absoluto. (FREUD, 1921, p. 54).
Contrastando com esse grupo com altamente organizado, o autor enumera cinco condições principais para a elevação da vida mental coletiva a um nível mais alto: que haja um certo grau de continuidade de existência no grupo, pode ser material ou formal; em cada membro do grupo se forme uma ideia definida sobre o grupo de maneira a desenvolver uma relação emocional com o grupo como um todo; que o grupo seja colocado em interação com outros grupos semelhantes mas que difiram em muitos aspectos; que o grupo possua tradições, costumes e hábitos que determinem a relação de seus membros uns com os outros; e que o grupo tenha estrutura definida. (FREUD, 1921, p. 54).
“De acordo com McDougall, se essas condições forem satisfeitas, afastam-se as desvantagens psicológicas das formações de grupo. A redução coletiva da capacidade intelectual é evitada retirando-se do grupo o desempenho das tarefas intelectuais e reservando-as para alguns membros dele” (FREUD, 1921, p. 55).
IV - SUGESTÃO E LIBIDO
É percebível que o indivíduo diante de um grupo fica submissoa este e constantemente sofre alteração em sua atividade mental. Esta obediência em relação a emoção fica enormemente intensificada, enquanto sua disposição intelectual fica acentuadamente diminuída, desta forma, ambos processos conduzem o indivíduo para um ajuntamento com os demais do grupo; e esse resultado só é obtido após remoção das inibições aos instintos que são características individuais, bem como, pela resignação àquelas expressões de inclinações que são especialmente suas. Em virtude disso, o interesse é buscar a explicação psicológica dessa alteração mental que é experimentada pelo indivíduo num grupo.
Levando em consideração o que dizem os especialistas da época em sociologia e psicologia de grupo não é diferente, porém recebem diversos nomes como: ‘sugestão’; ‘imitação’ (TARDE,1890). Mas segundo (BRUGEILLES, 1913) a imitação é subordinada ao conceito de sugestão, sendo, na realidade, um de seus resultados. Sugestão (17).
“Le Bon faz com que a origem de todas as enigmáticas características dos fenômenos sociais remonte a dois fatores: a sugestão mútua dos indivíduos e o prestígio dos líderes. Contudo, mais uma vez, o prestígio só é reconhecível por sua capacidade de evocar a sugestão. McDougall por um momento nos dá a impressão de que seu princípio da ‘indução primitiva de emoção’ pode permitir-nos passar sem a suposição da sugestão”.) [...] somos forçados a perceber que esse princípio não faz mais do que os familiares afirmativos sobre ‘imitação’ ou ‘contágio’, exceto pela decidida ênfase dada ao fator emocional. Não há dúvida de que existe algo em nós que, quando nos damos conta de sinais de emoção em alguém mais, tende a fazer-nos cair na mesma emoção (FREUD, 1921, p.56)
Portanto, o que nos força a obedecer ao contágio do grupo é a imitação, e o que induz a emoção em nós é a influência sugestiva deste, ou seja, os grupos se diferenciam por sua especial sugestionabilidade que significa um fenômeno irredutível e primitivo, sendo imprescindível na vida mental do homem. 
Agora que mais uma vez abordo o enigma da sugestão, depois que me mantive afastado dele por cerca de trinta anos, descubro que não houve mudança na situação. (Há uma exceção a ser feita a essa afirmativa, exceção que dá testemunho exatamente da influência da psicanálise.) Observo que esforços particulares estão sendo efetuados para formular corretamente o conceito de sugestão, isto é, fixar o emprego convencional do nome (por exemplo, McDougall, 1920b). (FREUD 1921, p.57)
“Entretanto, não houve explicação da natureza da sugestão, ou seja, das condições sob as quais a influência sem fundamento lógico e adequado se realiza. Eu não fugiria à tarefa de sustentar aquela afirmativa por uma análise da literatura dos últimos trinta anos, se não me achasse ciente de que está sendo empreendida, muito próximo, uma exaustiva investigação que tem por objetivo a realização dessa mesma tarefa”. (FREUD, 1921, p.57)
Portanto Freud utilizou o conceito de libido que o amparou no estudo das psiconeuroses, com intuito de esclarecer a psicologia de grupo.
“Libido é expressão extraída da teoria das emoções. Damos esse nome à energia, considerada como uma magnitude quantitativa (embora na realidade não seja presentemente mensurável), daqueles instintos que têm a ver com tudo o que pode ser abrangido sob a palavra ‘amor’. (FREUD, 1921, p.57) Libido (11).
O amor está relacionado diretamente ao amor sexual, com a união sexual como objetivo. [...] não isolamos disso - que, em qualquer caso, tem sua parte no nome ‘amor’ -, por um lado, o amor próprio, e, por outro, o amor pelos pais e pelos filhos, a amizade e o amor pela humanidade em geral, bem como a devoção a objetos concretos e a ideias abstratas. (FREUD, 1921, p.57) 
Nossa justificativa reside no fato de que a pesquisa psicanalítica nos ensinou que todas essas tendências constituem expressão dos mesmos impulsos instintuais; nas relações entre os sexos, esses impulsos forçam seu caminho no sentido da união sexual, mas, em outras circunstâncias, são desviados desse objetivo ou impedidos de atingi-lo, embora sempre conservem o bastante de sua natureza original para manter reconhecível sua identidade (como em características tais como o anseio de proximidade e o auto sacrifício). (FREUD, 1921, p.57;58)
Por chegar a essa decisão, a psicanálise desencadeou uma tormenta de indignação, como se fosse culpada de um ato de ultrajante inovação. Contudo, não fez nada de original em tomar o amor nesse sentido ‘mais amplo’. Em sua origem, função e relação com o amor sexual, o ‘Eros’ do filósofo Platão coincide exatamente com a força amorosa, a libido da psicanálise [...] dá a esses instintos amorosos o nome de instintos sexuais. (FREUD, 1921, p.58) Psicanálise (14).
“A maioria das pessoas ‘instruídas’ encarou essa nomenclatura como um insulto e fez sua vingança retribuindo à psicanálise a pecha de ‘pansexualismo’. Qualquer pessoa que considere o sexo como algo mortificante e humilhante para a natureza humana está livre para empregar as expressões mais polidas ‘Eros’ e ‘erótico’”. (FREUD, 1921, p.58)
Com sorte a conjectura das relações amorosas constituem também a essência da mente grupal. 
Primeiro, a de que um grupo é claramente mantido unido por um poder de alguma espécie; e a que poder poderia essa façanha ser mais bem atribuída do que a Eros, que mantém unido tudo o que existe no mundo? Segundo, a de que, se um indivíduo abandona a sua distintividade num grupo e permite que seus outros membros o influenciam por sugestão, isso nos dá a impressão de que o faz por sentir necessidade de estar em harmonia com eles, de preferência a estar em oposição a eles, de maneira que, afinal de contas, talvez o faça ‘ihnen zu Liebe‘. (FREUD 1921, p.58;59) 
V - DOIS GRUPOS ARTIFICIAIS: A IGREJA E O EXÉRCITO
A compreensão sobre a morfologia dos grupos podemos relembrar a possibilidade de distinguir a disparidade entre grupos e linhas opostas em seu desenvolvimento. Os grupos se diferem entre temporários e outros extremamente duradouros, grupos homogêneos e não homogêneos; grupos naturais e artificiais, que exigem uma força externa para mantê-los reunidos; grupos primitivos e grupos altamente organizados, com estrutura definida”.[...] refiro-me à distinção existente entre grupos sem líderes e grupos com líderes. (FREUD, 1921, p.59)
Freud, em completa oposição à prática costumeira, não escolheu, como recomeço a formação de grupo relativamente simples, pelo contrário, começou por grupos extremamente organizados, permanentes e artificiais. Seguindo exemplos destas estruturas são as igrejas – comunidades de crentes – e os exércitos.
 
“Uma Igreja e um exército são grupos artificiais, isto é, uma certa força externa é empregada para impedi-los de desagregar-se e para evitar alterações em sua estrutura. Via de regra, a pessoa não é consultada ou não tem escolha sobre se deseja ou não ingressar em tal grupo; qualquer tentativa de abandoná-lo se defronta geralmente com a perseguição ou severas punições, ou possui condições inteiramente definidas a ela ligadas.” (FREUD, 1921, p.59)
 
“Numa Igreja (e podemos com proveito tomar a Igreja Católica como exemplo típico), bem como num exército, por mais diferentes que ambos possam ser em outros aspectos, prevalece a mesma ilusão de que há um cabeça - na Igreja Católica, Cristo; num exército, o comandante-chefe - que ama todos os indivíduos do grupo com um amor igual. Tudo depende dessa ilusão; se ela tivesse de ser abandonada, [...]”. (FREUD, 1921, p.59)
 
“Não há dúvida de que o laço que une cada indivíduo a Cristo é também a causa do laço que os une uns aos outros. O exército difere estruturalmente da Igreja por compor-se de uma série de tais grupos. Todo capitão é, por assim dizer, o comandante-chefe e o pai de sua companhia, e assim também todo oficial inferior o de sua unidade. É verdade que uma hierarquia semelhante foi construída na Igreja; contudo, não desempenha nela, economicamente, o mesmo papel, pois um maior conhecimento e cuidado quanto aos indivíduos pode ser atribuídoa Cristo, mas não a um comandante-chefe humano”. (FREUD, 1921, p.59;60)
 
VI - OUTROS PROBLEMAS E LINHAS DE TRABALHO
Ao falar sobre outras questões e métodos de trabalho, o Capítulo 6 continua a apontar que dois grupos artificiais são dominados por dois tipos de vínculos emocionais: o vínculo com o líder e o vínculo entre os membros do grupo. Também enfatizou que a composição do grupo ainda precisa ser verificada. (FREUD, 1921, p.63)
“[...] Teremos de partir do fato verificado segundo o qual uma simples reunião de pessoas não constitui um grupo enquanto esses laços não se tiverem estabelecido nele; teremos, porém, de admitir que em qualquer reunião de pessoas a tendência a formar um grupo psicológico pode muito facilmente vir à tona. Teremos de conceder atenção aos diferentes tipos de grupos, mais ou menos estáveis, que surgem espontaneamente, e estudar as condições de sua origem e dissolução. Teremos de nos interessar, acima de tudo, pela distinção existente entre os grupos que possuem um líder e os grupos sem líder.” (FREUD, 1921, p.63).
“Contudo, todas essas questões, que podem, além disso, ter sido apenas parcialmente tratadas na literatura sobre psicologia de grupo, não conseguirão desviar nosso interesse dos problemas psicológicos fundamentais com que nos defrontamos na estrutura de um grupo. E nossa atenção será atraída em primeiro lugar por uma consideração que promete levar-nos da maneira mais direta a uma prova de que os laços libidinais são o que caracteriza um grupo” (FREUD, 1921, p.63).
“As provas da psicanálise demonstram que quase toda relação emocional íntima entre duas pessoas que perdura por certo tempo - casamento, amizade, as relações entre pais e filhos - contém um sedimento de sentimentos de aversão e hostilidade, o qual só escapa à percepção em consequência da repressão” (FREUD, 1921, p. 63). Repressão (16).
“Uma tal limitação do narcisismo, de acordo com nossas conceituações teóricas, só pode ser produzida por um determinado fator, um laço libidinal com outras pessoas. O amor por si mesmo só conhece uma barreira: o amor pelos outros, o amor por objetos” (FREUD, 1921, p.64). Narcisismo (12).
“Se assim, nos grupos, o amor a si mesmo narcisista está sujeito a limitações que não atuam fora deles, isso é prova irresistível de que a essência de uma formação grupal consiste em novos tipos de laços libidinais entre os membros do grupo” (FREUD, 1921, p.65). Sujeito (18).
VII – IDENTIFICAÇÃO
No capítulo 7, através da análise psicológica, é denominado a expressão mais distante do vínculo afetivo com os outros. A prova de identidade existe no complexo de Édipo, onde um menino toma seu pai como exemplo, esperando ser como ele, e ocupando um lugar em todas as relações entre seu pai e sua mãe, e pedindo a seu pai que se coloque em seu caminho. Desse modo, ele sente que sua mãe tem dono e não pode pertencer a ele. (FREUD, 1921, p. 66) Identificação (7); Complexo de Édipo (2)
Uma filha pode ter sintomas maternos típicos, vindo de um complexo de Édipo, e ela pode se sentir muito ansiosa para estabelecer um relacionamento com seu pai e, assim, desenvolver afeto por ele. (FREUD, 1921, p. 67) 
A identificação pode surgir do desejo de estar na mesma situação que outras pessoas, por exemplo, amigos que veem uma garota reagindo histericamente ao namorado por causa do ciúme, reagem da mesma maneira. (FREUD, 1921, p. 67) Desejo (3)
Os laços entre os membros do grupo e seus líderes são identificados com base em importantes qualidades emocionais comuns. A origem da homossexualidade masculina é que o jovem fica muito tempo com a mãe no complexo de Édipo. Após a puberdade, quando a mãe precisa ser substituída por outro objeto sexual, ele não desistiu dela, mas se identificou com ela e mudou a si mesmo. Procurando por itens que podem dar a ele o mesmo amor e amor que sua mãe. (FREUD, 1921, p. 68). 
A melancolia tem como uma de suas causas principais a perda emocional de um objeto amado, onde representa o autodesprezo do Ego, associada a autocrítica e autocensura que no fundo se representa a vingança do ego sobre ele. (FREUD, 1921, p.69) Ego (4)
Carregados pela ideia de que o ego nos leva a desenvolver uma instância capaz de isolar-se e assim entrar em conflito com ele: é o “ideal do ego”, o qual relacionamos as funções de auto-observação, consciência moral, censura dos sonhos e a grande influência com relação ao recalque. O afastamento entre o ideal do ego e o ego real varia muito de uma pessoa para outra, e toda essa variação não vai além da que ocorre em crianças. (FREUD, 1921, p.69) Ideal do ego (6); Recalque (15).
VIII - ESTAR AMANDO E HIPNOSE
Em relação ao capítulo, o uso da linguagem permanece fiel a uma condição real, e a essa condição damos o nome de “amor” a todos os tipos de relações que acumulamos. Estar amando é simplesmente uma catexia de objeto por parte de nossos instintos sexuais, com alvo a uma satisfação diretamente sexual. (FREUD, 1921, p.69) Catexia (1); Hipnose (5).
Já nas primeiras fases, onde o término é geralmente próximo dos cinco anos de idade, a criança passa a descobrir o primeiro objeto de amor em um dos seus pais, e através deste objeto passa também seus instintos sexuais com a intenção de satisfazer-se e conectar-se a esse objeto, aproximando-se assim do recalque por parte dos pais, onde se vê obrigado a renunciar a grande parte destes objetivos, impedindo e assim causando uma imensa alteração na sua relação com seus pais. (FREUD, 1921, p. 70). Objeto (13).
É na puberdade que surge grande parte dos novos e mais fortes impulsos sexuais, e na maioria das vezes o adolescente consegue fazer uma ementa entre o amor não sensual e celeste e o amor sensual e terreno. Um homem terá sentimentos profundos e nobres por uma mulher a quem ele respeita profundamente e terá sentimentos libidinosos por mulheres a quem não ama ou que pouco considera. (FREUD, 1921, p. 70).
Quando estamos amando, supervalorizamos o sexual: o objeto amado é supervalorizado, e os impulsos sexuais são recalcados, trazendo com eles a ilusão de que esse amor é dividido aos méritos espirituais desse objeto e não ao seu encanto sensual. A tendência que falsifica a convicção nesse respeito é a idealização. Amamos as perfeições que esse objeto nos trás, e o que ele proporciona para o nosso ego, mesmo de maneira indireta com a intenção de satisfazer assim o nosso narcisismo. Essa supervalorização sexual e o estar amando se fortalecem, e o ego acaba se tornando cada vez mais despretensioso e o objeto cada vez mais precioso: ele foi assim colocado então no lugar do ideal do ego. (FREUD 1921, p. 70-71).
A diferença entre identificação e o estar amando: no primeiro caso, o ego torna-se rico com todas as propriedades do objeto, já no segundo, empobrece-se e entrega-se ao objeto, substituindo assim o constituinte mais importante pelo objeto. (FREUD, 1921, p. 71).
Semelhanças entre o estar amando e a hipnose: Existe a naturalidade que há para o objeto amado; há a mesma fragilidade na iniciativa própria do sujeito; o hipnotizador, assim como o objeto amado, coloca-se no lugar do ideal do ego. Na hipnose, o hipnotizador constitui um único objeto e não presta mais atenção a mais ninguém que não seja ele mesmo. Uma completa ausência de impulsos é a devoção ilimitada de alguém enamorado, mas excluí a satisfação sexual, onde o estado de estar amando esta satisfação é apenas temporariamente impedida como algo possível para uma ocasião posterior. (FREUD, 1921, p. 71).
A hipnose vem da formação de evidenciar grupos ilimitados, onde esse número ilimitado de membros tem como objetivo distinguir-se do estado de estar amando pela ausência de inclinações diretamente sexuais. Esses impulsos sexuais inibidos em seus objetivos conseguem laços permanentes entre uma pessoa e outra, simplesmente pelo fato de não serem capazes de atrair uma satisfação completa, onde os impulsos sexuais desinibidos em seus objetivos, sofrem uma grande diminuição cada vez que esse objetivo sexual atingido, chegando assim, a extinção do amor sensual. (FREUD,1921, p. 72).
Porém, a hipnose sendo uma relação entre alguém com poderes superiores e alguém que está sem poder e desamparado, a consciência moral deste pode apresentar uma grande resistência, atribuindo ao fato de que, como é praticada pode ser condicionada a um certo conhecimento de que tudo que está acontecendo não passa apenas de um simples jogo. (FREUD, 1921, p. 73).
GLOSSAÁRIO: 
1) Catexia: Significa o mesmo que “investimento” no Brasil. Investimento é um termo extraído por Sigmund Freud do vocabulário militar para designar uma mobilização da energia pulsional que tem por consequência ligar esta última a uma representação, a um grupo de representações, a um objeto ou a partes do corpo.
2) Complexo de Édipo: O complexo de Édipo, conceito de Sigmund Freud, é a representação inconsciente pela qual se exprime o desejo sexual ou amoroso da criança pelo genitor do sexo oposto e sua hostilidade para com o genitor do mesmo sexo. O complexo de Édipo aparece entre os 3 e os 5 anos. Seu declínio marca a entrada num período chamado de latência, e sua resolução após a puberdade concretiza-se num novo tipo de escolha de objeto. 
3) Desejo: Termo empregado em filosofia, psicanálise e psicologia para designar, ao mesmo tempo, a propensão, o anseio, a necessidade, a cobiça ou o apetite, isto é, qualquer forma de movimento em direção a um objeto cuja atração espiritual ou sexual é sentida pela alma e pelo corpo. Em Sigmund Freud, essa ideia é empregada no contexto de uma teoria do inconsciente para designar, ao mesmo tempo, a propensão e a realização da propensão. Nesse sentido, o desejo é a realização de um anseio ou voto (Wunsch) inconsciente.
4) Ego: “Ego” é o mesmo que “eu”. Eu é o termo empregado na filosofia e na psicologia para designar a pessoa humana como consciente de si e objeto do pensamento. Retomado por Sigmund Freud, esse termo designou, num primeiro momento, a sede da consciência. O eu foi então delimitado num sistema chamado primeira tópica, que abrangia o consciente, o pré-consciente e o inconsciente. A partir de 1920, o termo mudou de estatuto, sendo conceituado por Freud como uma instância psíquica, no contexto de uma segunda tópica que abrangia outras duas instâncias: o supereu e o isso. O eu tornou-se então, em grande parte, inconsciente.
5) Hipnose: Termo derivado do grego hupnos (sono) e sistematizado, entre 1870 e 1878, para designar um estado alterado de consciência (sonambulismo ou estado hipnóide) provocado pela sugestão de uma pessoa em outra.
6) Ideal do ego (ou Ideal do eu): Sigmund Freud utilizou essa expressão para designar o modelo de referência do eu, simultaneamente substituto do narcisismo perdido da infância e produto da identificação com as figuras parentais e seus substitutos sociais. A noção de ideal do eu é um marco essencial na evolução do pensamento freudiano, desde as reformulações iniciais da primeira tópica até a definição do supereu.
7) Identificação: Termo empregado em psicanálise para designar o processo central pelo qual o sujeito se constitui e se transforma, assimilando ou se apropriando, em momentos-chave de sua evolução, dos aspectos, atributos ou traços dos seres humanos que o cercam.
8) Impulso: A parte organizada do sistema psíquico que entra em contato direto com a realidade e tem a capacidade de atuar sobre ela numa tentativa de adaptação.
9) Inconsciente: Na linguagem corrente, o termo inconsciente é utilizado como adjetivo, para designar o conjunto dos processos mentais que não são conscientemente pensados. Em Psicanálise é um lugar desconhecido pela consciência: uma “outra cena”. Na primeira tópica* elaborada por Sigmund Freud*, trata-se de uma instância ou um sistema (Ics) constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o pré-consciente* e o consciente* (Pcs-Cs). Na segunda tópica, deixa de ser uma instância, passando a servir para qualificar o isso e, em grande parte, o eu e o supereu.
(10) Instinto: Pulsão;
(11) Libido: Termo latino (libido = desejo), inicialmente utilizado por Moriz Benedikt e, mais tarde, pelos fundadores da sexologia (Albert Moll e Richard von Krafft-Ebing), para designar uma energia própria do instinto sexual, ou libido sexualis. Sigmund Freud retomou o termo numa acepção inteiramente distinta, para designar a manifestação da pulsão sexual na vida psíquica e, por extensão, a sexualidade humana em geral e a infantil em particular, entendida como causalidade psíquica (neurose), disposição polimorfa (perversão), amor-próprio (narcisismo) e sublimação.
(12) Narcisismo: Termo empregado pela primeira vez em 1887, pelo psicólogo francês Alfred Binet (1857-1911), para descrever uma forma de fetichismo que consiste em se tomar a própria pessoa como objeto sexual. O termo foi depois utilizado por Havelock Ellis, em 1898, para designar um comportamento perverso relacionado com o mito de Narciso.
(13) Objeto – Objeto (bom e mau); objeto (pequeno) a; objeto, de relação de; objeto transicional. : Termo introduzido por Jacques Lacan, em 1960, para designar o objeto desejado pelo sujeito e que se furta a ele a ponto de ser não representável, ou de se tornar um “resto” não simbolizável. Nessas condições, ele aparece apenas como uma “falhaa-ser”, ou então de forma fragmentada, através de quatro objetos parciais desligados do corpo: o seio, objeto da sucção, as fezes (matéria fecal), objeto da excreção, e a voz e o olhar, objetos do próprio desejo.
(14) Psicanálise: Termo criado por Sigmund Freud, em 1896, para nomear um método particular de psicoterapia (ou tratamento pela fala) proveniente do processo catártico (catarse) de Josef Breuer e pautado na exploração do inconsciente, com a ajuda da associação livre, por parte do paciente, e da interpretação, por parte do psicanalista.
(15) Recalque: Para Sigmund Freud, o recalque designa o processo que visa a manter no inconsciente todas as idéias e representações ligadas às pulsões e cuja realização, produtora de prazer, afetaria o equilíbrio do funcionamento psicológico do indivíduo, transformando-se em fonte de desprazer. Freud, que modificou diversas vezes sua definição e seu campo de ação, considera que o recalque é constitutivo do núcleo original do inconsciente. No Brasil também se usa “recalcamento”.
(16) Repressão: Termo empregado em psicologia para designar a inibição voluntária de uma conduta consciente. Em psicanálise, a repressão é uma operação psíquica que tende a suprimir conscientemente uma ideia ou um afeto cujo conteúdo é desagradável. No Brasil também se usa “supressão”.
(17) Sugestão: Termo que designa um meio psicológico de convencer um indivíduo de que suas crenças, suas opiniões ou suas sensações são falsas, e de que, inversamente, as que lhe são propostas são verdadeiras.
(18) Sujeito: Termo corrente em psicologia, filosofia e lógica. É empregado para designar ora um indivíduo, como alguém que é simultaneamente observador dos outros e observado por eles, ora uma instância com a qual é relacionado um predicado ou um atributo.
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
FREUD, S. PSICOLOGIA DOS GRUPOS E ANÁLISE DO EGO. Vol. XVIII (1921). Extratos da primeira (1922) tradução deste trabalho foram incluídos na General Selection from the Works of Sigmund Freud, de Rickman (1937, 195-244).
ELIZABETH ROUDINESCO. DICIONÁRIO DE PSICANÁLISE. Disponível em: <https://monoskop.org/images/c/c9/Roudinesco_Elisabeth_Plon_Michel_Dicionario_de_psicanalise_1998.pdf.> Acesso em: 14 Junho 2021.
ROLAND CHEMAMA. DICIONÁRIO DE PSICANÁLISE. Disponível em:< https://drive.google.com/file/d/11dDSL5dA5epT7a_8NIVK1MieFpMOVJlq/view> Acesso em: 14 Junho 2021.

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