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BALANÇO PATRIMONIAL – ESTRUTURA BALANÇO PATRIMONIAL – ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil estática destinada a evidenciar, quantitativa e qualitativamente, numa determinada data, a posição patrimonial e financeira da Entidade. O BP é estático porque apresenta a situação líquida da empresa em determinado momento; é uma fotografia dos bens, direitos e obrigações. • Não trabalha com fluxo, mas, sim, com contas. Por aspecto qualitativo entende-se a natureza (nome) dos elementos que compõem o patrimônio, como dinheiro, valores a receber ou a pagar expressos em moeda, máquinas, estoque de mercadorias ou materiais, dentre outros, assim, é a identificação do elemento do Balanço Patrimonial. O aspecto quantitativo (valor) refere-se à expressão monetária dos componentes patrimoniais, apresentando seus valores ao término do exercício social. O Balanço Patrimonial será composto pelo grupo do ativo, do passivo e do patrimônio líquido, sendo que o ativo e o passivo exigível serão segredados em circulante e não circulante. • Estrutura do Balanço Patrimonial: Tal determinação está na Lei n. 6.404/1976 em seu artigo 178, conforme apresentado abaixo. Lei n. 6.404/1976: Art. 178. No balanço, as contas serão classificadas segundo os elementos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira da companhia. § 1º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: • Liquidez é a capacidade que o ativo tem de se transformar em dinheiro. I – ativo circulante; e (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009) II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009) § 2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – passivo circulante; (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009) → Exigível de curto prazo. II – passivo não circulante; e (Incluído pela Lei n. 11.941, de 2009) → exigível de longo prazo. III – patrimônio líquido. • Para a lei, o patrimônio líquido é tratado como uma obrigação, mas considerada não exigível. O BP é dividido em três grupos: • Ativos são recursos controlados pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem para a entidade benefícios econômicos futuros ou potencial de serviços; − No ativo está o potencial econômico da empresa. • Passivos são obrigações presentes da entidade, derivadas de eventos passados, cujos pagamentos se esperam que resultem para a entidade saídas de recursos capazes de gerar benefícios econômicos ou potencial de serviços; − Chamado de exigível. • Patrimônio Líquido é o valor residual dos ativos da entidade depois de deduzidos todos seus passivos. − PL = A – P O Balanço Patrimonial possibilita aos usuários das informações contábeis obtenção de indicadores de liquidez, endividamento, estrutura de financiamento, entre outros possíveis. ATENÇÃO Os itens que compõe o Balanço Patrimonial como ativos ou passivos são divididos em itens monetários ou itens não monetários. Alguns questionadores chamam os itens monetários de financeiros e os não monetários de não financeiros. • Itens monetários ou financeiros são aqueles representados por dinheiro ou por direitos/créditos que serão recebidos e obrigações que serão pagas/liquidadas em dinheiro. A realização dos itens monetários geralmente afeta o fluxo de caixa e, normalmente, na sua liquidação não alteram o resultado do exercício. Por exemplo: Disponível, duplicatas a receber, empréstimos a receber, empréstimos a pagar, duplicatas a pagar, contas a pagar. • Itens não monetários são aqueles representados por ativos e passivos que não serão recebidos ou liquidados em dinheiro. Normalmente se realizam por meio de uma receita ou despesa, ou seja, na sua realização os itens não monetários afetam a DRE. Por exemplo: Estoque, despesa antecipada, imobilizado, intangível, receitas antecipadas. As entidades devem efetuar, com base na natureza de suas operações, a apresentação de ativos e passivos circulantes e não circulantes em separado no próprio balanço. • Assim, surge a estrutura do Balanço Patrimonial, que é dividido em ativo, passivo e PL. • O ativo e o passivo são apresentados em circulante e não circulante. Circulante é tudo aquilo que vai se realizar até o final do ano que vem. O que caracteriza ser circulante e não circulante é o tempo e esse tempo tem uma relação com o ciclo operacional. É normal que uma empresa compre e venda mercadorias várias vezes dentro do ano, então, para se equacionar ao exercício social, o circulante é o prazo de um ano a contar da data das demonstrações. O circulante tem uma relação direta com o ciclo operacional. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. O ciclo operacional de uma entidade é definido como o período entre a aquisição de materiais utilizados na produção e sua realização na forma de dinheiro ou equivalente a dinheiro. É o espaço de tempo em que a empresa faz girar o seu objeto. • O ciclo operacional começa com a compra e termina com a venda. Estrutura do Balanço Patrimonial A classificação em circulante ou não circulante está relacionada com o prazo de realização do ativo e o prazo de liquidação do passivo, conforme interesse da empresa. As informações sobre prazos de realização de ativos e liquidação de passivos são úteis para a avaliação da liquidez e da solvência (capacidade de pagamento da empresa) de uma entidade, assim como as informações sobre o período esperado de recuperação ou liquidação de ativos ou passivos, monetários ou não monetários, são úteis considerando a sua classificação como ativo ou passivo circulante ou não circulante. Por exemplo, se uma parcela dos estoques tem sua realização prevista para um prazo superior a um ano da data do balanço, ou da duração do ciclo operacional da entidade, essa parcela deve ser classificada como ativo não circulante, pois se for apresentada no circulante, o usuário entenderá que o estoque todo se realizará no ano seguinte. A informação não foi útil. • A divisão em circulante e não circulante é para que os usuários entendam o que a empresa espera realizar a curto e a longo prazo. Essa classificação, ao ser alterada, no decorrer do ano, deve ser informada porque é relevante. Um ponto interessante da essência econômica está relacionado com o controle sobre os itens patrimoniais, por exemplo: se a empresa possuir uma dívida de curto prazo e esta dívida puder ser postergada para longo prazo, a critério da empresa, a dívida deve ser classificada como passivo não circulante, pois o impacto do pagamento pode ser transferido, mesmo que não seja, quem controla o poder de decisão é a empresa. A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade (realização) e exigibilidade (pagamento). ATIVO CIRCULANTE ATIVO De natureza devedora, compreende as aplicações de recursos representadas por bens e direitos que estão sob o controle da empresa, originados de fatos passados e que provavelmente irão gerar benefício econômico futuro. Ativo → Aplicação de recursos → Bens e direitos → Natureza devedora → Aumenta por débito → Diminui por crédito → É o realizado e o realizável O ativo deve para a empresa um benefício econômico futuro. As contas do ativo são dispostas em ordem crescente dos prazos esperados de reali- zação, ou seja, em ordem decrescente de liquidez, assim, quanto mais rapidamente o bem ou o direito se transformar em dinheiro, será apresentado em primeiro noativo. No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos ele- mentos nelas registrados, nos seguintes grupos: I – ativo circulante; e II – ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível não realizados no ano, mas sim em períodos posteriores. A classificação dos elementos patrimoniais considera a segregação em “circulante” e “não circulante”, com base em seus atributos de conversibilidade e realização. Evolução da Legislação – Composição do Ativo: ATIVO CIRCULANTE Um ativo deve ser classificado como circulante quando: I – Se espera que seja realizado, ou é mantido para venda, negociação ou consumo dentro dos 12 meses seguintes à data do balanço, ou seja, vai se realizar até o fim do exercício que vem; ou II – É um ativo representado por dinheiro ou equivalente, ou seja, é um ativo já realizado, cuja utilização não está restrita. • Se a empresa começa o seu exercício social em 1º de janeiro de 2017, o seu circulante vai até o dia 31 de dezembro de 2018, ou seja, até o término do exercício social seguinte. • Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classificação no circulante ou de longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. • O ciclo operacional de uma entidade é definido como o período entre a aquisição de materiais utilizados na produção e sua realização na forma de dinheiro ou equivalente a dinheiro. • Ativos circulantes são ativos que são vendidos, consumidos e realizados dentro do ciclo operacional da entidade. Quando não houver expectativa de serem realizados dentro do período de doze meses da data do balanço, devem ser classificados como não circulantes. O ativo circulante é dividido nos seguintes subgrupos: a. disponível (Realizado); b. créditos (Realizável a curto prazo); c. estoques (Realizável a curto prazo); d. despesas antecipadas (Realizável a curto prazo); e. Outros circulantes (previsto no CPC). DISPONÍVEL São os recursos financeiros que se encontram à disposição imediata da entidade, compre- endendo os meios de pagamento em moeda e em outras espécies, os depósitos bancários à vista e os títulos de liquidez imediata. O disponível representa os valores realizados, que não precisam de conversão em moeda, devido a isto é denominado de ativo realizado. Composição disponível: • Caixa. • Bancos. • Aplicações financeiras de liquidez imediata (poupança, títulos com resgate de até noventa dias). • Numerários em trânsito. Não são considerados como disponível: a. o numerário cuja utilização seja limitada ou imediata por restrição de qualquer natureza; b. os saldos credores em conta corrente representados por saques e descobertos, que devem ser apresentados como parcela do passivo; c. os cheques emitidos e entregues aos beneficiários, mesmo que ainda não tenham sido sacados dos estabelecimentos bancários; d. as cauções em dinheiro para garantia de concorrências ou contrato de fornecimento de mercadorias ou serviços, mesmo que, no futuro, o reembolso seja efetuado em numerário; e. as aplicações temporárias em ação. CRÉDITOS São os títulos de crédito, quaisquer valores mobiliários e os outros direitos realizáveis até o fim do exercício social seguinte. Os créditos se dividem em créditos de funcionamento e créditos de financiamento. Os créditos de funcionamento representam os direitos que a empresa tem para receber ou para recuperar, oriundos de suas atividades operacionais. De acordo com o princípio da prudência, esses direitos deverão estar ajustados pela possibilidade de perda no seu recebimento. Exemplos: • Contas a receber. • Duplicatas a receber. • Clientes. • Notas promissória aceita. • Duplicata emitida. • Impostos a recuperar. Os créditos de financiamento são os valores que a empresa aplicou ou emprestou e pretende resgatar em curto prazo. Não estão diretamente relacionados com as atividades operacionais. Em regra, esse valor representa uma sobra financeira que a administração, em vez de deixar parada no caixa ou no banco, investe a fim de obter um ganho. Possui caráter especulativo para a empresa. Exemplos: • Empréstimos a receber. • Aplicação financeira de curto prazo. • Valores mobiliários. • Instrumentos financeiros de curto prazo. • Debentures adquiridas de curto prazo. BALANÇO PATRIMONIAL – CIRCULANTE E LONGO PRAZO ESTOQUES São os valores (recursos) referentes às existências de produtos acabados, produtos em elaboração, matérias-primas, mercadorias, materiais de consumo, serviços em andamento e outros valores relacionados às atividades-fins da entidade. Estoques são ativos: a. mantidos para venda no curso normal dos negócios; bens de venda – CMV; b. em processo de produção para venda; bens de produção; ou c. na forma de materiais ou suprimentos a serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação de serviços; bens de consumo. O valor de custo do estoque deve incluir todos os custos de aquisição e de transformação, bem como outros custos incorridos para trazer os estoques à sua condição e localização atuais. ATENÇÃO Todo e qualquer gasto com o estoque até sua colocação em uso é considerado um custo. DESPESAS ANTECIPADAS São as aplicações em gastos que tenham realização no curso do período subsequente à data do balanço patrimonial. Nesse subgrupo, são registrados os ativos que representam pagamentos antecipados ou assunção de dívidas referentes às despesas que ainda não ocorreram e serão realizadas durante exercícios posteriores. O registro da despesa antecipada atende ao regime da competência, pois as despesas ainda não ocorreram; contudo, já foram pagas ou assumidas obrigações a pagar, surgindo assim um direito para a empresa. As principais despesas antecipadas são: • Prêmio de seguro pago antecipadamente. • Seguro a vencer. • Telefone pré-pago. • Assinaturas de periódicos antecipadas. • Aluguel a apropriar. • Juros pagos antecipadamente. • Adiantamento de salários. • Adiantamento para viagens. OUTROS CIRCULANTES O grupo do ativo circulante “Outros circulantes” não está previsto na legislação (Lei n. 6.404/1976), sendo tratado somente pela figura dos CPCs (pronunciamentos contábeis). Trata-se de qualquer ativo que será liquidado pela empresa e que inicialmente não possuía essa destinação (de venda). Agrupa os ativos não circulantes mantidos para venda. ATIVO NÃO CIRCULANTE São os direitos que serão realizados (transformados em dinheiro) após o final do exercício seguinte (longo prazo), assim como os bens de uso (veículos, máquinas etc.) e de renda da empresa (aluguéis, imóveis para vendas etc.). As contas que aparecem em um balanço patrimonial apurado dia 31/12/17, no grupo ativo não circulante irão se realizar em dinheiro, direta ou indiretamente, após o dia 31/12/18. O ativo não circulante será composto dos seguintes subgrupos: • Ativo Realizável a Longo Prazo. • Investimentos. • Imobilizado. • Intangível. ARLP São os ativos cujos prazos esperados de realização situam-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial, como investimentos, contas a receber, duplicatas a receber. Art. 179. As contas serão classificadas do seguinte modo: II – no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da companhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia. Nesse subgrupo, destaca-se a conta adiantamento ou empréstimos a sócios, acionistas, diretores, administradores que não sejam objetos das atividadesda empresa. É importante entender que, quando a empresa possuir um crédito junto ao sócio, admi- nistrador ou diretor que seja resultado das atividades normais da empresa, esse direito será classificado de acordo com o prazo de realização, normalmente no ativo circulante. CONTAS DO ATIVO NÃO CIRCULANTE – EXEMPLOS • Duplicatas a receber em longo prazo. • Provisão para ajuste a valor presente (-). • Receita financeira a transcorrer (-). • Debêntures adquiridas com resgate a longo prazo. • Aplicações financeiras a longo prazo. • Empréstimos concedidos a longo prazo. • Adiantamentos a diretores. • Empréstimos a acionistas. • Empréstimos a diretores. • Empréstimos a coligadas/controladas. BALANÇO PATRIMONIAL – INVESTIMENTO – IMOBILIZADO E INTANGÍVEL INVESTIMENTOS São as participações permanentes em outras sociedades e os direitos de qualquer natureza, não classificáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da companhia ou da empresa. Participações em outras sociedades, além dos bens e direitos que não se destinam à manutenção das atividades-fim da entidade. Normalmente entram nesse grupo os bens ou direitos que tendem a aumentar de valor com o passar do tempo e não são utilizados pela empresa no seu dia a dia. São chamados de bens de renda. Exemplos: • Participações societárias. • Ágio na compra de participações societárias. • Investimentos em debêntures. • Investimentos em títulos da dívida pública. • Investimentos em fundos de pensão. • Propriedades para investimentos. • Investimentos em imóveis. • Imóveis para aluguel. • Terrenos para renda. • Obras de arte. • Provisão para perdas em investimentos (-). • Depreciação acumulada de imóveis para aluguel (-). Participações societárias: a. Ações de outras empresas. b. Ações de coligadas. c. Ações de controladas. d. Joint venture. e. Subsidiária integral. ATIVO IMOBILIZADO São os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das ati- vidades da companhia ou da empresa, ou exercidos com essa finalidade, inclusive os decorrentes de operações que transfiram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens. O imobilizado representa os bens de uso, também denominados de bens fixos. São os bens que a empresa utiliza no seu dia a dia, direta ou indiretamente, para gerar receitas. O conceito de imobilizado não quer dizer que o bem deve ser um imóvel, mas sim, que os recursos estão imobilizados. Na prática, o ativo imobilizado é formado pelo conjunto de bens e direitos necessários à manutenção das atividades da empresa, caracterizados por apresentar-se na forma tangível, como imóveis, móveis, computadores, veículos etc. O ativo imobilizado compreende os ativos tangíveis que: a. são mantidos para uso na produção ou na comercialização de mercadorias ou serviços, ou para finalidades administrativas; b. têm a expectativa de serem utilizados por mais de doze meses; c. haja a expectativa de auferir benefícios econômicos em decorrência da sua utilização; d. possuam um custo que possa ser mensurado com segurança. Exemplos de imobilizados: • Edifícios. • Veículos. • Moveis e utensílios. • Computadores. • Televisores. • Apartamentos. • Minas. • Jazidas. • Florestas. • Pastagens. A Lei n. 6.404/1976 apresenta que serão imobilizados os bens corpóreos utilizados nas atividades ou exercidos com essa finalidade. Inclui como imobilizados as benfeitorias em imóveis de terceiros; os recursos aplicados na produção de ativos ou os já destinados à aquisição de bens de natureza tangível, mesmo que ainda não estejam em operação. Exemplos: • Obras em andamento. • Importações em andamento. • Adiantamentos para compra de imobilizado. • Consórcios de bem imóveis ou móveis. Serão classificados no imobilizado os bens tangíveis com prazo de vida maior que um ano. Se a vida útil do bem é menor que um ano, pode ser reconhecido como despesa diretamente. Para atender a uma determinação fiscal, a empresa, a seu critério, poderá lançar como custo ou despesa operacional o valor de aquisição de bens do ativo imobilizado, cujo prazo de vida útil não ultrapasse um ano ou o valor unitário não seja superior a R$ 1.200,00. O imobilizado deve ser registrado, no ativo não circulante, pelo seu custo de construção, pelo custo de aquisição ou pelo valor de mercado, no caso de doações recebidas. O custo de um bem do imobilizado compreende o seu valor de compra, incluindo custos de desembaraço alfandegário e impostos não restituíveis sobre a compra, e quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo em condições operacionais para o uso pretendido; quaisquer descontos comerciais e abatimentos são deduzidos para chegar ao valor de compra. O ativo imobilizado poderá ser depreciado, exaurido ou amortizado com o passar do tempo, pelo uso ou de acordo com a diminuição dos seus benefícios econômicos futuros. INTANGÍVEL São os direitos que tenham por objeto bens incorpóreos destinados à manutenção da com- panhia ou exercidos com essa finalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido (goodwill ou ágio por expectativa futura). O grupo do intangível foi criado pela Lei n. 11.638/2007 com o objetivo de registrar os bens e direitos que não possuam matéria, mas que apresentam um valor considerável para a empresa. Normalmente, a contabilidade somente aceita o registro de ativos intangíveis adquirido de forma individualizada, devendo ser registrado inicialmente pelo seu valor de aquisição, depois ajustado pela devida amortização. Os ativos gerados internamente pela empresa não poderão ser reconhecidos. Um ativo deve ser reconhecido no balanço patrimonial como intangível apenas se atender às seguintes características: a. Pode ser separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto a um contrato, ativo ou passivo relacionado, independentemente da intenção de uso pela entidade. Exemplos: marcas, patentes, fórmulas, carteira de clientes, direitos de opções etc. b. Resultar de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações. Exemplos: direitos de compras; direitos de uso de franquias, capital intelectual etc. Exemplos de intangíveis: • Marcas. • Patentes. • Direitos de uso de franquias. • Desenvolvimentos de produtos. • Direitos de uso de concessão. • Desenvolvimentos de software. • Propriedade legal de novos livros, filmes e músicas. • Direitos de opção de compra ou venda. • Direitos de exploração de filmes cinematográficos. • Fundo de comércio adquirido. • Amortização acumulada (-). Entende-se por fundo de comércio adquirido um combinado de ativos, resultado de tran- sações ou outros eventos em que um adquirente obtém o controle de uma ou mais atividades empresariais diferentes. O fundo de comércio adquirido representa benefícios econômicos futuros gerados por outros ativos adquiridos em uma atividade empresarial ou em uma combinação delas, que não são identificados individualmente nem reconhecidos separadamente. Em outras palavras é aquele “algo a mais” pago por uma empresa na esperança de obter um lucro no futuro; é a diferença entre o valor pago e o valor justo de uma empresa. Em alguns casos, incorre-se em gastos para gerar benefícios econômicos futuros, mas que não resultam na criação de um ativo intangível que se enquadre nos critérios de reconhe- cimento estabelecidos. ATENÇÃO O fundo de comércio (goodwill) gerado internamente não deve ser reconhecido como ativo. Esses gastos costumam ser descritos como contribuições para o ágio (goodwill) gerado internamente, o qual não é reconhecido como ativo porque nãoé um recurso identificável (ou seja, não é separável nem advém de direitos contratuais ou outros direitos legais), e não é controlado pela entidade e não pode ser mensurado com segurança ao custo. É importante deixar claro que nem todo intangível se enquadra no conceito de ativo, ou seja, não são identificáveis, controlados e geradores de benefícios econômicos futuros. Quando um intangível não atender à definição de ativo intangível, o gasto incorrido na sua aquisição ou geração interna deve ser reconhecido como despesa na DRE momento da sua ocorrência. Exemplos de gastos intangíveis que devem ser reconhecidos como despesa quando incorridos: a. Gastos com atividades pré-operacionais destinadas a constituir a empresa (ou seja, custo do início das operações), exceto se estiverem incluídas no custo de um item do Ativo Imobilizado. b. Gastos com treinamento. c. Gastos com publicidade e atividades promocionais (incluindo envio de catálogos). d. Gastos com remanejamento ou reorganização, total ou parcial, de uma entidade. e. Gastos com pesquisas de novos produtos. ATENÇÃO Não são considerados itens patrimoniais no ativo não circulante os seguintes intangíveis: a. Fundo de comércio gerado internamente. b. Gastos com treinamento de pessoal. c. Gastos com publicidade e atividades promocionais (incluindo envio de catálogos). d. Gastos com remanejamento ou reorganização, total ou parcial, de uma entidade. e. Gastos com pesquisas de novos produtos. BALANÇO PATRIMONIAL – PASSIVO 1. PASSIVO Passivo: compreende as origens de recursos (capital alheio; de terceiros) representadas por obrigações presentes, oriundas de fatos passados, que serão liquidadas no futuro, normalmente com o sacrifício de um ativo. Uma característica essencial para a existência de um passivo é que a entidade tenha uma obrigação presente. Uma obrigação é um dever ou responsabilidade de agir ou fazer de certa maneira, pode ser legalmente exigível ou oriunda de prática usual da empresa. Assim, a obrigação pode ser legal ou não formalizada: a. A obrigação legal é uma consequência de um contrato restritivo (obrigatório) ou algum requisito estatutário ou legal. Esse é normalmente o caso, por exemplo, com valores a pagar a funcionários e fornecedores em geral; b. A obrigação não formalizada surge como consequência de práticas comerciais usuais, hábitos comerciais, do desejo e necessidade de manter boas relações comerciais e de agir de uma forma justa com alguém. Para estabelecer um passivo é normal o uso de estimativas; isso é especialmente válido no caso das provisões, que, por natureza, têm mais incerteza que a maior parte dos demais passivos. Provisão é um passivo de prazo ou de valor incertos. As provisões se distinguem dos demais passivos porque envolvem incerteza sobre o prazo ou o valor do desembolso futuro necessário para a sua extinção, por isto não se confundem com os demais passivos, tais como: a. Contas a pagar, decorrentes de bens ou serviços recebidos e que tenham sido faturados ou formalmente acordados com o fornecedor; b. Passivos derivados de apropriações por competência, decorrentes de bens ou serviços recebidos, mas que não tenham sido pagos, faturados ou formalmente acordados com o fornecedor, incluindo os valores devidos aos empregados, como, por exemplo, valores relacionados ao pagamento de férias e décimo terceiro salário. De modo geral, todas as provisões são contingentes porque guardam incertezas quanto ao seu prazo ou valor. Contudo, para fins contábeis, o termo contingente é usado para ativos e passivos que não são reconhecidos porque sua existência será confirmada somente pela ocorrência, ou não, de um ou mais eventos futuros incertos e não totalmente sob o controle da entidade. ATENÇÃO A provisão é registrada no passivo do balanço patrimonial e é divulgada em notas explicativas, enquanto que o passivo contingente só é divulgado em notas explicativas. A provisão tem as seguintes particularidades: a. Tem por finalidade dar cobertura a perdas ou despesas, cujo fato gerador já ocorreu, mas não houve o correspondente desembolso ou perda; b. Caracteriza-se pela falta de certeza absoluta no valor ou prazo de pagamento, entretanto a obrigação existe; c. Representa uma apropriação ao resultado do exercício, em contrapartida de despesas ou custos, e sua constituição influencia o resultado do exercício ou os custos de produção; ATENÇÃO O contador debita despesa judicial trabalhista e credita provisão para contingência trabalhista. d. Deve ser constituída independentemente de a companhia apresentar lucro ou prejuízo no exercício. Quando uma obrigação não for reconhecida (registrada no balanço patrimonial) porque a sua existência não foi confirmada ou não pode ser estimada com certeza, deve ser tratada como passivo contingente. Passivo contingente é uma obrigação possível que resulta de eventos passados e cuja existência será confirmada apenas pela ocorrência de eventos futuros incertos ou é uma obrigação presente que resulta de eventos passados, mas que não é reconhecida por que: a. Não é provável seja exigida a liquidação da obrigação; ou b. O valor da obrigação não pode ser mensurado com suficiente confiabilidade. Tanto as estimativas quanto a revisão devem incluir o exame dos eventos ocorridos após a data do balanço, complementado pela experiência obtida em transações semelhantes e são classificadas em: a. Provável: é uma contingência que a empresa vai perder; é uma provisão passiva, será reconhecida no passivo e divulgada nas notas explicativas. Vai ter que pagar. b. Possível: é uma contingência que a empresa pode perder; neste caso não se encaixa no conceito de passivo e será somente divulgada em notas explicativas. c. Remota: é uma contingência que a empresa não vai perder; neste caso não se encaixa no conceito de provisão e nem de passivo contingente, não será reconhecida no passivo e nem será divulgada em notas explicativas. Provisões são reconhecidas como passivo porque são obrigações presentes e é provável que uma saída de recursos que incorporam benefícios econômicos seja necessária para liquidar a obrigação. Passivos contingentes não são reconhecidos como passivo porque são obrigações pos- síveis ou são obrigações presentes que não será necessária uma saída de recursos ou não pode ser feita uma estimativa suficientemente confiável do valor da obrigação. ATENÇÃO O passivo tem um crédito na empresa. O passivo é formado pelas obrigações ou dívidas da entidade; demonstra os valores que a entidade tem a pagar a terceiros. As obrigações são valores de terceiros em poder da entidade; são débitos da entidade perante terceiros; são créditos de terceiros na entidade. A Lei n. 6.404 de 1976, no artigo 178, trata do assunto da seguinte maneira: Lei n. 6.404 de 1976 Art. 178. (...) §2º No passivo, as contas serão classificadas nos seguintes grupos: I – Passivo circulante; II – Passivo não circulante; e III – Patrimônio líquido, dividido em capital social, reservas de capital, ajustes de avaliação patrimonial, reservas de lucros, ações em tesouraria e prejuízos acumulados. ATENÇÃO O patrimônio líquido é uma obrigação não exigível. É importante destacar que, segundo a Lei n. 6.404 de 1976, o patrimônio líquido faz parte do passivo, como uma obrigação da empresa junto aos sócios, assim seria um passivo não exigível. Entretanto, para as normas contábeis (CPC e CFC), o patrimônio líquido não representa uma obrigação para a empresa, mas sim, um resíduo patrimonial, resultado da equação: PL = Ativo – Passivo O passivo será apresentado em ordem decrescente de exigibilidade ou crescente no prazo de exigibilidade (o prazo sempre cresce). A liquidação de uma obrigação presente geralmente implica na utilização, pela entidade,de recursos capazes de gerar benefícios econômicos a fim de satisfazer o direito da outra parte. A extinção de uma obrigação presente pode ocorrer de diversas maneiras, por exemplo, por meio de: a. Pagamento em dinheiro; b. Transferência de outros ativos; c. Prestação de serviços; d. Substituição da obrigação por outra; e. Conversão da obrigação em capital; f. Renúncia do credor ou pela perda dos seus direitos creditícios; e g. Perdão de dívidas. Passivo Circulante: exigível de curto prazo. ATENÇÃO Os passivos operacionais são diferenciados das provisões. Passivo Não Circulante: exigível de longo prazo. PASSIVO CIRCULANTE E NÃO CIRCULANTE RELEMBRANDO O Circulante do Passivo respeita a mesma análise a ser feita do Ativo. Então é Circulante toda a obrigação que vai ser liquidada até o término do exercício social subsequente, ou seja, até o fim do ano que vem. PASSIVO CIRCULANTE São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situem-se no curso do exercício subsequente, ou seja, no ano que seguinte à data do balanço patrimonial que normalmente é dia 31 de dezembro. Por exemplo, em 31 de dezembro de 2019, o circulante vai até 31 de dezembro de 2020, já se considerarmos o dia 1º de janeiro de 2020, o circulante vai até 31 de dezembro de 2021. Neste grupo são escrituradas as obrigações da entidade, inclusive financiamentos para aquisição de direitos do ativo não circulante, quando se vencerem no exercício seguinte. No caso de o ciclo operacional da empresa ter duração maior que a do exercício social, o circulante e o não circulante terão por base o prazo desse ciclo. Um passivo deve ser classificado como passivo circulante somente quando atender aos seguintes parâmetros: I – É esperada sua liquidação dentro dos 12 meses seguintes à data do balanço; II – É mantido principalmente com a finalidade de ser transacionado; Seria a venda de obrigações trabalhistas, seus fundos de previdência, muito usada atualmente pelas empresas, que passam a administração para outras pessoas/empresas; ou III – A entidade não tem nenhum direito de postergar sua liquidação por período que exceda os 12 meses da data do balanço. Essa é uma informação importante e que já caiu em prova da seguinte forma: Uma empresa CZ possui uma dívida que vai vencer no ano seguinte, contudo, ela tem o direito de postergar para dois anos a frente. Se a empresa tiver o direito de postergar uma dívida do circulante para o não circulante, essa dívida deverá ser apresentada, respeitando a essência econômica, no não circulante. Por isso, o CPC dispõe que a entidade não tem direito de postergar por mais de12 meses o circulante. • Exemplos: − Contas a pagar; − Duplicatas a pagar; − Despesa financeira a transcorrer (–), ou juros passivos a transcorrer, ou encargos financeiros a transcorrer; − Financiamentos bancários; − Duplicatas descontadas é uma obrigação; − Impostos a recolher; − Salários a pagar; − Debêntures emitidas de curto prazo; − Deságio na emissão de debêntures de curto prazo (–); − Receitas antecipadas; − Provisão para contingência. Não esqueçam que as provisões devem ser separadas dos demais passivos. A empresa pode até colocar os passivos denominados débitos de funcionamento (contas a pagar, duplicatas a pagar, duplicatas descontadas) e os débitos de financiamento (empréstimos a pagar, debêntures emitidas que é quando a empresa vende um título para arrecadar dinheiro), mas, tem que separar qualquer passivo das provisões. PASSIVO NÃO CIRCULANTE São as obrigações conhecidas e os encargos estimados, cujos prazos estabelecidos ou esperados, situem-se após o término do exercício subsequente à data do balanço patrimonial. Podem ser as mesmas que estão no Passivo circulante, a diferença é o prazo que encerra depois do ano que vem. Para fins de classificação no não circulante as contas deverão estar complementadas pelo termo “a longo prazo”. Com relação ao passivo não circulante não funciona como no Ativo que define, por exemplo, empréstimos a empregados é circulante, empréstimos a empregados a longo prazo, ativo não circulante realizado a longo prazo. No entanto, empréstimos a sócios, a administradores, independentemente do prazo, essas contas estarão no ativo não circulante realizado a longo prazo. Isso não é uma verdade aqui no Passivo, para classificar como não circulante, deve complementar com o termo a longo prazo. • Exemplos: − Contas a pagar a longo prazo; − Financiamentos a pagar a longo prazo; − Juros passivos a transcorrer a longo prazo (–); − Despesa financeira a transcorrer a longo prazo (–); − Debêntures emitidas com resgate a longo prazo; − Deságio na emissão de debêntures a longo prazo (–); − Receitas antecipadas de longo prazo. PATRIMÔNIO LÍQUIDO A Lei n. 6.404 apresenta o conceito e a composição do patrimônio líquido; no entanto, existem inúmeras normas e pronunciamentos que acabam impactando nele. O patrimônio líquido representa o capital investido pelos proprietários, sócios ou acionistas e as variações advindas das atividades da empresa. Como exemplo, vamos imaginar que um sócio aplica dinheiro na empresa, vai surgir a conta capital social, 100, e eles colocaram no banco 100. A empresa tem 300 em dívidas que estão no estoque e vai operando com ele. Quando a empresa começa a operar o estoque, por exemplo, vendendo e recebendo o lucro, vendendo por 500 à vista, totalizando no banco 600, seguindo com a dívida junto a terceiros de 300, ativos passam para 600 e capital social de 100. Os 200 obtidos pela venda do estoque se referem às atividades da empresa e podem aparecer como lucro acumulado. Se for uma sociedade anônima ou empresa de grande porte, deve destinar o lucro, podendo ser alocado em reserva de lucro. Isso quer dizer que o resultado das atividades da empresa está nas reservas, na conta ajuste da avaliação patrimonial e, se houver, em lucro acumulado. Porém, esse dinheiro que está apresentado no PL é dos sócios, por isso que é chamado de passivo não exigível, pois é do sócio, mas ele não quer pegar de volta, quer deixar na empresa. O PL é conhecido como o capital próprio da entidade e representa a diferença entre o ativo (bens e direitos) e o passivo (obrigações). É a equação representada por: PL = Ativo - Passivo O patrimônio líquido corresponde à sobra patrimonial que pertence aos sócios ou proprie- tários da entidade, é legalmente chamado de obrigação não exigível. No caso de extinção da entidade ou de retirada de sócios da sociedade, essa é a parte que será dividida entre eles, por isso que é chamado de capital próprio ou capital dos sócios. Lembre-se de que o Ativo é o capital total da empresa, o patrimônio bruto e, no capital total aplicado, está o capital de terceiros, que é o passivo e o capital dos sócios, que é o PL. O valor pelo qual o patrimônio líquido é apresentado no balanço patrimonial depende da mensuração dos ativos e passivos e apresenta o valor patrimonial da empresa. Normalmente, o valor do patrimônio líquido somente por coincidência é igual ao valor de mercado das ações da entidade (valor justo). ATENÇÃO Se a empresa tiver, por exemplo, 1.000 em ativos, e dívida de 600 (passivo), seu PL é 400, é o valor patrimonial. Se você quiser saber quanto cada sócio tem na empresa, basta calcular os 400 e dividir pelo número de ações. Quando for liquidar a empresa ou avaliar seu valor de mercado, é realizada a análise do potencial do ativo, que é o valor justo, valor econômico, que é estabelecido pelo mercado. Perceba que o PL apresenta o valor contábil ou patrimonial da empresa e muito dificilmente será o mesmo valor de mercado. O valor patrimonial da empresa e o seu valor de mercado geralmente são diferentes. • Valor do PL = Valor patrimonial = Ativo (-) passivo • Valor de mercado= Valor de negociação = Valor justo Esse valor leva em consideração o preço da empresa no mercado. Suponha que a empresa possua, por exemplo, 100 milhões em maquinário, mas tem o direito de explorar rodovias. O governador do estado suspende a concessão do pedágio, a empresa continua com seus ativos, mas o valor de mercado diminui muito, pois, por não administrar mais as rodovias, as pessoas pagarão um valor menor pelo seu serviço. Desse modo, o valor de mercado pode ser maior que o valor patrimonial, quando é cha- mado de “fundo de comércio adquirido”, e pode ser menor, chamado de “compra vantajosa”, dependendo do “futuro” da empresa. CONTAS DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO SEGUNDO A LEI N. 6.404 2.3. Patrimônio Líquido: 2.3.1 Capital Social; 2.3.2 Reservas de capital – vendas de títulos patrimoniais; 2.3.3 Ajuste da avaliação patrimonial (+/-) – outros resultados abrangentes; 2.3.4 Reservas de lucros – originadas do lucro da empresa; 2.3.5 Prejuízos Acumulados (-) – não pode mais haver lucro acumulado; 2.3.6 Ações em tesouraria (-) – produto da compra pela empresa de suas próprias ações. Como falamos no início da aula, existem diversos pronunciamentos que interferem no PL. Nesse caso, acrescentam outras possibilidades de contas. O Capital Social é divido em subscrito e a integralizar: • Capital social subscrito. • (-) Capital a integralizar – é uma conta redutora. • Adiantamentos para aumento de capital (sem possibilidade de devolução). • (-) Custo na emissão de ações. Segundo a Lei n. 6.404, as reservas de capital, todas originárias da venda de títulos patri- moniais da empresa, podem ser: • Reserva de ágio na emissão de ações. • Reserva de Alienação de partes beneficiárias. • Reserva de Produto da alienação de bônus de subscrição. • Ajustes da Avaliação Patrimonial (+/-)/Outros resultados abrangentes – receita ou despesa que vai ocorrer no futuro, considera no PL, mas não registra na DRE. Reservas de Lucros: • Reserva legal. • Reserva estatutária. • Reserva para contingências. • Reservas de lucros a realizar. • Reserva de retenção de lucros para expansão. • Reserva de incentivos fiscais. • Reserva de prêmio na emissão de debêntures. • Reserva especial para dividendos obrigatórios não distribuídos. • (-) Prejuízos Acumulados. • (-) Ações em Tesouraria – conta redutora, é o produto da compra pela empresa de suas próprias ações. • (-) Dividendos distribuídos antecipadamente – é uma possibilidade que a empresa tem de distribuir seus dividendos antecipadamente com base no balancete, não necessitando aguardar o fim do ano. Distribui e reconhece como uma conta redutora do PL. • A Lei n. 11.638/2007 alterou a Lei n. 6.404/1976 no grupo do patrimônio líquido; a apresentação atual sobre o tema é a seguinte: Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a) a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; Chamado de ágio na emissão de ações. b) o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição; § 2º Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado. § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo. Então a conta ajuste da avaliação patrimonial é uma conta do PL, se for pra mais tem natureza credora, se pra menos natureza devedora. § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. Normalmente, a conta que registra a origem é as reservas de capital. O quadro abaixo demonstra a evolução da legislação sobre a composição do PL: Ações em tesouraria – Representam o produto da compra pela empresa de suas próprias ações no mercado de capitais, não afeta o resultado. A aquisição de ações de emissão própria e sua alienação são transações de capital da entidade com seus sócios e igualmente não devem afetar o resultado da entidade. Os custos de transação incorridos na aquisição de ações de emissão da própria entidade devem ser tratados como acréscimo do custo de aquisição de tais ações. PATRIMÔNIO LÍQUIDO – CAPITAL SOCIAL O patrimônio líquido representa o capital investido pelos proprietários, sócios ou acionistas e as variações advindas das atividades da empresa. É uma origem de recurso, normalmente tem natureza credora. Segundo as normas contábeis, o Patrimônio líquido é o interesse residual nos ativos da entidade depois de deduzidos todos os seus passivos (Situação Líquida Patrimonial). Assim, representa uma sobra patrimonial, que é encontrada pela equação entre o ativo e o passivo. Para o CPC/CFC → PL = A – P. O PL é um resíduo, sendo assim pode vir a ser positivo ou negativo, daí surgem as situa- ções líquidas: − Situação líquida positiva = ativo maior do que o passivo. − Situação líquida negativa = passivo maior do que o ativo. − Situação líquida nula = ativo igual ao passivo. Embora o PL seja definido como um valor residual, ele é representado por contas que buscam identificar a sua composição. Para as S/A e para as empresas de grande porte, a partir de 01.01.2008, por força da Lei n. 11.638/2007, a composição do patrimônio líquido será a seguinte: − Capital social − Reservas de capital − Ajuste da avaliação patrimonial (+/-) → credora ou devedora − Reservas de lucro − Ações em tesouraria (-) → devedora − Prejuízo acumulado (-) Obs.: na lei, o PL é considerado um passivo não exigível. • A Lei n. 11.638 alterou a Lei n. 6.404 no grupo do patrimônio líquido e a apresentação atual sobre o tema é a seguinte: Art. 182. A conta do capital social discriminará o montante subscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. − Segundo este artigo, o capital social deveria ser apresentado da seguinte forma: Capital social Capital subscrito Capital a realizar − Capital subscrito é o capital que os sócios assumiram como compromisso de aplicar na empresa. − Capital realizado é o que os sócios efetivamente aplicam na empresa. − Capital a realizar é o que os sócios ainda não aplicaram na empresa. § 1º Serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a. a contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social, inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias. − Ágil na emissão de ações b. o produto da alienação de partes beneficiárias e bônus de subscrição. − Venda − Os itens representados em A e B são chamados de títulos patrimoniais. § 2º Será ainda registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado. § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuído a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo.− Ajustes de avaliação patrimonial = outros resultados abrangentes. § 4º Serão classificados como reservas de lucros as contas constituídas pela apropriação de lucros da companhia. − As reservas de lucro se formam com o lucro que não foi distribuído. § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. − Origem dos recursos aplicados na sua aquisição = reservas. Capital Social Representa o investimento (capital dos sócios) feito na empresa, por sócios ou acionis- tas, em dinheiro, bens ou direitos. Pode ser composto por ações em Sociedades Anônimas ou quotas em empresas Limitadas. A companhia ou sociedade anônima terá o capital social dividido em ações, poderá ser de capital aberto ou fechado, e a responsabilidade dos sócios será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquirida (o sócio perde somente o que aplicou). − Sociedade anônima de capital aberto: qualquer pessoa que tem dinheiro pode comprar suas ações na bolsa de valores. − Sociedade anônima de capital fechado: tem um grupo de sócios restrito. Para os efeitos da Lei n. 6.404/76, a companhia é aberta ou fechada conforme as suas ações estejam ou não admitidas à negociação no mercado de bolsa de valores ou de balcão organizado (restrito), denominado de mercado de valores mobiliários. − A bolsa é uma entidade física. − O balcão é uma associação administrada pela bolsa e onde atuam somente os intermediadores financeiros (bancos de investimento, sociedade corretora de títulos e valores imobiliários e sociedades distribuidores de títulos e valores mobiliários. − Esses mercados estão sob a tutela da CVM – comissão de valores mobiliários. • A Lei n. 6.404/1976 estabelece que as ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são: − ordinárias, → votam, mandam, deliberam. O acionista ordinário é considerado usuário interno. − preferenciais, ou → não votam e não mandam, mas têm vantagens. O acionista preferencial é considerado usuário externo. − de fruição. → não votam, não mandam e não têm vantagens. Ação que já gozou de seus direitos. Art. 15. As ações, conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares, são ordinárias, preferenciais, ou de fruição. § 1º As ações ordinárias da companhia fechada e as ações preferenciais da companhia aberta e fechada poderão ser de uma ou mais classes. § 2º O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas a restrição no exercício desse direito, não pode ultrapassar 50% (cinquenta por cento) – limite legal – do total das ações emitidas. (Redação dada pela Lei n. 10.303, de 2001) Ordinárias = são as ações com direito a voto, que não possuem privilégios no recebi- mento de dividendo. São as ações com influência na administração. Ingerência. Preferenciais = se destacam por apresentar vantagens declaradas no estatuto; como na distribuição de dividendos, e no reembolso de capital. Normalmente não possuem direito a voto. − Uma das vantagens é receber, no mínimo, 10% a mais de dividendos do que o acionista ordinário. De fruição ou gozo = são ações não negociáveis (contas de controle), servem para subs- tituir as amortizadas pelos sócios. As ações de fruição são aquelas que já gozaram todos os seus direitos, o seu montante permanece no total do capital social, no entanto não possuem poder, nem direitos aos resultados. O capital social (ações ordinárias ou preferenciais) poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro, contudo a avaliação dos bens será feita por 3 (três) peritos ou por empresa especializada, nomeados em assembleia geral dos subscritores. Segundo o Art. 80 da Lei n. 6.404, a constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares I – subscrição, pelo menos por 2 (duas) pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; II – realização, como entrada, de 10% (dez por cento), no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro (conta caixa ou conta banco); este percentual não se aplica às companhias para as quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social. III – depósito, no Banco do Brasil S/A., ou em outro estabelecimento bancário autorizado pela Comissão de Valores Mobiliários, da parte do capital realizado em dinheiro. • O depósito referido no número III deverá ser feito pelo fundador, no prazo de 5 (cinco) dias contados do recebimento das quantias, em nome do subscritor e a favor da sociedade em organização, que só poderá levantá-lo após haver adquirido personalidade jurídica. • Caso a companhia não se constitua dentro de 6 (seis) meses da data do depósito, o banco restituirá as quantias depositadas diretamente aos subscritores. O capital social somente poderá ser modificado com observância dos preceitos destacados abaixo: I – por deliberação da assembleia geral ordinária, para correção da expressão monetária (não existe mais) do seu valor; II – por deliberação da assembleia geral ou do conselho de administração, observado o que a respeito dispuser o estatuto, nos casos de emissão de ações dentro do limite autorizado no estatuto; III – por conversão, em ações, de debêntures ou parte beneficiárias e pelo exercício de direitos conferidos por bônus de subscrição, ou de opção de compra de ações; IV – por deliberação da assembleia geral extraordinária convocada para decidir sobre reforma do estatuto social, no caso de inexistir autorização de aumento, ou de estar a mesma esgotada. O capital social poderá ser apresentado com as seguintes denominações: I – capital autorizado; II – capital subscrito; III – capital integralizado ou realizado; IV – capital a integralizar ou a realizar. PATRIMÔNIO LÍQUIDO – CUSTO NAS TRANSAÇÕES DE AÇÕES Capital autorizado = representa o valor do capital que o estatuto prevê para a formação do capital social ou para seu aumento. O aumento de capital social depende de anuência da assembleia dos sócios e da subscrição por parte de interessados. Normalmente o capital autorizado representa um ato administrativo e não entra no Balanço Patrimonial. É uma conta de controle, não é conta patrimonial. D – capital a subscrever C – capital social autorizado Capital subscrito = representa o compromisso assumido por um sócio para contribuir com certa quantia na formação do capital social, normalmente a subscrição é feita na assembleia que criou a sociedade ou quando são lançadas novas ações no mercado de capital. É o valor que dará origem à conta capital social. A subscrição gera uma obrigação do sócio junto à empresa. D – capital a realizar C – capital subscrito Capital a realizar ou a integralizar = é parcela do capital subscrito que não foi transfor- mada em capital, ou seja, o sócio ainda não integralizou, mas continua com a responsabili- dade de efetivar na empresa. É conta redutora do PL. → natureza devedora Representa um crédito da empresa junto ao sócio. Exemplo: Autorizado – 150.000 Subscrito – 100.000 Integralizado – 80.000 − 20.000 em dinheiro − 60.000 em móveis D – caixa 20.000 D – móveis 60.000 D – capital a realizar 20.000 C – capital social subscrito 100.000 Balanço Patrimonial − Lançamento de 3ª fórmula. − Fato modificativo aumentativo. Capital realizado ou integralizado = é a parcela do capital subscrito que efetivamente foi disponibilizada para a empresa em bens, dinheiro ou direitos. É uma conta de controle, não é uma conta patrimonial. No balanço representa a diferença entre o capital subscrito e o capital a realizar. ATENÇÃO Art. 182. A conta do capital social discriminará o montantesubscrito e, por dedução, a parcela ainda não realizada. Custos de Transações com Ações Quando a empresa emite suas ações para negociação no mercado, ela deve contratar um intermediário financeiro, que normalmente são os bancos de investimentos ou as sociedades corretoras e distribuidoras de títulos e valores mobiliários. Estas empresas especializadas cobram pelos seus serviços, pelo uso de especialistas e pela divulgação do prospecto de negociação, assim, a emissão de ações tem um custo para a empresa. Custos de transação com ações são somente aqueles incorridos e diretamente atribuíveis na distribuição primária de ações ou bônus de subscrição, na aquisição e alienação de ações próprias. • Os custos são gastos incrementais que não existiriam ou teriam sido evitados se essas transações não ocorressem. Por exemplo: − gastos com elaboração de prospectos e relatórios; − remuneração de serviços profissionais de terceiros (advogados, contadores, auditores, consultores e corretores etc.); − gastos com publicidade (inclusive os incorridos nos processos de road-shows); − taxas e comissões; − custos de transferência; − custos de registro etc. Custos de transação não incluem ágios ou deságios na emissão dos títulos e valores mobiliários, despesas financeiras, custos internos administrativos ou custos de carregamento. Os custos de transação incorridos na captação de recursos por intermédio da emissão de títulos patrimoniais (ações) devem ser contabilizados, de forma destacada, em conta redutora de patrimônio líquido. O saldo da conta será apresentado após o capital social e somente pode ser utilizado para redução do capital social ou a absorção por reservas de capital. Obs.: se não houver nada ao contrário, o custo na emissão de ações é uma conta redutora do PL. Exemplo: A empresa CZ lança $100.000 em ações e vende. D – caixa/banco C – capital social 100.000 A empresa CZ lança $100.000 em ações e vende com custo de $10.000. D – banco 90.000 D – custo da emissão de ações 10.000 C – capital social 100.000 Lançamento de 3ª fórmula, fato modificativo aumentativo. Os prêmios recebidos na venda das ações devem ser reconhecidos em conta de reserva de capital. O saldo do prêmio pode ser utilizado para absorver os custos de transação registrados na conta redutora do PL. − Pode ser registrado o valor líquido. Segundo o CPC 08 (R1) - Custos de Transação e Prêmios na Emissão de Títulos e Valores Mobiliários, os custos de transação enquanto não captados os recursos a que se referem, devem ser apropriados e mantidos em conta transitória e específica do ativo, como pagamento antecipado. (Despesa antecipada) O saldo dessa conta transitória deve ser reclassificado para a conta específica no “PL” tão logo seja concluído o processo de captação. Exemplo: 1. A empresa CZ gasta $ 5.000 com custo na transação de ações. D – despesa antecipada custo C – banco – 5.000 2. A empresa CZ lança $ 80.000 de ações e vende com custo de $ 8.000. D – caixa – 77.000 D – custo na transação – 8.000 C – despesa antecipada – 5.000 C – capital social – 80.000 Quando a operação de captação de recursos por intermédio da emissão de títulos patrimo- niais não for concluída, inexistindo aumento de capital, os custos de transação devem ser reconhecidos como despesa destacada no resultado do período em que se frustrar a transação. • É um diferencial nas provas saber identificar a classificação dos gastos com a venda de ações: − Antes da venda – despesa antecipada no ativo − Após a venda – redutora do PL − Não aconteceu a venda – despesa na DRE PATRIMÔNIO LÍQUIDO - ADIANTAMENTO PARA AUMENTO DE CAPITAL ADIANTAMENTO PARA FUTURO AUMENTO DE CAPITAL • Atualmente, a contabilidade é regida pela essência econômica sobre a forma jurídica. Quando o sócio fornecer o dinheiro (adiantamento) para a empresa e houver qualquer possibilidade de devolução, o valor deve ser apresentado no passivo não circulante. Agora, quando o sócio der o dinheiro para a empresa e não houver qualquer possibilidade de devolução, ou seja, é líquida e certa a abertura do capital, aparecerá no PL abaixo da conta "custos na transação de ações". Os adiantamentos para futuro aumento de capital – AFAC – correspondem a valores rece- bidos pela empresa de seus acionistas destinados para futuro aporte de capital. • A diferença para empréstimo do sócio é que no adiantamento a empresa não pagará juros. Estes adiantamentos podem ser: em cambiais, em direitos, em moeda corrente, em bens intangíveis, em bens tangíveis, e dependendo da espécie, deverão ter laudo de avaliação nos termos do artigo 8º da Lei n. 6.404/1976. O AFAC representa uma forma encontrada pela administração para buscar recursos antes da efetivação do negócio jurídico da integralização de capital, mediante aporte dos sócios. Dessa forma, se faz o ingresso de recursos para, em momento posterior, cumpridos os requisitos legais para tanto, se proceder ao aumento de capital social. A sistemática de registro contábil é simples, pois no momento do adiantamento estão envolvidas contas de fácil identificação; por exemplo: dois sócios adiantam recursos para futuro aumento de capital social, sendo $100.000 em dinheiro e $300.000 em terrenos. Débito– Caixa – 100.000 Débito– Terreno – 300.000 Crédito– Adiantamento para aumento de capital social – 400.000 • A Lei das S/A (Lei n. 6.404/1976) é omissa no assunto. De forma simples quando o valor referente ao adiantamento é recebido a empresa assume uma obrigação para com os sócios que aplicaram o dinheiro. Tal obrigação deve ser analisada com base nas normas contábeis e na legislação fiscal e pode se traduzir pelo compromisso de se realizar o futuro aumento de capital (AFAC) ou de se restituir o valor recebido. Assim, o registro do adiantamento pode ser feito como conta do passivo ou do patrimônio líquido, conforme o indicativo da intenção das partes quando do adiantamento. • Se houver qualquer possibilidade de devolução do dinheiro, não for líquida e certa a abertura de capital, não há ainda a autorização ou a formação de uma equipe para abrir mercado para a empresa: passivo como obrigação. • Já está líquida e certa e foi autorizado pela CVM: PL. A legislação contábil estabelece que deve ser analisada a essência econômica do adian- tamento para futuro aumento de capital. Se NÃO houver a possibilidade de sua devolução, os valores recebidos devem ser regis- trados no Patrimônio Líquido, após a conta de capital social. • A conta custo na transação, em regra, ela é redutora do PL. Mas o custo pode ser tratado como ativo se for pago antes, ou despesa se for pago e não acontecer a abertura de capital social. Caso haja qualquer possibilidade de sua devolução, devem ser registrados no Passivo Não Circulante. Para que um adiantamento seja tratado item do Patrimônio Líquido ele deve ter os seguin- tes atributos: − Sua conversão deve ser irrevogável e irretratável; − O adiantamento não pode prever indexação; − A quantidade de ações no qual o adiantamento será convertido deve estar dentro do montante do capital autorizado. − Não integrar a base de cálculo dividendos ou juros sobre o capital próprio • Se cair na prova adiantamento para futuro aumento de capital social: conta do PL. • Se cair na prova conceitualmente que há a possibilidade de devolução: passivo não circulante. PATRIMÔNIO LÍQUIDO – RESERVAS DE CAPITAL RESERVAS DE CAPITAL • Reserva de capital: São contribuições dos proprietários, sócios, acionista ou de terceiros que investem no patrimônio da empresa por meio da compra de títulos. • São a contrapartida da venda de papéis (títulos patrimoniais). • As reservas de capital não têm relação com as atividades da empresa. • Os valores apresentados como reserva decapital não representam receitas (não transitam na DRE), mas sim, uma origem de capital que não exige uma contrapartida de entrega de bens ou prestação de serviços; é por isto que não devem transitar por contas de resultado e nem serão tributadas. • A Lei n. 6.404/76 em seu artigo 182 destaca que serão classificadas como reservas de capital as contas que registrarem: a. A contribuição do subscritor de ações que ultrapassar o valor nominal e a parte do preço de emissão das ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação do capital social (ágio na emissão de ações), inclusive nos casos de conversão em ações de debêntures ou partes beneficiárias; b. O produto da alienação de partes beneficiárias; c. O produto da alienação de bônus de subscrição; e d. Será registrado como reserva de capital o resultado da correção monetária do capital realizado, enquanto não capitalizado. • Reserva de ágio na emissão de ações: Representa a contrapartida do resultado a maior recebido na venda das ações pela empresa. • A reserva será formada pela contribuição que ultrapassar o valor nominal da ação ou parte do preço de emissão de ações sem valor nominal que ultrapassar a importância destinada à formação de capital. • Exemplo 1: A empresa lança R$ 100.000,00 em ações e vende por R$ 100.000,00. Assim: D – Banco C – Capital social – 100.000 • Exemplo 2: A empresa lança R$ 100.000,00 em ações e vende por R$ 130.000,00. Assim: D – Banco – 130.000 C – Reserva de capital – Ágio – 30.000 C – Capital social – 100.000 Há uma orientação, dentro do COC, de que seja registrado o valor líquido da transição. Dessa forma, na reserva de capital, pode-se ter a seguinte situação: • A empresa lança R$ 500.000,00 em ações e vende por R$ 600.000,00, com um custo de R$ 40.000,00. Assim: D – Banco – 560.000 D – Custo – 40.000 C – Capital social – 500.000 C – Reserva de capital – 100.000 No PL: Lançamento apurando o líquido: D – Banco – 560.000 C – Reserva de capital – Ágio – 60.000 C – Capital social – 500.000 No PL: A essência econômica foi a mesma. Mudando os valores: A empresa lança R$ 500.000,00 em ações e vende por R$ 550.000,00, com um custo de R$ 60.000,00. Assim: D – Banco – 490.000 D – Custo – 60.000 C – Reserva de capital – Ágio – 50.000 C – Capital social – 500.000 No PL: Compensando: D – Banco – 490.000 D – Custo – 10.000 C – Capital social – 500.000 No PL: • Reserva de alienação de partes beneficiárias: é a reserva formada pelo valor resultante da venda de partes beneficiárias. • Partes beneficiárias são papéis (títulos). • As partes beneficiárias são valores mobiliários (títulos) que asseguram ao seu possuidor participar em até 10% nos lucros da empresa que os emite. Quando vendidas servem como instrumento de captação de recursos pelas empresas, alternativamente à emissão de títulos de dívida e de ações. • Somente a venda de “partes beneficiárias” será registrada no PL, a doação ou cessão gratuita será controlada extra contabilmente, não sendo registrada como reserva, pois não houve uma origem de recursos. • A emissão de títulos de partes beneficiárias deverá constar em Notas Explicativas justificando o assunto, informando o prazo de validade (máximo 10 anos), as vantagens do beneficiado e as condições de resgate. • Segundo a Lei n. 10.303/01 que modificou a Lei n. 6.404/76 as sociedades anônimas de capital aberto estão proibidas de emitirem partes beneficiárias. Art. 46. A companhia pode criar, a qualquer tempo, títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados "partes beneficiárias". § 1º As partes beneficiárias conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais (artigo 190). § 2º A participação atribuída às partes beneficiárias, inclusive para formação de reserva para resgate, se houver, não ultrapassará 0,1 (um décimo) dos lucros. § 3º É vedado conferir às partes beneficiárias qualquer direito privativo de acionista, salvo o de fiscalizar, nos termos desta Lei, os atos dos administradores. § 4º É proibida a criação de mais de uma classe ou série de partes beneficiárias. Art. 47. As partes beneficiárias poderão ser alienadas pela companhia, nas condições determinadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral, ou atribuídas a fundadores, acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à companhia. Parágrafo único. É vedado às companhias abertas emitir partes beneficiárias. (Redação dada pela Lei n. 10.303, de 2001) • Reserva de produto da alienação de bônus de subscrição: é formada pelo resultado da venda de bônus de subscrição. Também se trata de um título. • Bônus de subscrição são títulos negociáveis no mercado emitidos dentro do limite do capital autorizado que podem ser alienados à terceiros ou dado como vantagem adicional aos subscritores de ações. • Este bônus dá direito aos seus titulares de subscrever as ações da empresa que serão lançadas no mercado. Os acionistas possuem preferência na aquisição dos bônus. • A Lei n. 6.404/76 trata do assunto no artigo 75, como se segue: Art. 75. A companhia poderá emitir, dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto (artigo 168), títulos negociáveis denominados "Bônus de Subscrição". Parágrafo único. Os bônus de subscrição conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações. Art. 76. A deliberação sobre emissão de bônus de subscrição compete à assembleia- geral, se o estatuto não a atribuir ao conselho de administração. Art. 77. Os bônus de subscrição serão alienados pela companhia ou por ela atribuídos, como vantagem adicional, aos subscritos de emissões de suas ações ou debêntures. Parágrafo único. Os acionistas da companhia gozarão, nos termos dos artigos 171 e 172, de preferência para subscrever a emissão de bônus. • Exemplo: PATRIMÔNIO LÍQUIDO – RESERVAS DE CAPITAL II • Reserva de correção monetária – Consistia em atualizar o valor do patrimônio da empresa de acordo com um indexador estipulado pelo Poder Público Federal. O montante que aumentava o ativo da empresa era reconhecido no patrimônio líquido como reserva de correção monetária. • A correção monetária foi proibida a partir de 01/01/1996; entretanto, as empresas que possuíam a reserva de correção monetária até 31/12/1995 poderiam manter o seu saldo. • As bancas estão cobrando uma reserva de capital que foi criada pela CVM e trazida em suas Instruções n. 319/1999 e n. 349/2001. • É a “reserva especial de ágio na incorporação reversa”. • Incorporação é um tipo de combinação de negócios, caracterizado pela absorção de uma empresa por outra. A sociedade absorvida é extinta, continuando ativa a sociedade que incorporou os ativos da outra. É denominada de “reversa” porque a controlada incorpora a controladora, sendo que o normal é a controladora incorporar a controlada. • Segundo essa regulamentação, se houver ágio (valor pago a maior) em uma transação de incorporação de uma sociedade controladora por sua controlada, tal ágio deverá ser registrado como ativo no balanço da incorporadora, tendo como contrapartida essa reserva especial de capital. • Essa conta aparece no Patrimônio Líquido da incorporadora, como contrapartida do montante de ágio resultante da aquisição do controle da companhia aberta que incorporar sua controladora. • As reservas de capital que atualmente a empresa poderá formar são as seguintes: a. Ágio na emissão de ações. b. Alienação de partes beneficiárias. c. Alienação de bônus de subscrição. d. Reserva de correção monetária. e. Reserva de ágio por incorporação reversa.• Segundo a Lei n. 6.404/1976, no seu artigo 200, os valores apresentados nas reservas de capital somente poderão ser utilizados para: − Absorção dos prejuízos que ultrapassarem os lucros acumulados e as reservas de lucros. − Resgate, reembolso ou compra de ações. ATENÇÃO Segundo o art. 182: § 5º As ações em tesouraria deverão ser destacadas no balanço como dedução da conta do patrimônio líquido que registrar a origem dos recursos aplicados na sua aquisição. − Resgate de partes beneficiárias. − Incorporação ao capital social. − Pagamento de dividendos a ações preferenciais, quando essa vantagem lhes for assegurada. PATRIMÔNIO LÍQUIDO – APP AJUSTE DA AVALIAÇÃO PATRIMONIAL • O ajuste da avaliação patrimonial é uma correção do valor apresentado no balanço patrimonial, por um ativo ou passivo, em relação ao seu valor justo. • Esta correção busca expressar a realidade patrimonial de uma empresa e, como é um ajuste, o valor da conta pode ser para mais ou para menos (não é despesa, receita nem reserva). • Lei n. 6.404/76: Art. 182. § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.941, de 2009) • Na prática, trata-se de um ganho ou uma perda de capital, que não é econômica. • Valor justo é o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, ou um passivo liquidado, entre partes interessadas, conhecedoras do negócio e independentes entre si, com a ausência de fatores que pressionem para a liquidação da transação ou que caracterizem uma transação compulsória. Trata-se do valor acordado entre as partes. • O ajuste da avaliação patrimonial não é reserva, pois não passou pelo resultado e não é sinônimo de reavaliação de ativos. • O ajuste afeta diretamente a situação patrimonial líquida, contudo, em respeito ao regime competência os valores não são reconhecidos como receita ou despesa, assim, devem ser tratados como resultado abrangente e serão divulgados na DRA – Demonstração do Resultado Abrangente e na DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido. • Este grupo servirá essencialmente para abrigar a contrapartida de determinadas avaliações de ativos ou passivos a valor justo, especialmente a avaliação de certos instrumentos financeiros e, ainda, os ajustes de conversão em função da variação cambial de investimentos societários no exterior. São resultados abrangentes. • Normalmente os outros resultados/receitas/despesas abrangentes são itens que afetam o patrimônio, alterando o ativo ou o passivo, contudo, por respeito ao regime de competência não transitam no resultado do exercício, são denominados de potenciais receitas ou despesa economicamente incorridas, mas de possível reversão futura. • Na sua essência, o resultado abrangente é aquele que abrange as variações futuras de receitas e despesas que já estão registradas no ativo ou no passivo, mas ainda não afetaram o resultado do exercício. • Assim, serão avaliados ao valor justo com contrapartida na conta ajuste da avaliação patrimonial os itens denominados de outros resultados abrangentes, que compreendem potenciais receitas e despesas que não são reconhecidos na DRE. • Como regra, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para o resultado do exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo realizados, porém, alguns registros não irão transitar pelo resultado, podendo ser transferidos diretamente para Lucros ou Prejuízos Acumulados. • É registrado como ajuste da avaliação patrimonial a variação dos instrumentos financeiros (papéis) que são caracterizados como disponíveis para venda. • Os instrumentos são classificados em destinados a negociação e são avaliados a valor justo com contrapartida no resultado direto, pois a empresa venderá naquele ano. • No entanto, existem investimentos que são classificados como disponíveis para venda, os quais são os que a empresa não venderá no próximo ano, mas ela já poderá começar o processo de negociação para o futuro. Esses investimentos são avaliados a valor justo com contrapartida na conta ajuste da avaliação patrimonial. • Supondo que a empresa tem uma aplicação financeira considerada disponível para venda com um valor original de R$ 10.000.000,00, no livro razão ficará da seguinte forma: • No fim do ano, a empresa precisa levantar o valor justo desse instrumento. • Situação A: supondo que a debênture, comprada por R$ 10.000.000,00, esteja valendo R$ 12.000.000,00 no dia 31 de dezembro, ficará da seguinte forma: − Decidindo a empresa vender/realizar o instrumento financeiro por 12.000.000,00: − Nesse momento, a empresa acaba com o instrumento financeiro e a conta ajuste da avaliação patrimonial será reconhecida como receita. − Na contabilidade: − No balanço: − Situação B: Supondo que a debênture, comprada por R$ 10.000.000,00, esteja valendo R$ 9.000.000,00 no dia 31 de dezembro, ficará da seguinte forma: • Quando da adoção inicial dos Pronunciamentos Técnicos no que diz respeito ao ativo imobilizado, a administração da entidade pode identificar bens ou conjuntos de bens de valores relevantes ainda em operação que apresentem valor contábil substancialmente inferior ou superior ao seu valor justo em seus saldos iniciais. • O CPC por meio da interpretação ICPC 10 incentiva fortemente que seja adotado, como custo atribuído ao bem, esse valor justo. Essa opção é aplicável apenas e tão somente na adoção inicial, não sendo admitida revisão da opção em períodos subsequentes ao da adoção inicial. • Os efeitos dos procedimentos de ajuste ao valor justo do imobilizado devem ser contabilizados em contrapartida da conta do patrimônio líquido denominada Ajustes de Avaliação Patrimonial, nos termos do § 3º do art. 182 da Lei n. 6.404/76, mediante uso de subconta específica. PATRIMÔNIO LÍQUIDO – APP II • Lei n. 6.404/76: Art. 182. § 3º Serão classificadas como ajustes de avaliação patrimonial, enquanto não computadas no resultado do exercício em obediência ao regime de competência, as contrapartidas de aumentos ou diminuições de valor atribuídos a elementos do ativo e do passivo, em decorrência da sua avaliação a valor justo, nos casos previstos nesta Lei ou, em normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários, com base na competência conferida pelo § 3º do art. 177 desta Lei. (Redação dada pela Lei n. 11.941, de 2009) • Assim, serão avaliados ao valor justo com contrapartida na conta ajuste da avaliação patrimonial os itens denominados de outros resultados abrangentes, que compreendem potenciais receitas e despesas que não são reconhecidos na DRE. • Como regra, os valores registrados nessa conta deverão ser transferidos para o resultado do exercício à medida que os ativos e passivos forem sendo realizados, porém, alguns registros não irão transitar pelo resultado, podendo ser transferidos diretamente para Lucros ou Prejuízos Acumulados. • Quando da adoção inicial dos Pronunciamentos Técnicos no que diz respeito ao ativo imobilizado, a administração da entidade pode identificar bens ou conjuntos de bens de valores relevantes ainda em operação que apresentem valor contábil substancialmente inferior ou superior ao seu valor justo em seus saldos iniciais. • O CPC por meio da interpretação ICPC 10 incentiva fortemente que seja adotado, como custo atribuído ao bem, esse valor justo. • Essa opção é aplicável apenas e tão somente na adoção inicial,
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