Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
O Código Penal brasileiro de 1940 estabelece que é crime desrespeitar, insultar ou violentar alguém baseado em suas crenças e atos religiosos. Porém, no Brasil, esta norma dificilmente sai do papel e é pouco temida pela porção preconceituosa da sociedade. Nesse viés, pode-se destacar como principais motivos e empecilhos ao combate à intolerância religiosa no Brasil a falta de representatividade das diversas religiões em território nacional e o individualismo desenvolvido pelos brasileiros. A priori, a pouca visibilidade dada às religiões menos populares é um dos principais desafios à luta contra os preconceitos religiosos brasileiros. Segundo a Lei de número 662, o dia 25 de dezembro é considerado feriado nacional em celebração ao nascimento de Jesus Cristo, mais popular figura da religião cristã. Desse modo, nota-se que, dentre os cinco feriados determinados por essa lei, o único religioso faz referência apenas a um tipo de fé, deixando de destacar qualquer outra crença senão essa. Assim, por falta de acesso e conhecimento, a população torna-se cada vez mais alienada e inculta, estando mais propícia a recorrer à intolerância quando finalmente em contato com uma religião menos enfatizada pelo Governo. Portanto, a ausência de representatividade da maioria das religiões presentes no Brasil é uma das principais causas da dificuldade de se combater a intolerância a elas. Sob essa óptica, o individualismo também é um problema para o desenvolvimento de brasileiros mais religiosamente tolerantes. De acordo com a obra "Modernidade Líquida", elaborada pelo sociólogo polonês Zygmunt Bauman, que explica as bases da nova sociedade fluida, a perda da capacidade humana de pensar coletivamente originou indivíduos egoístas e limitados, incapazes e sem a obrigatoriedade de tolerar realidades diferentes das suas - sendo estas, por exemplo, religiosas. Por conseguinte, a perda da solidariedade com a substituição da Modernidade Sólida originou homens autocentrados, dificultando o combate à intolerância brasileira à religião. Logo, torna-se imprescindível a tomada de medidas que combatam a intolerância religiosa no Brasil e seus obstáculos. Dessarte, cabe ao Estado, por meio da Secretaria da Diversidade Cultural e do Poder Legislativo, reelaborar as leis para que tornem feriados nacionais datas importantes para, no mínimo, as cinco mais seguidas religiões no Brasil, conscientizando a população de que várias crenças existem e merecem igual respeito. Além disso, o Ministério da Educação deve disponibilizar, por meio de palestras, informações e curiosidades sobre as mais diversas religiões presentes no Brasil, despertando o interesse dos mais jovens. Feito isso, todos os brasileiros, assim como o Código Penal, serão respeitados, permitindo que a nação avance para um futuro mais tolerante e próspero.
Compartilhar