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1 SUMÁRIO 1 CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ................... 4 2 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO ........................................................... 6 3 MERCADOS ............................................................................................... 9 4 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL ........................................................ 10 5 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA NORMATIVO............................. 11 6 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO .............. 12 6.1 Instituições financeiras bancárias ....................................................... 12 7 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS ................................. 14 8 SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO .................... 14 9 INSTITUIÇÕES AUXILIARES ................................................................... 15 10 INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS .................................................... 16 11 ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS ................................... 17 12 TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL ............ 18 12.1 Sociedades Anônimas (Atualizado pela Lei nº 11.638 de 28/12/07) 18 12.2 Constituição .................................................................................... 18 12.3 Ações .............................................................................................. 19 12.4 Partes Beneficiárias ........................................................................ 20 12.5 Debêntures ...................................................................................... 21 12.6 Bônus de subscrição ....................................................................... 21 12.7 Livros sociais ................................................................................... 21 12.8 Assembleias-Gerais ........................................................................ 22 12.9 Conselho de Administração ............................................................ 23 12.10 Diretoria .......................................................................................... 23 12.11 Conselho Fiscal .............................................................................. 23 2 12.12 Demonstrações financeiras ............................................................. 24 12.13 Subsidiária integral ......................................................................... 24 12.14 Extinção .......................................................................................... 24 12.15 Desvantagens: ................................................................................ 25 13 SOCIEDADE POR COTA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (LTDA.) 25 13.1 Principais vantagens: ...................................................................... 25 13.2 Principais desvantagens: ................................................................ 26 14 FIRMA INDIVIDUAL .............................................................................. 26 14.1 Principais vantagens: ...................................................................... 26 14.2 Principais desvantagens: ................................................................ 27 14.3 ORÇAMENTOS .............................................................................. 28 15 ORÇAMENTO EMPRESARIAL ............................................................. 30 15.1 Orçamento de vendas ..................................................................... 30 15.2 Orçamento de consumo de matérias-primas .................................. 31 15.3 Orçamento De Vendas .................................................................... 32 15.4 Orçamento De Produção (Ud) ......................................................... 32 15.5 Orçamento De Consumo De Matérias-Primas ................................ 32 15.6 Orçamento De Compras ................................................................. 33 16 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL ............................. 33 16.1 Orçamento De Vendas .................................................................... 34 16.2 Orçamentos De Produção (Em Unidades) ...................................... 36 16.3 Orçamento De Consumo De Matérias-Primas ................................ 36 16.4 Orçamento De Compras ................................................................. 37 16.5 Orçamento De Mão-De-Obra Direta ............................................... 38 16.6 Consumo De Horas/Homem ........................................................... 38 16.7 Custo Da Mão-De-Obra Direta ........................................................ 38 3 16.8 Orçamento do custo indireto de fabricação. .................................... 39 16.9 Orçamento De Estoque Final .......................................................... 40 16.10 Orçamento De Despesas Operacionais .......................................... 41 16.11 Orçamento De Despesas De Capital .............................................. 41 16.12 Orçamento De Custo Dos Produtos Vendidos ................................ 42 16.13 Orçamento De Caixa ...................................................................... 43 16.14 Controle Orçamentário .................................................................... 43 17 BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 45 4 1 CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Fonte: mastercomp.net Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em mente todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no estudo da movimentação de fundos, e pressupõem duas rotas básicas: as decisões de financiamento e as de investimento. A primeira está correlacionada com as atividades de captação de recursos e a segunda com as atividades de aplicação de recursos. Ambas podem ser estudadas no curto ou no longo prazo, dependendo de suas características. Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que implica num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável. Assim sendo, podemos definir FINANÇAS, como a arte e a ciência de administrar o dinheiro, ou a ciência que estuda a movimentação financeira entre os agentes econômicos. Estes agentes podem ser instituições, mercados ou instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, por sua vez, é a ciência cuja finalidade é maximizar a riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A empresa deverá proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos. 1 1 Ver mais em Assaf Neto, 2002 pp 46 -47. 5 A administração financeira, juntamente com a administração de pessoal, de compras ou materiais, de vendas ou marketing e da produção, forma as cinco grandes áreas funcionais da administração. A cada uma dessas áreas cabem as funções básicas de planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar. À administração financeira compete a gestão operacional dos recursos financeiros da empresa. Uma vez que os recursos são escassos, cabe ao departamento financeiro tomar as decisões a fim de obter deles os melhores benefícios no futuro. Decisões sempre implicam numa escolha entre duas ou mais alternativas ou cursos de ação, e mesmo se há uma única alternativa, deve-se decidir entre colocá-la em prática ou não. A administração financeira, assim como a maioria das ciências, é fruto do aprofundamento natural dos estudos no processo de desenvolvimento da humanidade. Nasceu com as teorias econômicas para após, com os estudos de Taylor, Fayol e Ford, caminhar para sua independência, com forte ascensão após a grande depressão americana dos anos1929/30, destacando-se na época estudos sobre solvência, liquidez e recuperação financeira das empresas. Estudos de fluxos de caixa, investimentos e retornos, foram transformando a teoria da administração financeira em uma ciência independente. Somente após a década de 50 é que se procurou compreender as várias consequências das políticas de investimento, financiamento e dividendos sobre o comportamento do fluxo de caixa da empresa. A caracterização definitiva está ligada aos estudos de Modigliani e Miller (1958) aos quais se convencionou chamar de Moderna Teoria de Finanças ou Finanças Corporativas, e aos estudos de risco que se desenvolveram a partir da Teoria do Portfólio, patrocinada principalmente por Markowitz e Sharpe (1952), que permitiram fechar o esboço no qual trafega a moderna administração financeira. Como toda ciência moderna, a administração financeira contou e conta com a estreita colaboração de outras ciências, tais como2: Contabilidade – Ciência que subsidia as decisões financeiras com os dados de seus demonstrativos e relatórios. Matemática Financeira – Ciência que situa os números das finanças no tempo e facilita seu entendimento. 2 Ver mais em Silva, 2001 pp 30-31. 6 Estatística – Ciência que colabora com seus dados e previsões às decisões de cunho administrativo/financeiro. Economia – Ciência que ensina como a empresa deve se colocar dentro das variáveis econômicas e das leis que as regem. Direito – Ciência que orienta o disciplinamento legal dos procedimentos administrativo/financeiros. Informática – Ciência recente, mas de grande utilidade para o administrador financeiro pela rapidez e confiança no ordenamento de dados e elaboração de relatórios. 2 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de captação e alocação de recursos de capital. Portanto ela envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto à realidade operacional e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma definição de maior amplitude. Para tanto, necessita de pessoas qualificadas que administrem as decisões necessárias ao seu funcionamento. Estas decisões, via de regra, estão ligadas a atividades que envolvem recursos financeiros direta ou indiretamente. Podemos catalogá-las em três atividades principais: Planejamento, análise e controle. Decisões de investimento. Decisões de financiamento. A atividade de PLANEJAMENTO, ANÁLISE E CONTROLE consiste em visualizar no futuro as consequências financeiras dos atos presentes, analisar os resultados apresentados e fazer com que o planejamento seja aplicado de maneira adequada, monitorando sua aplicação. A consulta aos demonstrativos contábeis permite estudar os dados registrados e suas projeções através do orçamento empresarial, uma ferramenta de grande importância, que ajuda também ao administrador financeiro a orientar financeiramente a empresa. A análise dos 7 relatórios contábeis e gerenciais denuncia possíveis desvios de roteiro do planejamento, que devem ser corrigidos nas proporções e tempo requeridos. A atividade de selecionar INVESTIMENTO existe em decorrência das decisões político-administrativas da empresa, e delimitam o montante de recursos a serem aplicados em decorrência daquelas decisões. Esta atribuição atinge os ativos tangíveis e intangíveis que são uma constante preocupação na administração financeira. A aquisição, a depreciação, o risco, o retorno, todos estes itens devem ser questionados, como forma de manter a melhor produtividade e os menores custos. Todo investimento torna-se atraente quando seu retorno esperado excede a taxa exigida pelos acionistas. A atividade de buscar FINANCIAMENTO executa a seleção do menor custo para viabilização da função anterior. Os financiamentos de longo e curto prazo devem ser pesquisados para se evitar custos desnecessários em épocas desnecessárias. O equilíbrio do Balanço Patrimonial deve ser sempre perseguido como forma de se ter uma interação entre fontes e aplicação de recursos. O objetivo central da seleção de financiamentos é determinar a melhor estrutura de financiamento da empresa, de maneira a preservar sua capacidade de pagamento e dispor de fundos com custos reduzidos em relação ao retorno que se espera apurar de suas aplicações. O administrador financeiro é responsável pela execução das atribuições financeiras da empresa. Ele utiliza basicamente duas atribuições financeiras: As de tesouraria e as de controladoria. Dentre as principais tarefas de tesouraria destacam- se: Orçamento de caixa Cadastro Câmbio Financiamento Investimento Crédito e Cobrança Relacionamento com instituições financeiras Dentre as principais tarefas de CONTROLADORIA (O termo vem do inglês controller), destacam-se: Administração de custos e preços Auditoria interna 8 Contabilidade Orçamento Geral Controle Patrimonial Planejamento tributário Relatórios gerenciais Estas tarefas variam em função do porte da empresa. Em empresas pequenas, os sócios se incumbem de muitas destas atividades, e a contabilidade geralmente é terceirizada. Nas grandes empresas, as atividades se subdividem, na maioria das vezes, conforme organograma a seguir: Fonte: Acervo do autor. Em consonância com a administração estão os stakeholders, que são partes interessadas na administração da empresa. Compõem-se de funcionários, clientes, fornecedores, credores e outros que tenham ligação direta com o negócio. Os administradores podem ser considerados representantes dos proprietários e em seus nomes gerir os negócios empresariais. O conflito entre os interesses dos acionistas e os interesses dos gestores pode gerar problemas que se denominam problemas de agency. Enquanto os proprietários focam o lucro, os administradores também focam os interesses em suas carreiras profissionais. Portanto um bom plano 9 de carreira, bonificações em dinheiro pelo bom desempenho e opções pela compra de ações podem minimizar estes problemas. 3 MERCADOS As empresas estão inclusas em complexos mecanismos de funcionamento que se denominam mercados e, dentre eles, os mercados financeiros. Estes mercados podem ser distribuídos em quatro grandes grupos: MERCADO MONETÁRIO – É o mercado de curto e curtíssimo prazo. Caracteriza-se pelas políticas de controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantem sua liquidez. Nesse mercado, os papéis mais negociados são aqueles emitidos pelo Banco Central do Brasil, que servem para a execução da política monetária do Governo Federal, e pelo Tesouro Nacional, cujo propósito é o financiamento do déficit público. Além desses papéis, também são negociados os CDI’s (Certificados de Depósitos Interfinanceiros), exclusivamente entre instituições financeiras, os títulos de emissão privada, como o CDB (Certificado de Depósito Bancário) e as debêntures. Quem executa e controla este mercado é o Banco Central através dos seguintes instrumentos: o Depósito compulsório: regula o multiplicador bancário através de reserva obrigatória de recolhimento de depósitos e recursos de terceiros determinado pelo CMN através de percentuais. o Redesconto ou empréstimo de liquidez: é o socorro que o Banco Central fornece à rede bancária para atender às necessidades de caixa. o Mercado Aberto (Open Market): é um ágil instrumento de política monetária pelo qual o BC pode regular o fluxo de recursos de mercado através de operações de mercado aberto (open market). o Controle e seleção de crédito: se dão através do controle de volume e destino do crédito, controle das taxas de juros, fixação de limites e condições de crédito. MERCADO DECRÉDITO – É o mercado que tem como objetivo suprir as necessidades de recursos da economia através dos agentes econômicos que 10 interligam poupadores e tomadores. Neste mercado se destacam os bancos comerciais e múltiplos. MERCADO DE CAPITAIS – É um mercado predominantemente de longo prazo. Seu principal ambiente é a Bolsa de Valores. Divide-se em primário, quando as operações são realizadas ali pela primeira vez e secundário, quando são realizadas nas demais oportunidades. As operações também podem ser realizadas por instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados para giro ou para o permanente das empresas. MERCADO CAMBIAL – É o mercado que envolve a contrapartida do mercado internacional. Inclui agentes econômicos variados como importadores e exportadores, investidores e instituições financeiras. 4 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL3 Até 1964 o Sistema Financeiro Nacional carecia de uma estruturação racional para administrar suas necessidades. A partir de então foi montado um organograma funcional para disciplinar e entender as entidades participantes. Segundo o organograma (elaborado na página seguinte), conceitua-se: O Conselho Monetário Nacional– CMN é o órgão máximo do Sistema Financeiro Nacional. Sua missão é definir as diretrizes de funcionamento do Sistema Financeiro Nacional e formular toda a política da moeda e crédito da economia, visando atender a seus interesses econômicos e sociais. O Conselho de Gestão e Previdência Complementar - CGPC é um órgão colegiado que integra a estrutura do Ministério da Previdência Social e cuja competência é regular, normatizar e coordenar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar. Também cabe ao CGPC julgar, em última instância, os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência Complementar. O Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP é o órgão responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados no Brasil. É composto pelo Ministro da Fazenda (presidente), representante do Ministério da Justiça, 3 Ler mais em Hoji, 2001, pp 34-41 e Fortuna, 2002, pp 11-43. 11 representante do Ministério da Previdência Social, do Banco Central do Brasil e da Comissão de Valores Mobiliários, além do superintendente da Superintendência de Seguros Privados. 5 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA NORMATIVO O Banco Central é o principal órgão executivo do CMN funcionando como sua secretaria executiva. É órgão fiscalizador do mercado financeiro e executor da política monetária do governo. Fonte: economia.estadao.com.br A Comissão de Valores Mobiliários – CVM controla e fomenta o mercado de valores mobiliários, atingindo as instituições financeiras, as companhias de capital aberto e os investidores. A Secretaria de Previdência Complementar funciona como secretaria executiva do Conselho de Gestão e Previdência Complementar. A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável, pelo controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização. O IRB – Brasil Resseguros regulamenta as atividades de seguros no Brasil. 12 Fonte: Acervo do autor 6 ÓRGÃOS LIGADOS AO SUBSISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO 6.1 Instituições financeiras bancárias O Banco do Brasil até janeiro de 1986 assemelhava-se a uma autoridade monetária mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro 13 Nacional. Hoje, é um banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Compensação. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES é responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo e também pela gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover o crescimento das exportações, dentre outras funções. A Caixa Econômica Federal - CEF caracteriza-se por estar voltada ao financiamento habitacional e ao saneamento básico, além de controlar as loterias. É um instrumento governamental de financiamento social. Os bancos comerciais e múltiplos são intermediários financeiros que transferem recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar moeda através do efeito multiplicador. Eles podem descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc. As Caixas Econômicas Estaduais têm, em círculo mais restrito, as atribuições da Caixa Econômica Federal. São agentes econômicos que estão desaparecendo do mercado. Os Bancos de Desenvolvimento, cujo principal agente é o já citado BNDES, são os principais agentes de financiamento do governo federal. Destacam-se os bancos regionais de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da Amazônia (BASA), e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES). Os Bancos de Investimento captam recursos através de emissão de CDB e RDB. Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os Bancos de Investimento não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites para investimentos no setor estatal. 14 7 INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS As Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos, as “financeiras” captam recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é limitado a 12 vezes seu capital mais reservas. As Sociedades de Arrendamento Mercantil trabalham com operações de “leasing”, que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário pode renová-lo, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à sociedade. Atualmente, tem sido comum operação de leasing em que o valor residual é pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de debêntures, com características de longo prazo. As Cooperativas de Crédito equiparam-se às instituições financeiras. As cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são formadas entre os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma melhor comercialização dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades de crédito aos funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos cooperados. 8 SISTEMA BRASILEIRO DE POUPANÇA E EMPRÉSTIMO As Sociedades de Crédito Imobiliário, ao contrário das Caixas Econômicas, essas sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, principalmente, ao financiamento imobiliário direto ou indireto. As Associações de Poupança e Empréstimo são sociedades civis onde os associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário. 15 9 INSTITUIÇÕES AUXILIARES As Bolsas de Valores são entidades físicas, constituídas sob a forma de associações civis sem fins lucrativos, com responsabilidades e funções de interessepúblico. As bolsas operam em três tipos preferenciais de mercado: Mercado à vista – Onde a entrega dos títulos do vendedor ao comprador é efetuada no segundo dia útil após o fechamento do negócio na Bolsa. O pagamento da ação pelo comprador deve ocorrer no 3º dia útil após a negociação. Mercado a termo – Onde a liquidação das operações ocorre em prazos diferidos, em geral 30, 60 ou 90 dias. Para operar neste mercado é exigido, tanto do comprador quanto do vendedor, um depósito de valores como margem de garantia da operação. Mercado de opções – Onde se negocia os direitos de compra ou venda futura de ações a um preço pré-estabelecido. O comprador de uma opção de compra de ações, por exemplo, adquire até a data limite de vencimento da operação o direito de comprar o lote objeto de ações. O comprador de uma opção de venda, por outro lado, poderá exercer o seu direito de vender os papéis objetos na data de vencimento da opção. A principal contribuição deste mercado é a proteção contra o risco (hedge). A Bolsa de Mercadorias e de Futuros é a bolsa cujo objetivo é organizar operacionalizar e desenvolver um mercado de futuros (commodities, taxas de juros, taxas de câmbio, metais, índice de ações e de conjuntura) livre e transparente. Mantém as seguintes modalidades de operação: Futuro, opções sobre o disponível, opções sobre futuro, termo e disponível ou à vista (spot). As Sociedades Corretoras são instituições membros das Bolsas de Valores habilitadas para operar em seus pregões por conta própria e determinadas por seus clientes, por meio de negociações com títulos e valores mobiliários. As Sociedades Distribuidoras têm uma faixa operacional mais restrita do que as corretoras e não têm acesso às Bolsas de Valores e de Mercadorias. Os Agentes Autônomos de Investimento são pessoas físicas, credenciadas por Bancos de Investimentos, Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, 16 Sociedades de Crédito Imobiliário, Sociedades Corretoras e Distribuidoras que exercem atividades por conta e ordem de quem os credenciou. 10 INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS As Sociedades de Fomento Comercial são conhecidas como “factoring”, e operam na venda de um direito de crédito, feita diretamente pelo detentor deste crédito (o sacador) a uma instituição compradora (o factor). Esta fornece os recursos ao sacador, mediante um deságio sobre o valor de face deste direito de crédito, que pode ser, por exemplo, uma duplicata ou cheque. As Seguradoras operam o sistema de seguros do país e são regidas pelo Decreto-Lei nº. 73 de 21/11/66 e suas alterações posteriores. Não estão sujeitas à falência nem podem impetrar concordata além de não poderem explorar qualquer outro ramo de comércio ou indústria. As Sociedades de Capitalização são sociedades mercantis cujo objetivo é fornecer ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a constituição de um capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano. Este capital é pago em moeda corrente num prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa que possuir um título, segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas nos próprios títulos. DL 261, de 28.2.1967. As Agências de Fomento ou Desenvolvimento são constituídas e funcionam sob as regras da Resolução nº. 2.828 de 30/03/2001. Realizam operações de financiamento de capital fixo e de giro associados a projetos na unidade da federação onde tenha sede. Prestam garantias e serviço de consultoria e ainda administram fundos de desenvolvimento, observando o disposto no Art. 35 da LC 101 de 04/05/2000. As Administradoras de Cartão não são empresas financeiras, e sim empresas prestadoras de serviços, que fazem a intermediação entre os portadores de cartões, os estabelecimentos afiliados, as bandeiras (Visa, Mastercard, etc.) e as instituições financeiras. Os Consórcios. A atividade de consórcio é uma invenção brasileira, hoje difundida no mundo inteiro. Diversos são os instrumentos legais de regulamentação da atividade. A Circular nº. 3.070 e seus regulamentos estabelecem as regras e 17 condições para a concessão de autorização para administrar grupos de consórcios e outros aspectos societários relacionados ao assunto. Os Fundos Mútuos de Investimentos são constituídos sob a forma de condomínio aberto ou fechado e representam a reunião de recursos de poupança, destinados à aplicação em carteira diversificada de títulos e/ou valores mobiliários, com o objetivo de propiciar aos seus condôminos a valorização de cotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo tempo em que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em capital permanente das empresas. As Empresas Abertas ou Fechadas de Previdência Complementar são instituições restritas a determinado grupo contribuintes ou não, com o objetivo de valorização de seu patrimônio, para garantir a complementação da aposentadoria e, por esta razão, orientadas a aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado financeiro e de capitais. 11 ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS De acordo com o Código Civil, as empresas, denominadas pessoas jurídicas, estão divididas em Pessoas Jurídicas de Direito Privado e de Direito Público Interno ou Externo. Pertence ao Direito Público Interno: a União, Estados, Distrito Federal, Territórios, Municípios, Autarquias e demais entidades públicas criadas por lei. São pessoas de direito público externo os estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público. As Pessoas Jurídicas de Direito Privado dividem-se em associações, sociedades e fundações. As sociedades, por sua vez, subdividem-se em personificadas e não personificadas. Ao segundo grupo pertence à Sociedade em Conta de Participação. Ao primeiro grupo pertencem as Sociedades Simples, Em Nome Coletivo, Comandita Simples, Limitada, Anônima, Comandita por Ações e Cooperativas. Segundo o Novo Código Civil (Lei nº. 10.406/02) Sociedade Simples é a sociedade constituída por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens e serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por objeto o exercício de atividade própria de empresário (Art. 981 e 982). 18 Sociedade Empresária (Art.983) tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeita o registro, inclusive a sociedade por ações, independentemente de seu objeto, devendo inscrever-se na Junta Comercial do respectivo Estado. Isto é, Sociedade Empresária é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Divide-se em: Comandita Simples, Em Comandita por Ações, De Capital e Indústria, em Nome Coletivo, Limitada, Anônima e Cooperativa. O presente estudo será desenvolvido no ambiente das Sociedades Anônimas. 12 TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL 12.1 Sociedades Anônimas (Atualizado pela Lei nº 11.638 de 28/12/07) 12.2 Constituição A constituição da companhia depende do cumprimento dos seguintes requisitos preliminares: Subscrição, pelo menos por duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto; Realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro, excetuado nas companhias nas quais a lei exige realização inicial de parte maior do capital social; Depósito no Banco do Brasil S.A., ou em qualquer estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em dinheiro. A companhia ou Sociedade Anônima têm seu capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas.A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. O objetosocial da companhia pode ser qualquer empresa de fim lucrativo, não contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes. A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões “companhia” ou “sociedade anônima” expressas por extenso ou abreviadamente mas vedada a utilização da primeira ao final. A Sociedade Anônima poderá ser aberta ou fechada, conforme os valores 19 mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários, que para isso exige o registro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O estatuto da companhia fixará o valor do capital social, expresso em moeda nacional, que poderá ser formado com contribuições em dinheiro ou em qualquer espécie de bens suscetíveis de avaliação em dinheiro. A sociedade anônima, qualquer que seja seu objeto, será sempre empresária e se regerá pelas leis e usos do comércio. Isto significa dizer que seus atos constitutivos e estatutos serão arquivados no Registro do Comércio, o que não ocorrerá com uma sociedade simples, cujos atos constitutivos e contrato social devem ser arquivados em Cartório. 12.3 Ações Ações são títulos negociáveis e corresponde à menor fração em que se divide o capital da companhia. Tem natureza jurídica de título de crédito, ou seja, é o título que dá direito de propriedade sobre parte de uma companhia. As ações rendem dividendos, que é a parcela de lucro líquido distribuída aos acionistas, na proporção da quantidade de ações detidas, ao fim de cada exercício social. A companhia deve distribuir, no mínimo, 25% do seu lucro líquido ajustado. O estatuto fixará o número das ações em que se divide o capital social e estabelecerá se as ações terão, ou não, valor nominal, que será o mesmo para todas as ações da companhia. O valor nominal das ações de uma companhia aberta não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de Valores Mobiliários. Quanto à espécie, as ações poderão ser preferenciais, ordinárias ou de fruição. Ações preferenciais têm preferência na distribuição de resultados. Ações ordinárias são as que dão direito a voto nas Assembleias Gerais. Ações de fruição são as que podem ser distribuídas aos acionistas em substituição à ação que foi amortizada pela companhia. Este tipo de ação, mesmo não sendo negociável assegurará aos seus detentores o direito de receber a parte do patrimônio da sociedade que ainda lhe couber em caso de liquidação. O número de ações preferenciais sem direito a voto, ou sujeitas à restrição no exercício deste direito, não poderá ultrapassar 50% do total de ações emitidas. As ações preferenciais poderão ter direito a voto se a companhia, pelo prazo previsto no 20 estatuto, não superior a três exercícios consecutivos, deixar de pagar dividendos fixos ou mínimos a que fizerem jus, direito que conservarão até o pagamento, se tais dividendos não foram cumulativos, ou até que sejam pagos os cumulativos em atraso. Quanto à forma, todas as ações devem ser nominativas. A emissão de certificado de ação somente será permitida depois de cumpridas as formalidades necessárias ao funcionamento legal da companhia. Estes certificados serão escritos em vernáculo e conterão as declarações previstas em Lei. A propriedade das ações nominativas presume-se pela inscrição do nome do acionista no livro de Registro das Ações Nominativas ou pelo extrato que seja fornecido pela instituição custo diante, na qualidade de proprietária fiduciária das ações. O estatuto da companhia pode autorizar ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes delas, sejam mantidas em contas de depósito, em nome de seus titulares, na instituição que designar, sem emissão de certificado. São as ações escriturais. O resgate de ações consiste no pagamento do valor das ações para retirá-las definitivamente de circulação, com redução ou não do capital social, mantido o mesmo capital, será atribuído, quando for o caso, novo valor nominal às ações remanescentes. A amortização de ações consiste na distribuição aos acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia. O reembolso é a operação pela qual, nos casos previstos em lei, a companhia paga aos acionistas dissidentes de deliberação da assembleia-geral o valor de suas ações. 12.4 Partes Beneficiárias A companhia pode criar a qualquer tempo títulos negociáveis sem valor nominal e estranhos ao capital social, denominados Partes Beneficiárias. Elas conferirão aos seus titulares direito de crédito eventual contra a companhia, consistente na participação nos lucros anuais. Essa participação não poderá ultrapassar 10% dos lucros. 21 O estatuto fixará o prazo de duração das partes beneficiárias e, sempre que estipular resgate, que poderá ser conversível em ações, deverá criar reserva especial para esse fim. O prazo de duração delas, atribuídas gratuitamente, salvo as destinadas a sociedades ou fundações beneficentes dos empregados da companhia, não poderá ultrapassar 10 anos. 12.5 Debêntures A companhia poderá emitir debêntures que conferirão aos seus titulares direito de crédito contra ela, nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. A debênture terá valor nominal expresso em moeda nacional, salvo nos casos de obrigação que, nos termos da legislação em vigor, possa ter o pagamento estipulado em moeda estrangeira. A debênture poderá assegurar ao seu titular juros, fixos ou variáveis, participação no lucro da companhia e prêmio de reembolso, além de poder ser conversível em ações. 12.6 Bônus de subscrição A companhia poderá emitir, por decisão da Assembleia-geral (se o estatuto não atribuir ao Conselho de Administração), dentro do limite de aumento de capital autorizado no estatuto, títulos negociáveis denominados Bônus de Subscrição. Estes bônus conferirão aos seus titulares, nas condições constantes do certificado, direito de subscrever ações do capital social, que será exercido mediante apresentação do título à companhia e pagamento do preço de emissão das ações. 12.7 Livros sociais A companhia deve ter, além dos livros obrigatórios para qualquer comerciante, os seguintes, revestidos das mesmas formalidades legais: Livro Registro de Ações Nominativas Livro de Transferência de Ações Nominativas Livro Registro de Partes Beneficiárias Nominativas Livro de Atas das Assembleias Gerais 22 Livro de Presença dos Acionistas Livro de Atas das Reuniões do Conselho de Administração Livro de Atas e Pareceres do Conselho Fiscal 12.8 Assembleias-Gerais A Assembleia-Geral, convocada e instalada de acordo com a lei e o estatuto, tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. Compete ao Conselho de Administração, se houver, ou aos diretores, observado o disposto no estatuto, convocar a assembleia-geral. A assembleia-geral pode também ser convocada: Pelo Conselho Fiscal, nos casos previstos em lei; Por qualquer acionista, quando os administradores retardarem, por mais de sessenta dias, a convocação nos casos previstos em lei ou no estatuto; Por acionistas que representem 5%, no mínimo, do capital social, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, o pedido de convocação que apresentarem, devidamente fundamentado, com indicação das matérias a serem tratadas; Por acionistas que representem 5%, no mínimo do capital votante, ou cinco por cento, no mínimo, dos acionistas sem direito a voto, quando os administradores não atenderem, no prazo de oito dias, o pedido de convocação de assembleia para instalação do conselho fiscal. A assembleia-geral é dita ordinária, quando tem por objeto tomar as contas dos administradores, examinar,discutir e votar as demonstrações financeiras; deliberar sobre a destinação do lucro líquido do exercício e a distribuição dos dividendos; eleger os administradores e os membros do conselho fiscal, quando for o caso; aprovar a correção da expressão monetária do capital social. Nos demais casos é dita extraordinária. 23 12.9 Conselho de Administração A administração da companhia competirá, conforme dispuser o estatuto, ao conselho de administração e à diretoria, ou somente à diretoria. As companhias de capital aberto e as de capital autorizado terão, obrigatoriamente, o conselho de administração, que será formado por, no mínimo três membros, eleitos em assembleia-geral e por ela destituíveis a qualquer tempo, devendo o estatuto estabelecer: O número máximo e mínimo de conselheiros; O modo de substituição dos conselheiros; O prazo de gestão, não superior a três anos, permitida a reeleição; 12.10 Diretoria A diretoria será composta por dois ou mais diretores, eleitos e destituíveis a qualquer tempo pelo conselho de administração ou, se inexistente, pela assembleia- geral devendo o estatuto estabelecer o número de diretores, o modo de sua substituição, o prazo de sua gestão, que não será superior a três anos, permitida a reeleição e as atribuições e poderes de cada diretor. Um terço dos membros do conselho de administração pode assumir os cargos de diretoria. 12.11 Conselho Fiscal A companhia terá um conselho fiscal e o estatuto disporá sobre seu funcionamento, de modo permanente ou nos exercícios sociais em que for instalado, a pedido de acionistas. Ele será composto de, no mínimo três membros e no máximo cinco membros, e suplentes em igual número, acionistas ou não, eleitos pela assembleia-geral. Quando o funcionamento do conselho fiscal não for permanente, será instalado pela assembleia-geral a pedido de acionistas que representem no mínimo 10% das ações com direito a voto ou 5% das ações sem direto a voto, e seu período de funcionamento irá até a próxima assembleia-geral ordinária. 24 12.12 Demonstrações financeiras Ao fim de cada exercício social, a diretoria fará elaborar, com base na escrituração mercantil da companhia, as seguintes demonstrações financeiras, que deverão exprimir com clareza a situação do patrimônio da companhia e as mutações ocorridas no exercício: Balanço patrimonial; Demonstração de lucros ou prejuízos acumulados; Demonstração de resultados do exercício; Demonstração dos fluxos de caixa; Nas companhias abertas, demonstração do valor adicionado. 12.13 Subsidiária integral É a chamada de subsidiária integral, a companhia constituída mediante escritura pública, tendo como único acionista uma sociedade brasileira. 12.14 Extinção A companhia se extingue pelo encerramento da liquidação ou pela incorporação ou fusão, e pela cisão com versão de todo o patrimônio em outras sociedades. Vantagens das Sociedades Anônimas: Responsabilidade limitada: cada acionista é um sócio com responsabilidade limitada, não podendo perder além do que investiu no negócio. Dimensão do negócio: o capital pode ser obtido a partir de muitos investidores, pela facilidade com que as ações podem ser negociadas. A sociedade pode ser pulverizada entre uma infinidade de acionistas, pequenos, médios ou grandes. Transferência de propriedade: a propriedade é comprovada pelos certificados de ações, que podem ser facilmente transferidos a outras pessoas. As bolsas de valores facilitam enormemente a venda e compra de ações. 25 Vida ilimitada: a S/A não se dissolve com a morte ou retirada de um proprietário e pode perdurar indefinidamente no tempo. Crescimento: A S/A pode expandir-se através de aumento de capital devido ao rápido acesso aos mercados de capitais. Administração profissional: a direção da empresa passa para administradores profissionais contratados e que podem ser promovidos ou substituídos. 12.15 Desvantagens: Regulamentação governamental: como a S/A é uma entidade legalmente estabelecida, ela está submetida a regulamentações federais, estaduais e municipais, tornando necessários alguns órgãos para prestar serviços burocráticos e atender a todas essas regulamentações. Falta de sigilo: como os acionistas devem conhecer o desempenho e a situação financeira da S/A através das demonstrações financeiras, a empresa torna-se muito transparente. O Novo Código Civil (2002) estabelece algumas normas visando uma maior transparência das sociedades anônimas. 13 SOCIEDADE POR COTA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (LTDA.) São sociedades de pessoas, constituídas de dois ou mais proprietários que se associam no mesmo negócio, com o objetivo de obter lucro. Embora quase sempre maiores do que as firmas individuais, geralmente não chegam a assumir grandes proporções. A sociedade limitada é constituída através de um contrato social firmado entre os sócios e registrado na Junta Comercial. A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Nas sociedades limitadas, os bens pessoais dos sócios respondem pelas dívidas assumidas no negócio. 13.1 Principais vantagens: Economias fiscais: é semelhante à firma individual quanto aos custos organizacionais e certos tributos. 26 Capital social: Geralmente maior que as firmas individuais, pois são sociedades com participação de mais de uma pessoa. Facilidade de crédito: Os bens pessoais dos sócios garantem os valores emprestados. Administração: cooperação e habilidades administrativas de vários sócios envolvidos no negócio são somadas. 13.2 Principais desvantagens: Responsabilidade solidária dos sócios: os sócios respondem conjunta e solidariamente pelo negócio. No caso de liquidação do negócio os bens pessoais de um dos sócios podem ser levados a garantir o prejuízo, caso os demais sócios não o possa fazê-lo. Vida limitada: do ponto de vista técnico, quando um dos sócios se afasta ou morre, a sociedade é dissolvida. 14 FIRMA INDIVIDUAL A firma individual é constituída por um único empresário ou proprietário que responde pelos seus negócios. É a empresa cujo proprietário é uma pessoa que opera em seu próprio benefício. A firma individual é geralmente uma pequena empresa, registrada em Junta Comercial, onde o proprietário toma todas as decisões e opera a propriedade juntamente com alguns poucos empregados. O capital da firma individual advém de recursos próprios ou de empréstimos de curto prazo. É grande a quantidade de firmas individuais, porém sua participação é pequena no volume de faturamento de todas as empresas. 14.1 Principais vantagens: O proprietário é o seu próprio patrão. O proprietário assume todo o lucro e todo o resto do negócio. Baixos custos operacionais. 27 Economias fiscais. 14.2 Principais desvantagens: Responsabilidade ilimitada em relação aos credores. A riqueza total do proprietário – e não o capital investido – responde pelas dívidas do negócio. Limitação de capital: a capacidade financeira do proprietário é limitada e pode restringir operações maiores. O proprietário deve jogar em todas as posições do negócio, isto é, deve conhecer e dominar todos os aspectos técnicos, comerciais e financeiros da sua empresa. Segundo Sanvicente (1983), “Planejar é estabelecer com antecedência as ações a serem executadas, estimar os recursos a serem empregados e definir as correspondentes atribuições de responsabilidades em relação a um período futuro determinado, para que sejam alcançados satisfatoriamente os objetivos porventura fixados para uma empresa e suas diversas unidades”. Os níveis de planejamento podem ser: Estratégico – Onde as decisões são de natureza político-administrativas e estão geralmente voltadas para o ambiente externo da empresa. Administrativo (tático) - Onde o foco é na administração interna da empresa, seus procedimentos e distribuição de recursos humanos. Operacional – São os procedimentos de curto prazo, buscando a máxima eficiência no que foi programado. O planejamento busca a finalidade de antecipar os fatos através de planos e orçamentos. Segundo Welsch4, “orçamento é um meio de coordenar os esforços individuais num plano de ação que se baseia em dados de desempenhos anteriores e guiado por julgamentos racionais dos fatores que influenciarão o rumo dos negócios no futuro”. Assim, orçar é processar o sistema de informações contábeis atual, introduzir as alterações pretendidas e organizar os dados de acordo com as demonstrações regulamentares. 4 WELSH, 1978, pp 171-265. 28 A origem da palavra orçamento deve-se aos antigos romanos que usavam uma bolsa de tecido chamada fiscus para coletar impostos. No início da idade média esta bolsa já era conhecida da Inglaterra sob o nome de fisc. Posteriormente, na França, esta bolsa tomou o nome de bouge ou bougette, cujo termo procede do latim bouga. A Inglaterra adaptou o termo para budget (orçamento). Em 1860 a França adotou um sistema de contabilidade uniforme que foi aplicado a todos os departamentos. Era o rudimento dos sistemas orçamentários atuais. Nos Estados Unidos, já no século XX, foram desenvolvidos conceitos e uma série de práticas para planejamento e administração financeira que se tornariam, em 1907, o primeiro orçamento público da cidade de Nova York. Em 1921 estes procedimentos foram universalizados pelo Congresso norte-americano. A iniciativa privada começou a adaptá-lo em 1929 através da empresa Du Pont de Memours. 14.3 ORÇAMENTOS O orçamento tem como principais objetivos: Estabelecer e coordenar metas Planejar o futuro Facilitar o entendimento dos propósitos da política da empresa Gerar dados para tomada de decisões Servir de guia para avaliação dos programas Para consecução destes objetivos se torna necessário uma orientação para objetivos reais, envolvimento dos participantes com bons índices motivacionais e flexibilidade no processo de implantação e acompanhamento. Diversos foram os tipos de orçamento estudados e implantados. Entre eles podemos citar: Orçamento empresarial – Onde é feita a projeção dos recursos baseada nos objetivos e no controle por meio de acompanhamento de dados contábeis. Orçamento contínuo – Onde é feita a renovação do orçamento com acréscimo para o futuro. Orçamento flexível – Onde a projeção de recursos é realizada com a opção de análise de várias perspectivas. 29 Orçamento por atividade – Onde a ênfase da projeção de recursos é dada por tipo de atividade desempenhada. Orçamento padrão – Tipo de orçamento projetado como ideal para as atividades da empresa. Na preparação dos orçamentos deve-se se seguir a seguinte ordem de procedimentos: Estabelecer os objetivos: o Participação No mercado o Lucro líquido sobre vendas o Retribuição do investimento o Possibilidade de ampliação das instalações o Novos produtos Determinar o volume e condições de vendas Elaborar os demais orçamentos em função do orçamento de vendas Revisar os procedimentos Acompanhar os resultados, analisando-os. Os orçamentos devem seguir um roteiro, onde primeiro se elaboram as premissas, para em seguida serem feitas as projeções. O primeiro orçamento a se elaborar é o operacional. Nele estão contidos as vendas, custos e despesas operacionais. Suas principais peças são os orçamentos de: Vendas Produção Compras de materiais e estoques Despesas indiretas, incluindo mão-de-obra e materiais indiretos. Em seguida devem ser elaborados os orçamentos de investimentos, financiamentos e despesas financeiras. Depois de elaborados todos os orçamentos, são feitas as projeções financeiras, que podem ser subdivididas conforme abaixo: Receitas e despesas não operacionais Receitas e despesas financeiras 30 Demonstração de Resultados projetada Balanço Patrimonial projetado Fluxo de caixa ou Demonstração de Origens e Recursos Projetada. Depois dessas providências é hora do acompanhamento e análise dos dados. 15 ORÇAMENTO EMPRESARIAL5 No orçamento empresarial, o importante é se ter uma imagem futura da empresa com o planejamento inserido no contexto. Desta forma se uma empresa quiser saber quanto gastará com compras para compor o seu produto no próximo período, poderá orçar conforme a seguir: Dados: Produto: A Venda anual: 10.000 unidades Preço unitário de vendas: R$ 20,00 Estoque Inicial: 1.600 unidades Estoque Final: 600 unidades Matérias-primas: X e Y Consumo de unidades de matéria-prima por produto: X = 3 unidades por produto A Y = 2 unidades por produto A Estoque inicial de X = 1.500 unidades Estoque inicial de Y = 1.500 unidades Estoque final de X = 2.000 unidades Estoque final de Y = 1.000 unidades Preço unitário de X = 5,00 Preço unitário de Y = 6,00 15.1 Orçamento de vendas 10.000 unidades x R$ 20,00 = R$ 200.000,00 5 O exemplo foi retirado do capítulo 6 de FIGUEIREDO e CAGGIANO. 31 ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO (ud) Estoque final 600 ud (+) Vendas 10.000 ud (-) Estoque Inicial 1.600 ud (=) Quantidade Produzida 9.000 ud 15.2 Orçamento de consumo de matérias-primas Matéria-prima Consumo unitário Produção Total de Matéria-Prima X 3 9.000 27.000 unidades Y 2 9.000 18.000 unidades ORÇAMENTO DE COMPRA Matéria-Prima X Y Total (R$) Estoque Final 2.000 1.000 (+) Consumo 27.000 18.000 (-) Estoque Inicial 1.500 1.500 (=) Compras (ud) 27.500 17.500 (x) Preço unitário 5,00 6,00 (=) Compras (R$) 137.500,00 +105.000,00 = 242.500,00 Se, no entanto produzir dois produtos e consumir quatro matérias-primas, seu orçamento de compras será: Dados: Produtos Quantidade anual vendida Preço Unitário A 10.000 20,00 B 15.000 15,00 Estoques A B Final 1.000 1.500 Inicial 2.000 2.500 32 Matérias-Primas Estoque inicial Estoque Final Preço Unitário X 500 1.000 3,00 Y 1.000 1.500 4,00 Z 1.000 500 1,00 W 2.500 2.000 2,00 Consumo Unitário Matéria-Prima X Y Z W Produto A 3 2 1 2 Produto B 1 0 3 2 15.3 Orçamento De Vendas A - 10.000 X 20 = 200.000,00 B - 15.000 X 15 = 225.000,00 Total R$ 425.000,00 15.4 Orçamento De Produção (Ud) Produto A B Estoque Final 1.000 1.500 (=) Vendas 10.000 15.000 (-) Estoque Inicial 2.000 2.500 (=) Produção 9.000 14.000 15.5 Orçamento De Consumo De Matérias-Primas Matéria-Prima Produto A Produto B Total X 3 x 9.000 = 27.000 1 x 14.000 = 14.000 41.000 Y 2 x 9.000 = 18.000 0 x 14.000 = 0 18.000 Z 1 x 9.000 = 9.000 3 x 14.000 = 42.000 51.000 W 2 x 9.000 = 18.000 2 x 14.000 = 28.000 46.000 33 15.6 Orçamento De Compras Matéria-Prima X Y Z W Total Estoque Final 1.000 1.500 500 2.000 (+) Consumo 41.000 18.000 51.000 46.000 (-) Estoque Inicial 500 1.000 1.000 2.500 (=) Compra (ud) 41.500 18.500 50.500 45.500 (x) Preço Unitário 3,00 4,00 1,00 2,00 (=) Compra (R$) 124.500,00+74.000,00+50.500,00+91.000,00= 340.000,00 No entanto, um orçamento empresarial é muito mais complexo. Ele segue uma sequência de orçamentos, que culminam com a projeção do Demonstrativo de Resultados e do Balanço Patrimonial. São eles: Orçamento de Vendas Orçamento de Produção Orçamento de Consumo de Matérias-primas Orçamento de Compras Orçamento de Mão-de-obra Direta Orçamento de Custos Indiretos de Fabricação Orçamento de Estoques Finais Orçamento deDespesas Operacionais Orçamento de Despesas de Capital Orçamento de Custo das Mercadorias Vendidas Orçamento de Caixa 16 ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL Vamos supor que uma empresa queira elaborar seu orçamento empresarial anual. Seus demonstrativos financeiros publicados são o Demonstrativo de Resultados do Exercício e o Balanço Patrimonial, que transcrevemos a seguir: 34 Demonstração de Resultados do Exercício Inicial Vendas 135.000 (-) Custo dos Prod. Vendidos 80.000 (=) Resultado Bruto 55.000 (-) Desp. Operacionais 25.000 (=) Lucro Operacional (LAIR) 30.000 (-) Imposto de Renda (40%) 12.000 (=) Lucro Líquido 18.000 Balanço Patrimonial Inicial Ativo 253.000 Passivo 253.000 Circulante 33.000 Circulante 17.000 Disponibilidades 5.325 Fornecedores 5.000 Contas a Receber 20.000 Impostos a pagar 12.000 Estoques 7.675 Patrimônio Líquido 236.000 Matérias-Primas 1.650 Capital 150.000 Produtos Acabados 6.025 Reservas 60.000 Permanente 220.000 Lucros Acumulados 26.000 Imobilizado 250.000 (-) Depreciação Acumulada 30.000 16.1 Orçamento De Vendas Este orçamento é elaborado com base no estudo das duas forças que o compõe: O mercado do produto oferecido e a capacidade instalada da empresa. Em outras palavras não se pode projetar o que não se consegue produzir nem o que o mercado não tem condições de absorver. Constam desse orçamento as seguintes previsões e providências: Quantidades do produto. Preços esperados Política de concessão de créditos Política de descontos Impacto tributário sobre vendas Inadimplência Variação dos clientes Pesquisa de mercado Essa empresa vende os produtos A e B e tem levantamentos trimestrais. As vendas seriam realizadas dentro da área geográfica do município, não havendo 35 diferenciação de preços. Os valores são calculados com base no histórico de vendas da empresa e nas projeções de seu departamento de vendas. Devem-se levar em consideração também as projeções da economia, evolução dos concorrentes e o comportamento dos atuais clientes. As projeções de crédito também devem ser analisadas, assim como a capacidade de produção, armazenamento, tempo de atendimento, disponibilidade de matérias-primas etc. O levantamento de vendas foi orçado em unidades, conforme quadro 1 abaixo. Os preços unitários de venda de A e B são respectivamente R$ 11,00 e R$ 14,00. Quadro 1 - ORÇAMENTO DE VENDAS Vendas em unidades Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total $ Unitário A 1.500 1.000 1.000 1.500 5.000 11,00 B 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 14,00 Após elaborar o orçamento de vendas em unidades devemos elaborar o orçamento de vendas em valores, onde é necessário apenas multiplicar as unidades vendidas pelo seu preço unitário de vendas. Desta forma teremos: Quadro 2 Vendas em R$ Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total A 16.500,00 11.000,00 11.000,00 16.500,00 55.000,00 B 28.000,00 28.000,00 28.000,00 28.000,00 112.000,00 Total 44.500,00 39.000,00 39.000,00 44.500,00 167.000,00 De posse do que se vai vender, é necessário agora apurar o que se vai produzir. Para tanto é necessário ter também as informações sobre os estoques. Assim a empresa determinou que os estoques finais de cada trimestre devessem ser iguais à metade das vendas do trimestre seguinte. Para o último trimestre, determinou que fosse igual ao trimestre anterior. O estoque inicial do produto A é de 750 unidades e do produto B é de 1.000 unidades. Desta forma podemos orçar a produção em unidades. 36 16.2 Orçamentos De Produção (Em Unidades) Quadro 3 Unidades Produto A 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Estoque Final 500 500 750 750 750 (+)vendas 1.500 1.000 1.000 1.500 5.000 (-)Estoque Inicial 750 500 500 750 750 (=)Produção 1.250 1.000 1.250 1.500 5.000 Unidades Produto B 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Estoque Final 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 (+)vendas 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 (-)Estoque Inicial 1.000 1.000 1.000 1.000 1.000 (=)Produção 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 Com o orçamento acima, já se sabe o quanto produzir por trimestre e por ano de cada produto. O problema agora é saber o quanto se gasta de matérias-primas na produção. As matérias-primas são os produtos que são agregados ao produto final. Assim, tem-se que saber o quanto cada produto usa de matéria-prima na sua confecção. Descobrimos que para fabricar A se gasta duas unidades da matéria-prima X e para fabricar B se gasta 3 unidades da matéria-prima Y. Agora se pode orçar o consumo de matéria-prima multiplicando a produção pelas quantidades componentes. Sabe-se também que o custo unitário de X é R$ 0,50 e de Y é R$ 0,30. Assim ter-se- ia: 16.3 Orçamento De Consumo De Matérias-Primas Quadro 4 Consumo por unidade Custo Matéria-prima A B Unitário X 2 0 0,50 Y 0 3 0,30 Unidades consumidas Matéria-prima 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total X 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000 Y 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000 37 De posse da informação do consumo de matérias-primas, é necessário saber seu preço (já informado) e a situação de seus estoques. Sabendo-se que os estoques finais correspondem à metade do consumo do trimestre seguinte e que o último trimestre é igual ao anterior, e ainda que o estoque inicial de X é de 1.500 unidades e de Y é de 3.000 unidades, pode-se começar a orçar as compras. Desta forma ter-se- ia: 16.4 Orçamento De Compras Quadro 5 Unidades Matéria-prima X 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Estoque Final 1.000 1.250 1.500 1.500 1.500 (+) consumo 2.500 2.000 2.500 3.000 10.000 (-) Estoque Inicial 1.500 1.000 1.250 1.500 1.500 (=) compras em Ud 2.000 2.250 2.750 3.000 10.000 Custo unitário 0,50 0,50 0,50 0,50 0,50 Compras em R$ 1.000 1.125 1.375 1.500 5.000 Unidades Matéria-prima Y 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Estoque Final 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 (+) consumo 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000 (-) Estoque Inicial 3.000 3.000 3.000 3.000 3.000 (=) compras em Ud 6.000 6.000 6.000 6.000 24.000 Custo unitário 0,30 0,30 0,30 0,30 0,30 Compras em R$ 1.800 1.800 1.800 1.800 7.200 Total de compras 2.800 2.925 3.175 3.300 12.200 Uma vez terminado o orçamento de matérias-primas, passa-se a elaboração do segundo componente dos custos dos produtos vendidos que é a mão-de-obra direta. Para orçá-la é necessário calcular a quantidade de hora/homens alocada diretamente na produção para confeccionar a quantidade de produtos projetados, ou seja, é necessário diagnosticar o tempo necessário para produzir cada peça. Na linha de produção da empresa existem dois departamentos: Corte e Montagem. Tem-se que determinar quanto se gasta de horas-homens (H/H) em cada departamento, para depois levantar o custo. Inicialmente levantou-se que para 38 produzir A no Departamento de Corte levar-se-ia 12 minutos (0,20 da hora) e para produzir B levar-se-ia 30 minutos (0,5 da hora). No departamento de montagem se gastaria 30 minutos para produzir cada produto. Apurado o custo do salário/hora chegou-se a R$ 2,00 para cada produto em cada departamento. Agora se pode montar o seguinte quadro: 16.5 Orçamento De Mão-De-Obra Direta Quadro 6 MOD - Tempo Salário/H MOD R$ Departamento A B R$ A B Corte 0,20 0,50 2,00 0,40 1,00 Montagem 0,50 0,50 2,00 1,00 1,00 Total 1,40 2,00 Em sequência pode-se montar o orçamento de mão-de-obra direta, primeiro elaborando o quadro de consumo de horas trabalhadas e após o custo destas horas. O primeiro quadro se obtém multiplicando o consumo de tempo pelas unidades produzidas e então se tem: 16.6 Consumo De Horas/Homem Quadro 7Depto de Corte Tempo H/H Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total A 250 200 250 300 1.000 B 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000 Total 1.250 1.200 1.250 1.300 5.000 Depto de Montagem Produto 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total A 625 500 625 750 2.500 B 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000 Total 1.625 1.500 1.625 1.750 6.500 16.7 Custo Da Mão-De-Obra Direta Quadro 8 39 Custo - R$ Depto de Corte 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Horas trabalhadas 1.250 1.200 1.250 1.300 5.000 Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Total 2.500 2.400 2.500 2.600 10.000 Depto de Montagem Horas trabalhadas 1.625 1.500 1.625 1.750 6.500 Custo unitário 2,00 2,00 2,00 2,00 2,00 Total 3.250 3.000 3.250 3.500 13.000 Total da Mão-de-Obra 5.750 5.400 5.750 6.100 23.000 Parte-se então para o terceiro componente dos custos de produção, os custos indiretos de fabricação. Estes custos são divididos em duas partes: Os custos fixos e os custos variáveis. Portanto, para confeccionar este orçamento tem-se que saber o custo variável unitário, para multiplicá-lo pelas unidades produzidas e obter-se a parte variável. Sabe-se que este custo foi rateado pelos dois produtos, resultando R$ 0,50 para A e R$ 1,00 para B. A parte fixa é considerada constante, de sorte que a previsão anual será dividida pelo número de trimestres. Desta forma teremos: 16.8 Orçamento do custo indireto de fabricação. Quadro 9 Custo Variável 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total A 625 500 625 750 2.500 B 2.000 2.000 2.000 2.000 8.000 Total 2.625 2.500 2.625 2.750 10.500 Custo Fixo 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Depreciação 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000 Taxas e seguros 1.000 1.000 1.000 1.000 4.000 Salário de supervisores 1.500 1.500 1.500 1.500 6.000 Total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000 Custo Ind de Fabricação 7.625 7.500 7.625 7.750 30.500 40 Está claro que o total dos custos fixos foi informado. O trabalho foi dividir por quatro trimestres. Em seguida monta-se o orçamento de estoques finais, com as informações já existentes. 16.9 Orçamento De Estoque Final Quadro 10 Matéria-Prima X Y Total Obs. Estoque Final -ud 1.500 3.000 (Quadro 5) Custo unitário - R$ 0,50 0,30 (Quadro 4) Estoque final - R$ 750 900 1.650 PRODUTOS ACABADOS Produto A B Total Obs. Estoque Final - ud 750 1.000 (Quado 3) Custo Unitário - R$ 2,90 3,90 (Quadro 11) Estoque Final - R$ 2.175 3.900 6.075 Estoque total 7.725 Quadro 11 Produtos Obs: A B Matéria-Prima 1,00 0,90 A = 0,50 x 2 e B = 0,30 x 3 Mão-de-obra Direta 1,40 2,00 Quadro 6 Custos Variáveis Indiretos 0,50 1,00 Informação após quadro 8 Custo Variável Unitário 2,90 3,90 Soma O orçamento de despesas operacionais é montado de acordo com as informações coletadas. As despesas administrativas podem representar salários do pessoal de administração, encargos sociais, viagens, publicações, comunicação via telefone, fax, Internet, etc., material de escritório, computação, assessorias e depreciação, entre outras. As despesas comerciais ou de vendas, podem representar gastos com salários, encargos sociais, comissões, viagens, publicidade, material de escritório, comunicação, fretes, combustível e lubrificantes, seguros e depreciação, só para enumerar algumas. No nosso caso enumeraram-se poucas despesas. Inexistem despesas financeiras líquidas, por exemplo, fruto de relacionamento bancário e suas implicações financeiras tais como: juros de empréstimos, financiamentos, descontos, 41 taxas de serviços, reciprocidade, seguros, cadastros, cauções, etc. Ainda há despesas junto aos fornecedores, como juros por atraso, multas, etc. De posse das informações monta-se o quadro orçamentário, conforme se segue: 16.10 Orçamento De Despesas Operacionais Quadro 12 - ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DE VENDAS Desp. Administrativas 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Salários da Administração 4.500 4.500 4.500 4.500 18.000 Despesas fixas 250 250 250 250 1.000 Outras despesas 250 250 250 250 1.000 Total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000 Desp. com vendas 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Salários 3.750 3.750 3.750 3.750 15.000 Propaganda 1.250 1.250 1.250 1.250 5.000 Total 5.000 5.000 5.000 5.000 20.000 Total das despesas 10.000 10.000 10.000 10.000 40.000 Após este orçamento, orça-se os valores destinados ao Ativo Permanente, que são os investimentos de capital. Os valores fornecidos referem-se aos valores a pagar pelos investimentos a realizar. Foram levantados pela empresa e fornecidos. 16.11 Orçamento De Despesas De Capital Quadro 13 - ORÇAMENTO DAS DESPESAS DE CAPITAL 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Total Despesas de capital 10.000 15.000 8.000 20.000 53.000 O orçamento de investimentos é estratégico para a empresa. Investimentos de curto prazo são atividades operacionais para a empresa, como investimentos em manutenção, reformas internas, pequenas obras, trocas de equipamentos de 42 máquinas, etc. Quando há previsão de vendas de parte do parque industrial, pode-se prever um orçamento de desinvestimento. O orçamento de financiamento é estreitamente correlacionado com o orçamento de investimento. É nele onde são alocados os recursos que subsidiarão os investimentos. Entre suas informações deverão constar: Dentre as fontes selecionadas, é necessário ter em mãos as seguintes informações: Tipo de financiamento e respectivas garantias Indexadores Taxas de juros e demais despesas financeiras Impostos (IOF, IOC, IRRF, etc.) Prazos de carência e plano de amortizações. No caso não houve financiamentos. Agora já se dispõe de dados para elaborar o orçamento dos custos dos produtos vendidos. É o que se fará a seguir com os dados que dispomos em quadro autoexplicativo. 16.12 Orçamento De Custo Dos Produtos Vendidos Quadro 14 ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS Obs. Estoque Inicial de MP 1.650 (Balanço Patrimonial) (+) Compras 12.200 (Quadro 5) (=) MP disponível 13.850 (-) Ef de MP 1.650 (Quadro 10) (=) MP consumida na Prod. 12.200 (+) Custo da MOD 23.000 (Quadro 8) (+) CIF 30.500 (Quadro 9) (=) Custo de Produção Orçado 65.700 (+) Ei de produtos acabados 6.025 (Balanço Patrimonial) (-) Ef de produtos acabados 6.075 (Quadro 10) (=) Custo dos produtos vendidos 65.650 43 16.13 Orçamento De Caixa Para elaborar o orçamento de caixa é necessário se ter em mãos algumas informações fundamentais. No nosso caso, têm-se as seguintes informações: As vendas são recebidas 50% no trimestre e 50% no trimestre seguinte. Os custos de matéria-prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação são pagos no trimestre da ocorrência. Os impostos não pagos, no montante de R$ 12.000,00 serão pagos ¼ em cada trimestre. O saldo de fornecedores constante do Balanço não será quitado. As despesas de capital serão quitadas no trimestre da ocorrência. De posse das informações acima se monta o quadro a seguir: ORÇAMENTO DE CAIXA 16.14 Controle Orçamentário De nada adiantaria todo este trabalho, se ele não fosse acompanhado. Cada empresa verifica qual a melhor maneira de fazê-lo. Algumas optam por periodicidade Entradas 1º trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre Ano Saldo Inicial 5.325 10.900 11.325 15.275 5.325 Clientes 20.000 0 0 0 20.000 Vendas a vista (50%) 22.250 19.500 19.500 22.250 83.500 Vendas com 30dd (50%) 0 22.250 19.500 19.500 61.250 total de entradas 42.250 41.750 39.000 41.750 164.750 Caixa disponível 47.575 52.650 50.325 57.025 170.075 Saídas Compras 2.800 2.925 3.175 3.300 12.200Mão-de-Obra direta 5.750 5.400 5.750 6.100 23.000 Custos Indiretos de Fabricação 7.625 7.500 7.625 7.750 30.500 (-) Depreciação 2.500 2.500 2.500 2.500 10.000 Desp. Adm e de Vendas 10.000 10.000 10.000 10.000 40.000 Saídas de capital 10.000 15.000 8.000 20.000 53.000 Impostos 3.000 3.000 3.000 3.000 12.000 Total de saídas 36.675 41.325 35.050 47.650 160.700 Saldo final de caixa 10.900 11.325 15.275 9.375 9.375 44 mensal, outras por bimestral, etc. Algumas dão ênfase aos custos de produção, outras aos fatores de comercialização, e assim por diante. 45 17 BIBLIOGRAFIA BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas, 1996. BRIGHAM, E. F. et al. Casos em administração financeira. São Paulo: Interamericana, 1980. GITMAN, L. J. et al. Casos em administração financeira. Rio de Janeiro: Saraiva, 1983. ROSS, A. A., WESTERFIELD, R. W., JAFFE, J, F. Administração financeira: corporating finance. São Paulo: Atlas, 1996. SANVICENTE, A. Z., SANTOS, C.C. Orçamento na administração de empresas: planejamento e controle. São Paulo: Atlas, 1977. WELSCH, G. A. Orçamento empresarial: planejamento e controle do lucro. 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