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CURSO DE DIREITO 2021 PORTUGUÊS Profª Drª Adriana Juliano Mendes de Campos Mestre (2000) e Doutora em Letras (2006) pela UNESP/ IBILCE – SJ Rio Preto Especialista em Metodologia e Didática do Ensino Superior INBRAPE/ FAFICLE- 1997 Especialista em Gestão da Rede Pública para Supervisores– USP/ SEE-SP- 2011 • “No reino dos fins, tudo tem um preço ou uma dignidade. Quando uma coisa tem preço pode-se por, em vez dela, outra, que lhe seja equivalente. Mas quando uma coisa está acima de todo preço – não admitindo, pois, equivalente - então ela tem dignidade.” (KANT) REFLEXÕES INICIAIS SOBRE O DIREITO OBSERVAÇÃO DO MUNDO CONTEMPORÂNEO NO TOCANTE AOS DIREITOS HUMANOS O artista turco Ugur Gallen nos impõe dolorosas comparações justapondo duas fotografias, formalmente "compatíveis", mas deliberadamente de universos contraditórios, para entregar uma terceira imagem, revelando o horror do nosso mundo rasgado, um mundo esquizofrênico e cego. O choque é violento, claro. TODO ESTADO SE FUNDA NA FORÇA E O ESTADO É CONSIDERADO COMO ÚNICA FONTE DE DIREITO Max weber No Prefácio para Richard Wagner presente em O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo Nietzsche (1992, p. 26) nos diz “estar convencido de que a arte é a tarefa suprema e a atividade propriamente metafísica desta vida”. A arte se faz uma atividade metafísica porque ela nos fala da realidade a partir de uma “não - realidade”, isto é, por meio de uma mímesis (imitação) daquela. Uma obra de arte é capaz de falar das verdades do objeto ainda que ela não seja o objeto, mas apenas uma representação, uma aparência dele. Isso significa que ela é capaz de inverter os valores de verdade/mentira, já que ela fala a verdade sendo essencialmente uma mentira. Por isso Nietzsche a considera “tarefa suprema” da vida, pois ela não deseja se impor de forma absoluta como uma verdade, como outras manifestações da vida (a religião, por exemplo) mas sabe-se essencialmente mentirosa. Assim, arte e vida se relacionam à medida que a primeira é uma manifestação da segunda. Manifestação que se expressa segundo Nietzsche, por meio de características apolíneas e dionisíacas. Em termos gerais, podemos chamar apolíneo e dionisíaco tudo o que se relaciona com os mitos gregos de Apolo e Dionísio. No que tange à arte e a vida podemos denominar apolíneas as manifestações que expressem exatidão, harmonia, prudência, ilusão (como por exemplo, as artes plásticas) etc; e dionisíacas as manifestações que expressem desmedida, vibração, autenticidade (como, por exemplo, a música, o sofrimento, o sexo) entre outras. Mas quem são Apolo e Dionísio? Júpiter e Semele Cadmo teve do seu casamento com Harmonia um filho, Polidoro, e quatro filhas, Autonoe, Ino, Semele e Agave. Semele foi amada de Júpiter e tornou-se mãe de Baco; mas a nova paixão do senhor dos deuses não podia ficar por muito tempo oculta a Juno, que resolveu vingar-se antes do nascimento da criança trazida por Semele no seio. "A implacável deusa, resolvida a perder a rival, revestiu-se do aspecto de Beroé, a velha nutriz de Semele, e indo visitar a jovem, fez habilmente com que a conversação recaísse sobre Júpiter. Prouvera ao céu, disse à filha de Cadmo que seja o próprio Júpiter quem te ama! Mas eu temo por ti: quantas moças não foram iludidas por simples mortais que se diziam um deus qualquer! Se aquele de quem me falas for verdadeiramente Júpiter, ele saberá dar-te provas certas, vindo visitar-te com a majestade que o acompanha, quando se aproxima de Juno." Enganada por tão artificiosas palavras, a filha de Cadmo pediu a Júpiter que lhe concedesse uma graça, sem especificar qual, e o pai dos deuses e dos homens jurou pelo Esfinge que a concederia. Descontente e inquieto com o que ela lhe pedira, mas não podendo retirar um juramento pelo Esfinge, reuniu os trovões e os raios e foi visitar Semele. Mas a habitação de um mortal não poderia resistir àquilo, e mal o deus se aproximou do palácio de Semele o incêndio se generalizou. A filha de Cadmo ficou reduzida a cinzas, e Júpiter mal teve tempo para retirar-lhe do seio o menino que ela ia dar à luz e encerrá-lo na sua coxa, onde ficou até o dia designado para o nascimento". (Ovídio). Esse menino foi Dionísos, chamado pelos latinos Baco, ou Líber, que assim nasceu duas vezes e foi educado pelas ninfas de Nisa. A Coxa de Júpiter O poeta Nonnos assim narra o nascimento de Baco, ao sair da coxa de Júpiter: "Entretanto, ao vê-lo sair de Semele já queimada, Júpiter acolheu Baco semiformado, fruto de tal nascimento produzido pelo raio, encerrou-o na coxa, e aguardou o curso da lua que traria a maturidade. Dali a pouco a rotundidade amoleceu sob as dores do parto, e o menino, que passara do regaço feminino ao regaço masculino, nasceu sem deixar uma mãe, pois a mão do filho de Saturno, presidindo pessoalmente o parto, destruiu os obstáculos e soltou os fios que cosiam a coxa geradora. Mal se livrou do divino parto, as horas que lhe haviam estipulado o tempo, coroaram Baco de grinaldas de hera como presságio do futuro. Cingiram- lhe a cabeça carregada de flores e ornada dos chifres de touro (alusão a Baco- Hébon). Depois, tirando-o da colina da Dracônia que o vira nascer, Mercúrio, filho de Maia, voou, segurando-o, e foi o primeiro em chamá-lo de Dionisos, como lembrança de sua origem paterna. Com efeito, na língua de Siracusa, Niso quer dizer coxo, e Júpiter caminhava coxeando quando trazia na coxa o peso do filho. Chamaram-no igualmente Erafriotes, deus cosido, por ter estado cosido na coxa do próprio pai. (Nonnos). O QUE É A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA? • “É a qualidade intrínseca e distintiva reconhecida em cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que assegurem à pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições existenciais mínimas para uma vida saudável, além de propiciar e promover sua participação ativa e co-responsável nos destinos da própria existência e da vida em comunhão com os demais seres humanos, mediante o devido respeito aos demais seres que integram a rede da vida”. • (SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da Pessoa Humana e Direitos Fundamentais na Constituição Federal de 1988. 7. ed. rev. atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 67). 26 DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS, (Art. 5º da CF) Pela primeira vez uma Constituição coloca, em epígrafe de um capítulo, as palavras direitos e deveres, uma ao lado da outra. Princípio da Isonomia ou Igualdade: é o mais vasto e importante Princípio Constitucional. todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no Brasil a inviolabilidade do Direito (CF, Art. 5º, caput): - à vida, - à liberdade, - à igualdade, - à segurança - à propriedade 27 Princípio da Legalidade ou da Reserva Legal (lato sensu) - inciso II: - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Princípio da Integridade Física e Moral - inciso III: - Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano ou degradante. Princípio da Liberdade de Manifestação e Expressão incisos IV e IX: - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; - é livre a expressão da atividade intelectual... 28 Princípio da Liberdade de Pensamento e de Crença - inciso VI: - é inviolável a liberdade de consciência e de crença... Princípio do Contencioso Único ou do Controle Judiciário - inciso XXXV: - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ouameaça a Direito. Princípio da Irretroatividade da Lei (lato sensu) - inciso XXXVI: - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. �APLICAR OS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS EM SITUAÇÕES QUE ENUMERAM OS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS. OBJETIVOS: Aprofundar o estudo da Língua Portuguesa associado ao discurso jurídico contemporâneo. Compreender o Direito como discurso. Identificar as Modalidades discursivas nas Comunicações estética, jurídica e de imprensa. CONTEÚDO: Linguagem e expressão escrita. Estratégia textual-discursiva de construção do sentido. Gêneros Textuais Acadêmicos Gêneros Textuais Jurídicos Linguagem e expressão escrita REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CITELLI, Adilson. Linguagem e Persuasão. Série Princípios. 14 ed. São Paulo: Ática, 2000. FIORIN, José Luiz; PLATÃO, Francisco Savioli. Para Entender o Texto – Leitura e Redação. 15ª ed. São Paulo: Ática, 1999.
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