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− Resposta protetora que envolve as células do hospedeiro, vasos sanguíneos, proteínas e outros mediadores. − Elimina lesão celular, tecidos necrosados. − Função protetora diluindo, destruindo ou neutralizando os agentes nocivos. − A inflamação é parte de uma resposta protetora mais ampla, a qual os imunologistas se referem como imunidade inata. − As moléculas e as células de defesa do hospedeiro, incluindo leucócitos e proteínas plasmáticas, circulam no sangue, e o objetivo da reação inflamatória é trazê-las para o local da infecção ou da lesão tecidual. − A inflamação é induzia por mediadores químicos produzidos pelas células do hospedeiro em resposta a um estimulo nocivo. − A inflamação é induzida por mediadores químicos produzidos pelas células do hospedeiro em resposta a um estímulo nocivo. − Macrófagos, células dendríticas, mastócitos, os principais mediadores inflamatórios − Sinais cardinais − Inflamação é normalmente controlada e autolimitada − O resultado da inflamação aguda é a eliminação do estímulo nocivo, seguida do declínio da reação e o reparo do tecido lesado ou lesão persistente que resulta em inflamação crônica. − Resposta rápida que leva a leucócitos e proteínas plasmáticas para os locais da lesão. − Alterações vasculares: vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular − Eventos celulares: emigração dos leucócitos da microcirculação e seu acúmulo no foco da lesão − As inflamações agudas podem surgir por estímulos: o Infeções por bactérias, vírus, fungos e parasitas o Trauma pode ser corte e penetração, vários agentes químicos e físicos, como queimaduras, irradiação o Necrose tecidual (de qualquer causa) incluindo isquemia (como no infarto do miocárdio) e lesão química ou física. o Corpos estranhos como farpas, poeira... o Reações imunológicas (reações de hipersensibilidade), pode ser contra substâncias ambientais ou contra os próprios tecidos. ➔ Reconhecimento de micróbios, células necróticas e substâncias estranhas Os fagócitos, células dendríticas (presentes nos tecidos conjuntivos dos órgãos que capturam microrganismos e iniciam resposta a eles) e muitas outras células, como células epiteliais, expressam receptores designados a sentir a presença de patógenos infecciosos e substâncias liberadas das células mortas. Esses receptores são chamados de “receptores-padrão de reconhecimento” por reconhecerem estruturas (isto é, padrões moleculares) que são comuns a muitos microrganismos ou células mortas. As duas mais importantes famílias desses receptores são: − Receptores do tipo Toll (TLRs) São sensores para microrganismos assim chamados pelo membro de localização Toll, descoberto em Drosophila. Os TLRs estão localizados nas membranas plasmáticas e nos endossomos, e são capazes de detectar microrganismos extra e intracelulares. − Inflamossomo ➔ Alterações vasculares − As principais reações vasculares da inflamação aguda, são o aumento do fluxo sanguíneo resultante da vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular, ambos destinados a trazer células sanguíneas e proteínas para os sítios de infecção ou lesão. − Alterações no fluxo e calibre vasculares o Após a vasoconstrição transitória -> vasodilatação das arteríolas -> do fluxo sanguíneo -> abertura dos leitos capilares. o Como a microcirculação torna-se mais permeável, o líquido rico em proteínas extravasa para dentro dos tecidos extravasculares. A perda de líquido faz com que as hemácias fiquem mais concentradas, aumentando, assim, a viscosidade do sangue e diminuindo a velocidade da circulação. Essas alterações são refletidas, microscopicamente, pela presença de numerosos pequenos vasos dilatados, repletos de hemácias, um processo chamado estase. o Quando a estase se desenvolve, os leucócitos (principalmente os neutrófilos) começam a se acumular ao longo da superfície endotelial vascular, um processo chamado marginação. Essa é a primeira etapa da jornada dos leucócitos através da parede vascular para dentro do tecido intersticial (descrita adiante) − Aumento da permeabilidade vascular ➔ Reações vasculares na inflamação aguda − A vasodilatação é induzida por mediadores químicos como a histamina (descrita mais adiante) e é a causa de eritema e estase do fluxo sanguíneo. − O aumento da permeabilidade vascular é induzido pela histamina, cininas e outros mediadores que produzem aberturas entre as células endoteliais; por lesão endotelial direta ou induzida por leucócito e pelo aumento da passagem de líquidos através do endotélio; o aumento da permeabilidade vascular permite a entrada de leucócitos e proteínas plasmáticas nos locais da infecção ou da lesão do tecido; o líquido que extravasa dos vasos sanguíneos resulta em edema. Extravasamento de leucócitos: Marginação leucocitária Ativação das células de defesa, os sinais: Várias citocinas promovem expressão de selectinas e ligantes de integrina no endotélio (TNF, IL- 1), aumentam a afinidade das integrinas por seus ligantes (quimiocinas) e promovem a migração direcional dos leucócitos (também quimiocinas); muitas dessas citocinas são produzidas pelos macrófagos do tecido e outras células que respondem aos patógenos ou tecidos lesados. Os neutrófilos predominam no infiltrado inflamatório inicial e são depois substituídos pelos macrófagos ➔ Quimiotaxia: Locomoção orientada ao longo de um gradiente químico: Substâncias exógenas e endógenas podem atuar como fatores quimiotáticos para os leucócitos e incluem: • Produtos bacterianos, particularmente os peptídeos com terminal N-formil-metionil. • Citocinas, especialmente as pertencentes à família das quimiocinas. • Componentes do sistema complemento, em particular o C5. • Produtos da via da lipoxigenase do metabolismo do ácido araquidônico (AA), particularmente o leucotrieno B4 (LTB4). ➔ Opsoninas Fagocitose. A fagocitose consiste em três etapas distintas, mas inter-relacionadas: (1) reconhecimento e fixação da partícula ao linfócito fagocítico; (2) engolfamento, com subsequente formação de um vacúolo fagocítico e (3) destruição e degradação do material ingerido. ➔ Padrões morfológicos na inflamação aguda – morfologia ➔ Inflamação serosa Nestas inflamações, o exsudato é constituído predominantemente por líquido (poucas proteínas e poucas células inflamatórias). A cura das inflamações serosas tende a ser fácil, com restituição da integridade (resolução). Exemplos: Bolha cutânea de uma queimadura, vesículas de lesões de herpes simples; nestes casos, há acúmulo de exsudato seroso dentro ou abaixo do epitélio ➔ Inflamação fibrinosa Ocorre com lesões mais graves e que propiciam maior permeabilidade vascular, quando moléculas proteicas maiores (como o fibrinogênio) passam a barreira vascular, formando a fibrina, que se deposita no espaço extravascular. Predominância, portanto, de proteínas no exsudato. Um exsudato fibrinoso se desenvolve quando o extravasamento vascular é grande o suficiente ou quando existe um estímulo no interstício que inicie a coagulação (p. ex., células cancerosas). Este tipo de exsudato é característico nas inflamações dos tecidos que recobrem as cavidades corporais, como as meninges, o pericárdio e a pleura. Histologicamente, a fibrina aparece como uma malha eosinofílica (filamentos) ou como um coágulo amorfo. Exsudatos fibrinosos são removidos por fibrinólise e eliminação dos restos pelos macrófagos. Quando não removido, sua presença pode estimular a proliferação de fibroblastos e vasos sanguíneos (tentativa de reparo) tecido cicatricial. Quando isso ocorre, por exemplo, em cavidade pericárdica, o espessamento fibroso pode reduzir ou mesmo obliterar o espaço pericárdico.➔ Inflamação supurativa ou purulenta Caracterizada pela presença de um exsudato com predominância de células (neutrófilos - inflamação aguda). O reparo só ocorre após a absorção do exsudato, que também pode ser eliminado através de condutos naturais ou pela formação de fístulas Na sequência de imagens acima, observe, à esquerda, a histologia normal de alvéolos pulmonares. Ao centro, observe que o contorno do alvéolo está mantido ( observe que há hiperemia, em contraste com a histologia normal), e o espaço alveolar encontra-se ocupado por infiltrado inflamatório agudo. À direita (também pulmão), observe uma área central onde os alvéolos já foram destruídos, e há acúmulo de exsudato neutrofílico na área destruída. Posteriormente, com a progressão do processo, a liquefação dos tecidos e a morte dos neutrófilos resultarão na presença do pus (necrose de liquefação). ] ➔ Abcesso X celulite Abscesso é um termo utilizado para descrever inflamações purulentas causadas pela supuração dentro de um tecido, um órgão ou um espaço confinado. São geralmente produzidos por semeadura profunda de bactérias piogênicas, e para que o pus se forme a bactéria precisa ser resistente à fagocitose, de forma que ocorre migração contínua de neutrófilos. São caracterizados clinicamente por coleção de pus em uma cavidade escavada nos tecidos pela própria inflamação. Microscopicamente, os abscessos possuem uma região central onde observa-se uma massa necrótica de leucócitos e células do tecido envolvido; geralmente há uma zona de neutrófilos preservados em volta do foco necrótico (membrana piogênica), e externamente uma zona de vasodilatação onde ocorre proliferação parenquimatosa e fibroblástica, indicando o início do reparo ➔ Úlcera Uma úlcera é um defeito local ou escavação da superfície de um órgão ou tecido que é produzida por necrose das células e desprendimento (esfacelamento) do tecido inflamatório necrótico. A ulceração pode ocorrer apenas quando existe tecido necrótico e inflamação na superfície ou próximo a ela. É encontrada mais comumente (1) na necrose inflamatória da mucosa da boca, estômago, intestinos ou trato geniturinário e (2) no tecido necrótico e inflamação subcutânea dos membros inferiores em pessoas idosas com distúrbios circulatórios que predispõem a necrose extensa. As ulcerações são mais bem exemplificadas pela úlcera péptica do estômago ou duodeno, onde coexistem inflamações aguda e crônica. Durante o estágio agudo, há infiltração polimorfonuclear intensa e dilatação vascular nas margens do defeito. Com a cronicidade, as margens e a base da úlcera desenvolvem cicatrização, com acúmulo de linfócitos, macrófagos e plasmócitos. ➔ Mediadores da inflamação Mastócitos: − Aminas vasoativas: histamina, serotonina: seus principais efeitos são a vasodilatação e o aumento da permeabilidade vascular. − Metabólitos do ácido araquidônico — prostaglandinas e leucotrienos: existem em várias formas e estão envolvidos nas reações vasculares, na quimiotaxia dos leucócitos e outras reações da inflamação; são antagonizados pelas lipoxinas. − Citocinas: proteínas produzidas por muitos tipos celulares, geralmente atuam em curto alcance; medeiam múltiplos efeitos, principalmente no recrutamento e migração dos leucócitos; as principais na inflamação aguda são TNF, IL-1, IL-6 e quimiocinas. − ERO, espécies reativas do oxigênio: papel na destruição microbiana e lesão tecidual. − Óxido nítrico: vasodilatação, destruição microbiana. − Enzimas lisossômicas: papel na destruição microbiana, lesão tecidual. A inflamação crônica é a inflamação de duração prolongada (semanas a meses ou anos) na qual inflamação ativa, destruição tecidual e reparação por fibrose ocorrem simultaneamente. − Infiltração de células mononucleares, incluindo macrófagos, linfócitos e plasmócitos. − Destruição tecidual, francamente induzida pelos produtos das células inflamatórias. − Reparo, envolvendo proliferação de novos vasos (angiogênese) e fibrose. ➔ Causas: Infecções persistentes por microrganismos difíceis de erradicar. Estes incluem micobactérias, Treponema pallidum (microrganismo causal da sífilis), certos vírus e fungos, todos tendendo ao estabelecimento de infecções persistentes e a suscitar resposta imune mediada por linfócito T, denominada hipersensibilidade tardia. Doenças inflamatórias imunomediadas (distúrbios de hipersensibilidade). As doenças que são causadas por ativação excessiva e inapropriada do sistema imune são reconhecidas como importantes problemas de saúde. Sob certas condições, as reações imunes desenvolvem-se contra os próprios tecidos do indivíduo, resultando nas doenças autoimunes. Nessas doenças, os autoantígenos suscitam uma reação imune autoperpetuadora que resulta em lesão e inflamação tecidual crônica. A inflamação decorrente de autoimunidade tem papel importante em várias doenças comuns e debilitantes, como artrite reumatoide, doença inflamatória intestinal e psoríase. As respostas imunes contra as substâncias ambientais são a causa das doenças alérgicas, como a asma brônquica. As doenças imunomediadas podem mostrar padrões morfológicos mistos de inflamação aguda e crônica porque são caracterizadas por episódios repetidos de inflamação. Como os antígenos desencadeadores não podem ser eliminados, essas doenças tendem a ser crônicas e intratáveis. • Exposição prolongada a agentes potencialmente tóxicos. Os exemplos incluem materiais exógenos não degradáveis, como a sílica particulada que, quando inalada, pode induzir uma resposta inflamatória crônica nos pulmões (silicose) e agentes endógenos, como os cristais de colesterol, que podem contribuir para a aterosclerose. • Formas leves de inflamação crônica podem ser importantes na patogenia de muitas doenças que não são convencionalmente classificadas como distúrbios inflamatórios. Essas doenças incluem distúrbios neurodegenerativos como a doença de Alzheimer, a aterosclerose, a síndrome metabólica associada ao diabetes tipo 2 e algumas formas de câncer nas quais as reações inflamatórias promovem o desenvolvimento do tumor. Como mencionado inicialmente no capítulo, muitas dessas condições de inflamação podem ser suscitadas pelo reconhecimento do estímulo inicial pelos inflamossomas.
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