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Feito por Hanna L. Referencias: Current. Otorrinolaringologia SÍNDROME DE APNEIA/HIPOPNEIA OBSTRUTIVA DO SONO (SAHOS) A síndrome de apneia/hipopneia obstrutiva do sono (SAHOS) e a apneia central do sono (ACS) são classificadas como distúrbios ventilatórios relacionados ao sono. A SAHOS, o distúrbio mais comum, causa sonolência diurna, prejudica o funcionamento diário e é um grande fator contribuinte para doença cardiovascular em adultos e problemas de comportamento em crianças. A ACS é menos comum e pode ocorrer em combinação com a apneia obstrutiva do sono, como condição primária, ou secundária a um problema clínico (como a insuficiência cardíaca) ou medicamento. Os pacientes com ACS costumam relatar despertares frequentes e fadiga diurna, tendo risco aumentado de insuficiência cardíaca e fibrilação atrial. Definição A SAHOS é definida com base em sintomas noturnos e diurnos, bem como em achados dos estudos do sono. O diagnóstico exige que o paciente apresente: 1. Sintomas de distúrbio respiratório noturno (roncos, bufadas, gaspeadas ou pausas respiratórias durante o sono) ou sonolência ou fadiga diurnas que ocorrem apesar de oportunidade suficiente de sono e não são explicadas por outros problemas clínicos; 2. Cinco ou mais episódios de apneia obstrutiva ou hipopneia por hora de sono (índice de apneia-hipopneia [IAH], calculado como o número de episódios dividido pelo número de horas de sono) documentados durante uma polissonografia (PSG). A SAHOS também pode ser diagnosticada na ausência de sintomas se o IAH for maior que 15 episódios por hora. Cada episódio de apneia ou hipopneia representa uma redução na respiração de pelo menos 10 segundos e comumente resulta em uma queda ≥ 3% na saturação de oxigênio e/ou um despertar cerebral cortical. A gravidade da SAHOS se baseia na frequência dos distúrbios ventilatórios (IAH), na intensidade da queda de saturação de oxigênio durante os eventos respiratórios, na duração das apneias e das hipopneias, no grau de fragmentação do sono e no nível de sonolência diurna ou de comprometimento funcional. FATORES DE RISCO E PREVALÊNCIA Os principais fatores de risco para a SAHOS são obesidade e sexo masculino. Os fatores de risco adicionais incluem retrognatismo e micrognatismo mandibular, uma história familiar positiva de SAHOS, síndromes genéticas que reduzem a patência das vias aéreas (p. ex., síndrome de Down, síndrome de Treacher Collins), hipertrofia adenotonsilar (especialmente em crianças), menopausa (em mulheres) e várias síndromes endócrinas (p. ex., acromegalia, hipotireoidismo). Aproximadamente 40 a 60% dos casos de SAHOS são atribuíveis ao excesso de peso. A obesidade predispõe à SAHOS por meio do efeito de estreitamento causado pela gordura nas vias aéreas superiores no lúmen faríngeo. A obesidade também reduz a complacência da parede torácica e reduz os volumes pulmonares, resultando em perda da tração caudal sobre as estruturas das vias aéreas superiores. As pessoas obesas têm risco aumentado em quatro vezes ou mais para SAHOS em relação às pessoas de peso normal. Um ganho ponderal de 10% está associado a um aumento > 30% no IAH. Porém, a ausência de obesidade não exclui o diagnóstico. Síndrome de hipoventilação da obesidade: Pessoas extremamente obesas podem ter síndrome de hipoventilação da obesidade (denominada síndrome de Pickwick), sozinha ou em combinação com apneia obstrutiva do sono. O excesso de gordura corporal interfere na movimentação do tórax e o excesso de gordura corporal abaixo do diafragma comprime os pulmões; esses fatores combinados podem causar respiração superficial, menos eficaz. A gordura corporal em excesso em volta da garganta comprime as vias aéreas superiores, reduzindo o fluxo de ar. O controle da respiração pode estar desordenado, causando a apneia central do sono. A prevalência de SAHOS é duas a quatro vezes maior nos homens em comparação com as mulheres. Os fatores que predispõem os homens à SAHOS incluem os padrões androides de obesidade (resultando em deposição de gordura na via aérea superior e no abdome) e o comprimento relativamente maior da faringe, o que exacerba a possibilidade de colapso. Feito por Hanna L. Referencias: Current. Otorrinolaringologia As mulheres na pré-menopausa estão relativamente protegidas da SAHOS pela influência dos hormônios sexuais sobre o estímulo (drive) ventilatório. O declínio nas diferenças entre os sexos com a idade avançada está associado com prevalência aumentada de SAHOS em mulheres após a menopausa. Variações na morfologia craniofacial que reduzem o tamanho do espaço posterior da via aérea aumentam o risco de SAHOS. A SAHOS tem forte base genética. Para um parente de primeiro grau de um paciente com SAHOS, a razão de chances de ter SAHOS é cerca de duas vezes maior do que para alguém sem um parente acometido. A prevalência da SAHOS varia com a idade, desde 2 a 15% entre adultos de meia-idade a até > 20% em pessoas idosas. Há um pico causado pela hipertrofia linfoide em crianças entre as idades de 3 e 8 anos. À medida que a prevalência de obesidade aumenta na meia-idade e as mulheres entram na menopausa, a SAHOS novamente aumenta. A prevalência de SAHOS é especialmente alta em pacientes com diabetes ou hipertensão. Na maioria dos adultos com SAHOS, o distúrbio não é diagnosticado. FISIOPATOLOGIA Durante a inspiração, a pressão faríngea intraluminal se torna cada vez mais negativa, criando uma força de “sucção”. Como a via aérea faríngea não tem ossos nem cartilagens, a patência das vias aéreas depende da influência estabilizante dos músculos dilatadores da faringe. Embora esses músculos estejam constantemente ativados durante a vigília, os impulsos neuromusculares são reduzidos durante o sono. Em pacientes com uma via aérea colapsável, a redução nos impulsos neuromusculares resulta em episódios transitórios de colapso faríngeo (manifestado como “apneia”) ou quase colapso (manifestado como “hipopneia”). Os episódios de colapso terminam quando os reflexos ventilatórios são ativados e causam despertar, estimulando aumento na atividade neuromuscular e abertura da via aérea. A via aérea pode colapsar em vários níveis, como palato mole (mais comum), base da língua, paredes faríngeas laterais e/ou epiglote. A SAHOS pode ser mais grave durante o sono REM (rapid eye movement), quando os impulsos neuromusculares para os músculos esqueléticos são particularmente reduzidos, e na posição supina, devido a forças gravitacionais. As pessoas com lúmen faríngeo pequeno necessitam de níveis relativamente altos de inervação neuromuscular para manter a patência durante a vigília, estando predispostas a maior risco de colapso durante o sono. O lúmen das vias aéreas pode ser estreitado por aumento de estruturas de tecidos moles (língua, palato e úvula) devido a deposição de gordura, aumento de tecido linfoide ou variações genéticas. Fatores craniofaciais, como retroposição mandibular ou micrognatismo, refletindo variação genética ou influências do desenvolvimento, também podem reduzir as dimensões do lúmen faríngeo. Além disso, os volumes pulmonares influenciam a tração caudal sobre a faringe e, consequentemente, a rigidez da parede faríngea. Assim, baixos volumes pulmonares na posição deitada, o que é particularmente pronunciado em obesos, contribuem para o colapso. Um grau elevado de resistência nasal (p. ex., por desvio de septo ou pólipos) pode contribuir para o colapso das vias aéreas ao aumentar a pressão negativa de sucção intraluminal. Um alto nível de resistência nasal também pode desencadear a abertura da boca durante o sono, o que rompe a vedação entre a língua e os dentes, permitindo que a língua caia posteriormente e oclua a via aérea. Fatores relacionados ao controle ventilatório, em particular a sensibilidade ventilatória, o limiar de despertare as respostas neuromusculares ao CO2, contribuem para a patogênese da SAHOS. Feito por Hanna L. Referencias: Current. Otorrinolaringologia Uma elevação do CO2 durante o sono ativa o diafragma e os músculos faríngeos, o que enrijece a via aérea superior e pode equilibrar as pressões de sucção inspiratória, mantendo a patência da via aérea até um ponto que depende da predisposição anatômica ao colapso. Contudo, o colapso faríngeo pode ocorrer quando o sistema de controle respiratório é muito sensível ao CO2, resultando em grandes flutuações na ventilação e no estímulo (drive) respiratório e em instabilidade das vias aéreas superiores. Além disso, níveis crescentes de CO2 durante o sono resultam em despertar do sistema nervoso central. Um baixo limiar de despertar (i.e., acordar com um baixo nível de CO2 ou drive ventilatório) pode limitar os processos de compensação da musculatura faríngea mediados pelo CO2 e impedir a estabilização das vias aéreas. Por outro lado, um alto limiar de despertar pode evitar o término apropriado das apneias, prolongando a duração da apneia e exacerbando a intensidade da queda na saturação da hemoglobina. Por fim, qualquer prejuízo na capacidade de compensação dos músculos ventilatórios durante o sono pode contribuir para o colapso da faringe. CONSEQUÊNCIAS PARA A SAÚDE E COMORBIDADES A SAHOS é um importante fator contribuinte para distúrbios cardíacos, cerebrovasculares e metabólicos, bem como para morte prematura. Ela é a causa clínica mais comum de sonolência diurna. Essa ampla gama de efeitos sobre a saúde é atribuível ao impacto da fragmentação do sono, dos despertares corticais e da hipoxemia intermitente sobre as funções vasculares, cardíacas, metabólicas e neurológicas. Os eventos respiratórios relacionados à SAHOS estimulam a hiperatividade simpática, levando a variações agudas da pressão arterial durante o sono, dano endotelial e hipertensão noturna e diurna. A hipoxemia relacionada à SAHOS também estimula a liberação de proteínas de fase aguda e espécies reativas do oxigênio que exacerbam a resistência à insulina e a lipólise, causando potencialização de um estado pró-trombótico e pró-inflamatório. O esforço inspiratório contra uma via aérea ocluída causa grandes variações na pressão negativa intratorácica, alterando a pré- carga e a pós-carga cardíacas e resultando em remodelamento cardíaco e redução de sua função. A hipoxemia e o desequilíbrio simpático-parassimpático também podem causar remodelamento elétrico do coração e lesão de miócitos. HIPERTENSÃO A SAHOS pode aumentar a pressão arterial para níveis de pré-hipertensão e hipertensão, aumentar o risco de hipertensão resistente. As elevações na pressão arterial se devem à potencialização da ativação do sistema nervoso simpático bem como a alterações no sistema renina-angiotensina-aldosterona e ao balanço hídrico. Foi demonstrado que o tratamento da SAHOS com pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP) noturna reduz a pressão arterial na monitorização ambulatorial de 24 horas. DOENÇAS CARDIOVASCULARES, CEREBROVASCULARES E METABÓLICAS SAHOS aumenta de forma significativa o risco de doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca com ou sem redução da fração de ejeção, arritmias atriais e ventriculares, aterosclerose, acidente vascular cerebral e diabetes. Foi demonstrado que o tratamento da SAHOS reduz vários marcadores de risco cardiovascular, melhora a resistência à insulina, diminui a taxa de recorrência de fibrilação atrial e melhora vários desfechos clínicos em pacientes com doença cardiovascular ativa. Feito por Hanna L. Referencias: Current. Otorrinolaringologia SONOLÊNCIA Mais de 50% dos pacientes com SAHOS moderada a grave relatam sonolência diurna. As pessoas com IAH elevado estão envolvidas em acidentes com veículos automotivos até sete vezes mais frequentemente em relação a pessoas com IAH normal. Estudos mostraram que o tratamento da SAHOS com CPAP nasal alivia a sonolência. O tecido adiposo visceral, cujas quantidades estão aumentadas em pacientes com SAHOS, libera citocinas indutoras de sono que podem contribuir para a sonolência. QUALIDADE DE VIDA E HUMOR Reduções na qualidade de vida relacionada à saúde são comuns em pacientes com SAHOS. A depressão, em particular sintomas de depressão somáticos (irritabilidade, fadiga, falta de energia), é comumente relatada na SAHOS e melhora com o CPAP. Quadro clínico e diagnóstico SINAIS E SINTOMAS Os sintomas noturnos mais comuns da AOS incluem ronco alto e habitual, apneia, sons de sufocamento ou engasgo e noctúria ou enurese. As vibrações nos tecidos moles das vias aéreas superiores produzem o ronco alto e crescente, e o aumento significativo da resistência das vias aéreas superiores. Apneias, que frequentemente acabam de forma abrupta com ruídos altos de retomada da respiração, representam a obstrução completa das vias aéreas superiores. OBS: Na apneia central do sono, o tronco cerebral é menos sensível às mudanças no nível de dióxido de carbono. Como consequência, as pessoas que têm apneia central do sono respiram menos profundamente e de forma mais lenta do que o normal. Na apneia central do sono, o ronco não é tão proeminente. No entanto, o ritmo da respiração é irregular e interrompido por pausas. A respiração de Cheyne-Stokes (respiração periódica) é um tipo de apneia central. Quando ocorre a respiração de Cheyne-Stokes, a respiração torna-se gradualmente mais rápida, desacelera gradualmente, para por um curto período e, em seguida, começa de novo. Então, o ciclo se repete. Cada ciclo dura de trinta segundos a dois minutos. A pressão inspiratória negativa gerada durante eventos apneicos é transmitida por via transmural ao coração em contração e estira o átrio direito. Em consequência, há liberação do peptídeo natriurético atrial, levando à noctúria e à enurese em alguns pacientes. Os despertares repetidos e frequentes acordar para urinar levam à fragmentação do sono, que pode levar a sintomas diurnos. Exame físico Avaliação sistêmica – Todos os pacientes devem ser avaliados quanto à hipertensão, pois ela está correlacionada à gravidade da AOS. Deve-se registrar o peso e a circunferência de pescoço. Estudos mostraram uma correlação positiva entre AOS e IMC superior a 27,8 kg/m2 em homens e IMC superior a 27,3 kg/m2 em mulheres, bem como da circunferência do pescoço – medida no nível da membrana cricotireoide – acima de 43 cm em homens ou 38 cm em mulheres. Hipotireoidismo e depressão podem causar sonolência ou fadiga excessiva e devem ser consideradas antes do diagnóstico de AOS. Cabeça e pescoço – O paciente é sempre examinado no plano de Frankfurt – uma linha que bissecta o bordo orbital inferior e o bordo superior do meato auditivo externo, que é sempre paralela ao chão. Retrusão maxilar: uma linha traçada do násio ao subnásio deve ser perpendicular ao plano de Frankfurt. Retrognatia, uma linha bissecando a borda do vermelhão inferior (borda vermelha do lábio) com o pogônio também deve ser perpendicular ao plano de Frankfurt. Se o pogônio tiver uma retroposição maior que 2 mm, suspeita-se de retrognatia. Nariz – Deve-se examinar o nariz procurando sinais de deformidade franca, alterações na ponta nasal, assimetria das narinas e obstrução da valva interna. A cavidade nasal deve ser cuidadosamente examinada, verificando-se tamanho dos cornetos, sinais de pólipos, massas, rinite e secreção purulenta. Examina-se o septo, em busca de sinais de defeitos ou desvio. Feito por Hanna L. Referencias: Current. Otorrinolaringologia Cavidade oral – A língua deve ser examinada quanto ao tamanho e aos estigmas de AOS. A relação entre a língua e o véu palatino também deve ser observada, especificamente para determinar se uma língua aumentada escondea visão do palato, se o palato em si está baixo ou desviado, ou se a parede posterior da faringe está escondida por ambos. Nota-se também a morfologia do véu palatino (espesso, posteriorizado, baixo). A úvula também é descrita como normal, longa (maior de 1 cm), grossa (maior de 1 cm) ou encravada no véu palatino. As tonsilas devem ser descritas como cirurgicamente ausentes (0) ou por seu tamanho (1, 2, 3 ou 4+, respectivamente, indicando um estreitamento lateral da orofaringe de 0 a 25%, 25 a 50%, 50 a 75%, ou mais de 75%). Uma orofaringe estreita, independentemente do tamanho das tonsilas, também deve ser notada. Hipofaringe – A hipofaringe pode ser avaliada com o uso de um nasofaringoscópio flexível, a fim de avaliar a base da língua e as tonsilas linguais e procurar massas obstruindo a laringe supraglótica, glótica ou subglótica. Deve-se notar qualquer anormalidade na aparência, na simetria e no movimento das pregas vocais. Escore da síndrome de apneia/hipopneia obstrutiva do sono (escore ASHOS) – Embora a descrição das estruturas, conforme indicado, pareça útil para determinar o local da obstrução na AOS, criou-se um sistema de estadiamento mais formalizado. Esse sistema inclui três seções, cobrindo (a) a descrição-padrão das tonsilas, de 0 a 4, (b) a cavidade oral/língua e (c) o IMC. Mostrou-se útil para prever a probabilidade de sucesso na uvulopalatofaringoplastia para apneia do sono e pode servir como um escore único para descrever pacientes com AOS. As várias modalidades de imagem podem ter um papel na identificação do paciente com AOS; entretanto, a maioria tem uma aplicação clínica limitada. Cefalometria e radiografias – Estudos cefalométricos laterais e radiografias simples são úteis para avaliar o paciente com anormalidades craniofaciais observáveis, como retrusão mandibular. Esses estudos são necessários para a avaliação precisa da retrusão maxilar, retrognatia, e micrognatia, ajudando a planejar procedimentos cirúrgicos. TESTES ESPECIAIS Testes subjetivos – Testes subjetivos permitem que o paciente avalie seu impulso de sono. Incluem a Escala de Sonolência de Epworth (ESS), o Questionário de Resultados Funcionais do Sono (FOSQ) e a Escala de Sonolência de Stanford (SSS). Para a ESS, pede- se que o paciente classifique a probabilidade de cair no sono durante determinados eventos; no FOSQ, pede-se ao paciente que avalie o impacto da sonolência sobre sua capacidade de realizar atividades diárias; e na SSS, pede-se ao paciente que classifique seu grau de sono naquele momento. Teste múltiplo de latência de sono – O teste múltiplo de latência de sono é um teste objetivo que avalia o impulso de sono, consistindo em uma série de cochilos ocorrendo em intervalos de duas horas, repetido a cada 2 horas. Estimula-se os pacientes a dormirem enquanto seus parâmetros fisiológicos são monitorados. A latência normal do sono é de 10 a 20 minutos; entretanto, pacientes com sonolência diurna excessiva frequentemente apresentam latências de sono de 5 minutos ou menos. Polissonografia– O estudo definitivo para avaliar a AOS é a polissonografia (PSG) durante a noite, porque permite o moni�toramento direto da atividade cerebral, dos padrões respiratórios e da atividade muscular do paciente durante o sono. A PSG registra a duração do sono e eventos (ronco, hipopneias, apneias, excursão toracoabdominal, movimento de membros e assim por diante) que ocorrem durante o sono. Sua utilidade clínica repousa em sua capacidade de diagnosticar e caracterizar a gravidade da AOS. Além disso, a PSG pode diferencias entre AOS, apneia central do sono e outras causas de sonolência excessiva. Endoscopia durante o sono induzido por medicamentos – Esse exame consiste em examinar o paciente durante o sono in- duzido por medicamentos em um ambiente bem controlado, em geral com a administração de propofol como agente sedativo. Tratamento Terapia CPAP – O tratamento mais amplamente usado para AOS é CPAP, que é a primeira terapia recomendada para pacientes com AOS. CPAP diminui roncos e apneias e melhora os sintomas de sonolência diurna excessiva. O American College of Chest Physicians recomenda iniciar a terapia com CPAP em todos os pacientes com um IAH superior a 30 eventos/h e para todos os pacientes sintomáticos com um IAH de 5 a 30 eventos/h. Embora a efetividade de CPAP na eliminação da AOS seja 90 a 95%, sua eficácia continuada baseia-se na adesão do paciente. Os pacientes muitas vezes se queixam de claustrofobia, cefaleia, rinite, irritação facial ou nasal, aerofagia e inconveniência ou embaraço social durante o uso do CPAP. Feito por Hanna L. Referencias: Current. Otorrinolaringologia Dispositivos orais – Podem-se usar dispositivos orais em pacientes com ronco primário, aqueles com AOS leve a moderada e em pacientes que recusam CPAP. Os dispositivos orais mais completamente testados são os dispositivos tituláveis de reposicionamento mandibular. O uso noturno de dispositivos orais em geral é melhor tolerado que CPAP. Os pacientes que usam dispositivos orais podem se queixar de dor mandibular ou temporomandibular (ambas parecem diminuir com os dispo- sitivos orais tituláveis), cefaleias e salivação excessiva. Perda de peso – Pacientes com sobrepeso devem ser estimu�lados a perder peso, porque foi demonstrado que reduções moderadas de peso aumentam o tamanho e melhoram a função das vias aéreas superiores. Como muitos pacientes com AOS são obesos mórbidos, avaliou-se a cirurgia bariátrica como tratamento para a perda ponderal nessa população, mas ela não é recomendada para a perda rotineira de peso em pacientes com AOS. Modificações de estilo de vida – Os pacientes também devem ser aconselhados a evitar sedativos, álcool, nicotina e cafeína à noite, porque essas substâncias podem influenciar o tônus muscular das vias aéreas superiores, bem como mecanismos centrais. Terapia posicional – A terapia posicional foi sugerida como uma terapia adjuvante para pacientes que têm primariamente eventos obstrutivos supino-dependentes, facilmente identificados com a PSG. Os pacientes são instruídos a dormir na posição de decúbito lateral, e não supina, e um grande número de técnicas foram usadas para impedir a reversão à posição supina, como costurar bolas de tênis no dorso de camisas e rearranjar os travesseiros. Outros tratamentos – Dilatadores nasais externos e produtos com base em éfedra ou efedrina também são tratamentos populares para ronco e AOS. Embora se tenha demonstrado que alguns reduzem o ronco em pacientes com rinite crônica ou obstrução nasal, a maioria desses produtos não mostrou nenhum benefício consistente no tratamento do ronco primário ou AOS. Produtos à base de éfedra não foram avaliados pela FDA e, portanto, seu uso como tratamento é desestimulado. Tratamento cirúrgico: O tratamento cirúrgico de pacientes com AOS é complexo e deve ser individualizado. O tratamento cirúrgico é direcionado a locais identificados no exame físico e nos outros exames descritos, a fim de maximizar a efetividade e minimizar a morbidade cirúrgica
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