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Alterações cadavéricas José Allan Soares de Araujo, Me. Medicina Veterinária Patologia Geral Escola Superior Batista do Amazonas Curso de Medicina Veterinária Patologia Geral Veterinária Alterações cadavéricas Conceito: São alterações que ocorrem no animal após a constatação da sua morte clinica. Alterações cadavéricas Importância: Alterações cadavéricas Identificar o tempo de morte do animal Definir se determinada alteração ocorreu antes da morte (ante mortem) ou após a morte (pós- mortem). CRONOTANATOGNOSE: Estudo do tempo de morte; KRONOS = tempo; THANATOS = Morte; GNOSIS = conhecimento. PATOLOGIA Normal X Lesão X Autólise (putrefação) Diagnóstico morfológico (reconhecer e interpretar lesões) Diferenciar Alterações cadavéricas Classificação: Alterações cadavéricas abióticas (Não modifica o cadáver no aspecto geral) Alterações cadavéricas transformativas. Alterações abióticas Conceito: São alterações que ocorrem logo após a constatação da morte clinica, antes da proliferação bacteriana. Ainda não houve alteração transformativa. AUTÓLISE AUTÓLISE Reação que ocorre após a morte Ação enzimática (das próprias células) COMO OCORRE ??? Ação Bacteriana (flora normal ou que penetram pouco antes da morte) AUTÓLISE TODO TECIDO AUTOLISA !!!!!!!!!! DIFERENTES TECIDOS DIFERENTES TEMPOS Fígado x Rim x SNC x Tec. Fibroso x Tecido Ósseo Consequência – Artefatos Macro e Micro (erros na interpretação das lesões) AUTÓLISE FATORES QUE PODEM INFLUENCIAR A VELOCIDADE DE AUTÓLISE (AUTÓLISE É UMA REAÇÃO QUÍMICA!!) TºC Bactérias Ambiente Quanto maior a temperatura (aumento da velocidade das alterações cadavéricas); Baixa temperatura (Inibe a ação da sítese das enzimas proteolíticas e crescimento bacteriano) Animal Febre Gordura, pelos, (aumenta a velocidade das alterações cadavéricas) Tamanho do animal (Animal maior dificulta o resfriamento, levando mais rápido as alterações); Exercício Imediatas Imobilidade; Insensibilidade; Inconsciência; Aneflexia; PCR (parada cardiorrespiratória); Parada cerebral (morte cerebral). Alterações abióticas Alterações abióticas Alterações abióticas Algor Mortis (Frialdade cadavérica): Resfriamento do cadáver; Ocorre de 3 a 4 h após a morte; Ausência da termorregulação e dissipação de calor por evaporação. Cronotanatognose: Queda de 1C por hora. Alterações abióticas Livor Mortis (Hipostase cadavérica): Lividices ou manchas hipostáticas (Desaparecem com a pressão dos dedos); Ocorre de 2 a 4 h após a morte; Desfaz-se 12 a 24 h após o rigor mortis. Livor Mortis (hipostase cadavérica) Como ocorre??? Alterações abióticas Livor Mortis (Hipostase cadavérica): Rigor Mortis Por que ocorre??? Quant. músculos Desnutrição Tétano Autólise Alterações abióticas Alterações abióticas Início em 2 a 4 h após a morte; Desfaz-se 12 a 24 h após início. É dividido em três fases: Fase de pré-rigor; Fase de rigor Fase pós-rigor Rigor Mortis (Rigidez cadavérica): Fase de pré-rigor: Período após a constatação da morte clinica em que ainda há tecidos e órgãos vivos; Metabolização do glicogênio para produzir ATP; Sem O2 há o aumento da produção de acido láctico, o que diminui o pH (5,0 – 5,5). A interação da actina com a miosina ainda com ATP mantém o musculo relaxado. Rigor Mortis Fase de rigor: Esgotamento do glicogênio (músculo); Sobrecarga metabólica das fibras (acidificação e carência de oxigênio) Carência de ATP (complexo actina/miosina); Relaxamento muscular. Rigor Mortis 1ª hora – musculo cardíaco; 1 a 2 h – músculos respiratórios (diafragma e intercostais); 2 a 3 h – musculatura da cabeça, da mastigação e periocular; 3 ½ a 4 ½ h – região cervical, tórax e membros anteriores; 6 a 9 h – restante da musculatura. Cronotanatognose - RM Rigor Mortis Fase de Pós-rigor: Período onde predominam os fenômenos líticos; Destruição do complexo actina/miosina; Relaxamento muscular. Rigor Mortis Alterações abióticas Ativação e depleção dos fatores da coagulação. Tipos de coágulos: Cruóricos ou sanguíneos: coágulos vermelhos (são os mais encontrados); Lardáceos: amarelos, brancos ou cinzas (linhagem branca) – relacionados agonia; Mistos: geralmente são os casos patológicos. Coagulação sanguínea: Coagulação sanguínea: Coagulação sanguínea: Localização: Câmaras cardíacas e veias; Formam-se aproximadamente 2 h apos a morte; Desfazem-se 8 h apos – HEMÓLISE. OBS: Coágulos no ventrículo esquerdo sugerem debilidade do miocárdio. Coagulação Cruóricos (vermelhos) Lardáceos (amarelos) Inflamação Coagulação sanguínea: Coagulação sanguínea: Diferenciar coágulo de trombo: Alterações abióticas É caracterizada pelo aparecimento de uma região esverdeada ou amarelo-esverdeada, típica de pigmentos biliares, que vai atingir os órgãos próximos a vesícula biliar. Autólise da parede da vesícula (corrosão pelos próprios componentes da bile) Aumento da permeabilidade da parede da vesícula biliar e extravasamento a bile. Embebição biliar: Embebição biliar: Alterações Post Mortem Embebições Por que ocorre??? BILE Hemoglobina Alterações abióticas DD = Putrefação O período de constatação dessa alteração é muito variável. Embebição biliar: Alterações abióticas Tecidos manchados de vermelho (característico de presença de hemoglobina) ++ paredes do endotélio dos vasos e na parede cardíaca. Embebição hemolítica ou sanguínea: Embebição hemolítica: Alterações abióticas Ocorre 8 h apos a coagulação sanguínea (causada pela hemólise) DD: Hemorragia A embebição hemolítica é superficial e a medida que nos aprofundamos no corte do tecido a tendência é essa mancha avermelhada desaparecer. Na hemorragia observa-se uma coloração muito viva e muito profunda. Embebição hemolítica ou sanguínea: Pseudomelanose H2S (Bactérias) Fe (Hemácias) FeS (sulfito de Fe) Alterações bióticas Alterações abióticas Produção de gás – proliferação bacteriana intestinal. DD: meteorismo ante-mortem Alterações circulatórias (congestão, hemorragia, edema) Meteorismo pós-mortem: Meteorismo ante-mortem Produção de gás Por que ocorre??? Meteorismo Produção de gás Deslocamento de vísceras e líquidos Meteorismo Alterações abióticas Meteorismo pós-mortem Intestino – deslocamento da posição normal (distocias) Ruptura do intestino por pressão sobre outras vísceras. Deslocamento, torção e ruptura de vísceras: Alterações abióticas Qualquer uma destas alterações, se ocorridas antes da morte do animal irão causar distúrbios circulatórios. Ante-mortem: Coloração negra, na área afetada. Pós-mortem: coloração normal. Deslocamento, torção e ruptura de vísceras: Alterações abióticas Ocorre devido o relaxamento muscular após a morte do animal associado ao meteorismo, causando projeção da ampola retal. No ante-mortem: Prolapso retal – mudança no peristaltismo normal do animal. Erupções na área prolapsada, hemorragias, ruptura e coloração escura. Pseudoprolapso retal: Prolapso retal: Alterações transformativas ou bióticas São alterações que decorrem de um estado de grande proliferação bacteriana (putrefação). Os órgãos irão se apresentar como massa semissólida, odor muito forte e mudanças de coloração. Conceito: HETERÓLISE Primeira alteração – 1 a 2 dias. O cadáver toma uma coloração cinza-esverdeada (manchas da putrefação). Região abdominal Pseudomelanose Ácido Sulfidrico(bactérias) Hemoglobina (hemólise) Sulfametahemoglobina PSEUDOMELANOSE Crepitação (bolhas de ar) Pele, musculatura e demais órgãos internamente irão apresentar (bolhas de ar) - Acido sulfídrico Carbúnculo sintomático (Clostridium chauvoei) Enfisema cadavérico Desprendimento da mucosa dos órgãos. Exceção: A mucosa do rúmen sofre alteração precocemente Maceração Estágios mais tardios da alteração cadavérica transformativa. As vísceras totalmente amorfas (há destruição completa da forma do órgão). O odor é muito forte. HETERÓLISE!!!! Exceção: A adrenal sofre o processo de coliquação precocemente e não indica processo de alteração cadavérica transformativa. Coliquação Completa destruição da pele e musculatura. Algumas horas após a morte o corpo já apresenta diminuição de tamanho pela destruição de celular. Ossos. Redução esquelética Fase de coloração: impregnação pela bile e hemoglobina. Tempo - 8 a 24 horas Fase gasosa: gás sulfídrico H2S = odor característico. Tempo – 24 horas Fase coliquativa: desintegração de tecidos moles. Tempo – 7 dias Fase de esqueletização: só resta o esqueleto. Tempo - 3-4 semanas ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS Fases Putrefação/decomposição/heterólise Temperatura ambiente: o calor acelera o aparecimento das alterações. Tamanho do animal: Quanto maior o animal, mais difícil o resfriamento. Estado de nutrição: Bom estado de nutrição (↑ teor de glicogênio) – atrasa resfriamento e rigor e acelera a proliferação bacteriana. Cobertura externa: dificulta o resfriamento (plumas, lã, gordura, penas) ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS Fatores que interferem nas alterações cadavéricas Infecção por clostrídios (tétano): já tem rigidez antes da morte. Septicemias (hipertermia): ↑ atividade metabólica. Intoxicação por estricnina: convulsões. Traumatismos cerebrais (tetania): ↑ rigor, acelera a decomposição e altera as relações metabólicas. ALTERAÇÕES CADAVÉRICAS Fatores que interferem nas alterações cadavéricas
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