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UNIVERSIDADE ESTACIO DE SÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA MARIANA KARPINSKI GURSKI FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO: Educação, Globalização e Desigualdades na Contemporaneidade. Curitiba 2021 INTRODUÇÃO Curitiba também é desigual para as crianças e, dessa forma, as organizações de suas redes são influenciadas por essa desigualdade. A cidade oferece mais oportunidades de lazer e cultura para as crianças da parte norte e central da cidade, pois há vários espaços consolidados e turísticos nesses bairros. Contudo, para as crianças do sul de Curitiba (principalmente do extremo sul) há uma menor diversidade de espaços públicos e esses, muitas vezes, estão em condições precárias. As crianças das escolas públicas e privadas vivem vidas distintas e dão significados diferentes para os mesmos lugares do bairro e da cidade de Curitiba. As oportunidades de socialização das crianças curitibanas são distintas dependendo da localização da sua moradia e das configurações econômicas e sociais a que pertencem, sendo atores sociais e sujeitos de direitos, tecem formas de viver em contextos espaciais desiguais. DESENVOLVIMENTO Curitiba é um município brasileiro, capital do estado do Paraná, localizado a 934 metros de altitude no Primeiro Planalto Paranaense, a mais de 110 quilômetros do Oceano Atlântico, distante 1 386 km ao sul de Brasília, capital federal. Com 1 948 626 habitantes, é o município mais populoso do Paraná e da região Sul, além de ser o 8.º do país, segundo estimativa populacional calculada pelo IBGE para 2020. Fundado em 1693, a partir de um pequeno povoado bandeirante, Curitiba tornou-se uma importante parada comercial com a abertura da estrada tropeira entre Sorocaba e Viamão, vindo, em 1853, a ser a capital da recém-emancipada Província do Paraná. Desde então, a cidade, conhecida pelas suas ruas largas, manteve um ritmo de crescimento urbano fortalecido pela chegada de uma grande quantidade de imigrantes europeus ao longo do século XIX, na maioria, alemães, poloneses, ucranianos e italianos, que contribuíram para a atual diversidade cultural. Curitiba experimentou diversos planos urbanísticos e legislações que visavam controlar seu crescimento, que a levaram a ficar famosa internacionalmente pelas suas inovações urbanísticas e cuidado com o meio ambiente. A maior delas foi no transporte público, cujo sistema inspirou o TransMilenio, implantado em Bogotá, na Colômbia. Também conta com elevada posição nos indicadores de educação, a menor taxa de analfabetismo e a melhor qualidade no ensino básico entre as capitais. O Índice Mastercard de Mercados Emergentes 2008, criado com a intenção de avaliar e comparar o desempenho das cidades em diferentes funções que interligam os negócios e o comércio no mundo inteiro, posicionou-a como a 49.ª com maior influência global. Curitiba foi classificada pelo Índice Verde de Cidades de 2015, realizado pela Siemens com a Economist Intelligence Unit, como a mais ambientalmente sustentável da América Latina. Ademais, também foi considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) uma das “cidades criativas” do Brasil em 2014, ao lado de Florianópolis. Em uma recente pesquisa publicada pela revista Forbes, Curitiba foi citada como a terceira cidade mais sagaz do mundo, que considera esperta a urbe que se preocupa, de forma conjunta, em ser ecologicamente sustentável, com qualidade de vida, boa infraestrutura e dinamismo econômico. Curitiba recebeu a classificação de cidade global gama - por parte do Globalization and World Cities Study Group & Network (GaWC). Entretanto, alguns problemas socioeconômicos persistem, em 2016 a capital paranaense foi classificada no 44.º lugar entre as 50 cidades com as maiores taxas de homicídio do mundo. História O povo curitibano tem um caráter civilizado e determinado, pelo qual foi baseada a Curitiba dos últimos anos do século XX. Da Curitiba do Ligeirinho, da Ópera de Arame, da Rua das Flores e da Rua 24 Horas. Na época, a colonização, por meio da imigração europeia, especialmente italiana e polonesa, foi promovida pelo governo provincial paranaense. Fundaram-se, desde 1867, 35 núcleos coloniais nas terras de floresta ombrófila mista na periferia dos campos de Curitiba. Um novo surto progressista foi conhecido pela cidade. A agricultura foi desenvolvida e a industrialização foi iniciada. Desde a imigração vinda para o Paraná, que então pertencia à Província de São Paulo, em 1829, Curitiba acolheu muitas famílias, de várias origens e durante muito tempo, com predominância de alemães, italianos, poloneses e ucranianos, recebendo também migrantes voluntários como paulistas, gaúchos, catarinenses, mineiros e fluminenses. Tudo isso exerceu influência na formação da sua sociedade, da sua cultura e da sua economia, ao longo do tempo. Em 02 de fevereiro de 1885 foi inaugurada a Estrada de Ferro Curitiba Paranaguá, fato histórico que ocasionou importante impulso para o desenvolvimento de Curitiba, que passava, a partir desta data, a ter uma ligação rápida e moderna com o Porto de Paranaguá. Assim a ferrovia podia escoar de maneira mais eficiente seu principal produto de exportação, a erva-mate. Um dos acontecimentos mais importantes da história de Curitiba ocorreu em 19 de dezembro de 1912, quando foi fundada a Universidade Federal do Paraná, idealização de Victor Ferreira do Amaral, Nilo Cairo e Pamphilo de Assumpção. Depois de implantada a república no Brasil, o primeiro prefeito que governou Curitiba foi Cândido Ferreira de Abreu, de 1893 a 1894. No século XX, depois da Segunda Guerra Mundial, a cidade progrediu, principalmente, porque a produção de café se expandiu, no norte do Paraná, e uma vez que a agricultura foi estimulada, especialmente no oeste do estado. Curitiba foi capital da república entre os dias 24 e 27 de março de 1969, na época em que vigorava a ditadura militar, que ocorreu por uma questão propagandística, visto que a cidade era uma das capitais brasileiras que não fizeram oposição ao regime. Desde 1972, estava sendo desenvolvido em Curitiba um plano humanizador, iniciado por Jaime Lerner. Dessa forma, não somente estavam sendo modificadas as características de seu centro, como também a mentalidade da população no que tange à melhoria da qualidade de vida. Geografia Curitiba está localizada na região Sul do Brasil, no leste do estado do Paraná, sobre a unidade geomorfológica denominada Primeiro Planalto Paranaense. É a capital da sexta unidade federativa mais populosa do Brasil. A área do município, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, é de 435,036 km², sendo que 412,004 km² constituem a zona urbana (2015). Clima Curitiba tem um clima temperado oceânico, com temperaturas médias abaixo de 18 °C nos meses de inverno, caindo por vezes para perto de 0 °C, em dias mais frios. Por outro lado, o clima local também é influenciado pelas massas de ar seco que dominam o centro-sul do Brasil, trazendo tempo frio e sem chuva em especial no inverno, quando a ocorrência de geadas é comum. As precipitações são abundantes durante o ano todo, sem a ocorrência de uma estação seca. Muitas vezes, frentes frias vindas da Antártida e da Argentina trazem tempestades tropicais no verão e ventos frios no inverno durante todo o ano. A ocorrência de neve e outras modalidades de precipitações hibernais, como a chuva congelada, é registrada em média uma vez a cada dez anos. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), desde 1931 a menor temperatura registrada em Curitiba foi de −5,4 °C em 2 de setembro de 1972 e a maior atingiu 35,5 °C em 2 de outubro de 2020. Ecologia e meio ambiente Curitiba situa-se no ecossistema chamado florestaombrófila mista, formada por campos e árvores que se entremeiam de capões de florestas com araucária, além de demais formações, como várzeas e matas ciliares. Na vegetação original ainda existem restantes da Araucaria angustifolia, as quais sobreviveram à civilização da atualidade. As araucárias estão em bosques particulares e públicos, agora protegidas pela legislação ambiental que impede a sua derrubada. A vegetação da cidade também é caracterizada pela existência de uma grande quantidade de ipês-roxos e amarelos. O município está localizado em domínio da Mata Atlântica, um dos biomas mais devastados do Brasil. Entretanto, a cidade ainda consegue manter uma grande quantidade de áreas verdes em seu território para uma metrópole, tendo 64,5 m² de área verde por habitante, menor somente que a de Goiânia, que possui 94 m² e está em segundo lugar no mundo. Segundo a Organização das Nações Unidas, Curitiba possui um índice cinco vezes maior de área verde por habitante que o mínimo recomendável, que é de 12 m². Tais áreas são compostas, fundamentalmente, por parques e bosques municipais, a proteger parte das matas ciliares de rios locais, como o rio Barigui e o Iguaçu. Há também na cidade uma grande variedade de praças e logradouros públicos, associados a vias públicas habitualmente bem arborizadas. No ano de 2007 a cidade ocupou o terceiro lugar numa lista das “15 Cidades Verdes” do mundo, de acordo com o sítio estadunidense Grist. Dentre bosques e parques, Curitiba conta com cerca de 30 áreas verdes, cabendo ser ressaltado o Parque Barigui, que foi criado em 1972 como uma grande área verde na região oeste da cidade para proteger a bacia do rio Barigui. Outros locais famosos são o Bosque do Papa, que abriga casas tipicamente polonesas e foi construído para a visita de João Paulo II em 1980; o Jardim Botânico, que é considerado um dos cartões postais da cidade e possui uma estufa com plantas raras no seu interior. Além disso, pode ser citado o Passeio Público, primeiro parque municipal, que foi criado em 1886 e até hoje vem abrigando um pequeno zoológico. Demografia Em 2010, a população do município foi contada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 1 751 907 habitantes, sendo o mais populoso do Paraná e da Região Sul do Brasil e o oitavo do país, apresentando uma densidade populacional de 4 027,04 pessoas por quilômetro quadrado. Segundo o censo daquele ano, 835 115 moradores eram homens e 916 792 habitantes mulheres e todos viviam na zona urbana, não havendo assim população rural. Já segundo estatísticas divulgadas em 2014, a população municipal era de 1 864 416 habitantes. Da população total em 2010, 350 583 habitantes (20,01%) tinham menos de 15 anos, 1 269 159 pessoas (72,44%) tinham de 15 a 64 e 132 165 moradores (7,54%) possuíam mais de 65, sendo que a esperança de vida ao nascer era de 76,30. A taxa de fecundidade total por mulher era de 1,6. O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M) de Curitiba é considerado muito alto pelo PNUD, sendo que seu valor é de 0,856 (o décimo maior do Brasil). Considerando-se apenas o índice de educação o valor é de 0,768, o de longevidade é de 0,855 e o de renda é de 0,850. De 2000 a 2010, a proporção de pessoas com renda domiciliar per capita de até meio salário mínimo reduziu em 65,3% e em 2010, 97,7% da população vivia acima da linha de pobreza, 1,3% encontrava-se nessa situação e 1,0% estava abaixo. O coeficiente de Gini, que mede a desigualdade social, era de 0,565, sendo que 1,00 é o pior número e 0,00 é o melhor. A participação dos 20% da população mais rica da cidade no rendimento total municipal era de 60,6%, ou seja, 17,1 vezes superior à dos 20% mais pobres, que era de 3,5%. Povoamento Até o século XVIII, a população de Curitiba era composta de indígenas, negros, pardos, portugueses e espanhóis. A cidade recebeu imigrantes principalmente durante os séculos XIX e XX, que vieram da Alemanha, da Itália, da Polônia, da Ucrânia, do Japão e do Oriente Médio. No século XIX, começou a imigração europeia na região. Desde 1833, vieram os alemães; em 1872, os italianos; os poloneses em 1871 e os ucranianos em 1895. Em 1872, estimava-se uma população de 12 651 habitantes; em 1876, havia vinte colônias agrícolas constituídas por várias etnias. Já no século XX, chegaram os japoneses e os árabes, que se dedicavam especialmente à agricultura e ao comércio. Composição étnica Em 2010, segundo dados do censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística daquele ano, a população curitibana era composta por 1 380 012 brancos (78,77%); 296 140 pardos (16,90%); 49 320 pretos (2,82%); 23 888 amarelos (1,36%); 2 421 indígenas (0,14%); além dos 126 sem declaração (0,01%). No mesmo ano, 1 743 036 habitantes eram brasileiros (99,88%), sendo 1 738 747 natos (99,82%) e 4 289 naturalizados nacionais (0,24%), e 8 871 eram estrangeiros (0,51%). Religião Tal qual a variedade cultural verificável em Curitiba, são diversas as manifestações religiosas presentes na cidade. Embora tenha se desenvolvido sobre uma matriz social eminentemente católica, tanto devido à colonização quanto à imigração — e ainda hoje a maioria dos curitibanos se declara adepto do catolicismo romano —, é possível encontrar atualmente na cidade dezenas de denominações protestantes diferentes. Além disso, podemos citar a prática do budismo, do islamismo, espiritismo, entre outras. Também são consideráveis as comunidades de judeus, mórmons e das religiões afro-brasileiras. De acordo com dados do censo de 2010 realizado pelo IBGE, a população curitibana está composta por: católicos (62,12%), protestantes (24,24%), pessoas sem religião (6,76%), espíritas (2,77%), muçulmanos (0,07), budistas (0,30%) e judeus (0,18%) e 2,34% estão divididas entre outras religiões. Governo e política A administração municipal se dá pelo poder executivo e pelo legislativo. Antes de 1930, os municípios eram dirigidos pelos presidentes das câmaras municipais, também chamados de agentes executivos ou intendentes. Somente após a Revolução de 1930 é que foram separados os poderes municipais em executivo e legislativo. O primeiro intendente que Curitiba teve foi José Borges de Macedo, que, eleito treze anos após a Independência do Brasil e sete anos anteriores à elevação à categoria de cidade, ficou no cargo entre 1835 e 1838, e o primeiro prefeito foi Cândido Ferreira de Abreu. O poder legislativo é constituído pela câmara municipal, composta por 38 vereadores eleitos para mandatos de quatro anos. Curitiba é sede do Tribunal de Justiça do Paraná, sede do poder judiciário estadual. A comarca se localiza no Centro Cívico, num prédio moderno, o Edifício Montepar, mais conhecido como “Fórum Cível da Comarca de Curitiba e Região Metropolitana”, na Avenida Cândido de Abreu. O município de Curitiba é regido por lei orgânica. Em 2014, segundo dados do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná, Curitiba se dividia em dez zonas eleitorais (1.ª, 2.ª, 3.ª, 4.ª, 145.ª, 174.ª, 175.ª, 176.ª, 177.ª e 178.ª), sendo que contava com 1 172 939 eleitores. Desde 1976, Curitiba é sede do Tribunal Regional do Trabalho da 9.ª Região (TRT-15), criado como desmembramento do TRT da 2.ª, sediado na capital paulista, com jurisdição sobre os estados do Paraná e Santa Catarina. Subdivisões O município de Curitiba é dividido em um total de 75 bairros, agrupados em dez regiões administrativas. As regionais são espécies de subprefeituras, cujas sedes são representadas pelas unidades da chamada Rua da Cidadania, e têm o objetivo de descentralizar órgãos públicos e a prestação de serviços sociais, estruturais e de lazer pelo interior da cidade. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o bairro mais populoso da capital paranaense é a Cidade Industrial (CIC),localizado na região homônima, que reunia 172 669 habitantes; sendo seguido pelo Sítio Cercado, na Regional do Bairro Novo, com 115 525 pessoas; e pelo Cajuru, situado na de mesmo nome. Esta última possui 96 200 residentes. A CIC ainda correspondia à maior extensão territorial, com um total de 43,48 km². Também há uma divisão oficial em nove distritos, cuja última alteração foi feita em 1988. Economia O Produto Interno Bruto (PIB) de Curitiba é o quinto de todos os municípios do país. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística relativos a 2013, o PIB municipal era de 79 383 343 mil reais, sendo que 15 385 961 mil eram de impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes. O produto interno bruto per capita era de 42 934,38 reais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a cidade possuía, no ano de 2012, 108 474 unidades locais, 103 211 empresas e estabelecimentos comerciais atuantes e 780 390 trabalhadores, sendo 1 084 369 de pessoas ocupadas no total e 931 971 assalariadas. Salários com outras remunerações somavam 29 392 831 reais e a remuneração média mensal de todo município era de 3,9 mínimos. A principal fonte econômica está centrada no setor terciário, com seus diversos segmentos de comércio e prestação de serviços de várias áreas, como na educação e saúde. Em seguida, destaca-se o setor secundário, com complexos industriais de grande porte. Parcialmente, a grande riqueza econômica de Curitiba se deve à população de mais de três milhões de habitantes, se for considerada a sua região metropolitana; a urbe se destaca por ter a economia mais forte do sul do país. Isso conta o trabalho de exportação das novecentas fábricas instaladas no bairro da Cidade Industrial e das duas importantes indústrias automobilísticas que estão localizadas na Grande Curitiba, Renault e Volkswagen. Ademais, foi eleita várias vezes como “A Melhor Cidade Brasileira Para Negócios”, segundo classificação elaborada pela revista “Exame”, em parceria com a consultoria Simonsen & Associados. Em julho de 2001, Curitiba tornou-se a primeira cidade a receber o prêmio “Polo de Informática” concedido pela revista Info Exame, pelo desempenho de suas empresas de tecnologia. De acordo com a revista, o conjunto de empresas de Tecnologia e Informática sediadas em Curitiba apresentou, em 2001, um faturamento de US$ 1,2 bilhão, representando um crescimento de 21% em relação ao ano anterior. Além disso, a capital paranaense concentra a maior porção da estrutura governamental e de atendimentos públicos do estado e sedia importantes empresas nas atividades de comércio, serviços e financeiro. Com um parque industrial de 43 milhões de metros quadrados, a região metropolitana de Curitiba atraiu grandes empresas como ExxonMobil, Elma Chips, Sadia, Mondelez, Siemens, Johnson Controls e HSBC, bem como famosas companhias locais — O Boticário, Positivo Informática e Vivo, por exemplo. Além de centro comercial e cultural, a cidade possui um importante e diversificado parque industrial, incluindo um dos maiores polos automotivos do país e o principal terminal aeroviário internacional da região Sul, o Aeroporto Afonso Pena. Setor primário A agricultura é o setor menos relevante da economia de Curitiba. De todo o produto interno bruto da cidade, 10 374 mil reais é o valor adicionado da agropecuária. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em 2013, o município contava com cerca de 1 168 bovinos, 40 caprinos, 250 equinos, 930 ovinos e 30 suínos. Naquele ano, foram produzidos 440 mil litros de leite de 220 vacas ordenhadas e 800 quilos de mel de abelha. Na lavoura temporária, foram produzidos principalmente o feijão (30 toneladas), a mandioca (44 toneladas) e o milho (506 toneladas). Como referência cultural, os ramos de trigo e de uva aparecem no brasão de Curitiba porque antigamente eram cultivados na época da criação do escudo. Desde 2000, a população de Curitiba é considerada totalmente urbana, sendo notada, portanto, uma redução na agricultura. Segundo estudo realizado pela Secretaria Municipal de Abastecimento (SMAB) em 2009, havia alguns bairros com atividades agrícolas e pecuárias, e famílias que sobreviviam dessas ocupações. Naquele ano, a área de cultivo da agricultura urbana em Curitiba, levantada pela SMAB, era de 1 470 ha. Setor secundário A indústria, atualmente, é o segundo setor mais relevante para a economia do município. 15 232 406 reais do produto interno bruto municipal são do valor adicionado da indústria (setor secundário). Curitiba, com seu parque industrial bem variado, é um dos centros manufatureiros mais extensos do Brasil. Os imigrantes europeus, dedicados, especialmente, para fabricar artefatos de couro e de madeira, iniciaram a industrialização no começo do século XIX. Entre os principais produtos merecem destaque os gêneros alimentícios, mobiliário, minerais não-metálicos, madeira, químicos e farmacêuticos, bebidas e artefatos de couros e peles.[85] O maior complexo de indústrias do município é a Cidade Industrial de Curitiba, sendo também o bairro mais territorialmente extenso e mais populoso. Setor terciário A prestação de serviços rende 42 164 530 mil reais ao produto interno bruto municipal. O setor terciário atualmente é a maior fonte geradora do produto interno bruto curitibano, destacando-se principalmente na área do comércio. Os principais shoppings centers de Curitiba são o Shopping Mueller (o primeiro de Curitiba), Omar Shopping, Palladium Shopping Center, ParkShopping Barigui, Polloshop Champagnat, Shopping Água Verde, Shopping Cidade, Shopping Crystal Plaza, Shopping Curitiba, Shopping Estação, Shopping Itália, Shopping Jardim das Américas, Shopping Novo Batel, Shopping Popular, Shopping Paladium e Shopping Total. A progressista indústria e a enorme rede de vias de transportes de Curitiba facilitaram o grande fluxo do comércio da cidade. Os principais produtos de importação de Curitiba são os eletrodomésticos, os gêneros alimentícios, os hortifrutigranjeiros, a madeira bruta, os têxteis e artigos manufaturados, em geral. Em 2012 os mais importantes produtos da pauta de exportação de Curitiba foram tratores (14,65%), caminhões de carga (10,41%), bombas para líquidos (8,39%), peças para motores (6,76%) e eletricidade (5,89%). Também destacam-se as microempresas. Na classificação brasileira da formalização de microempreendedores individuais, Curitiba figura no primeiro posto entre as cidades do Paraná e do Sul do Brasil. A região do Centro da cidade também concentra uma parcela bastante expressiva do comércio e dos serviços, destacando-se pelo popular, sendo que há cabeleireiros, varejista de vestuário e acessórios; lojas de variedades e mercado ambulante; artesãos e fornecimento de alimentos para consumo domiciliar. Também nota-se em Curitiba o Mercado Municipal de Curitiba, fundado em 2 de agosto de 1958. O Sindicato dos Empregados no Comércio de Curitiba (Sindicom), representa e defende a classe comerciária de Curitiba e das outras duas cidades em ações sindicais. Estrutura urbana - Saúde Hospital Evangélico de Curitiba, um dos mais modernos e bem equipados do Paraná. O município é a sede de instituições de todos os três níveis de governo: federal, estadual e municipal. Em 2009, possuía 815 estabelecimentos de saúde entre hospitais, pronto-socorros, postos e serviços odontológicos, sendo 152 deles públicos e 663 privados. Neles a cidade possuía 5 548 leitos para internação, sendo que 1 247 estão nos centros de saúde públicos e os 4 301 restantes estão nos privados. Há um total de 35 hospitais gerais, sendo sete públicos, 21 privados e sete filantrópicos, com 14 590 médicos; cerca de 7,9 para cada mil habitantes. Em 2013, 95,4% das crianças menores de 1 anoestavam com a carteira de vacinação em dia. Em 2012, foram registrados 25 079 nascidos vivos, sendo que o índice de mortalidade infantil neste ano foi de 10,9 óbitos de crianças menores de cinco anos a cada mil. No ano de 2010, 1,78% das mulheres de 10 a 17 anos tiveram filhos, sendo a taxa de atividade em meninas entre 10 e 14 anos de 5,83%. Do total de crianças menores de dois anos que foram pesadas pelo Programa Saúde da Família em 2013, 0,5% apresentavam desnutrição. O hospital mais antigo de Curitiba, situado na cidade, é a Santa Casa de Curitiba, que o Imperador do Brasil Dom Pedro II inaugurou em 22 de maio de 1880. Dentre os principais hospitais de Curitiba destacam-se o Cardiológico Costantini, o de Clínicas da UFPR, o Evangélico de Curitiba, a Santa Casa de Misericórdia de Curitiba, a Maternidade Victor Ferreira do Amaral e o do Idoso Zilda Arns. Além disso, há estabelecimentos de saúde mental como o Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro e o Psiquiátrico Nossa Senhora da Luz. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Siate são os serviços de assistência médica pelos quais são recebidas juntamente, quase 500 ligações que vêm todos os dias da totalidade das famílias de pacientes atendidos da Região Metropolitana de Curitiba. No entanto, ocasionalmente, as pessoas, perante o pânico, acabam por fazer a ligação para um serviço que não seja o SAMU para buscar socorro imediato. Educação Na área da educação, o IDEB (IDEB) médio entre as escolas públicas de Curitiba era, no ano de 2013, de 5,0 (numa escala de avaliação que vai de 1 a 10). Sendo isso, a nota obtida por alunos do 5.º ano (antiga 4.ª série) foi de 5,9 e do 9.º (histórica 8.ª) foi de 4,1. O valor das escolas públicas de todo o Brasil era de 4,7. Em 2010, 2,43% das crianças com faixa etária entre seis e quatorze anos não estavam cursando o ensino fundamental. A taxa de conclusão, entre moços de 15 a 17 anos, era de 68,7% e o percentual de alfabetização de jovens e adolescentes entre 15 e 24 anos era de 99,5%. Em 2013, a distorção idade-série entre alunos do ensino fundamental, ou seja, com mais que a recomendada, era de 3,1% para os anos iniciais e 15,1% nos anos finais e, no médio, a defasagem chegava a 19,0%. Em 2010, dentre os habitantes de 18 anos ou mais, 71,58% tinham completado o ensino fundamental, 55,95% o médio e 25,95% o superior, sendo que a população tinha em média 10,95 anos esperados de estudo. A taxa de analfabetismo indicada pelo censo demográfico do IBGE de 2010 foi de 2,1%, sendo que os maiores índices se encontram nas faixas etárias que vão de 45 a 59 anos (1,5%) e de 60 anos ou mais (5,7%). Entre a população de 15 aos 24 anos, a taxa de analfabetismo é de 0,4%, situando Curitiba entre cinco capitais brasileiras com menor número de analfabetos também nesta faixa etária. Na classificação geral do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) de 2013, dos 20 melhores resultados por escolas do Paraná, 12 foram de Curitiba, tendo uma das instituições curitibanas (o Colégio Dom Bosco) figurado entre as 100 mais bem sucedidas do país. Contudo — e em consonância aos grandes contrastes verificados na metrópole —, em algumas regiões periféricas e empobrecidas, o aparato educacional público de nível médio e fundamental é ainda deficitário, dada a escassez relativa de escolas ou recursos. Nesses locais, a violência costuma impor certas barreiras ao aproveitamento escolar, constituindo-se em uma das causas preponderantes à evasão ou ao aprendizado carencial. A educação básica é na maior parte assegurada pela Secretaria Municipal de Educação. O município contava, em 2012, com 342 961 matrículas nas instituições de educação infantil e ensinos fundamental e médio da cidade, sendo que dentre as 477 escolas que ofereciam ensino fundamental, uma pertencia à rede pública federal, 151 à rede pública estadual, 178 à rede municipal e 147 às redes particulares. Dentre as 208 instituições de ensino médio, quatro pertenciam à rede pública federal, 125 pertenciam à rede estadual e 79 eram escolas privadas. Da população total em 2010, de acordo com dados da amostra do censo demográfico, 543 203 habitantes frequentavam creches e/ou escolas. Desse total, 33 433 frequentavam creches, 35 554 estavam no ensino pré- escolar, 20 229 na classe de alfabetização, 5 281 na alfabetização de jovens e adultos, 208 695 no ensino fundamental, 86 303 no ensino médio, 11 441 na educação de jovens e adultos do ensino fundamental, 15 182 na educação de jovens e adultos do ensino médio, 15 360 na especialização de nível superior, 106 168 em cursos superiores de graduação, 3 963 em mestrado e 1 593 em doutorado. 1 208 705 pessoas não frequentavam unidades escolares, sendo que 92 526 nunca haviam frequentado e 1 116 179 haviam frequentado alguma vez. Curitiba conta também com 30 instituições de ensino superior que oferecem 122 cursos/habilitações. A Universidade Federal do Paraná, primeira universidade do Brasil, criada em 1912 tem os seus três campi principais localizados em Curitiba, e tem tradição nos 47 cursos de ciências humanas, biológicas e exatas. Na última avaliação do MEC, a UFPR atingiu 317 pontos, e foi classificada a 4.ª melhor universidade do estado e a 11.ª do sul do Brasil. Segundo o ENADE, 27% dos cursos tiveram a nota máxima de 5 na avaliação, e foi a melhor do estado e 3.ª melhor do sul. A UFPR também opera o Hospital de Clinicas do Paraná, especialista em transplante de órgãos. A Universidade tem o seu maior “campus” no Jardim das Américas, o Centro Politécnico, outro na área central de Curitiba e outro no bairro do Juvevê. Em Curitiba também está presente o primeiro e maior da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, que detém grande tradição em cursos de graduação e pós-graduação na área de tecnologia desde os tempos do CEFET. Com 25 mil estudantes, a instituição foi criada em 1909, e depois de ser um centro de aprendizagem industrial, se tornou uma universidade apenas em 2005. No âmbito das faculdades particulares, existem 38 instituições e as maiores são a Pontifícia Universidade Católica do Paraná, a Positivo e o Centro Universitário Curitiba. Além das grandes universidades, tem tradição na cidade as estaduais FAP e a EMBAP. Geralmente, Curitiba tinha, em 2006, 125 mil estudantes universitários. Segurança pública e criminalidade Como na maioria dos municípios médios e grandes brasileiros, a criminalidade ainda é um problema em Curitiba. Em 2008, a taxa de homicídios no município foi de 15,9 para cada 100 mil habitantes, ficando em 82° lugar no estado e em 1147.º no país. O índice de suicídios naquele ano para cada 100 mil habitantes foi de 4,6, sendo o 113.° do Paraná e o 1 333.° do Brasil. Já em relação à taxa de óbitos por acidentes de trânsito, o índice foi de 25,6 para cada 100 mil habitantes, ficando no 89.° do estado e no 663° do país. Para tentar reduzir esses índices, são realizados diversos projetos no combate à criminalidade, como a criação da Coordenadoria de Políticas sobre Drogas, que visa a combater o uso de entorpecentes, prática que, cada vez mais, vem se disseminando principalmente entre os jovens, sendo que é uma das principais causas. Por força da Constituição Federal do Brasil, Curitiba possui também uma Guarda Municipal, responsável pela proteção dos bens, serviços e instalações públicas do município. Em Curitiba é sediado o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Paraná, no bairro Rebouças. Habitação, serviços e comunicação No ano de 2010, segundo o IBGE, a cidade tinha 575 899 domicílios entre apartamentos, casas, e cômodos. Desse total, 415 237 eram imóveis próprios, sendo 348 051 já quitados, 67 186 em aquisição e 122 046 alugados; 31 146 foram cedidos, sendo 3 814 por empregador e 27 332 de outra maneira. 7 470 foram ocupados de outra forma. Grande parte domunicípio conta com água tratada, energia elétrica, esgoto, limpeza urbana, telefonia fixa e celular. Naquele ano, 570 866 domicílios eram atendidos pela rede geral de abastecimento de água; 575 384 moradias possuíam coleta de lixo e 575 630 das residências tinham escoadouro sanitário. Até novembro de 2010, o lixo de Curitiba era jogado a poucos metros do leito do Iguaçu, no Aterro do Caximba, dando lugar a dois aterros particulares, um, na Cidade Industrial de Curitiba e outro no município vizinho de Fazenda Rio Grande. O abastecimento de água é feito pela Companhia de Saneamento do Paraná. Atualmente a demanda média equivale a 10 452 litros de água por segundo. A população de Curitiba e região metropolitana consome cerca de 7,5 mil litros de água tratada por segundo, fornecidos pela Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). Além disso, estima-se que existam na cidade mais de mil poços artesianos (utilizados principalmente por condomínios, empresas e hospitais), que, somados, têm potencial para fornecer uma vazão adicional de mais 1,5 mil litros por segundo. A produção de água tratada é efetuada nas unidades de tratamento do Iguaçu, Iraí, Passaúna, rio Pequeno e Karst, com capacidade total de produção de 9,1 mil litros por segundo. O sistema integrado atende Curitiba e os municípios de São José dos Pinhais, Piraquara, Pinhais, Araucária e parte dos de Almirante Tamandaré, Campo Largo, Colombo, Campina Grande do Sul, Quatro Barras e Fazenda Rio Grande. A reserva de água tratada do sistema integrado totaliza 325 mil m³, que corresponde a quase 50% da demanda diária, distribuída em 39 unidades, de diversas capacidades, que são utilizadas para compensar a procura nos horários de maior consumo. Já o serviço de fornecimento de energia elétrica é feito por uma empresa que se chama Copel. No ano de 2003 existiam 767 332 de consumidores e foram consumidos 4 834 068 de kWh de energia. As principais centrais elétricas de Curitiba são a Eletrosul, com sede no bairro do Campo de Santana, que abastece toda a região da cidade, e a Copel, que tem suas próprias subestações nos mais importantes bairros da urbe. Há linhões de energia de alta tensão que atravessam a cidade de sul a norte e de oeste a leste, unindo essas subestações para fornecer eletricidade ao setor residencial, ao industrial e ao comercial. Em dados da ANATEL, em agosto de 2011 Curitiba possuía 423 294 telefones fixos (referentes apenas às concessionárias da Brasil Telecom). O índice por área de discagem direta a distância (DDD) é de 041 e o Código de Endereçamento Postal (CEP) da cidade vai de 80 000–001 a 82 999–999. Há fácil acesso à “internet” em boa parte da cidade. Em Curitiba todas as administrações regionais, além da Praça Espanha, do Largo da Ordem, do Mercado Municipal e do Parque Barigui, são cobertas pela rede wireless (“internet” sem fio), representando cada 11 pontos de Hotspot. Também há diversos jornais em circulação em Curitiba, como a Gazeta do Povo, impressa apenas uma vez por semana e o restante com acesso pela “internet”. Há ainda a Tribuna do Paraná e outros jornais “online”. Dentre as rádios, destacam-se a CBN Curitiba, a Transamérica Light Curitiba e a E-Paraná FM. Curitiba possui também diversas emissoras de televisão sediadas da própria cidade, como a Band Paraná, a TV Iguaçu, a CNT Curitiba, a RICTV Curitiba, a TV Paraná Turismo e a RPC Curitiba. Segundo o Portal BSD, em abril de 2011 havia 34 canais, sendo seis em Very High Frequency (VHF) e 28 em Ultra High Frequency (UHF). Nove deles estão disponíveis em televisão de alta definição (tecnologia HDTV). Em se tratando de transmissão ISDB-Tb, Curitiba foi a primeira cidade capital da Região Sul do Brasil a ter TV digital, com a RPC TV Curitiba, afiliada da Rede Globo, em 22 de outubro de 2008. Transportes Fundamentalmente, o trânsito de Curitiba está estruturado de forma integrada com o transporte de massas via ônibus, por meio dos chamados trinários, sistemas de canaletas exclusivas de expressos, ladeados por pistas simples para veículos particulares, em sentido contrário e, imediatamente paralelas a estas, vias rápidas com velocidade permitida superior. Com uma frota de veículos (abril de 2014), estima-se que Curitiba tenha alcançado uma taxa de motorização de 1,8 habitante para cada carro, índice maior que o registrado em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Os táxis são padronizados, de cor laranja com xadrez preto nas laterais e alguns detalhes negros nos para-choques. A cidade possui uma frota de 2 300 veículos, categorizados como comum, especial ou para deficientes. O órgão fiscalizador é a URBS, sendo a Gerência de Táxi e Transporte Comercial o responsável pela operacionalidade do sistema. A principal rodovia que liga Curitiba a outros pontos do país é a BR-116 (conhecida no trecho entre a capital paranaense e São Paulo como “Rodovia Régis Bittencourt”) que, por muitos anos, dividiu a cidade em duas porções (norte e sul). Ela corta os bairros do Pinheirinho, Uberaba, Cristo Rei e Atuba, entre outros, no sentido Porto Alegre-São Paulo. O trajeto urbano desta rodovia foi desviado por uma série de contornos rodoviários, notadamente o Contorno Sul, que atravessa o bairro Umbará. A cidade é ligada ao litoral do Paraná pela BR-277, que atravessa a Serra do Mar até Paranaguá (embora haja, em caráter secundário, a ligação da cidade à costa pela histórica Estrada da Graciosa (PR- 410), cujo trajeto se inicia no vizinho município de Quatro Barras). Curitiba é ligada ao interior do estado pela Rodovia do Café, no trecho paranaense da BR-376. Há diversas rodovias secundárias e estaduais que ligam a cidade a outras localidades. São elas: a Rodovia da Uva — PR-417 (Colombo), dos Minérios (Almirante Tamandaré e Vale do Ribeira), do Xisto (São Mateus do Sul e sudeste do estado) e Estrada do Cerne — PR- 090 (Campo Magro e norte do Paraná). O acesso aéreo a Curitiba se dá pelo Aeroporto Internacional Afonso Pena, localizado no contíguo município de São José dos Pinhais. Este é o principal terminal aeroviário internacional da região Sul do Brasil. Entretanto, Curitiba possui ainda o Aeroporto de Bacacheri, localizado no bairro homônimo, que não recebe voos comerciais, apenas aeronaves particulares e de transporte executivo. Nele se encontra o centro de comandos do tráfego aéreo brasileiro e o Cindacta II, responsável pelo trânsito de aviões da região Centro-Sul do país. Rede Integrada de Transporte O sistema de ônibus é baseado no conceito criado na capital paranaense, na década de 1970, de veículo leve sobre pneus (VLP). O “Sistema Integrado de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana” permite a integração físico-tarifária de 14 municípios da Grande Curitiba. Sua estrutura define a Rede Integrada de Transporte (RIT), que conta com 81 quilômetros de corredores de ônibus, geralmente operados por carros biarticulados, que conectam os terminais integrados nas várias regiões da cidade e transportam cerca de 2 milhões de passageiros diariamente. Além da interligação por ônibus expressos, os terminais são providos de alimentadores, que compõem a ramificação secundária deste sistema e atendem aos passageiros dos bairros próximos a eles. Adicionalmente, outra categoria de ônibus expressos (os chamados ligeirinhos) provê rápido intercâmbio de passageiros entre um terminal e outro, com trajetos diferentes e poucas paradas intermediárias. A primeira linha de VLP começou a operar em 1974 e o sistema foi projetado para que não apenas transportasse pessoas, mas conduzisse o crescimento urbano. No entanto, o sucesso da rede e o crescimento populacional aumentaram a demanda, o que fez com que a RIT começasse a apresentar sinais de saturação nos últimos anos. O sistema de transporte público curitibano inspirou diversas cidades noBrasil e em outros países a adotarem estratégias semelhantes. Nacionalmente, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília começaram a implantar canaletas exclusivas para ônibus. Em 1998, Enrique Peñalosa, o então prefeito de Bogotá, capital da Colômbia, decidiu criar um sistema VLP em sua cidade depois que visitou Curitiba. O TransMilenio, o sistema de ônibus rápidos de Bogotá, conta com veículos que circulam por vias totalmente exclusivas e transporta 1,7 milhão de pessoas todos os dias. Além disso, a RIT curitibana também serviu como inspiração para mais de 80 países ao redor do mundo. Museus, bibliotecas e centros culturais Curitiba está à disposição de uma grande quantidade de museus, valendo destacar o Museu Paranaense (com dedicação às artes plásticas e à história), MON (que se dedica à pintura), de Arte Sacra (que concentra imagens religiosas e estátuas divinas, em geral), do Expedicionário (dedicado ao passado do Brasil na 2.ª GM), MAC/PR, da Imagem e do Som (cinema e fotografia), Alfredo Andersen (como o próprio nome revela, possui pinturas do autor), MuMA (a. moderna) e o de H. Natural (biologia e botânica). O Centro Cultural Paço da Liberdade fica localizado em um edifício com detalhes neoclássicos e desenhos art-nouveau inaugurado em 24 de fevereiro de 1916 para ser a sede da prefeitura da cidade. Em 2007, o SESC fez um projeto de restauração e ocupação do local, coordenado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc), com respeito às características originais do prédio. Foi reinaugurado em 29 de março de 2009. No centro de Curitiba está localizada a maior biblioteca pública do estado e da Região Sul do país, a do Paraná, instituição criada em 1857 e reformada em 1953 para as comemorações do centenário do Paraná. A biblioteca serve a população com quase 600 mil livros. Além disso, pela cidade inteira estão espalhados os Faróis do Saber, que servem como pequenas bibliotecas, principalmente nos bairros mais distantes do centro e oferecem cursos e entretenimento para crianças e adolescentes. Esporte No futebol, Curitiba abriga três clubes relevantes, sendo eles o Atlético Paranaense (cujo estádio é a Arena da Baixada), o Coritiba (Couto Pereira) e o Paraná (Vila Capanema). A cidade foi uma das sedes nas duas Copas realizadas no Brasil, em 1950 e em 2014, quando a Arena da Baixada foi reformada e serviu de palco para o mundial. No tênis, a cidade é referência nacional por ser etapa dos dois maiores torneios de duplas do Brasil, o Circuito Chef Vergé de Duplas de Tênis e o Circuito Centauro de Duplas de Tênis. Também há torneios de esportes como basquetebol, futebol de salão, handebol e voleibol, dedicados em especial à população jovem. CONCLUSÃO Para melhorar o desempenho escolar é necessário que a sociedade seja mais igualitária visto que o fator preponderante para o aumento do desempenho do aluno é sua condição sócio-econômica. A importância do setor de serviços para a economia em todo o mundo vem em uma tendência de alta e que a lógica da localização do capital vai em busca dos serviços oferecidos pela mão-de-obra qualificada, sendo esta uma das condições estratégicas para o desenvolvimento das regiões. O setor de serviços significa na maioria das economias de alta e média renda um percentual acima de 50% do PIB. A educação surge assim como variável estratégica para o desenvolvimento de uma economia e, por conta disto, deve ser fomentada pelo Estado, apesar disto ir de encontro ás idéias liberais que vigoram acerca do Estado mínimo. Investir em educação é condição para que o aumento do setor de serviços em uma economia de média renda, que é o caso do Brasil, não se configure apenas em aumento do setor com mão-de-obra semi qualificada ou desqualificada ou mesmo aumento da informalidade. O aumento do setor de serviços só representará as mesmas relações que se vê nos países desenvolvidos se os setores modernos abrirem vagas aumentando os salários médios fazendo com que haja um aumento do mercado interno. A Educação deve se adequar a Globalização sem, no entanto, ser manipulada pela mesma e cabe aos professores, construir e reforçar a própria identidade, partindo de nós mesmos para o mundo, do interno para o externo, do local para o global. Levantar, neste trabalho, questões que demonstram que a globalização influencia diretamente as políticas públicas e práticas pedagógicas, pretendendo criar um currículo único ao mundo, e que este modelo mantem as sociedades desiguais e excludentes, sustentando este modelo econômico. O desafio é construir projetos educacionais que desenvolvam as potencialidades individuais, de forma crítica e democrática, manifestando nossas culturas, tão diversas, em consonância com o mundo globalizado. Perceber a necessidade da construção de um currículo que leve em conta características, dificuldades, anseios e cultura do local no qual será aplicado, visando construir uma escola mais democrática e participativa na construção de uma sociedade que não seja explorada e nem esteja subordinada aos mercados internacionais. Observar que as políticas públicas são voltadas conforme os interesses industriais, comerciais e financeiros ao qual a região está envolvida, então quando uma multinacional deseja instalar-se em qualquer local do planeta e educação é direcionada para atender a demanda de mão-de-obra qualificada para a realidade da empresa que instalar-se-á no local. Fazer com o aluno entenda que é um sujeito pertencente ao local no qual está inserido e precisa fazer parte do mesmo, sem ser manipulado, vai além de aulas de geografia, perpassa por todas as disciplinas envolvidas no processo de ensino. A proposta é que o ensino médio não seja apenas profissionalizante, no sentido de adestramento, mas de conhecimento teórico e prático, num todo. A instrução politécnica deve ser transmitida com os fundamentos científicos gerais de todos os processos de produção para que o cidadão possa atuar em qualquer área através desse embasamento, assim como aconteceu em meus mais variados ambientes de trabalho. O conhecimento antes era passado como que em cadeia, estático, fechado e sempre da mesma maneira. Hoje, com o mundo globalizado o conhecimento tornou-se complexo, então deve-se auxiliar o aluno a manter uma melhor organização destes conhecimentos, relacionando-os uns com os outros, levando-o a confrontar o que ele está aprendendo como novo, com aquele conhecimento anterior (velho) que ele já conhecia... As novas tecnologias vêm trazendo transformações e consequentemente mudando o paradigma da educação. Não há mais como regular o aluno, ele acessa informações das mais variadas e não está alienado sobre o que acontece a sua volta. Com isto o aluno cria sua própria opinião sobre a realidade, inclusive sobre outras culturas, pois o que acontece no mundo em questão de segundos é compartilhado em todo tipo de mídia. Esta mudança de paradigma implica também na necessidade de repensar a prática educativa. Tornar o sujeito transformador de sua própria realidade e preservando sua identidade, de forma que contribua com o global, mas de forma crítica, sem aceitar passivamente o que lhe é apresentado, fazendo parte de um todo, partindo de si mesmo, deve ser o objetivo e o caminho para uma globalização real, humana e participativa, vislumbrando um novo destino para uma humanidade reflexiva onde seus interesses venham à tona, não mais sofrendo influência de classes e/ou países hegemônicos que transformam as realidades dos locais onde instalam suas fábricas para que atendam a suas próprias demandas. A educação se adequa aos poucos a um novo paradigma trazido pelas transformações advindas de novas tecnologias. A relação do aluno com o conhecimento mudou, portanto, mudar as práticas educativas e manter o professor atualizado é imprescindível.Num mundo em constante transformação as formas de avaliação podem auxiliar a compreender como os jovens organizam-se e administram seu aprendizado, mostrando hábitos de estudos, preferências e se estão capacitados a exercerem seus direitos. Vendo por esta perspectiva a educação volta a ser um direito de cada cidadão e pressupõe que o progresso, ao qual ela leva, também pertence a todos. REFERÊNCIAS UNESCO. O direito à educação – uma educação para todos durante a vida – Relatório mundial sobre educação. Porto: Edições ASA, 2000.
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