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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL FACULDADE SENAC FLORIANÓPOLIS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS ERICO DE TOFOLLI FABRICIA DAMASIO FRANSCINI GARCIA JORGIANE CHEREM KETY ANDRADE WILSON CARDOSO SEGMENTO ALIMENTAÇÃO FLORIANÓPOLIS 2009 SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL FACULDADE SENAC FLORIANÓPOLIS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS ERICO DE TOFOLLI FABRICIA DAMASIO FRANSCINI GARCIA JORGIANE CHEREM KETY ANDRADE WILSON CARDOSO SEGMENTO ALIMENTAÇÃO Trabalho de conclusão de semestre apresentado à disciplina de Planejamento Estratégico como requisito para a obtenção do título de Tecnólogo em Gestão de Processos Gerenciais. FLORIANÓPOLIS 2009 AGRADECIMENTOS Agradecemos aos nossos familiares pelo amor, apoio e compreensão. Dedicamos aos amigos, professores e coordenadores pela confiança, pela parceria e pelo carinho. S U M Á R I O 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................6 1.1 OBJETIVOS ...................................................................................................................6 1.1.1 Objetivo Geral ................................................................................................... 7 1.1.2 Objetivo específico............................................................................................ 7 1.2 JUSTIFICATIVA .............................................................................................................7 1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................................8 1.4 METODOLOGIA.............................................................................................................9 1.4.1 Caracterização da Pesquisa .................................................................................... 9 1.4.2 Técnica de Coleta de Dados ................................................................................... 9 1.4.3 Forma e Análise dos Dados..................................................................................... 9 2 ESTUDO DO SEGMENTO.............................................................................................10 2.1 DEFINIÇÃO E APRESENTAÇÃO DO SEGMENTO..............................................10 2.1.1 Definição A...................................................................................................... 10 2.1.2 Apresentação B............................................................................................... 12 2.2 LEVANTAMENTO DO HISTÓRICO DO SEGMENTO...........................................12 2.3 ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO....................................................................13 2.3.1 Concorrência ................................................................................................... 16 2.4 TAMANHO E POTENCIAL ....................................................................................18 2.5 TIPOS DE NEGÓCIOS...........................................................................................21 2.5.1 Negócios do segmento ................................................................................... 21 2.6 TENDÊNCIAS NO MACROAMBIENTE.................................................................24 2.6.1 Tendências...................................................................................................... 24 2.6.2 Tendências Demográficas .............................................................................. 25 2.6.3 Tendências Tecnológicas ............................................................................... 26 2.6.4 Tendências Político-Legais ............................................................................. 26 2.6.5 Tendências Naturais ....................................................................................... 27 2.7 OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DO SEGMENTO..............................................28 2.7.1 Oportunidades do segmento alimentício......................................................... 28 2.7.2 Ameaças do segmento alimentício ................................................................. 29 3 ESTUDO DA EMPRESA................................................................................................31 3.1 EMPRESA ..............................................................................................................31 3.1.1 Caracterização da empresa ............................................................................ 31 3.1.2 Histórico e dados gerais.................................................................................. 31 3.1.3 Missão, Visão e Valores.................................................................................. 32 3.1.4 Organograma .................................................................................................. 38 3.2 ANÁLISE DAS DIMENSÕES DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL .....................39 3.3 ANÁLISE DA CULTURA DA EMPRESA...............................................................41 3.4 ANÁLISE DO PODER DA EMPRESA ...................................................................42 3.5 ESTRATÉGIAS EMPRESARIAIS ..........................................................................44 3.6 RECURSOS HUMANOS ........................................................................................47 3.6.1 Recrutamento e Seleção................................................................................. 47 3.6.2 Aplicar pessoas............................................................................................... 49 3.6.2.1 Descrição de cargos................................................................................ 49 3.6.2.2 Perfis profissionais .................................................................................. 50 3.6.2.3 Avaliação de desempenho ...................................................................... 50 3.6.2.4 Como ocorre a avaliação de desempenho na empresa.......................... 51 2 3.6.2.5 Salário Indireto - Benefícios .................................................................... 52 3.6.2.6 Benefícios oferecidos na empresa .......................................................... 53 3.7 QUALIDADE E PRODUTIVIDADE.........................................................................54 3.7.1 Política de qualidade....................................................................................... 54 3.7.2 Mapeamento dos macroprocessos ................................................................. 56 3.7.3 Itens de controle de um processo ................................................................... 58 3.7.4 Indicadores da qualidade ................................................................................ 58 3.7.5 Objetivos da qualidade.................................................................................... 59 3.7.6 Comportamento do consumidor ...................................................................... 60 3.8 MARKETING E LOGÍSTICA ..................................................................................62 3.8.1 Marca e identidade.......................................................................................... 62 3.8.2 Mix de marketing............................................................................................. 63 3.9 ANÁLISE SWOT ....................................................................................................67 3.9.1 Forças ............................................................................................................. 68 3.9.2 Fraquezas .......................................................................................................68 4 ESTUDO DOS PROCESSOS ........................................................................................69 4.1 DISTRIBUIÇÃO INTERNA DE INSUMOS .............................................................70 4.1.1 Mapeamento ................................................................................................... 70 4.1.1.1 Procedimento Operacional Padrão - POP ............................................ 73 4.1.1.2 Justificativa ............................................................................................. 73 4.1.1.3 Poka Yoke .............................................................................................. 74 4.1.2 Stakeholders ................................................................................................... 74 4.1.3 A contribuição do RH ...................................................................................... 76 4.1.4 Plano de Q&P ................................................................................................. 77 4.1.5 Processo 1 - A contribuição do Marketing ...................................................... 78 4.2 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS...................................................79 4.2.1 Mapeamento ................................................................................................... 80 4.2.1.1 Gerenciamento de Resíduos Sólidos...................................................... 84 4.2.1.2 Procedimento Operacional Padrão - POP ............................................ 86 4.2.1.3 Justificativa.............................................................................................. 87 4.2.1.4 Poka Yoke............................................................................................... 88 4.2.2 Stakeholders ................................................................................................... 89 4.2.3 A contribuição do RH ...................................................................................... 90 4.2.3.1 Planejamento de RH ............................................................................... 90 4.2.4 Processo 1 - Plano de Q&P ............................................................................ 91 4.2.5 A contribuição do Marketing............................................................................ 92 4.3 VIABILIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA ..........................................................93 4.3.1 Planejamento do projeto ................................................................................. 93 4.3.2 Viabilidade do projeto...................................................................................... 98 4.3.2.1 Viabilidade financeira de distribuição interna insumos............................ 98 4.3.2.2 Viabilidade financeira do plano de gerenciamento de resíduos............ 100 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................102 6 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.................................................................................104 3 QUADROS Quadro 1 – Tipos de negócios e empresas ............................................................................18 Quadro 2 - Dados do mercado de atuação do negócio...........................................................21 Quadro 3 - Análise SWOT.......................................................................................................65 Quadro 4 - POP de Distribuição de Insumos...........................................................................70 Quadro 5 - Poka Yoke de Distribuição de Insumos.................................................................71 Quadro 6 - Indicadores Distribuição Interna de Insumos........................................................74 Quadro 7 - Plano de gerenciamento de resíduos ..................................................................80 Quadro 8 - POP de reciclagem de resíduos............................................................................84 Quadro 9 - POKA YOKE – Plano de gerenciamento de resíduos............................................85 Quadro 10 - EAP de melhoria no processo de distribuição interna de insumos e plano de gerenciamento de resíduos....................................................................................................93 Quadro 11: Matriz de responsabilidades................................................................................94 Quadro 12 - Cronograma do projeto.......................................................................................94 4 FIGURAS Figura 1 – Organograma.......................................................................................................36 Figura 2 - Logo do Bella Luna Restaurante..........................................................................60 Figura 3 - Distribuição interna de insumos............................................................................69 Figura 4 - Fluxograma - Plano de gerenciamento de resíduos.............................................78 Figura 5 - Estrutura de Entradas e Saídas de Insumos.......................................................81 Figura 6 - Os 3 Elos da Coleta Seletiva................................................................................82 Figura 7 - Gerenciamento dos Stakeholders ....................................................................86 5 TABELAS Tabela 1 - Tamanho e potencial de mercado..........................................................................17 Tabela 2 - Plano de Gerenciamento de Resíduos .................................................................89 Tabela 3 - Fluxo de caixa livre do processo de distribuição interna de insumos....................96 Tabela 4 - Fluxo de caixa livre do plano de gerenciamento de resíduos de resíduos............98 6 1 INTRODUÇÃO Este trabalho de conclusão do 4º semestre, do Curso Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais, da Faculdade Senac de Florianópolis, iniciou-se com o estudo de um segmento específico relacionado ao mercado e a concorrência, onde se contextualizou o conhecimento diante dos processos do setor alimentação. Após, o trabalho obteve seguimento com os estudos realizados no restaurante Bella Luna, de modo pesquisa, conhecendo seus processos e recursos, podendo assim analisar neste segmento os concorrentes, as oportunidades e ameaças. Foi possível construir na última etapa, através dos futuros gestores, duas melhorias consideráveis, utilizando ferramentas da qualidade e de gestão para o controle, foram identificadas as falhas e sugeridas algumas propostas visando o melhor para este. O restaurante Bella Luna, é constituído como microempresa, obtendo um modelo de gestão formal, onde em cada etapa do seu desenvolvimento, acrescenta experiências com as ferramentas de qualidade. O destaque neste trabalho de conclusão está direcionado nas tendências relacionadas a este segmento o modo de gestão de pessoas e os processos realizados. Destaca-se também, que a chave para o sucesso do restaurante está diretamente relacionada com o modo dos sócios responsáveis compreendem a empresa, integrando suas habilidades junto dos colaboradores e clientes, buscando sempre como conseqüência, o melhor resultado em todos os setores. 1.1 OBJETIVOS Transformar os conhecimentos adquiridos pelo curso de Tecnólogo em Processos Gerenciais, da Faculdade SENAC Florianópolis em prática, através das experiências adquiridas e a aplicação das ferramentas recebidas durante o curso na empresa do setor de serviços, no segmento alimentação, denominado Bella Luna Restaurante. Trata-se de uma empresa novano mercado, dois anos de atuação como restaurante terceirizado e prestador de serviços do Hotel Mercure Itacorubi. Assim 7 como o setor de alimentação no Brasil, o Bella Luna esta em fase de crescimento, buscando novos desafios no setor de Catering. O principal objetivo deste trabalho foi identificar e mapear dois processos de fundamental importância dentro de um restaurante. O processo de acondicionamento de insumo (o mapeamento desde a chegada dos insumos, seu acondicionamento correto até o preparo dos alimentos). E o processo de reciclagem de lixo, muito em evidência nos dias atuais, o principal objetivo neste processo e a sensibilização dos colaboradores, já que todo o processo será feito por eles. Assim, promover medidas corretivas que colaborem de forma direta no trabalho desenvolvido pela operação do restaurante, promovendo aprimoramento e crescimento contínuo dos processos analisados. 1.1.1 Objetivo Geral Analisar a estrutura competitiva da empresa e do segmento identificando os recursos e ações necessárias para que sejam alcançados com êxito os fatores críticos de sucesso no negocio. 1.1.2 Objetivo específico . Identificar as forças competitivas no segmento de alimentação. . Identificar os recursos e competências para uma empresa competir com sucesso no segmento de alimentação. . Descrever ações corretivas e preventivas para a melhor execução dos processos internos da empresa estudada. 1.2 JUSTIFICATIVA Para a viabilidade de qualquer empreendimento, faz-se necessária a inserção da qualidade tanto dos serviços quanto dos produtos a serem ofertados. O crescimento do mercado faz com que as organizações estejam cada vez mais atentas à forte concorrência, ao surgimento de novos entrantes e produtos inovadores. 8 Para a análise do Restaurante Bella Luna, analisou-se a cultura, os produtos e serviços oferecidos, o microambiente, seus processos e posteriormente, definiu-se as melhorias a serem adotadas. Melhorias essas que são necessárias para promover o bem-estar entre os colaboradores, o desenvolvimento da organização e a necessidade de se cuidar do meio-ambiente. Tais processos estão inseridos na cultura do Bella Luna, contudo, por não serem mapeados, percebeu-se que outros fatores são influenciados pela falta deste mapeamento. Por meio do mapeamento, os colaboradores poderão perceber mais claramente a importância de se seguir um fluxo de tarefas, facilitando a execução das tarefas seguintes. Percebeu-se também que a organização possui uma cultura onde a missão, visão e valores estão intrinsecamente inseridos. Diante desta análise, foi construído um documento para formalizar os mesmos e percebeu-se que os gestores estão realmente interessados. O intuito deste projeto é adequar os processos de distribuição interna de insumos e o gerenciamento de resíduos, mapeando-os de forma a facilitar o dia-a-dia dos colaboradores. E o quão importante os clientes consideram a preocupação da organização com o meio-ambiente onde está inserida. 1.3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para a elaboração dos processos das melhorias propostas pelo projeto elaborado, foram necessárias as fundamentações teóricas seguintes. Primeiro foram apresentados conceitos sobre o segmento de alimentação e um breve levantamento histórico do mesmo, seguido de uma análise do ambiente externo. Foram conceituados; tamanho e potencial do mercado, negócios do segmento, tendências no macroambiente, oportunidades e ameaças do segmento. Também são apresentados conceitos de visão, missão e valores, estratégia empresarial, seleção e recrutamento, política de qualidade e comportamento do consumidor. 9 1.4 METODOLOGIA O método escolhido para a fundamentação do trabalho foi o qualitativo, pois havia a necessidade de um método que foi possível atingir maior validade das informações, quantitativo através dos indicadores escolhidos, precisa e confiável, além de descrever o processo de coleta e os aspectos operacionais da pesquisa. 1.4.1 Caracterização da Pesquisa Definido o objetivo do trabalho, surgiu a questão da escolha da estratégia de pesquisa que nos agregasse um maior resultado. A estratégia de pesquisa define o modo de coletar e sistematizar as evidências empíricas segundo uma determinada lógica. A pesquisa realizada foi a qualitativa, de modo a reunir o máximo de informações relevantes para desenvolvimento do trabalho. 1.4.2 Técnica de Coleta de Dados O procedimento escolhido para coleta de dados foi composto de dois elementos: primeiro a pesquisa desk research, ou seja, revisão da literatura existente sobre os restaurantes e referências sobre as tendências do cenário brasileiro relacionado ao segmento. O segundo elemento interage através de entrevistas com os colaboradores da empresa Bella Luna Restaurante e conversas casuais com os sócios. 1.4.3 Forma e Análise dos Dados A equipe Bella Luna teve como desafio obter informações relacionadas ao desempenho funcional do restaurante em tese, para isso foi elaborada uma estratégia de coleta de dados sobre o seu publico alvo e processos internos, relevantes para o desenvolvimento e elaboração de nosso trabalho. As informações adquiridas durante as entrevistas foram intercaladas e ajustadas com as informações provenientes da pesquisa de campo. Todos os dados coletados passaram por análise minuciosa com intuito de minimizar os processos da empresa. 10 2 ESTUDO DO SEGMENTO 2.1 DEFINIÇÃO E APRESENTAÇÃO DO SEGMENTO 2.1.1 Definição A De acordo com Kotler (2000, p. 278), “Segmentação de mercado é um esforço para aumentar a precisão do marketing da empresa”. E Churchill (2003, p. 204) define segmentação como “o processo de dividir o mercado em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamento de compra”. No segmento de mercado pode-se perceber que há um grupo de consumidores potenciais com necessidades e características semelhantes e que ao realizarem as compras, provavelmente terão comportamentos semelhantes. Os profissionais de marketing identificam os segmentos e decidem em quais irão se concentrar. A empresa pode satisfazer o mercado-alvo por meio de planejamento, definição de preços, divulgação e fornecimento de produto ou serviço. A maioria das pessoas possui perfis e necessidades diferenciadas que vai desde idade, escolaridade, renda, profissão. Essas variáveis são importantes para que as organizações se atentem ao segmento de mercado do qual irão atender e, dessa forma, apresentarem ofertas flexíveis ao mercado. Quanto às ofertas flexíveis, essas são divididas em duas partes, a solução básica ou opções. Na solução básica, produtos e serviços são valorizados por todos os membros do segmento; enquanto que as opções, produtos e serviços são valorizados por alguns membros. Cada uma das ofertas oferece um diferencial, o qual geralmente o consumidor é cobrado por um adicional quando ofertado. Segundo Dias (2003), as vantagens de se segmentar o mercado são muitas e de grande importância para a área de marketing de qualquer organização. 11 Dentre essas vantagens de se conhecer melhor seus clientes, onde estão e quantos são, torna-se mais fácil de definir o tipo e a intensidade da distribuição para se atender corretamente aos clientes-alvo. Para uma comunicação eficaz, é necessário conhecer as características dos grupos de clientes-alvo, seus costumes e hábitos. O conhecimento do segmento-alvo possibilita o planejamento e a definição das estratégias e conseqüentemente melhores resultados. Dessa forma, é possível identificar oportunidades para lançar novos produtos. De acordo com Kotler (2006), o segmento por preferências engloba o valor que cada consumidor julga ser importante para o produto. Se perguntar aos compradores de sorvetes o valorque eles atribuem ao produto no que diz respeito à doçura e à cremosidade, obtém diferentes opiniões. E há uma divisão entre os tipos de preferências. Preferências homogêneas: é quando os consumidores têm praticamente a mesma preferência. Pode-se predizer que as marcas existentes sejam similares e tenham todas, diferenças quanto ao nível de doçura e cremosidade. Preferências difusas: os consumidores podem ter referências dispersas por todo o espaço, há uma variação nas preferências. A primeira marca ao se lançar no mercado posiciona-se no centro, de forma a agradar a maioria dos consumidores. O segundo concorrente pode se colocar próximo da primeira marca e brigar pela participação de mercado, ou pode se colocar em uma das extremidades para atrair um grupo de clientes insatisfeitos com a marca central. Preferências conglomeradas: o mercado pode preferências distintas, chamadas de segmentos de mercados naturais. A primeira empresa neste mercado possui três opções: posicionamento no centro tentando agradar a todos os grupos; posicionamento no segmento maior do mercado (marketing concentrado); ou pode desenvolver diversas marcas, ou seja, cada uma posicionada em um segmento diferenciado. Se a empresa desenvolver apenas uma marca, a empresa corre o risco de os concorrentes entrarem e introduzirem marcas nos demais segmentos. 12 Muitas organizações costumam praticar marketing de segmento, pois reconhecem que os consumidores têm atitudes e hábitos de compras diferenciados, tais como: desejos, poder de compra, localizações geográficas, dentre outros. 2.1.2 Apresentação B No estado de Santa Catarina, o setor de serviços é a atividade da economia que menos sentiu os reflexos da crise global e, ao mesmo tempo absorveu a mão- de-obra dispensada pela indústria, de acordo com a Associação de Bares e Restaurantes (ABRASEL: 2009). O salário médio inicial do setor de serviços em Santa Catarina teve o maior aumento percentual no Estado, de 2,1%, conseguindo superar o crescimento pré- crise registrado no primeiro semestre do ano passado que era de 2%. De acordo com informações do conselheiro da Abrasel/SC, Célio Salles, no segmento de bares e restaurantes se encontra as oportunidades de primeiro emprego, principalmente em lanchonetes. Pode-se tomar como exemplo a rede fast food Bob’s, que absorve a mão-de- obra sem experiência, sem o segundo grau completo, e como conseqüência forma trabalhadores. Na rede, 80% dos recém-empregados estão entrando no mercado. 2.2 LEVANTAMENTO DO HISTÓRICO DO SEGMENTO Em 1765, o cheff francês conhecido como Monsieur Boulanger, afixou na frente de seu estabelecimento uma placa com os seguintes dizeres, “Venite ad me omnes qui stomacho laboratis et ego vos restaurabo”; traduzindo “Vinde a mim todos cujo estômago está á trabalhar e restaurálos-ei”. Nascia nessa época o primeiro restaurante (BRANDÃO, 2009). Em 1786, se implanta o hábito da “mesa de hóspedes”, o que significa que os clientes poderiam passar a sentar-se à mesa do dono do estabelecimento para comer no próprio local o prato comprado, em vez de levá-lo pra casa. 13 Entretanto, com a Revolução Francesa, tanto privilégios como corporações foram abolidos. Com isso, os donos desses estabelecimentos passaram a preparar e servir, eles próprios, todo tipo de comida. Desde então, o estilo de estabelecimento firmou-se na França e se espalhou por outros países. 2.3 ANÁLISE DO AMBIENTE EXTERNO Ambiente geral é o macroambiente, o objetivo da identificação dos fatores externos que podem influenciar na competitividade das organizações é conhecer aspectos sobre os cenários que se apresentam como oportunidades ou ameaças para sua sobrevivência. Segundo Tarapanoff (2001), ambiente geral é o macroambiente, o qual é genérico e comum a todas as organizações, afetando-as, assim, diretamente ou indiretamente. Este ambiente é constituído de condições semelhantes a todas as organizações, forma um campo dinâmico de forças que interpretam entre si e apresenta um efeito sistemático. As principais funções são as seguintes: a) Forças Legais (Principais leis aplicáveis) • Lei Nº9279 de 14 de Maio de 1996 regula a concessão e o regime de marcas e patentes no território nacional • Lei Nº 6.437/77. Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas e dá outras providências. • DECRETO-LEI Nº 986/69. Institui Normas Básicas sobre Alimentos. • PORTARA Nº 326/SUS/MS/97. Aprova o regulamento Técnico; “Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Produtores/Industrializadores de Alimentos” • Lei Nº8. 078 de 11/09/1990. PROCON - Para adequar seus produtos às especificações do Código de Defesa do Consumidor. • Leis e direitos do consumidor b) Forças Políticas • CDL (Câmera dos Dirigentes Lojistas) 14 • CIPA • Sindicatos dos empregados no comércio de Florianópolis • Federação do comércio e bens de serviços de SC (Fecomércio) • Associação de Bares e Restaurantes • Sindicato Patronal • Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares: Estudo, coordenação, proteção e representação legal para a categoria. • Sindicato(s) Coordenação, fiscalização, responsáveis por estipular o valor do salário base da categoria c) Forças Econômicas • Taxa de Inflação • Níveis de distribuição de renda • Taxa de juros • Piso salarial dos funcionários • Taxa de cambio • PIB • Renda Per Capita • Independência financeira d) Forças Tecnológicas Os recursos tecnológicos desenvolvidos para a área de alimentação são hoje acessíveis a bares de qualquer porte. O processo de automação teve inicio com as grandes redes de fast food. • Web site • Sistema operacional computadorizado • Automatização de equipamentos de cozinha • Climatização e) Forças Ecológicas 15 • Estações do ano • Clima • Aquecimento global f) Forças Culturais • Valorização do conforto • Identificação com proposta do restaurante • Exigência de qualidade • Exigência de gastronomia de qualidade com requinte e altos padrões • Fidelidade com o local • Datas festivas e comemorativas g) Forças Sociais • Renda mensal • Homens e mulheres economicamente ativos • Nível de escolaridade médio, graduação e pós-graduação • Residência fixa em Florianópolis ou viajando a trabalho ou viajando a lazer De acordo com Tarapanoff (2001), o ambiente de tarefa é aquele mais próximo e imediato de cada organização. É o segmento do ambiente geral do qual uma determinada organização extrai suas entradas e deposita suas saídas, e é ambiente de operações de cada organização. Esse ambiente é constituído por fornecedores, clientes ou usuários, concorrentes e entidades reguladoras (órgãos governamentais, sindicatos e associações de classes). É no ambiente-tarefa que uma organização estabelece o seu domínio, ou, pelos menos, procura estabelecê-lo. O domínio depende das relações de poder ou de dependência de uma organização quanto as suas entradas e saídas. Uma organização tem poder sobre seu ambiente-tarefa quando as suas decisões afetam as decisões de seus fornecedores de entradas ou consumidores de saída. Entretanto, uma organização tem dependência em relação ao seu ambiente tarefa 16 quando as suas decisões depende das decisões tomadas pelos seus fornecedores de entrada ou consumidores de saídas. As organizações procuram aumentar o seu poder e reduzir a sua dependência quanto ao seu ambiente-tarefa e restabelecer o seu domínio. Dentro do ambiente de tarefa, foram identificadas mudanças que podem influenciar no segmento, são elas: • Mudança na sociedade: mudar as preferências dos clientes (tendências populacionais). • Mudanças governamentais: nova legislação, impactando os cursos de distribuição dos produtos, novas prioridades nos cumprimentosdas leis, impactando investimentos, produto e demanda. • Mudanças na competição: adoção de novas tecnologias, impactando a posição de custos, a qualidade do produto. Novos concorrentes, impactando preços, a participação do mercado, a margem de contribuição. • Mudança de fornecedores: mudanças dos custos de entrada, impactando os preços, a demanda, a margem de contribuição. • Mudanças em suprimentos: impactando os processos produtivos, as exigências de investimentos. • Mudança no numero de fornecedores: impactando os custos e a disponibilidade. • Mudança no mercado: novos mercados, impactando os canais de distribuição, a demanda, a utilização da capacidade. Obsolescência dos produtos, impactando os preços, a demanda e a utilização da capacidade. 2.3.1 Concorrência Segundo Porter (1986), a essência da formulação de uma estratégia competitiva dá-se em razão do relacionamento de uma companhia ao seu meio ambiente. O meio ambiente da empresa é a indústria ou as indústrias em que ela está inserida. 17 A concorrência em uma indústria está estruturada na base econômica e no comportamento dos atuais concorrentes. O grau da concorrência em uma indústria depende diretamente de cinco forças competitivas básicas: Concorrentes na indústria – rivalidade entre as empresas existentes Entrantes potenciais – ameaça de novos entrantes Fornecedores – poder de negociação dos fornecedores Compradores - poder de negociação dos compradores Substitutos – ameaça de produtos ou serviços substitutos Essas cinco forças competitivas não refletem o fato de que a concorrência em uma indústria seja limitada aos participantes estabelecidos, pois mesmo uma organização com uma posição muito firme no mercado onde não haja ameaça de entrada de novas empresas, poderá obter lucro baixo caso haja a entrada de um produto novo ou substituto. A existência de concorrentes pode permitir que uma empresa amplie sua vantagem competitiva. Os mecanismos são descritos abaixo, junto com as características da indústria que os torna particularmente valiosos. Absorver flutuações na demanda. Em razão do ciclo de vida das empresas, da sazonalidade ou de outras causas, os concorrentes podem absorver flutuações de demanda. Intensificar a Habilidade para Diferenciar-se. Sem um concorrente, os compradores não possuem ferramentas para perceberem o valor criado por uma determinada empresa. Através de pesquisas de campo é possível observar a necessidade da oferta de alimentação de excelente qualidade e preço concorrencial. Verifica-se a facilidade diante das barreiras de entrada para abertura de uma empresa no setor alimentício (oferta de alimentos). No entanto, diante de tantos concorrentes, a empresa terá que obter estratégias para identificar quem são seus principais concorrentes e criar seu diferencial entre estes. 18 2.4 TAMANHO E POTENCIAL Na visão de COBRA (1994, p. 415), “o potencial do mercado é o total esperado de vendas de um determinado produto ou serviço de toda uma indústria/empresa de um determinado mercado num período de tempo estabelecido”. Segundo o autor DIAS (2003, p. 26.), “o termo potencial de mercado é comumente empregado para representar quanto um setor de negócios de uma empresa poderá vender seus produtos ou qual é a oportunidade de vendas que o mercado em análise apresenta”. Potencial de negócio é um número relativo que define geograficamente e estatisticamente o tamanho dos segmentos medidos, pela sua tendência histórica e pesquisa de mercado identificando as necessidades e consumo do setor. Mesmo que a empresa pretenda explorar apenas alguns segmentos deve-se classificar por tamanho e assim definir os segmentos que pretende atuar. Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – (Abrasel) 2009, a indústria de alimentos, no primeiro semestre, teve um faturamento 8,19% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, chegando a R$ 103,8 bilhões, segundo informações divulgadas hoje pela Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia). As vendas reais cresceram 4,59% e o volume avançou 5,8%. No mercado interno, o principal impulso veio do segmento de alimentação fora do domicílio, conhecido como "food service". Esse segmento representa 25% da produção da indústria e tem crescido a um ritmo de 15% ao ano. “Esse setor cresce muito acima da média de mercado, devido aos novos hábitos das famílias”, afirmou o presidente da entidade, Edmundo Klotz. Segundo ele, esse setor ainda tem um grande potencial de crescimento, porque nos países desenvolvidos, como Estados Unidos, representa quase metade da indústria alimentícia Klotz também destacou o ganho salarial nas regiões Norte e Nordeste como um fator decisivo para o aumento da demanda por alimentos no mercado doméstico. 19 As exportações de alimentos industrializados cresceram 31,3% no primeiro semestre, atingindo US$ 12,17 bilhões. Em volume, o crescimento foi de 21,4%. Conforme Klotz, o mercado internacional de alimentação está aquecido por conta do aumento da demanda dos países asiáticos e da alta do preço de commodities no mercado internacional. Os principais destaques na pauta exportadora ficaram com os segmentos de derivados de carnes, chocolate e balas. Klotz afirmou que as carnes foram beneficiadas pela abertura de alguns mercados que haviam sido fechados para o Brasil em 2006, devido a episódios de febre aftosa. Os derivados de carne tiveram faturamento de R$ 15,96 bilhões no primeiro semestre, cifra 18% superior aos R$ 13,52 bilhões no mesmo período de 2006. Já produtos como chocolates foram impulsionados pela vantagem competitiva do Brasil nos preços do açúcar. Segundo ele, esses itens estão abocanhando uma fatia de mercado que pertencia aos biscoitos, agora mais caros devido à alta do trigo. O setor de chocolate, cacau e balas faturou R$ 3,96 bilhões nos primeiros seis meses do ano, alta de 17%. No primeiro semestre o investimento do setor somou R$ 21,6 bilhões, sendo metade deste valor direcionada a fusões e aquisições. Um estudo da Abrasel revelou que o faturamento do setor de food service cresceu 20% em 2006. Entre as franquias de fast food, o aumento foi de 26%, de acordo com a Associação Brasileira de Franchising (ABF). “O brasileiro passou a comer mais vezes fora de casa e o habito já não é mais exclusividade da população dos grandes centros urbanos. Esse fator, com certeza, contribui para o aumento no faturamento das redes de fast food e influencia todo o setor, até mesmo a produção da indústria alimentícia”, afirma a consultora da Vecchi & Ancona Estratégia e Gestão, Ana Vecchi, em comunicado. A demanda do setor junto às indústrias por produtos específicos cresceu 87,8% entre 1995 e 2000 e 100,6% entre 2000 e 2006. No mesmo período, as vendas do varejo de alimentos cresceram apenas 46,5%. Os fabricantes de alimentos para food service faturaram R$ 43,4 bilhões em 2006, 7% a mais do que em 2005, o que representa 22,6% do total de vendas da indústria de alimentação, que foi de R$ 191,9 bilhões. 20 A tabela abaixo mostra, com base em dados do IBGE 2007, a população das cidades da Grande Florianópolis. Florianópolis com 396.723 habitantes e renda per capita media estimada de R$ 15.775,56; São José com 196.887 habitantes, renda per capita de R$ 13.260,57; Santo Amaro da Imperatriz com 17.602 habitantes, renda per capita de R$ 7.233,49; Biguaçu com 53.444 habitante, renda per capita em média de R$ 14.346,68 e Palhoça com 122.471 habitantes e renda per capita de R$ 5.787,33. Cidades População Média Renda per capita Florianópolis 396.723 R$15.775,56 São José 196.887 R$ 13.260,57 Palhoça 122471 R$ 5.787,33 Biguaçu 53.444 R$ 14.346,68 Santo Amaro da Imperatriz 17602 R$ 7.233,49 Tabela 1 – Tamanho e potencial de mercado Fonte: Dados IBGE 200721 Rod. Gilson da Costa Chavier, 51 Sto. ANtônio de Lisboa Florianópolis, SC Tel. (48) 3235-2121 www.bateponto.com Mercado Público Florianópolis, SC Tel. (48) 3224-5588 www.box32.com.br Av. das Rendeiras, 1620 - Lagoa da Conceição Florianópolis, SC Tel. (48)3232-5132 www.casadochico.com Servidão Nossa Senhora de Lourdes s/n° - Agronômica Florianópolis, SC Tel. (48) 3333-0990 www.ataliba.com.br Av. Paulo Fontes, 1210 Florianópolis, SC Tel. (48) 3727-2222 www.intercityhoteis.com.br Av. Desembargador Vitor Lima, 380 Florianópolis, SC Tel. (48) 3203 - 1000 www.hotelslaviero.com.br Av. Beira Mar Norte, 2746 Florianópolis, SC Tel. (48) 3231 8000 www.majesticpalace.com.br Quadro 1 - Tipos de negócios e empresas Fonte: Autores (2009) Restaurantes Restaurante Box 32 Restaurante Casa do Chico Churrascaria Ataliba Restaurante Bate Ponto Hotéis Hotel Intercity Premium Florianópolis · Hotel Slaviero Florianópolis · Hotel Majestic Palace 2.5 TIPOS DE NEGÓCIOS 2.5.1 Negócios do segmento Segundo Valadares (2002), negócio é o campo de atuação onde uma organização opera dentro de um segmento para ofertar determinados bens e serviços. 22 De acordo com Dias (2003), negócio é a referência de um comércio ou empresa, que é administrado por pessoas para captar recursos financeiros para gerar bens e serviços, e, por conseqüência, proporciona a circulação de capital giro entre os diversos setores. Os negócios que atuam no segmento de alimentação são: restaurantes, churrascarias, padarias, bares, lanchonetes, cafeterias, redes de fast food, sorveterias, supermercados, lojas de conveniência, hospitais, escolas, hotéis, motéis, clínicas, clubes, danceterias, bufês e instituições públicas. Restaurante tradicional Apresenta-se sob a forma de um salão, onde os clientes se sentam diante de mesas para um ou mais clientes, de acordo com a situação. O atendimento é feito por pessoal especializado (Maître, garçom, outros), que oferece e serve pratos constantes do cardápio da casa, bem como as bebidas relacionadas na carta de bebidas. Perto do salão situa-se a cozinha, cujo tamanho e equipamentos são definidos em função da capacidade do salão, da categoria do restaurante e do número e qualidade dos pratos oferecidos. Há restaurantes de todos os tipos de categoria, desde os mais simples até os mais sofisticados em termos de decoração e gastronomia. Muitos hotéis possuem ao menos um restaurante tradicional, de capacidade e de categoria compatíveis com o tamanho e a qualidade do hotel. Churrascaria Churrascaria é considerada um tipo de restaurante, geralmente de categoria elevada. Servem-se carnes e peixes grelhados na chapa ou no espeto, preparados no próprio ambiente do salão, à vista do cliente. Chopperia A chopperia é considerada um restaurante e uma casa de bebidas. Sua característica é a venda de cerveja engarrafada e de chopp, num ambiente típico e 23 geralmente simples ou rústico, cujo estilo mantém, em maior ou menor grau, os elementos decorativos de sua origem alemã. Além de chopp e outras bebidas, possui vendas de petiscos, sanduíches e frios. Lanchonete Lanchonete é um estabelecimento modesto ou de luxo, que oferece um serviço rápido de pratos quentes e frios de preparação simples. Estes pratos, conhecidos tradicionalmente como lanches são servidos para consumo imediato ou embalados para ”para viagem”. Os pratos quentes são geralmente preparados na chapa, atrás do balcão, o que explica a rapidez do serviço e a simplicidade das preparações culinárias. Os fregueses comem no balcão (sentados ou em pé) ou sentados à mesa, servidos por um atendente. Esses locais de alimentação, geralmente ficam abertos até de madrugada e, é uma alternativa para pessoas que querem alimentar-se a qualquer hora. Seja em centros comerciais, em estações (aeroporto e rodoviárias), ou em hotéis comerciais. Sorveterias Como o próprio nome diz, são estabelecimentos que vendem sorvetes. É um negócio com alto índice de sazonalidade, que vêem a rentabilidade cair principalmente no inverno, funcionam muitas vezes também como docerias e, podem vender bebidas quentes como café, chá e chocolate quente. “Buffet” ou bufê Trata-se, na origem, de um serviço de restaurante sem atendente. É basicamente um atendimento em domicílio para festas, coquetéis e banquetes. Atualmente, muitos possuem salões próprios, que alugam para qualquer tipo de evento e os quais realizam o serviço de comidas e bebidas. 24 Danceteria É um estabelecimento freqüentado por pessoas que querem dançar. Tem categoria variada e raramente se encontra dentro de hotéis. A maioria serve bebidas e lanches. Segundo dados do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Florianópolis (SHRBS), o mercado de atuação do negócio está constituído por categorias, sendo estas: Tipo Infra-Estrutura Serviços Clientela Gastronomia Geral Modesto ou de luxo. Rápidos com pratos quentes ou frios. Mista, com predominância do público jovem. Hospedagem Modesto ou de luxo. Pessoal especializado oferecendo e servindo pratos constantes do cardápio da casa. Mista, dos mais simples aos mais sofisticados. Restaurantes Modesto ou de luxo. Pessoal especializado disponibilizando os serviços à la Carte. Mista, dos mais simples aos mais sofisticados. Similares Modesto ou de luxo. Rápidos, com pratos quentes ou frios. Mista, com predominância do público jovem. Quadro 2 – Dados do mercado de atuação do negócio Fonte: SHRBS (2009) 2.6 TENDÊNCIAS NO MACROAMBIENTE 2.6.1 Tendências Kotler (2006, p. 76) registrou que: 25 Tendência é um direcionamento ou uma seqüência de eventos com certa força e durabilidade. Mais previsíveis e duradouras, as tendências revelam como será o futuro e oferecem muitas oportunidades. No entanto para NAISBITT (1990, p. 15): Tendências são construídas. Não são obras do acaso. Novas tendências são definidas continuamente por fatos, acontecimentos e eventos que se sucedem o tempo todo, num intricado conjunto de influências mútuas. As rápidas alterações que acontecem no cenário global são regidas por seis forças importantes, as quais serão citadas a seguir: demográfica, econômica, natural, tecnológica, político-legal e sociocultural. 2.6.2 Tendências Demográficas Cecconelo (2008) trata o ambiente demográfico como o estudo do perfil das pessoas constituintes da população. O estudo da população traz informações sobre o tamanho e demais características do mercado. A população mundial vem crescendo nos últimos anos num ritmo acelerado, no ano 2000 a população era formada por 6,1 bilhões de pessoas, contudo, a prospecção é que até 2025 ultrapasse os 7,9 milhões de pessoas. As faixas etárias das populações variam de acordo com o seu crescimento populacional. Entretanto, a tendência global é o envelhecimento da população. Os países também variam em sua composição ética e racial. Podemos citar o exemplo dos Estados Unidos, lá moram pessoas de praticamente todos os países, no outro extremo se encontra o Japão, onde praticamente todos são japoneses. O aumento da participação da mulher no mercado de trabalho tem levado ao consumo de produtos de fácil preparo e cocção, muitas vezes com embalagens individualizadas. A urbanização da população também fortalece estas mudanças. 26 2.6.3 Tendências Tecnológicas A tecnologia é uma das forças que mais afetam a vida das pessoas. Uma nova tecnologia cria conseqüências de longo prazo nem sempre previsíveis. Cecconelo (2008, p.109) afirma que: A tecnologia é uma das principais alavancas do aumento da produtividade, afetando a taxa de crescimento da economia de forma direta. Elatambém é uma das maiores promotoras de inovações e alterações de mercado. Os novos meios de comunicação – computador pessoal, scanner, fax, copiadora, telefone móvel, Internet e e-mail – vem alterando a forma de trabalho, cada vez mais as pessoas trabalham em casa ao invés de ir ao escritório. Com a criação da pílula anticoncepcional, as famílias ficaram cada vez menores, com menos filhos para cuidar e criar, possibilitando às mulheres trabalharem fora e a aumentar a renda familiar. Isto resultou em maiores gastos com bens duráveis e produtos supérfluos. As tendências que podemos citar são: a aceleração do ritmo das mudanças tecnológicas, as oportunidades ilimitadas para inovação, a regulamentação da mudança tecnológica e as variações no orçamento P&D. 2.6.4 Tendências Político-Legais De acordo com Cecconelo (2008, p. 109), “o ambiente político-legal é formado por leis, órgãos governamentais e grupos de pressão. As leis incentivam, influenciam e restringem a ação das organizações e dos indivíduos”. As principais tendências que podemos citar é o aumento da legislação que regulariza os negócios, o crescimento de grupos de interesses especiais e alterações na legislação trabalhista. Como exemplo de grupo de interesses especiais, pode-se citar a preocupação dos consumidores quanto à origem dos produtos, presença de resíduos tóxicos e patogênicos e ao estado de conservação dos alimentos. Associado à segurança 27 alimentar, o conceito de rastreabilidade visando descrever na embalagem do produto todo o sistema produtivo do mesmo (origem, onde foi processado, quem o distribuiu e outras informações) é crescente nos segmentos de mercados mais exigentes, sobretudo com o advento dos produtos geneticamente modificados. As leis que regulamentam os negócios têm como propósito principal proteger os interesses da sociedade, dos consumidores e as empresas de concorrentes desleais. Porém, elas vêm se tornando mais complexas nos últimos anos. A Tailândia, por exemplo, exige que as empresas alimentícias que vendem marcas tradicionais vendam também marcas de baixo custo, de modo que os consumidores de baixa renda possam encontrar produtos mais em conta. 2.6.5 Tendências Naturais Devido ao aumento da população e da atividade econômica, Cecconello (2008), diz que cada vez mais os recursos naturais são utilizados e cada vez mais se é exigido do meio ambiente. Tem se tornado freqüente a preocupação com a deterioração do ambiente natural, e cresce a pressão de grupos organizados não governamentais no monitoramento de empresas para que não prejudiquem o meio ambiente. As tendências no ambiente natural são quatro: • A escassez de matérias prima: especialmente de água, recursos finitos mas renováveis, como florestas e alimentos, devem ser utilizados de maneira sensata; • O custo mais elevado de energia: busca por formas alternativas de energia, pode-se citar como exemplo a energia solar, nuclear e eólico; • Os níveis mais altos de poluição: criação de políticas de reciclagem e separação de resíduos; • Mudança no papel dos governos: alguns governos se preocupam e se esforçam mais que outros na preservação do meio ambiente controlam os níveis de poluições através de políticas que regulamentam a qualidade ambiental de produtos/serviços. 28 2.7 OPORTUNIDADES E AMEAÇAS DO SEGMENTO Segundo Kotler (2007), as oportunidades de marketing existem quando a empresa lucra ao atender às necessidades dos consumidores de determinado segmento. Enquanto as ameaças são representadas por acontecimentos no ambiente externo. Para lidar com elas, é preciso preparar planos de contingência que detalhem as mudanças possíveis antes ou durante o processo. Na visão de Tarapanoff (2001), as oportunidades são fatos ou situações do ambiente externo que a organização poderá explorar com sucesso em diversas áreas, tais como: novas tecnologias, tendências de mercado, novos produtos, etc. Enquanto que as ameaças são situações do ambiente externo que podem impedir o sucesso da organização, a exemplo das novas tecnologias, abertura de mercado, legislação, novos produtos, dentre outras. Para Dias (2003), o confronto dos fatores chave de sucesso com análise do ambiente externo permite detectar as oportunidades de mercado, à medida que procuramos entender o que o consumidor quer ou que está recebendo dos concorrentes. O ambiente externo também analisa ameaças de maneira semelhante, onde o confronto de fatores chave de sucesso com análise do ambiente sinaliza as ameaças que estão por vir e devem ser discutidas e examinadas com toda equipe que participa do planejamento da empresa. 2.7.1 Oportunidades do segmento alimentício Analisando o segmento alimentício, as perspectivas para 2009 apontam para um leve crescimento ou estabilidade das vendas internas do setor, considerando um dos poucos blindados (onde a crise não atingiu) contra o quadro econômico desfavorável. De acordo com as avaliações a crise só chegará a este segmento em caso de aumento significativo do desemprego ou queda da renda. 29 Segundo Abras, bebidas, alimentos, perfumaria e limpeza representam 77% das vendas dos supermercados. A alta correlação entre o comportamento do setor de alimentos e dos outros segmentos apresenta baixa elasticidade, o que significa que ela é menos influenciável por fatores extraordinários. O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, argumenta que a maior parte das compras de alimentos é realizada à vista, em dinheiro ou cartões de débito, sem necessidade de financiamento dos produtos. “Tradicionalmente a área de alimentos não é financiada”. A indústria alimentícia verifica uma boa oportunidade na crise existente para elevar o faturamento. Tendo restrição de créditos, irá sobrar mais dinheiro no bolso para ser gasto no consumo de alimentos. Na hipótese de queda na demanda por produtos alimentícios, observados também por Honda, a partir do momento que a retração na oferta de emprego impactar na renda do trabalhador, os supermercados vão sentir algum impacto na venda de alimentos. 2.7.2 Ameaças do segmento alimentício Outros fatores também poderão servir de ameaça, tento em vista o consumidor cada vez mais atento às novas tendências, isto é, mudanças de hábitos por questões ambientais. Conforme uma análise de 70 especialistas, ao redor do mundo, foi avaliada 12 setores da economia e apontou as dez maiores ameaças para os negócios da atualidade “Riscos Estratégicos aos Negócios – 2008 - Os Dez maiores Riscos às Empresas”. Um deles é o estudo com adoção extremada de hábitos verdes, o que aos poucos está influenciando o comportamento das empresas. A percepção dessas mudanças de comportamento dos consumidores já traz reflexos nos negócios de grandes multinacionais, já que começam a sentir a pressão desses grupos. Um exemplo é a rede varejista Wal-Mart, que desde 2006 vem implantando mais produtos “sustentáveis” nas gôndolas. Na prática isto significa mais produtos orgânicos, aumentando a presença de produtos feitos a partir de materiais reciclados. “Em cinco anos todos os produtos da marca própria devem se enquadrar 30 nessa categoria. Atualmente em torno de 15% dos nossos fornecedores já se adaptaram à exigência”, diz Fábio Cyrillo (diretor de marcas próprias do Wal Mart Brasil). “A única fonte de lucro é o cliente.” Peter Drucker Há tempos gestores achavam que a habilidade mais importante era conseguir novos clientes. Os vendedores passavam a maior parte do tempo correndo atrás de novos clientes, em vez de cultivar o relacionamento com os já existentes. Comemoravam cada novo cliente como se fosse um troféu e serviam seus atuais com menos entusiasmo. O consenso entre os profissionais de hoje é o inverso. O principal é manteros clientes atuais e desenvolver cada vez mais o relacionamento existente. Percebe-se que as empresas gastam muito dinheiro para conseguir cada um de seus clientes atuais e os concorrentes estão sempre tentando fisgá-los. Um cliente perdido representa mais do que a perda da próxima venda; a empresa perde o lucro de todas as compras futuras daquele cliente, para sempre. Pode parecer simples para uma empresa a tarefa de identificar seus concorrentes. Mas, a faixa de concorrentes reais e potenciais de uma empresa é na verdade bem mais ampla. Uma empresa está mais propensa a ser atingida por novos concorrentes e novas tecnologia do que por concorrentes já existentes. Assim que a empresa identificar seus concorrentes, ela deve descobrir suas características, especialmente suas estratégias, seus objetivos, suas forças e fraquezas junto com seus padrões de reação. Uma empresa precisa monitorar continuamente as estratégias de seus concorrentes. Concorrentes engenhosos revêem suas estratégias constantemente. 31 3 ESTUDO DA EMPRESA 3.1 EMPRESA 3.1.1 Caracterização da empresa O principal motivo que inspirou a equipe na escolha do Bella Luna Restaurante foi facilidade de acesso às informações por intermédio dos gestores e colaboradores. O interesse da equipe em conhecer os processos desempenhados por um restaurante que é anexo a um hotel de grande porte e de uma rede hoteleira internacional, bem como a qualidade dos serviços prestados, dos produtos oferecidos e da satisfação tanto dos colaboradores quanto dos clientes. 3.1.2 Histórico e dados gerais Em dezembro de 2007, ainda no cargo de gerente regional da rede Mercure de hóteis, Jean Carlos Querino, queria uma vida mais pacata, onde não fosse necessário estar a cada semana em uma cidade diferente. Então, solicitou afastamento de sua função, e convidou seu cunhado Marcelo Junckes para ser seu sócio. Juntos fundaram o Restaurante Bella Luna, cuja a idéia inicial era atender aos hóspedes e aos clientes do hotel Mercure Itacorubi com excelência, de acordo com os padrões da marca Mercure. Marca esta conceituada e presente em mais de 75 destinos nacionais e 750 cidades espalhadas pelo mundo, onde algumas características da marca têm que ser respeitadas e aprimoradas. Passados quase dois anos de sua abertura, o restaurante já está em ritmo de cruzeiro, possui uma equipe estruturada, processos definidos e já almeja novos mercados, atender eventos externos (formaturas/casamentos) e promover eventos internos (eventos contratados pelo hotel) no salão do restaurante, em momentos que não esteja sendo utilizado pelo hotel. Para atender essa nova demanda de eventos, o restaurante em parceria com o hotel está projetando um espaço totalmente voltado para esse público. Para entrar em contato com este público, recentemente, o restaurante contratou uma gerente de 32 vendas com o intuito de captar novos clientes e atender esses clientes de maneira profissional e satisfatória. 3.1.3 Missão, Visão e Valores Segundo Lima...[et al.] (2006), a visão e a missão são dois conceitos importantes para a fundamentação do planejamento estratégico. A visão é considerada como os limites que os executivos da empresa podem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Ela é a base da organização, deve ser claramente definida e compartilhada pelos membros da alta direção e do conselho, e os acionistas majoritários. Deve ser disseminada a todos os Stakeholders da organização. Quanto à missão, deve determinar aonde a organização deseja chegar, qual a razão de sua existência. Chiavenato (1999) afirma ainda que as organizações não são criadas a esmo, pois, elas existem para fazer alguma coisa. A missão representa a razão da existência de uma organização, significa a finalidade ou o motivo pelo qual a organização foi criada e para que ela deva servir. Missão Na constituição da organização, a missão deve ser claramente definida e específica. Se houver mudanças com relação ao mercado, deve ser analisada para verificar se ainda diz respeito aos negócios e se condiz com o propósito da organização, abordando a diferenciação com relação às concorrentes. A finalidade básica de uma organização é criar seu cliente e mantê-lo. O importante na relação cliente/fornecedor é conhecer os valores e os fatores que o cliente considera decisivos no processo de compra de um produto. A postura de uma organização é o estabelecimento planejado da escolha do melhor caminho para que uma organização cumpra sua missão, ou seja: • Entrada no mercado; • Sobrevivência; 33 • Manutenção de sua posição; • Crescimento; • Desenvolvimento. A postura da organização pode variar ao longo do ciclo de vida de seu negócio, em função das ameaças e oportunidades, da análise interna e da análise de cenários do ambiente externo. Dessa forma, Kotler (2000) menciona que a declaração da missão de ser constantemente reavaliada, analisando se condiz com os seus propósitos, por meio de algumas perguntas, tais como: “qual é o nosso negócio? Quem é o cliente? O que tem valor para o cliente? Qual será nosso negócio? Como deveria ser o nosso negócio?”. O restaurante não possui uma missão definida, porém adota indiretamente a missão da rede Accor, o qual faz parte como parceiro e terceirizado: “ Compromisso com a Hospitalidade”. Onde o compromisso significa, ter foco, ter entusiasmo, ter ética, envolver-se, fazer acontecer, comprometer-se com o resultado, engajar-se. E a Hospitalidade significa ter prazer em atender e sentir-se bem com o cliente, acolhendo-o com a máxima cortesia, tratando-o com respeito, superando suas expectativas de custo x benefícios, mostrando a disposição de ajudá-lo sempre, oferecendo conforto, segurança e produtos diferenciados. Visão A visão da empresa pode ser conceituada das seguintes formas: • Articulação das aspirações de uma empresa a respeito de seu futuro (Hart, 1994:8); • Clara e permanente demonstração, para a comunidade, da natureza e da essência da empresa em termos de seus propósitos, do escopo do negócio e da liderança competitiva, para prover a estrutura que regula as relações entre a empresa e os principais interessados e para os objetivos gerais de desempenho da empresa (Hax e Majluf, 1984:17); 34 • Algo que se vislumbre para o futuro desejado da empresa (Quigley, 1993:4); e • Idealização de um futuro desejado para a empresa (Collins e Porras 1993:10). Destaca-se Visão como o limite que os proprietários e principais executivos da empresa conseguem enxergar dentro de um período de tempo mais longo e uma abordagem mais ampla. Nesse contexto a visão proporciona o grande delineamento do planejamento estratégico a ser desenvolvido e implementado pela empresa. A visão representa o que a empresa quer ser. Gardner (1961:24) comentou o elevado senso de visão que os líderes das nações procuravam ter, tais como: paz com justiça, liberdade, dignidade individual e igualdade antes da lei. Em 1989, estudo da Korn-Ferry Internacional apresentou resultado de pesquisa junto a 1.500 altos executivos, e sua principal preocupação era o delineamento da visão. Kanter (1977:14) explicou que os líderes que oferecem uma visão clara, coerente e sustentada têm elevada base de poder para conduzir os destinos da empresa, sendo que esta colocação foi reforçada por Peters e Wanterman (1991:48). Entretanto existe a necessidade de coerência entre o que a empresa se propõe a fazer e o que efetivamente faz. Quigley (1993:36) preocupou-se com a abordagem prática do delineamento, bem como com a aplicação da visão e dos valores da empresa, que representam os aspectos gerais para que os altos executivos possam delinear as grandes questões estratégicas das empresas. Sua abordagem considera:• Os grupos de trabalho interativos; • A disseminação das questões estratégicas de maneira entendível por todos envolvidos; • A correlação com uma missão compreensível por todos os profissionais da empresa; • A interligação com os quatro principais princípios administrativos – ética, inovação, liderança e capacitação – bem como planejamento estratégico interativo com um plano de ação simples e prático; 35 • Possibilidade de mudanças rápidas por meio de estratégias alternativas; e • Capacidade para enxergar um futuro interessante para a empresa. Verifica-se que essa abordagem tem a premissa básica de que toda e qualquer estratégia deve estar precedida de uma visão. A visão deve ser resultante do consenso e do bom senso de um grupo de líderes e não da vontade de uma pessoa. Algumas dicas apresentadas por Quigley (1993:41) para seu delineamento são: • Estabeleça sua visão de forma tão clara quanto o objetivo do lucro; • Defina e respeite o direito das pessoas; • Certifique-se de que a visão e os valores direcionam-se aos focos básicos, ou seja, aos consumidores – são mais importantes – funcionários e fornecedores; • Incremente sua participação de mercado e lucratividade pelo aumento da percepção pelos consumidores de seus produtos e serviços, em relação a seus concorrentes; • Desenvolva uma cultura de atuação para resultados em sua empresa. A definição de visão na Accor é substituída pelo projeto de empresa Accor no Brasil, que é um amplo projeto, que começou a ser planejado em 1998, consolidando a estratégia de crescimento e criando bases para a expansão do grupo. Ele recebeu o nome de “Projeto de Empresa”, um conjunto de programas, que potencializam as ações e integram os colaboradores, clientes, acionistas e comunidade. É como uma fotografia, que retrata o compromisso da empresa com os colaboradores e organização. É uma reunião das crenças e valores que guiam a empresa e o resumo da sua visão e do papel que cada um exerce dentro do mercado e da sociedade. 36 Valores Segundo Chiavenato (1999), são os valores relevantes que se tornam importantes para as pessoas e que definem as razões pelas quais elas fazem o que fazem. Funcionam como justificativas aceitas por todos os membros. Pode-se observar que em muitas culturas organizacionais, os valores são criados originalmente pelos fundadores da organização. São qualidades que a organização apresenta e adquire com o passar dos anos, representando o caráter desta, como por exemplo: tradição, qualidade, seriedade, excelência e competência. Dessler refere-se a uma pesquisa de Francis e Woodcock que procura identificar os valores fundamentais adotados pelas organizações. Os pesquisadores sugerem que o alicerce de uma administração bem – sucedida está na persuasão ativa e persistente de doze valores: I. Poder: A gestão bem-sucedida acredita no poder inerente de sua posição e que tem nas mãos o destino da organização. Ela adota o valor do poder: gestores devem administrar. II. Elitismo: A gestão bem-sucedida acredita na importância vital dos melhores candidatos para cargos administrativos e no contínuo desenvolvimento de suas competências. Ela adota o valor do elitismo: os bons devem ir para o topo. III. Recompensas: a gestão bem-sucedida identifica e recompensa o sucesso. Ela adota o valor da recompensa: o desempenho excelente deve ser recompensado. IV. Eficácia: a gestão bem-sucedida focaliza recursos sobre as atividades que dão resultado. Ela adota o valor da eficácia: fazer as coisas certas. V. Eficiência: a gestão bem-sucedida busca os melhores meios para fazer as coisas e constantemente se orgulha disso. Ela adota o valor da eficiência: fazer corretamente as coisas. VI. Economia: cada atividade custa dinheiro e alguém deve pagar. A gestão bem- sucedida adota o valor da economia: nada é grátis. VII. Imparcialidade: A gestão bem-sucedida considera que as percepções e sentimentos das pessoas são importantes. Ela adota o valor da imparcialidade e equidade: quem cuida, vence. 37 VIII. Espírito de equipe: A gestão bem-sucedida assegura que ela se baseia em um trabalho eficaz de equipe. Ela adota o valor do trabalho em equipe: trabalhar juntos. IX. Lei e ordem: A gestão bem-sucedida decorre de um sistema apropriado de leis e regras apropriadas. Ela adota o valor da ordem: a justiça deve prevalecer. X. Defesa: A gestão bem-sucedida analisa as ameaças externas para formar uma defesa sólida. Ela adota o valor da defesa: o conhecimento enfraquece o inimigo. XI. Competitividade: A gestão bem-sucedida cuida de todos os passos necessários para ser competitiva. Ela conhece o mundo dos negócios e tenta sobreviver nele da melhor maneira possível. Ela adota o valor da competitividade: o melhor sobrevive. XII. Oportunismo: As oportunidades devem ser analisadas prontamente, mesmo quando envolvam riscos. A gestão bem-sucedida é sempre oportunista. Ela adota o valor do oportunismo: quem arrisca, vence. A maior inspiração para que os colaboradores Accor ofereçam serviços diferenciados e capazes de encantar o cliente é a presença de uma cultura consistente e motivadora, fundamentada em valores, que possam ser vividos no cotidiano. Inovação, Espírito de Conquista, Performance, Respeito e Confiança são os valores praticados pelos colaboradores Accor em todo o mundo. • A Inovação é a nossa marca registrada: Devemos olhar adiante, antecipando- nos e agindo de forma a criar novas soluções que contribuam para o progresso. • O Espírito de Conquista é o motor do nosso crescimento: Assumimos riscos e combinamos audácia, iniciativa e espírito de equipe para nos desenvolver. • A Performance é a chave de nosso sucesso no presente e no futuro: Impor, a si próprio, todo os dias, um alto nível de exigência individual e coletiva, buscando o melhor em nós mesmos e nos outros, a fim de obter resultado mais expressivos. • O Respeito é a base de todas as nossas relações: Consideramos e valorizamos homens e mulheres, em todo o mundo, com toda a sua diversidade, tanto dentro quanto fora do Grupo. 38 • A Confiança é a essência de nossa forma de administrar: Nós criamos, em primeiro lugar, um clima e uma relação de confiança entre todos. 3.1.4 Organograma Para representar uma estrutura organizacional, deve ser utilizado o gráfico universal denominado organograma. Este é conceituado como representação gráfica e abreviada da estrutura da organização. Tem como finalidade representar os órgãos componentes da empresa, tanto quanto possível, as funções desenvolvidas por estes, as relações de interdependência, os níveis administrativos e a hierarquia. Este organograma representa a estrutura organizacional do restaurante Bella Luna. É composto em nível hierárquico, denominado inicialmente pelos sócios, seguindo com os cargos gerenciais e finalizando com colaboradores. 39 Figura 1 – Organograma Fonte: Bella Luna (2009) 3.2 ANÁLISE DAS DIMENSÕES DO AMBIENTE ORGANIZACIONAL De acordo com Cecconello (2008) o ambiente organizacional considera os recursos internos, as capacidades e competências essenciais, que, apesar de não apresentarem um valor intrínseco, apresentam valor quando vistos pela sua possibilidade de geração de uma vantagem competitiva para a empresa, auferindo retornos superiores a média. O Bella Luna restaurante possui atualmente 27 colaboradores, todos entre 20 e 35 anos. 50% dos colaboradores têm apenas o ensino fundamental, 20% o ensino médio completo, 10% com superior incompleto e 20% com o superior completo. 40 Cerca de 10 colaboradores possuem uma qualificação na área e 2 falam outro idioma. O salão principal tem aproximadamente 300m² com 32 mesas, 110 cadeiras e tem a capacidade de atender simultaneamente 110 pessoas. A área de eventos tem em média700m² e atende até 400 pessoas ao mesmo tempo. O restaurante possui 230 copos para almoço, 230 copos para suco, 140 taças para água, 220 talheres para almoço, 280 talheres para café da manhã. A cozinha é equipada com 2 microondas, 2 freezer, 1 cutter, 1 salamandra, 1 balança, 2 cabrita, 14 cubas com tampa, 1 jogo de cubas grandes, 8 formas de pão, 3 liquidificadores, 3 escorredores, 3 panelas de pressão, 16 panelas, 1 panela para massa com escorredor, 2 bules, 2 chaleiras, 1 leiteira, 1 grelha, 1 máquina de fatiar, 24 frigideiras, 7 coadores, 1 máquina de espremer laranja, 23 facas, 1 batedeira, 5 espátulas, 12 aros, 4 raladores, 5 abridores de lata, 2 boleadores de sorvete, 10 pegadores, 5 espumadeiras, 4 colheres de plástico, 1 garfo grande, 7 tábuas, 3 conchas grande, 25 térmicas, 3 porta-sucrilhos, 4 torradeiras, 1 grill, 2 sanduicheiras, fogão industrial e forno combinado. Referente “aos equipamentos e imobilizados o Bella Luna possui computadores, sistema CFTV, armário caixa, TV LCD 32”, amplificador, DVD, ar condicionado, freezer vertical, freezer horizontal, cervejeira, cortador de frios, coutter, salamandra, batedeira planetária, máquina de lavar roupa, secadora, relógio ponto, armário de ferro para os funcionários, rádio gravador, câmera digital, dispenser de cereais, cesta multiuso, frigobar, cesta oval, estantes para vinhos, balcões, cadeiras com rodas, cadeira Prisma, Carro, telefones sem fio, caixas isotérmicas, filtro de água caixas plásticas para hortifruti, estrados para hortifruti, câmeras positivas e negativas. Os processos são decididos de acordo com as necessidades de produtos e serviços solicitados pelo cliente. O primeiro passo é reunião geral com chefias onde são decididos se há necessidade de compra de insumos, materiais, contratação de mão de obra extra como; músicos, recepcionistas, floristas, garçons, auxiliares de limpeza e auxiliares de cozinha. 41 3.3 ANÁLISE DA CULTURA DA EMPRESA Conforme Robbins (2005, p. 375) “Cultura organizacional se refere a um sistema de valores compartilhados pelos membros que diferencia uma organização das demais”. Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005, p. 198) classificam cultura organizacional como “O sistema de ações, valores e crenças compartilhado que se desenvolve numa organização e orienta o comportamento dos seus membros” Até meados da década de 1980, as organizações eram vistas como uma forma racional de coordenar e controlar um grupo de pessoas, possuindo níveis verticais, departamentos, relações de autoridade, etc. A percepção da organização como uma cultura em si, ou dotada de uma cultura, é relativamente nova e consiste em um sistema de convicções compartilhado por todos os membros. A cultura organizacional é vista por alguns autores como uma variável dentro da organização, que irá sofrer alterações ao longo do tempo, dependendo das situações e necessidades. Entretanto existe outra vertente de pensamento que vê a organização como uma cultura. Ambas as visões têm sua origem na noção de institucionalização. Ou seja, quando uma organização assume vida própria independente de seus fundadores ou membros. Cada organização tem sua cultura própria, e dependendo de sua força pode influenciar de maneira significativa os comportamentos e atitudes de seus membros. Tem-se como exemplo uma organização dotada de uma cultura forte. Neste caso é possível observar uma grande aceitação dos valores e ideais da empresa por parte de seus membros. Sendo assim, existe um índice baixo de rotatividade da força de trabalho, demonstrando elevado grau de concordância entre seus membros sobre os pontos de vista da organização; destacando uma unanimidade de propósitos, resultando em lealdade e comprometimento organizacional. A cultura organizacional do Bella Luna está intrinsecamente ligada à cultura da Rede ACCOR pelo fato de um dos sócios, ter sido durante 10 anos um alto executivo da empresa citada que possui uma forte imagem da sua missão, visão, valores e 42 cultura organizacional que é difundida desde o colaborador de base ao diretor geral da empresa. A cultura Accor na América Latina é difundida através do Projeto de Empresa, cujos eixos de sustentação são: • People: O melhor lugar para se trabalhar. • Service: O jeito Accor de servir. • Profit: Ganhando junto com a Accor. A Accor se preocupa cada vez mais em manter sua cultura e valores vivos, disseminando-os em todo o grupo através de ações que venham manter o orgulho da sua história, a participação e empenho dos seus gestores em fazer com que seus colaboradores realmente sintam que estão no melhor lugar para se trabalhar. A exemplo disso, a Accor possui publicações especiais para difundir sua cultura a cada integrante dessa grande família. 3.4 ANÁLISE DO PODER DA EMPRESA De acordo com Robbins (2005, p. 302) o poder diz respeito “a capacidade que A tem de influenciar o comportamento de B, de maneira que B aja de acordo com a vontade de A”. Schermerhorn, Hunt e Osborn (2005, p. 212) classificam poder como “A capacidade de obter que outra pessoa faça o que você quer, ou a capacidade de conseguir que as coisas aconteçam ou sejam feitas da forma que você quer”. O poder é uma capacidade ou um potencial que pode ou não ser explorada, podendo estar presente, mas não ser utilizado. Uma pessoa pode ter poder e não utilizá-lo. Ter poder sobre, ou ser influenciado pelo poder de alguém caracteriza uma relação de dependência onde quanto maior o poder de A sobre B, maior a dependência de B sobre A. É necessário tomar cuidado para não confundir poder com liderança. Líderes utilizam o poder como meio para atingir os objetivos do grupo. Isso não quer dizer 43 que o poder seria a única maneira de atingir determinados objetivos, mas sim que o poder é um facilitador. Apesar dos dois conceitos estarem relacionados, o poder não requer compatibilidade de objetivos, baseia-se apenas na relação de dependência. Por outro lado, a liderança necessita que os objetivos do líder sejam compatíveis com os objetivos da equipe liderada. Em suma, poder e liderança diferem-se no fato de que o poder é instituído formalmente, ele é concedido ou obtido e formalizado. A liderança costuma ser uma habilidade natural, ou desenvolvida com o tempo que pode ou não fazer uso de poder. Nem todo poderoso é líder, mas todo líder tem poder. Em uma organização o poder é visível através das relações hierárquicas. Sua influência se dá de maneira decrescente, passando dos cargos mais altos para os mais baixos. Na esfera das relações organizacionais, o poder apresenta-se de quatro maneiras diferentes, variantes do Poder Formal. Esse se baseia na posição que um indivíduo ocupa dentro de uma organização. Pode decorrer da capacidade de coagir ou recompensar, da autoridade formal ou controle sobre informações. As quatro fontes de poder que têm origem no poder formal são: 1. Poder Coercitivo: Baseia-se no poder do medo. O indivíduo ou o grupo irá reagir a esse poder por temer as conseqüências negativas de seu comportamento. No âmbito organizacional, por exemplo, observa-se esse tipo de poder quanto determinado indivíduo tem a capacidade de causar a demissão de outro, ou causar outras ações que reflitam negativamente para o indivíduo subordinado. 2. Poder de Recompensa: Define-se como o oposto do coercitivo. Neste caso, uma pessoa submete-se a outras, pois tem interesse nos benefícios que pode obter. Percebe-se claramente neste caso a relação de dependência. 3. Poder Legítimo: É o poder que uma pessoa tem para usar e controlar os recursos da organização. Está relacionado à posição ocupada na cadeia hierárquica e sua estrutura. 44 4. Poder de Informação: Esta fonte de poder baseia-se no controle ou acesso que um indivíduo tem de informações. É possível tomar como exemplo em uma organização,
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