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47Desenvolvimento Pessoal e Organizacional UNIDADE DE ESTUDO 2 LIDERANÇA, TOMADA DE DECISÃO, RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E COMUNICAÇÃO INTRODUÇÃO Os seres humanos são criaturas sociais que possuem necessidades emocionais, como fazer parte de algo maior, sentirem-se úteis, ao contrário dos animais que são autossuficientes (ROBBINS, 1998). Assim, o ser humano criou níveis de hierarquia e o que hoje chamamos de liderança. A liderança é um dos temas que mais desperta interesse, em termos tanto teóricos quanto práticos. O conceito desperta as maiores paixões, debates calorosos, ambiguidades, contradições e, sobretudo, uma infinidade de definições. Mas em uma coisa existe unanimidade: uma boa liderança influencia positivamente as ações e decisões de um grupo em vias de conquistar um objetivo. Segundo Hunter (2004), devemos lembrar que o tipo de liderança irá influenciar na direção e na linha de trabalho desta equipe. A liderança deve ser vista como uma habilidade para inspirar pessoas e elevar o potencial humano, enquanto o gerenciamento está relacionado apenas com as ações e não com os resultados. Liderança é uma grandeza que tem caráter relacional, ou seja, sempre será exercida por e com referência a algo. Não existe liderança sem o líder e os liderados (RIBEIRO, 2008). A Unidade 2 procurará auxiliá-lo a entender o conceito de liderança e sua importância no contexto organizacional, identificar os estilos e os elementos da liderança, compreender o impacto da liderança da condução de uma equipe para o alcance de objetivos em comum. Além disso, buscará ajudar você a entender os conceitos e os aspectos relevantes sobre a tomada de decisão e identificar as etapas de um processo decisório; relacionamento interpessoal e comunicação são dois outros temas que esta Unidade visará analisar junto com você. “Estar no poder é como ser uma dama. Se tiver que lembrar às pessoas que você é, você não é” (Margaret Thatcher). 1 O QUE É LIDERANÇA? Como já comentamos, a literatura organizacional sobre liderança oferece um labirinto de definições e até polêmicas. Vries (1997), já na época de sua pesquisa, contabilizou a explosão de publicações a respeito, como também constatou uma sensível diferença entre a popularidade do tema liderança e a relevância das publicações. Ele notou certa distância entre a natureza das pesquisas até então e a realidade cotidiana. “Parece que se estuda cada vez mais para saber cada vez menos” (VRIES, 1997, p. 24). 48 Rossana Cristine Floriano Jost De uma maneira geral, Vries (1997) e Robbins (1998) nos conduzem a aspectos que a maioria dos autores, e aqui também incluímos as produções mais contemporâneas, concordam sobre as características importantes para a liderança, quais sejam: Domínio Energia Estabilidade emocional Conhecimento de tarefas relevantes Ambição Inteligência Honestidade e integridade Abertura às experiências Desejo de liderar Autoconfiança Consciência Sociabilidade A partir daí, comenta Vries (1997), as teorias divergem e acabam se perdendo das diferenciações acadêmicas. Apresentamos também outra abordagem sobre liderança, que enfatiza a questão do processo social em que se estabelecem relações de influência entre pessoas (LIMONGI- FRANÇA, 2006). O núcleo deste processo é composto por: Líder Liderado Fato Momento Social O motivador e inspirador, o que exerce influência sobre os demais membros para atingir os objetivos. O que vai colaborar com o líder no alcance dos objetivos e que também pode exercer influência no líder na forma de legitimação de sua liderança. O objetivo que o líder e que a equipe de trabalho deverão cumprir. Conjuntura sob a qual ocorre o processo de liderança, nas quais impactam influências temporais, geográficas e culturais, influenciando no processo social da liderança. 49Desenvolvimento Pessoal e Organizacional É possível perceber o processo de liderança em qualquer espaço social, continua Limongi-França (2006), como a família, a escola, o esporte, a política, a vida pública e, evidentemente, o trabalho. A autora comenta que, a partir do momento em que várias pessoas se reúnem para um trabalho, elas já formam um grupo, pois se relacionarão entre si em prol a um objetivo em comum. Neste momento, em geral, evidencia-se um componente no grupo que consegue alterar comportamentos alheios e conduzir o grupo para alcançar tal objetivo. Esse, certamente, é um líder – aquele que serve e que dá direção para sua equipe – na perspectiva de Hunter (2006). Empresas no mundo inteiro estão mudando suas atitudes, com relação à liderança, às pessoas e aos relacionamentos: “o maior indicador de saúde ou doença organizacional está na liderança ou em sua ausência” (HUNTER, 2006, p. 11). Seja com habilidades natas ou adquiridas, o fato é que a liderança é um fenômeno que vem ganhando força nas organizações, sobretudo quando ela se preocupa com os outros, quando tem empatia, quando demonstra entusiasmo pelo trabalho, quando estabelece um ótimo relacionamento interpessoal e não só influencia as pessoas, mas delega responsabilidades. Então, o que podemos aproveitar desta reflexão? Qual o conceito de liderança você poderia construir, a partir disso? Vamos tentar? 2 ESTILOS CLÁSSICOS DE LIDERANÇA Segundo Wagner III e Hollenbeck (1999) e Limongi-França (2006) – dentre outros autores – os líderes podem ser divididos em três categorias: Autoritário/ Unidirecional: O poder é emanado de um núcleo centralizador, que mobiliza as regras, as decisões e as informações. Toma esses elementos para si. Liberal/Anárquico: Não há vínculos hierárquicos entre as pessoas e as equipes, propiciando a autonomia, a criatividade e o livre- -pensar. O grupo toma as decisões por si. Democrático/Participativo: Existem vários núcleos de poder interdependentes, que criam uma rede interativa e horizontalizada de trocas entre os membros. As decisões são realizadas em e para a equipe. Nos estudos de Robbins (2000, p. 248), os resultados sugerem que a maioria das equipes prefere líderes democráticos. Outro ponto citado foi a mudança dos comportamentos dos liderados, de acordo com o estilo do líder. Nos grupos dos líderes autoritários, a equipe era mais submissa e irritada. Já nas equipes dos líderes liberais a equipe se apresentava apática e com o tempo deixava de trabalhar e apresentar resultados. 50 Rossana Cristine Floriano Jost Para Robbins (2000, p. 272), a liderança conduz a equipe para a realização de uma tarefa de forma a alcançar seus objetivos, o que está vinculado ao poder que a posição de liderança proporciona, gatilho para conflitos e queda de produtividade. O poder não só é a capacidade de influenciar, como de determinar o comportamento das pessoas, o que interfere naturalmente nas tomadas de decisões do indivíduo e que apresentaremos no próximo tópico. 3 LIDERANÇA E PODER O poder é um fenômeno inerente à existência humana, fundamentando o exercício da liderança e legitimando as ações do líder. Os conceitos de liderança e poder estão interligados no processo de influenciar pessoas. Liderança por poder funciona, porém há de se ter cuidado com o excesso de poder que deteriora as relações (ROBBINS, 1998; 2000). Montana e Charnov (2001 apud LIMONGI-FRANÇA, 2006, p. 57) classificam o poder em alguns tipos, quais sejam: ▪ Poder Legítimo: inerente à cultura; ▪ Poder de Recompensa: reconhecimento; ▪ Poder Coercitivo: punições que visam eliminar, reduzir ou controlar comportamentos considerados indesejados; ▪ Poder de especialização: influência pelos talentos especiais nas áreas atrativas pelos liderados; ▪ Poder de referência: carisma pessoal, caráter e legitimidade do conhecimento; ▪ Poder de informação: posse de dados estratégicos para uma situação crítica, que orientem processos decisórios. 4 TEORIAS CONTEMPORÂNEAS DA LIDERANÇA A prática de relações saudáveis e duradourasdeve ser utilizada constantemente por aqueles que atuam como líderes, buscando sempre equilibrar a legalidade e a legitimidade, conferidas pela maneira como se influencia a equipe. A seguir relacionamos as teorias contemporâneas da liderança mais utilizadas nos modelos gerenciais, conforme Robbins (1998) e interpretadas Limongi-França (2006), quais sejam: 4.1 TEORIA DOS TRAÇOS Os líderes possuem traços de personalidade que os auxiliam em seu papel, não considerando outras variáveis como contexto e necessidades do grupo. Segundo este enfoque, a pessoa já nasce líder. Robbins (1998) cita alguns exemplos de líderes traços de personalidade, como Margaret Thatcher, Ronald Reagan e Nelson Mandela. 51Desenvolvimento Pessoal e Organizacional 4.2 TEORIA DOS ESTILOS DE LIDERANÇA Em contraste à teoria anterior, esta teoria acredita que as pessoas podem ser preparadas para o papel de líder. Por isso, há necessidade de construir novas formas do exercício do poder essencialmente baseadas na natureza humana. Segundo a classificação de Likert (1961 apud LIMONGI-FRANÇA, 2006, p. 61), os líderes podem ser avaliados a partir de dois aspectos: (i) líder orientado para o empregado – maior envolvimento dos subordinados e o (ii) líder orientado para a produção – sem envolvimento com os subordinados, que apenas seguem as determinações das chefias. Apresentamos a seguir a grade gerencial, uma representação gráfica desenvolvida por Blake e Mounton e apresentada por Robbins (1998, p. 221), que consolida a Teoria dos Estilos de Liderança. FIGURA 1 – Grade gerencial 9 8 7 6 5 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Alto Baixo Baixo Alto Pr eo cu p aç ão c o m a s p es so as Preocupação com a produção 1,9 Gerência de Clube de Campo A atenção cuidadosa às necessidades das pessoas para satisfazer relacionamentos leva uma organização com atmosfera e ritmo de trabalho amigável, confortável. 9,9 Gerência em Equipe As realizações de trabalho são de pessoas comprometidas; a interdependência por meio de um “interesse comum” no objetivo da organização leva a relações de confiança e respeito. 5,5 Gerência de Organização Humana O desempenho adequado da organização é possível por meio do equilíbrio da necessidade de conseguir trabalhar e manter o moral das pessoas num nível satisfatório. 1,1 Gerência Empobrecida Exercer esforço mínimo para ter desempenhado o trabalho exigido é apropriado para manter a afiliação à organização. 9,1 Obediência-autoridade A eficiência em operações resulta de arranjar condições de trabalho de forma que elementos humanos interfiram em grau mínimo. FONTE: Blake e Mounton (apud ROBBINS, 1998, p. 221) 52 Rossana Cristine Floriano Jost Blake e Mounton (apud ROBBINS, 1998) propuseram uma grade baseada nos quesitos do líder “preocupação com as pessoas” e “preocupação com a produção”. A grade apresenta 9 posições possíveis em cada eixo, criando 81 possibilidades nas quais o estilo do líder pode se encaixar. Obviamente, a grade não mostra resultados, mas fatores dominantes do pensamento de um líder com relação a obter resultados. De acordo com a grade, por exemplo, líderes 9,9 têm mais chances de se saírem melhor do que líderes 9,1, que distanciam o elemento humano ou melhor do que os líderes 1,9 que podem manter uma atmosfera amigável, mas sucumbem à baixa produtividade dos funcionários. 4.3 TEORIA CONTINGENCIAL Nesta teoria, a liderança é um fenômeno que depende conjuntamente do líder, do comportamento dos seguidores e da situação. Segundo Bryman (1992 apud LIMONGI-FRANÇA, p. 62): O enfoque contingencial propõe que a eficácia de um estilo de liderança seja um aspecto situacionalmente contingente. Isso significa que um estilo padrão particular de comportamento seja eficaz em algumas circunstâncias (tais como quando a tarefa traz satisfação intrínseca ou quando a personalidade dos subordinados os predispõem a um estilo particular), mas não a outras. Existem vários estilos da Teoria Contingencial, sintetizadas a seguir, a partir de Robbins (1998) e Limongi-França (2006). 53Desenvolvimento Pessoal e Organizacional FIGURA 2 – Estilos da Teoria Contingencial continua M o d el o d e Fi ed le r O desempenho eficaz do grupo depende da combinação apropriada entre estilo de interagir do líder com seus subordinados e o grau em que a situação dá controle e influência ao líder. Fiedler desenvolveu o CTMP (*colega de trabalho menos preferido), questionário que solicita que cada colega mencione as características do colega menos preferido no grupo, medindo assim se a pessoa é orientada a tarefas ou a relacionamentos. Te or ia S itu ac io na l d e H er se y e B la nc ha rd Teoria que se concentra nos seguidores. Uma liderança de sucesso é aquela cujo estilo correto é contingencial ao nível de presteza dos seguidores. Esta teoria apresenta as dimensões de liderança da Grade Gerencial apresentada por Robbins (líder voltado a tarefas ou a relacionamentos), combinando-as com 4 comportamentos do líder: Narrar (Tarefa alta/relacionamento baixo) O líder define os papéis e diz às pessoas o que, como, quando e onde realizar as tarefas. É um comportamento diretivo. Vender (Tarefa alta/relacionamento alto) O líder oferece tanto comportamento diretivo como comportamento de apoio. Participar (Tarefa alta/relacionamento alto) Líder e seguidor partilham da tomada de decisão e o papel do líder é facilitar e comunicar. Delegar (Tarefa baixa/relacionamento baixo) O líder fornece pouca direção ou apoio. A ênfase na presteza refere-se a quanto as pessoas possuem capacidade e disposição para realizar uma tarefa específica, Hersey e Blanchard definiram 4 estágios: Estágio 1 Pessoas não são competentes nem seguras. Estágio 2 Pessoas são motivadas, mas não têm habilidades apropriadas. Estágio 3 Pessoas são capazes, mas não querem fazer o que o líder quer. Estágio 4 Pessoas são capazes e querem fazer o que é a elas designado. 54 Rossana Cristine Floriano Jost FIGURA 2 – Estilos da Teoria Contingencial conclusão Te or ia T ro ca Lí d er -m em b ro (T LM ) O argumento da TLM é sobre a diferença de tratamento do líder com seus subordinados. Por causa das pressões de tempo, os líderes estabelecem uma relação especial com alguns subordinados, que são considerados confiáveis, ganham total atenção do líder e são beneficiados nas recompensas. Eles pertencem ao grupo considerado o “grupo de dentro”. O restante, o “grupo de fora”, obviamente tem o tratamento padrão, sem as regalias do outro grupo. Te or ia d o C am in ho -o b je tiv o De acordo com esta teoria, o trabalho do líder é ajudar os seguidores a atingir suas metas, fornecendo direção e apoio. O comportamento do líder é motivacional para equalizar a satisfação do seguidor contingencialmente ao desempenho eficaz, bem como fornecer treinamento, direção e recompensas. Este comportamento pressupõe líderes flexíveis, prevendo 4 comportamentos de liderança, segundo House e Mitchell (1974): Líder diretivo: o líder dá a direção de como as tarefas devem ser feitas. Ele estrutura as tarefas para os subordinados, comunicando o que espera de cada um, esclarecendo políticas, regras e procedimentos. Apoiador: o líder demonstra interesse pela satisfação das necessidades e preferências dos subordinados. Preocupa-se com os subordinados, tendo sempre como foco um ambiente amigável de trabalho. Participativo: o líder tem como premissa sempre consultar os subordinados e encorajá-los a participar das tomadas de decisão. Orientado a realizações: o líder encoraja a excelência no desempenho, fixando metas desafiadoras, bem como busca altos padrões de desempenho. A d m in is tr aç ão d o Se nt id o Liderança carismática transformacional e transacional. O líder carismático tem confiança nos seguidores e na similaridade de crenças. O líder transacional se comporta como um chefe, pautandosuas táticas na obediência às regras e no cumprimento das metas estabelecidas. Este tipo de líder não se preocupa em compreender as motivações de sua equipe ou em antecipar-se aos problemas, ele apenas segue o fluxo e cumpre demandas. O líder transformacional caracteriza- se por uma situação em que os líderes e seguidores se motivam mutuamente, o que aumenta o grau de conscientização e envolvimento, despertando fortes emoções e mudanças e os valores são compartilhados na cultura da empresa (BURNS, 1978 apud LIMONGI-FRANÇA, 2006, p. 65). FONTE: Robbins (1998) e Limongi-França (2006) 55Desenvolvimento Pessoal e Organizacional 5 NOVOS PERFIS DE LIDERANÇA Novos tempos. Novos caminhos. O momento é de mudança em muitas esferas e a organizacional é uma delas. Tais mudanças impactam na expectativa dos membros, nas tarefas desempenhadas e no desempenho dos líderes, que precisam incorporar e desenvolver um novo perfil, diferenciando-se do velho “gerente”, como mostra o quadro a seguir, adaptado de Limongi-França (2006). QUADRO 1 – Perfis de liderança Velho “gerente” Novo “líder” Controlador Facilitador Frio Emocional – otimista – sabe ser feliz no trabalho Voltado para a tarefa Relacional Reativo Proativo Programado Criativo e inovador Soluções em curto prazo Visão estratégica do negócio Foco nos processos Gera resultados Mantém disciplina dos subordinados Cultiva o comprometimento dos subordinados e se preocupa com o amadurecimento da equipe Comportamento individual Valoriza as ações em equipe Mais adequado em situações de maior estabilidade Mais adequado em situações mais turbulentas, complexas e com maior volume e grau de mudanças – flexibilidade FONTE: Limongi-França (2006) 56 Rossana Cristine Floriano Jost No entanto, o novo perfil de líder requer também um novo perfil de empresa, cujas características são elencadas por Limongi-França (2006, p. 80) a partir de Albuquerque e Dutra (2001): Aumento da importância da liderança organizacional. Novas arquiteturas organizacionais e de negócios. Poder organizacional descentralizado. Globalização. Influência de diversos atores da organização – maior complexidade organizacional.Aumento da qualificação e do nível de informação do trabalhador. Aumento da turbulência ambiental. Se as circunstâncias mudaram, uma empresa mais sensível a essas mudanças oferece o espaço adequado para que o líder se desenvolva e coloque em prática suas características. A empresa agradece. 6 TOMADA DE DECISÃO A tomada de decisão é um processo racional no qual o líder faz escolhas consistentes visando o melhor cenário dentro das limitações da situação em questão. Uma vez que o problema foi definido, é necessário que se definam os critérios dessa decisão, essenciais para a solução do problema (ROBBINS, 2000, p. 57). 6.1 ETAPAS DO PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO 1. Definir o problema; 2. Identificar os critérios de decisão; 57Desenvolvimento Pessoal e Organizacional 3. Pesar critérios de decisão; 4. Gerar alternativas; 5. Classificar cada alternativa segundo cada critério; 6. Calcular a decisão ótima. As pessoas percebem cada situação de forma diferente dentro do processo da resolução de problemas, pois incertezas e riscos surgem a todo instante. No entanto, cabe ao líder ponderar os riscos e fazer uma escolha que traga menos impactos à equipe e à empresa. 6.2 O LÍDER E A TOMADA DE DECISÃO Diante de um cenário de tomada de decisões, Robbins (2000, p. 36) faz alguns questionamentos, tais como: (i) de que forma os líderes identificam o problema? (ii) quando um grupo é melhor do que um único indivíduo para a tomada de decisões? (iii) como os líderes fazem uma apreciação em condições de incerteza? Líderes são agentes de promoção de mudança, assumindo a responsabilidade pelo processo e pelas decisões tomadas. O direcionamento e seus resultados serão ações pensadas, pois é mais saudável e estimulante quando os líderes planejam e executam as mudanças. 6.3 PROCESSO DECISÓRIO DAS LIDERANÇAS Em última análise, um líder é julgado pelo desempenho da sua organização e isso depende de muitos fatores de maior ou menor peso (TICHY; BENNIS, 2009). Cada um desses fatores exige discernimento, ou seja, o líder deve se basear no maior número de dados possíveis para decidir o que e quando fazer o que deve ser feito. Os autores também comentam que grande parte das publicações sobre o assunto culmina em um único momento quando os líderes tomam a decisão. Eles, por sua vez, abordam o processo decisório sobre o qual o discernimento acompanha seu desenrolar. O sucesso de um líder depende de “quão bem ele administra todo o processo e não apenas daquele único momento no qual realiza a tomada de decisão” (TICHY; BENNIS, 2009, p. 299). A tomada de decisão, de acordo com esses autores, é constituída por 3 tipos de critérios que abrangem várias dimensões, quais sejam: 6.3.1 Critério com Relação ao Tempo Bons líderes se autocorrigem, repetindo fases anteriores para acertar os erros ou fazer ajustes. O critério com relação ao tempo ainda é dividido em 3 fases, nem sempre lineares: ▪ Preparação: o que acontece antes de o líder tomar uma decisão. ▪ Tomada de decisão: o que o líder faz ao tomar uma decisão e que lhe ajuda a acertar. ▪ Execução: o que líder deve supervisionar para assegurar resultados desejados. 58 Rossana Cristine Floriano Jost 6.3.2 Critério com Relação ao Âmbito Tichy e Bennis (2009, p. 300) identificaram 3 âmbitos cruciais nos quais se exige que sejam feitas as tomadas de decisão mais importantes: ▪ Juízos decisórios referentes a pessoas; ▪ Juízos decisórios referentes à estratégia; ▪ Juízos decisórios em tempo de crise. 6.3.3 Critério com Relação aos Constituintes O líder deve interagir com diferentes constituintes, como seus relacionamentos, e gerenciar essas relações para transformá-las em tomadas de decisão de sucesso. Para aperfeiçoar esse processo, ele também deve utilizar essas interações para ajudar outros a aprenderem a tomar decisões de sucesso. Em verdade, o que conta é o que acontece de fato, quais são as consequências e, sobretudo, se as decisões tomadas impactaram de forma positiva na organização (TICHY; BENNIS, 2009). É importante entender que o líder pode cometer erros e ainda assim contribuir com a organização, se for aberto e permitir-se aprender com a autocorreção. Não se espera que o líder acerte na primeira tentativa. Ele pode voltar a estágios anteriores ao processo de tomada de decisão, para acertar os possíveis desvios. Isso tem nome: “refazer do processo” (TICHY; BENNIS, 2009, p. 302). O sucesso de um juízo não se mede pela sua lógica; é só o resultado que importa (TICHY; BENNIS, 2009, p. 302). No entanto, reconhecer as limitações para execução durante o processo decisório é tão importante quanto estar convicto sobre uma estratégia inovadora. O desafio aqui é produzir resultados mantendo a integridade e a coragem, concluem os autores. 7 LIDERANÇA, TOMADA DE DECISÃO E SEU PROJETO DE VIDA Se você fosse a um médico de sua escolha, você preferiria um mais experiente ou um mais novato? Nós já sabemos sua resposta. É claro que depositaríamos nossa vida nas mãos de alguém que já atendeu centenas de casos e não nas mãos de alguém que recém entrou na residência e que irá utilizar nosso caso para desenvolvimento de seu próprio conhecimento. Tal qual o exemplo de Tichy e Bennis (2009), a liderança também se estrutura na experiência de vida. Muitas pessoas parecem apresentar características inerentes de liderança (possuem traços de líder) e que permitem que o processo acima se desenvolva, naturalmente. Além disso, possuem discernimento das coisas e coragem para agir. 59Desenvolvimento Pessoal e Organizacional Contudo, os autores também explicam que o discernimento pode ser desenvolvido, quando se trata de um processo consciente, o que nos faz acreditar no potencial de cada pessoa para adquirir ou mesmoaperfeiçoar seu nível de discernimento. Portanto, torcemos para que você, por meio do autoconhecimento, desenvolva cada vez mais sua capacidade de discernimento, avaliando sua história e identificando as armadilhas e as oportunidades que seguramente apareceram, aparecem e aparecerão ao longo de sua vida. Com discernimento, certamente suas decisões serão mais acertadas, acredite. Esperamos que, na organização, você esteja muito preparado quando precisar fazer juízos decisórios inerentes ao seu cargo ou mesmo ao papel vivenciado no momento. Que você tenha uma visão de amplitude e consiga identificar a rede na qual sua decisão impactará, gerando conhecimento organizacional, engajando as pessoas de seu entorno e também preparando-as para tomarem decisões acertadas. Estamos sempre torcendo por você! 8 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL No seu dia a dia você se relaciona com quantas pessoas? Necessita conversar, obter ou transmitir informações, conseguir alguma ajuda, alcançar algum objetivo, trocar experiências, receber algum feedback? Isto só acontece no ambiente familiar ou em outros ambientes, tais como: no seu clube, na sua igreja, no futebol com os amigos, no bar, lanchonete ou no restaurante? E no seu ambiente de trabalho? Pois bem! Precisamos manter contato com pessoas o tempo todo, nos diversos ambientes que frequentamos; especialmente no nosso ambiente de trabalho. A esse contato constante, por motivos os mais diversos, chamamos relacionamento interpessoal, que a psicologia e a sociologia definem como uma forma de ligação, de conexão ou um vínculo entre duas ou mais pessoas, num determinado contexto (que envolve: ambientes, interesses, objetivos, necessidades etc.). Esse contexto inclui os ambientes de trabalho, o familiar, o religioso, o social, o educacional, o afetivo e todos os demais ambientes aos quais você se associa durante a sua vida. O relacionamento interpessoal no trabalho, que é o assunto desta Unidade, é muito complexo, pois relaciona o autoconhecimento, a empatia, a autoestima, a cordialidade, a ética e a comunicação; Cardozo e Silva (2014) afirmam que, como essa interação entre pessoas acontece num ambiente competitivo, é necessário conhecer e entender o comportamento humano dentro das organizações e compreender a importância da socialização no trabalho, pois é um grande desafio para o ser humano conciliar ternura, cordialidade e o cuidado à sua ocupação. Assim sendo, “conhecer pessoas, processos de grupos, cultura organizacional e o modo como esses processos interagem entre si, passou a ser uma exigência essencial de qualquer gestor que almeje sucesso no mundo dos negócios e das organizações” (QUADROS; TREVISAN, 2009, p. 15 apud CARDOZO; SILVA, 2014, p. 25). 60 Rossana Cristine Floriano Jost Você já deve ter percebido a importância de relacionar-se bem com os outros, em especial no ambiente de trabalho; deve ter percebido também que fazer isso, sempre, é muito mais difícil do que parece e, às vezes, até quase impossível. No ambiente extremamente competitivo das organizações, apesar de ser impossível agradar a todos o tempo todo, devemos fazer um esforço para tornar o convívio com todos o mais agradável possível, na maior parte do tempo. É impossível viver “numa ilha” organizacional, sempre precisaremos alcançar alguma meta ou objetivo que dependerá da colaboração ou participação de outra pessoa; portanto, é essencial para o seu sucesso desenvolver um relacionamento adequado ao ambiente de trabalho. No ambiente de trabalho, geralmente, não temos a opção de escolher nosso chefe, nossos colegas, nossos subordinados e as demais pessoas com quem compartilharemos nosso tempo e nossas atividades; essas pessoas podem ter objetivos e interesses completamente diferentes e, às vezes, conflitantes; além dos interesses e objetivos da organização que, com frequência, se sobrepõem aos individuais. Assim sendo, conviver de maneira harmoniosa, colaborativa, cordial e ética é uma necessidade e uma exigência se queremos obter sucesso e realização na função, na profissão e na vida pessoal. Entender os processos que permitam melhorar o seu relacionamento interpessoal é uma das chaves para alcançar esse sucesso e realização. A melhora do seu relacionamento interpessoal começa com a adequação do seu relacionamento intrapessoal, isto é, o seu autoconhecimento. Conhecer suas limitações, suas dificuldades, suas fraquezas e desenvolver ações para minimizá-las trará significativa evolução do seu relacionamento com os outros ao melhorar o seu relacionamento consigo mesmo. Desenvolver esse conhecimento e buscar alternativas de mudanças é uma função da chamada competência interpessoal, que, segundo Moscovici (1985, p. 27 apud CARDOZO; SILVA, 2014, p. 29), “é a habilidade de lidar eficazmente com as relações interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada uma e às exigências da situação”. Portanto, desenvolver competência interpessoal é o caminho para uma interação mais adequada entre as diferentes pessoas que integram o ambiente organizacional. Carvalho (2009) afirma que “os seres humanos são essencialmente seres sociais, instintivamente motivados por uma necessidade de se relacionar; e é nessa interação que descobrem suas próprias capacidades e as exercitam” (CARVALHO, 2009, p. 72 apud CARDOZO; SILVA, 2014, p. 29). Ou seja, o relacionamento deve possibilitar que as pessoas descubram seu potencial e o coloque em ação. “A competência interpessoal é revelada na relação indivíduo-indivíduo e nas relações indivíduo-grupo(s)” (RODRIGUES et al., 2001, p. 124 apud CARDOZO; SILVA, 2014, p. 31). Esta afirmação do autor ajuda a compreender a importância das relações interpessoais para a convivência do grupo e a sua motivação para buscar os resultados e metas que o grupo busca. Relacionar-se é inevitável e essencial para qualquer finalidade de um grupo, ou como afirmam Leitão et al. (2006, p. 896 apud CARDOZO; SILVA, 2014, p. 31) “as relações entre indivíduos são interações cooperativas, diretas ou indiretas, ou não seria possível a sobrevivência dos sistemas sociais”. Como dissemos no início deste tópico, o relacionamento interpessoal se relaciona com autoconhecimento, empatia, autoestima, cordialidade, ética e comunicação; vamos entender um pouco mais cada um deles e sua ligação com o relacionamento interpessoal: 61Desenvolvimento Pessoal e Organizacional 8.1 AUTOCONHECIMENTO O autoconhecimento, segundo a Psicologia, significa o conhecimento que um indivíduo tem sobre si mesmo. A busca de se conhecer melhor faz com que a pessoa tenha mais controle sobre suas emoções, sejam elas positivas ou negativas. Esse controle emocional promovido pela prática do autoconhecimento ajuda a evitar sentimentos de frustração, de inquietação, de ansiedade, instabilidade emocional, problemas com sua autoestima etc., proporcionando maior bem-estar ao indivíduo e possibilitando que ele possa enfrentar com mais tranquilidade os seus diversos problemas no cotidiano. Quinn et al. (2003) afirma que o líder gerencial – o gestor – desempenha oito papéis gerenciais nas organizações: mentor, inovador, negociador, produtor, diretor, coordenador, monitor e facilitador. Cada um desses papéis exige um conjunto de competências. O papel de mentor, por exemplo, exige, entre outras, as competências: compreensão de si próprio e dos outros (autoconhecimento e empatia) e comunicação eficaz. Para o autor, mentores serão bem-sucedidos se possuírem uma certa dose de compreensão de si mesmos e dos outros, pois cada indivíduo é diferente do outro e necessitará de competências específicas para realizar uma tarefa – cabe ao mentor identificar as habilidades de cada funcionário e avaliar a contribuição de cada um para a organização (QUINN et al., 2003, p. 33). O autor cita ainda que pesquisas identificaram executivos – a quem ele chamou de “executivos fora dos trilhos” – que, apesar do sucesso, não realizaram todo o seu potencial,devido a traços pessoais que inicialmente pareciam virtudes, mas, levadas ao extremo, converteram-se em falhas: Executivos Fora dos Trilhos 1. Insensíveis aos demais; abrasivos e intimidadores; 2. Excessivamente exigentes; 3. Não se dispõem a escutar os outros; 4. Intolerantes à dissenção – incapazes de conviver com pessoas de stilos diferentes; 5. Assumem o crédito por sucessos; 6. Atribuem a terceiros a culpa por fracassos; 7. Frios, altivos e arrogantes; 8. Indignos de confiança; 9. Estilo ditatorial. FONTE: Quinn et al. (2003, p. 32, adaptado) 8.2 EMPATIA Para Krznaric (2015), a empatia “é a arte de se colocar no lugar do outro por meio da imaginação, compreendendo seus sentimentos e perspectivas e usando essa compreensão para guiar as próprias ações”. Portanto, para o autor, a empatia é diferente de compaixão – como piedade ou o sentimento de pesar por alguém, pois estas não envolvem a tentativa de compreender as emoções ou o ponto de vista da outra pessoa. A empatia também é diferente da Regra de Ouro, “faça para os outros o que gostaria que eles fizessem para você”, pois a regra supõe que seus próprios interesses coincidem com os deles; os gostos são diferentes. A empatia é uma questão de descobrir esses gostos diferentes (KRZNARIC, 2015, p. 6). 62 Rossana Cristine Floriano Jost Ser empático é tentar entender o outro, seus sentimentos, suas emoções, seus conflitos e dificuldades, e desta forma promover um relacionamento mais saudável, para ambos. Krznaric (2015) identificou os seis hábitos das pessoas extremamente empáticas: Krznaric (2015) identificou os seis hábitos das pessoas extremamente empáticas:Hábito 1: Acione seu cérebro empático Mudar nossas estruturas mentais para reconhecer que a empatia está no cerne da natureza humana e pode ser expandida ao longo de nossas vidas. Hábito 2: Dê o salto imaginativo Fazer um esforço consciente para colocar-se no lugar de outras pessoas – inclusive no de nossos “inimigos” – para reconhecer sua humanidade, individualidade e perspectivas. Hábito 3: Busque aventuras experienciais Explorar vidas e culturas diferentes das nossas por meio de imersão direta, viagem empática e cooperação social. Hábito 4: Pratique a arte da conversação Incentivar a curiosidade por estranhos e a escuta radical, e tirar nossas máscaras emocionais. Hábito 5: Viaje em sua poltrona Transportarmos-nos para as mentes de outras pessoas com a ajuda da arte, da literatura, do cinema e das redes sociais na internet. Hábito 6: Inspire uma revolução Gerar empatia numa escala de massa para promover mudança social e estender nossas habilidades empáticas para abraçar a natureza. FONTE: Krznaric (2015, p. 9, adaptado) Empatia na prática: Papai uma vez olhou para uma linha de montagem onde só trabalhavam mulheres e pensou: “Elas são todas como minha própria mãe – têm filhos, lares para cuidar, pessoas que precisam delas”. Isso motivou-o a trabalhar duro para lhes dar uma vida melhor porque via sua mãe em todas elas. Foi assim que tudo começou – com respeito fundamental a empatia (Bob Galvin – diretor executivo, falando de seu pai, fundador da Motorola). FONTE: Cooper (1997, p. 76, adaptado) 63Desenvolvimento Pessoal e Organizacional Aos 26 anos de idade; Patrícia Moore “modelo empático” e transformada em uma senhora de 85 anos de idade. Se você quer compreender exatamente o que significa dar o salto imaginativo da empatia, permita que eu lhe apresente Patrícia Moore, uma figura pioneira para os ativistas empáticos de hoje. Em 1979, Moore trabalhava como designer de produtos na mais importante empresa de Nova York, a Raymond Loewy, responsável pela criação da sinuosa garrafa de Coca-Cola e pela icônica logomarca da Shell. Com 26 anos e recém-formada na faculdade, ela era a única designer do sexo feminino entre 350 homens no escritório em Manhattan. Durante uma reunião de planejamento com o propósito de promover ideias para um novo modelo de geladeira, fez uma pergunta simples: “Não poderíamos projetar a porta de tal maneira que uma pessoa com artrite pudesse abri-la com facilidade?” Um de seus colegas mais velhos virou-se para ela e respondeu com desdém: “Pattie, não projetamos para essas pessoas”. A jovem ficou furiosa. O que ele queria dizer com “essas pessoas”? Exasperada com a resposta do colega, ela decidiu conduzir o que veio a ser um dos mais radicais experimentos sobre empatia do século XX. Iria descobrir como era ser uma mulher de 85 anos. “Eu não queria ser apenas uma atriz fingindo ser uma pessoa idosa”, disse-me ela, “queria uma verdadeira imersão da personagem, uma personagem empática, através do qual eu pudesse realmente me pôr na pele de outra pessoa”. Assim, com a ajuda de um maquiador profissional, Moore se transformou. Aplicou sobre o rosto camadas de látex que a fizeram parecer velha e enrugada, usou óculos velados que lhe borravam a visão, obstruiu os ouvidos de modo a não poder ouvir bem, colocou suspensórios e enrolou bandagens em volta do torso para ficar encurvada, prendeu nos braços e pernas talas que a impediam de flexionar seus membros e arrematou o disfarce com sapatos desiguais que a obrigavam a ter um andar trôpego e precisar de uma bengala. Agora estava pronta. Entre 1979 e 1982, Moore visitou mais de cem cidades da América do Norte encarnando seu personagem, com o objetivo de entender o mundo à sua volta e descobrir quais eram os obstáculos cotidianos que os idosos enfrentavam e como eles eram tratados. Tentou subir e descer escadas íngremes de metrô, viajar em ônibus lotados, empurrar portas pesadas de lojas de departamentos, atravessar ruas movimentadas antes que o sinal fechasse para pedestres, usar abridores de latas e, é claro, abrir geladeiras. O resultado dessa imersão? Moore levou o design internacional de produtos para uma direção completamente nova. Com base em suas experiências, foi capaz de projetar uma série de produtos inovadores que se prestavam a ser usados por pessoas idosas, inclusive aquelas com mãos artríticas. Uma de suas invenções foi uma linha de descascadores de batatas e outros utensílios de cozinha com grossos cabos de borracha, que agora podem ser encontrados em quase toda casa. Ela é considerada a fundadora do design “inclusivo” ou “universal”, em que produtos são projetados para pessoas com todos os tipos de deficiência, quer tenham 5 ou 85 anos. Moore foi além, transformando-se numa especialista no campo da gerontologia e numa influente militante pelos direitos dos cidadãos idosos: ela contribuiu para a aprovação da Lei dos Americanos Portadores de Deficiências (ADA, na sigla em inglês). Ao longo de toda a sua carreira, foi motivada mais pelo desejo de melhorar a vida de outras pessoas do que pelos atrativos do sucesso financeiro. Agora na casa dos sessenta anos, seu mais recente projeto é o planejamento de centros de reabilitação nos quais soldados americanos que retornam do Afeganistão e do Iraque com membros amputados ou lesões cerebrais possam reaprender a viver de maneira independente, praticando as mais diversas atividades, da compra de alimentos ao uso de um caixa eletrônico. 64 Rossana Cristine Floriano Jost Moore tornou-se famosa por seu “modelo empático”, que inspirou toda uma geração de designers, que agora reconhecem a importância de tentar olhar através dos olhos das pessoas que usarão os produtos que criam. “O design universal é movido pela empatia”, diz ela, “uma compreensão de que o tamanho único não serve para todos – e foi em torno disso que toda a minha carreira girou”. Seu experimento de viagem no tempo através de gerações é uma referência para “empatistas” do futuro. O esforço para olhar através dos olhos do outro pode ser pessoalmente desafiador – e, por vezes, extremamente divertido –, mas tem também extraordinário potencial como uma força para a mudança social. FONTE: Krznaric (2015, p. 8, adaptado) 8.3 AUTOESTIMA A autoestima pode ser definida como a opinião sobre si mesmo (autoconceito),e o valor ou sentimento que se tem de si mesmo (amor próprio, autovalorização), além dos demais comportamentos e pensamentos que demonstrem a confiança, segurança e valor que o indivíduo dá a si (autoconfiança), nas relações e interações com outras pessoas e com o mundo. Vários fatores podem contribuir para que a pessoa tenha elevada autoestima (elogios verdadeiros, apoio, reconhecimento, valorização, autoconhecimento) ou uma baixa autoestima (críticas, rejeições, humilhações, abandono, desvalorizações e perdas.). Uma autoestima elevada contribui para o melhor desempenho de um indivíduo, enquanto que uma baixa autoestima apoiará comportamentos que reduzem o desempenho, tais como procrastinação, ausência ao trabalho etc. Entender esses mecanismos contribui para que o gestor tenha atitudes que promovem a autoestima de sua equipe e consiga, assim, melhorar o desempenho de seus membros. 8.4 CORDIALIDADE Segundo Aurélio (2018), o termo cordial significa conforto; verdadeiro; que conforta o coração; afetuoso; amigável. E define cordialidade como “familiaridade em que há franqueza e amizade verdadeira”. Podemos assim entender cordialidade como a ação de ser cordial, afetuoso, amigável e verdadeiro. A cordialidade desperta no outro um sentimento de acolhimento e de franqueza, contribuindo para um relacionamento interpessoal que constrói laços mais fortes entre as pessoas e as torna mais disponíveis para ouvir e falar abertamente sobre suas necessidades, interesses e aspirações. 65Desenvolvimento Pessoal e Organizacional 8.5 ÉTICA Ética, para Chiavenato (2005), é o conjunto de princípios morais ou valores que define o que é certo ou errado para uma pessoa, um grupo ou, ainda, uma organização; o comportamento ético acontece quando os membros aceitam e seguem seus princípios e valores. Ao mesmo tempo, a organização encoraja seus membros a comportar-se eticamente, de maneira que sirvam de exemplo para as demais organizações. O autor ainda salienta que o comportamento antiético ocorre quando as pessoas violam os princípios aceitos como corretos e adequados à atividade organizacional. As empresas almejam ser vistas como empresas éticas, pois, como afirma Chiavenato (2005), dirigentes éticos alcançam sucesso a partir de práticas administrativas caracterizadas por equidade e justiça. Sem a ética, as organizações não podem ser competitivas, seja no nível nacional ou internacional. O autor ainda reconhece que muitas organizações têm seu próprio código de ética para orientar e guiar o comportamento de seus parceiros, pois o código de ética funciona como uma declaração formal, que representa um guia para a tomada de decisões e demais ações dentro de uma organização. Apesar disso, são relativamente frequentes casos públicos de dirigentes de empresas que desrespeitam seus códigos de ética, com graves consequências para a imagem dessas empresas diante de seus clientes, fornecedores e toda a sociedade. O entendimento e o respeito às questões éticas são essenciais para a saúde do relacionamento interpessoal. 8.6 RELACIONAMENTO INTERPESSOAL E O SEU PROJETO DE VIDA O desenvolvimento de um relacionamento interpessoal que contribua para o seu sucesso, pessoal e profissional, deve ser sua meta constante; a busca do autoconhecimento – entender suas fraquezas e minimizá-las; compreender suas limitações e respeitá-las; aprender a controlar suas emoções no cenário complexo e exigente das organizações – a busca pela atitude empática; a construção da sua elevada autoestima; o desenvolvimento constante de comportamento ético, somado ao hábito da cordialidade, ajudarão a construção da sua rede de relacionamento e o seu sucesso profissional. Busque sempre desenvolver e fortalecer relacionamentos baseados nesses fortes atributos para que seja respeitado como líder nas suas relações sociais e de trabalho. Sua primeira e principal função como líder é controlar sua própria energia e depois harmonizar a energia dos que o cercam (Peter F. Drucker). FONTE: Cooper (1997, p. 41, adaptado) 66 Rossana Cristine Floriano Jost 9 COMUNICAÇÃO Imagine a seguinte situação: “Atenção Voo 753, aqui é a torre de controle de Jurubeba. Vire à esquerda...” Entendido, torre, iniciando procedimento. A circunstância acima poderia ser absolutamente normal, se a orientação que partiu da torre de controle não estivesse equivocada. Em verdade, era para ser “volte à esquerda”. Bem, você deve imaginar o final desta história, não é? (ROBBINS, 1998, p. 196). Agora, imagine mais uma situação: Então, Dona Maria, a senhora deverá tomar apenas um comprimido por dia deste remédio, durante os próximos 15 dias. Depois, volte aqui, certo? Tenha um bom dia! Aqui está, Dona Maria, seu remédio, conforme pediu: 3 frascos de 30 comprimidos. Qual a diferença entre as duas situações? Na primeira, podemos notar que o controlador se enganou ao passar os comandos, o que representou um grave acidente 67Desenvolvimento Pessoal e Organizacional de avião, que fez o jato bater em uma montanha, matando 146 pessoas, em 1980, em um voo da Dan Air de Manchester (ROBBINS, 1998, p. 196). A segunda situação representa o entendimento errado da paciente com relação à posologia do remédio. A orientação do médico era para tomar um comprimido por dia, durante 15 dias. O natural seria comprar somente o que ela iria efetivamente consumir, ainda que o frasco contivesse mais comprimidos que o prescrito. Neste caso, quando Dona Maria completasse a metade da cartela, deveria parar o consumo do remédio e voltar ao médico. Essa era a verdadeira prescrição. Felizmente, este caso é fictício, mas não incomum. Quantas pessoas não entendem o vocabulário complicado que alguns médicos ainda insistem em usar e acabam fazendo confusão nas instruções, comprometendo o tratamento? Sem contar que qualquer forma errônea de posologia do remédio pode colocar o paciente em risco de vida, não é? Tanto no caso do voo quanto no caso da Dona Maria, estamos falando de comunicação interpessoal, ou seja, comunicação entre pessoas, um processo cotidiano, mas com sérias implicações no mundo do trabalho. Uma comunicação ineficiente pode resultar em danos, muitas vezes irreversíveis, às pessoas. Nos exemplos acima, o fato gerador foi um “pequeno” equívoco de comunicação. O primeiro, o equívoco partiu do emissor da mensagem (torre de comando). O segundo, do receptor da mensagem (Dona Maria). Obviamente, isso pode acontecer com qualquer pessoa, em qualquer circunstância. Este tópico pretende apresentar os principais aspectos da comunicação, detalhando as fases deste processo. Além disso, busca ajudá-lo a compreender as formas de comunicação interpessoal nas empresas e auxiliá-lo na identificação de deficiências de comunicação e minimização de suas implicações nas relações de trabalho, o que pode ajudá-lo em muito no seu caminho profissional. Então, receba esta mensagem com muita atenção: mãos à obra! 9.1 O QUE É COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL? “Eu não disse que não disse isso. Eu disse que não disse que disse isso. Quero deixar isso bem claro” (ROMNEY apud ROBBINS, 1998, p. 195). A interação com outras pessoas é uma das principais necessidades do ser humano, ainda mais quando se trata do ambiente de trabalho. É preciso se comunicar com os superiores, com os colegas, com a equipe, com os clientes, com os fornecedores etc., o que pode representar um grande diferencial para uma carreira de sucesso. Comunicação interpessoal, de acordo com Robbins (1998, p. 197), é uma transferência de significado entre duas partes, de maneira a viabilizar a troca de informações e ideias. É uma espécie de intercâmbio de informação, como explica Lacombe (2012, p. 170): a comunicação é “a própria essência de um sistema social ou de uma organização”. 68 Rossana Cristine Floriano Jost Comunicação é muito mais do que simplesmente emitir uma mensagem: ela deve ser compreendida. Em outras palavras, faz parte da comunicação tanto a transferênciacomo a compreensão do significado (ROBBINS, 1998, p. 197). É claro que, quando falamos sobre comunicação, não estamos nos limitando somente à fala. Ela pode assumir outras formas, como memorandos, e-mails, boletins, apresentações visuais, símbolos e mensagens não verbais, como expressões faciais, gestos, roupas, postura corporal etc. Contudo, independentemente da forma como se produz a comunicação, seja assíncrona ou em tempo real, é indispensável que esta seja da melhor qualidade, isto é, ela deve ser fluída. A comunicação se configura, portanto, como um processo contínuo, que envolve transmissão e recepção de conteúdos emocionais e intelectuais, cujas etapas serão detalhadas a seguir. 9.2 O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO Podemos entender o processo de comunicação como uma sequência de etapas em determinada ordem (HUCZYNSKI; BUCHANAN, 2001; VECCHIO, 2008; ROBBINS, 1998; LACOMBE, 2012). A ordem destas etapas é muito importante, na medida em que qualquer inversão, lacuna ou distorção – provocadas ou não pelos filtros de percepção das pessoas – podem comprometer o resultado final: uma comunicação de qualidade. Mas o que significa comunicação de qualidade? Poderíamos entender por uma comunicação de qualidade o seguinte: o emissor idealiza a mensagem e a transmite ao receptor. Este, por sua vez, entende tal qual A mensagem começa com uma ideia. 69Desenvolvimento Pessoal e Organizacional a forma original. Em outras palavras, o receptor entendeu o que o emissor quis dizer, exatamente como este a idealizou inicialmente. Então o receptor dá um feedback ao emissor – ele responde à mensagem em seguida ou mesmo depois de um certo tempo. Em uma comunicação ideal, ninguém fica falando sozinho, as pessoas escutam umas às outras. Já pensou em um mundo com uma comunicação perfeita entre as pessoas? Entretanto, a realidade é um tanto quanto diferente disso, pois o processo de comunicação é frequentemente sujeito a distorções. O intervalo entre as duas pontas – codificação da mensagem pelo emissor e decodificação da mensagem pelo receptor – pode estar sujeito a inúmeras falhas, sobretudo porque toda a troca de informação é complexa e carregada de conteúdo emocional (ROBBINS, 1998; COHEN; FINK, 2003; LACOMBE, 2012). Comunicação é um processo propenso a erros (HUCZYNSKI; BUCHANAN, 2001, p. 181; LACOMBE, 2012). 9.2.1 Componentes do Processo de Comunicação O esquema a seguir, adaptado de Huczynski e Buchanan (2001, p.180), apresenta as várias etapas do processo da comunicação. 70 Rossana Cristine Floriano Jost FIGURA 3 – Processo da comunicação Codificação Canal Decodificação Emissor Mensagem Receptor Feedback Filtros de percepção da pessoa – emissor Filtros de percepção da pessoa – receptor FONTE: Huczynski e Buchanan (2001, p. 180, adaptado) O processo da comunicação se inicia a partir de algo idealizado (ideia-pensamento) pelo emissor que a codifica, de acordo com suas percepções – história de vida, experiências, visão de mundo, aquilo que esperamos perceber ou ver ou, ainda, ouvir (LACOMBE, 2012). O emissor é a fonte que busca um canal para produzir algo concreto – a mensagem, retornam Huczynski e Buchanan (2001). Antes de chegar ao destino, os símbolos da mensagem são decodificados, ou seja, traduzidos da forma entendível pelo receptor, que é o destino final da mensagem. Se o receptor entender a mensagem tal qual ela foi idealizada pelo emissor, então houve uma comunicação efetiva. Outro aspecto importante a se pontuar é o fato de que nós não recebemos a mensagem de maneira passiva. Nós a processamos, a interpretamos, de modo a devolvê-la ao sistema (ROBBINS, 1998). Esta “devolução” é conhecida como feedback. Em outras palavras, feedback é a verificação do sucesso da transmissão da mensagem, sobretudo se ela se mantém exatamente como pretendida pelo emissor. O feedback vai determinar se o nível de compreensão da mensagem foi alcançado. 10 FORMAS DE COMUNICAÇÃO NA EMPRESA Em uma organização, podemos encontrar várias formas de comunicação, como ordens aos subordinados, prestação de contas aos superiores, orientações para determinada atividade, sugestões, chamadas oficiais da empresa para os funcionários, queixas dos subordinados, relações com os sindicatos, entre muitas outras (LACOMBE, 2012). 71Desenvolvimento Pessoal e Organizacional O conjunto destas formas de comunicação compõem o ambiente interno da empresa, intimamente ligado à cultura organizacional que norteia a forma como são efetuadas as comunicações como um todo. Tais formas podem seguir por uma vertente verbal ou não verbal, assunto dos próximos tópicos. 10.1 COMUNICAÇÃO VERBAL A palavra verbal, segundo Huczynski e Buchanan (2001), significa “em palavras” que podem ser faladas ou escritas, como por exemplo, expressões de acordos verbais ou advertências verbais. Mas o mais importante é entender que a maioria das comunicações envolve a troca de informações, ou melhor, uma troca de significado. Os autores apontaram algumas maneiras de conseguir a informação que desejamos, por meio de algumas técnicas de questionamento. Eles rotularam os métodos de controle da conversação como modo de facilitar a análise de nossa maneira de interagir verbalmente com as outras pessoas, de forma a torná-la mais efetiva. QUADRO 2 – Comunicação verbal – técnicas de questionamento Tipo de questão Exemplo Utilização Fechada Você gostou do filme? Obter uma resposta simples de sim ou não, uma informação concreta. Isso serve para estabelecer o controle da conversação de forma mais fácil. Aberta O que você achou do filme? Para iniciar um assunto e continuar com o diálogo. Um modo de fazer a outra pessoa falar. Profundidade Você pode me falar mais sobre isso? Dar seguimento a uma questão aberta, para conseguir mais informações e demonstrar interesse. Afirmação Reflexiva Você achou que a atuação dos protagonistas foi fraca? Para demonstrar interesse e preocupação, para encorajar a pessoa a falar sobre seus sentimentos. Múltipla O que você achou do filme? Os protagonistas não foram excelentes nos seus papéis? Você achou que o final foi repentino? Nenhuma utilidade. Confunde as pessoas. Condutora Então, você não viu alguém saindo daquela casa? Conseguir a resposta que se deseja ouvir. Hipotética O que aconteceria se.... Estimular o pensamento criativo em algumas circunstâncias. FONTE: Huczynski e Buchanan (2001, p. 185, adaptado) 72 Rossana Cristine Floriano Jost De acordo com o quadro elaborado pelos autores, é importante inicialmente que se diferencie as questões fechadas das abertas. As fechadas são utilizadas para obter respostas objetivas, simples e concretas, ou seja, sim ou não. As abertas são subjetivas e convidam as pessoas a falarem, a “soltar” a informação. Vamos fazer um exercício? Diferencie as respostas para estas duas questões: A – Você quer jantar comigo esta noite? B – O que você fará esta noite? Ambas as questões têm prós e contras, ou melhor, são efetivas dependendo da situação. As questões fechadas são mais limitadas, enquanto as abertas permitem maior expressão. Se o propósito de uma conversa (que pode ser, inclusive, uma pesquisa) é fazer a outra pessoa revelar informações, então as questões abertas são mais adequadas. Mas, em outras situações, em que seja necessário respostas mais objetivas, reais, imparciais e comprovadas, as questões fechadas são mais efetivas. Aliás, se nossa intenção é uma resposta objetiva e, por ventura, perguntarmos algo mais amplo e que leve a pessoa a falar bastante, imagine o tempo perdido com informações até irrelevantes. Huczynski e Buchanan (2001) explicam que as questões fechadas quando usadas, em um primeiro momento, podem dar o “tom” da conversa, ou seja, elas podem sinalizar o rumo a seguir. Em uma entrevista de emprego, por exemplo, é comum o entrevistador iniciar com algumas perguntas fechadas,podendo abrir ao longo da entrevista. As questões de profundidade nada mais são que outro tipo de questão aberta, na qual se mostra interesse no que a pessoa está falando. Isso incentiva a pessoa falar cada vez mais, liberando as informações que se deseja. Aqui é importante usar muita sensibilidade e sabedoria para explorar o conteúdo da fala desta pessoa – emissor da mensagem – para conseguir cada vez mais detalhes sobre o assunto em questão. Ademais, é muito bom quando recebemos a oportunidade de sermos ouvidos, quando a pessoa – receptor da mensagem – demonstra interesse ao que falamos, não é? Já as questões reflexivas, que também podem ser afirmações, são maneiras importantes para manter a sintonia entre o emissor da mensagem e o receptor, bem como incentivar as pessoas a expressarem seus sentimentos e emoções, o que pode acontecer ou não de forma verbal. Neste tipo de comunicação, a sensibilidade ganha força total. Há de se tê-la, sobretudo quando a pessoa entra em um estado reflexivo e é capaz de verbalizar o que está sentindo. Silêncio, respeito, delicadeza são ingredientes fundamentais neste tipo de comunicação. Por fim, as questões múltiplas e condutoras são raramente usadas pelos entrevistadores. Elas são típicas da mídia, como por exemplo, debates políticos, nos quais os candidatos são questionados sobre seus pontos de vista, suas plataformas de governo e também quando questionam os oponentes. O objetivo é provocar confusão, desorganizando o roteiro (se é que existe) programado previamente. Um exemplo que vale bem para as questões condutoras é um típico interrogatório policial, que busca confrontar respostas e depoimentos. 73Desenvolvimento Pessoal e Organizacional As questões hipotéticas podem ser usadas para estimular a criatividade, por exemplo, em um processo seletivo de alguma vaga, situações deste tipo podem ser criadas para avaliar a atuação, postura e criatividade do candidato. Solte a imaginação! Mas a comunicação também acontece sem as palavras, utilizando o corpo como recurso, um assunto detalhado no próximo tópico. 10.2 COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL A comunicação não verbal é um processo de codificar significados por meio de comportamentos, como expressões faciais, gestos e postura corporal, não envolvendo o uso de palavras (HUCZYNSKI; BUCHANAN, 2001, p. 189). Sim! É uma comunicação sem palavras! Quando interagimos com outras pessoas “cara a cara”, constantemente enviamos e recebemos mensagens através do corpo e que podem ser adotadas até de forma inconsciente. A comunicação não verbal, em verdade, acompanha a comunicação verbal. A conta é muito simples: nós costumamos transmitir informações objetivas, primeiramente por meio de comportamentos verbais. Depois, transmitimos o vigor de nossos sentimentos e emoções, por meio de representações físicas de nosso corpo. Tais representações também transmite significados que, se entendidos fielmente pelo receptor, criam uma comunicação não verbal de qualidade. 74 Rossana Cristine Floriano Jost Por exemplo, em uma reunião de trabalho, quando uma pessoa termina de falar alguma coisa, há um silêncio e, logo em seguida, outra pessoa toma a palavra, continuando o assunto. Isso pode significar concordância, amizade, controvérsia ou mesmo antipatia, o que, de certa maneira, “molda” a resposta do receptor da mensagem, explicam Huczynski e Buchanan (2001). Em uma entrevista de emprego, é interessante prestar atenção em alguns detalhes corporais. Huczynski e Buchanan (2001, p. 190) têm algumas dicas para você. Mantenha contato visual – olho no olho – mas não por muito tempo, pois você pode parecer um “louco”. Se você fizer pouco contato visual, poderá parecer falso ou entediado. Procure fazer gestos com as mãos abertas, palmas para cima: isso transmite sinceridade. Quando você senta na frente do entrevistador, incline seu corpo ligeiramente para a frente: isso mostra interesse. Além disso, preste atenção em seus gestos para que não pareçam demasiadamente defensivos, como braços cruzados à frente, joelhos pressionados ou mesmo morder os lábios. É normal ficarmos apreensivos durante uma entrevista de emprego, não é mesmo? Mas, com cuidado, poderemos superar esses trejeitos que podem nos deixar em desvantagem em uma seleção de emprego. Vale a pena refletir! 11 OBSTÁCULOS À COMUNICAÇÃO – RUÍDOS E BARREIRAS Você conhece a expressão “tem boi na linha”? Ela é uma das muitas maneiras de expressar uma deficiência em determinado processo de comunicação. Engenheiros eletrônicos utilizam o termo ruído para se referir a algo que interfere em um processo eletrônico de comunicação, comentam Huczynski e Buchanan (2001). Se pensarmos em ruído do ponto de vista da comunicação interpessoal, podemos compreendê-lo como algo que obstrui o processo de comunicação, ou seja, ele pode representar erros e dificuldades na codificação e decodificação da mensagem ou mesmo algo que interfira na escolha do canal de comunicação. Também podem constituir ruído questões decorrentes de nosso relacionamento com outras pessoas na organização, nossas motivações, emoções e nosso estado de saúde (HUCZYNSKI; BUCHANAN, 2001). Sentimentos como ansiedade, por exemplo, consequentes de um trabalho sob pressão, estresse, tristeza, entusiasmo ou mesmo muita adrenalina podem deteriorar o processo de comunicação: mais precisamente, a codificação e a decodificação, abalando tanto quem emite a mensagem como quem a recebe.Ruídos constituem barreiras para uma comunicação de excelência. Nossas 75Desenvolvimento Pessoal e Organizacional experiências passadas condicionam, de certa maneira, o modo como vemos as coisas e nos leva a filtrar o que devemos transmitir e o que recebemos como mensagem. Alô? É o Sr. Almeida? Eu tenho uma notícia para o senhor... [voz chorosa] Na maioria das vezes, os problemas do processo de comunicação têm origem na forma como o emissor cria a mensagem ou na forma como o receptor recebe esta mensagem. Nos dois momentos, podemos perceber que estas deficiências podem ser consequência da existência de uma falha nos filtros de percepção tanto do emissor quanto do receptor. Filtrar é distorcer a informação para atender ao interesse pessoal do emissor ou para torná-la mais aceitável ao receptor (HEILBORN, 1985 apud LACOMBE, 2012, p. 186). Imagine a recepção de um hostel qualquer (acompanhe a ordem numérica dos diálogos). Eu quero ficar aqui. TRIM O que você deseja? Bem, fique aí então... 1 2 4 3 Hostel: albergue, pensionato, pensão, estalagem. 76 Rossana Cristine Floriano Jost Na figura, em que etapa (ou etapas) do processo de comunicação nós poderíamos perceber a(s) falha(s) na comunicação? Se tivéssemos o poder de voltar o tempo, como poderíamos rearticular este diálogo e transformá-lo em uma comunicação eficiente? Se a linguagem não é correta, o que é dito não é o que se pretende dizer; se o que é dito não é o que se pretende dizer, o que deve ser feito fica por fazer (CONFÚCIO apud LACOMBE 2012, p. 171). A conversação, na maioria das culturas, é um imperativo social, explicam Huczynski e Buchanan (2001). Não é difícil de entender. Por exemplo, porque o silêncio entre as pessoas pode ser considerado desagradável? Ele, muitas vezes, torna-se “pesado” e pode comprometer o próprio clima organizacional. Uma empresa com uma cultura autoritária possivelmente siga uma cartilha da cega obediência. Aqui não seria incomum presenciarmos um silêncio “gritante” e uma total falta de interação entre os empregados, exceto na informalidade encoberta e longe do olhar dos superiores. Talvez uma forma de “quebrar o silêncio”, afinal, o homem é um ser de interação. Da mesma maneira, em empresas que transcendem fronteiras geográficas com representação em vários países, um simples gesto inocente em uma determinada cultura pode ser considerado grande ofensa em outra e causar sérios constrangimentos. Imagine seisso acontecer em uma importante reunião de negócios. É desastre na certa! Huczynski e Buchanan (2001) comentam que o estilo e o conteúdo da conversação quase sempre dependerão de nosso relacionamento com os outros. Não conversamos com nosso “chefe” como conversamos com nossos colegas, não é mesmo? Certamente, ao se dirigir a um superior devemos escolher uma linguagem e um canal apropriados, bem como prestar muita atenção ao que falar e também ao que ouvimos, como um feedback, por exemplo. 77Desenvolvimento Pessoal e Organizacional Além do já apresentado, constituem-se também em barreiras da comunicação (COHEN; FINK, 2003, p. 225): Características da linguagem Quem diria que a natureza da linguagem pode nos colocar, muitas vezes em “maus lençóis”? Porque palavras são imprecisas e dependem essencialmente do contexto. Por exemplo, o gaúcho possui um manancial de expressões típicas que vale a pena aqui relatar, nem que sejam algumas. Por sua colonização açoriana, costuma denominar o pequeno pão francês de “cacetinho”. Na maioria dos estados brasileiros, isso é recebido de forma pejorativa, até gerando momentos rápidos de constrangimento, ainda que terminem em muitas risadas. Ou a “joaninha” que em Porto Alegre significa alfinete de fralda. Ou, ainda, a expressão “Fulano me deu o bolo”, queremos nos referir a um doce maravilhoso a nós presenteado ou a falta de um compromisso? Muitas palavras têm diversos sentidos e significados, o que pode ser muito comum quando estamos inseridos em uma linguagem “mãe”. Mas a falha na comunicação ocorre quando as duas par tes aplicam uma interpretação diferente. Pessoas podem estranhar a terminologia “cacetinho” que, por sua vez, é um alimento oferecido naturalmente nos estabelecimentos alimentícios de todo o Rio Grande do Sul. Diversos canais Nem só de palavras vive a transmissão de mensagens. Ela pode acontecer de uma maneira não verbal, em que o corpo toma o controle da comunicação. Isso faz parte de todo processo de comunicação, o que seria muito claro se os elementos não verbais fossem coerentes aos verbais, se encaixassem e se complementassem mutuamente. Por exemplo, quem nunca assistiu a uma cena mais ou menos assim: a pessoa fica vermelha, dá um murro na mesa e grita: “Quem disse que estou furioso?” (COHEN; FINK, 2003, p. 226). Como as mensagens não verbais tendem a ter um sentido ambíguo, mal-entendidos são prováveis. Um franzir de sobrancelhas de alguém muito concentrado pode ser interpretado como uma desaprovação. Aí, até convencer o “convencido” com o ultraje... 78 Rossana Cristine Floriano Jost Estado mental de duas pessoas Diga-nos uma coisa: quando você está com muita raiva, consegue ouvir a outra pessoa? Se sua resposta for não, bem-vindo ao imenso clube! Fortes emoções geralmente nos tornam surdos a qualquer coisa que nos é dito no momento. Isso, naturalmente, promove distorções na percepção de ambas as partes. Assim, a comunicação eficaz é bloqueada, a tensão aumenta e todo o ciclo se torna muito mais intenso. Cohen e Fink (2003, p. 226) alertam que “quando se juntam possíveis diferenças em estado mental e emocional, em canais usados, em palavras escolhidas e assim por diante, torna-se aparente como é difícil que a mensagem enviada seja igual à recebida”. Comunicações distorcidas, desta maneira, são inevitáveis. Diferenças de gênero Imagine a seguinte situação: Susi e Milton estão passando por um bairro desconhecido, a caminho de uma festa. No carro, Susi, convencida que estão andando em círculos, diz: “Milton, porque você não para e pergunta a alguém se estamos no caminho certo?”. Ele não responde e continua dirigindo. Ela diz: “Você não está me ouvindo?”. Ele diz: “Sim”. Susi também fica em silêncio e pode- se perceber uma tensão pairando no ar, até o ponto em que os dois estão cheios de raiva. Não é preciso muito esforço para prever a sequência desta cena. Você já viu este filme? Aqui se pode perceber e até ousar interpretar as diferenças de criações, historicamente onde a mulher era (e, de certa maneira, ainda o é) a cuidadora e o homem, o provedor (resquícios do fordismo). Milton precisa provar que não precisa de ajuda, jamais se tornar dependente de alguém, o que conflita com o desejo de Susi de buscar ajuda. Para Cohen e Fink (2003, p. 226), trata-se de diferentes perspectivas de vida, que podem ser geradas na infância e desenvolvidas ao longo do tempo, provocando, lá pelas tantas, distorção na comunicação. Em verdade, Milton está tão preocupado quanto Susi em, sobretudo, não se atrasar para a festa ou mesmo em se perder num lugar completamente desconhecido. Verifica-se aí, a tentativa de dominação de um pelo outro. Se o ponto de vista de um prevalece sobre o outro já é outra discussão. Mas uma coisa é certa: não há consenso. 79Desenvolvimento Pessoal e Organizacional 12 COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL EFICIENTE E SUAS IMPLICAÇÕES NAS RELAÇÕES DE TRABALHO Segundo Robbins (1998, p. 197), toda comunicação, na empresa, serve a quatro funções: ▪ Controle do comportamento Orientações formais que os empregados devem seguir. Aqui não se exclui a comunicação informal, que também exerce controle sobre as pessoas. O assédio moral, por exemplo, é uma forma de controle do grupo sobre alguém ou mesmo da empresa sobre os empregados. ▪ Motivação A motivação é gerada quando a comunicação é esclarecedora aos empregados quanto ao que deve ser feito, seu desempenho ao longo do processo e o que eles poderiam melhorar ainda mais. Além disso, planejamento de metas, à disposição do conhecimento de todos, o progresso da empresa com relação às metas e o reforço do comportamento desejado são também fatores que podem gerar motivação e requerem, substancialmente, comunicação. ▪ Expressão emocional Para muitas pessoas, os relacionamentos no trabalho são base de interação social, onde a comunicação ganha importante espaço e pelo qual seus membros demonstram suas emoções e sentimentos, como satisfação e frustração. A comunicação, nesta esfera, representa liberação de expressão para a satisfação de necessidades sociais. ▪ Informação A comunicação também assume o papel de facilitar a tomada de decisão, fornecendo informação, essencial para que isso se concretize da melhor forma possível. Robbins (1998) ainda salienta que nenhuma das funções deve ser vista como “a mais importante”. Pelo contrário, há de se ter o equilíbrio entre todas para a comunicação organizacional ganhar fluidez, representando uma boa comunicação. A boa comunicação, segundo Lacombe (2012), requer um esforço permanente de administração para, sobretudo, criar condições que eliminem ou, pelo menos, minimizem as barreiras e os ruídos. É preciso habilidade para dar um feedback e também para ouvir o que as pessoas têm a dizer. Uma comunicação de qualidade “começa pela capacidade de ouvir, de compreender o que o outro deseja comunicar, de saber interpretar o que ele deseja” (LACOMBE, 2012, p. 184), e, claro, também saber silenciar no momento certo. O autor elenca algumas características para se gerar uma boa comunicação (LACOMBE, 2012, p. 185), quais sejam: ▪ Objetividade: isso envolve tanto o conhecimento quanto a compreensão do interlocutor. Em outras palavras, conhecer o público-alvo e saber ouvi-lo. 80 Rossana Cristine Floriano Jost ▪ Linguagem adequada: é preciso ter clareza e simplicidade, ter voz ativa (sem arrogância ou soberba), falar corretamente e ser conciso. ▪ Fidelidade ao pensamento original: escolher as palavras certas para expressar a ideia original. Procurar que a ideia original chegue com precisão ao interlocutor e seja por ele captada. Robbins (1998) destaca que é preciso não esquecer que a comunicação é um meio. Cuidado com a sofisticação, o que pode transformá-la em um fim, o que pode sobrepor o conteúdo e o resultado. Afinal, essa é a principal função da comunicação! 13 A COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL E SEU PROJETODE VIDA Se você chegou até aqui, não deve ter mais dúvidas sobre o quanto produzir uma comunicação interpessoal de qualidade é importante para nossa vida, sobretudo para nossa carreira. Entretanto, comunicar-se com maestria ainda é um desafio para a maioria das pessoas, o que pode comprometer sobremaneira as relações pessoais e profissionais. Aliás, é na organização que você tem a oportunidade de expressar suas ideias, nem que minimamente, pois os relacionamentos são inevitáveis. Pessoas que se comunicam bem tendem a trabalhar melhor, não é? Uma boa comunicação interpessoal pode ser um diferencial para sua imagem profissional, o que pode aproximá-lo ainda mais dos seus objetivos. Ela está intimamente ligada ao cultivo de um bom clima organizacional. Aqui as lideranças assumem um importante papel: se os gestores possuírem habilidades de comunicação interpessoal, não só estão colaborando com um clima saudável na empresa, como desempenhando o seu verdadeiro papel. Isso pode aumentar a produtividade da empresa sensivelmente. Para refletir: Como anda domínio da fala? Da escrita? Como anda sua expressão corporal na escuta ou na fala? Ombros caídos, chiclete na boca, olhar desviado? Quantos livros você leu neste último semestre? 81Desenvolvimento Pessoal e Organizacional As questões representam alguns detalhes que devem ser amadurecidos por uma pessoa que quer construir uma imagem profissional de sucesso. Ainda que a característica do seu trabalho seja trabalhar isoladamente, a comunicação é, e sempre será, importante para seu desempenho, quer seja por meio virtual, quer seja pessoalmente. Sem contar a hora do cafezinho. Sempre encontramos alguém neste momento, o que coloca nossas competências sociais em teste. Tenha certeza que uma pessoa que se comunica com clareza, de forma cordial e humanizada, sem perder a objetividade e o foco, possui atributos importantes para uma grande escalada profissional, pois parte do seu caminho já está trilhado. O resto é capacitação e desenvolvimento. Que tal começar esta jornada ainda hoje? Torcemos muito por você! CONCLUSÃO O objetivo da Unidade 2 foi ajudá-lo a entender o conceito de liderança e sua importância no contexto organizacional; identificar os estilos e os elementos da liderança e compreender o impacto da liderança da condução de uma equipe para o alcance de objetivos em comum. Procuramos entender conceitos e aspectos relevantes sobre a tomada de decisão, bem como identificar as etapas de um processo decisório e o impacto de tudo isso em seu projeto de vida. Entender o processo que envolve as relações interpessoais e seu papel na construção das relações na organização. Entender os conceitos e principais aspectos da comunicação, bem como compreender o processo de comunicação, identificando as formas de comunicação na organização. Além disso, buscamos auxiliá-lo a analisar as deficiências da comunicação interpessoal, entendendo as implicações da comunicação interpessoal nas relações de trabalho. 82 Rossana Cristine Floriano Jost REFERÊNCIAS AURÉLIO. Dicionário do Aurélio Online. 2018. 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