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PEÇA 1 - RELAXAMENTO DE PRISÃO

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Aluno: Carlla Oliveira Teles Matricula: 600744395 
Professor: Francyluce Costa Turma: D2 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 
VARA _ TRIBUNAL DO JURI DA COMARCA DE 
________________ 
 
 
 
 
INQUÉRITO POLICIAL N° XXXXXXXXXXX 
 
 
Joaquim (nacionalidade), (estado civil), operador de máquinas, 
inscrito no (CPF) sob o n° xxx.xxx.xxx-xx e (RG) n° xxxxxxx, 
residente domiciliado no (endereço), por sua advogada esta que 
subscreve (procuração anexa), vem respeitosamente, a presença 
de Vossa Excelência, requerer RELAXAMENTO DE PRISÃO EM 
FLAGRANTE, com fundamento do Art.5º, inc. LXV da Constituição 
Federal e Art.310, inc. I do Código de Processo Penal, pelas razões 
de fato e de direito a seguir expostas: 
 
 
 
DOS FATOS 
 
 
Conforme consta do auto de prisão em flagrante, em anexo, o 
requerente foi preso ilegalmente no dia 16 de janeiro de 2021, em 
razão da suposta prática do crime de homicídio, ocorrido no dia 09 
de janeiro de 2021 por volta das XX:XX horas, sem que houvesse 
sido perseguido em circunstâncias que fizessem presumir ser ele o 
autor da prática delitiva, muito menos foi encontrado, logo depois da 
prática do crime, em seu poder quaisquer instrumentos, armas ou 
objetos que o ligassem a tal prática delitiva. 
 
O crime teria sido cometido no dia 09 de janeiro de 2021, sem 
pistas no inicio da investigação, a polícia somente localizou 
Joaquim, em virtude de denúncia anônima feita junto à delegacia. O 
Requerente foi detido quando se encontrava tranquilamente em sua 
residência, uma semana depois do delito ter sido cometido, não foi 
preso durante a prática do delito, nem quando ele tinha acabado de 
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ser cometido. 
 
DO DIREITO 
 
 
Trata-se de denúncia ilegal que deve ser imediatamente relaxado. 
Apesar da prisão, no caso em tela, inexiste flagrante presumido. 
Sabe-se que referida modalidade de prisão só pode ser imposta 
diante das hipóteses previstas no art. 302 do Código de Processo 
Penal: 
 
“Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem: 
I – está cometendo a infração penal; 
II – acaba de cometê-la; 
III – é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por 
qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da 
infração; 
IV – é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos 
ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.” 
 
Conforme verificado no caso em apreço, não ocorreu estado de 
flagrância, tendo em vista que Requerente foi detido uma semana 
depois do delito ter sido cometido, sem que houvesse qualquer 
perseguição. 
Não houve nexo entre o momento da prisão e a prática do delito. O 
Requerente não foi encontrado logo depois da prática de uma 
infração penal, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
fizessem presumir ser ele o seu autor. Restando afastado o 
requisito temporal. 
 
Sendo assim, não caracterizada qualquer das hipóteses previstas 
no artigo 302, do Código de Processo Penal, não pode subsistir a 
prisão efetuada pela autoridade policial como sendo em flagrante 
delito. 
 
Nesta direção, a completa ignorância do paradeiro do indiciado, que 
somente teria sido localizado por denúncia anônima, demonstra, de 
longe, que a polícia perdeu seu rumo, desconfigurando-se qualquer 
possibilidade de se tratar de relação de imediatibilidade entre a 
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prática do fato e a ocorrência da prisão, não havendo nem mesmo 
perseguição ou qualquer elemento que justificasse o estado de 
flagrância. 
 
Ademais, sem querer entrar no mérito se de fato Joaquim foi ou não 
autor do homicídio, por não ser o momento oportuno para tanto, fato 
é que busca ressalvar a Vossa Excelência a impropriedade da 
prisão em flagrante, merecendo a mesma ser relaxada, colocando-
se o indiciado em liberdade. 
 
Desde já, por cautela, deve ser reforçado que não há motivo algum 
para decretação da prisão preventiva, uma vez que os requisitos do 
Art.312, inc IV do CPP não estão presentes, O indiciado é primário, 
não registra antecedentes, tem endereço fixo, não existindo 
elementos que evidenciem a probabilidade de tentar furtar-se a 
aplicação da lei penal, vir a cometer crime novamente ou possa 
atrapalhar o trâmite da ação penal. 
 
 
DO PEDIDO 
 
 
Ante o exposto, querer a Vossa Excelência, afastada a hipótese de 
flagrante, determinar o relaxamento da prisão, colocando-se o 
indiciado em liberdade, com o fundamento no Art. 310, inc. I do 
CPP, expedindo-se o competente Alvará de Soltura em seu favor, 
como medida de inteira justiça. 
 
 
 
 Termos em que pede deferimento. 
 Cidade, 17 de janeiro de 2021. 
 
 
 
 Advogado, OAB n° xxxxxx

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