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PATOLOGIA Prof. Me. Bruce Cardoso Faculdade Metropolitana de Anápolis Patologia Patologia Patologia Saúde Doença Estado de COMPLETO bem estar BIOPSICOSOCIAL. Ausência de sinais (objetivo) e sintomas (subjetivo) indicativos de doença. É sentir-se bem! Estado de mal estar BIOPSICOSOCIAL. Presença de sinais (objetivo) e sintomas (subjetivo) indicativos de doença. É sentir-se mal! Parênquima Estroma Matriz extracelular Vasos sanguíneos Vasos linfáticos Terminações nervosas Fator de agreg. Plaquetária Prostaglandinas. Prostaciclinas Óxido nítrico Matriz extracelular – Trama de proteínas (colágeno e elastina) e carboidratos (ácido hialurônico) produzida pelos fibroblastos e que dão sustentação às células e estruturas dos tecidos. Tecido contém: - células características (parênquima) - Células acessórias (estroma) - Terminações nervosas - Matriz extracelular - Vaso linfático - Vaso sanguíneo. Mastócitos sofrem DEGRANULAÇÃO em resposta à lesão tecidual dando início ao processo inflamatório. Vasodilatação Vasodilatação e dor Vasodilatação Vasodilatação e dor Vasodilatação e dor Interleucinas Citocinas Infiltrado inflamatório é composto por bilhões células de defesa que migraram do sangue para o tecido lesionado em reposta às citocinas produzidas pelos macrófagos e mastócitos do tecido, com o objetivo de manter o processo inflamatório (vasodilatação) e promover reparo liberando fatores de crescimento. Vasodilatação no tecido inflamado tem duas finalidades principais: prover uma maior aporte de nutrientes para o tecido lesionado se reparar e facilitar a chegada das células de defesa que irão gerar o infiltrado inflamatório. Na fase aguda da inflamação, a histamina (Mastócitos) é principal substância vasodilatadora. Na fase crônica, a PGE e PGI (Infiltrado inflamatório) são as principais substâncias vasodilatadoras. Dor Anticoagulante Lâmina basal REPARO Citocinas – Mantêm o estado inflamado. Mitogênica Crescimento de novos vasos sanguíneos. FASE INICIAL – Vasos ramificados e finos. FASE FINAL – Vasos pouco ramificados e calibrosos. Células que perdem função no tecido entra em apoptose. Início Fraco Final Forte Proteína contrátil Actina Patologia O PROCESSO DE DOENÇA Cura Cronicidade Complicações ÓBITO Cicatrização Patologia Lesão É o conjunto de alterações morfológicas, moleculares e/ou funcionais que surgem nos tecidos após agressões. Agressões podem ser de natureza física, química, própria ou microbiológica. Patologia Tecido Além de suas células características, um tecido combina diferentes estruturas que podem ser alvo de lesão, como o interstício, os vasos sanguíneos e sua inervação. Na célula, as lesões podem atingir o citoesqueleto, as membranas, as organelas ou o núcleo. Cura Cronicidade Complicações ÓBITO A inflamação, uma reação tecidual de imunidade inata, tem finalidade de restaurar o dano ao tecido. Cicatrização Patologia Cura Cronicidade Complicações ÓBITO ENDÓGENA ou EXÓGENA Cicatrização REVERSÍVEL ou IRREVERSÍVEL Patologia LESÃOENDÓGENA EXÓGENA Físicos Químicos Microbiológicos Genéticos Imunológicos Emocionais REVERSÍVEL IRREVERSÍVEL Degenerações Morte celular Patologia ▪ Aplicação de força mecânica ▪ Variação de pressão atmosférica ▪ Variação de temperatura ▪ Passagem de corrente elétrica ▪ Incidência de radiações ▪ Impacto sonoro LESÃO Fatores FÍSICOS Patologia ▪ Aplicação de força mecânica (TRAUMAS) LESÃO Fatores FÍSICOS ABRASÃO – “Arranhar” LACERAÇÃO – “Rasgar” CONTUSÃO – “Bater” INCISÃO – “Cortar” PERFURAÇÃO – “Perfurar” FRATURA – “Quebrar” Células arrancadas por fricção ou esmagamento. Estiramento do tecidos, vísceras, ligamentos ou tendões. Lesão interna decorrente de impacto. Lesão gerada por objeto afiado: mais extensas que profundas. Lesão gerada por objeto pontiagudo: mais profundas que extensas. Lesão de ossos e cartilagens. Podem ser quebrados, esmagados . Patologia ▪ Aplicação de força mecânica (TRAUMAS) LESÃO Fatores FÍSICOS ABRASÃO – “Arranhar” LACERAÇÃO – “Rasgar” CONTUSÃO – “Bater” INCISÃO – “Cortar” PERFURAÇÃO – “Perfurar” FRATURA – “Quebrar” Inflamação Hemorragia interna Hemorragia externa Choque hipovolêmico Choque neurogênico Embolia gordurosa Embolia gasosa Trombose CONSEQUÊNCIAS Patologia ▪ Variação de pressão atmosférica LESÃO Fatores FÍSICOS LESÃO HIPERBÁRICA LESÃO HIPOBÁRICA Rompimento de vísceras ocas. Despressurização em aeronaves Retorno rápido à superfície em mergulhadores Hipóxia em altitudes elevadas – Ar rarefeito. Embolia gasosa na síndrome da descompressão. Hemorragias em intestinos e pulmões Patologia ▪ Variação de temperatura LESÃO Fatores FÍSICOS o Lesão por hipóxia devido à redução da circulação local. o Morte celular por cristalização da água intracelular. o Hipotermia – Temperatura corporal < 35 ⁰C, pode levar a morte por parada cardio- respiratória. Por outra lado, aumenta a sobrevida dos tecidos em hipóxia. CRIOGENIA Congelamento rápido sem cristalização da água e sem mudança de estado do fluido congelante (gás nitrogênio) Patologia ▪ Variação de temperatura LESÃO Fatores FÍSICOS CHOQUE TÉRMICO NO EXERCÍCIO INTENSO Desidratação e desequilíbrio eletrolítico, seguido de acidose lática, coagulação disseminada, falência múltipla de órgãos e óbito. > 52 ⁰C – Degeneração hidrópica > 55 ⁰C – Desnaturação proteica > 37,8 ⁰C – Febre HIPERTERMIA Vasodilatação periférica e sudorese levam ao choque térmico clássico, com redução da circulação no SNC e convulsões. > 40 ⁰C – Hipertermia Patologia ▪ Variação de temperatura LESÃO Fatores FÍSICOS QUEIMADURAS 1º Grau – Atinge a epiderme, com dor leve. 2º Grau – Atinge a epiderme e parcialmente a derme, com formação de bolhas e dor acentuada. 3º Grau – Atinge toda a estrutura da pele, destruindo-a, gerando necrose da pele e até de tecidos mais profundos, sem dor. GRANDES QUEIMADOS Desequilíbrio eletrolítico e choque hipovolêmico por perda de plasma. Inflamação e dor intensa. Septicemia pela perda da barreira epitelial. Patologia ▪ Passagem de corrente elétrica LESÃO Fatores FÍSICOS o Desequilíbrio da transmissão de impulsos elétricos em tecidos excitáveis como o nervoso e o muscular, levando a espasmos musculares e parada cardíaca. o Queimaduras por calor gerado pela resistência do tecido à passagem da corrente. Pode chegar a evaporar a água das células e do interstício levando a carbonização tecidual. Descargas elétricas sincronizadas (cardioversão) ou não sincronizadas (desfibrilação ) têm aplicação terapêutica na ressincronização dos batimentos cardíacos. Patologia ▪ Incidência de radiações LESÃO Fatores FÍSICOS Quanto menor o comprimento de onda, mais penetrante e mais lesiva é a radiação. Quanto maior o comprimento de onda, menos penetrante e mais lesiva é a radiação. EFEITO IONIZANTE RADICAIS LIVRES ENVELHECIMENTO CELULAR DANOS AO DNA MUTAGÊNESE NEOPLASIAS Radiações lesam tecidos gerando inflamação e necrose. Nas áreas necrosadas, surgem úlceras de difícil cicatrização. Patologia ▪ Incidência de radiações – Raios ultravioleta LESÃO Fatores FÍSICOS Neoplasias Envelhecimento celular Hiperpigmentação UVA e UVB - Baixíssimo poder de penetração. Geram lesões superficiais (pele). Patologia ▪ Incidência de radiações – Raios ultravioleta LESÃO Fatores FÍSICOS FOTOSSENSIBILIDADE FOTOALERGIA Uma substância depositada sobre a pele, quando ativada por luz solar, se liga a proteínas da pele e desencadeia uma reação de hipersensibilidade imediata, agindo como um alérgeno. FOTOTOXICIDADE Uma substância depositada sobre a pele, quando ativada pela luz solar, causa lesões como queimaduras. Patologia ▪ Impacto sonoro LESÃO Fatores FÍSICOS Lesão de células ciliadas responsáveis pela acuidade auditiva no ouvido. Decibéis (dB) – Unidade de medida de volume do som. Uma perda auditiva superior a 90dB pode resultar em surdez. Patologia Substâncias tóxicas ▪ Agrodefensivos; ▪ Metais pesados; ▪ Solventes; LESÃO Fatores Químicos Medicamentos ▪ Antineoplásicos; ▪ Penicilâmicos; ▪ Entre outros. Substâncias químicas tóxicas ou medicamentos podem lesar o DNA gerando mutações, induzir a produção de ROS e o estresse oxidativo ou desencadear resposta imune levando à inflamação. CARCINÓGENO AGENTE CARCINOGÊNICO Radiação, metais pesados, vírus, substâncias químicas carcinogênicas. ERIN BROKOVIC Patologia LESÃO Fatores microbiológicos Vírus, bactérias, fungos, protistas, vermes e artrópodes podem gerar lesão tecidual por diversos mecanismos: Efeito citopático Exotoxinas Endotoxinas Inflamação Resposta imune Antígenos Auto-agressão Vírus podem causar mutações ao inserir seu material genético na célula hospedeira, sendo capazes de permanecer latentes no organismo infectado. Se distribuem pelo sangue, linfa e axônio. Patologia Na reação inflamatória, as células do tecido podem ser danificadas por produtos da reação imunitária, como anticorpos, proteases, perfurinas/granzimas, sistema do complemento e espécies reativas de oxigênio (ROS) e de nitrogênio (NOS) geradas por fagócitos, como o macrófago. ▪ Genéticos – Mutações que levam a alterações bioquímicas ou tumores. ▪ Imunológicos – Processo inflamatório das doenças autoimunes. ▪ Emocionais – Influência do estado mental sobre a saúde do corpo. LESÃO Fatores próprios (Radiação, substâncias químicas e vírus) Patologia O estresse oxidativo é gerado pelo ataque dos radicais livres às moléculas e estruturas celulares, provocando alterações bioquímicas em lipídeos, carboidratos, proteínas, ácidos nucleicos, que levarão ao envelhecimento, pode provocar carcinogênese e até mesmo levar à morte celular. LESÃO Física Química Própria Microbiológica ESTRESSE OXIDATIVO RADICAIS LIVRES Espécies reativas derivadas do O2 ROS Espécies reativas derivadas do N2 NOS Espécies químicas com elétron(s) desemparelhado(s), altamente reativas e de meia vida curta. Patologia Peróxido de hidrogênio ROS LESÃO ESTRESSE OXIDATIVO Superóxido Hidroxila ERDO Patologia NOS LESÃO ESTRESSE OXIDATIVO Peroxinitrito Nitrato Nitrito Óxido nítrico Patologia DEGENERAÇÕES Lesões reversíveis decorrentes de alterações bioquímicas que resultam no acúmulo de substâncias no interior da célula, seja por produção excessiva, degradação ineficiente ou desequilíbrio hidroeletrolítico. o Hidrópica (água e sódio) o Hialina (Proteína) o Mucoide (Muco) o Esteatose (Triglicerídeos) o Lipidoses (Outros lipídeos, como colesterol) o Glicogenoses (glicogênio) o Mucopolissacaridoses (proteoglicanos) ÁGUA PROTEÍNAS LIPÍDEOS CARBOIDRATOS Patologia DEGENERAÇÕES Hidrópica Acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula. FASE REVERSÍVEL 1º - Agressão leva a depleção de ATP. Por exemplo, hipóxia ou hipertermia. 2º - As bombas eletrolíticas deixam de funcionar. 3º - Grande influxo de íons sódio (Na+) e água do interstício para o interior da célula. 4º - Expansão osmótica das organelas e da célula como um todo. 5º - Ativação de mecanismos de sobrevivência: REDUÇÃO DRÁSTICA NO CONSUMO DE ATP ATIVAÇÃO DO FATOR DE TRANSCRIÇÃO HIF 2 Inibição do anabolismo o Bloqueio da síntese de proteínas, gorduras e ácidos nucleicos. Ativação do catabolismo o Aumento da glicólise. HIF2 aumenta da resistência à lesão por anóxia: o Expressão de proteínas de choque térmico (HSP); o Ativação de proteínas antiapoptóticas; o Aumento da captação de glicose (GLUT4); o Aumento da revascularização (VEGF); Patologia DEGENERAÇÕES Hidrópica Acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula. FASE REVERSÍVEL 1º - Agressão leva a depleção de ATP. Ex: hipóxia. 2º - As bombas eletrolíticas deixam de funcionar. 3º - Grande influxo de íons sódio (Na+) e água do interstício para o interior da célula. 4º - Expansão osmótica das organelas e da célula como um todo. 5º - Ativação de mecanismos de sobrevivência: Ativa fator HIF2 e o catabolismo anaeróbico. FASE IRREVERSÍVEL 6º - Falha dos mecanismos de sobrevivência devido a gravidade da agressão. Ex. Anóxia prolongada. 7º - Retículo endoplasmático rugoso (RER) libera o íon Ca2+ no citoplasma. 8º - Íons Ca2+ ativam enzimas fosfolipases e cálcio-calmodulinas. 9º - As fosfolipases ativadas degradam a membrana plasmática e de organelas, enquanto as enzimas cálcio-Calmodulinas ativadas degradam o citoesqueleto. 10º - Os danos às membranas e ao citoesqueleto levará a célula a morte por necrose ou apoptose. Patologia DEGENERAÇÃO Hialina Acúmulo de proteína no citoplasma da célula. Globulinas Citoceratina Fibra muscular Hepatócito Aspecto vítreo Patologia DEGENERAÇÃO Mucoide Acúmulo de muco no citoplasma da célula. Citoplasma claro tomado por vacúolo contendo muco em célula tumoral gástrica. Patologia DEGENERAÇÃO Esteatose Acúmulo de triglicerídeos no citoplasma da célula. Vacúolos citoplasmáticos repletos de triglicerídeos. Patologia DEGENERAÇÃO Lipidose Acúmulo de outros tipos de lipídeos (não triglicerídeos) no citoplasma da célula. Ateroesclerose: cristais de ésteres de colesterol. Fendas claras no citoplasma com aparência de agulhas criadas pelos acúmulo de ésteres de colesterol. Patologia DEGENERAÇÃO Glicogenoses Acúmulo de glicogênio no citoplasma da célula. Citoplasma claro do hepatócito repleto de glicogênio. Cadeias de glicosaminoglicanos Patologia DEGENERAÇÃO Mucopolissacaridoses Acúmulo de poliglicanos ou proteoglicanos no citoplasma da célula, geralmente decorrente de desordens genéticas, como a deficiência da enzima alfa-L-iduronidase. alfa-L-iduronidase A enzima quebra as cadeias de glicosaminoglicanos produzidos na célula, permitindo sua secreção. Mutações na alfa-L-iduronidase fazem as cadeias de Glicosaminoglicanos, que são muito grandes, se acumularem nos lisossomos, gerando mucopolissacaridose I. Glicosaminoglicanos livres são secretados Patologia NECROSE Morte celular decorrente de lesão irreversível capaz de interromper as funções vitais celulares (síntese de substâncias e produção de energia). 1º LESÃO MATA PARTE DE UM TECIDO 2º LISOSSOMOS SE DESINTEGRAM E LIBERAM HIDROLASES 3º HIDROLASES PROMOVEM AUTÓLISE 4º RESTOS CELULARES SÃO FACOCITADOS POR FAGÓCITOS 5º FAGÓCITOS LIBERAM CITOCINAS PRÓ-INFLAMATÓRIAS 6º INFLAMAÇÃO 7º REGENERAÇÃO, CICATRIZAÇÃO, ENCISTAMENTO, ELIMINAÇÃO, CALCIFICAÇÃO E GANGRENA. ISQUÊMICA LIQUEFAÇÃO LÍTICA CASEOSA GOMOSA Tipos: Seca Úmida APOPTOSE Morte celular programada. Lesão mitocondrial na célula Liberação de fatores apoptóticos (SMAC, AIF e citocromo C) Fatores apoptóticos ativam caspases 8, 9 e 10 (ativadoras). Caspases 8, 9 e 10 ativam as caspases 3, 6 e 7 (efetoras). Caspases efetoras ativam endonucleases que fragmentam o núcleo e, ainda, ativam as proteases e fosfolipases. Fagócitos endocitam os corpos apoptóticos sem desencadear reação inflamatória. Patologia Patologia Patologia INFLAMAÇÃO Uma reação dos tecidos vascularizados a um agente agressor caracterizada, morfologicamente, por intensa vasodilatação seguida da saída de líquidos (perfusão) e de células (diapedese) do sangue para o interstício, tornando o tecido edemaciado (tumor), quente (calor), vermelho (rubor) e dolorido (dor). Processo inflamatório demanda vasodilatação para seu início e manutenção no tempo. Patologia INFLAMAÇÃO Vasodilatação No local da inflamação, vários substâncias vasodilatadores são produzidas, como: o Histamina e bradicinina liberada pelos mastócitos; o Óxido nítrico liberado pelo próprio endotélio vascular; o Prostaglandinas e prostaciclinas liberadas das células lesadas e imunes; o PAF – Fator de ativação plaquetária de plaquetas e células imunes; Vaso normal Vaso contraído Vaso dilatado Leucotrienos e citocinas aumentam a permeabilidade, contribuindo para o edema e paraa diapedese de células de defesa. INFLAMAÇÃO Inervação No local da inflamação, as terminações nervosas nociceptivas irão: o Liberar substância P para provocar desgranulação dos mastócitos; o Transmitir sensação dolorosa nevrálgica, quando forem lesadas; o Transmitir sensação dolorosa nociceptiva, quando forem estimulados por substâncias irritantes que geram dor no tecido inflamado, como a bradicinina, as prostaglandinas e ácidos orgânicos; Patologia Patologia INFLAMAÇÃO Células lesadas A inflamação é mantida enquanto as células lesadas continuarem quebrando fosfolipídeos das suas membranas para produzir substâncias altamente inflamatórias derivadas do ácido aracdônico, como: ▪ As prostaglandinas D2, E2 E F2. ▪ A prostaciclina I2. ▪ Os leucotrienos B4, C4, D4 e E4. Patologia INFLAMAÇÃO Células imunes Lideram o processo inflamatório produzindo citocinas, vasodilatadores e proteases pró- inflamatórias. Promovem fagocitose de micro-organismos, partículas estranhas e tecido necrosado. Liberam fatores de crescimento para reparo do tecido lesado. Patologia INFLAMAÇÃO Células imunes Mastócito → É um célula sentinela no tecido. Frente à lesão ou ao estímulo antigênico, o mastócito libera no meio diversas substâncias que ele guarda em seus grânulos citoplasmáticos, entre elas: A histamina e PAF, potentes vasodilatadores que iniciam o processo inflamatório. Heparina, um anticoagulante para aumentar o fluxo sanguíneo no local inflamado. Bradicinina, que aumenta a sensibilidade dolorosa do tecido inflamado. Proteases para digerir proteínas estranhas ao organismo, os antígenos. Citocinas e quimiocinas para atrair ao local da inflamação outras células de defesa e ativá-las. Cabe ao mastócito recrutar reforços para instaurar o processo inflamatório pleno. Lâmina basal REPARO Citocinas – Mantêm o estado inflamado. Mitogênica Crescimento de novos vasos sanguíneos. FASE INICIAL – Vasos ramificados e finos. FASE FINAL – Vasos pouco ramificados e calibrosos. Células que perdem função no tecido entra em apoptose. Início Fraco Final Forte Proteína contrátil Actina Patologia NECROSE INFLAMAÇÃO Não restam indícios da lesão. Cicatriz indica lesão prévia. Patologia CICATRIZAÇÃO Processo de reparo dos tecidos lesados, que demanda fagocitose das estruturas necrosadas pelos fagócitos (tecido de granulação), crescimento de novos vasos sanguíneos para irrigar o tecido cicatricial (angiogênese) e a produção de nova matriz extracelular pelos fibroblastos (fibrose). CICATRIZAÇÃO HIPERTRÓFICA Processo de cicatrização exuberante, com produção excessiva de matriz extracelular (fibrose), mas respeitando os limites da lesão e podendo regredir com o tempo. QUELOIDE Processo de cicatrização patológico, com produção excessiva de matriz extracelular (fibrose) além dos limites da lesão, sem regredir com o tempo. Patologia FASE DE CONTRAÇÃO DA CICATRIZAÇÃO Com o passar o tempo, os fibroblastos restantes no tecido cicatricial produzem actina e sofrem contração, aproximando as bordas da cicatriz. O REMODELAMENTO A matriz cicatricial pode regredir como tempo, sofrendo remodelamento e dando espaço para regeneração tecidual. Algumas cicatrizes chegam a desaparecer completamente. Patologia CICATRIZAÇÃO Processo de reparo dos tecidos lesados, que demanda fagocitose das estruturas necrosadas, angiogênese e a produção de nova matriz extracelular pelos fibroblastos (fibrose). CICATRIZAÇÃO INICIAL CICATRIZAÇÃO TARDIA o Formação do tecido de granulação: - Fagócitos reabsorvendo o tecido necrosado (Granulomas). - Fibroblastos em grande número secretando matriz extracelular desorganizada (Tecido conjuntivo frouxo com colágeno tipo III); - Grande número de pequenos vasos sanguíneos sendo formados (angiogênese). o Poucos fagócitos. Área necrosada já foi reabsorvida e granulomas se desfazem por apoptose dos fagócitos em excesso. o Fibroblastos em menor número e matriz extracelular organizada (Tecido conjuntivo denso com colágeno tipo I). o Vasos sanguíneos maduros e mais calibrosos, definitivos do novo tecido formado. 1 2 Fagócitos (1) circundando tecido necrosado (2), formando uma estrutura conhecida como granuloma. Um tecido em reparo repleto de granulomas é chamado de tecido de granulação, como na imagem ao lado. Patologia FIBROSE – Processo de produção de matriz extracelular que faz parte do processo cicatricial. Nas cicatrizações hipertróficas, há fibrose patológica, caracterizada pelo excesso de matriz extracelular decorrente de distúrbios em sua produção ou degradação, sem, contudo, comprometer a arquitetura e a função do órgão. CIRROSE – Evolução da fibrose, onde há comprometimento da arquitetura do órgão e perda de função. Ex. Cirrose hepática Patologia PIGMENTAÇÃO Processo de formação ou acúmulo, normal ou patológico, de pigmento no organismo. Pigmento = substância que confere coloração ao meio. o CARVÃO o SAIS DE PRATA E OURO o TATOO ENDÓGENAS o BILIRRUBINA o HEMATOIDINA o HEMOSSIDERINA o MELANINA o LIPOFUSCINA o ÁCIDO HOMOGENTÍSICO EXÓGENAS A pigmentação pode ser consequência da patologia. Ex.: Icterícia. A pigmentação pode ser a causa da patologia. Ex.: Antracose. Patologia PIGMENTAÇÃO Produção de melanina Patologia PIGMENTAÇÃO Tipos de melanina Feomelanina Pigmento de cor amarelo-avermelhado. Confere os tons loiros e ruivos dos pelos corporais. Eumelanina Pigmento de cor castanho-enegrecido. Confere os tons escuros dos pelos corporais. Eumelanina Feomelanina Pelo escuro 99% 1% Pelo loiro 95% 5% Pelo ruivo 67% 33% Patologia PIGMENTAÇÃO Melanina Pigmento da pele e mucosas com funções fotoprotetora e antioxidante. Também presente no globo ocular e nos neurônios. HIPOPIGMENTAÇÃO MELÂNICA HIPERPIGMENTAÇÃO MELÂNICA Albinismo o Despigmentação generalizada congênita causada incapacidade de melanócitos produzirem melanina. Vitiligo o Despigmentação localizada causada pela perda de melanócitos decorrente de ataque autoimune. Sardas e melasmas o Hiperpigmentação localizada sob influência de fatores genéticos (sarda) e hormonais (melasmas). Melanomas o Neoplasia maligna que reproduz melanócitos que se multiplicam descontroladamente gerando machas assimétricas, de contornos irregulares e cor não uniforme. Patologia PIGMENTAÇÃO Hematoidina Pigmento avermelhado/alaranjado oriundo de restos de hemácias. Hemossiderina Pigmento escuro oriundo da decomposição da hemoglobina (Porção heme). Bilirrubina Pigmento amarelo oriundo da decomposição da hemoglobina (Porção globina). Patologia PIGMENTAÇÃO Bilirrubina Pigmento amarelo oriundo da decomposição da hemoglobina (Porção globina). 1º Hemáceas envelhecidas são digeridas por macrófagos na medula óssea, baço e fígado. 2º A porção proteica da hemoglobina é degradada em biliverdina pelos fagócitos. 3º A biliverdina é degradada bilirrubina pelos fagócitos. 4º Bilirrubina é transportada no sangue até o fígado ligada a proteínas plasmáticas. 5º No fígado, bilirrubina é conjugada com ácido glicurônico e excretada no duodeno através da bile. 6º Nos intestinos, a bilirrubina é convertida em Estercobilinogênio pela microbiota local. Estercobilina Urobilina Urina amarelaFezes marrons Reabsorção intestinal e metabolismo renal Patologia PIGMENTAÇÃO HIPERBILIRRUBINEMIA Excesso de produção ou deficiência na excreção de bilirrubina, que ao se acumular no corpo, confere coloração amarelada aos tecidos: icterícia. A barreira hematoencefálica de recém- nascidos é ainda imatura e permite a passagem de bilirrubina, que pode provocar lesão grave e até mesmo fatal ao tecido nervoso do neonato. No adulto, a icterícia pode sinalizar patologia hemolítica (produção excessiva de bilirrubina) ou patologia hepática (excreção deficiente de bilirrubina). Patologia PIGMENTAÇÃO Hematoma Coágulo sanguíneo (fora dos vasos) decorrente de hemorragia e degradado por fagócitos. Hemáceas oxigenadasHemáceas desoxigenadas Hemoglobina sendo degrada em biliverdina Biliverdina sendo degradada em bilirrubina Patologia PIGMENTAÇÃO o Antracose – Deposição de carvão nos tecidos, principalmente, pulmão. o Argiria – Deposição de sais de prata nos tecidos. o Crisíase – Deposição de sais de ouro nos tecidos. o Tatuagem – Deposição de pigmentos na derme ou extrato córneo da derme. EXÓGENAS Patologia CALCIFICAÇÃO Acúmulo de cálcio nos tecidos decorrente de hipercalcemia (calcificação metastática) ou independente dos níveis plasmáticos de cálcio (calcificação distrófica). Acúmulo de cálcio no interior de tecidos moles como paredes de vasos sanguíneos (aterosclerose), nas válvulas cardíacas (estenose mitral) e em tendões (tendinite calcária). Patologia CALCIFICAÇÃO Acúmulo de cálcio nos tecidos decorrente de hipercalcemia (calcificação metastática) ou independente dos níveis plasmáticos de cálcio (calcificação distrófica). Acúmulo de cálcio no interior de vísceras ocas o Cálculos renais o Cálculos biliares Patologia Distúrbios da circulação sanguínea Patologia Distúrbios da circulação sanguínea HIPERVISCOSIDADE HEMORRAGIA TROMBOSE EMBOLIA ISQUEMIA Aumento do volume sanguíneo nos tecidos. Aumento de células ou proteínas sanguíneas e perda de volume. Extravasamento de sangue para fora da rede vascular. Solidificação do sangue no leito vascular pela ativação da coagulação sanguínea. Corpos sólidos, líquidos ou gasosos em circulação. Obstrução parcial ou total em determinado ponto da rede vascular. HIPEREMIA Patologia Distúrbios da circulação sanguínea Hipertensão Aneurisma INFARTO Aumento da pressão arterial para valores > 140/90 mmHg. Dilatação arterial. CHOQUE EDEMA Necrose tecidual. Queda abrupta da pressão arterial. Inchaço, fruto do acúmulo de líquido intersticial. Varizes Dilatação venosa. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea HIPEREMIA ATIVA HIPEREMIA HIPEREMIA PASSIVA Vasodilatação arterial Vasoconstrição venosa Eritema – acúmulo de sangue arterial no tecido com alta demanda. Ex. Hiperemia no músculo esquelético durante exercício. Congestão – acúmulo de sangue venoso no tecido. Ex. Congestão pulmonar por insuficiência cardíaca direita. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea HIPERVISCOSIDADE Aumento de células ou proteínas sanguíneas e perda de volume. Viscosidade – Resistência que um líquido (Ex. sangue) opõe ao fluxo (Ex. circulação sanguínea). Quando mais viscoso o sangue, mais lenta a circulação, tornando maiores as chances de haver coagulação sanguínea resultando em tromboembolia e/ou hipóxia resultando em isquemia e necrose. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea HIPERVISCOSIDADE Aumenta a força de cisalhamento do sangue e reduz sua velocidade, intensificando o dano endotelial, o que pode provocar trombose. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea HEMORRAGIA Rexe (Com lesão endotelial) e Diapedese (Sem lesão). Diapedese Rexe Pode gerar anemia, choque hipovolêmico e trombocitopenia (petéquias). Patologia Distúrbios da circulação sanguínea TROMBOSE • Distúrbio da coagulação sanguínea levando a formação de estruturas semissólidas estacionárias (trombos) nos leitos vasculares ou nas câmaras cardíacas. Pode sofrer dissolução ou organização. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea TROMBOSE CAUSAS DA TROMBOSE Lesão endotelial • Distúrbios genéticos • Tumores • Inflamação Distúrbios da coagulação sanguínea • Excesso de plaquetas • Excesso de fatores de coagulação • Inibição de fatores anticoagulantes Distúrbios do fluxo sanguíneo • Circulação extracorpórea • Hiperviscosidade • Lentidão do retorno venoso • Turbulência no fluxo (aneurisma) ADQUIRIDAS • Descolamento de placenta/líquido amniótico/feto morto • Cirurgias/Politraumatismos • Queimaduras • Descompressão abrupta • Tabagismo Patologia Distúrbios da circulação sanguínea EMBOLIA Obstrução da circulação sanguínea por êmbolo sólido (tromboêmbolo ou êmbolo séptico), líquido ou gasoso que não se mistura com o sangue. Embolia venosa poderá gerar isquemia no pulmão, enquanto a embolia arterial poderá provocar ataques isquêmicos nos tecidos. Êmbolo pode ser desfeito por mecanismos anticoagulante do organismo ou pela administração de medicamentos anticoagulantes (heparina) e trombolíticos (estreptoquinase). Patologia Distúrbios da circulação sanguínea ISQUEMIA Deficiência ou ausência de fluxo sanguíneo. Na isquemia relativa, não há obstrução do fluxo e sim uma demanda muito elevada. Ex. Isquemia no músculo esquelético durante o exercício intenso. Na isquemia absoluta há interrupção do fluxo sanguíneo, que pode ser parcial ou total. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea INFARTO Necrose tecidual. Os tecidos apresentam diferentes capacidades adaptativas para suportar a isquemia, mas caso não haja retorno do perfusão em tempo hábil, qualquer tecido necrosará, ou seja, infartará. Infarto pode comprometer pequenas áreas, que serão regeneradas/cicatrizadas no órgão lesado. Caso sua extensão comprometa sua função, pode haver falência do órgão lesado. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea CHOQUE Grave distúrbio da circulação que desencadeia uma crise hipotensora potencialmente fatal. o Hipovolêmico – Perda de sangue. Ex. Hemorragia. o Cardiogênico – Batimento cardíaco fraco. Ex. ICC o Anafilático – Desgranulação de mastócitos. Ex. Alergia. o Séptico – Infecção microbiológica ou suas toxinas. Ex. Septicemia o Térmico – Desidratação e desequilíbrio eletrolítico. Ex. Exercício intenso no calor. o Neurogênico – Resposta nervosa a dor intensa. Ex. Politraumatismo. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea EDEMA Acúmulo de líquido no interstício ou nas cavidades corporais. Poder ser localizado, por exemplo, em contusões, ou sistêmico (anasarca), como na desnutrição grave. Transudato Exsudato Líquido límpido, pobre em proteínas e células. Líquido turvo, rico em proteínas e células Exsudato é um tipo de edema comum em locais onde há alteração patológica do leito vascular, alterando sua permeabilidade em decorrência de lesões de natureza inflamatória ou infecciosa. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea HIPERTENSÃO Aumento do débito cardíaco e/ou resistência vascular periférica. Principal doença cardiovascular do mundo. Silenciosa, a hipertensão pode provocar graves lesões em rins, cérebro, coração, vasos sanguíneos e olhos de forma assintomática, o que a torna ainda mais perigosa. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea ANEURISMA Dilatação anormal (>50%) da parede de uma artéria ou câmara cardíaca com etiologia diversa e, em muitos casos, desconhecida. Patologia Distúrbios da circulação sanguínea VARIZES Dilatação ou tortuosidade de uma veia devido a estase sanguínea ou deficiência nas válvulas, aumentando as chances de hipercoagulação sanguínea (trombose) e hemorragias. As veias superficiais dos membros inferiores são mais susceptíveis. Mulheres, idosos, longos períodos parados de pé, obesos e insuficientes cardíacos são mais propensos à ocorrência de varizes. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular HIPERTROFIA HIPOPLASIA HIPERPLASIA METAPLASIA DISPLASIA HIPOTROFIA NEOPLASIA Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Alterações do volume celular Sob estímulo acima do normal, a célula aumenta a síntese de seus constituintes e, consequentemente, seu volume ou sofre agressão que resulta em diminuição da nutrição, do metabolismo e da síntese necessária para renovação de suas estruturas, reduzindo seu volume. Hipertrofia, do grego hyper = excesso e trophos = nutrição, metabolismo. Hipotrofia, do grego hypo = pouco e trophos = nutrição, metabolismo. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Alterações da proliferação celular Aumento da taxa de divisão celular acompanhado de diferenciaçãonormal das células. Hiperplasia, do grego hyper = excesso e plasia = formação. Hipoplasia, do grego hypo = pouco e plasia = formação. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Metaplasia Quando as células de um tecido modificam seu estado de diferenciação normal, tem-se metaplasia (do grego meta = variação, mudança + plasia = formação). Mudança de um tipo de tecido adulto (epitelial ou mesenquimal) em outro da mesma linhagem, por exemplo, um tipo de epitélio transforma-se em outro tipo epitelial; Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Displasia Aumento da proliferação celular acompanhado de redução ou perda de diferenciação das células afetadas. Do grego dys = imperfeito + Plasia = formação. Displasias podem evoluir para neoplasias e, por isso, são consideradas lesões pré-câncer. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Displasias na estrutura glandular da próstata. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Neoplasia Aumento descontrolado e autônomo da proliferação (imortalização), em geral, com diferentes níveis de diferenciação celular. Do grego neo = nova + plasia = formação. Neoplasia Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular A célula neoplásica sofre mutações em genes responsáveis pelo controle do seu crescimento, diferenciação e sobrevida. São genes mitogênicos (pró-oncogenes), ou seja, que promovem divisão celular e consequentemente, crescimento do tecido. Todavia, após sofrerem mutações, podem provocar proliferação celular descontrolada, diferenciação anormal e sobrevida aumentada. São genes normais que retardam a divisão celular, reparam erros do DNA ou indicam quando as células devem morrer por apoptose. Portanto, mutações deletérias em genes supressores de tumor podem gerar células com divisão, diferenciação e sobrevida aumentadas. Ativação de oncogenes Inativação de genes supressores de tumor Carcinógenos podem ativar oncogenes ou inativar genes supressores de tumor. O nº de mutações nesses genes está diretamente relacionado à agressividade da neoplasia. Divisão celular descontrolada Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Fatores de crescimento EGF, FGF, TGF, IGF, HGF, PDGF E VEGF Inibição do crescimento pelo contato célula-célula Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular INIBIÇÃO POR CONTATO Caderina E Matriz extracelular Integrinas Proteínas de adesão estabilizam as células nos tecidos, pois são capazes de mantê-las ligadas umas as outras (caderinas) ou à matriz extracelular (integrinas). Quando tais ligações ocorrem, a célula normal interrompe o processo de divisão celular. Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular A célula neoplásica não é sensível à inibição por contato, continuando a se dividir ainda que já não haja espaço, empilhando-se umas sobre as outras, pois as: o Caderinas não são funcionais; o Integrinas mudaram de tipo, agora favorecendo o deslocamento celular. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Ciclo celular na célula normal Ciclo celular na célula neoplásica Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Critérios histomorfológicos para nomenclatura de neoplasias: (1) o sufixo -oma é empregado na denominação de qualquer neoplasia, benigna ou maligna; (2) a palavra carcinoma refere-se a uma neoplasia maligna epitelial (p. ex., adenocarcinoma, hepatocarcinoma); (3) o termo sarcoma refere-se a uma neoplasia maligna mesenquimal (p. ex., fibrossarcoma, lipossarcoma etc.); (4) a palavra blastoma pode ser usada como sinônimo de neoplasia e, quando empregada como sufixo, indica que o tumor reproduz estruturas com características embrionárias (nefroblastoma, neuroblastoma etc.). Neoplasia são vascularizadas, mas não são inervadas. A dor que provocam é proveniente das agressões que geram nos tecidos adjacentes. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Neoplasia benigna Características das células neoplásicas benignas: o Bem diferenciadas, unidas entre si, semelhantes ao tecido saudável. o Crescimento lento (baixo índice mitótico) e expansivo que pressiona tecidos adjacentes, com poucos efeitos locais ou sistêmicos; o Angiogênese lenta, acompanha o baixo crescimento do tumor, que raramente sofre ulcerações e sangramentos. o Presença de cápsula fibrosa em torno da massa tumoral normalmente esférica e bem delimitada. o Raramente recidiva. Ex. Adenoma das glândulas salivares. o Raramente fatal, pois alguns gliomas e adenomas podem levar a morte. o Não sofre metástases espontaneamente, liberando células em cavidades apenas quando se rompem. Neoplasia benigna da tireoide Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Neoplasia maligna Características das células neoplásicas malignas: o Diversos níveis de diferenciação celular, células pouco aderidas, de normais a anaplásicas, com muitas atipias celulares. o Crescimento rápido (alto índice mitótico) e infiltrativo que invade tecidos adjacentes, com graves efeitos locais e sistêmicos; o Angiogênese acelerada, mas não acompanha o alto crescimento do tumor, havendo necroses, ulcerações e sangramentos. o Ausência de cápsula fibrosa em torno da massa tumoral de contornos irregulares. o Frequentemente recidiva. o Frequentemente fatal. o Sofre metástases espontaneamente, indicando prognóstico de doença terminal. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Metástase Lesão tumoral secundária, proveniente de lesão primária, mas sem continuidade entre ambas. Fruto da capacidade de células neoplásicas de invadir tecidos adjacentes, ganhar uma via de disseminação e assim chegar a tecidos distantes e, neles, originar novos tumores. Neoplasia maligna intestinal Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular A célula neoplásica é imortal porque apresenta forte instabilidade genômica, gera sinais de proliferação celular de forma autônoma, torna-se insensível aos mecanismos de controle da mitose e à senescência replicativa, controla mecanismo de autofagia, modula o próprio processo inflamatório em benefício próprio evadindo-se dos mecanismos de imunidade inata e adquirida, promove angiogênese, adapta seu metabolismo energético para maximizar a produção de energia e pode se desaderir do tecido original, deslocar-se e invadir outros tecidos. O acúmulo dessas características determinará a agressividade e, portanto, a malignidade da célula neoplásica. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Tipos de neoplasias Tipo nodular: Maciço celular esférico em órgão sólidos. Tipo vegetante: Maciço celular poliposo, com aspecto de couve-flor, na superfície de órgãos e mucosas. Tipo infiltrativo: Espalha-se pelo tecido adjacente aumentando seu volume adjacentes. Tipo ulcerativo: Pode ulcerar no centro por falta de irrigação. Patologia Distúrbios do crescimento e da diferenciação celular Teratoma São tumores benignos ou malignos originados de células toti ou multipotentes que se originam nas gônadas (testículos ou ovários) e, menos frequentemente, em outras sedes, sobretudo em correspondência com a linha mediana do corpo. Como se originam de células pluripotentes, os teratomas são constituídos por tecidos derivados de mais de um folheto embrionário, formando pele, cartilagem, ossos, dentes, olho etc., porém dispostos desordenadamente na massa tumoral. Teratos = monstro + oma = tumor Patologia Distúrbios da respiração Patologia Distúrbios da respiração Sinusite Bronquite Enfisema Asma Pneumonias Rinite Hipertensão pulmonar Patologia Distúrbios da respiração Rinite Componente constante do resfriado comum, rinite aguda é inflamação viral muito frequente das fossas nasais. Os adenovírus, rinovírus e ecovírus são os principais agentes etiológicos. Todavia, pode ocorrer infecção bacteriana secundária, o que tornaa secreção mucopurulenta e agrava o processo inflamatório. Morfologicamente, a rinite caracteriza-se por inflamação aguda com edema da mucosa nasal, hipersecreção das glândulas seromucosas e descamação do epitélio respiratório. Clinicamente, manifesta-se por abundante secreção seromucosa ou mucosa, congestão e obstrução nasais. Em geral, a inflamação cura-se espontaneamente em curto prazo, mas pode se cronificar com crises recorrentes. Patologia Distúrbios da respiração Sinusite Sinusite é uma inflamação dos seios da face, quase sempre secundária a rinite aguda, pois esta obstrui o óstio de drenagem do seio paranasal por edema da mucosa nasal. A proliferação bacteriana é comum dentro dos seios da face inflamados, de onde costumam ser isoladas as bactérias Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus e Moraxella catarrhalis. A sinusite também pode se cronificar, prolongando-se por mais de 3 meses. Patologia Distúrbios da respiração Bronquite é definida clinicamente como tosse persistente com produção excessiva de muco na maioria dos dias de um período de três meses, por pelo menos dois anos consecutivos. A doença é causada pela exposição prolongada a agentes irritantes inalados, sobretudo produtos do tabaco, além de poluentes atmosféricos, que causam inflamação na árvore brônquica. Bronquite crônica simples: Tosse e expectoração, sem obstrução do fluxo aéreo. Bronquite crônica obstrutiva: Tosse e expectoração, com obstrução do fluxo aéreo. Patologia Distúrbios da respiração Enfisema é definido como o aumento anormal e permanente do tamanho dos ácinos pulmonares associado a destruição dos septos alveolares, sem fibrose evidente. O enfisema resulta da produção excessiva de proteases por neutrófilos e macrófagos no tecido pulmonar cronicamente inflamado, o que resulta em destruição dos septos alveolares. Patologia Distúrbios da respiração DPOC Bronquite e enfisema são classificadas com doenças pulmonares obstrutivas crônicas – DPOC. São entidades clinicopatológicas que têm em comum obstrução crônica ao fluxo aéreo, em qualquer nível da árvore respiratória, de forma, em geral, progressiva, embora parcialmente reversível, e pode se acompanhar de hiper-reatividade das vias aéreas. A bronquite causa estreitamento e obstrução da luz de pequenas vias aéreas, enquanto o enfisema é responsável por destruição de septos alveolares e perda do recolhimento elástico pulmonar. O tabagismo, inclusive fumo passivo, é o principal fator de risco para as doenças respiratórias obstrutivas crônicas e o fumante, normalmente, fica acometido por ambas. Patologia Distúrbios da respiração Asma Asma é uma doença inflamatória eosinofílica crônica das vias respiratórias, caracterizada por hiper-reatividade brônquica (broncoconstrição) e hipersecreção de muco em resposta a estímulos variados, como frio, exercício e alérgenos ambientais, como pólen e ácaros. Sintomas: Dispneia, sibilos e tosse associados a broncoconstrição. Entre as crises, os pacientes são assintomáticos. A asma é uma condição patológica reversível, espontaneamente ou por tratamento, embora possa ser fatal (status asmaticus). Patologia Distúrbios da respiração Pneumonias Por pneumonia entende-se o quadro de infecção do parênquima pulmonar com expressão clínica, ou seja, não se trata de simples colonização assintomática. Nas pneumonias, bronquíolos respiratórios e alvéolos são preenchidos por exsudato inflamatório, comprometendo a função de troca gasosa e podendo evoluir para insuficiência respiratória aguda grave. Em casos graves, abcessos se formam, resultando da destruição total da parte afetada do parênquima pulmonar. Qualquer agente infeccioso – bactérias, vírus, fungos, vermes – pode causar pneumonia. A tuberculose é um tipo de pneumonia bacteriana causada pelo bacilo Mycobacterium tuberculosis que provoca formação de granulomas nos pulmões (tuberculose primária) e que pode entrar em latência e recidivar a doença em períodos de baixa imunidade do paciente (tuberculose secundária). Patologia Distúrbios da respiração Hipertensão pulmonar Em adultos, a pressão arterial pulmonar em repouso é de 14 ± 3 mmHg. Valores acima de 25 mmHg no repouso são considerados patológicos e diagnósticos de hipertensão pulmonar. Clinicamente, os pacientes manifestam sinais de insuficiência respiratória progressiva e hipertrofia ventricular direita compensatória. Em 80% dos casos, ocorre óbito dois a cinco anos após o diagnóstico. A hipertensão pulmonar pode ser provocada por DPOC, ICE, medicamentos anorexígenos e tromboembolia pulmonar crônica, além das causas hereditária e idiopáticas. Quando a resposta ao tratamento com vasodilatadores pulmonares é insuficiente, o transplante pulmonar pode ser realizado como última opção terapêutica. Patologia Distúrbios da nutrição Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Desnutrição Obesidade Hipovitaminoses Síndrome metabólica Diabetes Transtornos nervosos Hipotireoidismo Hipertireoidismo Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Desnutrição Marasmo é a desnutrição resultante da ingestão inadequada de calorias e proteínas. O peso corporal deve chegar a cerca de 60% do esperado para o gênero, idade e altura, há queda de cabelos, pele ressecada, perda de massa gorda e magra e desânimo. Kwashiorkor (criança deposta) é a desnutrição resultante da ingestão inadequada de proteínas, mas com quantidade suficiente de calorias. A desnutrição proteica reduz a síntese de proteínas plasmáticas, provocando edema, pele brilhante, clareamento de pelos, esteatose, perda de massa magra e desânimo. A imunodepressão pode levar ao surgimento de infecções fatais em desnutridos. Em crianças, a desnutrição provoca graves prejuízos ao desenvolvimento cognitivo. Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Desnutrição Caquexia é entendida como uma síndrome metabólica complexa, uma forma de desnutrição proteico-energética intensa e crônica, secundária a inúmeras doenças como o câncer, AIDS, doenças infecciosas debilitantes, distúrbios psicológicos, como a anorexia, entre outros e caracterizada por perda acentuada da massa muscular, com ou sem perda da massa gorda no adulto. Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Obesidade - Hipertensão arterial - Dislipidemia - Doenças coronariana - Diabetes tipo II - Esteatohepatite - Trombose - Colelitíase - Osteoartrose - Gota - Erisipela - Pancreatite - Apnéia do sono - Hipertensão intracraniana A obesidade resulta do desequilíbrio entre aporte e consumo energético, sob influência de fatores genéticos e ambientais. É uma doença inflamatória crônica de baixo grau secundária a alterações que ocorrem com a expansão do tecido adiposo subcutâneo e visceral. Cronicamente inflamado, o tecido adiposo libera adipocinas ( moléculas pró-inflamatórias e hormônios), que alteram a função de vários órgãos, levando ao estabelecimento de doenças, como: - Refluxo - Distúrbios gastrointestinal - Rejeição social - Bullying - Depressão - Cânceres de mama, colo do útero, cólon, endométrio, rim, esôfago, fígado, ovários, reto e próstata. E ainda, em mulheres: - Infertilidade - Síndrome dos ovários policísticos - Distúrbios menstruais Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Obesidade HOMEM Acúmulo de gordura androide, vertical, na região abdominal. Eleva o risco de desenvolvimento de doenças. MULHER Acúmulo de gordura ginecoide, nos quadris e coxas. Menor risco de desenvolvimento de doenças, mas pode gerar infertilidade. Sobrepeso pode estar associada ao aumento da massa magra em atletas e não ao aumento da adiposidade. Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Síndrome metabólica Caracteriza-se por distúrbio complexo do metabolismo, independentemente da presença de obesidade, associado ao sedentarismo e dieta rica em gorduras e carboidratos, que contribuem para as duas características clínicas principais daentidade: obesidade central e resistência à insulina. Para o diagnóstico de síndrome metabólica, ao menos 3 dos parâmetros abaixo devem estar alterados: Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Hipovitaminoses Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Hipovitaminoses Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Transtornos nervosos associados a nutrição Paciente alterna períodos de jejum com períodos de hiperfagia. Apresenta constante compulsão por comer antagonizada pelo pânico de engordar. Vômitos, uso irracional de anorexígenos, laxativos, diuréticos e hormônios tireoidianos são usados na tentativa de compensar os episódios bulímicos de hiperfagia. O paciente bulímico, raramente, alcança seus objetivos de magreza extrema e reconhece-se doente, normalmente buscando ajuda. Bulimia nervosa Paciente tem acentuada perda de peso, com restrição autoimposta da ingestão de alimentos calóricos. Há distorção da autoimagem e pode haver histórico de abuso sexual, depressão e impulsos suicidas. O paciente anoréxico alcança seus objetivos de magreza extrema graças ao controle total da ingestão de alimentos, mas não se percebe doente, evitando ajuda médica. Quando a desnutrição compromete a imunidade, podem ocorrer infecções fatais. Anorexia nervosa Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Diabetes melito O DM tipo 1 é o estado hiperglicêmico resultante da deficiência absoluta de insulina por destruição autoimune das células β pancreáticas. INSULINODEPENDENTE Forte carga genética O DM tipo 2 é o estado hiperglicêmico resultante da combinação de resistência periférica à insulina com resposta secretória inadequada das células β. INSULINORESISTENTE Forte influência ambiental Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo O estado hiperglicêmico prolongado altera a estrutura microvascular (microangiopatia) e macrovascular (aterosclerose), aumenta o estresse oxidativo e espessa as paredes dos vasos sanguíneos, levando a redução na perfusão dos tecidos. Por causa desconhecida, os capilares da retina, os glomérulos renais e os neurônios e células de Schwann periféricos são altamente sensíveis a hiperglicemia, explicando, assim, a ocorrência de cegueira, nefropatia e neuropatia típicas da progressão do quadro diabético. A aterosclerose decorrente do dano macrovascular pode levar a infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral e necrose isquêmica dos membros inferiores (pé diabético), agravada pela reduzida capacidade de cicatrização ocasionada pela perfusão sanguínea deficitária e pela redução na ação de fagócitos. Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Hipotireoidismo é a condição patológica causada por deficiência dos hormônios da tireoide ou, muito raramente, por incapacidade dos tecidos de responder aos estímulos hormonais, causando hipotermia, intolerância ao frio, pele seca, ganho de peso, bradicardia, bradipneia, constipação, letargia, desatenção e sonolência e, nos casos mais graves, mixedema e o coma mixedematoso seguido de morte. Nos fetos, o hipotireoidismo leva ao cretinismo. Cretinismo – Grave retardo do crescimento e mental decorrente de hipotireoidismo congênito. Hipotireoidismo autoimune - Tireoidite de Hashimoto. Hipotireoidismo medicamentoso – Lítio. Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Hipertireoidismo é a síndrome clínica resultante do excesso de tiroxina, tri-iodotironina ou ambas, levando a hiperatividade metabólica, que causa exoftalmia, hipertermia, intolerância ao calor, pele úmida, emagrecimento, taquicardia (cardiotoxicidade), taquidispneia, diarreia, agitação, irritação , insônia e até, nos casos mais graves, delírios, convulsões, coma e óbito. Doença de graves Tempestade tireoidiana Hipertireoidismo medicamentoso – Amiodarona. Patologia Distúrbios da nutrição e do metabolismo Bócio significa aumento volumétrico da tireoide (incluindo-se tireoidites e neoplasias). Em sentido estrito, o termo corresponde a aumento da glândula causado por hiperplasia do parênquima, que pode ser seguida de alterações regressivas. Os bócios podem ser classificados de acordo com a produção de hormônios tireoidianos, como: - Hiperfuncionantes (tóxicos), causando a doença de Graves e, até mesmo, a tempestade tireoidiana, ambos quadros graves de hipertireoidismo. - Não hiperfuncionantes (atóxicos), causados por deficiência de iodo na dieta que leva a hipertrofia, seguida de hiperplasia da tireoide, típicos de quadros de hipotireoidismo. Patologia Distúrbios gastrointestinais. Diarreia Constipação Doenças ácido-pépticas Alegia alimentar Intestino irritável Intolerância alimentar Apendicite Patologia Distúrbios gastrointestinais. Diarreia A diarreia resulta do movimento rápido de material fecal pelo intestino grosso. Entre as principais causas de diarreia com importantes sequelas fisiológicas estão: Enterites: infecções dos intestinos, aumentando as secreções e a peristalse intestinal, levando a perda progressiva de líquidos e eletrólitos. A bactéria Vibrio cholerae provoca uma enterite capaz de levar a morte por desidratação intensa. Colite ulcerativa: doença em que áreas extensas das paredes do intestino grosso ficam inflamadas e ulceradas, com maior motilidade e secreção intestinal aquosa, que levam a diarreia. Diarreia psicogênica, provocada por excessiva estimulação parassimpática em momentos de tensão. Patologia Distúrbios gastrointestinais. Constipação Constipação significa movimento lento das fezes pelo intestino grosso; frequentemente, está associada à grande quantidade de fezes ressecadas e endurecidas, no cólon descendente, que se acumulam devido à absorção excessiva de líquido. Qualquer patologia dos intestinos que obstrua o movimento do conteúdo intestinal no intestino grosso, como tumores, aderências que causem constrição ou úlceras, megacólon, espasmos intestinais e inibição prolongada da defecação pode causar constipação. Três são as complicações mais graves do MC: (1) fecaloma; (2) torção ou vólvulo; (3) perfuração. Patologia Distúrbios gastrointestinais. Doenças ácido-pépticas Lesões inflamatórias superficiais nas paredes da garganta, esôfago, estômago e duodeno provocadas pela ação corrosiva do ácido gástrico, gerando pontos inflamados e, muitas vezes infeccionados, como nas faringites, esofagites, gastrites e duodenites. Úlcera péptica (UP) consiste em lesão escavada da parede esofagogastroinestinal, resultante de digestão ácido-péptica. Em geral, a lesão ulcerada é única e de evolução crônica. Em cerca de 98% dos casos, UP origina-se no bulbo duodenal ou na mucosa gástrica. Sedes menos frequentes são terço inferior do esôfago. Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) caracteriza-se por refluxo anormal do conteúdo gástrico para o interior do esôfago. A patogênese do refluxo está ligada a alteração nas barreiras anatômicas e funcionais na junção esofagogástrica, cujos responsáveis principais são o esfíncter inferior do esôfago (EIE) e a musculatura estriada da crura diafragmática. Saudável Esofagite por refluxo Patologia Distúrbios gastrointestinais. Apendicite Os dois principais fatores envolvidos na etiopatogênese de inflamação no apêndice são obstrução da luz e invasão bacteriana. Obstrução por fecálitos, tecido linfoide, parasitos, corpos estranhos, tumores e outros fatores leva a retenção de muco e distensão do órgão, que resulta em compressão venosa e hipóxia. Esta induz lesão epitelial e favorece colonização bacteriana, resultando em resposta inflamatória local. Patologia Distúrbios gastrointestinais. Síndrome do intestino irritável É um conjunto de sinais e sintomas relacionados a distúrbios da motilidade do intestino grosso, gerando dor em cólica, desconforto e distensão abdominal causados pelo acúmulo de gases, constipação ou diarreia, com fezes finas, fragmentadas e amolecidas. Diferentemente da colite ulcerativa e da doença de Crohn, na Síndrome do intestinoirritável não há lesão ou inflamação do epitélio intestinal que permita justificar seus sintomas. Por isso, essa síndrome tem sido relacionada a depressão e ansiedade com somatização e catastrofização, ou seja, uma resposta intestinal ao estresse físico ou emocional. Todavia, há casos em que a síndrome do intestino irritável surge antes dos sintomas de depressão e ansiedade. A SII é uma síndrome disseminada mundialmente e pode estar relacionada a distúrbios da microbiota intestinal. Patologia Distúrbios gastrointestinais. Enfermidade sistêmica que surge em indivíduos geneticamente suscetíveis por resposta imunitária a componentes da dieta, como os celíacos. Na doença celíaca, o paciente mostra uma reação imunológica contra proteínas dos cereais, como a gliadina, popularmente conhecidas como glúten. Nela, o sistema imune ataca o epitélio do intestino, reagindo a presença do glúten, gerando inflamação e provocando má absorção de alimentos, desnutrição, emagrecimento, dor, desconforto, anemia, diarreia, osteoporose, entre outros. Alergia alimentar Enfermidade intestinal relacionada a dificuldade ou impossibilidade de digerir determinado alimento pela falta da enzima digestiva necessária. É o caso dos intolerantes a lactose, nos quais a enzima lactase não é adequadamente produzida peles enterócitos. Assim, lactose chega ao intestino grosso, onde é metabolizada por bactérias da microbiota, gerando metabólitos tóxicos (gases) que irritam a mucosa intestinal, gerando diarreia, flatulência, desconforto, dor, inchaço abdominal. Intolerância alimentar Patologia Distúrbios mentais Transtornos do medo Transtornos do humor Transtornos do pensamento Demências Transtorno do déficit de atenção e hiperatividade Epilepsia Patologia Distúrbios do medo A ansiedade patológica Patologia Distúrbios mentais Patologia Distúrbios mentais Patologia Distúrbios mentais Ansiedade patológica É um distúrbio do medo, relacionado a uma resposta de ansiedade inadequada, excessivamente intensa e duradoura, a determinado estímulo, apresentando sintomas psíquicos como vigilância aumentada (insônia) e angústia e, ainda, sintomas físicos como tensão motora e hiperatividade autônoma, caracterizada por tremores, taquicardia e sudorese. Acredita-se que a deficiência na neurotransmissão gabaérgica e serotonérgica no centros cerebrais do medo possa estar relacionada aos distúrbios da ansiedade, pois medicamentos gabaérgicos e serotonérgicos mostram-se ansiolíticos na prática clínica. Patologia Distúrbios mentais Tipos de ansiedade patológica: Patologia Distúrbios mentais Insônia É a insatisfação com a quantidade ou a qualidade do sono (não reparador) e queixas de dificuldade para iniciar ou manter o sono. A perturbação do sono pode ocorrer durante o curso de outro transtorno mental ou condição médica ou de forma independente, sendo, raramente, primária. Diferentes manifestações de insônia podem ocorrer em horários distintos do período de sono: - Insônia na fase inicial do sono (ou insônia inicial) envolve a dificuldade em conciliar o sono na hora de dormir. - Insônia de manutenção do sono (ou insônia intermediária) caracteriza-se por despertares frequentes ou prolongados durante a noite. - Insônia terminal envolve o despertar antes do horário habitual e a incapacidade para retornar ao sono. A insônia é apenas um entre os 10 transtornos do sono já identificados. Patologia Distúrbios do humor A depressão Patologia Distúrbios mentais Depressão É um transtorno do humor em que predominam as sensações de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, perda do apetite, do afeto e da libido e insônia. Melancolia. O transtorno depressivo maior representa a condição clássica desse grupo de transtornos. Ele é caracterizado por episódios distintos de pelo menos duas semanas de duração (embora a maioria dos episódios dure um tempo consideravelmente maior) envolvendo alterações nítidas no afeto, na cognição e em funções neurovegetativas, e remissões interepisódicas. São distúrbios depressivos: o Transtorno disruptivo da desregulação do humor; o Transtorno depressivo maior (incluindo episódio depressivo maior); o Transtorno depressivo persistente: > 2anos (distimia); o Transtorno disfórico pré-menstrual; o Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento; o Transtorno depressivo devido a outra condição médica; Patologia Distúrbios mentais Depressão Patologia Distúrbios mentais Depressão Patologia Distúrbios mentais Depressão Teoria neurogênica da depressão prevê que o estado depressivo é fruto da redução da expressão do fator neurotrófico derivado do encéfalo (BDNF) que leva a uma redução das ramificações nervosas em regiões límbicas como o hipocampo e o cíngulo, que controlam as emoções. O glicocorticoides endógenos (cortisol) e exógenos (AIEs) reduzem os níveis de BDNF, especialmente, no hipocampo, levando ao desenvolvimento de sintomas depressivos. Patologia Distúrbios mentais O DISTÚRBIO MANÍACO-DEPRESSIVO Também conhecido como transtorno bipolar ou bipolaridade, é um distúrbio mental no qual o indivíduo alterna entre episódios maníacos (eufórico, expansivo, inconsequente, grandioso ou irritável) e episódios depressivos, caracterizados por tristeza, desesperança, culpa, insônia ou hipersonia diária, ideação suicida, entre outros. O comportamento errático do indivíduo bipolar torna difícil seus relacionamentos interpessoais nos campos afetivo e profissional. Patologia Distúrbios mentais Distúrbios do pensamento Patologia Distúrbios mentais Esquizofrenia É um distúrbio mental relacionado ao neurodesenvolvimento anormal, no qual o paciente rompe com a realidade, apresentando: • Delírios – Crenças fixas não passíveis de mudança mesmo diante de evidência em contrário. Como os delírios persecutórios, niilistas, de grandeza e de referência. • Alucinações – São percepções, vívidas e claras, sem que o estímulo necessário para gera- las esteja presente. Podem ocorrer em todas as modalidades sensoriais. • Desorganização do pensamento - Discurso desconexo, ilógico ou mesmo incompreensível; • Comportamento motor anormal – Catatonia, com olhar fixo, caretas, movimentos estereotipados, postura rígida, variando da agitação repentina ao mutismo e estupor; • Sintomas negativos – Expressão emocional reduzidas e avolia (redução do comportamento automotivado e com uma finalidade específica). Patologia Distúrbios mentais Esquizofrenia Teoria serotonérgica: a ativação dos receptores serotonérgicos 5-HT2A e 5-HT2C levaria excitação nervosa em áreas do córtex e do hipotálamo, que poderiam ser responsáveis pelos sintomas da esquizofrenia. Teoria dopaminérgica: a ativação dos receptores dopaminérgicos do tipo D2 no sistema límbico pode estar associada a várias sintomas das psicoses. Teoria glutamatérgica: a inativação do neurônios gabaérgicos pela falta de glutamato, indica que essa falha em um sistema de inibição pode levar aos sintomas psicóticos. Patologia Distúrbios mentais TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção/desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento. Hiperatividade/impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou o nível de desenvolvimento. O diagnóstico de TDAH é difícil e pode ser confundido com muitos outros distúrbios mentais, como os transtornos de oposição desafiante e os transtornos do espectro autista. Patologia Distúrbios mentais Distúrbios neurodegenerativos Demências Patologia Distúrbios mentais Mal de Alzheimer É um distúrbio neurodegenerativo incapacitante caracterizada por ampla atrofia cortical (perda de neurônios e redução das ramificaçõesdendríticas), reduzindo o peso do encéfalo em até 35%. Os emaranhados neurofibrilares de proteína TAU e as placas senis de proteína beta- amiloide são marcas histopatológicas do Alzheimer, juntamente com a atrofia encefálica, notadamente hipocampal. A presença dos genes que aumentam a expressão de apolipoproteína E aumentam a síntese e a deposição de proteína beta-amiloide, aumentando o risco e diminuindo a idade de surgimento do mal de Alzheimer O sintoma característico é a amnésia, com prejuízo da memória e da aprendizagem. Podendo ser precoce (após os 40 anos), esporádico ou tardio, o mal de Alzheimer progride gradualmente até ficarem completamente prejudicadas a cognição e a linguagem. Na fase final, que pode ocorrer 20 anos após o diagnóstico, o paciente estará mudo e acamado, com pouca ou nenhuma interação social. Patologia Distúrbios mentais Mal de Alzheimer As placas senis são constituídas por depósitos extracelulares de β-amiloide sob a forma de fibrilas em terminais de axônios e dendritos distendidos, contendo numerosas mitocôndrias, corpos densos, estruturas membranosas (provavelmente lisossomos) e filamentos helicoidais pareados constituídos pela proteína tau hiperfosforilada. No centro da placa, observa-se número variável de fibrilas de amiloide. As placas são envolvidas por células microgliais e astrócitos. Os emaranhados (trançados, novelos) neurofibrilares da proteína tau hiperfosforilada aparecem como espessamento ou tortuosidade das neurofibrilas e toma a forma de emaranhados ou novelos. Ao microscópio eletrônico, os emaranhados neurofibrilares consistem predominantemente em feixes densos de filamentos longos de 20 nm de diâmetro, dispostos em forma helicoidal e aos pares. Patologia Distúrbios mentais Mal de Parkinson Distúrbio neurodegenerativo que envolve os sistemas dopaminérgico, noradrenérgico, serotoninérgico e colinérgico, caracteriza-se por sinais e sintomas motores (parkinsonismo) e não motores (depressão,transtornos do sono, demência e distúrbios gastrointestinais). A doença manifesta-se com sinais e sintomas extrapiramidais, como bradicinesia, rigidez, tremor durante o repouso, postura encurvada e marcha com passos progressivamente encurtados e acelerados, acompanhados de face inexpressiva característica. Os marcadores histológicos principais são os corpos de Lewy, neuritos de Lewy e perda neuronal. Normal Parkinson A lesão macroscópica característica é despigmentação da zona compacta da substância negra e do locus ceruleus, que corresponde a perda neuronal. O mal de Parkinson progride para o córtex, gerando, enfim, demência. Patologia Distúrbios mentais Distúrbios da excitabilidade neuronal Peter Paul Rubens, 1618. Patologia Distúrbios mentais Epilepsia
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