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MODELO - embargos à monitória

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1 
modelo de embargos à monitória - cpc 
[ENDEREÇAMENTO] 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XX 
VARA XXXXXXXXXXXXX DA COMARCA DE 
XXXXXXXXXXXXXX 
[10 LINHAS] 
PROCESSO N°.: XXXXXXXXXXXXXXXX 
 
NOME E QUALIFICAÇÃO DA 
PARTE, Bahia, por meio de seus advogados, constituídos 
através da procuração anexa, com endereço 
profissional no endereço constante no rodapé, indicado 
para os fins de que trata o art. 106, I, do CPC, vêm, 
perante Vossa Excelência, tempestivamente, opor os 
presentes EMBARGOS À MONITÓRIA contra si proposta 
pelo NOME E QUALIFICAÇÃO DA PARTE, pelos fatos e 
fundamentos que passa a aduzir: 
 
Inicialmente, os Embargantes 
requerem que todas as publicações sejam realizadas 
em nome do subscritor desta peça, o NOME DO 
ADVOGADO, sob pena de nulidade, conforme art. 272, 
§5° do CPC/2015. 
 
 
1. DO PRAZO PARA APRESENTAÇÃO DOS PRESENTES 
EMBARGOS 
 
Acerca do prazo para a 
apresentação dos presentes embargos, cumpre 
esclarecer que o mandado citatório (AR - Aviso de 
Recebimento) foi juntado aos autos em 
XXXXXXXXXXXXXXX. 
 
Sendo assim, a contagem do prazo 
de quinze dias para apresentação dos presentes 
embargos à Monitória iniciou-se em XXXXXXX. 
 
Considerando que a contagem de 
prazo ocorre somente em dias úteis, conforme dispõe o 
 2 
modelo de embargos à monitória - cpc 
art. 219 do CPC, tem-se por certo o termo final em 
XXXXXXXXXXXX, restando demonstrada a 
tempestividade dos presentes embargos. 
 
2. DO PEDIDO DE ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA 
 
Considerando as graves dificuldades 
financeiras enfrentadas pelos ora Embargantes, 
requerem os benefícios da gratuidade de justiça, eis 
que, nesta oportunidade, não possuem condições 
financeiras de arcar com as custas e demais despesas 
processuais, sem comprometer ainda mais sua saúde 
financeira, bem como a viabilidade das suas atividades. 
 
Destaca-se que o artigo 5°, XXXIV da 
Constituição Federal assegura a todos o direito de 
acesso à justiça em defesa de seus direitos, 
independente do pagamento de taxas. 
 
3. RESUMO DAS ALEGAÇÕES DOS EMBARGADOS 
 
Resumir as alegações da parte Embargada. 
 
4. DA PRELIMINAR. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA 
 
O Embargado propôs a devida 
ação monitória em face da empresa Embargante e do 
fiador do título vencido, objeto da presente. 
 
O Embargante, citado como fiador, 
não possui qualquer legitimidade para permanecer no 
polo passivo da demanda, uma vez que afiançou, 
conforme cópia do contrato acostado à exordial, 
documento sem a outorga uxória que deveria ser 
concedida pela esposa, uma vez que é casado. 
 
Quando ocorre tal ilegalidade, não 
há qualquer eficácia, nem garantia na fiança prestada, 
e assim, está tida como nula em todos os seus efeitos. 
 3 
modelo de embargos à monitória - cpc 
Desse modo, caso esta preliminar suscitada não seja 
acolhida, não pode o fiador ter seus bens atingidos. 
 
Requer, portanto, o acolhimento da 
preliminar expendida, julgando-se procedentes os 
presentes embargos, com a extinção do processo sem 
julgamento do mérito. 
 
5. DO MÉRITO 
 
A) DA QUANTIFICAÇÃO DA 
ABUSIVIDADE DA DÍVIDA 
 
Com muitas dificuldades financeiras 
e circunstâncias alheias à sua vontade a empresa 
Embargante seu viu obrigada a se valer do crédito 
objeto da presente, sendo, entretanto induzido pelos 
prepostos da Embargada, de que aquele seria um bom 
negócio a ser efetivado. 
 
Ocorre Excelência, que apesar das 
promessas de que o negócio jurídico a ser realizado 
seria vantajoso, o contrato firmado estabeleceu 
condições manifestamente desvantajosas para a parte 
Embargante, as quais inclusive, desatendem ao 
princípio da boa-fé objetiva, um dos mais importantes 
do Direito pátrio. 
 
No caso em análise, o valor 
apresentado pelo Embargado, mostrou-se astronômico, 
tornando a dívida impagável, evidenciando a má-fé da 
instituição financeira ao induzir o pagamento daquilo 
que, por lei, não lhe é efetivamente devido. 
 
Com efeito, ao perpetrar tais 
exigências, o Embargado retira definitivamente dos 
Embargantes as condições de liquidar a suposta dívida. 
 
Sucede, Excelência, que, apesar da 
instituição financeira ter vendido a ideia de que o 
 4 
modelo de embargos à monitória - cpc 
negócio seria vantajoso para a empresa Embargante, 
em verdade, o contrato firmado estabeleceu condições 
totalmente desvantajosas para esta última, as quais, 
inclusive, desatendem ao princípio da boa‐fé objetiva, 
um dos mais caros princípios gerais do Direito, e que 
hoje também norteia o moderno Direito Civil. 
 
Segundo Ruy Rosado de Aguiar, 
pode-se definir boa-fé como: 
 
Um princípio geral de Direito, 
segundo o qual todos devem 
comportar-se de acordo com 
um padrão ético de confiança 
e lealdade. Gera deveres 
secundários de conduta, que 
impõem às partes 
comportamentos necessários, 
ainda que não previstos 
expressamente nos contratos, 
que devem ser obedecidos a 
fim de permitir a realização das 
justas expectativas surgidas em 
razão da celebração e da 
execução da avença. 
(Grifamos. Cláusulas abusivas no 
Código do Consumidor, in 
Estudos sobre a proteção do 
consumidor no Brasil e no 
Mercosul). 
 
Nada obstante, as ilegalidades 
perpetradas pelo banco credor demonstram 
irrefutavelmente o abuso do direito que norteou sua 
conduta, uma vez que, como logo será demonstrado, 
lançou mão de sua proeminência econômica frente 
aos Embargantes, forçando-as um claro desequilíbrio 
contratual, o que vem lhe causando estrondosos 
prejuízos. 
 
Assim, compulsando‐se o contrato 
celebrado, é de fácil percepção a existência de várias 
estipulações indevidas e repudiadas pelo ordenamento 
jurídico pátrio, tais como juros usurários, capitalização 
do saldo devedor; sendo que em caso de mora, o 
Embargado poderia optar pela cobrança dos encargos 
 5 
modelo de embargos à monitória - cpc 
já mencionados ou comissão de permanência à taxa 
utilizada pela própria instituição nas operações de 
crédito, qualquer delas cumulada com juros de mora, 
igualmente incidente sobre o saldo devedor. 
 
Nessa esteira, diante das 
ilegalidades perpetradas, o suposto débito dos 
Embargantes acresceu sobremaneira, tornando-se 
impossível seu cumprimento. 
 
B) DA CAPITALIZAÇÃO DOS JUROS 
 
O anatocismo é uma prática 
hedionda dos bancos e outras instituições financeiras. A 
capitalização de juros, pode-se dizer com segurança, é 
a soma de seu montante ao capital, para efeito de 
produzir juros, isto é, correspondente à operação que 
envolve o cálculo de juros sobre juros, adicionados ao 
capital. 
 
Trata-se, na prática, de método que 
faz aumentar o valor do capital tomado, acrescendo-
lhe valores que somente podem ser obtidos pela 
aplicação composta dos juros. Vê-se, pois, por um 
primeiro ponto de análise, a exorbitação da 
característica principal dos juros e a elisão do risco 
assumido pelo credor, supervalorizando sua 
remuneração através dos juros caracterizando assim a 
prática da usura. 
 
A dívida foi atualizada 
unilateralmente pelo banco. Cada atualização produziu 
a multiplicação do passivo, porquanto os juros eram 
incorporados ao principal (capitalizados), passando a 
contar-se novos juros sobre juros anteriores. 
 
Pelo valor apresentado, ainda que 
os cálculos não tenham sido apresentados sob a forma 
prescrita em lei, é inequívoca a indevida incorporação 
dos juros ao capital. 
 6 
modelo de embargos à monitória - cpc 
 
Hodiernamente, essa capitalização 
não é admissível em nosso ordenamento jurídico pátrio. 
 
O artigo 4º do Decreto no 22.626 de 
07.04.33, veda a capitalização de juros, determinando 
ser admissível apenas ano a ano, nunca em período 
inferior. 
 
A este respeito, há a Súmula 121, do 
Supremo Tribunal Federal: É vedada a capitalização de 
juros, ainda que expressamente convencionada. 
 
É sabido que o Superior Tribunal de 
Justiçatem entendido que a capitalização mensal dos 
juros é legal, desde que expressamente pactuada, nos 
Contratos Bancários ASSINADOS após a edição do 
artigo 5º da Medida Provisória 2.170-36/2001. Todavia, a 
Súmula 121 do STF proíbe a capitalização de juros 
mesmo que convencionada, sem falar que tal tema é 
peculiar ao Sistema Financeiro, por disposição expressa 
do art. 62, §1°, III, da CF, ou seja, entendemos que tal 
matéria somente pode ser tratada por LEI 
COMPLEMENTAR E NÃO POR MEDIDA PROVISÓRIA. 
 
Ressalta-se, ainda que o art. 5° da 
Medida Provisória 2.170-36/2001, É TOTALMENTE 
INCONSTITUCIONAL pelo fato da mesma ter sido editada 
tratando tema de matéria antiga, ou seja, sem qualquer 
urgência, pois tal fato há anos é debatido no Judiciário, 
não podendo esquecer que a matéria foi encaixada na 
Medida Provisória que aborda tema totalmente diverso 
da questão de juros. 
 
Por certo que, inexiste justificativa 
para a criação de uma nova variante, seja para apenar 
o devedor bancário em face de eventual 
inadimplência seja para remunerar o capital adimplido, 
ou mesmo a fim de evitar a depreciação do valor 
 7 
modelo de embargos à monitória - cpc 
supostamente retido, tendo em vista que já existem 
previsões legais indiscutivelmente aplicáveis ao caso 
concreto, quais sejam a multa contratual, os juros de 
mora e a atualização do débito até o efetivo 
pagamento, as quais são suficientes para atender às 
necessidades bancárias licitamente. 
 
Daí ser devido o combate à prática 
de cobrança de juros extorsivos por parte dos bancos, já 
que fere frontalmente o Direito vigente, conforme 
aludido acima. Ademais, as prestações do contrato em 
questão têm sido majoradas de forma excessiva, 
ultrapassando muito aquilo que legalmente deveria ser 
cobrado, provocando, com isso, o desequilíbrio 
econômico do contrato. 
 
Assim, requer seja julgado indevido o 
pagamento de qualquer valor nos moldes 
arbitrariamente indicados pelo banco. 
 
C) DA CONTRATAÇÃO ADESIVA 
 
Importante salientar que os 
Embargantes não tiveram a oportunidade de discutir as 
cláusulas contratuais que lhes são por demais lesivas, isto 
porque o dito instrumento contratual fora todo 
previamente elaborado, restando-lhe aderir ao quanto 
preestabelecido ou deixar de reforçar seu capital de 
giro, providência que lhe era tão necessária, haja vista 
os percalços financeiros por que passava. 
 
Em que pese se tratar de contrato 
de abertura de crédito, o referido instrumento 
contratual não passa de um contrato de adesão, cujo 
conteúdo foi manifestamente imposto aos 
Embargantes, cabendo a estes tão somente submeter-
se à abusividade perpetrada. 
 
Na verdade, consoante lição de 
SÉRGIO CARLOS COVELLO: 
 8 
modelo de embargos à monitória - cpc 
 
“(...) quem contrata com um 
banco só tem a possibilidade de 
aceitar em bloco as condições 
impostas ou recusá-las em sua 
totalidade, deixando de celebrar o 
contrato. Digamos: ou adere às 
condições, ou não contrata. Não 
pode, entretanto, modifica-las ou 
pretender discuti-las com o banco. 
In CONTRATOS BANCÁRIOS, Ed. 
Saraiva, Pag. 44 e segs. – verbis.” 
 
Discorrendo sobre o mesmo tema, o 
renomado jurista FRAN MARTINS, salientou o caráter de 
ausência da vontade de um dos contraentes, no 
contrato de adesão, são suas palavras: 
 
“A parte a quem a proposta é 
dirigida não discute nem modifica, 
simplesmente adere aos termos 
dela, preenchendo cláusulas em 
branco dos contratos- tipos e 
aceitando as demais que lhe são 
impostas pelo proponente. Os 
contratos de adesão significam 
uma restrição ao princípio da 
autonomia da vontade, 
consagrado pelo Código Civil 
Francês, já que a vontade de 
cada uma das partes não pode 
manifestar-se livremente na 
estruturação do contrato, ficando 
adstrita apenas a aceitar ou não 
as cláusula e condições que lhe 
são impostas pelo proponente”. In 
Contrato e Obrigações 
Comerciais, págs. 99/100. 
 
Resulta evidenciado, por 
conseguinte, que não houve efetiva manifestação 
volitiva dos Embargantes ao chancelar o instrumento 
contratual, pelo que não aquiesceu com as ilegalidades 
nele previstas. Não houve liberdade de livre pactuação, 
como nos ensina o mestre ARNALDO RIZZATO, em lição 
infra transcrita: 
 
“Como dizer que há liberdade 
se o outro contratante tem a 
possibilidade de discutir as 
cláusulas? A pressão 
econômica, ou a necessidade 
de dinheiro, é tanta que a parte 
 9 
modelo de embargos à monitória - cpc 
não vê escolha senão acolher a 
série de cláusulas que, na 
verdade, constituem nada mais 
que uma armadilha para o 
desastre ou a derrocada 
econômica do contratante In 
REVISTA JULGADOS DO TARGS, 
n. 80/316).” 
 
Não por outra razão, o vestuto 
princípio “pacta sunt servanda” já não mais possui a 
força e a inderrogabilidade de que se revestia em 
tempos pretéritos, pois não se afigura justo, diante das 
praxes comerciais, notadamente, bancárias, a 
vinculação indiscriminada dos contratantes ao quanto 
estabelecido, até mesmo porque em muitos casos as 
disposições contratuais guardam a existência de 
diversas ilegalidades. 
 
Os Tribunais Pátrios, conhecedores 
dos abusos praticados por obra da contratação 
adesiva, principalmente na negociação bancária, têm 
revisado contratos, promovendo acertamentos 
contratuais, mercê da declaração de inexistência e 
nulidade integral ou parcial daquelas avenças que 
arrostam a lei e determinam desmesurada vantagem 
para uma das partes. 
 
O contrato de adesão passou a ser 
visto com reservas, pois: 
 
“Discrepando do tipo tradicional 
dos contratos, cuja 
característica essencial era a 
livre discussão das condições 
em que se formava o negócio 
jurídico, o contrato de adesão 
distingue-se, exatamente, pela 
ausência total de qualquer 
discussão prévia sobre as 
cláusulas contratuais, que são 
assim dizer, impostas por um 
dos contratantes ao outro, que 
se limita a dar sua adesão, 
concordando com o modelo 
impresso que subscreve, depois 
 10 
modelo de embargos à monitória - cpc 
de preenchidos os espaços em 
branco que lhes dizem respeito. 
Daí, porque, de um modo geral 
é preciso guardar, na 
interpretação dos contratos de 
adesão, um meio termo justo e 
razoável que evitará os 
extremos condenáveis da 
iniquidade ou do arbítrio, isto é, 
um direito demasiadamente 
restrito ou extremamente amplo, 
ambos conduzindo a negação 
do próprio direito.- RT690/86.” 
 
Por tais circunstâncias, ao ensejo da 
lei e da maciça jurisprudência, as cláusulas dos 
contratos adesivos devem ser interpretadas contra 
stipulatorem, no objetivo de que seja estabelecida a 
equivalência das prestações, restaurando o equilíbrio 
dos contratos e realizando o princípio da justiça. 
 
D) DA IMPUGNAÇÃO DOS VALORES 
APRESENTADOS 
 
Foi colacionado aos autos 
demonstrativos de débito e de evolução da dívida, os 
quais atestam valor diferente do quanto exposto na 
peça exordial. 
 
Ocorre que, tal documento não 
traduz a realidade dos fatos, uma vez que a 
documentação acostada não trata‐se de cálculo, 
detalhe que foi negligenciado pelo Embargado. 
 
O valor apresentado na petição 
inicial como sendo o supostamente devido, é muito 
superior ao que entendem esses Executados como 
correto, configurando claramente excesso à execução. 
 
Apesar de não entender como 
cálculo o demonstrativo acostado, o valor apresentado 
contempla juros, e sobre este ainda é calculada 
comissão de permanência, a qual por sua vez também 
é composta por juros!! 
 11 
modelo de embargos à monitória - cpc 
 
A comissão de permanência é 
manifestamente ilegal, uma vez que faz aumentar o 
valor tomado, acrescendo‐lhe valores que só poderão 
ser auferidos através desta prática hedionda. 
 
Vê‐se, portando a exorbitação dos 
juros e a elisão do risco assumido pelo credor, que 
supervaloriza sua remuneração, caracterizando assim 
práticas usurárias. 
 
Verifica‐se também outrailegalidade 
praticada pela instituição financeira, na medida em 
que deixa de cumprir a Resolução 2.878/2001 do 
Conselho Monetário Nacional, que determina: 
 
 
RESOLUÇÃO Nº 3694 
Dispõe sobre a prevenção de 
riscos na contratação de 
operações e na prestação de 
serviços por parte de instituições 
financeiras e demais instituições 
autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil. 
Art. 1º As instituições financeiras 
e demais instituições 
autorizadas a funcionar pelo 
Banco Central do Brasil, na 
contratação de operações e 
na prestação de serviços, 
devem assegurar: 
I - a adequação dos produtos e 
serviços ofertados ou 
recomendados às 
necessidades, interesses e 
objetivos dos clientes e usuários; 
II - a integridade, a 
confiabilidade, a segurança e o 
sigilo das transações realizadas, 
bem como a legitimidade das 
operações contratadas e dos 
serviços prestados; 
III - a prestação das 
informações necessárias à livre 
escolha e à tomada de 
decisões por parte de clientes e 
usuários, explicitando, inclusive, 
direitos e deveres, 
responsabilidades, custos ou 
 12 
modelo de embargos à monitória - cpc 
ônus, penalidades e eventuais 
riscos existentes na execução 
de operações e na prestação 
de serviços; 
IV - o fornecimento tempestivo 
ao cliente ou usuário de 
contratos, recibos, extratos, 
comprovantes e outros 
documentos relativos a 
operações e a serviços; 
V - a utilização de redação 
clara, objetiva e adequada à 
natureza e à complexidade da 
operação ou do serviço, em 
contratos, recibos, extratos, 
comprovantes e documentos 
destinados ao público, de forma 
a permitir o entendimento do 
conteúdo e a identificação de 
prazos, valores, encargos, 
multas, datas, locais e demais 
condições; 
VI -a possibilidade de 
tempestivo cancelamento de 
contratos; 
VII - a formalização de título 
adequado estipulando direitos 
e obrigações para abertura, 
utilização e manutenção de 
conta de pagamento pós-
paga; 
VIII - o encaminhamento de 
instrumento de pagamento ao 
domicílio do cliente ou usuário 
ou a sua habilitação somente 
em decorrência de sua 
expressa solicitação ou 
autorização 
IX - a identificação dos usuários 
finais beneficiários de 
pagamento ou transferência 
em demonstrativos e faturas do 
pagador, inclusive nas situações 
em que o serviço de 
pagamento envolver instituições 
participantes de diferentes 
arranjos de pagamento. 
Parágrafo único. Para fins do 
cumprimento do disposto no 
inciso III, no caso de abertura de 
conta de depósitos ou de conta 
de pagamento, deve ser 
fornecido também prospecto de 
informações essenciais, 
explicitando, no mínimo, as 
regras básicas, os riscos 
existentes, os procedimentos 
para contratação e para 
 13 
modelo de embargos à monitória - cpc 
rescisão, as medidas de 
segurança, inclusive em caso 
de perda, furto ou roubo de 
credenciais, e a periodicidade 
e forma de atualização pelo 
cliente de seus dados 
cadastrais. 
Art. 3º 
§ 3º As instituições devem 
divulgar, em suas dependências 
e nas dependências dos 
estabelecimentos onde seus 
produtos são ofertados, em 
local visível e em formato 
legível, informações relativas às 
situações que impossibilitem a 
realização de pagamentos ou 
de recebimentos nos canais de 
atendimento existentes, a 
exemplo dos contratos ou 
convênios que prevejam canais 
de atendimento exclusivamente 
eletrônicos, dos boletos de 
pagamento vencidos ou fora 
do padrão, bem como dos 
pagamentos com cheque. 
 
Desse modo, requer que sejam 
julgados indevidos o pagamento dos elementos acima 
indicados, além dos juros ilegais e do SPREAD praticado, 
ficando também impugnado o valor cobrado, visto que 
encontram-se flagrantemente majorados. 
 
6. DO PEDIDO DE PERÍCIA 
 
Diante da vultuosa quantia aqui 
discutida e complexidade dos cálculos que versam 
acerca de operações bancárias, que não podem ser 
realizados a partir de simples cálculo aritmético, requer 
a remessa dos autos ao perito judicial a ser designado 
por este Juízo, para seja realizada a devida perícia 
tendo por base o contrato firmado entre as partes. 
 
7. DA CONCLUSÃO 
 
Diante dos argumentos até aqui 
narrados, e que fulminam a pretensão Autoral, cumpre 
 14 
modelo de embargos à monitória - cpc 
informar que, supondo que o Embargado tivesse razão 
em seu pleito, este labora em patente excesso, tendo 
lançado mão de forma arbitrária de práticas hediondas 
coibidas duramente pelo Poder Judiciário, onerando 
sobremaneira o montante supostamente devido. 
 
Em verdade, não está sendo 
discutido nesse momento a limitação da taxa de juros 
em 12% ano, mas sim a abusividade do SPREAD 
praticado, uma vez que foi verificada cobrança de juros 
acima da média de mercado. 
 
Diante do quanto narrado nos 
presentes Embargos, restou demonstrado que o título 
não tem poder de liquidez, já que a inicial não foi 
devidamente instruída com a memória de cálculo 
pertinente, haja vista o confrontamento entre os valores 
apresentados na exordial e nos cálculos anexados, 
sendo certo que a instituição Credora diz ser credora de 
um determinado valor, carecendo de comprovação 
documental, não sendo cabível, pois, a presente ação 
executiva. 
 
Ademais, restaram provadas várias 
arbitrariedades cometidas pela instituição bancária que 
certamente serão rechaçadas pelo Poder Judiciário, e 
ao mesmo tempo pugna para que o Embargado 
informe o custo de captação do SPREAD praticado nas 
operações, com os devidos respaldos documentais 
cabíveis, caso discorde das premissas apresentadas que 
junte documentos que validem a discordância. 
 
8. DOS PEDIDOS 
 
Ab initio, requer seja acolhida a 
preliminar acima expendida, com o fito de ser o 
presente feito julgado extinto, sem julgamento do 
mérito, com fulcro no art. 485 IV e VI do Código de 
Processo Civil. 
 
 15 
modelo de embargos à monitória - cpc 
Pugnam, que sejam os presentes 
autos encaminhados a um perito judicial, a ser 
designado por este Juízo, para que possa emitir parecer 
técnico relativo às operações financeiras realizadas, 
cujos contratos foram anexados pelo Embargado. 
 
Solicitam ainda que, acaso V. Exa. 
julgue procedentes ou não os pedidos autorais, 
condenando‐se o Embargado, em ambas as hipóteses, 
ao pagamento das custas, reembolso de honorários 
periciais, acaso existente, e honorários advocatícios à 
razão de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa. 
 
Requerem sejam recebidos os 
presentes Embargos, ao tempo em que protestam 
provar o alegado através de todos os meios de prova 
em direito admitidos, notadamente o depoimento 
pessoal do representante legal do Embargado, sob 
pena de confissão. 
 
Dão à causa o valor de R$ 
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx. 
 
Pedem Deferimento. 
 
LOCAL, DATA. 
 
ADVOGADO 
OAB

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