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Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 143 Sinterização Metalurgia do pó ou sinterização A metalurgia do pó é a técnica metalúrgica que consiste em transformar pós de metais, óxidos metálicos, carbonetos ou mesmo substâncias não-metálicas em peças com resistência adequada à finalidade a que se destinam sem recorrer à fusão, empregando-se pressão e calor. Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 144 Processo de sinterização Processo de sinterização Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 145 Fabricação dos pós Para obter pós metálicos existem vários processos. O mais comum consiste em se injetar ar comprimido ou água sobre o metal líquido. Obtenção de pós metálicos por meio de pulverização Esse pó passa por um tratamento de secagem e um recozimento para desoxidação. De acordo com as propriedades exigidas na peça, são misturados vários tipos de pós com a adição de lubrificantes para facilitar a compactação. Compactação É uma operação básica do processo de sinterização. O pó é colocado em matrizes que estão montadas em prensas de compressão, onde é comprimido a pressões determinadas em função de sua composição e das características finais que se desejam nas peças sinterizadas Operação de compactação Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 146 As pressões de compactação exigidas na metalurgia do pó variam em função dos materiais (tabela abaixo), das características finais desejadas das peças sinterizadas e da quantidade e qualidade do lubrificante adicionado à mistura para facilitar a compactação. Materiais Pressão KN/cm2 Peças de latão 4,0 a 7,0 Buchas autolubrificantes de bronze 2,0 a 3,0 Escovas coletoras Cu – grafite 3,5 a 4,5 Metal duro 1,0 a 5,0 Peças de aço baixa densidade média densidade alta densidade 3,0 a 5,0 5,0 a 6,0 6,0 a 10,0 Peças que devem ter alta densidade, elevada dureza e resistência a tração são compactadas a quente, é o caso por exemplo do metal duro. Sinterização Consiste no aquecimento das peças comprimidas a temperaturas específicas. A temperatura de sinterização de pós de uma só substância é de 60 a 80% da sua temperatura de fusão, e em caso de pós de várias substâncias essa temperatura é ligeiramente superior à temperatura de fusão da substância de menor ponto de fusão. A temperatura de sinterização de alguns materiais está indicada na tabela seguinte. Temperatura de sinterização de alguns materiais Materiais 0C Bronze fosforoso 600 a 800 Ferro e aço 1 000 a 1 300 Metal duro 1 400 a 1 600 A sinterização é feita em forno com gás protetor ou a vácuo para evitar a oxidação. O tempo é de 30 a 150 minutos. Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 147 Em peças em que se deseja uma alta densidade e melhores propriedades de resistência, volta-se a prensar e a sinterizar (duplo prensado e sinterizado). Princípio da sinterização As partículas só têm contato em poucos pontos; por isso, o efeito da coesão é muito baixo. Através de uma alta pressão (40-80kN/cm2) a secção de contato aumenta, ou seja, a força de coesão também aumenta. Durante o aquecimento ocorre um fluxo plástico (temperatura próxima à fase líquida). Nos contornos dos grãos os átomos são deslocados e formam novos grãos. Os novos grãos diminuem os poros e formam uma nova estrutura com grande densidade. Efeitos da sinterização – esferas de cobre a 1020ºC (ampliação 300X). Calibragem Após a sinterização, prensam-se as peças em uma ferramenta (matriz) para melhorar a precisão dimensional e a qualidade superficial. Acabamento final As peças sinterizadas podem sofrer operações de usinagem, tratamentos térmicos e tratamentos superficiais. Tratamentos térmicos Para melhorar a resistência a tração e a dureza de aços sinterizados pode-se recorrer a tratamentos térmicos como a têmpera, cementação ou carbonitretação. Tratamentos superficiais Para melhorar a resistência a desgaste e a corrosão empregam-se tratamentos superficiais como a oxidação (tratamento com vapor de água), cromeação, fosfatação, etc. Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 148 Normalização A normalização dos materiais sinterizados é feita em função da porosidade. Designação Classe de material Volume de material em % Porosidade em % Aplicação AF < 73 > 27 Filtros A 75 25 Mancais B 80 20 Mancais Peças de perfis C 85 15 Peças de perfis D 90 10 Peças de perfis Numeração Material 00 Ferro sinterizado 10 Aço 20 Aço com cobre 30 Aço/Cu/Ni 50 Cu Sn 54 Cu Ni Zn Exemplos: Sint AF 50 Bronze Porosidade – 27% Volume de material – 73% Para filtros Sint D 10 Aço sinterizado Porosidade – 10% Volume de material – 90% Para peças de perfis Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 149 Aplicações de materiais sinterizados Filtros Materiais sinterizados com grande volume de poros, como por exemplo aço cromo – níquel (Sint A41) ou bronze sinterizado (Sint A50), são utilizados para filtros de gases e líquidos. Buchas Buchas de bronze sinterizadas podem absorver até 30% de seu próprio volume de óleo que ao ser aquecido sai dos poros lubrificando as superfícies de contato (figura a seguir). Buchas sinterizadas de bronze com grafite ou bissulfeto de molibdênio não necessitam de lubrificante líquido. Com o deslizamento sobre pressão, forma-se na superfície de contato uma película com baixo coeficiente de atrito que tem a função do lubrificante líquido. Escovas coletoras O emprego de sinterizados de grafite com cobre na fabricação de escovas coletoras oferece vantagens sobre o grafite já que possui maior condutividade elétrica. Escovas coletoras Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 150 Peças de precisão Os materiais sinterizados podem, ainda, ser utilizados na confecção de engrenagens e peças de formas complexas de automóveis e eletrodomésticos. Peças sinterizadas Ferramentas de metal duro Ferramentas de corte, matrizes para compactação e componentes de instrumentos de precisão podem ser fabricados de metal duro. O metal duro é composto de carbonetos de tungstênio, de titânio e de tântalo, mais cobalto, que atua como elemento de liga. Esses elementos são submetidos a altas temperatura e pressão no processo de sinterização. A ferramenta sinterizada de metal duro possui excelente rendimento na usinagem a alta velocidade de corte, mantém o corte a elevadas temperaturas e tem maior vida útil que as ferramentas de aços rápidos. Durezas dos materiais para ferramentas Tecnologia e ensaios de materiais SENAI 151 Ferramentas cerâmicas Os materiais cerâmicos, tais como, A 2O3, SiO2, unidos com metais como Co, Cr, Fe são sinterizados para produzir ferramentas de corte (ferramentas cerâmicas). Materiais cerâmicos e metálicos não podem ser ligados, só sinterizados, chamam-se também cermets, ou seja, cerâmica + metais. Depois de sinterizadas, as pastilhas de corte têm as propriedades dos materiais brutos, tais como: a dureza de A 2O3 e a resistência à tração do Cr. Os pós dos metais servem como aglutinantes. Exemplo: Co. A velocidade de corte desse material é mais elevada do que as indicadas para o metal duro. As pastilhas são de baixo custo e não são retificadas após o uso.
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