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Parasitologia – Aula 4 Profª Rafaele Frassini Nematelmintos Nematelmintos • Os nematelmintos (do grego nematos: 'filamento', e helmin: 'vermes') são vermes de corpo cilíndrico, afilado nas extremidades. • Ao contrário dos platelmintos, os nematelmintos possuem tubo digestório completo, com boca e ânus. Geralmente têm sexos separados, e as diferenças entre o macho e a fêmea podem ser bem nítidas, como no caso dos principais parasitas humanos. Ascardíase • Cerca de 0,8 a 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo têm ascaridíase, com as populações mais afetadas presentes na África subsariana, América latina e Ásia. • A ascaridíase o tipo mais comum de helmintíase transmitida pelo solo. Desde 2010, provocou cerca de 2.700 mortes por ano, diminuindo em relação às 3.400 mortes em 1990. https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_subsariana https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_subsariana https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%81frica_subsariana https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_latina https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_latina https://pt.wikipedia.org/wiki/Am%C3%A9rica_latina Ascardíase • Agente Causador: Ascaris lumbricoides Sintomas • Diarreia; • Náusea; • Dor no abdômen; • Falta de Apetite; • Presença dos vermes nas fezes; • Assintomática. CICLO Ascaris lumbricoides Ovo fertilizado Ovo não fertilizado Prevenção • A prevenção é feita com a melhora das condições de saneamento e do acesso sanitário e o adequado escoamento das fezes. A lavagem das mãos com sabão aparentemente protege contra a infecção. • Em áreas onde mais de 20% da população está infectada, recomenda-se o tratamento de todos em intervalos periódicos. Ancilostomose Ancilostomose ou Amarelão • Ancilostomose, ancilostomíase ou amarelão referem-se a verminose humana causada por duas espécies de nematelmintos, o Ancylostoma duodenale e o Necator americanus. • Estes vermes são pequenos e medem aproximadamente 1 cm a 1,5 cm de comprimento. Sintomas • anemia (palidez); • infeccções pulmonares; • fezes com sangue; • indisposição. Sintomas • Devido à perda de sangue, as pessoas infectadas apresentam a pele amarelada (daí a doença também ser chamada de amarelão) e anemia. • Outros sintomas que podem surgir são: irritação na pele, no local de entrada do verme no corpo, fraqueza, desânimo, perda de peso e lesões pulmonares. Necator americanus Ciclo de vida • As formas adultas dos vermes vivem no intestino delgado da pessoa infectada, onde machos e fêmeas copulam e dão origem aos ovos que são eliminados com as fezes. • Caso as fezes entrem em contato com o solo e encontrem condições adequadas, como elevada umidade e temperatura, os ovos eclodem e liberam pequenas larvas. Estas podem viver até 7 dias no ambiente, quando amadurecem e são capazes de infectar um hospedeiro. Necator americanus e Ancylostoma duodenale Ancilostomose Necator amaricanus Ancylostoma duodenale Ovos nas fezes Larva rabditiforme eclode Larva filarióide Larva filarióide penetra na pele Adultos no inestino delgado Prevenção • Medidas de saneamento básico adequadas; • Uso de calçados em situações de contato com a terra; • Manter atenção ao local de brincadeira das crianças; • Tratar adequadamente os doentes para evitar novas contaminações. Tricuríase • Tricuríase é uma infecção causada por Trichuris trichiura. • A tricuríase é a 3ª infecção parasitária mais comum. Estima-se que 604 a 795 milhões de pessoas estejam infectadas em todo o mundo. • Trichuris trichiura ocorre principalmente em regiões tropicais e subtropicais onde as pessoas defecam no solo. Sintomas • Infecções por Trichuris leves com frequência são assintomáticas. • Pacientes com infecções graves podem ter dor abdominal, anorexia e diarreia; perda ponderal, anemia e prolapso retal podem resultar, particularmente em crianças. • A infecção é disseminada pela via fecal-oral. Os ovos ingeridos eclodem e entram nas criptas do intestino delgado como larvas. Após amadurecerem, período entre 1 a 3 meses, os vermes migram para o ceco subindo até o cólon, no qual se unem à mucosa superficial, se acasalam e colocam ovos. • Estima-se que os vermes adultos vivam 1 a 2 anos, embora alguns possam viver por mais tempo. Estrongiloidíase • é a infecção causada por Strongyloides stercoralis. • A estrongiloidíase é endêmica ao longo dos trópicos e subtrópicos, em locais onde há exposição da pele ao solo contaminado e condições higiênicas precárias. • Infecções graves por S. stercoralis ocorreram em receptores de transplantes de órgãos sólidos de doadores assintomáticos que viviam em áreas endêmicas. Sintomas • Pode ser assintomática; • Sintomas pulmonares são incomuns, embora infecções intensas possam produzir a síndrome de Löffler, com tosse, sibilos e eosinofilia. Sintomas gastrointestinais (GI) incluem anorexia, dor e sensibilidade epigástricas, diarreia, náuseas e vômitos. • Em infecções graves, má absorção e enteropatia perdedora de proteína podem resultar em perda ponderal e caquexia. Síndrome da Superinfecção • Sintomas GI e pulmonares são frequentemente proeminentes. • A bacteremia pode se desenvolver quando as larvas invadem o intestino ou os pulmões. • Pode causar obstrução, sangramento GI volumoso, má absorção intensa e peritonite. Sintomas pulmonares incluem dispneia, hemoptise e insuficiência respiratória. Infiltrados podem ser vistos em radiografia de tórax. Síndrome da Superinfecção • Outros sintomas dependem dos órgãos envolvidos. O comprometimento do SNC pode ser por meningites parasitárias, abscesso cerebral e invasão difusa do cérebro. • Meningite secundária por Gram-negativo e bacteremia, que ocorrem com alta frequência, provavelmente refletem o rompimento da mucosa do intestino e/ou o transporte de bactérias na migração das larvas. A infecção do fígado pode resultar em hepatite colestática e granulomatosa. Ciclo Larva Rabditiforme é eliminada Desenvolvimento dos adultos (forma livre) Ovos produzidos por fêmeas fertilizadas Desenvolvi mento da larva Forma infectiva da larva Larva penetra na pele Larva filarióide entra na circulação sanguínea Fêmea adulta no intestino Autoinfecção Enterobiose • Enterobíase/Enterobiose ou Oxiurose/Oxiuríase é a infecção causada por oxiúros (Enterobius vermicularis), vermes nematódeos com menos de 15mm de comprimento e que parasitam o intestino humano. • É uma das enfermidades parasitárias mais comuns do mundo, sendo frequente mesmo em países desenvolvidos, atingindo cerca de 11-21% da população por ano, sendo mais comum em crianças pequenas. Enterobiose • Após deglutição dos ovos, as formas adultas desenvolvem-se no intestino, onde ocorre oacasalamento. • O macho morre após a cópula e é expulso junto com as fezes. A fêmea, então, migra para o cólon distal e para o recto. • À noite noite, a fêmea sai do recto passando pelo esfincter e deposita os ovos na mucosa anal e pele perianal, do lado externo do corpo, voltando depois para dentro. Enterobiose • Este processo é extremamente irritante (causa coceira), porque ao contrário da mucosa do intestino, a mucosa anal e a pele são muito sensíveis. Ciclo • A transmissão ococorre por água, alimentos, poeira ou objetos levados à boca contaminados com os vermes. As fêmeas produzem grande quantidade de ovos na região perianal. • Os ovos são transparentes, muito resistentes, leves e conseguem resistir até três semanas em ambientes domésticos. Crianças pequenas que coçam a área e colocam os dedos na boca podem se recontaminar mais de uma vez. O sintoma característicoda enterobíase é o prurido anal, que se exacerba no período noturno devido à movimentação do parasita pelo calor do leito, produzindo um quadro de irritabilidade e insônia. Outros sintomas comuns são: • Coceira no ânus, • Enjoo/náusea, • Vômitos, • Dores abdominais, • Cólicas; • Em alguns casos ocorrem sangue nas fezes. É comum também que não haja sintomas além da coceira anal. Dermatite Serpiginosa • A larva migrans cutânea (LMC), dermatite serpiginosa ou dermatite pruriginosa, conhecida popularmente como bicho-geográfico (Ancylostoma braziliense ou Ancylostoma caninum), corresponde à uma série de manifestações patológicas causadas geralmente por parasitas específicos do intestino delgado de cães e gatos que eventualmente atingem o homem. • As larvas infectantes deixam marcas parecidas com um mapa na pele do homem devido à sua migração e conseguem avançar de 1 a 2 cm por dia na pele. Dermatite Serpiginosa • A larva possui distribuição cosmopolita, no entanto apresenta maior incidência em regiões subtropicais e tropicais. • Caracteriza-se por manifestações patológicas onde as espécies envolvidas só sobrevivem um período no hospedeiro não habitual, sem completar a totalidade do ciclo involutivo Dermatite Serpiginosa • Existe um tipo semelhante de larva, a Larva migrans visceral, que também tem como hospedeiros naturais cães e gatos. • As espécies mais comuns são a Toxocara canis, a Toxocara leonina e a Toxocara cati, que podem ser transmitidas pela ingestão de água e de alimentos infectados por larvas ou ovos desses parasitas intestinais. • No corpo humano, esses ovos eclodem e liberam larvas, que caem na corrente sanguínea e atingem outros tecidos e órgãos, provocando uma doença chamada granulomatose larval. Diagnóstico • Ascardíase: EPF (HPJ ou Kato-Katz); pesquisa de larva no escarro ou exame de imagem. • Ancilostomose: os primeiros ovos podem só aparecer 2 meses depois. Quando a infecção é provocada pelo A. duodenale, o primeiros ovos podem demorar até 1 ano para surgirem nas fezes. Hemograma (eosinofilia e anemia), EPF (HPJ, Willis). Método de Willis • Método de flutuação para a pesquisa de ovos de ancilostomídeos. • Colocar 01 a 02 gramas de fezes frescas em recipiente de boca larga com capacidade de 20mL; • Completar ¼ da capacidade do recipiente com solução saturada de NaCl; • Suspender as fezes na soulução salina até haver total homogeneização; Método de Willis • Completar o volume, colocar uma lâmina sobre a borda do recipiente de boca larga; • A lâmina deve ficar em contato com o líquido por 05 minutos (os ovos aderem à lâmina); • Remover a lâmina, cora-se com lugol, cobrir com lamínula e observar em objetiva de 10X ou 40X. Diagnóstico • Tricuríase: EPF (HPJ); • Estrongiloidíase: pesquisa de larvas nas fezes, na secreção traqueal, no lavado brônquico, no aspirado gástrico ou nas biópsias gástrica, jejunal, cutânea e pulmonar. Métodos: EPF (Baermann modificado por Moraes), exame direto à fresco. • Enterobiose: método Graham. • Bicho geográfico: sinais característicos na pele e histórico do paciente. Biópsia e ELISA são utilizados para a forma visceral da doença. Método de Baermann-Moraes • Pesquisar larvas de nematódeos, principalmente Strongyloides stercoralis. • Coloca-se o funil em um suporte; • Sobre o funil é ajustado um tamis e, dentro deste, um pedaço de gaze dobrada 04 vezes; • Sobre a gaze deposita-se 08 a 10g de fezes; • Enche-se o funil com água aquecida (45ºC) até tocar a base do tamis, deixando as fezes submersas; Método de Baermann-Moraes • Deixar em repouso por 60 minutos, durante este período, as larvas migrarão para a água, acumulando na mangueira de látex; • Coleta-se 5 a 7mL do líquido em tubo de centrífuga; • Centrifuga-se a 500 rpm e examina-se o sedimento no microscópio corando com lugol. Fita Gomada - Graham • 1. Princípio do método: recolhe-se utilizando parte adesiva de celofane (durex) os ovos que ficam na região anal, perianal e perineal. Fita Gomada - Graham • 2. Material utilizado: • - Fita gomada de celofane (durex - 8 cm de comprimento por 1,2 cm de largura). • - Lâmina de microscópio • - Tubo de ensaio (150 x 15 mm). • 3. Vantagens do método: Rápido, fácil execução e barato • 4. Desvantagens do método: específico para ovos de Taenia sp. e Enterobius vermicularis.