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Universidade Presbiteriana Mackenzie Gabriella Ausenka - 32081677 Direito das Obrigações - Profª Fernanda Gurgel Atividade - Avaliação - N2 Pesquisar um acórdão que tenha por objeto alguma discussão versando sobre cada uma das modalidades de pagamento indireto indicadas abaixo, seguindo as instruções a seguir: 1. Basta transcrever a ementa do julgado (citando o Tribunal, relatoria, data de julgamento); 2. O acórdão pode ser de qualquer um dos Tribunais Estaduais ou do STJ; 3. Deve haver uma explicação sucinta do caso e da decisão proferida; 4. Justificar a resposta com dispositivos legais pertinentes, doutrina e/ou jurisprudência; 5. Modalidades de pagamento indireto das obrigações a serem pesquisadas: Consignação em pagamento, Pagamento com sub-rogação, Imputação do Pagamento, Dação em Pagamento, Novação, Compensação, Confusão e Remissão: O pagamento com sub-rogação é efetuado para cumprimento de obrigações assumidas por terceiro, pelo que também serão substituídos os credores, ou seja, dívidas pagas por terceiro que obtém os direitos do credor e satisfazendo o credor. Havendo substitutos, mas a dívida não se extingue, e não há dívida do devedor, que deve ao terceiro. O pagamento com sub-rogação nunca será gratuito e sempre haverá um pagamento antes da reposição. Nesse sentido, o acórdão: PAGAMENTO COM SUB-ROGAÇÃO. Dívida trabalhista de vendedor de imóvel. Penhora de imóvel vendido pelo réu devedor ao autor, por escritura pública não levada a registro. Sub-rogação do autor, terceiro comprador, após solver a dívida para levantar a penhora. Admissibilidade. Pagamento de dívida por terceiro interessado, para evitar a excussão de imóvel adquirido do devedor. Réu devedor invoca os artigos 306 e 364 do Código Civil para eximir-se do pagamento. Ausência de prova de meios do devedor para ilidir a ação trabalhista, em fase de execução, hipótese que o eximiria da sub-rogação e reembolso. Possibilidade de oposição de embargos de terceiro a depender das circunstâncias do caso concreto que poderia afastar a penhora, mas colocaria em risco a aquisição. Liberação do imóvel penhorado que não ilidiria a dívida e nem subtrairia interesse ao terceiro em pagá-la. Devedor réu beneficiado com o pagamento da dívida. Sentença da procedência mantida. Recurso improvido. (TJ-SP - AC: 10096881020178260604 SP 1009688-10.2017.8.26.0604, Relator: Francisco Loureiro, Data de Julgamento: 08/07/2020, 1ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 08/07/2020) Trata-se portanto de pagamento com sub-rogação por haver à substituição de uma pessoa ou coisa por outra pessoa ou coisa em uma relação jurídica. A sub-rogação é uma figura jurídica anormal, pois o pagamento só promove a mudança subjetiva das obrigações, mudando assim o credor. A rescisão obrigatória está apenas relacionada com o credor. Depois de receber o credor do terceiro em causa, o credor não poderá reclamar quaisquer outros créditos. Defronte ao acordão exposto e sua análise, é premente atentar-se as palavras do doutrinador Carlos Roberto Gonçalves em seu livro de Direito Civil: “Na linguagem jurídica, fala-se de sub-rogação, em geral, para designar determinadas situações em que uma coisa se substitui a outra coisa ou uma pessoa a outra pessoa. Há um objeto ou um sujeito jurídico que toma o lugar de outro diverso. Embora a prestação devida seja normalmente realizada pelo devedor, pode ocorrer, todavia, o seu cumprimento por terceiro que tenha interesse na extinção da obrigação, como sucede com o fiador. Neste caso, diz o art. 831, primeira parte, do Código Civil que “o fiador que pagar integralmente a dívida fica sub- rogado nos direitos do credor”. https://direito.legal/categoria/direito-privado/direito-civil/ A imputação ao pagamento se configura quando o devedor houver contraído várias dívidas da mesma natureza para com o mesmo credor e o montante do reembolso da dívida for inferior, o pagamento deve ser devolvido. A imputação ao pagamento pode ser estimada por meio de acordo entre as partes ou disposições legais. No entanto, a estimativa do pagamento ainda beneficiará os juros, que serão repassados para o pagamento do principal posteriormente, assim o acordão: AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO DE ALIMENTOS. IMPUTAÇÃO DO PAGAMENTO DAS PARCELAS ALIMENTARES ATRASADAS. Embora a regra geral do Código Civil determine que a escolha das parcelas a ser imputado o pagamento seja do devedor, a execução de alimentos tem caráter especial, de maneira que regramento deve ser afastado. Basta visualizar a seguinte situação: o alimentante, executado, deixa acumular várias parcelas do dever alimentar advindo do acordo que ele mesmo firmou e, ao adimplir parcialmente, escolhe justamente as últimas parcelas, aquelas que, pelo entendimento da Súmula 309 do STJ, são as capazes de serem hipóteses de subsunção da prisão civil por dívida. Admitir essa imputação nefasta é consagrar e homenagear a má-fé, pois sempre bastaria o pagamento parcial para que a execução de alimentos, cuja finalidade precípua é forçar ao máximo o cumprimento espontâneo (inclusive, mediante a única hipótese de prisão civil), ficasse com seu objeto completamente esvaziado por essa manobra jurídica. AGRAVO IMPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº 70067156547, Oitava Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em 30/06/2016). (TJ-RS - AI: 70067156547 RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Data de Julgamento: 30/06/2016, Oitava Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da Justiça do dia 04/07/2016). Concerne, portanto, como imputação ao pagamento sendo uma forma em que o devedor tem de quitar seus débitos vencidos com um mesmo credor, sendo no exposto acima o alimentante, que deixou. acumular várias parcelas do dever alimentar advindo do acordo que ele mesmo firmou. Esse também é o entendimento da doutrina majoritária do ilustre doutrinador Carlos Roberto Gonçalves que nós diz: “A imputação do pagamento consiste na indicação ou determinação da dívida a ser quitada quando uma pessoa se encontra obrigada, por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor e efetua pagamento não suficiente para saldar todas eles. Assim, por exemplo, se três dívidas são, respectivamente, de cinquenta, cem e duzentos mil reais, e o devedor remete cinquenta reais ao credor, a imputação poderá ser feita em qualquer delas, se este concordar com o recebimento parcelado da segunda ou da terceira (…)” A Dação em pagamento é uma determinação entre o credor e o devedor, podendo o credor aceitar receber pagamentos que não sejam prestações. O credor não é obrigado a cobrar o dinheiro que lhe é devido, mesmo que o dinheiro seja mais valioso. O pagamento em espécie é uma forma de negociação amplamente utilizada, como a dívida. Os credores, também concordam em ao invés de receber em especie, receber uma outra coisa, que pode ser um bem material, um imóvel, um terreno ou algo que o valha. Nesse sentido, o acórdão: DAÇÃO EM PAGAMENTO - Necessidade de anuência do credor que, no caso, não restou demonstrada - Inteligência do disposto no artigo 356, do Código Civil - Relação de consumo que não restou demonstrada, posto que não comprovada a hipossuficiência da parte agravante e tampouco que o dinheiro não tivesse sido adquirido como insumo para suas atividades empresariais - Indemonstrado o rompimento das bases objetivas do negócio - Decisão mantida - Agravo de instrumento desprovido. (TJ-SP - AI: 21979964520188260000 SP 2197996-45.2018.8.26.0000, Relator: Mendes Pereira, Data de Julgamento: 25/10/2018, 15ª Câmara de Direito Privado, Data de Publicação: 25/10/2018). Refere-se portanto como dação em pagamento quando há uma determinação entre o credor e o devedor, podendo o credor aceitar receber pagamentos que não sejam prestações. O doutrinador Carlos Roberto Gonçalves nós afirmaque: “A dação em pagamento é um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida (…)” A novação fundamenta-se na criação de uma nova obrigação para substituir e eliminar a obrigação anterior e a obrigação original. O termo "novar" já é utilizado no vocabulário jurídico para se referir ao criar uma nova obrigação, assim o acordão: PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. HABILITAÇÃO DE CRÉDITO. ATUALIZAÇÃO. TRATAMENTO IGUALITÁRIO. NOVAÇÃO. JUROS E CORREÇÃO. DATA DO PEDIDO DA RECUPERAÇÃO. 1. Ação de recuperação judicial da qual foi extraído o recurso especial, interposto em 21/08/2014 e atribuído ao gabinete em 25/08/2016. Julgamento: CPC/73 2. O propósito recursal é decidir se há violação da coisa julgada na decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros de mora e correção monetária, delineados em sentença condenatória por reparação civil, até a data do pedido de recuperação judicial. 3. Em habilitação de créditos, aceitar a incidência de juros de mora e correção monetária em data posterior ao pedido da recuperação judicial implica negativa de vigência ao art. 9º, II, da LRF. 4. O plano de recuperação judicial implica novação dos créditos anteriores ao pedido, e obriga o devedor e todos os credores a ele sujeitos. Assim, todos os créditos devem ser atualizados até a data do pedido de recuperação judicial, sem que isso represente violação da coisa julgada, pois a execução seguirá as condições pactuadas na novação e não na obrigação extinta, sempre respeitando-se o tratamento igualitário entre os credores. 5. Recurso especial não provido. (STJ - REsp: 1662793 SP 2016/0002672-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 08/08/2017, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 14/08/2017) Trata-se portanto de uma novação (criação de uma nova obrigação para substituir e eliminar a obrigação anterior e a obrigação original).