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Literatura brasileira colonial e romântica

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Local: Sala 1 - Sala de Aula / Andar / Polo São João de Meriti / POLO SÃO JOÃO DE MERITI - RJ 
Acadêmico: EAD-IL80071-20204A
Aluno: ROSEMARY TEIXEIRA PINTO 
Avaliação: A2-
Matrícula: 20191303044 
Data: 12 de Dezembro de 2020 - 08:00 Finalizado
Correto Incorreto Anulada  Discursiva  Objetiva Total: 7,50/10,00
1  Código: 32921 - Enunciado: “Nesse sentido, o catolicismo lusitano amplifica seu caráter popularesco, imagético e distancia-se do cristianismo puritano castelhano e, muito mais, do
anglicano. A dramaturgia de Anchieta lança-se como primeiro movimento em direção a uma pluralidade religiosa, cultural e discursiva que culminará dialogicamente no catolicismo
carnavalizado que permeia o imaginário e a prática social brasileira.” (SILVA JÚNIOR, A. R. da; MEDEIROS, A. C. M. de. Microhistória do teatro colonial brasileiro: Padre Anchieta e a Festa de São
Lourenço. Cena, UFRGS, n. 12, p. 3, 2012. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/cena/article/view/24083/24315>. Acesso em: 10 out. 2018). No que tange a possíveis interpretações no campo da
historiografia literária brasileira, conclui-se que:
 a) O processo de aculturação ocorrido desde a colonização reverbera até a modernidade e a contemporaneidade.
 b) Foi incipiente a participação do gênero dramatúrgico no interior dos grandes movimentos literários do período colonial.
 c) A dramaturgia (com destaque para a produção de Padre Anchieta) era vista como autônoma em relação à política e à economia.
 d) O processo de tradução de culturas só seria realizado, de modo vantajoso para o colonialismo, no século XX.
 e) Conquistadores e conquistados não partilhavam espaços na performance, embora simbolicamente fossem considerados iguais.
Alternativa marcada:
a) O processo de aculturação ocorrido desde a colonização reverbera até a modernidade e a contemporaneidade.
Justificativa: Resposta correta: O processo de aculturação ocorrido desde a colonização reverbera até a modernidade e a contemporaneidade.Segundo os autores Augusto Rodrigues da Silva
Júnior e Ana Clara Magalhães de Medeiros: “[...] a performance e a dramaturgia coloniais constituem retrato único de um processo de aculturação de mão dupla, em que as reverberações
ecoam na nossa cultura até a contemporaneidade” (SILVA JÚNIOR; MEDEIROS, 2012, p. 11). Distratores:Foi incipiente a participação do gênero dramatúrgico no interior dos grandes
movimentos literários do período colonial. Incorreta, pois o gênero dramatúrgico foi uma das principais manifestações literárias do período, com destaque para a produção de Padre José de
Anchieta.O processo de tradução de culturas só seria realizado, de modo vantajoso para o colonialismo, no século XX. Incorreta, pois o processo de tradução de culturas começou, segundo os
autores supramencionados, desde a chegada dos portugueses na costa brasileira.Conquistadores e conquistados não partilhavam espaços na performance, embora simbolicamente fossem
considerados iguais. Incorreta, pois conquistados e conquistadores partilhavam espaços em movimento de tradução intercultural, jamais sendo considerados iguais.A dramaturgia (com
destaque para a produção de Padre Anchieta) era vista como autônoma em relação à política e à economia. Incorreta, pois a dramaturgia era fortemente atrelada aos desígnios religiosos,
pedagógicos e políticos, não podendo separar-se destes.
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2  Código: 32918 - Enunciado: “[...] A ‘alteridade’ pretendida pelo escritor, através da publicação de termos indígenas, da veiculação de modos culturais atribuídos aos índios, faria o papel de
alavanca do prestígio nativo até aquele momento. Para além disso, podemos dizer que a preocupação de Alencar estaria à serviço daquela supracomissão (classes mandatárias), do
estabelecimento de uma identidade satisfatória – cores nacionais diversas – e de fixação de uma hierarquia conquistada desde os tempos da Colônia – prosseguimento dos mesmos nomes e
posses advindos da herança da coroa portuguesa.”(PINHO, A. M. Instrumento, R. Es. Pesq. Educ., Juiz de Fora, v. 10, p. 42, jan.- dez. 2008. Disponível em:
<http://www2.uefs.br/dla/romantismoliteratura/files/a_margem_e_o_outro_retratos_de_indio_no_romantismo.pdf>. Acesso em: 17 out. 2018). Percorrendo sentido aberto pela apreciação
crítica descrita, é possível distinguir as seguintes características presentes na obra de José Alencar:
 a) Alencar descreve a ausência de qualquer hierarquia entre as diferentes classes sociais no Brasil.
 b) Alencar oferece uma justificativa literária e ideológica para as diferenças sociais no Brasil da época.
 c) As classes mandatárias passaram a ter representação literária somente no Romantismo.
 d) Encontro definitivo e harmonioso da alteridade, que perduraria inconteste até o século XXI.
 e) Alencar não publicou qualquer termo indígena que já não fosse conhecido nacionalmente.
Alternativa marcada:
b) Alencar oferece uma justificativa literária e ideológica para as diferenças sociais no Brasil da época.
Justificativa: Resposta correta:Alencar oferece uma justificativa literária e ideológica para as diferenças sociais no Brasil da época.Alencar, segundo o professor universitário Adeítalo Manoel
Pinto, é exemplo de como a perspectiva de construção literária do elemento indígena ou autóctone no Romantismo reforçou os elementos da identidade nacional como uma espécie de
descoberta do “Brasil selvagem”. Distratores:Encontro definitivo e harmonioso da alteridade, que perduraria inconteste até o século XXI. Incorreta, pois, embora o Romantismo tenda ao
apagamento das diferenças ao compor um retrato idílico do encontro do branco com o indígena – embora resultado de uma violência –, essa leitura continuou a ser revisitada e questionada
depois, pelo Modernismo e pelas perspectivas críticas presentes desde fins do século XX.As classes mandatárias passaram a ter representação literária somente no
Romantismo. Incorreta, pois as classes mandatárias eram frequentemente abordadas pela literatura, mesmo antes do Romantismo. Podemos notar essa perspectiva, por exemplo, por meio
dos poemas satíricos atribuídos a Gregório de Matos de Guerra. Os poemas atribuídos a Gregório, aliás, abordam muitos elementos locais.Alencar não publicou qualquer termo indígena que já
não fosse conhecido nacionalmente. Incorreta, pois Alencar fez um intenso trabalho de pesquisa e compilação de termos indígenas. Ao escrever Iracema, reforçou o veio mítico da sua criação
literária e sua, paradoxalmente, sua concretude, focando elementos pouco conhecidos, presentes sobretudo em livros especializados.Alencar descreve a ausência de qualquer hierarquia
entre as diferentes classes sociais no Brasil. Incorreta, pois Alencar reconhece as diferenças entre classes sociais e, sobretudo, nos livros que abordam os movimentos da burguesa, como
Lucíola e Senhora, deixa claro que a nação brasileira se dividia entre apego a valores mundanos e ética, entre valorização do capital e da humanidade.
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3  Código: 33361 - Enunciado: Lá vai verso!Quero também ser poeta,Bem pouco, ou nada me importaSe a minha veia é discretaSe a via que sigo é torta (F. X. de Novais) Alta noite, sentindo o meu
bestunto 
Pejado, qual vulcão de flama ardente, 
Leve pluma empunhei, incontinente 
O fio das idéias fui traçando. 
As Ninfas invoquei para que vissem 
Do meu estro voraz o ardimento; 
E depois, revoando ao firmamento, 
Fossem do Vate o nome apregoando. 
Oh! Musa da Guiné, cor de azeviche, 
Estátua de granito denegrido, 
Ante quem o Leão se põe rendido, 
Despido do furor de atroz braveza; 
Empresta-me o cabaço d'urucungo, 
Ensina-me a brandir tua marimba, 
Inspira-me a ciência da candimba, 
As vias me conduz d'alta grandeza. [...]”.  (SILVA, J. R. da. Luiz Gama e suas poesias satíricas. 2. ed. Rio de Janeiro: Cátedra; Brasília: INL, 1981. p. 110-112. Disponível em:
<http://www.letras.ufmg.br/literafro/autores/11-textos-dos-autores/648-luiz-gama-la-vai-verso>. Acesso em :15 jan. 2019.) Com base na leitura das primeiras estrofes do poema Lá vai verso!,
de Luiz Gama,pode-se inferir que: 
 a) Luiz Gama defende um lugar de fala que se alia aos lugares de fala hegemônicos, de modo a imitar, sem questionamentos, os princípios da poesia herdada do Ocidente.
 b) O poema defende que, para ser reconhecido, seu autor deve seguir os princípios da poesia neoclássica de origem ocidental, com fervor e compromisso.
 c) O poeta não apresenta qualquer originalidade do ponto de vista formal e de conteúdo, pois a poesia colonial já defendia a originalidade da expressão lírica de origem afro-brasileira.
 d) O texto poético constitui-se como uma voz de resistência à dominação, visto que o eu poético busca uma representação literária que dialoga com as heranças africanas.
 e) As origens africanas não poderiam ser trazidas para a superfície do plano de expressão, visto que se trataria de uma ascendência alheia aos princípios basilares da poesia.
Alternativa marcada:
d) O texto poético constitui-se como uma voz de resistência à dominação, visto que o eu poético busca uma representação literária que dialoga com as heranças africanas.
Justificativa: Resposta correta: O texto poético constitui-se como uma voz de resistência à dominação, visto que o eu poético busca uma representação literária que dialoga com as heranças
africanas.O poema busca apresentar elementos da cultural afro-brasileira, permitindo o diálogo entre África, Brasil e Ocidente. Distratores:O poeta não apresenta qualquer originalidade do
ponto de vista formal e de conteúdo, pois a poesia colonial já defendia a originalidade da expressão lírica de origem afro-brasileira. Errada, pois a poesia colonial, muito ligada ao legado
português, não apresentava diálogo com a herança afro-brasileira.O poema defende que, para ser reconhecido, seu autor deve seguir os princípios da poesia neoclássica de origem ocidental,
com fervor e compromisso. Errada, pois o poema, de linhagem romântica, não coloca a importância de se ligar aos princípios da poesia neoclássica.As origens africanas não poderiam ser
trazidas para a superfície do plano de expressão, visto que se trataria de uma ascendência alheia aos princípios basilares da poesia. Errada, pois as origens africanas são apresentadas de fato,
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como percebemos por meio do léxico das línguas africanas.Luiz Gama defende um lugar de fala que se alia aos lugares de fala hegemônicos, de modo a imitar, sem questionamentos, os
princípios da poesia herdada do Ocidente. Errada, pois Luiz Gama coloca-se como alguém que não repete os mecanismos da poesia ocidental, mas os recria.
4  Código: 33170 - Enunciado:  “[...] O centro vivo, doador de sentido, não se encontrava nem em liturgias a divindades criadoras, nem na lembrança de mitos astrais, mas no culto dos mortos,
no conjunto dos bons espíritos e no esconjuro dos maus. Eis a função das cerimônias de canto e dança, das bebedeiras (cauinagens), do fumo inspirado e dos transes que cabia ao pajé
presidir. [...]”(BOSI, A. Dialética da colonização. 3. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p.69.) Considerando a interpretação descrita, de autoria do historiador da literatura e crítico
brasileiro Alfredo Bosi, marque a alternativa que apresenta o gênero literário praticado no período colonial, relacionado à conversão do indígena.
 a) Teatro religioso.
 b) Poesia lírica.
 c) Teatro burguês.
 d) Romance nacionalista.
 e) Poesia satírica.
Alternativa marcada:
a) Teatro religioso.
Justificativa: Resposta correta: Teatro religioso.O excerto crítico acima se refere à obra de José de Anchieta, caracterizada, segundo Augusto R. da Silva Junior e Ana Clara M. de Medeiros
(2012), como uma “performance teatral híbrida”, que articula diferentes gêneros, sob o denominador comum da religião, cujo objetivo principal seria a conversão do
indígena. Distratores:Poesia lírica. Incorreta. A poesia lírica, caracterizada pela expressão dos sentimentos do eu lírico, muitas vezes escrita para ser acompanhada pela música, não foi um
gênero particularmente praticado no período colonial. O trecho, ademais, aborda o contexto religioso, o qual não comporta a expressão subjetiva.Poesia satírica. Incorreta. A poesia satírica
(como as cantigas de escárnio e maldizer do Trovadorismo português) não constituía, no contexto religioso do período colonial brasileiro, uma prática social. O excerto, além disso, descreve o
hibridismo religioso entre elementos da cultura indígena e ocidental.Romance nacionalista. Incorreta. O romance nacionalista não poderia ocorrer na época do período colonial brasileiro. O
advento do romance como forma literária só se fixou no Brasil a partir do século XIX, como característica do Romantismo brasileiro, quando também se acentuaram os temas
nacionalistas.Teatro burguês. Incorreta. No campo teatral, a partir do século XVIII francês, surgiu na França o drama burguês, com elementos híbridos da tragédia e da comédia. Pretendia-se
aproximar-se da realidade da época, em situações típicas das famílias modernas. O gênero penetrou no Brasil no Romantismo, no período pós-Independência.
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5  Código: 33325 - Enunciado: “A plasticidade social portuguesa — no esteio do pensamento de Sérgio Buarque de Holanda — funciona como elemento decisivo para a consolidação do processo
de colonização por que passamos. Essa chave de entendimento permite pensar nos Autos de Anchieta como reverberações de uma plasticidade religiosa – embora não se perca o caráter
dogmático da fé aqui aportada – que foi fundamental dentro da aculturação no colo brasileiro.”(SILVA JÚNIOR, A. R. da; MEDEIROS, A. C. M. Micro-história do teatro colonial brasileiro: Padre
Anchieta e a Festa de São Lourenço. Revista Cena, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, n. 12, p. 4, 2012. Disponível em:
<https://seer.ufrgs.br/index.php/cena/article/view/24083/24315>. Acesso em: 18 dez. 2018). Considerando o artigo de autoria de Silva Júnior e Medeiros, pode-se afirmar que os autos do
Padre José de Anchieta colaboraram para:
 a) Contradizer a investida histórica dos europeus, visto que eles queriam ensinar pacificamente, e sem violência, seu modo de vida.
 b) Ampliar o potencial econômico do teatro performático, de modo a torná-lo um produto a ser comercializado.
 c) Compreender-se a importância de se efetivar um processo de tradução de culturas, o que incluía o plano simbólico.
 d) Desenvolver um senso crítico sobre a inserção social do indígena na empresa colonial, a fim de questioná-la.
 e) Afastar definitivamente conquistados e conquistadores, de modo a dar ênfase apenas ao plano econômico da colonização.
Alternativa marcada:
c) Compreender-se a importância de se efetivar um processo de tradução de culturas, o que incluía o plano simbólico.
Justificativa: Resposta correta: Compreender-se a importância de se efetivar um processo de tradução de culturas, o que incluía o plano simbólico.Como o próprio texto afirma em seguida, à
mesma página: “O caráter ‘dúctil’, flexível, moldável do catolicismo lusitano (FREYRE, 2000) permitiu que os jesuítas – segmento mais intelectualizado e politizado da Igreja – transformassem
os catecúmenos em atores, o altar em palco, a missa em peça e a pregação em atuação. [...] Atrelá-las à simbologia indígena, rearticular a catequese e penetrar no imaginário do outro para
converter e conquistar – no esteio do que nos ensinaram os retratistas – foi o maior exercício etnográfico do Jesuíta.”(SILVA JÚNIOR, A. R. da; MEDEIROS, A. C. M. Micro-história do teatro
colonial brasileiro: Padre Anchieta e a Festa de São Lourenço. Revista Cena, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, n. 12, p. 4, 2012. Disponível em:
<https://seer.ufrgs.br/index.php/cena/article/view/24083/24315>. Acesso em: 18 dez. 2018.) Ou seja, resta claro que o teatro de Anchieta colaborou para aproximar dois mundos muito
diversos, construindo seus próprios significantes, baseados na performance teatral que colocava lado a lado conquistados e conquistadores. Distratores:Desenvolver um senso crítico sobre a
inserção social do indígena na empresa colonial, a fim de questioná-la.Errada, pois não é possível afirmar que a produção simbólica da época, articulada em preceitos muito distantes da ideia
de crítica e de construção da convivência equânime entre os povos, pudesse ser crítica ou questionadora das bases político-sociais da época.Ampliar o potencial econômico do teatro
performático, de modo a torná-lo um produto a ser comercializado. Errada, pois o teatro performático não constituía um produto a ser comercializado, mas, sim, era uma engrenagem
importante para conduzir a aproximação dos “brancos civilizados” com relação aos povos autóctones, que deveriam ser catequizados.Afastar definitivamente conquistados e conquistadores,
de modo a dar ênfase apenas ao plano econômico da colonização. Errada, pois fazia parte do intuito do processo colonial aproximar-se dos povos originários para estabelecer relações
produtivas com estes; assim sendo, não poderia haver “afastamento definitivo”, sobretudo quando a conquista se efetivava.Contradizer a investida histórica dos europeus, visto que eles
queriam ensinar pacificamente, e sem violência, seu modo de vida. Errada, pois o artigo não coloca que os jesuítas colaboraram para contradizer uma investida histórica, nem mesmo que
haveria um intuito pedagógico de “ensinar um determinado modo de vida”. O texto mostra como significantes eram repactuados na performance.
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6  Código: 33337 - Enunciado: “[...] O apego à natureza pregado por Denis representa, aparentemente, o mesmo programa dos românticos europeus. Contudo, como observou Costa Lima,
enquanto lá o voltar-se para a natureza significava um ato de auto-reflexão e de rebeldia contra a sociedade instituída, um gesto de libertação diante das formas alienantes da vida burguesa,
no Brasil, esse culto à natureza não poderia ter o mesmo sentido: sem a luta contra a sociedade instituída, o próprio contato com a natureza teria de assumir outro rumo, não o de estimular a
auto-reflexão, mas o de desenvolver o êxtase ante sua selvagem maravilha. Essa mudança equivaleria a uma passagem do sentimento de infelicidade dos românticos europeus, ao
sentimentalismo nos trópicos.”(PEREIRA, E. S. Ribeiro. Um fabulador da nacionalidade: José de Alencar. Sitientibus, Feira de Santana, n. 14, p. 8, 1996. Disponível em:
<http://www2.uefs.br/sitientibus/pdf/14/um_fabulador_da_nacionalidade_jose_de_alencar.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2018.) Como base na reflexão crítica de Elya S. R. Pereira, é possível
concluir que o romantismo brasileiro pode ser avaliado do seguinte modo:
 a) Problematizador, na medida em que coloca em questão as bases da sociedade burguesa, seguindo, sem grandes alterações, as premissas do romance europeu.
 b) Pessimista, pois sempre enfatiza o lado negativo da experiência, a sordidez das relações, a falta de sentido na vida excessivamente voltada para as coisas mundanas.
 c) Sentimental, porque não apresenta, de fato, aspectos da realidade ou da história, enfocando sobretudo os sentimentos e as reações dos sujeitos diante de acontecimentos.
 d) Revolucionário, uma vez que se propunha a examinar as bases da sociedade para transformá-la, buscando a igualdade entre os cidadãos, inclusive de origem africana.
 e) Mitificador, visto que procurava reforçar os elementos naturais e primitivos da nova terra, de modo distante do caráter problematizador tipicamente europeu.
Alternativa marcada:
e) Mitificador, visto que procurava reforçar os elementos naturais e primitivos da nova terra, de modo distante do caráter problematizador tipicamente europeu.
Justificativa: Resposta correta:Mitificador, visto que procurava reforçar os elementos naturais e primitivos da nova terra, de modo distante do caráter problematizador tipicamente
europeu. A autora em questão defende que os românticos brasileiros ainda estavam sob a égide do ethos colonial, de modo que houve um pendor para mitificação da realidade
americana. Distratores:Problematizador, na medida em que coloca em questão as bases da sociedade burguesa, seguindo, sem grandes alterações, as premissas do romance europeu. Errada,
pois o excerto destaca que não há uma ênfase na problematização; ainda, está em um contexto em que defende a diferença com relação ao romantismo europeu, de fato
problematizador.Pessimista, pois sempre enfatiza o lado negativo da experiência, a sordidez das relações, a falta de sentido na vida excessivamente voltada para as coisas mundanas. Errada,
pois o excerto não aponta para pessimismo, mas para como as narrativas desenvolvidas no trópico, especificamente no Brasil, tendem a enaltecer as belezas e as características positivas da
nova terra.Sentimental, porque não apresenta, de fato, aspectos da realidade ou da história, enfocando sobretudo os sentimentos e as reações dos sujeitos diante de acontecimentos. Errada,
pois os sentimentos estão presentes no romantismo, mas também há atenção à realidade social ou à história; a relação entre mito e história é estudada pela autora no texto
supracitado.Revolucionário, uma vez que se propunha a examinar as bases da sociedade para transformá-la, buscando a igualdade entre os cidadãos, inclusive de origem africana. Errada,
pois o romantismo brasileiro nunca foi revolucionário; excessivamente vinculado aos desígnios da elite escravocrata, pouco contribuiu para colocar-se como questionador ou transformador.
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7  Código: 32915 - Enunciado: “Os escritores românticos se impuseram a tarefa de escolher um ponto de partida para a marcha em direção ao progresso, definindo um começo histórico e
inventando uma tradição que nos imprimisse um perfil de nação coesa. Para entender melhor esse movimento, torna-se necessário inseri-lo no contexto do mundo ocidental no século XIX,
considerando-se que, ao se engajar no projeto de invenção da nação brasileira, a nossa elite intelectual estava em perfeita consonância com o que se passava no Velho Continente ou seja, a
construção das identidades nacionais era, por várias razões, inclusive razões de ordem econômica (necessidades do capitalismo liberal), uma demanda da modernidade naquele
momento.”(FIGUEIREDO, V. F. de. Revisitando os mitos românticos da nacionalidade. Alceu, v. 1, n. 1, p. 91-101, jul.- dez. 2000. Disponível em: <http://revistaalceu.com.puc-
rio.br/media/alceu_n1_Vera.pdf>. Acesso em: 15 out. 2018). Com base no excerto acima, redija um texto dissertativo-argumentativo sobre as características da Literatura Romântica,
abordando os conceitos ou processos a seguir: Consolidação do romance como forma literária no século XIX. Vertentes do nacionalismo literário brasileiro. Em sua resposta, cite ao menos
uma obra do período romântico, escrita ou divulgada no século XIX, a fim de exemplificar do gênero pedido (romance).
Resposta:
1,50/ 2,50
A consolidação do romance como forma literária no século XIX  se deu num momento caracterizado pela tentativa de definição de uma identidade Nacional. manifestou-se inicialmente por
meio da imprensa, tendo como um de seus colaboradores Gonçalves de Magalhães, que através da poesia, consolidou o romantismo no país. Mas, Gonçalves Dias, poeta mais representativo
da primeira geração do movimento, empregou temas importantes aos autores românticos , como saudade, melancolia, e natureza. Como exemplo temos ¨Canção do Exílio ( Coimbra,1843)¨.
A ideia de nacionalismo pregada pelos romancistas pretendia definir quais eram os participantes da nação, uma vertente acreditava na supremacia branca, onde negros e indígenas eram
excluídos, outra defendia a mistura de branco com indígena e outra vertente defendia  a inclusão do negro africano na sociedade. Podemos dizer que essas ideias de inclusão ainda são
discutidas nos dias atuais.
Comentários: Atenção ao enunciado! Veja: Em sua resposta, cite ao menos uma obra do período romântico, escrita ou divulgada no século XIX, a fim de exemplificar do gênero pedido
(romance). Você definiu a questão do romantismo, corretamente, mas exemplificou com a poesia..
Justificativa: Expectativa de resposta:É desejável que o estudante estabeleça relações entrea expansão das ideologias nacionais, que procuram construir deliberadamente narrativas as quais
procuram justificar a formação dos Estados nacionais, e suas estruturas no campo da produção simbólica. Assim sendo, alguns elementos formadores da nacionalidade, ou matrizes, podem
ser citados, como o processo de formação do povo brasileiro com base no encontro de três raças: o branco europeu, o indígena e o negro africano (vide a dissertação Como se deve escrever a
história do Brasil, apresentada por Karl Friedrich von Martius no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1844). Esse modelo formativo influenciaria fortemente a literatura romântica, o
nacionalismo literário e a tentativa de criar “tipos sociais”, que serão retomados posteriormente no Modernismo brasileiro em perspectiva mais crítica e menos ideologizada. Para apresentar
obras do gênero “romance” no século XIX, podem-se citar as obras Iracema (1865), O gaúcho (1870), O guarani (1857) e O sertanejo (1875), de José de Alencar, entre outros. Pode-se, outrossim,
destacar que o elemento negro ou africano não receberá atenção destacada nesta fase, o que ocorrerá somente no século XX, com a consolidação de vertentes da literatura do Modernismo
brasileiro.
8  Código: 33313 - Enunciado: “O período orgânico desta literatura conta já três fases.A primitiva, que se pode chamar aborígene, são as lendas e mitos da terra selvagem e conquistada; são as
tradições que embalam a infância do povo, e ele escutava como o filho a quem a mãe acalenta no berço com as canções da pátria, que abandonou. [...]O segundo período é histórico:
representa o consórcio do povo invasor com a terra americana, que ele recebia a cultura, e lhe retribuía nos eflúvios de sua natureza virgem e nas reverberações de um solo esplêndido. [...]A
terceira fase, a infância de nossa literatura, começada com a independência política, ainda não terminou; espera escritores que lhe deem os últimos traços e formem o verdadeiro gosto
nacional, fazendo calar as pretensões hoje tão acesas, de nos recolonizarem pela alma e pelo coração, já que não o podem pelo braço.”(ALENCAR, J. Benção Paterna. In: _____. Sonhos d’Ouro.
Romance Brasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 1951. Disponível em: <http://www.ebooksbrasil.org/eLibris/sonhosdoro.html>. Acesso em: 12 out. 2018.) Com base no excerto acima do
prefácio intitulado “Benção Paterna”, presente no romance Sonhos d'Ouro, de José de Alencar, descreva uma vertente da forma literária “romance” explorada conscientemente pelo escritor.
Em sua resposta, explique as linhas gerais da vertente escolhida e ofereça exemplo de, ao menos, uma obra literária de autoria de Alencar, mencionando algumas de suas características
críticas. Você deverá escolher uma das seguintes vertentes atribuídas pela crítica a José de Alencar: Romance de formação da nacionalidade (exemplos oferecidos por Alencar em “Benção
Paterna”: Iracema). Romance histórico (exemplos oferecidos pelo escritor no ensaio citado: Guarani e Minas de Prata). Romance regionalista (exemplos oferecidos pelo romancista em seu
referido texto: Tronco do Ipê, Til e Gaúcho).
Resposta:
Justificativa: Expectativa de resposta:O romancista José de Alencar (1829-1877) é considerado um dos principais escritores brasileiros de todos os tempos. O romance Sonhos d’Ouro (1872,
ed. B. L. Garnier) apresenta, desde sua primeira edição, a introdução crítica intitulada “Benção Paterna”, em que José de Alencar tece reflexões sobre sua obra com base em considerações
segundo gênero e assunto. Em Iracema, o autor enfoca a formação do Brasil com base na união do branco português e do indígena autóctone. Pode-se fazer um paralelo entre a formação da
nacionalidade e a vertente do indianismo, com base no qual se citam: Guarani (1857), Iracema (1865) e Ubirajara (1874).Também há o “romance histórico”, que se refere a grandes eventos
históricos e transformações sociais passadas no Brasil, sendo Minas de Prata um dos maiores exemplos.Depois, há o regionalismo, de linhas críticas, que perpassa diferentes localidades
brasileiras, como o que ocorre em O Sertanejo e Gaúcho. Será importante que o aluno escolha ao menos uma obra de Alencar, a ser relacionada a seu projeto de construção de grandes
vertentes literárias. Depois, o aluno deve mencionar características da escrita, da construção dos personagens, da construção dos cenários etc. presentes no romance que reforçam seu
alinhamento a uma ou outra vertente.
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