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Aluno: Davi de Aguiar Portela (0001418) Medicina – 4º Período APG IV – S04 P02 Puberdade Precoce Puberdade Constitui o componente biológico da adolescência e engloba um conjunto de transformações anatômicas, culminando com a maturação sexual reprodutiva e o estabelecimento da estatura final. MENINAS Inicia-se entre os 8 ao 13 anos, com os seguintes eventos: o Telarca; o Estirão puberal (11-12 anos); o Pubarca; o Menarca (12-13 anos); o Desaceleração do crescimento. MENINOS Inicia-se entre os 9 à 14 anos, com os seguintes eventos: o Aumento do volume testicular > 4mL; o Pubarca; o Desenvolvimento genital; o Mudança na voz; o Estirão Puberal (13-14 anos). Critérios de Tanner São usados para estadiar o desenvolvimento das mamas no sexo feminino, das genitálias no sexo masculino e da pilosidade pubiana em ambos os sexos. O pico de velocidade de crescimento é verificado no sexo feminino quando as mamas apesentam estádio 3, e a menarca ocorre geralmente em M4, coincidindo com a fase de desaceleração do crescimento SEXO FEMININO – CRESCIMENTO MAMÁRIO M1 Mama infantil, somente elevação da papila M2 Broto mamário (8 a 13 anos), elevação da auréola e da papila M3 Maior aumento da mama e da aréola, sem separação dos seus contornos M4 Crescimento da mama e aréola, que forma um duplo contorno acima do contorno da mama M5 Mama adulta, em que o contorno areolar novamente é incorporado ao contorno da mama SEXO MASCULINO – DESENVOLVIMENTO GENITAL G1 Testículos, escroto e pênis de tamanho e proporções infantis G2 Crescimento da bolsa escrotal e dos testículos, sem aumento do pênis G3 Crescimento do pênis em comprimento. Maior aumento dos testículos e do escroto G4 Aumento do pênis em diâmetro e desenvolvimento da glande. Há maior crescimento dos testículos e do escroto, a pele torna-se mais enrugada G5 Desenvolvimento completo da genitália, que assume características adultas AMBOS OS SEXOS – PILOSIDADE PUBIANA P1 Ausência de pelos pubianos. Pode haver uma leve penugem P2 Aparecimento de pelos longos e finos, ao longo dos grandes lábios e na base do pênis P3 Pelos mais grossos e escuros, espalhando-se expansivamente na região pubiana P4 Pelos cobrindo densamente a região pubiana, mas sem atingir a face interna das coxas P5 Pelos iguais aos do adulto, em quantidade e distribuição, invadindo a face interna das coxas INFLUÊNCIA HORMONAL O processo de puberdade inicia-se com o aumento da secreção pulsátil do hormônio hipotalâmico estimulador da secreção de gonadotrofinas (GnRH) na circulação porta- hipofisária. O GnRH liga-se a um receptor específico dos gonadotrofos, na adenohipófise, estimulando a síntese e liberação de gonadotrofinas: o Hormônio luteinizante (LH); o Hormônio folículo-estimulante (FHS). No sexo feminino, o LH estimula da luteinização dos ovários, e o FSH estimula o desenvolvimento dos folículos. No sexo masculino, o LH estimula a síntese e a secreção de testosterona pelas células de Leyding, e o FSH estimula a espermatogênese. O mecanismo de início da puberdade é multifatorial, ocorrendo por causa de fatores hormonais, metabólicos, nutricionais e genéticos. Puberdade Precoce Pode ser conceituada como o desenvolvimento sexual secundário adiantado, devido a presença de características sexuais compatíveis a puberdade em meninas antes dos 8 anos ou em meninos antes dos 9 anos. Pode aparecer sinais puberais isolados, como a pubarca ou a telarca, antes dos 8 ano, sem uma associação ao aumento significativo da velocidade de crescimento ou da idade óssea. A idade normal para início da puberdade foi definida baseando-se em 95% da população, em dois desvios-padrão abaixo da idade média, ou seja, há 2,5% da população que iniciam a puberdade precocemente, de forma fisiológica. Os caracteres sexuais secundários podem ser; o Isossexual: concordante com os caracteres sexuais da criança. o Heterossexual: discordante com os caracteres sexuais da criança (feminilização de meninos ou virilização de meninas). ETIOLOGIA Geralmente a puberdade precoce possui duas etiologias: central ou periférica. Puberdade precoce central Ocorre quando há alteração no hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), que é produzido no hipotálamo e levado precocemente ao eixo com a hipófise. A elevação significativa de LH caracteriza a puberdade precoce como de origem central ou GnRH-dependente, pois implica que o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal esteja ativado. O método mais sensível para diagnosticar alterações na quantidade de LH é o ensaio imunorradiométrico (IRMA). Há uma maturação sexual completa, com uma sequência puberal normal por isso sempre serão caracteres sexuais isossexual. As principais causas são: o Idiopática; o Tumores de SNC (craniofaringiomas, astrocitomas, glioma óptico etc.); o Lesões do SNC (abcesso, encefalite, trauma, hidrocefalia, cisto aracnóide etc.); o Harmatoma hipotalâmico; o Mutações do KISS-1 e KISS1R o Mutações ativadoras da proteína GPR54. Puberdade precoce periférica Nela., por sua vez, não há alterações no eixo hipofisário, somente o aumento dos níveis do estrogênio ou testosterona, que atuam estimulando as gônadas. Ou seja, é independente das gonadotrofinas, sendo pela produção autônoma de esteroides sexuais. Mais frequente no sexo feminino (3:1), sendo principalmente de causa idiopática. Em meninos, está muito relacionada com alterações neurológicas, sendo 50% tumores no SNC. Maturação sexual imcompleta que não obedece a sequência puberal normal por isso pode ter caracteres isso ou heterossexual. As principais causas das Isossexuais em meninos: o Testotoxicose; o Síndrome de McCune-Albrigh (mancha de café com leite regulares, displasia fibrosa de ossos longos consistos e puberdade precoce); o Iatrogênica: uso de andrógenos; o Hiperplasia adrenal congênita; o Hipotireoidismo primário não tratado; o Tumor testicular ou adrenal virilizante; o Tumor produtor de beta-hCG; o Mutação do gene DAX1. As principais causas das Isossexuais em meninas: o Cistos ovarianos foliculares produzem estradiol; o Síndrome de McCune-Albright; o Hipotireoidismo primário não tratado; o Iatrogênica: exposição a esteroides sexuais ou interferentes endócrinos; o Tumor de células granulosas; As principais causas das heterossexuais em meninos (feminilização): o Aumento da atividade da aromatase; o Tumor testicular ou adrenal feminilizantes; o Iatrogênica: exposição a estrógenos. As principais causas das heterossexuais em meninas (virilização): o Resistencia periférica a glicocorticoides; o Tumor ovariano ou adrenal virilizante Síndrome dos ovários policísticos; o Iatrogênica: exposição a andrógenos. Puberdade precoce mista Inicialmente, ela decorre da produção autonômica de esteroides sexuais (puberdade precoce periférica). Entretanto, quando não tratada ela evolui para uma ativação do eixo hipotálamo-hipófise-gonadal (puberdade precoce central). As principais causas: o Hiperplasia adrenal congênita não tratada; o Testotoxicose não tratada; o Síndrome de McCune-Albright; o Tumores produtores de esteroides sexuais com diagnostico tardio. FISIOPATOLOGIA A elevação dos esteroides sexuais acelera a velocidade do crescimento e o avanço da idade óssea. Com isso, há o fechamento precoce das epífises óssea, que compromete a estatura final do indivíduo. A única exceção é o hipotireoidismo, que também causa baixa estatura, porém com o atraso de idade óssea. DIAGNÓSTICO Exame Clínico – Anamnese Início do aparecimento dos caracteres sexuais secundários; Ritmo de progressão Histórico familiar de início da puberdade. Uso de medicamentos que contêm esteroides. (causas iatrogênicas) Doenças prévias. Exame Clínico – Exame Físico Caracteres sexuais secundários;Velocidade de crescimento; Exames Laboratoriais Idade óssea. Dosagens hormonais: ativação do eixo: FSH e LH; Esteroides sexuais: estradiol ou testosterona; Esteroides adrenais: desidroepiandrosterona Exames de Imagem Em meninos com suspeita de puberdade precoce central: ressonância nuclear magnética de crânio e de hipófise; Em meninas: ultrassom pélvico; TRATAMENTO Para pacientes com puberdade precoce central, faz-se o uso de um análogo hiperativo de GnRH, como o acetato de leuprolide. Esses análogos competem pelos receptores de GnRH, fazendo um feedback negativo na hipófise. Na puberdade precoce periférica, deve-se tratar a causa base, podendo fazer um tratamento clínico que bloqueia a síntese o a ação dos esteroides sexuais, como agentes: o Agentes progestágenos; o Moduladores de receptores de receptores de estrógeno tamoxifeno, o Anti-androgênico espironolactona, o Inibidores de aromatase letrozol. Referências: 1. Lima Lauand LdS. Principais temas em PediatriaVol. 2. 1st ed. São Paulo: Medcel; 2018. 2. Porth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 9ª ed. Rio deJaneiro: Guanabara-Koogan, 2015 3. .LONG, Dan L. et al. Medicina Interna de Harrison.18 ed. Porto Alegre, RS: AMGH Ed., 2013. 2v.
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