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Kamilla Galiza / 5º Período / APG Objetivos 1. Identificar a etiologia e os fatores de risco para a puberdade precoce (pp) 2. Compreender os mecanismos fisiológicos e as manifestações clínicas da pp; 3. Discorrer sobre o diagnóstico e as condutas terapêuticas da pp; 4. Caracterizar os efeitos a curto e longo prazo da pp; Definição de Puberdade A puberdade compreende o período de transição entre a infância e a vida adulta. Ela se caracteriza por aparecimento das características sexuais secundárias, aceleração do crescimento linear e maturação gonadal (ovários no sexo feminino e testículos no sexo masculino), resultando na aquisição da função reprodutiva e em modificações psicológicas em ambos os sexos Puberdade precoce Considera-se como precoce a puberdade que surge antes dos 8 anos em meninas e dos 9 anos em meninos. É causada pelo aumento antecipado dos hormônios sexuais no sangue, seja por exposição à algum hormônio (medicamentos) ou porque suas glândulas (pituitária, ovários nas meninas e testículos nos meninos), passaram a produzir, por algum motivo, esses hormônios sexuais de forma precoce. Quando nenhuma causa é identificada, diz-se que a puberdade precoce é idiopática. Classificação A puberdade precoce (PP) geralmente é classificada em PP central (PPC), também chamada de puberdade precoce verdadeira ou dependente de gonadotrofinas, e PP periférica (PPP), também conhecida como pseudopuberdade precoce ou PP independente de gonadotrofinas. Na PPC, o desenvolvimento das características sexuais secundárias é decorrente da ativação prematura do eixo gonadotrófico. Em contrapartida, a PPP resulta da produção autônoma dos esteroides sexuais. Telarca precoce isolada O termo telarca precoce isolada (TPI) representa o aumento unilateral ou bilateral das mamas nas meninas antes dos 8 anos de idade sem outros sinais de maturação sexual. Trata-se de uma condição clínica benigna, que pode regredir espontaneamente ou permanecer até o desenvolvimento puberal na idade normal. Pubarca precoce isolada Consiste no aparecimento isolado dos pelos pubianos antes dos 8 anos de idade nas meninas e dos 9 anos de idade nos meninos, sem outros sinais de virilização ou maturação sexual. O termo adrenarca precoce é utilizado para definir a elevação precoce dos andrógenos adrenais que, com frequência, se associa à pubarca precoce isolada. Em metade dos casos, as concentrações de andrógenos – androstenediona, DHEA e, sobretudo, o DHEA-S – estão elevadas para a idade cronológica, mas compatíveis com os valores do estágio Tanner II de desenvolvimento puberal. A etiologia da adrenarca precoce não é conhecida e tem sido atribuída à maturação prematura da zona reticular do córtex adrenal, levando ao aumento dos andrógenos adrenais que, por sua vez, levam ao aparecimento prematuro da pubarca. O aparecimento de odor e pelos axilares, acne, aumento da velocidade de crescimento e discreto avanço da idade óssea podem ser também observados, porém sem comprometimento da estatura final e da progressão da puberdade. Menarca precoce isolada O sangramento vaginal isolado, acíclico, pode ocorrer na fase pré-puberal, sem outros sinais puberais e sem anormalidades dos genitais. Nos casos não relacionados ao estímulo hormonal, não há avanço de idade óssea nem evidência de ativação do eixo gonadotrófico, estando os valores de gonadotrofinas e estradiol na faixa pré-puberal. A investigação clínica, incluindo história detalhada para afastar possíveis traumatismos ou manipulações, bem como exame da genitália externa, são recomendados. Hemangiomas e verrugas intravaginais, incisões vaginais, vaginites, puberdade precoce Kamilla Galiza / 5º Período / APG doença inflamatória pélvica, corpo estranho intravaginal, prolapso e carúncula de uretra, líquen escleroso e abuso sexual também podem ser causa de sangramento vaginal em meninas pré-púberes. As causas hormonais incluem a ingestão de estrógenos exógenos, puberdade precoce e tumores ovarianos. A ultrassonografia (US) pélvica pode auxiliar no diagnóstico diferencial entre causas hormonais ou não hormonais. Puberdade Precoce Central (PPC) O principal elemento diagnóstico na PPC é o desenvolvimento puberal antes dos 8 anos nas meninas e antes dos 9 anos nos meninos. Dessa forma, define-se como desenvolvimento puberal presença de mamas com ou sem desenvolvimento de pelos pubianos ou axilares antes dos 8 anos nas meninas e aumento do volume testicular maior ou igual a 4 mL com ou sem pelos pubianos ou axilares antes dos 9 anos nos meninos. Além disso, é importante que seja documentada a progressão da puberdade a cada 3- 6 meses. Etiologia da puberdade precoce central Sem anormalidades no SNC Com anormalidades no SNC Secundária § Exposição crônica prévia a esteroides sexuais § Exposição a desreguladores endócrinos Tumores de SNC Anormalidades cromossômicas Malformações congênitas Idiopática Hamartoma hipotalâmico Puberdade Precoce Periférica (PPP) A PPP, também denominada pseudopuberdade precoce ou independente de gonadotrofinas, é decorrente da secreção autônoma de esteroides sexuais de origem principalmente gonadal, adrenal ou exógena, independentemente da ativação do eixo gonadotrófico. A PPP é muito mais rara do que a PPC e pode decorrer de transtornos genéticos ou doenças adquiridas. Nos últimos anos, os avanços em biologia molecular têm contribuído notavelmente na compreensão de algumas condições genéticas, e as técnicas de imagem e determinações hormonais possibilitam estabelecer o diagnóstico precoce, principalmente das causas tumorais de PPP. Etiologia da puberdade precoce periférica Sexo feminino Sexo masculino Isossexual § Cistos ovarianos autônomos § Tumor ovariano ou adrenal feminizante § Iatrogênica § Síndrome de McCune-Albright (mutações ativadoras no gene GNAS1) § Síndrome do excesso de aromatizante (mutações ativadoras no gene CYP19) Isossexual Causas adquiridas: § Tumores adrenais § Tumores secretores de hCG § Tumores testiculares § Hipotireoidismo primário Causas genéticas: § Hiperplasia adrenal congênita § Hipoplasia adrenal congênita § Síndrome de resistência ao cortisol Heterossexual § Hiperplasia adrenal congênita § Tumor ovariano ou adrenal virilizante § Síndrome de resistência ao cortisol (mutações inativadoras no gene do receptor do glicocorticoide) § Iatrogênica Heterossexual Causas adquiridas: § tumor feminizante testicular ou adrenal Causas genéticas: § síndrome do excesso de aromatase § Iatrogênica Fisiopatologia A puberdade normal possui uma fase que é considerada esperada para ativação do eixo hipotálamohipófise-gônoda, que inicialmente está ativa durante o desenvolvimento fetal e entra numa fase de repouso que dura da infância até a puberdade, sendo esse eixo o principal responsável pela produção de hormônios sexuais. A reativação desse sistema caracteriza a iniciação da puberdade. A secreção do hormônio hipotalâmico GnRH, das gonadotrofinas LH e FDH e dos esteroides sexuais (estradiol e testosterona) provocam as manifestações da puberdade, tanto externas como internas. Os pelos pubianos desenvolvem independente da ativação do eixo HHG, principalmente através do efeito dos androgênios secretados pelas glândulas adrenais, num fenômeno denominado de adrenarca. Menina: Inicia-se com aumento das glândulas mamárias entre 8 e 12 anos de idade, logo após surgindo os pelos pubianos e a primeira menarca. Na US conseguimos visualizar um aumento do volume uterino e depois uma camada visível da mucosa do útero (endométrio) e os ovários desenvolvem cistos Kamilla Galiza / 5º Período / APG foliculares. A menarca varia com a raça, idade da menarca materna, fatores emocionais, ambientais e estado nutricional. Meninos:Desenvolvimento puberal começa entre 9 e 13 anos de idade com o aumento do volume testicular, seguindo com o crescimento de pelos pubianos, tamanho do pênis aumenta, assim como surgem os pelos faciais e a voz atinge um som mais grave. Com o aumento do testículo nos anos seguintes, a maturação das células germinativas é concluída. A glândula mamária cresce durante a puberdade em 50-90% dos meninos, sendo que na maioria deles ela regride espontaneamente. É dividida em dependentes de gonadotrofinas (central) e gonadotrofinas independentes (periférica). Puberdade Precoce Central Iniciada pela ativação prematura do eixo HHG e seu curso assemelha-se ao desenvolvimento puberal normal, embora numa idade inadequada. Nas meninas o tecido mamário e o aumento da velocidade são os eventos iniciais que estão sob influência do estradiol. Nos meninos o aumento do volume dos testículos é a primeira manifestação clínica da puberdade, em seguida o pênis aumenta sob influência da testosterona e pelos pubianos geralmente surgem depois, tanto em meninos como meninas. As concentrações elevadas de esteroides sexuais determinam uma aceleração precoce do crescimento ao mesmo tempo em que os sinais externos da puberdade aparecem. A criança pode apresentar alta estatura, mas devido à aceleração simultânea da maturação óssea ocorre fechamento precoce das epífises e a altura final adulta muitas vezes é reduzida, podendo ficar abaixo do terceiro percentil para idade e sexo. Sua prevalência maior é em meninas e sua causa não é identificada. Fora os casos idiopáticos, ela também pode resultar de lesões orgânicas na área do hipotálamo, hipófise, Hamartoma hipotalâmico, glioma, astrocitoma e germinoma, além de crianças com hidrocefalia ou até após um episódio de meningite. RM deve ser realizada no caso de suspeita em meninos e meninas com menos de 6 anos de idade que apresentam sinais puberais ou entre 6-8 anos de idade quando a puberdade tem uma rápida progressão ou está associada a sinais e sintomas neurológicos. Deve ser investigada também a criança que mesmo em idade normal de puberdade teve seu desenvolvimento iniciado antes ou com evolução muito rápida. Ou ainda se apresenta o desenvolvimento pronunciado de apenas uma característica. O Diagnóstico é confirmado por achados clínicos incluindo os estágios de Tanner e estirão do crescimento, a aceleração da maturação óssea, os resultados do teste de estímulo com GnRh e, nas meninas, a avaliação do volume uterino e ovariano na US pélvica. Na PP a idade óssea geralmente é maior que a idade cronológica. Figura 1. Estágios de Tanner A testosterona sérica é um excelente marcador de PP nos meninos, e, em contraste, nas meninas, baixos níveis de estradiol não excluem o diagnóstico já que num grande número de meninas com PP seus níveis podem estar dentro dos valores pré-puberes e as gonadotrofinas basais LH/FSH podem estar elevadas ou não, já que sua secreção é pulsátil. O aparecimento de sinais da puberdade pode gerar estresse psicossocial na criança afetada, pois é esperado que ela tenha “maturidade” mental e emocional compatível com seu estado de desenvolvimento puberal e não com sua idade cronológica. Ela pode ser progressiva ou não, na não progressiva o eixo não está ativado e seu mecanismo é desconhecido, já na progressiva o eixo está ativado e se observa uma progressão rápida nos estágios puberais num período de três a seis meses, velocidade de crescimento acelerada, avanço de idade óssea acima de um ano em relação à idade cronológica e previsão de uma estatura final abaixo do alvo ou em declínio em avaliação sequencial. Puberdade Precoce Periférica A PP Periférica surge antes e independentemente da maturação do eixo HHG e as características aparecem devido ao aumento da produção de hormônios femininos ou masculinos. O estrogênio induz PP isossexual nas meninas e nos meninos PP heterossexual, inversamente, os androgênios induzem isossexual nos meninos e heterossexual nas meninas. Kamilla Galiza / 5º Período / APG O eixo HHG é suprimido pela secreção anormalmente elevada de androgênios ou estrogênios. Pode ocorrer devido a fatores externos como ingestão terapêutica ou acidental de estrogênios ou androgênios, ou devido a um grande número de outras condições, sendo elas: tumores, distúrbios da síntese de esteroides adrenais e raramente síndrome de McCune-Albright ou testotoxicose familiar. Tumores secretores podem ser responsáveis pelo desenvolvimento de PP periférica. Os tumores de células germinativas secretam gonadotrofina coriônica humana (hCG), que, em contrapartida, estimula os receptores de LH nos testículos a produzirem testosterona. Tumores desse tipo podem surgir nas gônadas, no sistema nervoso central, no fígado, no espaço retroperitoneal ou no mediastino posterior. Tumores adrenais podem produzir androgênios, bem como cortisol e causar além de PP, Síndrome de Cushing. Tumores das células de Leyding também devem ser considerados no diagnóstico diferencial do PP periférico nos meninos. Em caso de dúvida, US, RM e/ou biópsia testicular devem ser realizadas. Distúrbios hereditários da síntese de esteroides adrenais são transmitidos de uma forma autossômica recessiva. O defeito enzimático da síntese de glicocorticoides e/ou mineralocorticoides tem como consequência o aumento da síntese de androgênios adrenais e produz um quadro clínico inicial de adrenarca precoce. A deficiência de algumas enzimas leva a hiperplasia adrenal congênita virilizante simples e pode ser diagnosticada com um perfil de esteroides e/ou teste de estímulo com ACTH que mostra níveis elevados de 17OH-progesterona. Testoxicose “familiar” é um distúrbio que a mutação ativadora do receptor de LH provoca maturação precoce das células de Leyding e consequente aumento da produção de testosterona. A doença é autossômica dominante e afeta apenas meninos e os sinais de puberdade aparece entre um e 4 anos nos afetados. A síndrome de McCune-Albright se manifesta em uma tríade: Manchas café com leite, displasia fibrosa poliostótica e fraturas patológicas que resultam em deformidades ósseas. A PP ocorre a partir de cistos ovarianos secretores de estrogênio que podem causar sangramento. Pacientes com essa síndrome possui uma mutação somática na Proteína G que leva à produção contínua de adenilato ciclase e à secreção patológica de vários hormônios. Além de PP, pode cursar com hipertireoidismo, síndrome de cushing, etc. Diagnostico O diagnostico da PP é clínico, se necessário pode ser feito como estimativas que serão citados. Exame físico O exame físico geral deve ser detalhado, incluindo características faciais (oleosidade da pele, acne, presença de comedões e estigmas sindrômicos), presença de odor e pelos axilares, palpação de tireoide, palpação abdominal, desenvolvimento muscular, exame antropométrico (peso e altura), cálculo da idade da estatura e do desvio - padrão da altura em relação à idade cronológica, usando tabelas apropriadamente. Os caracteres sexuais secundários (mamas e pelos pubianos) devem ser classificado segundo a classificação de Marshalle Curtidor. Volume testicular › 4 mL ou maior diâmetro > 2,5 cm é considerado púbere. Os pelos pubianos são decorrentes da adrenarca (aumento da secreção dos andrógenos adrenais - DHEA e DHEAS). No entanto, em meninas, a presença de pelos pubianos na ausência de telarca (pubarca precoce isolada) exige diagnóstico diferencial entre a forma idiopática da pubarca precoce e as doenças envolvendo a glândula suprarrenal (defeitos enzimáticos de síntese e processos neoplásicos) ou gônadas, bem como a exposição a andrógenos exógenos. No sexo masculino, o tamanho testicular pode auxiliar no diagnóstico da causa de puberdade: na PPC, o volume testicular é aumentado, assim como na puberdade normal. Na puberdade precoce periférica, o volume testicular é geralmentereduzido, exceto nos casos de testotoxicose, tumores testiculares secretores de testosterona, presença de restos adrenais e tumores produtores de hCG. Manifestações cutâneas mais específicas, tais como manchas café com leite, podem sugerir os diagnósticos da síndrome de McCune-Albright s ou neurofibromatose. Diagnóstico laboratorial A avaliação laboratorial das gonadotrofinas, principalmente do LH, em condição basal e/ou após estímulo com GnRH de ação curta ou com análogos de GnRH de ação prolongada é utilizada para determinar a ativação do eixo gonadotrófico, sendo útil no diagnóstico diferencial das formas de puberdade precoce. A sensibilidade do LH basal em diagnosticar PPC no sexo feminino é em torno de 62%, dispensando a necessidade de realização do teste de estímulo com Kamilla Galiza / 5º Período / APG GnRH nessas pacientes. De acordo com métodos mais sensíveis de dosagem laboratorial, o valor de LH basal > 0,6 U/L (método imunofluorométrico - IFMA) Ou > 0,2 U/L (método quimioluminescência - ICMA) em ambos os sexos é considerado puberal. Se o valor de LH basal for pré-púbere, condição laboratorial observada em 30% dos pacientes com PPC, deve-se realizar o teste de estímulo com GnRH agudo (100 4g, IV) ou, alternativamente, a dosagem de LH 30 a 120 minutos após a primeira aplicação de análogo de GnRH depot. Vários métodos laboratoriais de detecção de gonadotrofinas, mais sensíveis do que os antigos radioimunoensaios, podem ser utilizados, tais como IFMA, ICMA e eletroquimioluminescência (ECLIA), sendo o último mais sensível que os anteriores. Os valores de normalidade de cada método devem ser estabelecidos pelo laboratório clínico. Alguns valores de corte do LH em condição basal ou após estímulo, que indicam ativação do eixo gonadotrófico. Os valores de estradiol no sexo feminino não são utilizados para diagnóstico de PPC, visto que apresentam baixa sensibilidade com grande sobreposição entre crianças normais pré-púberes e púberes. Ao contrário, os valores de testosterona no sexo masculino são sensíveis para o diagnóstico de PPC. A dosagem de FSH basal ou após estímulo com GnRH não é útil para o diagnóstico de PPC; porém, quando seus valores são baixos ou suprimidos, sugerem o diagnóstico de puberdade precoce periférica. Deve-se ter atenção especial na avaliação de crianças abaixo de 2 anos, pois os valores de gonadotrofinas nessa faixa etária são normalmente elevados (minipuberdade). Exames de imagem Vários exames de imagem podem ser feitos, como: → Radiografia de mão e punho: radiografia da mão não dominante, uma única posição, que inclui o rádio distal, ulna e os dedos. Avaliação da idade óssea segundo o método de GreulichPyle (atlas com imagem padronizada para uma faixa etária de cada gênero). Nota: existe outros métodos, como por exemplo, o atlas Tanner-Whitehouse envolve a pontuação de cada osso do carpo, o rádio e a ulna levando a uma pontuação total, a partir da qual a idade pode ser estimada. → Ultrassonografia pélvica (via abdominal): avaliar tamanho uterino, espessura endometrial, volume dos ovários. → Ressonância Magnética: lesões tumorais ou malformações de SNC (hipófise). → Ultrassonografia de tireoide: dimensões, ecotextura (tireoidites), nódulos. → Ultrassonografia de testículos: dimensões, ecotextura, nódulos. → Outros como: tomografia de abdome (ex.: avaliação da adrenal), avaliados caso a caso. Ultrassonografia pélvica (via abdominal) → O exame de ultrassonografia nessas pacientes é rotineiramente realizado por via abdominal usando o líquido da bexiga como uma janela ultrassônica. → Avaliar tamanho uterino, espessura endometrial, volume dos ovários. → A criança não tem amadurecimento sexual, então, o útero fica pequeno, precisamos sempre comparar o colo e o corpo do útero. → Na criança imatura, o colo do útero é maior que o corpo do útero. → Na imagem o colo é maior que o corpo uterino. → Isso porque a menina não vai engravidar e não tem motivo para ela engravidar, então não existe necessidade do corpo uterino ser maior para que receba o bebê. → Observamos isso na seguinte imagem. → No decorrer da idade, a garota irá menstruar, amadurecer sexualmente, o corpo uterino maior que o colo. → Na mulher amadurecida, você observa uma estrutura branca dentro do útero, essa camada é o endométrio. Amadurece o útero e o endométrio. → Em uma criança com puberdade precoce, observa- se que o corpo vai estar maior que o colo, não será totalmente desenvolvido, mas irá ter uma modificação. Kamilla Galiza / 5º Período / APG → Outra coisa avaliada são os ovários, podem ter patologias que estão fazendo uma desordem hormonal na garota e acelerando a puberdade. Cistos simples, tumores, entre outras patologias. → Pequenos folículos podem ser vistos normalmente durante toda a infância. Os achados ecográficos que sugerem estimulação estrogênica são: - Aumento do volume do útero. - Espessamento do corpo uterino (corpo mais espesso que o colo ou relação corpo/colo > 1). - Espessamento do endométrio. - A aparência do ovário é menos útil, devido a certa sobreposição de medidas no decorrer da infância entre pré-púberes e púberes, e ao fato da presença de folículos não indicar puberdade precoce, uma vez que a observação de folículos com menos de 1 cm de diâmetro é comum no período pré-púberal. Tratamento O tratamento depende da causa. No caso da puberdade precoce central, ele consiste de injeções, mensais ou trimestrais de um hormônio, que faz a puberdade regredir. Esta mesma medicação funciona como um freio no desenvolvimento do esqueleto, melhorando a estatura final destas crianças. A expectativa é manter o tratamento até por volta dos 12 anos de idade óssea e após suspender as injeções, liberando o corpo para desenvolver-se - desta vez, na hora certa. Outras vezes é necessária cirurgia para remover a causa do problema; e outras vezes nenhum tratamento é recomendado, além do acompanhamento médico. Consequências As principais consequências da puberdade precoce são: transtornos psicológicos e de comportamento; maior risco de abuso sexual; baixa estatura quando adulto; maior risco de obesidade, HAS, DM2, doenças cardiovasculares, AVC e certos tipos de câncer - atribuído à exposição precoce ao hormônio estrógeno. Referencias BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Portaria Conjunta nº 3, de 8 de junho de 2017. Aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Puberdade Precoce Central. Diário Oficial da União, Brasília, DF. Paula, L. C. C. Puñales, M. Sociedade Brasileira de Pediatria. Departamento Científico de Endocrinologia. Puberdade Precoce. 27 de novembro de 2016. Vilar, L. Endocrinologia Clínica. 6ª Ed. Guanabara Koogan, 2016. HARRINGTON, Jennifer et al. Definition, etiology, and evaluation of precocious puberty. Up To Date, Section Editors: Peter J. Snyder, MD, 2022.
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