Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 “CORROSÃO É UM PROCESSO RESULTANTE DA AÇÃO DO MEIO SOBRE UM DETERMINADO MATERIAL, CAUSANDO SUA DETERIORAÇÃO.” Prof. Éderson e Horacimone Química �Apesar da estreita relação com os metais, esse fenômeno ocorre em outros materiais, como concreto e polímeros orgânicos, entre outros. �Sem que se perceba, processos corrosivos estão presentes direta ou indiretamente no nosso cotidiano, pois podem ocorrer em grades, automóveis, eletrodomésticos e instalações industriais. 2 Corrosão eletroquímica A corrosão eletroquímica é um processo espontâneo, passível de ocorrer quando o metal está em contato com um eletrólito, onde acontecem, simultaneamente, reações anódicas e catódicas. Reação anódica (oxidação) Fe → Fe2+ + 2e A formação da ferrugem Reação catódica (redução) 2H2O + 2e → H2 + 2OH – 2Fe(OH)3 → Fe2O3.H2O + 2H2O �O produto final da corrosão, ou seja, a ferrugem, consiste nos compostos Fe3O4 (coloração preta) e Fe2O3.H2O (coloração alaranjada ou castanho-avermelhada). Fe3O4 + 2H2O + H2 3 Pilha galvânica Área anódica (Fe) sofre o desgaste. Área catódica (Cu) sofre aumento da massa). Eletrólito O eletrólito é uma solução condutora ou condutor iônico que envolve simultaneamente as áreas anódicas e catódicas. • A energia liberada em uma reação redox pode ser usada para realizar trabalho elétrico. • Elétrodos: metais sólidos conectados por um circuito externo. a) Ânodo: elétrodo onde ocorre oxidação. b) Cátodo: elétrodo onde ocorre redução. 4 �A intensidade do processo de corrosão é avaliada pela carga ou quantidade de íons que se descarregam no catodo ou pelo número de elétrons que migram do anodo para o catodo, sendo que a diferença de potencial da pilha (ddp). Corrosão Química �A corrosão química decorre do ataque de um agente químico diretamente sobre o material, sem transferência de elétrons de uma área para outra. �O processo consiste numa reação química entre o meio corrosivo e o material metálico, resultando na formação de um produto de corrosão sobre a sua superfície. 5 Corrosão Química �Os polímeros (plásticos e borrachas) também podem sofrer corrosão, ou melhor, uma degradação, pela ação do meio, de solventes ou de oxidantes enérgicos. �Nessa corrosão, as reações químicas levam à cisão das macromoléculas, em geral com comprometimento das propriedades físicas e químicas do material, como ocorre na hidrólise do poli(tereftalato de etileno) (PET). Corrosão Química �A destruição do concreto, observada nas pontes e viadutos, tem como uma de causas a corrosão química, devida à ação dos agentes poluentes sobre seus constituintes (cimento, areia e agregados de diferentes tamanhos). �Fatores mecânicos (vibrações e erosão), físicos (variação de temperatura), biológicos (bactérias) ou químicos (em geral ácidos e sais) são os responsáveis por esse processo. �Uma segunda causa para a deterioração do concreto é a corrosão eletroquímica que ocorre nas armaduras de aço-carbono em seu interior. 6 Corrosão Eletrolítica �A corrosão eletrolítica se caracteriza por ser um processo eletroquímico, que se dá com a aplicação de corrente elétrica externa, ou seja, trata-se de uma corrosão não-espontânea. �Esse fenômeno é provocado por correntes de fuga, também chamadas de parasitas ou estranhas, e ocorre com freqüência em tubulações de petróleo e de água potável, em cabos telefônicos enterrados, em tanques de postos de gasolina etc. �Geralmente, essas correntes são devidas a deficiências de isolamento ou de aterramento, fora de especificações técnicas. Corrosão Eletrolítica 7 Como minimizar os efeitos da corrosão? �Às vezes, o custo de um novo material que substituirá o antigo é de 20 a 50 vezes mais alto, o que inviabiliza a reposição. Assim, na maioria das vezes, é necessário o emprego de uma técnica anticorrosiva. �Os processos mais empregados para a prevenção da corrosão são a proteção catódica e anódica, os revestimentos e os inibidores de corrosão. �A proteção catódica é a técnica que transforma a estrutura metálica que se deseja proteger em uma pilha artificial, evitando, assim, que a estrutura se deteriore. �É graças à proteção catódica que tubulações enterradas para o transporte de água, petróleo e gás, e grandes estruturas portuárias e plataformas marítimas operam com segurança. �A proteção catódica de estruturas metálicas é baseada na injeção de corrente elétrica por meio de duas técnicas: a proteção por anodos galvânicos (espontânea) e a proteção por corrente impressa (não-espontânea). Proteção catódica por anodo de zinco em casco de navio: (a) vista inferior do navio em dique seco; (b) fixação do anodo de zinco no casco do navio. �Proteção catódica por anodos de zinco, em navios, onde há a formação de uma pilha na qual, em função de seu maior potencial de oxidação, o zinco atua como anodo e protege o ferro do casco do navio. 8 �Os revestimentos protetores geralmente são aplicados sobre superfícies metálicas formando uma barreira entre o metal e o meio corrosivo e, conseqüentemente, impedindo ou minimizando o processo de corrosão. �As tintas, como as epoxídicas e o zarcão, são revestimentos muito utilizados na proteção de tubulações industriais, grades e portões. �A galvanização é um método que consiste na superposição de um metal menos nobre sobre o metal que será protegido. �É uma técnica muita empregada, como no caso de parafusos de ferro galvanizados com zinco. �Os inibidores de corrosão são substâncias inorgânicas ou orgânicas que, adicionadas ao meio corrosivo, objetivam evitar, prevenir ou impedir o desenvolvimento das reações de corrosão, sejam elas na fase gasosa, aquosa ou oleosa. �Nas últimas décadas, com o intuito de evitar ou minimizar os inconvenientes causados pelos processos corrosivos, têm sido desenvolvidos e estudados novos materiais mais resistentes e duradouros, como ligas metálicas, polímeros e cerâmicas. �Grandes indústrias em todo o mundo também têm investido em pesquisas no sentido de repensar projetos e processos em busca de soluções combinatórias, ao mesmo tempo mais eficazes e menos onerosas. 9 �Estimou-se que cerca de 20% a 50% dos problemas que ocorrem nas companhias petrolíferas são devidas a corrosão por microrganismos. Muitas vezes, as perdas financeiras devido à manutenção de um equipamento deteriorado por biocorrosão são elevadas. �Sulfeto provoca corrosão de material de ferro e aço inoxidável em tanques, tubulações, e na produção do óleo. �Estima-se que a MIC custa para a indústria petrolífera cerca de US$ 0,40 por barril de petróleo produzido, gerando um impacto econômico muito alto em relação aos processos de corrosão . �Esse valor pode variar dependendo do tipo da calha, teores de enxofre, medidas preventivas e de controle empregadas. �O sulfeto tem propriedades corrosivas que afeta a produção petrolífera e de transporte em oleodutos, tanques de armazenamento, plataformas e navios e a qualidade do gás e do petróleo produzido. BIOCORROSÃO Áreas da Eletroquímica Pilhas e baterias: são dispositivos nos quais uma reação espontânea de óxido-redução produz corrente elétrica. Eletrólise: é o processo no qual uma corrente elétrica produz uma reação de óxido- redução. 10 Pilha de Daniell Aspecto inicial da pilha Pilha de Daniell Aspecto da pilha após um certo tempo de funcionamento 11 Visão molecular dos processos do eletrodo Durante a reação, Zn(s) é oxidado a Zn2+(aq) e Cu2+(aq) é reduzido a Cu(s). O íon Cu2+ entra em contato com a lâmina de Zn(s), dois elétrons são transferidos de um átomo de Zn(s) para Cu2+(aq), formando um íon Zn2+(aq) e um átomo de Cu(s). O íon Zn2+(aq) migra para a solução enquanto Cu(s) deposita-se na lâmina. Vale lembrar que essa reação de redox entre Zn(s) e Cu2+(aq) é espontânea. Modificações • diminuição da coloração azul da solução de CuSO4(aq); • espessamento da barra de Cu(s). Explicações • diminuição da concentração de íons Cu2+(aq); • formação de Cu(s) a partir de Cu2+(aq). Pilha de Daniell 12 Modificações • diminuiçãoda barra de Zn(s); • aumento da turbidez da solução de ZnSO4(aq). Explicações • transformação de Zn(s) em Zn 2+ (aq); • aumento da concentração de íons Zn2+(aq). Pilha de Daniell Zn(s) Zn 2+ (aq) + 2e - Ânodo: é o pólo negativo, onde ocorre oxidação (perda de elétrons). Semi-reação de oxidação: Semicela de Zn 13 Cu2+(aq) + 2e - Cu(s) Semicela de Cu Semi-reação de redução: Cátodo: é o pólo positivo, onde ocorre redução (recebimento de elétrons). Cu2+(aq) + 2e - Cu(s) Zn(s) Zn 2+ (aq) + 2e - Zn(s) + Cu 2+ (aq) Zn 2+ (aq) + Cu(s) Equação global Cátodo: Ânodo: Reação global: 14 Zn / Zn2+ // Cu2+ / Cu Ânodo (pólo negativo) OXIDAÇÃO Cátodo (pólo positivo) REDUÇÃO Ponte salina Representação das pilhas Lado esquerdo Lado direito Esta é a representação sugerida pela IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry União Internacional de Química Pura e Aplicada Qual a finalidade da ponte salina ? A finalidade da ponte salina é impedir que as soluções se misturem e, através de uma corrente iônica, mantê-las eletricamente neutras, ou seja, a ponte salina permite o restabelecimento do equilíbrio das cargas nas soluções dos eletrodos. 15 Em uma pilha, a espécie que apresenta maior potencial de redução (Ered) sofre redução e, portanto, a outra espécie, de maior potencial de oxidação (Eoxi), sofre oxidação. Potencial de redução e oxidação O ∆Eo de uma pilha corresponde à diferença entre os potenciais de redução ou de oxidação das espécies envolvidas em condição padrão*. *Condição padrão: espécies com concentração 1 molar e possíveis gases envolvidos com pressão de 1 atmosfera a 25 oC Potencial padrão de uma pilha ∆∆∆∆Eo = (Eored maior) - (Eored menor) ou ∆Eo = (Eooxi maior) - (Eooxi menor) Outras maneiras ddp = Eored. – E o red. Eletrodo que Eletrodo que recebe e doa e ∆Eo = (Eoredução) - (Eooxidação) ∆Eo = (Eooxidante) - (Eoredutor) Eocel = (E o cátodo) - (E o ânodo) 16 Eletrodo padrão de hidrogênio Convenção dos potenciais EoH2(g) , H+(aq) = 0 EoH+(aq) , H2(g) = 0Potencial de redução Potencial de oxidação Medidas dos potenciais de eletrodo Pilha de zinco e hidrogênio 17 Zn(s) Zn 2+ (aq) + 2 e - 2 H+(aq) + 2 e - H2(g) Zn(s) + 2 H + (aq) Zn 2+ (aq) + H2(g) ∆Eo = (EoH+(aq) , H2(g)) - (EoZn2+(aq) , Zn(s)) 0,76 V = 0 - (EoZn2+(aq) , Zn(s)) E o Zn2+(aq) , Zn(s) = - 0,76 V Medidas dos potenciais de eletrodo Pilha de zinco e hidrogênio Cátodo: Ânodo: Reação global: Medidas dos potenciais de eletrodo Pilha de cobre e hidrogênio 18 Cu2+(aq) + 2 e - Cu(s) H2(g) 2 H + (aq) + 2 e - H2(g) + Cu 2+ (aq) 2 H + (aq) + Cu(s) ∆Eo = (EoCu2+(aq) , Cu(s)) - (EoH+(aq) , H2(g)) Medidas dos potenciais de eletrodo Pilha de cobre e hidrogênio Cátodo: Ânodo: Reação global: 0,34 V = (EoZn2+(aq) , Zn(s)) - 0 E o Cu2+(aq) , Cu(s) = + 0,34 V EredZn = - 0,76 V E red Cu = + 0,34 V ∆Eo = (EoCu2+(aq) , Cu(s)) - (EoZn2+(aq) , Zn(s)) ∆Eo = ( + 0,34 V) - ( - 0,76 V) ∆Eo = + 1,10 V Todas as pilhas são reações espontâneas e o seu ∆Eo sempre apresenta valor positivo. Potencial da pilha de Daniell 19 O Eoxi é numericamente igual ao Ered; porém, com sinal contrário Os melhores agentes oxidantes são aqueles que apresentam maior potencial de redução. Os melhores agentes redutores são aqueles que apresentam maior potencial de oxidação. Tabela de potenciais Espontaneidade de uma reação 20 Mg2+(aq) + 2 e - Mg(s) Ni(s) Ni 2+ (aq) + 2 e - Mg2+(aq) + Ni(s) Mg(s) + Ni 2+ (aq) ∆Epilha = Eored Mg2+ - Eored Ni ∆Epilha = (-2,38 V) - (+0,25 V) ∆Epilha = -2,13 V Espontaneidade de uma reação Cátodo: Ânodo: Reação global: Como o ∆Epilha é negativo, conclui-se que a reação entre o Mg2+ e Ni não é espontânea e, portanto, não caracteriza uma pilha, ou seja, obter Mg0 por este método fica impossível. De acordo com as reações abaixo, pode-se obter Mg0 por ação de sal do seu cátion com Ni0? (ou seja, pode-se dizer que a reação é espontânea?) Espontaneidade de reações redox • Em uma reação redox, se E° é negativo, a reação é não- espontânea. Se E° é positivo a reação é espontânea. 21 Corrosão do ferro Fe Fe2+ + 2 e- 2 Fe(OH)2 O2 + 2 H2O + 4 e - 4 OH- 2 Fe + O2 + 2 H2O 2 Fe 2+ + 4 OH- 4 Fe(OH)2 + O2 + 2 H2O 4 Fe(OH)3 2 Fe2O3 . 3 H2O Proteção contra a corrosão Revestimento de ferro com zinco 22 Proteção contra a corrosão Revestimento de ferro com estanho Proteção contra a corrosão Proteção com eletrodo ou com metal de sacrifício 23 Pilha seca comum Utilização: rádios portáteis, brinquedos, relógios, lanternas etc. Pilhas comerciais Zn Zn2+ + 2 e- 2 NH4 + + 2 MnO2 + 2 e - 2 NH3 + Mn2O3 + H2OCátodo: Ânodo: Pilha alcalina Utilização: rádios portáteis, brinquedos, relógios, lanternas etc. Pilhas comerciais Zn + 2 MnO2 + H2O Zn(OH)2 + Mn2O3 24 Zn + HgO + H2O Zn(OH)2 + Hg Utilização: relógios, câmaras fotográficas, aparelhos auditivos, calculadoras etc. Pilha de mercúrio Pilhas comerciais Pilha de lítio Utilização: por ser leve e originar uma grande voltagem é muito usada em marcapassos. Pilhas comerciais 4 Li + 2 SOCl2 4 Li + + 4 Cl- + S + SO2 25 Pilhas de combustíveis Utilização: veículos espaciais. Pilhas comerciais Cátodo: Ânodo: Reação global: O2 + 2 H2O + 4 e - 4 OH- 2 H2 + 4 OH - 4 H2O + 4 e - 2 H2 + O2 2 H2O Bateria de níquel-cádmio Utilização: filmadoras, flashes, aparelhos eletrônicos portáteis, telefones etc. Baterias Cd + NiO2 + 2 H2O Cd(OH)2 + Ni(OH)2 26 Baterias ou acumuladores de chumbo Utilização: automóveis Baterias PbO2 + 4 H + + SO4 2- + 2 e- PbSO4(s) + 2 H2O Pb + SO4 2- PbSO4(s) + 2 e - Pb + PbO2 + 4 H + + 2 SO4 2- 2 PbSO4(s) + 2 H2O Cátodo: Ânodo:
Compartilhar