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Roteiro para estudos iniciais - TEORIA DO DIREITO.doc PDF

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TEORIA DO DIREITO 
RESUMO - 20/04/2020
Aluna: Mari Vitória Matos da Costa 
I- SÍNTESE HISTÓRICA. NATUREZA, IMPORTÂNCIA E FINALIDADE DA DISCIPLINA. 
1.1 - DIREITO COMO CIÊNCIA- O Direito deve ser encarado como um fenômeno social, merecedor de estudos autônomos. A ciência que se ocupa dos fenômenos jurídicos é a ciência jurídica. Assim, a disciplina apresenta ao aluno um panorama das principais fundamentações doutrinárias da ciência jurídica. 
1.2 - DIREITO COMO FENÔMENO SOCIAL - Aos olhos do homem comum, o Direito é a lei e a ordem. “Realização de convivência ordenada” = ordem jurídica. 
 Portanto é possível, distinguir DIREITO COMO FATO SOCIAL E DIREITO COMO CIÊNCIA. 
1.3 - CONTEÚDO DA DISCIPLINA- Conceitos de introdução à ciência do Direito, caráter propedêutico e enciclopédico da disciplina e caráter epistemológico. 
CARÁTER PROPEDÊUTICO OU ENCICLOPÉDICO 
É uma disciplina preliminar, preparatória para o curso. 
1.4 - CONCEITO DE DIREITO 
 
 A complexidade do fenômeno jurídico dificulta a tarefa de conceituar o Direito, que, ora pode designar norma, ora a autorização ou permissão, ora a qualidade do justo. 
 As regras ordenam a conduta: moral, jurídica, convencional ou de trato social. O Direito tem como finalidade ordenar a relação dos indivíduos para realizar uma convivência ordenada, o que se traduz na expressão “bem comum”, que é a ordenação daquilo que cada homem pode realizar sem prejuízo do bem alheio. 
 
 As regras de conduta são imprescindíveis tanto para resolver conflitos quanto para criar uma certa ordem pessoas de uma mesma sociedade. São obrigatórias e determinam o que cada um pode ou deve fazer e o que não pode ou não deve fazer. A pessoa que violar estas regras recebe punições. 
 
 “ É a ordenação bilateral atributiva das relações sociais, na medida do bem comum.” Miguel Reale 
 Direito é um "conjunto de comandos, disciplinando a vida externa e relacional dos homens, bilaterais, imperativo-atributiva, dotador de validade, eficácia e coercibilidade, que tem o sentido de realizar os valores da justiça, segurança e bem comum, em uma sociedade organizada". Wilson Campos de Souza Batalha 
 Direito é um "conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo estado, para realização de segurança, segundo critérios de justiça". Paulo Nader 
1.5- LINGUAGEM JURÍDICA e os 1.6- OS PROBLEMAS LINGÜÍSTICOS PARA UMA DEFINIÇÃO UNIVERSAL 
 – Cada ciência exprime-se numa linguagem. Dizer que existe uma ciência existe uma linguagem correspondente, um vocabulário próprio. 
 Ex: Competência p/ o homem comum é sinônimo de inteligência capacidade. Em linguagem técnica é o Juiz que, por força de dispositivo legais da organização judiciária tem poder para examinar e resolver determinados casos “ é o limite da jurisdição” . Juiz Incompetente para julgar determinada ação significa não ter capacidade legal para...... 
 O problema consiste em encontrar uma definição única, concisa e universal, que abranja as inúmeras manifestações em que se pode apresentar o direito e que o purifique de notas contingentes, que velam sua verdadeira natureza, assinalando as essências que fazem dele uma realidade diversa das demais. 
1.7 – TEORIA DO CONHECIMENTO 
 È necessário seguir um método (caminho) que nos leve a um conhecimento seguro e certo. Sem método não há ciência. O conhecimento vulgar resulta na falta de segurança. Não é o que se dá com o conhecimento metódico, através da ciência que é um sistema de conhecimentos verificados. 
 EPSTEMOLOGIA , também conhecida como TEORIA DO CONHECIMENTO tem por objetivo investigar a estrutura da ciência jurídica. 
 A Epstemologia jurídica é a teoria do conhecimento em todas as suas modalidades: conceitos jurídicos, proposições, raciocínio jurídico, etc... Assim, a Introdução ao Estudo da ciência do Direito é uma espistemologia jurídica, que se refere à ciência que trata dos fenômenos jurídicos, para que o aluno não a confunda com Direito (que é o seu objeto). 
 Maria Helena Diniz, "a epistemologia jurídica é a teoria da ciência do direito, um estudo sitemático dos pressupostos, objeto, método, natureza e validade do conhecimento jurídico científico, verificando suas relações com as demais ciências, ou seja, sua situação no quadro geral do conhecimento"(Compendio de Introdução à Ciência do Direito, p.6). 
1.8- ABORDAGENS DO FENÔMENO DO DIREITO 
 Direito e as ciências afins. A ID é um conjunto sistemático de princípios e noções indispensáveis àquele que vai penetrar no mundo jurídico. Possui ligação e nexo com outras ordens de conhecimento (filosofia do direito, TGD e a sociologia jurídica). 
 
UNIDADE II- AS IDEOLOGIAS JURÍDICAS: 
2.1 - O Jusnaturalismo e suas vertentes 
 -Direito natural ou jusnaturalismo é uma teoria que postula a existência de um direito cujo conteúdo é estabelecido pela natureza e, portanto, é válido em qualquer lugar. A expressão "direito natural" é por vezes contrastada com o direito positivo de uma determinada sociedade, o que lhe permite ser usado, por vezes, para criticar o conteúdo daquele direito positivo. Para os jusnaturalistas (isto é, os juristas que afirmam a existência do direito natural), o conteúdo do direito positivo não pode ser conhecido sem alguma referência ao direito natural. 
 A teoria do direito natural abrange uma grande parte da filosofia de Tomás de Aquino, Francisco Suárez, Richard Hooker, Thomas Hobbes, Hugo Grócio, Samuel von Pufendorf e John Locke, e exerceu uma influência profunda no movimento do racionalismo jurídico do século XVIII, quando surge a noção dos direitos fundamentais, e no desenvolvimento da common law inglesa. 
 O jusnaturalismo é uma doutrina segundo a qual existe e pode ser conhecido um "direito natural", ou seja, um sistema de normas de conduta intersubjetiva diverso do sistema constituído pelas normas fixadas pelo Estado [direito positivo]. Este direito natural tem validade em si, é anterior e superior ao direito positivo e, em caso de conflito, é ele que deve prevalecer. O jusnaturalismo é por isso uma doutrina antitética à do "positivismo jurídico", segundo a qual só há um direito, aquele estabelecido pelo Estado, cuja validade independe de qualquer referência a valores éticos. 
 Na história da filosofia jurídico-política, aparecem pelo menos três versões fundamentais, também elas com suas variantes: a de uma lei estabelecida por vontade da divindade e por esta revelada aos homens; a de uma lei "natural" em sentido estrito, inerente à todos os homens; finalmente, a de uma lei ditada pela razão, especifica, portanto do homem que a encontra autonomamente dentro de si. 
 Todas partilham, porém, da idéia comum de um sistema de normas logicamente anteriores e eticamente superiores às do Estado, diante de cujo poder fixam um limite intransponível: as normas jurídicas e a atividade política dos Estados, das sociedades e dos indivíduos que se oponham ao direito natural, qualquer que seja o modo como este for concebido, 
são consideradas pelas doutrinas jusnaturalistas como ilegítimas, podendo nessa condição ser desobedecidas pelos cidadãos. 
O uso do direito natural, em suas sucessivas encarnações, variou consideravelmente ao longo da história. Há diversas teorias do direito natural, que divergem quanto ao papel da moral na determinação da autoridade das normas legais. As mais comentadas são: 1- Aristóteles – Concepção do direito natural, objetivo e material. Conjunto de normas de dever ser que resultam da natureza humana, devendo ser apreendidos pela inteligência humana como verdadeiros. 
 Enfatizava a distinção entre "natureza" de um lado, e "direito", "costume" ou "convenção"de outro. O comando da lei variava de acordo com o lugar, mas o que era "por natureza" deveria ser o mesmo em qualquer lugar. Sócrates e seus herdeiros filosóficos, Platão e Aristóteles, postularam a existência de uma justiça ou direito natural. Aristóteles costuma ser apontado como o pai do direito natural. 
- 2- Kant – Concepçãodo direito racional- Deve haver uma lei natural ordem ética que justifique a autoridade do legislador. 
3- Del Vecchio – Teoria Jusnaturalista- O Direito natural racional considera não só as justas pretensões da pessoa, mas também as suas obrigações para com o próximo Fundamento 
 O que importa é que, em todos os casos, trata-se de um direito que antecede e subordina o direito positivo de origem política ou social que não deveria entrar em conflito com as regras do direito natural e, se entrar, pode perder sua validade (mesmo nesse ponto os jusnaturalistas são muito cautelosos). Neste sentido pode se sustentar que o direito natural é imutável ao longo da história, o que rendeu à idéia do direito natural críticas do historicismo 
 Segundo Paulo Nader, os direitos naturais são princípios fundamentais de proteção ao homem, que forçosamente deverão ser consagrados pela legislação, a fim de que se tenha um ordenamento jurídico substancialmente justo. Não é escrito, não é criado pela sociedade, nem é formulado pelo Estado; é um direito espontâneo, que se origina da própria natureza social do homem e que é revelado pela conjugação da experiência e razão. É constituído por um conjunto de princípios, e não de regras, de caráter universal, eterno e imutável. 
 A seguinte frase de Aristóteles representa o ponto principal do Jusnaturalismo: "assim como fogo que queima em todas as partes, o homem é natural como a natureza e por isso todos tem direito à defesa". 
 
 
2.2 - O JUSPOSITIVISMO 
 O Direito Positivo é o instrumento responsável pela ordenação da vida social, econômica e política, regendo relações jurídicas e criando normas para os fatos considerados relevantes pelo ordenamento jurídico. Para manter a ordem na sociedade, é necessário que se estabeleçam normas concretas, viáveis e eficazes. E, desta forma, o Direito Positivo pode ser definido como as regras normativas determinadas pelo homem com a finalidade de regular a vida em sociedade, garantindo o bem comum. 
 O juspositivismo considera que somente é Direito aquilo que é posto pelo Estado. Defende a tese de que o Direito é produto da ação e vontade humana, ou seja, somente o direito posto, positivado, e não viria da natureza, quer por imposição divina ou decorrente da razão. Portanto, o Direito seria imposto pelos homens e seria reduzido a norma posta, a qual seria criada pelo legislador e deveria ser cumprida, visto que sua violação implica em uma sanção por parte do Estado. Para os juspositivistas só é justa a norma que possui validade, determinada segundo critérios formais. 
 Além disso, muitos juspositivistas defendem que não existe necessariamente uma relação entre o direito e a moral ou a justiça, visto que tanto a moral, quanto a justiça, apresentam conceitos relativos, os quais se modificam ao longo do tempo e da sociedade em que se inserem. Além disso, a moral e a justiça não teriam a força política necessária para se impor à vontade do legislador, ou seja, à vontade de quem faz as normas. 
 A doutrina juspositivista defende o estudo do direito como fato e não como valor. Para os juspositivistas, no estudo do direito, deve ser excluída toda qualificação que seja fundada num juízo de valor e que faça a distinção do direito em bom e mau, justo e injusto. O direito, como objeto da ciência jurídica, é aquele que se manifesta na realidade histórico-social. Ou seja, a ciência jurídica deve estudar o direito real, o direito como ele realmente é e sem se preocupar com o ideal, com como o direito deveria ser. 
 Ao longo da história surgiram diversas escolas e teóricos juspositivistas, cada um apresentando sua própria teoria a respeito do Direito. Podemos destacar: a Escola Histórica de Direito, Escola da Exegese, Hans Kelsen e Herbert Hart. 
 A Escola Histórica do Direito, tendo como um de seus componentes o filósofo Savigny, foi a precursora do Direito Positivo visto que criticava o direito natural como um direito universal, imutável, deduzido pela razão. A escola histórica defendia um direito como expressão da realidade 
histórica e social do povo e também defendia a codificação, porém somente a partir do momento em que a sociedade se encontrasse evoluída para tal acontecimento. 
 A Escola da Exegese surgiu a partir da Revolução Francesa e da promulgação do Código Civil Napoleônico (1804). Para essa Escola todo o direito está contido na lei e essa, uma vez promulgada, tem existência e significação próprias. Além disso, para eles, o intérprete tinha que utilizar processos lógicos e racionais, tirando somente do texto legal a solução para todos os casos. Consideravam o texto legal a única fonte do direito, não podendo o intérprete recorrer a outras fontes, como o costume e a jurisprudência. 
 Hans Kelsen foi o teórico que lançou, no século XX, a “Teoria Pura do Direito”, a obra mais importante sobre o positivismo jurídico. Kelsen buscou lançar as bases de uma Ciência do Direito, a qual teria o próprio direito como objeto. E tentou excluir do conceito de direito referências de cunho sociológico e axiológico (valores), as quais deveriam ser estudadas pela Sociologia ou Filosofia, e não pela Ciência do Direito. Kelsen, em sua obra, retirou do conceito de Direito a idéia de justiça, pois essa está sempre relacionada aos valores, os quais são variáveis, de quem a invoca. Portanto, não é possível que o conceito de Direito, o qual é universalmente válido, seja relacionado a algo com um significado tão impreciso e variável. 
 Outra contribuição de Kelsen foi a idéia de um ordenamento jurídico sendo formado por um conjunto hierarquizado de normas jurídicas estruturadas na forma de uma pirâmide abstrata, cuja norma mais importante, que subordina as demais normas jurídicas de hierarquia inferior, é a denominada norma hipotética fundamental, da qual as demais retiram seu fundamento de validade. 
2.3- A CRÍTICA JURÍDICA. AXIOLOGIA JURÍDICA(teoria dos valores) As descobertas da ciência moderna e novos fatores econômico-sociais fizeram surgir mudanças no sistema de referência. Problemas já resolvidos passaram a exigir soluções novas e novos problemas jamais cogitados hão de surgir. 
 È impossível elaborar normas jurídicas definitivas que solucionem sempre todas as questões jurídicas. 
2.4 MORAL E DIREITO 
 Há diferença entre o direito e a moral. 
 “ ... A base para toda razão moral é a capacidade do homem de agir racionalmente, acreditando que uma pessoal deve comportar-se de forma igual ao que ela esperaria que outra pessoa se comportasse na mesma situação. ...” Immanuel Kant. 
 Direito não é diverso da moral, mas é uma parte desta, armada de garantias específicas. 
 Moral é o mundo da conduta espontânea , do comportamento que encontra a si próprio a sua razão de existir. 
 Há um campo da moral que não se confunde com o Direito. Não é tudo que se passa no mundo jurídico que seja ditado por motivos de ordem moral. 
2.5- OS PRINCIPAIS VALORES DO DIREITO 
 Direito- Conjunto de Leis que regula a conduta humana 
 Lei – Comando ou processos formulados na condição hipotética ou geral. Cada uma das proposições das leis, chamadas precisamente de artigos, são agrupados em conjuntos denominados de códigos. 
 Ao lado da lei coloca-se o Juízo ou processo. O processo se divide em duas fases cognição e execução, bifurcando-se em processo penal e processo civil. 
Jurista – Operador qualificado do direito 
Legislador- Formula as leis 
Juiz – Aplica as leis 
Sentença- quando o Juiz diz o Direito em um caso concreto que lhe é submetido Sanção - introduz a força no Direito 
TEXTO COMPLEMENTAR 
JUSNATURALISMO E O NASCIMENTO DOS DIREITOS HUMANOS 
 Jusnaturalismo é a teoria configurada nos séculos XVII e XVIII a partir de Hugo Grócio (1583 - 1645), também representada por Hobbes (1588 - 1679) e por Pufendorf (1632 - 1694), entre vários outros. Os defensores desta teoria formam um grande contingente de autores dedicados às ciências políticas, serviu de fundamento à reivindicação dasduas conquistas fundamentais do mundo moderno: o princípio da tolerância religiosa e o da limitação dos poderes do Estado. Desses princípios nasceram o Estado liberal moderno. 
 Os direitos humanos exigem três qualidades interligadas: devem ser NATURAIS (inerentes aos seres humanos), IGUAIS (os mesmos para todos) e UNIVERSAIS (aplicáveis em todos os lugares). Todos os seres humanos em todos os lugares do mundo devem possuí-los igualmente, em decorrência exclusiva da sua condição de seres humanos. 
 Os direitos humanos se tornam significativos, contudo, somente quando ganham conteúdo político. Eles não são os direitos do homem em estado natural; são os direitos do homem em sociedade. São garantidos por leis e constituições seculares e exigem participação ativa por parte daqueles que os detêm. 
 No início do período moderno, a dissolução da ordem feudal, a contestação do poder temporal da Igreja e o combate à monarquia absoluta e ao estado centralizado, surgido principalmente na França do séc. XVII, criam a necessidade da busca e discussão e um novo modelo de ordem social e organização política. Essa discussão leva, em última análise, ao surgimento da democracia representativa e do sistema parlamentar, ao estabelecimento de constituições e cartas de direitos civis. O primeiro passo se dá com a Revolução Gloriosa na Inglaterra, em 1688, após a deposição de Jaime II, logo se seguindo a Revolução Americana (1776) e a Revolução Francesa (1789). 
 Entre 1628 e 1776, direitos que haviam sido considerados na maior parte das vezes como pertencentes somente a um povo em particular — ingleses nascidos livres, por exemplo — foram transformados em direitos humanos, direitos naturais universais, o que os franceses chamaram de “os direitos do homem”. 
 Em 1628 - A Petição de Direitos, e o Habeas Corpus Act. de 1679 (denominado a segunda Carta Magna Inglesa);Em 1689 –A Declaração de Direitos (Bill of Rigths) - Embora mencionasse “direitos e liberdades antigos”, não os declarou iguais, universais ou naturais;
 Em 1776 – A Declaração de Independência dos Estados Unidos, primeiro grande documento histórico de defesa dos direitos humanos, declarava que "todos os homens são criados iguais". Entretanto, essas belas palavras, no entanto, não impediram que a instituição da escravidão persistisse naquele país por mais quase um século, e que as mulheres norte-americanas só conquistassem o direito de votar em 1920. 
 Em 1789 – Na França - A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão – Influenciou todo o constitucionalismo que se seguiu. Proclamava que “os homens nascem e permanecem livres e iguais em direitos”. Não os franceses, nem os brancos ou os católicos, mas os “homens”, que naquela época, como hoje, significava não apenas o sexo masculino mas todos os membros da raça humana. 
 
 A Declaração da Independência dos Estados Unidos em 1776 invocava claramente os direitos universais de todos os homens. Depois os americanos montaram a sua própria tradição particularista com a Constituição de 1787 e a Bill of Rights de 1791. 
 Os franceses adotaram, quase imediatamente, a versão universalista (em parte porque ela atendia as reivindicações da monarquia). Nos debates sobre a Declaração francesa, o duque Mathieu de Montmorency conclamou seus colegas deputados a "seguir o exemplo dos Estados Unidos: eles deram um grande exemplo no novo hemisfério; vamos dar um exemplo para o universo” . 
 Na França, depois de aprovarem a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, e mesmo antes que tivessem sido determinadas as ressalvas a votar, os deputados franceses aboliram todos os usos da tortura judicial, como parte de uma reforma provisória do procedimento criminal. 
 - O Jusnaturalismo espalhou-se por toda a Europa e América ( a partir do século XVII), servindo como base doutrinária para as declarações de direitos, ou seja, surge como um dos primeiros fundamentos filosóficos dos direitos humanos, enquanto corrente ideológica defensora de um direito existente além do direito positivo. 
 - O jusnaturalismo exerceu uma grande influência seja na codificação, seja no auxílio da construção deste patrimônio sólido que a humanidade deixa a seus sucessores que foi a concretização dos direitos do homem e do cidadão. O Iluminismo propôs uma nova visão de mundo; o jusnaturalismo traduziu essas idéias para o Direito, permitindo a renovação de seus métodos e fornecendo elementos para a construção de um novo sistema: o movimento da codificação completaria a transição, servindo de forma para os novos conteúdos. 
 NORMAS JURÍDICAS 
Conceito 
 A norma jurídica, disciplinadora dos modos de conduta interessantes ao convívio social, é a expressão formal do Direito. A norma enuncia e veicula o Direito, um sistema de limites, porquanto as normas jurídicas são normas de delimitação de interesses, fixando o limite entre o direito e não-direito. O conjunto das normas jurídicas forma o ordenamento jurídico. 
 Sistema hierárquico de normas, o Direito leva as pessoas a se ligarem, comprometendo-se entre si, obrigando-se mutuamente. 
 A norma jurídica alcança o campo da legalidade (campo da previsão da lei, segundo o qual “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”), da ilicitude (conduta reprimida por sanção) e da licitude (campo além da faixa de legalidade, indefinido e ilimitado). O mundo do direito coincide com o mundo da sociabilidade. 
 Segundo, Sílvio de Salvo Venosa, as normas objetivam a concretização do direito em suas descrições hipotéticas, adotando-se assim essa linha de conduta. Na norma existe a hipótese ou previsão de uma conduta e o estabelecimento de um resultado, a previsão de efeitos jurídicos para a hipótese prevista. 
 Para o autor “Lei é uma regra geral de Direito, abstrata e permanente, dotada de sanção expressa pela vontade de uma autoridade competente, de cunho obrigatório e de forma escrita.” 
 A Lei é um conjunto de normas jurídicas emanadas do Estado. A função principal da lei é apresentar aos homens o que devem e o que não devem fazer e quais as consequências de seus atos. 
ESTRUTURA TRIVALENTE DA NORMA JURÍDICA 
Validade, Vigência e Eficácia da Norma Jurídica 
 Validade: a norma é válida se não contrariar norma superior e se tiver ingressado no ordenamento jurídico pelo devido processo legislativo. Só assim, poderá ingressar no ordenamento jurídico. 
 Vigência da norma é a denominação utilizada para demarcar o tempo de validade de uma norma, sendo que os comportamentos prescritos só podem ser exigidos se a norma é vigente. Assim, pode haver norma que seja válida e não seja vigência. 
 Exemplo: as normas no período da vacation legis. A norma já tem validade, mas a autoridade competente não pode obrigar o seu cumprimento. 
 Eficácia é a possibilidade de norma ser efetivamente aplicada. Está relacionada com a produção de efeitos, ou seja, quando há, na realidade, condições adequadas para produzir seus efeitos. Exemplo, a norma que estabeleceu a obrigatoriedade de aparelho de cadeirinhas para crianças em automóveis, que apesar de válida e vigente, por certo tempo não teve eficácia em virtude da ausência dos mesmos para a venda. 
 Assim há que se observar as três questões acima para o estudo da norma jurídica. ESTRUTURA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO 
 Para Miguel Reale, a norma comporta a previsão de um fato, e esse fato, pelo seu valor, determina uma consequência. A norma é a integração de fato, valor e ela encerra valores a serem preservados. 
 O Direito envolve três aspectos básicos: normativo (o Direito como ordenamento); fático (o Direito como fato) e axiológico (o Direito como valor de Justiça). 
Assim, o DIREITO tem 3(três) aspectos que são o FATO, o VALOR e a NORMA: Fato: é a realidade social 
Norma: é o conjunto de leis impostas à sociedade no intuito de organizá-la Valor: é o ideal de justiça 
 Fato e valor e norma são os três elementos da tridimensionalidade do Direito, de acordocom Miguel Reale, doutrinador da Teoria da Tridimensionalidade do Direito. Inexistem separados. Coexistem numa unidade concreta, completa Reale. 
 O Fundamento da norma jurídica 
 O fundamento da norma jurídica é dado pela razão de justiça, afirma Arnaldo Vasconcelos. 
 O autor examina todas as principais formulações doutrinárias sobre o fundamento da norma jurídica: as teorias teocráticas (a norma expressão da vontade de Deus), jusnaturalista (a norma como expressão do Direito Natural, ou o sentimento de aspiração de justiça sempre presente no homem), contratualista (a norma como resultado do contrato social ou da vontade geral), histórica (a norma como expressão do costume e do espírito do povo), sociológica (a norma como produto natural das condições da vida social) e normativistas (a norma como objeto da Ciência do Direito). 
 Características da norma jurídica 
 As características da norma jurídica mais citadas pelos doutrinadores são: - Imperatividade (a obrigatoriedade da norma); 
- O caráter hipotético (previsão de fatos); 
- Bilateralidade (dois destinatários: o sujeito de um dever, de um lado, o titular do direito, por outro lado); 
- Coercibilidade e sanção: ( se inobservada a norma jurídica, a sanção é chamada a atuar, operada pelo Estado; é a pena pelo ato ilícito) 
 Classificação da Norma Jurídica 
- quanto à origem legislativa: podem ser federais, estaduais e municipais 
- quanto à sistematização: constitucionais, codificadas, esparsas e consolidadas - quanto à obrigatoriedade: normas de ordem pública; normas de ordem privada - quanto à hierarquia 
a) Normas constitucionais 
b) Leis complementares, 
c) Leis ordinárias, leis delegadas, decretos legislativos e resoluções, medidas provisórias, etc.. 
d) Decretos regulamentares e outras normas de hierarquia inferior, tais como portarias, circulares , etc. 
 Divisão do ordenamento jurídico 
 Direito publico e Direito privado 
Direito Público Direito Privado 
Interesse Geral Particular 
	Sujeitos envolvidos 
	Estado  Autoridade 
Sociedade 
	Particulares 
	Relação 
	Submissão 
	Paridade 
 OS PRINCIPAIS RAMOS DO DIREITO 
 Externo  Direito internacional público 
 Constitucional 
Direito Público interno Administrativo 
 Tributário 
 Processual 
 Penal 
 Eleitoral 
 Militar 
 Civil 
Direito Privado Comercial 
 Internacional Privado 
 Trabalho 
Direitos Difusos Econômico 
Direitos sociais Previdenciário 
 Consumidor 
 Ambiental 
DAS FONTES DO DIREITO 
Fontes Matérias e Fontes Formais do Direito 
 Fonte do Direito é a própria origem do direito. Alguns consideram como o fundamento para que se possa considerar válida a norma jurídica. 
 O termo fonte do direito indica somente os processos de produção da norma jurídica, vinculados a uma estrutura do poder, o qual, diante de fatos e valores, opta por dada solução normativa e pela garantia do seu cumprimento. 
 Segundo Reale, a estrutura de poder é um requisito essencial ao conceito de fonte. A luz deste conceito, quatro são as fontes do direito: o processo legislativo, a jurisdição (poder judiciário), os usos e costumes jurídicos e o poder negocial. 
 Segundo Hans Kelsen, em sua “Teoria pura do direito” solidificou o estudo do direito a mais expressiva referência no âmbito da dogmática jurídica e, assim, afirma que a única fonte do direito é a norma, já consolidada em seus aspectos formais e integrada ao direito positivo. 
 Podemos dividir as fontes do direito em: 1- materiais e 2-formais. 
FONTES MATERIAIS – São elementos que emergem da própria realidade social e dos valores que inspiram o comportamento a ser tutelado e que levam ao vislumbre de um direito. Ou seja, o complexo de fatores que ocasionam o surgimento da norma jurídica. 
FONTES FORMAIS – Dizem respeito ao direito já devidamente formalizado, a indicar documentos ou formas não escritas, que revelam um direito vigente, possibilitando a sua aplicação a um caso concreto. 
 As fontes formais do Direito são as que lhe conferem o caráter de direito positivo. Podem ser: 
Fontes Formais Diretas- Constituição Federal, Leis Ordinárias, Decreto, Regimento interno dos Tribunais, etc.. 
Fontes Formais Indiretas- doutrina e jurisprudência 
 A LEI COMO FONTE PRINCIPAL DO DIREITO 
 O termo “lei” juridicamente, significa regra ou conjunto de regras, positivada, introduzindo algo de caráter obrigatório no sistema jurídico em vigor, disciplinando comportamentos individuais ou atividades públicas. 
 No ordenamento jurídico brasileiro existe uma gradação decrescente, a partir da Constituição Federal, que dispõem diretrizes e competências a todo o sistema normativo. Considerando ser a lei a fonte principal do Direito, é importante nos informar de onde elas surgem. 
 A Constituição Federal de 1988 foi elaborada por uma Assembléia Nacional Constituinte, com representantes eleitos pelo povo, o qual possuíam o Poder Constituinte ou Originário. 
 O citado Poder Constituinte Originário era ilimitado, pois estabelece uma nova ordem constitucional, de onde derivam os demais poderes que denominamos “constituídos”, quais sejam: Executivo, Legislativo e Judiciário. 
 Assim, as demais leis são elaboradas através da prerrogativa dada pelo Pode Constituinte Originário ao Poder Legislativo para a elaboração, modificação ou extinção das leis. 
 Para elaboração de novas leis exige-se um processo que a Constituição denomina Processo Legislativo, previsto na Secção VIII do Título IV, Capítulo I, do artigo 59 e seguintes. Segundo reza este dispositivo constitucional, o Processo Legislativo compreende a elaboração de: 
I- Emendas à Constituição; 
II- Leis Complementares; 
III- Leis Ordinárias; 
IV- Leis Delegadas; 
V- Medidas Provisórias; 
VI- Decretos Legislativos; 
VII- Resoluções; 
 Segundo Maria Helena Dinz, Processo Legislativo vem a ser um conjunto de fases constitucionalmente estabelecidas, pelas quais há de passar o projeto de lei, até a sua transformação em lei vigente. 
 O processo Legislativo pode ser: 
Federal – Bicameral 
Municipal Unicameral 
Estadual 
 As principais fases do processo legislativo são: 
1-Iniciativa: Art. 61, caput. CF/88 - Faculdade conferida a um Parlamentar(membro ou comissão do poder legislativo) ou extrapalarmentar: (chefe do poder executivo, STF, Tribunais Superiores, procurador geral da República e aos cidadãos). 
Cidadãos= (iniciativa popular  é necessário ser eleitor, e o pedido ter no mínimo 5 estados e requerido por no mínimo 0,3% da população de cada estado. 
2-Discussão: Nesta fase o projeto de lei é discutido (estudos, debates, aperferçoamentos, etc...) na casa iniciadora. 
3 - Deliberação (Votação e Aprovação) 
4- Sanção ou veto Artigo 66 da CF/88- O projeto de lei sai do Poder Legislativo e é enviado ao Executivo. O chefe do Poder Executivo participa do processo 
5- Promulgação Transformar o projeto de lei, em lei. É o ato pelo qual o Executivo autentica a lei, atestando sua existência, ordenando sua aplicação e cumprimento. 
6- Publicação É o ato pelo qual o Executivo autentica a lei, atestando sua existência, ordenando sua aplicação e cumprimento. 
A partir da promulgação o projeto já é lei, mas só é valido a partir da publicação. 
Existe o vacation legis que é o tempo entre a publicação e a sua verdadeira validade. Ela já é lei, mas esse tempo é para a população se adequar. 
O DIREITO CONSUETUDINÁRIO 
 É o direito que surge dos costumes de determinada Sociedade, não passndo por um processo de criação de leis. 
 No direito consuetudinário, as leis não precisam necessariamente estar num papel ou serem sancionadas ou promulgadas. Os costumes transformam-se nas leis. O costume que deve ser objeto do estudo do direito é o costume jurídico, como seja, aquele capaz de gerar direitos e obrigações. O costume sem esta essência, é o costume apenas de convivência social, sem nenhuma repercussão no mundo jurídico. Direito consuetudinário é "complexo de normas não escritas originárias dos usos e costumestradicionais dum povo, direito costumeiro" Aurélio. 
 No direito consuetudinário, as leis não precisam necessáriamente estar num papel ou serem sancionadas ou promulgadas. Os costumes transformam-se nas leis. Exemplo: Fazer Fila - em um local onde há um número grande de pessoas para um único atendendente, considera-se a fila uma forma de organização e não está prevista em Lei; Cheque pré-datado - 
muito usado no Brasil, mas que não tem lei escrita, senão somente a lei usual. No Brasil, o costume é extremamente limitado, enventualmente, ocorre de ser reconhecido pelo legislador como preceito íntegro, daí que a lei recomenda que seja observado. Como exemplo: o art. 1297, § 1º do Código Civil recomenda seja meação de despesas com cercas, tapumes, etc..., de acordo com o costume local. 
 O Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil, que determina que o costume supre a lei nos casos omissos. Exemplo dessa pratica diz respeito ao cheque pós-datado, que se constatado ter sido emitido como garantia de divida, o fato da insuficiência de fundos, se apresentado antes da data convencionada, não constitui ilícito penal. 
 Ressalta-se que há situações que a lei pode prevalecer sobre um costume. Neste caso, haverá de preponderar o direito escrito, a exemplo na hipótese de uma lei vir a dispor ao contrário da norma consuetudinária, a supremacia política da organização social na pessoa do Estado, através do seu poder, haverá de prevalecer. 
A SENTENÇA, O ACÓRDÃO E A JURISPRUDÊNCIA 
 - SENTENÇA JURÍDICA é o nome que se dá ao ato do juiz que extingue o processo decidindo determinada questão posta em juízo, resolvendo o conflito de interesses que suscitou a abertura do processo entre as partes. A sentença assume feições próprias de acordo com os diversos sistemas jurídicos existentes, mas em todos eles compreende a finalidade essencial de solucionar uma questão posta em julgamento. 
 Sentença: do latim sententia, sentiendo, gerúndio do verbo sentire; nela o juiz declara o que sente. A palavra sententia, por si em si, quer dizer “opinião”, tecnicamente indica o ato final do processo, com o qual o juiz formula seu juízo, sendo ele então um ato de autoridade, dotado de eficácia vinculante, como formulação normativa do Estado para o caso submetido a Juízo. 
 Inobstante, ainda do latim, temos o termo: promuntitatio judicis, o que significa, decisão final, prolação definitiva, pela qual o juiz dirime a causa de que tomou 
conhecimento, após, observar, analisar e deduzir, motivando ou fundamentando sempre o seu pronunciamento. 
 - ACÓRDÃO é a decisão do órgão colegiado de um tribunal (câmara, turma, seção, órgão especial, plenário etc.), que se diferencia da sentença, da decisão interlocutória e do despacho, que emanam de um órgão monocrático, seja este um juiz de primeiro grau, seja um desembargador ou ministro de tribunais — estes, normalmente, na qualidade de relator, de presidente ou vice-presidente, quanto os atos de sua competência. 
 Trata-se, portanto, o acórdão de uma representação, resumida, da conclusão a que se chegou, não abrangendo toda a extensão e discussão em que se pautou o julgado, mas tão somente os principais pontos da discussão. 
 
 - JURISPRUDÊNCIA pode ser entendida como o entendimento dos magistrados, exteriorizados em sentenças ou acórdãos, no qual manifestam, de forma harmônica, conhecimento acerca do direito aplicado a um caso concreto, cujos fundamentos das decisões são colocados à disposição da comunidade jurídica através de publicações, servindo como base a pesquisa em contribuição ao saber jurídico. 
 
 Pela palavra “jurisprudência” devemos entender a forma de revelação do direito que se processa através do exercício da jurisdição, em virtude de uma sucessão harmônica de decisões dos tribunais. 
 Na acepção técnica, "jurisprudência não é norma". Ocorre que a interpretação das cortes de justiça, pela sua natureza científica, pode servir de base ao legislador, tanto para a instituição do direito ainda não contemplado pela ordem, quanto ao aprimoramento desta. 
 No sentido de dar complemento a lei em face a um caso concreto, como o objetivo de apenas aplicar o direito, porém, dada a repercussão de um julgado, a sociedade o toma como um grande avanço, daí ser obvio que a ressonância vá bem mais além da comunidade jurídica, criando consciência de valor nos membros do legislativo. 
 A DOUTRINA JURÍDICA 
Para Maria Helena Diniz a doutrina decorre da atividade científico 
jurídica, isto é, dos estudos científicos realizados pelos juristas, na análise e sistematização das normas jurídicas, na elaboração das definições dos conceitos jurídicos, na interpretação das leis, 
facilitando e orientando a tarefa de aplicar o direito, e na apreciação da justiça ou conveniência dos dispositivos legais, adequando-os aos fins que o direito deve perseguir, emitindo juízos de valor sobre o conteúdo da ordem jurídica, apontando as necessidades e oportunidades das reformas jurídicas. 
 Miguel Reale embora não admitindo ser a doutrina uma fonte do direito, por não se originar da estrutura do poder, até mesmo se reportando aos juriscultos de Roma como o tribunal dos mortos, reconhece a importância do seu papel junto ao aprimoramento do direito, consoante expressa em sua obra: “O fato de não ser fonte do direito não priva, todavia, a doutrina do seu papel relevantíssimo no desenrolar da experiência jurídica. Na realidade, a sua função é de outra natureza, como se depreende do confronto entre o que é produzido pelas fontes e o que é revelado pela doutrina. 
 Observa Orlando Gomes, exerce a doutrina, influência pelo ensino ministrado nas faculdades de direito, pois são os juristas que formam os magistrados e advogados, preparando-os para o exercício dessas profissões pelo reconhecimento dos conceitos e teorias indispensáveis à compreensão do ordenamento jurídico. 
 Conclusivamente, a doutrina tanto serve para a "aplicação da norma" ao interpretar o direito, quanto pode ofertar luz ao legislador e, assim, contribuir para o aprimoramento da ordem, com a "criação da norma" pertinente aquela situação. 
O Direito comparado é uso de direito externo internacional, ou uso de códigos antigos. 
A ANALOGIA, A EQUIDADE E OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO 
 Analogia é uma relação de equivalência entre outras relações. Consiste em aplicar a um caso não previsto de modo direto por uma norma jurídica, uma norma prevista para um hipótese distinta, mas semelhante ao caso concreto. 
 
 Equidade consiste na adaptação da regra existente à situação concreta, observando-se os critérios de justiça e igualdade. Pode-se dizer, então, que a eqüidade adapta a 
regra a um caso específico, a fim de deixá-la mais justa. Ela é uma forma de se aplicar o Direito, mas sendo o mais próximo possível do justo para as duas partes. 
 Essa adaptação, contudo, não pode ser de livre-arbítrio e nem pode ser contrária ao conteúdo expresso da norma. Ela deve levar em conta a moral social vigente, o regime político Estatal e os princípios gerais do Direito. Além disso, a mesma "não corrige o que é justo na lei, mas completa o que a justiça não alcança". 
 Os Princípios Gerais do Direito são enunciações normativas de valor genérico, que condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico em sua aplicação e integração ou mesmo para a elaboração de novas normas. 
 Representam a manifestação do próprio espírito de uma legislação. Em sua maioria – já estão incorporados ao sistema legal (positivados, expressos, escritos, codificados), sendo chamados, na área constitucional, de normas principiológicas. 
 Exemplos: -Todos devem ser tratados como iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza; -Todos são inocentes até prova em contrário; -Ninguém deverá ser obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; -Nenhuma pena deverá passar da pessoa do condenado; -Aos acusados em geral devem ser assegurados o contraditório e a ampla defesa,...

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