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10 2.0 O ABORTO 2.1 ASPECTOS SOCIOHISTÓRICOS Segundo estimativa da Organização Mundial de Saúde – OMS (1994), dos quarenta a setenta milhões de abortos que ocorrem mundialmente, mais da metade ocorre em países de terceiro mundo, nos quais está associado com falta de assistência médica, falta de acesso a informações e a métodos contraceptivos (SCHOR; ALVARENGA, 1994). Segundo Canesqui (1998 ), o aborto constituía um problema universal, que afetava a saúde pública e provocava a desintegração da família gerando problemas de diferentes ordens à mulher. Dessa forma, tem-se que a constituição da política de planejamento familiar no Brasil é fator que pode evitar a prática do aborto. O aborto foi associado a crime e doença, transformando-se num problema médico- social que incidia principalmente na faixa de mulheres entre 25 e 29 anos. As causas principais do aborto são o atraso cultural, a falta de educação sexual, a paternidade "irresponsável" e a ignorância do uso de métodos anticoncepcionais (SCHOR; ALVARENGA, 2008). Estudos realizados por Cavalcanti, Andrade e Teixeira (1999) concluíram que a prática do aborto provoca conseqüências adversas para as mulheres, a exemplo da morte por causa de procedimentos inseguros e sem higiene, que ocasiona infecções, ou em longo prazo problemas ginecológicos e esterilidade. Embora com toda a atenção médica que o assunto tem recebido não se tem conseguido reduzir a ocorrência dessa prática social, devido a gama de fatores que são encontrados em sua ocorrência e no processo de atendimento à questão. A efetiva política de planejamento familiar ou reprodutivo pode ser um elemento essencial na minimização e na análise desse problema, porque, a mulher passaria a ser vista em sua totalidade. Para Hutchinson (apud OLIVEIRA, 2008), o aborto se situa entre os diversos tabus se manifestam numa sociedade e em alguns contextos, são rotulados como atos vergonhosos, principalmente, entre as classes mais altas. Mas a prática de tal ato como método limitador da família não é exclusivo de nenhum grupo econômico ou social. 11 O aborto provocado pode ser realizado por médicos e em clínicas especializadas, por procedimentos feitos por pessoas não habilitadas ou até mesmo pelas próprias gestantes através de métodos tradicionais, como a ingestão de ervas ou fármacos com efeito abortivo, até atividade física excessiva ou violência física direta (MILANESI, 1968). O Abortamento provocado é ilegal no Brasil, exceto em 2 situações: gestação decorrente de estupro e gestação com risco materno. É de difícil estimativa. Quando realizado clandestinamente é alta a incidência de morbimortalidade materna devido: perfuração uterina e de vísceras abdominais, hemorragia, infecção localizada ou sistêmica, choque séptico, esterilidade, sinéquias. No Brasil, há apenas dois casos, previstos por Lei, em que se autoriza a realização do aborto: o chamado aborto terapêutico (feito para salvar a vida da gestante) e aborto sentimental (resultante de estupro). Segundo código penal (1940), dos crimes contra vida contidos no Art. 128 Não se pune o aborto praticado por médico; Aborto necessário: I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; Aborto no caso de gravidez resultante de estupro II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal O abortamento legal em caso de risco materno (aborto terapêutico), requer laudo de 2 obstetras e 1 especialista na patologia que está motivando a interrupção, além do consentimento informado (gestante e familiares). Não é necessário comunicar ao CRM, porém, é necessária a notificação à comissão de ética do hospital. Em caso de pós estupro (aborto honroso ou moral), o atendimento por equipe habilitada ou por serviço de referência e requer apresentação de Boletim de Ocorrência Policial. Não é necessário laudo de IML ou autorização judicial. Em caso de má formação grave ou incompatível com a vida (aborto eugênico), requer autorização judicial (Ministério Público). Após confirmação diagnóstica, juntamente com Laudo assinado por três profissionais do serviço de Medicina Fetal e autorização familiar, deve ser dada entrada com processo juntamente ao Ministério Público e aguarda parecer da Justiça. Interrupção somente diante de parecer favorável. Estudo realizado por Oliveira (2008),em São Paulo, no período de agosto de 2005 a agosto de 2006 sobre a legalidade do aborto, observou que 28,58% dos 12 entrevistados acham que o aborto deveria ser realizado em caso de violência sexual, seguido por risco de vida da mãe e/ou má formação do feto. 42,03% dos entrevistados consideram a prática do aborto condenável, mas necessária. O referido estudo constatou também que 61,50% dos entrevistados também se posicionaram contra a legalização do aborto, e a justificativa mais freqüente foi a de que ninguém tem o direito de tirar a vida de ninguém, seguida pelo aspecto religioso, pois afirmam ser um ato pecaminoso. Para Fonseca (1996), o aborto é“[...] Indução do aborto é legalmente permitida no Brasil somente quando necessária para salvar a vida da mulher ou quando a concepção ocorreu a partir de estupro”. Essa condição torna o aborto um assunto ainda mais complexo que merece uma atenção maior pela sociedade. O aborto é uma das principais questões de saúde pública devido à alta incidência (15 a 20%), à incidência elevada na camada jovem (22,5%) do total de internamentos por abortamento, se realizado em condições inseguras quando provocado e, apesar da falta de dados confiáveis, incidência de morbimortalidade alta nos países onde é realizado de forma clandestina (OMS, 1994). De acordo Jorge de Rezende (2003, pág. 749) “[...] cerca de 15% das gestações terminam entre 4 a 20 semanas, e a incidência de abortamento entre 18 a 20 semanas de gestação seja de ate 62%”.Não se sabe ao certo quantos abortos no total são realizados no Brasil, pois muitos são feitos de forma clandestina e ilegal. . .Para Giffin (1999 pág. 286), no Brasil, a discussão sobre o aborto ainda apresenta um caráter complexo e controverso. Ao mesmo tempo em que o índice exato de abortamentos é desconhecido, é evidente que um grande número de mulheres, em todo o país, são hospitalizadas a cada ano, em função de complicações de procedimentos abortivos inseguros. A faixa etária cada vez mais vem diminuindo o que indica a maior incidência na camada adolescente, e sugere a necessidade de uma política mais eficiente para esclarecer e orientar essa faixa etária sobre a questão e suas implicações No nordeste as mulheres pobres, jovens são mais vulneráveis aos abortos inseguros no Brasil, onde no ano passado a média diária foi de 686 internações no Sistema Único de Saúde (SUS) para tratamento de complicações pós-aborto. Isso reforça a tese de 13 que o número elevado de abortos no Brasil é sobretudo um problema socioeconômico. “O Nordeste é a região mais pobre do Brasil, onde as mulheres têm menos acesso à informação, menos acesso aos meios de evitar uma gravidez e que portanto mais propensas a alta incidência do aborto. ( não entendi) Na ausência de uma oferta efetiva de meioscontraceptivos no País, as políticas públicas em relação à saúde reprodutiva deixam a desejar. A existência de uma proposta específica voltada para a saúde da população feminina, elaborada desde 1983, a partir do Ministério da Saúde e consolidada, através do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher - (PAISM), muito pouco contribuiu para que esse panorama sofresse uma ação mais firme por parte das instâncias gestoras das políticas públicas, no sentido de que as mudanças no padrão de fecundidade da mulher brasileira fossem acompanhadas de melhor qualidade de vida. As ações do PAISM permanecem, após 14 anos, tímidas e escassas e, certamente, não é através delas, ou graças a elas, que se consegue explicar essa brusca mudança dos padrões demográficos brasileiros. 2.2 CLASSIFICAÇÃO Segundo Rezende (2005), os abortos podem ser classificados em: a) ameaça de abortamento: quando há sangramento de pequena intensidade, com ou sem cólicas, colo uterino impérvio, útero compatível com idade gestacional. 50% dos casos evoluem para abortamento. Recomenda-se hCG: dosagens seriadas (monitorizar evolução). É preciso repouso com restrição de atividade física e a conduta: apoio psicológico, orientação sobre ausência de terapêutica eficaz, analgésicos, etc. Deve-se solicitação: ABO/RH, VDRL, anti HIV b) Abortamento inevitável: quando se verifica sangramento mais intenso, com coágulos, cólicas mais fortes que na ameaça de aborto, útero compatível com a idade gestacional, colo uterino pérvio. Nesse caso, o diagnóstico é essencialmente clínico. Ocorre quando a gestação completa 12 semanas e recomenda-se a curetagem uterina cruenta ou por vácuo aspiração (AMIU). Muitas vezes esse tipo de aborto é confundido coma menstruação, porém é diferenciado pela quantidade de sangue. 14 c) Abortamento completo: e um abortamento freqüente ate 8 semanas de gestação, após a expulsão do ovo, o sangramento reduz-se a perdas muito discretas e com diminuição das cólicas, só a evolução do caso confirma o diagnostico. Faz-se o acompanhamento clínico com objetivo de observar a diminuição do sangramento, cólicas, permeabilidade do colo uterino, involução uterina, solicitar ultra-sonografia: se há dúvidas útero vazio ou imagens sugestivas de coágulos. d) Abortamento incompleto: quando ocorre sangramento e cólicas com intensidade variável, colo uterino pérvio. A ultra-sonografia evidencia imagem sugestiva de restos ovulares e a conduta é igual a do abortamento inevitável. e) Abortamento retido: Quando o sangramento e discreto ou ausente, colo impérvio, útero menor que o esperado. Há regressão dos sinais/sintomas de gestação com hCG em níveis decrescentes. A ultra-sonografia revela produto conceptual sem vitalidade ou ausência. A conduta nesse caso é o internamento, o acesso venoso, exames laboratoriais, Misoprostol: 200 mg. Diagnosticada a morte do ovo, deve ser o útero evacuado. Sendo importante antes de intervir, a obtenção de sangue para estudo hematológico. f) Abortamento infectado (séptico): geralmente acontece após manipulação uterina com instrumentos. Pode ter a seguinte evolução se não tratado adequadamente: endometrite parametrite peritonite septicemia e choque séptico. Pode ocorrer no abortamento completo, incompleto ou retido. O quadro clínico fica variável a depender da evolução: febre (geralmente > 38ºC), pulso acelerado, sudorese, hipotensão, sangramento de odor fétido, dor à manipulação do colo uterino, coleção liquida em fundo de saco posterior, irritação peritonial. Há possibilidade de perfuração uterina e alças intestinais. Recomenda-se nesse caso, aplicar após 48 horas afebril: antibiótico por via oral para anaeróbio por 7 dias. Não há necessidade de manutenção de antibiótico por via oral após alta hospitalar. g) Abortamento espontâneo: tem seu diagnóstico no inicio da gestação, com incidência incerta e de dificuldade percepção devido à omissão de informação. h) Abortamento habitual: 3 ou mais consecutivos. Ocorre com 0,5 a 3% dos casais. Diagnóstico etiológico: só em 50% dos casos. Cerca de 3 8% dos casais possuem anomalias cromossômicas identificáveis. O Cariótipo do produto da concepção orienta futuras gestações 15 i) Incompetência istmo cervical: Dar-se com a abertura do orifício interno, havendo insuficiência na musculatura ístmico e cervical. E uma das principais causas de abortamentos tardios, interrupção a partir de 16 semanas. Caracteriza-se pelo sangramento variável, cólicas leves ou ausentes, com feto vivo ou falecido na expulsão. 2.3 TRATAMENTO O tratamento tradicional para aborto incompleto é a curetagem, que consiste no esvaziamento uterino, com ou sem dilatação cervical mecânica, através da raspagem da cavidade endometrial, por meio de curetas e apreensão e retirada do conteúdo ovular, sob efeito de anestesia, requerendo o internamento das pacientes por várias horas. Entres os riscos desse procedimento estão os inerentes a anestesias e ao esvaziamento uterino e à exposição das pacientes sob permanência prolongada à infecção, que podem contribuir para o acréscimo da mortalidade materna. No caso de abortamento infectado (séptico), além do procedimento realizado (curetagem uterina) é indispensável o uso de antimicrobianos para combater a infecção (HOLAND et al, 2003). A curetagem apresenta vantagem no tratamento do aborto incompleto, como a primazia de utilizar instrumentos de fácil manuseio, técnica simplificada, satisfação e aceitabilidade do método pelas pacientes e profissionais, além do o uso de analgésico local em substituição ao analgésico geral, diminuição da permanência hospitalar e, conseqüentemente, a redução da mortalidade materna (HOLANDA et al, 2003). O uso de aspiração manual a vácuo (AMV) no tratamento do aborto incompleto é prática bastante difundida em países desenvolvidos. Vários estudos nesses países indicam que o uso da técnica de aspiração manual a vácuo (AMV) pode conservar recursos do sistema de saúde e melhorar a qualidade do tratamento do aborto. No Brasil, o uso da AMV é procedimento de rotina nos hospitais e clínicas privados. Entretanto, na maioria dos hospitais da rede pública é utilizada somente a técnica de dilatação e curetagem. O tratamento do aborto incompleto, provocado ou espontâneo, em hospitais públicos, é responsável pela utilização de parte 16 substancial de recursos do sistema de saúde, em países da América Latina (FONSECA; MISAGO FERNANDES, 1997). 3.0 PLANEJAMENTO FAMILIAR A Constituição Federal Brasileira de 1988 afirma que a saúde é direito de todos e dever do estado (artigos 196 a 200). No art. 226, §7°, reconhece e garante a contracepção como um direito do (da) cidadão (ã) e afirma o direito de escolha reprodutiva como um direito de mulheres e de homens (ÁVILA, 2000). § 7° - Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao estado propiciar recursos educacionais e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições oficiais ou privadas (BRASIL, 1988). Este artigo é regulamentado pela lei N° 9.263 de 12 de janeiro de 1996 em que estabelece que as instâncias gestoras do (SUS) Sistema Único de Saúde, em todos os seus níveis devem garantir (as) cidadãos (ãs) o direito no planejamento das suas famíliastanto com relação à contracepção quanto em relação aos meios para assistir à concepção, incluindo questão da infertilidade. Art. 2. Para fins desta Lei, entende-se planejamento familiar como um conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. Art.3. O planejamento familiar é parte integrante do conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem ou ao casal, dentro de uma visão de atendimento global e integral à saúde (BRASIL, 1996). Esta lei, conhecida como Lei do Planejamento Familiar, compõe um conjunto de ações de atenção à mulher, ao homem e ao casal oferecendo atenção integral à saúde. Quanto ao direito à regulação da fertilidade, a Constituição Federal estabelece, em seu artigo 227, parágrafo 7º, que: “O Planejamento Familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educativos e científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituição particular ou privada”. http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%255edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=FONSECA,+WALTER http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article%255edlibrary&format=iso.pft&lang=i&nextAction=lnk&indexSearch=AU&exprSearch=FERNANDES,+LUCILIA 17 O planejamento familiar pode ser entendido como uma tomada de decisão consciente, tornando possível para os que desejarem programar quando e quantos filhos terão; permitem-lhes ainda a oportunidade de escolher entre ter ou não filhos de acordo com os planos e as expectativas (CEOLIN, CASARIN, HECK, 2008). De acordo com Ávila (2000), em 1983, o planejamento familiar foi garantido como direito das mulheres, com a criação do Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM). O governo brasileiro estabeleceu Programa de Planejamento Familiar, oficialmente, em 1986. Sabe-se que no Brasil e em muitos outros países do Hemisfério Sul, o acesso à contracepção ainda não está bem definido. Para que o planejamento familiar tenha efetividade, ele precisa dispor de métodos e práticas que possibilitem as mulheres e homens o direito da paternidade, acompanhamento clínico-ginecológico, ações educativas que permitam escolhas conscientes. No que se refere à contracepção, deve disponibilizar para mulheres e homens, todos os métodos anticoncepcionais que o Ministério da Saúde preconiza. 3.1 ASSISTÊNCIA À CONTRACEPÇÃO. A assistência na anticoncepção envolve atividades educativas, aconselhamento e atividades clínicas. A atividade educativa tem como objetivo os conhecimentos necessários para que o cliente juntamente com o profissional de saúde possa optar pela utilização do método anticoncepcional mais adequado e propiciar um maior esclarecimento de dúvidas relacionado à anticoncepção e à sexualidade. Sua prática deve ser precedida a primeira consulta, preferencialmente em grupos (MINISTERIO DA SAÚDE, 2006). É de suma importância a integração e participação da população, na troca de informações e experiências, buscando sempre o uso de uma linguagem acessível e precisa. O aconselhamento entende-se como um processo centrado de escuta ativa individualizado, em que o profissional busca conquistar a confiança do cliente, avaliar suas necessidades, dúvida e medos relacionados à anticoncepção e planejamento familiar. A atividade clínica ocorre após as ações educativas, baseia-se numa primeira consulta que inclui uma anamnese, exame físico geral e ginecológico, analise 18 escolha e indicação do método anticoncepcional. Consultas subseqüentes são realizadas pra reavaliar o método em uso e identificar qualquer intercorrência. A escolha de um método anticoncepcional é influenciada por diversos fatores como historia pessoal (idade, freqüência das relações sexuais, paridade, aleitamento); condição clinica que possam contra-indicar algum método; vulnerabilidade a infecções de transmissão sexual; custo e acesso ao método; intenções reprodutivas; comunicação com o parceiro, ale de questões culturais e mitos sobre anticoncepção (BEMFAM, 2003). 3.2 MÉTODOS COMPORTAMENTAIS Os métodos comportamentais são técnicas para obter ou evitar a gravidez, baseando-se na identificação do período fértil da mulher, abstendo-se relações sexuais nesse período. Não existem condições clinicas que restrinjam o uso dos métodos comportamentais. Entretanto, Existem condições ou obstáculos que podem afetar a função ovariana ou a regularidade dos ciclos menstruais ou alterar os sinais e sintomas de fertilidade, que dificultam a aprendizagem ou o uso desses métodos.. Os métodos comportamentais têm uma taxa de falhas de 3 a 20% dependendo da utilização correta e das condições do ciclo menstrual. (BENFAM 2003). Podem ser divididos em: a) Coito Interrompido – método que consiste na retirada do pênis da vagina e suas proximidades antes da ejaculação. b) Método sinto - térmico: consiste na combinação de múltiplos fatores que indicam a ovulação, tendo como objetivo definir o período fértil com maior precisão. Este método leva em consideração sintomas relacionados à temperatura basal corporal e o muco cervical, e também sintomas físicos e psicológicos como dor abdominal, variações de humor, mamas inchadas e doloridas, enxaquecas ate mesmo a acne. c) Método rítmico ou ogino-knaus (do calendário ou tabelinha) - calcula-se o início e o fim do período fértil e somente é adequado para mulheres com ciclo menstrual regular. A mulher deve ser orientada, inicialmente, a marcar no calendário os 19 últimos 6 a 12 ciclos menstruais com data do primeiro dia e duração, calculando então o seu período fértil e abstendo-se de relações sexuais com contato genital neste período. d) Método do colar: consiste numa simplificação do método de Ogino-Knaus, facilita e encurta o tempo estimado para aprender a utilizar a abstinência periódica e proporciona maior facilidade pra que o casal identifique o período fértil do ciclo menstrual. Mulheres com ciclos menstruais menores que 27 e maior que 31 não podem utilizar esse método. e) Temperatura basal: método que consiste na observação das alterações fisiológicas da temperatura corporal ao longo do ciclo menstrual. Após a ovulação, a temperatura basal aumenta entre 0,3 e 0,8o C (ação do progesterona). A paciente deve medir a temperatura oral, durante 5 minutos, pela manhã (após repouso de no mínimo 5 horas) antes de comer ou fazer qualquer esforço, e anotar os resultados durante dois ou mais ciclos menstruais. Esse procedimento deve ser realizado desde o primeiro dia da menstruação até o dia em que a temperatura se elevar por 3 dias consecutivos. Depois de estabelecer qual é a sua variação normal, e o padrão de aumento, poderá usar a informação, evitando relações sexuais no período fértil. f) Método do muco cervical (Billing): baseia-se na identificação do período fértil pelas modificações cíclicas do muco cervical, observado no auto-exame e pela sensação por ele provocada na vagina e vulva. A observação da ausência ou presença do fluxo mucoso deve ser diária. O muco cervical aparece cerca de 2 a 3 dias depois da menstruação (OSIS, 2008; COSTA, 2008). 3.3 MÉTODOS DE BARREIRA a) Preservativo masculino é um envoltório de látex que recobre o pênisdurante o ato sexual e retém os espermatozóides, impedindo a penetração destes no canal vaginal. Alem de evitar a gravidez, previne também as DSTS (doenças sexualmente transmissíveis). Sua eficácia é de 97% quando usado corretamente. Deve ser colocado antes da penetração após ereção do pênis, não deixando acumular ar em seu interior (MINISTERIO DA SAÚDE 2006). 20 b) Preservativo feminino consiste em um tubo poluiretano com uma extremidade fechada e outra aberta, acoplada a dois anéis flexíveis também de poliuretano.Forma uma barreira entre o pênis e a vagina onde fica depositado o esperma, impedindo o seu contato com a vagina. Também previne as DSTS, pode ser colocado em qualquer momento, desde que seja antes da penetração peniana, e retirada após o ato sexual com traquilidade (MINISTÉRIDO DA SAÚDE, 2006). c) Diafragma – Método contraceptivo de uso feminino que consiste num anel flexível coberto no centro com uma membrana de látex ou silicone em forma de cúpula que se introduz na vagina cobrindo o colo uterino, impossibilitando a passagem dos espermatozóides para útero e trompas. A taxa de falha nos primeiros 12 meses de uso do método varia de 2,1 % quando utilizado corretamente, a 20% em uso habitual (OSIS, 2008). d) A geleia espermaticida são substâncias químicas que recobrem a vagina e o colo do útero impedindo a penetração dos espermatozóides no canal vaginal, imobilizando-os e destruindo-os. (VIEIRA, 2008). 3.4 MÉTODOS HORMONAIS ORAIS. A contracepção hormonal pode ser alcançada utilizando tanto métodos combinados (estrógenos + progesterona) quantos aqueles contendo apenas progesterona. Os anticoncepcionais hormonais orais combinados se subdividem em: monofásicas, bifásicas e trifásicas. (MINISTERIO DA SAÚDE, 2002). a) Monofásicas: a dose dos esteróides é constante nos 21 ou 22 comprimidos da cartela. b) Bifásicas: contêm dois tipos de comprimidos com os mesmos hormônios em proporções diferentes. c) Trifásica; contêm três tipos de comprimidos com os mesmos hormônios em proporções diferentes. As minipílulas: são anticoncepcionais orais somente à base de progesterona. No Brasil. Previnem a gravidez por inibição da ovulação, diminuição do muco cervical, atrofia do endométrio e luteólise prematura. São menos eficazes do que os anticoncepcionais combinados orais (ACO), apresentando falhas de 1,1% a 13,2%. 21 No período da amamentação, as minipílulas alcançam quase 100% de efetividade, além de não alterarem a qualidade do leite. 3.5 ANTICONCEPÇÃO HORMONAL INJETÁVEL Os anticoncepcionais hormonais injetáveis são anticoncepcionais hormonais que contém progesterona ou associação de estrogênios, para administração parenteral (intramuscular ou IM), com doses hormonais de longa duração. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002). a) Anticoncepcional hormonal injetável com progestogênio isolado – Consiste na administração de progestogênio isolado, via parenteral (I.Mcom a finalidade contraceptiva por períodos de até três meses). b) Anticoncepção hormonal injetável combinado – Baseia-se na associação de estrogênio e progestogênio, de uso mensal, parenteral pela via (I.M.). 3.6 CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA. Contracepção de emergência: o levonorgestrel (Postinor – 2â) é utilizado para contracepção ocasional de pós-coito desprotegido. Sua apresentação é sob forma de comprimidos de 0,75mg. O primeiro comprimido deve ser tomado logo após o coito desprotegido, até no máximo 72 horas. O segundo comprimido deve ser tomado 12 horas após a primeira dose. Não devem ser administrados a mulheres que tenham a gravidez confirmada, pois não são eficazes após ter ocorrido o processo de implantação. Previne a ovulação, a fertilização e a implantação. Age nos seguintes sítios de ação: eixo hipotalâmico-pituitário-ovariano; fator endometrial (inibição direta da implantação ou efeito direto sobre a blástula); fator tubário (alteração da motibilidade tubária); inibição da capacitação do espermatozóide (última fase de amadurecimento dos espermatozóides no organismo feminino). Após um único ato de coito desprotegido há probabilidade de falha de cerca de 2% das mulheres que usam corretamente o levonorgestrel.(26) A eficácia é significativamente e inversamente relacionada ao tempo desde o coito desprotegido. O tratamento iniciado dentro de 48h de coito desprotegido tem índice de gravidez de intenção de tratamento de 2,9% com o regime de levonorgestrel. (26) De maneira geral, as pílulas contraceptivas de emergência são menos eficazes que os métodos 22 contraceptivos regulares. As pílulas contraceptivas de emergência não podem ser utilizadas regularmente porque o índice de falha durante um ano completo de seu uso seria mais elevado que aqueles contraceptivos hormonais regulares. 3.7 DISPOSITIVO INTRA-UTERINO (DIU) Os Dius são artefatos de polietileno, aos quais podem ser adicionados cobre ou hormônios, que são inseridos na cavidade uterina exercendo sua função contraceptiva. Atuam impedindo a fecundação, tornando difícil a passagem do espermatozóide pelo trato reprodutivo feminino. Deve ser colocado pelo médico e é necessário um controle semestral (MINISTERIO DA SAUDE, 2002). 3.8 MÉTODOS DEFINITIVOS A esterilização é um método contraceptivo cirúrgico e definitivo, realizado na mulher através da ligadura ou corte das trompas impedindo, o encontro dos gametas masculino e feminino ligadura tubária ou laqueadura. No homem, ocorre à ligadura ou corte dos canais deferentes (vasectomia), o que impede a presença dos espermatozóides no líquido ejaculado. (FIGUEREDO, 2004 pág. 85 e 86). Quando houver indicação de contracepção cirúrgica masculina e, principalmente, a feminina deve ser baseada em critérios rígidos, observando-se a legislação vigente. 4.0 METODOLOGIA DA PESQUISA 4.1 TIPO DA PESQUISA Foi realizada uma pesquisa descritiva de caráter quantitativo, que visa identificar a incidência de abortos com realização de curetagem uterina na rede pública. Além disso, foi feita uma pesquisa de campo com enfermeiros das unidades básicas de saúde do município de Teixeira de Freitas com o objetivo de analisar a qualidade do programa de planejamento familiar. A pesquisa descritiva procura observar, registrar, analisar, classificar e interpretar os fatos ou fenômenos (variáveis), sem que o pesquisador interfira neles ou os 23 manipule. Este tipo de pesquisa tem como objetivo fundamental a descrição das características de determinada população ou fenômeno. Ou, então, o estabelecimento de relações entre variáveis, isto é, aquelas que visam estudar as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível de escolaridade, estado de saúde física e mental, e outros. Procura descobrir, com a precisão possível, a freqüência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com os outros, sua natureza e características (LAKATOS; MARCONI, 1991). 4.2 LOCAL DA PESQUISA Num primeiro momento, como campo de pesquisa foi utilizado a UMMI, Unidade Municipal Materno Infantil. Localizada no município de Teixeira de Freitas. Posteriormente, foram utilizadas como pesquisa de campo 27 das 35 unidades básicas de saúde situadas no município de Teixeira de Freitas.Teixeira de Freitas é uma cidade que possui uma população de 118.702 mil habitantes, localizado no estado da Bahia na região do extremo sul, a 884 km da capital salvador. 4.3 SELEÇÃO DA AMOSTRA Para este estudo participaram as mulheres que foram submetidas à curetagem, no período de janeiro a dezembro de 2007, e os enfermeiros das unidades básicas de saúde. 4.4 COLETA DE DADOS A coleta de dados foi realizada após a aprovação da direção da UMMI, através de pesquisa em prontuários. No segundo momento utilizou-se um formulário contido no Apêndice A, aplicado aos enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde. Segundo Oliveira (1997), a escolha do método e técnica utilizada, depende do objetivo da pesquisa, dos recursos financeiros disponíveis, da equipe e elementos no campo da investigação. Em nosso estudo, optamos pelo uso do questionário. O questionário é um conjunto de perguntas, que a pessoa lê e responde sem a 24 presença de um entrevistador. No questionário estruturado não disfarçado: o respondente sabe qual é o objetivo da pesquisa, e o questionário é padronizado, usando principalmente questões fechadas. As vantagens do uso do método do questionário em relação às entrevistas é que se utilizam menos pessoas para ser executado e proporcionam economia de custo, tempo, viagens, com obtenção de uma amostra maior e não sofre influência do entrevistador (MARCONI; LAKATOS, 1991). 4.5 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS DADOS É importante salientar que os dados a seguir não incluem abortos causados por neoplasias trofoblásticas, espessamento endometrial e abortos completos. Apenas participaram da pesquisa abortos que necessitaram de cureta, pois os outros citados não possuem livros de registro. O total de curetagens de janeiro a dezembro de 2007 totalizou-se em 327. Primeiramente foram coletados dados referentes ao número de mulheres submetidas à curetagem no período de janeiro a dezembro de 2007, distribuindo em faixa etária, como mostra o gráfico 1. Gráfico 1 – N° de mulheres que realizaram curetagem no período de janeiro a dezembro de 2007. Observa-se que do total de 327 curetagens decorrentes de aborto, a maior incidência ocorreu na faixa etária de 20 a 30 anos, ou seja, em mulheres jovens. O número de unidades básicas de saúde que participaram da pesquisa foi de 27 no total, sabendo que no município de Teixeira de Freitas possui 35 instalações. Porem < de 15 anos De 15 a 19 anos De 20 a 24 anos De 25 a 30 anos >de 30 anos Idade não identificada 25 não foi possível a realização da pesquisa nas demais unidades devido a ausência dos profissionais enfermeiros que encontravam fora do município. Como objetivo da pesquisa em relaciona a incidência de abortos com a qualidade do programa de planejamento familiar, os gráficos abaixo representam a qualidade da assistência à mulher em idade fértil. Gráfico 2 – Sua Unidade de saúde oferece o programa de planejamento familiar? Nota-se que 100% das unidades pesquisadas disponibilizam do programa de planejamento familiar. Quando os entrevistados foram questionados se existia a consulta ao planejamento familiar ou apenas entrega do método, visualizou-se que todas as unidades básicas de saúde oferecem consulta de planejamento familiar. 100% 0% sim não 26 Gráfico 3 - Existe consulta de planejamento familiar ou apenas entrega do método? Quando os entrevistados foram questionados se existia a consulta de planejamento ou apenas entrega do método, visualizou-se que 85% dos enfermeiros realizam a consulta de planejamento familiar na entrega do método. O gráfico 4 representa a porcentagem das Unidades que oferecem todos os métodos contraceptivos preconizados pelo Ministério da Saúde. 85% 15% sim não 27 Gráfico 4 - A Unidade disponibiliza de todos os métodos contraceptivos que o programa preconiza? Diante dos resultados, verificou-se que 74% das unidades referidas oferecem todos os métodos contraceptivos preconizados. Porém, uma porcentagem de 63% das unidades entrevistadas não atendiam a demanda que procuram o serviço, como demonstrado no gráfico 5. 74% 26% sim não 28 Gráfico 5 - A disponibilidade de métodos atende a demanda? Conclui-se que, portanto que 63% das unidades de saúde não apresentam quantidade suficiente para a eficácia do programa. A Lei nº 9.263, de 12 de janeiro de 1996, no o § 7º do art. 226 da Constituição Federal, que trata do planejamento familiar decreta. (BENFAM,2003). Art. 1º O planejamento familiar é direito de todo cidadão, observado o disposto nesta Lei. Um fato surpreendente foi observado quando a amostragem da pesquisa, afirma que existe uma adesão da população ao programa representado no gráfico 06. 37% 63% sim não 29 Gráfico 6 - Há procura da população pelo programa? Tal fato e relativo, pois cada unidade possui uma população sexualmente ativa que necessitam da assistência para contracepção. Considerando que para a eficácia do programa é necessária a procura de 100% da população sexualmente ativa, sabe-se que essa adesão total da população e um grande desafio para a saúde pública, já que o programa não oferece métodos suficientes para a demanda que procura o serviço. 100% 0% sim não 30 Gráfico 7 - A Unidade realiza ações educativas sobre métodos contraceptivos? Pode-se perceber que há uma preocupação dos entrevistados na realização das ações educativas sobre os métodos contraceptivos. Conforme aponta o Ministério da Saúde, as ações educativas devem ser desenvolvidas com o objetivo de oferecer à clientela os conhecimentos necessários para a escolha e posterior utilização do método anticoncepcional mais adequado. (MINISTERIO DA SAUDE 2006). 74% 26% sim não 31 Gráfico 8 - Qual a incidência maior de idade de mulheres que procuram o programa? É interessante o resultado apresentado no gráfico 08 relacionando a faixa etária dos clientes que procuram o programa já que 96% das unidades afirmam que a maior incidência é na faixa etária de maior que 20 anos. Tal resultado contradiz com o que foi apresentado no gráfico 01, pois 54,1 % das mulheres que foram submetidas à curetagem também apresentam essa faixa etária. Para finalizar o gráfico 9 demonstra como é realizada a distribuição do método pelo município. 0% 4% 96% <de 15 anos De 15 a 20 anos > de 20 anos 32Gráfico 9 - O município oferece apenas métodos distribuído pelo Ministério da Saúde? Nota-se que há uma diferenciação na distribuição dos métodos para as unidades, pois a porcentagem de 37% afirmaram receber apenas os métodos distribuídos pelo Ministério da Saúde. Enquanto 63% relatam o fornecimento do método não só pelo Ministério da Saúde, mas como também de forma não-governamental, (BENFAM). 63% 37% sim não 33 5.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final deste estudo, após análise e avaliação dos dados coletados observam-se algumas controvérsias em relação aos resultados da pesquisa. Como demonstrado anteriormente, a faixa etária de maior índice de mulheres que realizaram curetagens decorrentes de abortos no período de janeiro a junho de 2007, é a mesma que procuram pela assistência do programa de planejamento familiar nas unidades de saúde. Outro índice relevante é o alto número de mulheres jovens que foram submetidas á curetagem uterina. Portanto, torna-se necessário uma investigação quanto à qualidade no atendimento assistencial e contraceptivo realizados nas Unidades Básicas de Saúde Familiar, já que foi detectada pela amostragem da pesquisa em que 100% das unidades apresentam o Programa de Planejamento Familiar, em que, a maioria destas oferece ações educativas. Como estratégia para reduzir a incidência de curetagens decorrentes do aborto, pensa-se em uma reestruturação na prática do programa, atendendo os princípios priorizados pelo Ministério da Saúde. Dentre suas prioridades esta o acesso de todas as mulheres e homens em idade fértil a métodos e meios para regulação de sua fecundidade no serviço público, os resultados esperados com a iniciativa estão à prevenção da gravidez indesejada entre adolescentes, jovens e adultos, e as reduções do número de abortos provocados e das mortes maternas decorrentes deles. Para isso e necessário uma ação conjunta do Ministério da Saúde, Secretaria Municipal de Saúde e profissionais vinculados ao programa, na elaboração de estratégias para qualificar o atendimento assistencial nas redes publicas. Diante da realidade seguem algumas recomendações relativas a implementação da assistência ao planejamento familiar efetiva, integral e humanizada: - Promover medidas de humanização do serviço; - Garantir que a equipe trabalhe de forma multidisciplinar e integrada no Programa de Planejamento Familiar; - Incentivar a participação masculina no planejamento familiar; 34 - Promover a reflexão sobre a pratica atual do Programa de Planejamento Familiar , relacionando-a à qualidade das ações educativas oferecidas; - Sensibilizar e capacitar os gestores e profissionais de saúde com relação à importância da implantação do Programa de Planejamento Familiar em conformidade com as normas técnicas do Ministério da Saúde. - Capacitar os profissionais atuantes nas unidades de saúde através de oficinas de sensibilização que trabalhem a compreensão da sexualidade e das relações de gênero; - Garantir que os seguintes elementos considerados de fundamental importância para a qualidade do serviço sejam disponibilizados: • Informações para os (as) usuários (as) • Ampliar o leque de opções contraceptivas disponíveis para a clientela SUS e a garantia de regularidade no envio de acordo com a demanda local de cada unidade de saúde , possibilitando a escolha livre e informada dos métodos • Ampliar o acesso das mulheres, homens e casais a informações e métodos para o planejamento familiar no contexto da assistência integral à saúde. • Competência técnicas – Domínio dos profissionais. 35 5 REFERÊNCIAS BELO MAV, SILVA JLP. 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Uso da aspiração manual a vácuo na redução do custo e duração de internamentos por aborto incompleto em Fortaleza, CE, Brasil. Rev. Saúde Pública, Out. 1997, vol.31, n. 5, p.472-478. ISSN 0034-8910. GIFFIN, Karen (org.). Questões da Saúde Reprodutiva. Rio de Janeiro: Fiocruz,1999. 467p. GUNE, Emídio. Momentos liminares: dinâmica e significados no uso do preservativo Análise Social, vol. 43, 2008, 297-318 HOJDA, J. M. Aborto: libertação ou restrição. São Paulo, 1979. [Dissertação de Mestrado — Faculdade de Direito da USP]. HOLANDA, Antônio Arildo Reginaldo de. FREIRE, Helaine Pompéia, Santos, Davi dos et al.Tratamento do aborto do primeiro trimestre da gestação: curetagem versus aspiração manual a vácuo. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php. Acesso: 20 Out. 2008 HUNGRIA, N. Comentários ao código penal. 4a. ed. Rio de Janeiro, Forense, 1958. v. 5. JUNTOS PELA VIDA. Abortos – 2003. Disponível em: <http://www.aborto.com.br / index2.html.> Acesso em: 26 set. 2008, 13:14. 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Renda familiar: a( ) menos de 1 salário mínimo b( ) 1 salário mínimo c( ) 2 salários mínimos d( ) 3 salários mínimos e( ) mais de 3 salários mínimos 4 Situação conjugal: _________ a) Nº de abortos: ____________ b) Nº de gestações: _________ 40 c) Nº de partos: ____________ 5. A sua gravidez foi planejada? ( )sim ( )não 6. Você utiliza algum método para não engravidar? ( )sim ( )não 7. Você participa de alguma ação educativa? ( )sim ( )não 8. Seu parceiro aceita o uso de preservativos? ( )sim ( )não 9. O posto de saúde oferece métodos para não engravidar? ( )sim ( )não 10. Quantas semanas de gestação ocorreu o aborto? _____________ 11. Foi necessário a realização da curetagem? __________________ 41 APÊNDICE B – Eu,______________________________________________________________, após ser informada de que: a) a pesquisa de que irei participar intitula-se Estratégias devem ser utilizadas para reduzir a incidência do aborto nos hospitais e clínicas em município de Teixeira de Freitas, e está sendo desenvolvida pelas acadêmicas do curso de Enfermagem da Faculdade Teixeira de Freitas (Factef); b) os objetivos da pesquisa são identificar e analisar as estratégias devem ser utilizadas para reduzir a incidência do aborto nos hospitais e clínicas em município de Teixeira de Freitas; c) minha participação na pesquisa é voluntária e, portanto, não sou obrigada a fornecer as informações requeridas; d) se decidir não participar da pesquisa, ou se resolver posteriormente desistir dessa participação, não sofrerei nenhum dano ou prejuízo, nem haverá modificação da assistência que venho recebendo; e) por ocasião da publicação dos resultados da pesquisa, será assegurado o meu anonimato; f) este documento assinado por mim será guardado em poder dos responsáveis pela pesquisa e, em nenhuma circunstância, ele será dado a conhecer a outra(s) pessoa(s), dou o meu consentimento para participar da pesquisa. TERMO DE CONSENTIMENTO 42 Teixeira de Freitas, ___ de _____________ de 2008.
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