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paralisia cerebral

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Objetivos 
01: Analisar a paralisia cerebral (conceito, etiologia, 
fisiopatologia, quadro clinico, tratamento, prevenção 
e reabilitação) 
02: Descrever os fatores de risco da paralisia cere-
bral 
04: Explicar os tipos de paralisia cerebral (alterações 
motoras) 
05: Descrever o desenvolvimento neuropsicomotor 
fisiológico 
OBJETIVO 01: 
DEFINIÇÃO: 
É também chamada de encefalopatia crônica não 
progressiva. 
Refere-se a um grupo heterogêneo de condições que 
cursa com disfunção motora central, afetando: 
o Tônus 
o Postura 
o Movimentos 
Essa encefalopatia está sujeita a mudanças, resul-
tantes de uma lesão no cérebro nos primeiros está-
gios de seu desenvolvimento. 
É a causa principal de disfunção motora na infância 
Pode estar acompanhada a distúrbios sensoriais, 
perceptivos, cognitivos, de comunicação e comporta-
mental, por epilepsia e por problemas musculoes-
queléticos secundários. 
Envolvem a visão, audição, tato, capacidade de inter-
pretar informações sensoriais ou cognitivas 
Alterações comportamentais e mentais como distúr-
bio do sono, ansiedade e transtorno de humor po-
dem estar presentes 
PREVALÊNCIA: 
Países desenvolvidos: 1,5 – 5,9 a cada 1000 nasci-
dos vivos 
Países em desenvolvimento: 7 em cada 1000 nasci-
dos vivos 
Brasil: Maior frequência no sexo masculino e do tipo 
espástico 
ETIOLOGIA E FATORES DE RISCO 
Apresenta-se de forma variável em termos de distri-
buição anatômica da lesão, gravidade de acometi-
mento motor e sintomas clínicos associados. 
o Anoxia perinatal por um trabalho de parto 
anormal ou prolongado 
o Prematuridade (2º lugar) 
o Infecções pré natais: rubéola, toxoplasmose 
e citomegalovírus 
o Infecções pós natais: meningites 
o Mal formações estruturais regionais com dé-
ficits motores 
o Defeitos de migração e embriogênese podem 
ocorrem em crianças que não apresentem 
história de risco gestacional ou perinatal 
Fatores de risco significantes: 
o Exposição a agentes tóxicos e infecciosos 
pela mãe gestante 
o Condições de viabilidade e nutrição do bebê 
o Condições do parto 
o Ocorrência de eventos hipóxicos ou traumáti-
cos no período perinatal 
o Ocorrência de AVCs perinatais promovem is-
quemia, e consequentemente morte celular 
e paralisia cerebral. 
o Devem ter tempo de ocorrência entre 
20 semanas de vida fetal e 28 dias 
pós-parto 
o São a causa mais comum de parali-
sia cerebral hemiplégica e neonatos 
com encefalopatia ou convulsões de 
origem indeterminada 
o Encefalopatia hipóxico-isquêmica se refere a 
sintomas cerebrais após redução de oxigênio 
no sangue e nos tecidos decorrente da inter-
rupção de seu suprimento 
o Ocorrem alterações na consciência, 
tônus, reflexos e a ocorrência de con-
vulsões como sintomas clínicos do 
quadro agudo 
o Pode ser classificada em leve, mode-
rada e grave 
o A forma grave gera alterações de 
consciência com estupor e coma, ca-
pacidade de sucção e reflexos primi-
tivos débeis, além de convulsões por 
medicamentos 
o Situações que sensibilizam o feto aos efeitos 
de hipóxia são: 
o Febre ou infecção materno-fetal com 
liberação de citocinas pró-inflamató-
rias que promovem efeito sinérgico 
ao da hipóxia para o desfecho de le-
são celular 
o A presença de crescimento intrauterino retar-
dado e hipóxia intrauterina crônica predis-
põem a níveis altos de acidose em presença 
do mesmo grau de hipóxia 
TIPOS DE PARALISIA CEREBRAL: 
Podem ser classificadas de acordo às manifestações 
clinicas apresentada pelas crianças. 
Espástico: 
 Tipo mais comum (75%) 
 Presença de tônus elevado – quando o mus-
culo mostra uma resistência maior do que o 
esperado no movimento passivo 
 Aumento dos reflexos miotáticos, clônus, re-
flexo cutâneo plantar em extensão (sinal de 
babinski positivo) 
o Causada por lesão do sistema pirami-
dal 
o Ocorre em crianças consequentes de 
nascimento pré-termo. 
 Pode ocorrer: 
 
o Hemiplegia 
 É a mais frequente. 
 Ocorre comprometimento motor unilateral, 
geralmente desproporcionado com predomí-
nio do membro superior 
 Possui lesão unilateral do trato corticoespi-
nhal 
 Há sinais como espasticidade, hiperreflexia e 
sinal de babinski 
 Possui posição de semiflexão do membro su-
perior e membro inferior hiperextendido e 
aduzido com o pé em postura equinovara 
 É comum hipotrofia dos segmentos acometi-
dos 
 Pode ocorrer hemiparesia ou hemianopsia 
 
o Tetraplegia: 
 É uma lesão mais extensa e bilateral do trato 
corticoespinhal 
 Há grave tetraparesia espastica com inten-
sas retrações em semiflexão 
 Caracteristicas como hipomimia, disfagia e 
disartria (síndrome pseudobulbar) 
 Pode ocorrer microcefalia, deficiência mental 
e epilepsia 
 
o Diplegia: 
 Forma mais encontrada em prematuros 
 Pode ocorrer o comprometimento bilateral da 
motricidade dos membros inferiores, com 
acentuada hipertonia dos adutores – sín-
drome de Little (postura com cruzamento dos 
membros inferiores e marcha em tesoura 
 Alguns pacientes com reabilitação adaptam-
se ao cotidiano 
 Outros pacientes evoluem muito mal com in-
tensa espasticidade, hipodesenvolvimento 
dos membros inferiores e grave limitação 
funcional 
 Persistência do reflexo de babinski 
 Evolui: hipotonia > hipertonia extensora > hi-
pertonia flexora 
Discinética: 
 Mais frequente em a termos 
 A cognição é normal 
 Caracterizada por movimentos atípicos mais 
evidentes quando o paciente inicia um movi-
mento voluntário produzindo movimentos e 
posturas atípicas. 
 Engloba: 
o Distonia – tônus muscular muito variá-
vel 
o Coreoatetose – tônus instável com pre-
sença de movimento involuntário e mo-
vimentação associada 
 É ocasionada por uma lesão bilateral do sis-
tema extrapiramidal (núcleos da base – 
corpo estriado, substancia negra e núcleo 
subtalâmico) 
Atáxica: 
 É caracterizada por um distúrbio da coorde-
nação dos movimentos em razão da dissiner-
gia, apresentando usualmente, uma marcha 
com aumento da base de sustentação e tre-
mor intencional 
 Ocasionada por uma disfunção no cerebelo 
Podem ser classificadas também quanto ao grau de 
comprometimento motor: 
Disparesia: 
 Compromete membros inferiores, geral-
mente simétricos 
 O prognostico da marcha depende da idade 
que a criança conseguiu ter controle do 
tronco 
Hemiparesia: 
 Comprometimento de uma parte do corpo, de 
forma assimétrica 
 A marcha possui bom prognóstico, indepen-
dente da deformidade 
 A lesão do cérebro costuma ser focal, aumen-
tando a chance de apresentar crises convul-
sivas 
Tetraparesia 
 É um comprometimento muito grave, inclu-
sive da marcha. 
 Crises convulsivas são bem frequentes, além 
de problemas respiratórios e digestivos. 
 Os quatro membros e tronco são afetados 
Dupla paresia 
 Os quatro membros são acometidos mas de 
forma assimétrica. 
 O tronco possui melhor controle que na tetra-
paresia 
 Há deformidades mais significativas nos 
membros superiores 
Classificada de acordo com a topografia afetada: 
Cerebelo: 
 Causa hipocinesia e incoordenação de movi-
mentos sendo comum: 
o Tremor 
o Disbasia (dificuldade em andar e mo-
vimentar) 
o E falta de direção à marcha 
 Em casos mais graves, a falta de equilíbrio 
impede a postura ereta e a marcha 
 Não afeta o tônus muscular, não havendo de-
formidade osteoarticular 
Núcleos da base 
 Altera a inervação correspondente, gerando 
atetose, coreia e coreoatetose 
 Pode apresentar hipercinesia, tônus flutu-
ante e movimentos involuntários 
 Não há deformidade osteoarticular 
Córtex cerebral: 
 Altera o tônus muscular causando multi défi-
cits. 
 Há elevação do tônus com hiper-reflexia mi-
otendínea e baixo limiar do reflexo do estira-
mento muscular, gerando espasticidade. 
 Paciente tem hipertonia e persistência de pa-
drões posturais primitivos 
 É bem comum haver desequilíbrios muscula-res, atrapalhando a postura, base de apoio 
Classificação por mobilidade funcional pela GMFCS 
(Sistema de classificação da função motora grossa) 
 Diferencia crianças e adolescentes com PC 
por níveis de mobilidade funcional. 
 Engloba a faixa etária do 0 à 12 anos 
 Baseia-se no movimento iniciado voluntaria-
mente (sentar, transferências e mobilidade 
 São 5 niveis: 
o 1 – caminham independentes, den-
tro e fora de casa, sobem em esca-
das sem utilizar o corrimão, conse-
gue correr e pular. Mas tem compro-
metimento no equilíbrio, velocidade e 
coordenação 
o 2 – caminham independentes dentro 
e fora de casa, mas usam o corrimão 
para subir escadas, não correm ou 
pulam, tem dificuldade de caminhar 
em terrenos irregulares e inclinados 
o 3 – caminham dentro e fora de casa 
mas com muletas e andadores. 
Usam carreiras de roda manuais para 
deslocamentos de maiores distan-
cias 
o 4 – cadeirantes dentro de casa, na 
escola e na comunidade. Sustentam 
a cabeça e tem marcha apenas assis-
tida, por pequenas distâncias 
o 5 – são cadeirantes, não sustentam 
a cabeça e tronco e tem grande com-
prometimento motor. 
Classificação pelo MACS – extensão do GMFCS que 
engloba a faixa etária dos 4 aos 18 anos de idade 
 Avaliam a capacidade de manipular objetos 
durante atividades diárias em casa, na es-
cola ou comunidade 
 Varia do nível 1 até o 5 
 Nível 1 – manipula objetos facilmente e nível 
5 – não manipulam objetos e tem habilidade 
severamente limitada para desempenhar 
ações simples 
QUADRO CLINICO: 
São considerados alguns aspectos: 
 Sinais clínicos – espasticidade, discinesia, 
ataxia 
 Distribuição anatômica – uni ou bilateral 
 Classificação da função motora – extremida-
des superiores e inferiores 
 Distúrbios associados 
 
DIAGNÓSTICO: 
O início de uma intervenção sistematizada durante o 
período de intensa neuroplasticidade compreendido 
nos primeiros 2 anos de vida, aumenta as perspecti-
vas de recuperação funcional 
Sinais precoces devem ser ativamente procurados 
nas avaliações pediátricas e de seguimento e a inca-
pacidade de alcançar adequadamente um marco de 
desenvolvimento deve ser encarada com preocupa-
ção e jamais negligenciada ou minimizada 
O comportamento da criança, seja muito irritado ou 
dócil, a presença de reflexos primitivos exaltados e 
posturas inadequadas como o opistótono, dificul-
dade de alimentar e de ganho de peso ponderal são 
indicadores precoces de disfunção 
Disfunções motoras na paralisia cerebral podem ser 
dividias nas categorias positiva e negativa As disfun-
ções positivas consistem em sinais adicionados no 
comportamento motor habitual e são geralmente fá-
ceis de identificar no exame físico. São estas a es-
pasticidade, a postura anormal, a discinesia, os refle-
xos exaltados e a persistência das reações primiti-
vas. Disfunções negativas são fraqueza e paresia, 
problemas de coordenação central, cocontrações e 
movimentos espelhados 
O exame neurológico sistemático - Itens específcos 
do exame mostram maior correlação com o 
desfecho neurológico negatvo e são estes o Reflexo 
de Moro, as reações palmoplantares e o reflexo tô-
nico cervical assimétrico alterados ou persistentes, 
assim como o não aparecimento da reação de Para-
quedas por volta dos 8 meses 
A ressonância magnética de crânio por época do 
termo 
Avaliação de prechtl é usado como método ouro no 
diagnóstico precoce de paralisia cerebral. O método 
Prechtl baseia-se na análise qualitativa dos movi-
mentos espontâneos do bebê em 3 momentos de 
vida: o período pré-termo a partir da 26ª semana; o 
período de termo em torno da 40ª semana em idade 
corrigida e o de lactente, as 12 semanas de vida cal-
culadas a partir da 40ª semana 
Requer a filmagem da movimentação espontânea do 
bebê por 3-5 minutos, que deverá ser avaliada por 
observador treinado formalmente no método 
CONDIÇÕES ASSOCIADAS: 
o Sensoriais e perceptivos 
AUDIÇÃO: 
É possível a ocorrência de perdas auditivas sensorio-
neurais e também perdas condutivas em indivíduos 
com paralisia cerebral 
12% das crianças com paralisia cerebral apresentam 
perda auditiva de caráter sensorioneural (BACCIU et 
al., 2009). 
Essas perdas podem ocorrer de leve a profunda e ne-
cessitam de intervenção, o que implica no diagnós-
tico, protetização e (re)habilitação. 
As crianças poderão fazer uso de aparelho de ampli-
ficação sonora individual (AASI) ou ter indicação para 
o implante coclear (IC) 
VISÃO: 
A visão é capaz de captar 80% das informações do 
ambiente. 
É um canal sensorial importantíssimo na construção 
da coordenação visuomotora, orientação espaço-
temporal (no sistema vestibular e proprioceptivo), co-
municação, linguagem, aprendizado e memória 
A deficiência visual é um dos prejuízos mais comum 
associados à paralisia cerebral 
A privação de estímulos visuais nos primeiros meses 
de vida pode acarretar alterações irreversíveis tanto 
anatômicas como funcionais, interferindo na capaci-
dade da criança em responder aos estímulos ambi-
entais, diminuindo a participação nas atividades diá-
rias, nas trocas afetivas pelo olhar entre mãe e bebê, 
e no desenvolvimento motor e cognitivo 
Alterações visuais presentes em crianças brasileiras 
com paralisia cerebral destacaram as ameotropias 
(60% a 80%), o estrabismo (60%), a perda de percep-
ção visual (47%), a ambiliopia (35%), o nistagmo 
(17%), a atrofia óptica (15% – 20%) e a baixa visão 
cortcal (5% – 10%). 
Crianças classificadas em paralisia cerebral unilate-
rais tendem a apresentar maior porcentagem de al-
terações visuais destacando-se o estrabismo (71%) 
e os erros de refração (88%); já as crianças classifi-
cadas como bilaterais, com maiores comprometi-
mentos motores tendem a apresentar um perfil 
neuro-oftalmológico mais grave, caracterizado por 
anormalidades oculares (98%), disfunção oculomo-
tora (100%) e acuidade visual reduzida (98%) 
o Cognitivas e comportamentais: 
A cognição pode ser definida por funções mentais es-
pecíficas, especialmente dependentes dos lobos 
frontais do cérebro, sendo mais frequentemente cha-
mada de funções executivas 
A função executiva compreende uma série de proces-
sos cognitivos e comportamentais tais como: fluência 
verbal, resolução de problemas, planejamento, se-
quência, habilidade de sustentar a atenção, flexibili-
dade cognitiva, memória operacional, categorização, 
controle inibitório, tomada de decisão, criatividade, 
entre outras 
Na paralisia cerebral o processo cognitivo global e es-
pecífico pode ser afetado, tanto por distúrbios primá-
rios, quanto em consequência secundária a limita-
ções neuromotoras que restringem as experiências 
da criança nos contextos de referência e o processo 
de aprendizagem 
A prematuridade e o extremo baixo peso ao nasci-
mento apresentam alta correlação com o desenvolvi-
mento das habilidades cognitivas entretanto, além 
dos fatores biológicos, os fatores socioeconômicos e 
educacionais, destacando-se aqui o nível educacio-
nal materno, podem influenciar no desempenho cog-
nitivo da criança 
Na primeira infância o desenvolvimento cognitivo é 
evidenciado pela interação com outras pessoas, com 
o ambiente imediato, assim como com objetos/brin-
quedos. 
Neste sentido, ao brincar de faz de conta a criança 
desenvolve/exercita a flexibilidade do pensamento, a 
adaptabilidade, a aprendizagem, a resolução de pro-
blemas, a integração de informações do meio ambi-
ente, além de promover o 
desenvolvimento de habilidades sociais, intelectuais, 
emocionais e físicas 
Entre 35% e 53% das pessoas com paralisia cerebral 
apresentam problemas de funções executivas, prin-
cipalmente relacionadas à atenção, sendo mais fre-
quente em paralisia cerebral bilateral 
Os problemas mais comuns relatados incluem: difi-
culdade de interação com colegas, problemas de 
atenção e comportamentos hiperativos, problemasemocionais, características antissociais, entre outros 
COMUNICAÇÃO: 
É estimado que os distúrbios da comunicação em pa-
ralisia cerebral podem variar de 31% a 88% 
O desenvolvimento da linguagem envolve a integri-
dade do SNC, o processo maturacional, a integridade 
sensorial, as habilidades cognitivas e intelectuais, o 
processamento das informações ou aspectos per-
ceptivos, os fatores emocionais e as influências do 
ambiente 
As dificuldades de aquisição podem estar ligadas à 
presença de reflexos primitivos, ao atraso para o con-
trole motor da cabeça, para sentar sem apoio, para 
marcha independente e à presença de movimentos 
involuntários. 
No que tange aos aspectos expressivos, o transtorno 
motor, agindo na região da cintura escapular e tronco 
superior, atuando no controle da musculatura orofa-
cial, na respiração e na coordenação pneumofonoar-
ticulatória, trará prejuízos diversos para a produção 
da fala 
CRISES CONVULSIVAS 
Síndrome convulsiva é ocorrência frequente em pa-
cientes com paralisia cerebral. Costumam iniciar-se 
simultaneamente à instalação da doença causadora 
da paralisia cerebral 
Em neonatos a termo com encefalopatia hipóxico-is-
quêmica (EHI), as convulsões podem aparecer nas 
primeiras seis horas e, a reincidência das crises (epi-
lepsia) ocorre, na maioria das vezes, dentro dos pri-
meiros 6 meses de vida, em cerca de 31% dos casos 
que desenvolvem paralisia cerebral 
Na paralisia cerebral por outras causas, a epilepsia 
pode surgir em qualquer época da vida. 
CRESCIMENTO, DIAGNÓSTICO NUTRICIONAL E TERA-
PIA NUTRICIONAL 
Mesmo quando adequadamente nutridas, crianças 
com paralisia cerebral são menores que as crianças 
que não tem deficiência, possivelmente, em razão de 
inatividade física, forças mecânicas sobre ossos, ar-
ticulações e musculatura, fatores endócrinos, altas 
prevalências de prematuridade e baixo peso ao nas-
cer 
Estima-se que 19% a 99% das pessoas com paralisia 
cerebral tenham dificuldades para se alimentar, em 
diversos graus de comprometimento, o qual está in-
timamente ligado ao grau de comprometimento mo-
tor 
Pacientes avaliados como grau IV e V do GMFCS em 
99% dos casos apresentaram algum grau de disfagia 
As dificuldades de alimentação mais comuns são: 
comprometimento da fase motora oral, engasgo, 
tosse, náusea, dificuldade de transporte do bolo ali-
mentar, refeições prolongadas ou interrompidas e 
refluxo gastroesofágico 
Os quadros de infecção respiratória também podem 
ser causados pelo refluxo gastroesofágico, doença 
que pode aparecer em 50% das pessoas com parali-
sia cerebral, principalmente naquelas com maior 
comprometimento motor 
As crianças com paralisia cerebral espástica bilateral 
do nível motor V apresentam todos os fatores de 
risco para distúrbios alimentares: pela alteração mo-
tora da dinâmica orofaringeana; pela falta de com-
preensão 
do contexto alimentar e dificuldade na ação motora 
voluntária da fase oral, podendo alterar a sequencia-
lização da fase faríngea e pela gravidade da aspira-
ção traqueal 
Correção da postura da cabeça e consistência ade-
quada dos alimentos melhoram a eficiência da ali-
mentação. 
Tubos orogástricos ou nasogástricos são pouco inva-
sivos e podem ser usados por curtos períodos, em 
geral, no máximo seis semanas. O uso duradouro 
pode facilitar a ocorrência de otites, sinusites, ulce-
rações esofágicas, perfuração intestinal ou gástrica 
Associado ao baixo crescimento linear, crianças com 
déficits motores moderados e intensos frequente-
mente apresentam dores musculares, fraturas pato-
lógicas devidas ao déficit de mineralização óssea 
DOENÇA RESPIRATÓRIA 
Doença respiratória pulmonar é uma importante 
causa de morbidade e mortalidade em pessoas com 
paralisia cerebral. Pelo menos dois terços desses pa-
cientes apresentam tosse, chiado, a grande maioria 
apresenta tosse e rouquidão durante a alimentação 
e, alguns, apneias 
Fatores relacionados que podem contribuir para o 
desenvolvimento de doença pulmonar nesses paci-
entes incluem a aspiração pulmonar, infecções re-
correntes levando a bronquiectasias e a deformida-
des da coluna vertebral, principalmente a cifoescoli-
ose, obstrução das vias aéreas superiores (hipertro-
fia de amígdalas, adenoides, gengiva) e das vias aé-
reas inferiores (asma) 
DISTÚRBIOS DO SONO: 
Distúrbios do sono na pessoa com paralisia cerebral 
podem ser decorrentes de obstrução das vias aéreas 
por glossoptose, fraqueza da musculatura faríngea, 
hipertrofia de amígdalas ou adenoide, disfunções en-
cefálicas que comprometem o controle respiratório e 
cardíaco, assim como o ritmo de vigília/sono e o nível 
de alerta durante a vigília. 
Outro fator associado aos distúrbios do sono pode 
ser o uso de anticonvulsivantes que determinam so-
nolência excessiva durante o dia e afetam os pa-
drões de sono-vigília e, ainda, hipoxemia durante o 
relaxamento do sono 
ACOMPANHAMENTO E TRATAMENTO: 
A paralisia cerebral é uma doença crônica que neces-
sita de tratamentos multidisciplinares, intensivos e 
coordenados com a finalidade de recuperar funções 
motoras ou ao menos adaptar a funcionalidade do 
indivíduo de forma independente 
As intervenções comprovadamente eficazes distri-
buem-se por áreas de funcionalidade de acordo com 
a Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF) 
e são um conjunto de técnicas incluindo medicamen-
tos e procedimentos cirúrgicos ou não, além de ativi-
dades de intervenção terapêutica. 
Certamente eficazes são medicamentos como 
anticonvulsivantes para o tratamento de convulsões, 
toxina botulínica, benzodiazepínicos e rizotomia dor-
sal para o tratamento de espasticidade e bifosfona-
tos para a saúde dos ossos. 
Ainda, recomenda-se o uso de calhas ortopédicas e 
a supervisão sistemática para a prevenção de luxa-
ção de quadril, o controle de úlceras de pressão e o 
treinamento aeróbico para a manutenção da funcio-
nalidade 
Semestralmente para identificar a evolução do seu 
desenvolvimento, bem como para o acompanha-
mento longitudinal da evolução e documentação dos 
efeitos terapêuticos, são sugeridos 
o GMFM-66 – Medida da função motora grossa 
- é útil para avaliar a evolução motora grossa 
das crianças com paralisia cerebral. 
o PEDI – Inventário de Avaliação Pediátrica de 
Incapacidade é útil para avaliar o desempe-
nho da criança em atividades e tarefas típi-
cas da vida diária. 
o CHORES – é útil para identificar a participa-
ção 
de crianças e adolescentes nas tarefas domi-
ciliares. 
o SCHOOL FUNCTION ASSESSMENT é útil para 
avaliar a participação de crianças em ativida-
des e tarefas relacionadas ao ambiente esco-
lar. 
o PEGS – é útil para identifcar a autopercepção 
da criança em relação à competência na rea-
lização das atividades diárias, permitindo, as-
sim, selecionar metas para a intervenção, de 
acordo com a perspectiva da criança. 
o Miniexame do Estado Mental (MEEM) adap-
tado para crianças é um instrumento ade-
quado para rastrear, de forma simples e rá-
pida, o funcionamento cognitivo de crianças 
e adolescentes de 5 a 18 anos, incluindo as 
lesões cerebrais, podendo ser utilizado por 
profissionais de Saúde de modo interdiscipli-
nar 
Tratamento do refluxo gastresofágico se faz necessá-
rio tanto pelas questões respiratórias quanto pelo 
desconforto que impõe ao paciente e a rara ocorrên-
cia de esôfago de Barret. A recomendação de fundu-
plicatura pode ser feita quando está comprovada a 
disfunção do esfíncter esofágico inferior ou a pre-
sença de hérnia hiatal. 
A indicação de gastrostomia pode ser indicada na de-
pendência de uma combinação de fatores relaciona-
dos à segurança e eficiência no ato da alimentação. 
Constipação intestinal e disfunções esfincterianas 
com enurese ou retenção urinária são problemas co-
muns e atenção à saúde dos rins e bexiga neurogê-
nica também faz parte da sistemática de cuidados 
A rotinade seguimento é definida pelo nível funcional 
aferido conforme o GMFCS e traça as seguintes reco-
mendações: 
a) Para pessoas com GMFCS I, radiografas não 
devem ser rotineiras a não ser que o exame 
clínico revele deterioração do quadril ou co-
luna. 
b) GMFCS II, radiografas devem ser realizadas 
aos 2 e aos 6 aos anos. Se aos 8 anos o 
exame físico for normal, as radiografas pré-
vias também normais, o exame clínico deve 
ser realizado a cada 2 anos até o fechamento 
da placa de crescimento para definir a neces-
sidade de avaliação radiológica adicional. 
 
c) Nos pacientes com GMFCS III-V o exame radi-
ológico deve ser realizado logo que o diag-
nóstico de paralisia cerebral é confirmado ou 
suspeito e radiografas anuais devem ser fei-
tas até os 8 anos de idade. Após essa idade, 
o intervalo entre as avaliações deve ser de-
terminado individualmente. Crianças mais 
velhas que 8 anos e que possuam RX nor-
mais e sem deterioração clínica devem reali-
zar radiografas a cada 2 anos até o fecha-
mento da placa de crescimento. 
 Artigo paralisia cerebral – residência pediá-
trica – sociedade brasileira de pediatria – 
2018 
 Diretrizes de atenção à pessoa com paralisia 
cerebral -2013 – ministério da saúde 
 Ortopedia e traumatologia – sizinio
 
	Definição:
	prevalência:
	etiologia e fatores de risco
	tipos de paralisia cerebral:
	quadro clinico:
	Diagnóstico:
	Condições associadas:
	Acompanhamento e tratamento:

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