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Vale do Jaguaribe

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE 
CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIAS – CCT 
LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO CAMPO, NATUREZA E TERRITÓRIO: 
LECANTE 
BOLSISTA: VITÓRIA FERREIRA DE SOUZA 
 
RESENHA: (VALE DO JAGUARIBE: UM OÁSIS EM PERIGO NO 
SEMIÁRIDO BRASILEIRO – REVISÃO SISTEMÁTICA SOBRE 
CONTAMINAÇÃO AMBIENTAL E POTENCIAIS DANOS 
À BACIA E SEUS USUÁRIOS) 
 
BRAGA, Roberta da Rocha; MATUSHIMA, Eliana Reiko. Vale do Jaguarine: um 
oásis em perigo no semiárido brasileiro – revisão sistemática sobre 
contaminação ambiental e potenciais danos à bacia e seus usuários. Revista de 
Geociências do Nordeste, v 7, n° 2, 2021. 
 
 
 Roberta da Rocha e Eliana Reiko discorreram no artigo em questão sobre 
os estudos toxicológicos realizados na bacia do rio Jaguaribe, destacando os 
impactos para a fauna, a flora e para a população. O rio Jaguaribe é o maior rio 
do Estado do Ceará, com mais de 600 km de extensão. Uma pesquisa realizada 
pela Universidade Estadual do Ceará (UECE), juntamente com a Companhia de 
Gestão de Recursos Hídricos do Estado do Ceará (COGERH), comprou que a 
verdadeira nascente do rio Jaguaribe está localizada no morro da lagoa seca, na 
serra das pipocas, em Pedra Branca, e não na Serra da Joaninha em Tauá. A 
nova descoberta também aponta que a extensão do rio Jaguaribe é superior à 
680 km. 
 O nordeste brasileiro é caracterizado pela predominância do clima 
semiárido, apresentando irregularidades de chuva e a consequente escassez de 
água. “Dessa forma, no Ceará, como solução para a escassez de água, o 
governo tem atuado tentando perenizar suas bacias hidrográficas, dentre elas, a 
bacia do rio Jaguaribe. A partir dos anos de 1960, a construção de reservatórios 
e as políticas de incentivo ao desenvolvimento possibilitaram o início da 
agricultura irrigada no Estado” (BRAGA, MATUSHIMA, 2021). 
 Sabe-se que a água é fundamentalmente imprescindível para a 
manutenção da vida, dessa forma, ao tratar do assunto em questão, é atribuída 
várias vertentes, como: política, social, econômica e humanitária. Segundo os 
dados apresentados no artigo, o Brasil é o país que tem a maior fonte de água 
potável do mundo. No entanto, há muitos conflitos no que concerne a má “gestão 
e distribuição da água” no país. 
 Nessa contexto, o governo do Ceará, buscando “minimizar” os efeitos da 
seca, tem tentado perenizar as bacias hidrográficas do Estado, dentre elas, a 
bacia do rio Jaguaribe, que é dividida em cinco sub-bacias (alto/médio/baixo 
Jaguaribe, do rio Salgado e do rio Banabuiú), e atende a 80 municípios. 
 “Ao longo de muitas décadas, o gerenciamento das águas na região 
semiárida vem sendo desafiador para os governos e órgãos de gestão hídrica, 
pois as condições climáticas originais e o crescimento da densidade 
populacional aumentam a vulnerabilidade da região aos eventos de secas” 
(BRAGA, MATUSHIMA, 2021). 
 De acordo com as autoras, nos anos 2000, o município de Limoeiro do 
Norte, localizado no baixo Jaguaribe, ganhou visibilidade em virtude do aumento 
do número de intoxicações agudas humanas, que foram registradas pela 
Secretaria Estadual de Saúde. Dessa forma, a luta de Zé Maria do Tomé contra 
a pulverização aérea na chapada do apodi, nos deixou um legado de inspiração 
e, em território nacional, o Ceará é o único Estado que tem uma lei que proíbe a 
pulverização aérea, lei essa, nomeada de Zé Maria do Tomé. 
 Em resumo, sabe-se que o uso indiscriminado de agrotóxicos tem afetado 
drasticamente o solo, a água e as diversas espécie dos seus mananciais, assim 
como o ar e a população. No artigo, é retratado sobre a importância do rio 
Jaguaribe no que se refere ao abastecimento de água no Estado, assim como a 
sua contaminação e as consequências que recaem sobre as populações mais 
vulneráveis. Também gostaria de destacar que as discussões foram feitas 
segundo a linha de raciocínio designada pelas autoras, de “saúde única” 
(humana, animal e ambiental), sendo de suma importância tratar todos os 
“segmentos” com a devida atenção e monitoramento pelos órgãos de 
fiscalização. 
 
 
 
Referência bibliográfica 
BRAGA, Roberta da Rocha; MATUSHIMA, Eliana Reiko. Vale do Jaguaribe: um 
oásis em perigo no semiárido brasileiro – revisão sistemática sobre 
contaminação ambiental e potenciais danos à bacia e seus usuários. Revista de 
Geociências do Nordeste, v 7, n° 2, 2021.

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