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UNIVERSIDADE SANTO AMARO PROJETO INTEGRADOR I - SUSTENTABILIDADE DE HIDROSSISTEMAS ÁGUAS EM AMBIENTES URBANOS: BACIA HIDROGRÁFICA DO RIO PARAÍBA DO SUL - REPRESA DE PARAIBUNA (PARAIBUNA - SP) Trabalho do curso de Engenharia Ambiental da Universidade de Santo Amaro (UNISA), como requisito parcial para aprovação da disciplina Projeto Integrador, sob a orientação do Prof. Me. Marcos Henrique de Araújo. SÃO JOSE DOS CAMPOS - SP 2023 UNIVERSIDADE SANTO AMARO PROJETO INTEGRADOR I - SUSTENTABILIDADE DE HIDROSSISTEMAS Franke do Prado Lima - RA 4414233 Curso: Engenharia Ambiental SÃO JOSE DOS CAMPOS - SP 2023 AGRADECIMENTOS Primeiramente, agradeço a Deus pelo precioso dom da vida e por me conceder a bênção de cursar o ensino superior. A minha amada esposa, Shayene de Macedo Figueiredo Lima, por ser uma alavanca na minha vida e a principal incentivadora para que eu realizasse o curso. Ao meu filho, Lorenzo de Macedo Lima, minha razão de viver, por ser o principal responsável pelos meus sorrisos mais alegres. Aos meus pais, Cesário Lima e Clarice do Prado Lima, pelo exemplo de honestidade e fé. Por me apresentarem a simplicidade e o gosto pela vida, inculcando valores, incentivando-me a trabalhar muito, estudar sempre e valorizar o poder transformador da educação. A UNISA, seu corpo docente, coordenação e direção, por oportunizarem uma janela que me permitiu vislumbrar um horizonte superior. Ao orientador, Prof. Me. Marcos Henrique de Araújo, pelo suporte e sabedoria com que orientou a realização deste trabalho. “A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.” - Nelson Mandela. RESUMO Na região Sudeste do Brasil a escassez de chuvas no período entre 2013 e 2015 gerou conflito na população pelo consumo de água, visto que as precipitações se encontravam abaixo do esperado na região de Paraibuna e todo estado de São Paulo. Famílias tiveram que se adequar à uma nova realidade, pois percebiam a escassez desse bem tão precioso no qual a natureza brinda e abençoa o homem. Neste contexto, se fez necessária a transposição das águas da bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul para abastecimento de cidades do Vale do Paraíba. Foram analisados os totais acumulados de precipitações, os principais sistemas meteorológicos atuantes durante o período chuvoso (dezembro- março) e o papel da população a esta nova rotina. Na bacia do Rio Paraíba verificou-se que os totais acumulados foram significativamente abaixo dos valores médios, com desvios de precipitações negativos e temperaturas acima da média, aumentando assim a evaporação e o consumo de água. Conjuntamente, esses fatores geraram uma crise hídrica sem precedentes. Este artigo oferece uma visão geral da Represa de Paraibuna, destacando sua importância, características e os impactos que ela traz para a região. Palavras chaves: Represa Paraibuna, crise hídrica, aumento populacional, precipitações, Vale do Paraíba. ABSTRACT In the Southeast region of Brazil, the scarcity of rainfall in the period between 2013 and 2015 generated conflict in the population over water consumption, since rainfall was lower than expected in the region of Paraibuna and the entire state of São Paulo. Families had to adapt to a new reality, because they realized the scarcity of this precious good in which nature toasts and blesses man. In this context, it was necessary to transpose the waters of the Paraíba do Sul River watershed to supply cities in the Paraíba Valley. The accumulated rainfall totals, the main meteorological systems active during the rainy season (December-March) and the role of the population in this new routine were analyzed. In the Paraíba River basin it was found that the accumulated totals were significantly below the average values, with deviations of negative precipitation and above average temperatures, thus increasing evaporation and water consumption. Taken together, these factors have generated an unprecedented water crisis. This article offers an overview of the Paraibuna Dam, highlighting its importance, characteristics and the impacts it brings to the region. Keywords: Paraibuna Dam, water crisis, population increase, rainfall, Paraíba Valley. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 7 2. DESENVOLVIMENTO ............................................................................. 8 2.1 Bacia hidrográfica ................................................................................. 9 2.2 Geração de energia ............................................................................... 9 2.3 Aumento populacional ........................................................................ 10 2.4 Abastecimento de água ...................................................................... 11 2.5 Uso do solo .......................................................................................... 11 2.6 Crise hídrica ......................................................................................... 12 2.7 Seca eminente ..................................................................................... 13 3. METODOLOGIA .................................................................................... 14 4. DISCUSSÃO ......................................................................................... 14 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................. 15 6. REFERÊNÇIAS ..................................................................................... 16 7 1. INTRODUÇÃO A Represa de Paraibuna foi construída com objetivo de fornecer água e energia para as cidades da região do Vale do Paraíba. Sua construção tem desempenhado um papel fundamental no desenvolvimento e bem estar da população local. Segundo a Agencia Nacional de Águas (ANA) e a Companhia de Abastecimento Básico de São Paulo (2015) a crise hídrica na qual o Sudeste passou entre 2013- 2015 tem nos mostrado quão drástico pode ser um cambio climático na disponibilidade de um bem tão precioso como a água. Dois fenômenos influenciam diretamente o clima, positivamente ou negativamente, dependendo da região. Estes fenômenos, denominados EL NIÑO o LA NIÑA, dependendo da época e da região podem ocasionar secas severas ou enchentes descontroladas. Atualmente, a maioria das cidades são constituídas a beira de afluentes e ou cursos de água, como é o caso da cidade de Paraibuna que está situada à margem do Rio Paraíba do Sul constituindo a bacia do desse rio (Represa Paraibuna). Neste âmbito a urbanização das cidades pode chegar a áreas de riscos, trazendo consequências gravíssimas a população e a preservação ambiental. Com base nas evidencias precitadas se insere a necessidade de ações de monitoramento da ocupação do solo na região para garantir, eficazmente, a qualidade da água para população. 8 2. DESENVOLVIMENTO Apesar de natureza ambiental, as mudanças climáticas constituem um problema complexo. A água é um dos meios pelo qual primeiro e mais fortemente a população deverá perceber os efeitos da mudança do clima, considerando as prováveis alterações nos padrões de precipitação e no escoamento dos rios. Nesse sentido, as populações mais pobres são as mais vulneráveis, pois se encontram, atualmente, em condições de maior exposição à escassez hídrica, quer por questões geográficas, quer pela ausência de saneamento. O período de 2013-2015 foi marcado por uma extensa seca na região do Vale do Paraíba, sendo a mais grave dos últimosanos, causando um impacto gigante na bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul. O ciclo hidrológico está diretamente vinculado às mudanças de temperatura da atmosfera e ao balanço de radiação. Com o aquecimento global da atmosfera, espera-se, entre outras consequências, mudanças nos padrões da precipitação, o que pode afetar significativamente a disponibilidade e a distribuição temporal da vazão nos rios. Além de alterações nas disponibilidades médias, os eventos hidrológicos críticos, secas e enchentes, podem tornar-se mais frequentes. Uma decorrência importante da variabilidade natural do clima ou da mudança climática é a possível aquisição estagnada pelas séries hidrológicas, que afeta a gestão dos recursos hídricos, além do planejamento e da operação da infraestrutura hídrica para atendimento aos usos múltiplos, já que seu dimensionamento é realizado com base na premissa de que as estatísticas das séries observadas são representativas do futuro. Soma-se a isso a constatação de que, embora nenhuma região esteja livre das mudanças do clima a falta de recursos para enfrentar emergências, baixa renda da população e maior dependência econômica de atividades sensíveis às mudanças, como a agricultura e a pecuária. Fato é que elevados índices de pobreza e baixos níveis de desenvolvimento humano limitam a capacidade das famílias de lidar com os efeitos da mudança climática. Ao contrário, a promoção de um desenvolvimento com bases sustentáveis e o aumento da qualidade de vida das comunidades são fatores que contribuem para a construção de resiliência às alterações advindas 9 da mudança do clima todos esses aspectos trazem um elevado grau de incerteza na definição das ações a serem tomadas face aos impactos decorrentes da mudança do clima. A despeito dessas incertezas, é preciso adaptar-se aos impactos esperados, ocasionados quer pela variabilidade natural do clima, munido pelas mudanças climáticas, a fim de minimizá-los. Portanto é de natureza urgente que sociedade e governos iniciem um processo de adaptação aos potenciais impactos relacionados às mudanças climáticas. É preciso uma mudança de atitude não somente cultural para que no futuro o homem possa se adaptar as mudanças climáticas sem grandes consequências. 2.1 Bacia hidrográfica Trata-se de uma região sobre a superfície terrestre localizada no município de Paraibuna definida de modo de escoamento superficial de água precipitada e descendente de um manancial represado artificialmente. É uma represa artificial constituída por meio de represamento de um curso de água, compreendendo, assim, que as águas superficiais e subterrâneas da região podem ser empregadas aos públicos ribeirinhos do Rio Paraíba do Sul. Em cumprimento deste quesito manancial se fazem necessários cuidados especiais, como a manutenção periódica de matas ciliares que protegem tanto nascentes, rios, represas e lençóis freáticos quanto o curso da mesma. 2.2 Geração de energia A Represa de Paraibuna também desempenha um papel importante na geração de energia elétrica. Através da construção de usinas hidrelétricas associada a represa, a energia cinética da água armazenada e convertida em energia elétrica, contribui para o abastecimento energético da região. Essa fonte renovável de energia é considerada limpa e sustentável, reduzindo a dependência de fontes não renováveis. 10 2.3 Aumento populacional Na década de 1970 em função do elevado crescimento populacional e para o atendimento socioeconômico regional a represa foi utilizada para a geração de energia elétrica, mas a principal finalidade da represa de Paraibuna é regular a vazão do Rio Paraíba do Sul, sendo um importante reservatório de água responsável pelo abastecimento de água para o Vale do Paraíba e do estado do Rio de Janeiro. A represa de Paraibuna tem uma característica totalmente diferente da maioria das represas existentes. Normalmente uma represa é feita pelo represamento de um rio, já a represa de Paraibuna foi construída com represamento dos rios Paraibuna e Paraitinga, além de seus afluentes, rio Lourenço Velho e rio do Peixe. Quem circula pela rodovia tamoios (SP99) contempla grande parte da área alagada por causa do represamento desses rios. Tratando-se de um turbilhão de água limpa e potável a represa chegou a ganhar o referendo da ECO-92 como a represa mais bem conservada ecologicamente do Brasil. Com o represamento dos rios precitados houve um aumento para o ecoturismo para praticantes de esportes aquáticos e pescadores. A represa de Paraibuna é um lugar ideal, além de ser também um paraíso, para a prática do mountain bike, pois em meio a essa beleza encravada na Mata Atlântica existe um emaranhado de estradinhas de terra, algumas vezes sendo necessário fazer travessias de balsas, que unem uma cidade à outra ou formam circuitos para pedaladas das mais variadas opções. A pesca esportiva amadora e profissional é muito praticada, tendo a represa tilápias, lambaris, carpas, tucunarés, traíras etc. https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Para%C3%ADba_do_Sul https://pt.wikipedia.org/wiki/Vale_do_Para%C3%ADba https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Paraibuna_(alto_Para%C3%ADba_do_Sul) https://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Paraitinga https://pt.wikipedia.org/wiki/Mata_Atl%C3%A2ntica https://pt.wikipedia.org/wiki/Til%C3%A1pia https://pt.wikipedia.org/wiki/Lambari https://pt.wikipedia.org/wiki/Carpa https://pt.wikipedia.org/wiki/Tra%C3%ADra 11 2.4 Abastecimento de água A água armazenada na represa de Paraibuna é utilizada para abastecer diversas cidades da região. Ela desempenha um papel crucial no fornecimento de água potável para a população, bem como no suporte as atividades agrícolas e industriais. Além disso a represa contribui para o equilíbrio do sistema hídrico regional, garantindo o suprimento de água durante período de estiagem. 2.5 Uso do solo Pode-se constatar a existência de áreas significativas de mata e capoeira, compostas por remanescentes de vegetação nativa e de áreas em estágio inicial e avançado de recuperação natural, que provavelmente foram áreas utilizadas em épocas passadas por povos antigos da região e hoje abandonadas. Entretanto, a existência dessas áreas em recuperação não garante sua preservação, pois áreas com vegetação de capoeira em estágio inicial de regeneração, desde que estejam fora de áreas consideradas de preservação permanente (APP), são passíveis de autorização para desmatamento e, portanto, podem ser utilizadas para outras atividades que não sejam de preservação. As margens da represa de Paraibuna, observando com olhos de preservação do meio ambiente, com foco na preservação da água, verifica-se que na margem da represa, há a extração de manejo de gado, plantios de eucaliptos e hortaliças e até mesmo grande área de agricultura, entretanto um dos maiores riscos reside na extração de piscicultura desorganizada de espécies não nativas ativando assim um descontrole no meio ambiente. Foi verificando uma área de recuperação com plantio de árvores frutíferas nativas. Esta área encontra-se em fase de produção, tendo como objetivo a colheita de frutos para o preparo de polpa para comercialização. As áreas agrícolas ocupam 552,6 hectares e correspondem a 6,8 % da área da bacia, distribuídas de forma irregular e normalmente ocupando áreas de preservação permanente junto aos recursos hídricos. As atividades agrícolas mais 12 representativas levantadas pela Casa da Agricultura de Paraibuna (CRIVELLI, 2002) são: pastagem cultivada (500 ha); cana-de-açúcar (100 ha); eucalipto 50ha), tomate (35ha), milho (30ha); capineira (20ha); olerícolas (20ha); e feijão (10ha). 2.6 Crise hídrica A crise hídrica que afetou diversas regiões do Brasil entre os anos de 2013 e 2015 foi um eventomarcante que expos a fragilidade da gestão dos recursos hídricos no país. Durante este período, muitas cidades enfrentaram escassez de água, racionamento e sérios impactos socioeconômicos e ambientais. Resultado de uma combinação de fatores naturais e ações humanas. O fator mais importante foi a escassez de chuvas na região sudeste, que abriga importantes reservatório de água, como o sistema da Cantareira responsável pelo abastecimento de grande parte da cidade de São Paulo. Se alguém afirmasse que o Brasil – o país da Amazônia e dos inacabáveis recursos naturais – passaria por uma grave crise de água, a ponto de consumir o considerado volume morto das represas, este alguém possivelmente seria internado em algum centro para tratamento psicológico. Porem tempos se passaram, natureza se transformando, até que em 2013 o consumo em excesso da água trouxe à tona as consequências da utilização do recurso de maneira irresponsável, fazendo com que o país entrasse em estado de alerta por conta de um dos seus maiores períodos de seca já registrados nas regiões do Brasil. Passados quase dois anos desde quando a seca foi confirmada pelas autoridades, a situação dos reservatórios apresentou grandes sinais de 13 evolução. Sobretudo, no Sudeste, por exemplo, represa de Paraibuna têm alcançado níveis de estabilidade muito bons e o aumento e intensidade dos períodos chuvosos ajudaram o governo a controlar a distribuição dos recursos. Localizada na região do Vale da Paraíba, a Represa Paraibuna foi um dos pontos mais afetados pela crise hídrica, quando chegou a ‘zerar’ no começo de 2015. Segundo a ANA (Agência Nacional de Águas), a represa melhorou consideravelmente e, em dezembro de 2016, apresentou constante melhora e estava no nível de 10,33% de água. para o volume apresentado em fevereiro ultrapassava os 50% hoje maio de 2023 chegando a sua totalidade de 100% tendo até que abrir comportas, pois, o nível melhorou muito desde a seca. 2.7 Seca eminente A estiagem enfrentada desde o verão tem mostrado a escassez da água no Estado de São Paulo, mas também começa a revelar antigas memórias de Redenção da Serra e Natividade da Serra, municípios do Vale do Paraíba que deram lugar a represa Paraibuna-Paraitinga. Com o baixo nível do reservatório, começam a aparecer restos de igrejas, construções antigas e até um cemitério, trazendo à tona as lembranças de moradores das duas cidades. Segundo moradores da região há recordações do antigo povoado. De acordo com eles foi possível identificar onde ficava a antiga cadeia da cidade e parte do antigo cemitério. 14 3. METODOLOGIA A pesquisa teve como referência a represa de Paraibuna, situada entre os municípios de Paraibuna, Redenção da Serra e Natividade da Serra em seu percurso hídrico e junção dos rios Paraíba do Sul e Paraitinga. A área estudada é composta pela bacia hidrográfica do Rio Paraíba do Sul que possui uma área aproximada de 57.000 km2, sendo grande parte desta área localizada no estado de São Paulo e o restante no estado do Rio de Janeiro e Minas Gerais, sendo o principal Rio o Paraíba do Sul que se forma pela confluência entre os rios Paraitinga e Paraíba do sul conforme citado acima, possuindo extensão de aproximadamente 1.180 km (MARENGO & ALVES, 2005). A represa de Paraibuna possui capacidade maior de armazenamento total de água dentre as represas existentes na bacia do Rio Paraíba. 4. DISCUSSÃO O crescimento dos diversos setores usuários, somado ao possível aumento de situações de escassez hídrica, pode gerar ou agravar conflitos relativos ao uso da água. Para facilitar a resolução desses potenciais conflitos, é preciso que o sistema de gerenciamento possa atuar com orientações claras, ações de adaptação contidas tanto nos Planos de Recursos Hídricos ou em outros instrumentos e programas devem ser vistas como compromissos a serem cumpridos no horizonte de tempo previsto. Portanto, os objetivos e as metas deverão ser responsáveis pela execução dos programas e ações necessárias, para garantir que serão efetivamente implementados, com a articulação adequada. Para isso, é essencial que se utilize de mecanismos de negociação que sejam capazes de identificar os conflitos, potenciais ou deflagrados, decorrentes dos efeitos de mudanças climáticas. Seria desejável que as entidades atuantes na Bacia do Vale do Paraíba dispusessem de negociadores experientes, com capacidade para articular acordos entre os representantes das entidades, e que os planos de recursos hídricos contenham programas que estimulem ações visando garantir a disponibilidade dos recursos hídricos. 15 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS A mudança do clima traz desafios que passam por rever e reformular processos e práticas consagradas. Na gestão de recursos hídricos, por exemplo, não é possível trabalhar com a estacionariedade das séries, uma vez que os parâmetros observados no passado não são mais representativos do futuro. A variabilidade natural das séries, razoavelmente conhecida, foram adicionadas incertezas ampliando a gama de possibilidades do que pode acontecer e o que precisa ser feito. No Vale do Paraíba, resultado da junção entre duas bacias do Rio Paraíba do Sul e do rio Paraitinga, a represa de Paraibuna, junto ao aumento populacional tornou possível a grande expansão de povos vindo de várias regiões do país para desfrutar de uma terra fértil e promissora nos âmbitos rural, socioeconômico e industrial. Margeando as beiras do Rio Paraíba é possível encontrar cidades que com a expansão das águas transformaram-se em grandes metrópoles justo por terem água em abundância. Entretanto, no período da crise hídrica, várias famílias passaram por uma readaptação de como o uso consciente da água é de uma sabedoria extrema e irremediavelmente necessário para não vivenciar a falta definitiva desse recurso no futuro. Em suma, com sabedoria, conscientização e um pouquinho de fé, é possível afirmar que a crise hídrica supracitada foi vencida e caso ocorra novamente poderá ser superada. 16 REFERÊNCIAS ANA. Agência Nacional de Águas. 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