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ELETROFISIOLOGIA CARDÍACA - ELETROCARDIOGRAMA

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Formação de eletricidade nos seres humanos. A 
movimentação de íons, cátions (+) e ânions (-), é 
determinada pela permeabilidade da membrana e 
a diferença de concentração dos íons, que produz 
corrente elétrica. 
 
A membrana semipermeável possibilita a 
movimentação dos íons através de proteínas como 
a bomba de sódio e potássio, canal de sódio, canal 
de potássio e canal de cloreto. Essa movimentação 
vai conferir a corrente elétrica, que ocorre em 
determinadas células, como, por exemplo, células 
nervosas e células cardíacas. 
BOMBA DE SÓDIO E POTÁSSIO: transporte ativo e 
trabalha contra o gradiente de concentração. 3 
sódios para fora da célula e 2 potássios para 
dentro. 
CANAL DE SÓDIO/POTÁSSIO/CLORETO: transporte 
passivo e trabalha a favor o gradiente de 
concentração. Esses canais servem para equilibrar 
a quantidade de sódio, potássio e cloreto dentro e 
fora da célula. 
PROTEÍNAS CANAIS 
podem ser de 2 tipos: com comporta/portão ou 
abertas/de vazamento. 
PROTEÍNAS ABERTAS: estão sempre garantindo a 
passagem de íons por elas. São constituintes da 
membrana e estão sempre na mesma 
conformação. 
PROTEÍNAS COM COMPORTA: podem ter 
conformações diferentes: abertas e fechadas. 
Correspondem a maior quantidade de proteínas 
canais que há na membrana plasmática da célula, 
LIGANTE SENSÍVEL: a comporta se abre quando 
houver interação com um ligante sensível, por 
exemplo, um neurotransmissor (receptor 
nicotínico e acetilcolina). 
MECANO SENSÍVEIS: a comporta se abre quando 
houver contato mecânico. 
VOLTAGEM DEPENDENDE: a comporta se abre se 
houver variação de voltagem na célula, uma 
diferença de potencial. 
 
EXCEÇÃO: CANAIS DE SÓDIO 
O canal de sódio possui 3 conformações: (1) 
fechado, (2) aberto e (3) inativo. 
 
Durante o repouso o canal de sódio está fechado, 
durante a despolarização está aberto e durante a 
repolarização está inativado. 
Canal fechado só pode abrir, canal aberto só pode 
inativar, canal inativado só pode fechar. Sempre na 
mesma ordem. Por isso, não há possibilidade de 
resposta a qualquer estímulo durante a 
repolarização. 
E L E T R O F I S I O L O G I A C A R D I A C A 
PERÍODO REFRATÁRIO ABSOLUTO: Ocorre durante 
a repolarização, pois o canal de sódio não consegue 
responder a nenhum estímulo enquanto inativado. 
PERÍODO REFRATÁRIO RELATIVO: Ocorre durante a 
restauração da polaridade da célula. A célula pode 
sim responder a um estímulo, porém o estímulo 
precisa superar o limiar de estabilidade. 
POTENCIAL DE MEMBRANA 
Força elétrica medida na membrana plasmática de 
uma célula. 
Há 2 determinantes do potencial de membrana: 
(1) gradiente de concentração de íons e (2) 
permeabilidade da membrana (proteínas canais). 
O potencial de membrana pode ter algumas 
variações: potencial de repouso, potencial de 
marca-passo, potencial de ação. 
POTENCIAL DE REPOUSO 
Pode ser explicado pela bomba de sódio e potássio 
(3 fora 2 dentro), fazendo a célula ficar negativa. 
A saída de potássio da célula cria uma diferença de 
potencial entre os meios intracelular e extracelular 
de cerca de -90mV, mantendo o interior da célula 
negativo em relação ao meio extracelular. Essa 
diferença, mantém a célula cardíaca em repouso 
com a condição polarizada. 
POTENCIAL DE MARCA-PASSO 
Quando abrem canais de potássio, cálcio ou sódio 
(azul). 
POTENCIAL DE AÇÃO 
Quando atinge o limiar e abrem-se canais voltagem 
dependente (rosa). Se não alcançar o limiar, o 
potencial de ação não é gerado. 
Quando ocorre a ativação do potencial de 
membrana, há redução da resistência e aumento 
da condutância ais íons intra e extracelulares, 
gerando inversão da polaridade. 
O potencial de ação é dividido em cinco fases, de 
acordo com a ativação de canais iônicos 
específicos: (0) disparo, (1) despolarização, (2) 
repolarização, (3) hiperpolarização e (4) 
restauração. 
 
0. DISPARO: o disparo acontece quando 
alcança o limiar de estabilidade e abrem-se 
os canais de sódio voltagem dependente 
(entra carga positiva). 
 
1. DESPOLARIZAÇÃO: Vai de -60 até +30. Os 
canais de sódio vão ser inativados (resposta 
rápida, repolarização é rápida). 
 
2. REPOLARIZAÇÃO: Vai de +30 até -60. 
Abrem-se novos canais voltagem 
dependente, agora, de potássio. 
 
3. HIPERPOLARIZAÇÃO: Vai de -60 até -90. O 
fechamento dos canais de potássio é lento, 
então sai mais potássio do que deveria sair 
causando uma hiperpolarização. 
 
4. RESTAURAÇÃO: repouso elétrico em fase 
diastólica, estando a linha estável em -90. 
determinada pela bomba de sódio e 
potássio, restaurando o potencial de 
repouso com a célula polarizada. 
 
 
A concentração dos íons é de suma importância 
para o entendimento dos potenciais cardíacos: 
 
Sódio e Cálcio mais concentrados fora e potássio 
mais concentrado dentro. 
As células cardíacas podem apresentar dois tipos 
distintos de potencial de ação, o de resposta rápida 
e o de resposta lenta. 
 
POTENCIAL RÁPIDO - RESPOSTA RÁPIDA 
Potencial de repouso mais negativo que da 
resposta lenta. Encontrado no miocárdio contrátil 
e nas fibras de purkinje. Chamada de potencial 
rápido porque a curva de sódio é quase 
perpendicular. Apresentam 5 fases (de 0 a 4). 
FASE 0: rápida despolarização. Determinada pela 
abertura dos canais de sódio voltagem dependente 
(entra carga positiva). 
FASE 1: repolarização rápida e transitória. 
Acontece porque os canais de sódio estão inativos 
e, além disso, ocorre a ativação de canais de 
potássio (sai carga positiva) e cloreto (entra carga 
negativa). 
FASE 2: platô. Momento de estabilidade na 
variação elétrica na fibra cardíaca. Isso acontece 
porque acontece 2 tendencias opostas, quando se 
abrem canais de cálcio lentos (entra carga positiva) 
e ativação de novos canais retificadores tardios de 
potássio (sai carga positiva). O platô é responsável 
por um grande período refratário. 
FASE 3: repolarização normal. Canais de cálcio 
lentos são inativas, e somente os canais de potássio 
ficam abertos (sai carga positiva). 
FASE 4: potencial de repouso. A célula está 
negativa, a -90mV. Os canais voltagem dependente 
de sódio e cálcio estão fechados e canais de 
potássio estão abertos (saindo cargas positivas). 
 
Seguido da despolarização, ocorre a contração 
muscular, e durante a repolarização, ocorre o 
relaxamento muscular. 
 
FIBRAS DE PURKINJE: Possuem características de 
automatismo, pois fazem parte do miocárdio 
especializado (formado pelas fibras + nó AS + nó 
AV). A fase 4 nas fibras é marcada por instabilidade 
devido ao potencial marca-passo, que tende 
alcançar o limiar para ocorrer a despolarização. 
AUTOMATISMO: Assim que termina a 
repolarização, já ocorre a ativação espontânea de 
canais de sódio (entra carga positiva) e cálcio 
(entre carga positiva) lentos. Alcançando o limiar 
de estabilidade, logo chega a fase 0. A ativação 
espontânea de canais de sódio e cálcio lentos 
geram uma despolarização espontânea, pois 
alcança o limiar de estabilidade para abrir os canais 
de sódio. 
MIOCÁRDIO CONTRÁTIL: Não possui características 
de automatismo, não é capaz de gerar potenciais 
elétricos. Na fase 4, mantem-se o potencial de 
repouso. O miocárdio contrátil somente alcança o 
limiar porque as fibras possuem as junções gap, as 
pontes citoplasmáticas, nas quais o sódio se 
desloca para outras células. 
 
 
POTENCIAL LENTO – RESPOSTA LENTA 
Potencial de repouso menos negativo que da 
resposta rápida. Encontrado no nó sinusal ou 
sinoatrial (AS) e no nó atrioventricular (AV). A 
principal diferença é a ausência dos canais rápidos 
de sódio, sendo o influxo de cálcio responsável pela 
despolarização. 
Chamado de potencial lento pois a despolarização 
é mais verticalizada (inclinada), não é tão intensa 
quanto ao potencial rápido. 
A despolarização ocorre pela abertura de canais de 
cálcio voltagem dependente lentos (cálcioentra 
lentamente, despolariza lentamente). Não possui a 
fase 1 e, às vezes, não se considera a 2. 
 
FASE 0: despolarização. 
FASE 3: repolarização. Inativação dos canais de 
Cálcio (para de entrar carga positiva) e ativação dos 
canais de potássio (sai carga positiva). 
FASE 4: instável, pelo automatismo cardíaco 
(potencial marca-passo). Ativação de canais de 
cálcio (entra carga positiva), canais de sódio (entra 
carga positiva) e canais de cálcio lentos (entra 
carga positiva). Além disso, ocorre a desativação 
das correntes repolarizantes de potássio (carga 
positiva fica dentro da célula). 
 
 
 
MIOCÁRDIO CONTRÁTIL: “bomba cardíaca”, 
inotropismo (propriedade de contração), 
lusitropismo (propriedade de relaxamento) e 
dromotropismo (conduz o estímulo). 
Apresenta uma grande quantidade de discos 
intercalares, que são diferentes tipos de 
especialização de membrana. Além disso, também 
apresentam junções gap, que permite uma melhor 
comunicação entre células. 
MIOCÁRDIO ESPECIALIZADO: automatismo 
(capacidade de se auto excitar), cronotropismo 
(possui frequencia entre cada despolarização), 
batmotropismo (capacidade de se excitar) e 
dromotropismo (capacidade de conduzir o 
estímulo). 
Composto pelo nó sinusal, nó atrioventricular e 
fibras de Purkinje e, nessa ordem, todos são 
capazes de garantir o automatismo. 
NÓ SINUSAL: 70 a 80 batimentos/minuto. 
NÓ ATRIOVENTRICULAR: 50 batimentos/minuto. 
 
No átrio direito, há um grupo de células 
especializadas, nó sinoatrial, gerando potenciais 
elétricos. Através das vias atriais e das vias 
internodais, dissipa-se o potencial elétrico pelos 
átrios cardíacos, esquerdo e direito, que contraem. 
Pelas vias internodais, o potencial de ação chega ao 
nó atrioventricular, que segura por um instante 
(retardo nodal – fundamental para que átrio e 
ventrículo não contraiam juntos) e, em seguida, 
retransmite o potencial de ação para o sistema de 
purkinje (feixe de His + fibras de Purkinje), que 
propagam o potencial de ação de forma rápida 
para o ápice cardíaco, de forma que os ventrículos 
consigam contrair do ápice para as artérias. 
 
A geração do potencial de ação acontece no nó 
sinoatrial e percorre tanto o miocárdio 
especializado quanto o contrátil (os dois tem 
capacidade de tromotropismo). 
 
TRANSMISSÃO DO POTENCIAL DE AÇÃO 
O potencial de ação, a partir do nó sinoatrial, 
percorre os átrios. Quando os átrios despolarizam, 
eles contraem e o sangue vai em direção ao 
ventrículo. Abrem-se as valvas atrioventriculares 
direita e esquerda, e o átrio é esvaziado para o 
ventrículo. Nesse mesmo momento, o potencial 
elétrico chega ao nó atrioventricular, a partir das 
vias internodais (retardo nodal). O nó 
atrioventricular vai retransmitir o potencial de ação 
para o sistema de purkinje rapidamente para o 
ápice do coração, onde começa a ser conduzido 
para as paredes ventriculares, garantindo a 
contração de baixo para cima, sangue sai do 
ventrículo pelas valvas semilunares, aórtica e 
pulmonar. Os miocárdios conduzem muito bem o 
potencial elétrico por conta das junções gap, 
garante a despolarização de forma organizada. 
1. O nó sinoatrial despolariza. 
2. A atividade elétrica vai rapidamente para o 
nó atrioventricular pelas vias internodais. 
3. A despolarização se espalha mais 
lentamente através do átrio. A condução 
atrasa através do nó atrioventricular. 
4. A despolarização move-se rapidamente 
pelo sistema de condução ventricular para 
o ápice do coração. 
5. A onda de despolarização se espalha para 
cima a partir do ápice. 
 
 
 
Contração é involuntária, inervado pelo sistema 
nervoso autônomo simpático e parassimpático. 
ATIVAÇÃO SIMPÁTICA: A inervação simpática é 
praticamente todo o resto do coração. Aumento do 
automatismo global do miocárdio especializado, 
taquicardia sinusal (aumenta o ritmo cardíaco), 
aceleração da condução atrioventricular, focos 
ectópicos ventriculares e arritmias ventriculares. 
ATIVAÇÃO PARASSIMPÁTICA: A inervação 
parassimpática é, basicamente, no nó sinoatrial e 
no nó atrioventricular. Abertura de canais de 
potássio e induzir hiperpolarização, bradicardia 
sinusal (diminui o ritmo cardíaco), bloqueio 
atrioventricular. 
 
 
DEFINIÇÃO: o registro é a diferença de potencial 
elétrico captada por eletrodos posicionados sobre 
a superfície corpórea de um indivíduo. 
A célula em repouso mantem seu interior negativo 
e o exterior positivo. Através de um comando a 
célula passa por uma despolarização e, depois, 
repolarização. 
TEMPO E VOLTAGEM 
O traçado do ECG se dá na forma de ondas que 
possuem características próprias como duração, 
amplitude e configuração. 
 
O eixo X é o eixo tempo. Cada quadradinho 
representado tem uma duração corresponde a 
0,04 segundos. O eixo Y e o eixo da voltagem. Cada 
quadradinho possui 0,1 Mv de voltagem. Cada 
quadradinho representa 0,1 milivolt de altura. 
É comum o uso de 5 quadradinhos formando 1 
quadrado grande, que possui respectivamente 200 
milisegundos e 0,5 mv. A calibração padrão do 
eletrocardiograma confere 1 mv a cada 10 
quadradinhos. 
TEORIA DO DIPOLO 
DEFINIÇÃO: define-se dipolo, em eletricidade, o 
conjunto formado por duas cargas de mesmo 
módulo (valor numérico), porém de sinais ou 
polaridades contrários, separadas por uma 
determinada distância. 
No cenário biológico, a membrana da célula em 
repouso possui em toda extensão cargas positivas. 
Quando ocorre a estimulação da célula e a 
despolarização, há uma invasão de cargas positivas 
para o interior, formando dipolo. 
Por convenção, mantem sua carga positiva onde 
está apontada a flecha, enquanto a calda da seta 
indica carga negativa (“fuga dos elétrons”). A 
representação gráfica do vetor dipolo é o 
eletrocardiograma. 
 
A repolarização se inicia no mesmo ponto da 
despolarização, fazendo com que o sentido do 
processo seja agora o oposto do dipolo. 
Os dipolos podem ser representados como 
vetores, que possuem características como: 
• INTENSIDADE: produto das cargas pela 
distância entre elas. 
• DIREÇÃO: eixo do dipolo, a linha que une 
dos polos 
• SENTIDO: sempre do polo negativo para o 
polo positivo. 
Os eletrodos registram ondas positivas quando 
captam a extremidade de um vetor (ponta da 
flecha). A mesma lógica acontece quando é 
captada a origem do vetor, uma onda negativa 
(bundinha da flecha). 
 
PROPAGAÇÃO ANATÔMICA DO IMPULSO 
A responsável pelo nascimento do batimento é o 
nó sinusal, região com densidade grande de canal 
e rápida de despolarização, sendo a primeira a se 
despolarizar. Além disso, possui a capacidade de se 
auto despolarizar, por isso é o marca-passo natural. 
A partir do nó sinusal, o estímulo elétrico vai 
propagar para os átrios e depois para os 
ventrículos. Nos átrios, existem trajetos 
preferenciais para a condução, tornando-a mais 
rápida do que a condução miócito a miócito, 
chamado tratos internodais. 
Depois de ativados átrios esquerdo e direito, há 
uma convergência da ativação para o nó 
atrioventricular. Átrio e ventrículo são isolados 
eletricamente por um esqueleto fibroso, fazendo 
do nó atrioventricular a única comunicação elétrica 
entre eles. No ponto em que atravessa o esqueleto 
fibroso, o nó atrioventricular passa a ser chamado 
feixe de His. 
O feixe de His se bifurca em um fino ramo direito e 
um grosso ramo esquerdo. Esses feixes se 
dicotomizam em várias fibras, chamadas de fibras 
de purkinje. Quando as fibras de purkinje atingem 
a musculatura ventricular, entregam o estímulo 
que veio pelo sistema de condução e ativa-se a 
massa ventricular. 
NÓ SINUSAL -> ATRIOS E INTERNODAIS -> NÓ 
ATRIOVENTRICULAR -> FEIXE DE HIS -> FIBRAS DE 
PURKINJE -> VENTRICULO 
 
O IMPULSO ELÉTRICO 
NÓ SINUSAL: O nó sinusal é a primeira região a ser 
ativada. Embora possua uma densidade grande de 
canal, o eletro registra atividades deordem de 
milivolts, e a ativação do nó sinusal não é capaz de 
atingir um milivolt. 
ÁTRIOS: Quando o estímulo chega nos átrios 
esquerdo e direito, acontece a primeira onda do 
eletrocardiograma, a ONDA P, que é a onda de 
ativação ou despolarização atrial. 
NÓ ATRIOVENTRICULAR: a ativação também não é 
capaz de gerar milivolts. 
FEIXE DE HIS: a ativação também não é capaz de 
gerar milivolts. 
FIBRAS DE PURKINJE: a ativação também não é 
capaz de gerar milivolts. 
VENTRÍCULO: gera a principal onda do 
eletrocardiograma, o COMPLEXO QRS. 
REPOLARIZAÇÃO: a repolarização atrial não é vista 
no eletrocardiograma, pois é no mesmo momento 
da polarização do ventrículo. A repolarização 
ventricular é representada pela ONDA T. 
 
SEGMENTO PR: estende-se do final da onda P até o 
início do complexo QRS. 
INTERVALO PR: onda P + segmento PR. 
SEGMENTO ST: Período entre a despolarização e a 
repolarização ventricular. Fisiologicamente deve 
ficar no 0. 
INTERVALO QT: ciclo elétrico ventricular, do início 
da ativação ao final da ativação. Formado pelo 
complexo QRS + segmento ST + onda T. 
 
RITMO E FREQUÊNCIA 
Normalmente quem dita o ritmo de comando é o 
nó sinusal, e o ritmo sinusal pode ser reconhecido 
pela onda P antes do complexo QRS (ativação de 
átrio antes de ventrículo). Além disso, a onda P 
precisa ser positiva em D1 e D2. 
A frequencia cardíaca também pode ser avaliada 
no eletrocardiograma, devido ao fato do papel 
correr a 25mm/s. Em 1 minuto, o papel corre 1500 
mm (25x60). 1 batimento cardíaco é o espaço 
entre 2 cristas de QRS. O cálculo da frequencia 
cardíaca é definido por 1500/número de 
quadradinhos de crista a crista. 
Uma outra forma de avaliação da FC pode ser feita 
de maneira rápida e já permite a imediata definição 
de um paciente em taquicardia (FC > 100 bpm) ou 
bradicardia (FC < 50 bpm). Esta forma consiste em 
procurar complexos QRS sequênciais que estejam 
posicionados sobre o traçado maior que divide os 
blocos de cinco quadrados menores e contato. Na 
sequência, os valores de 300, 150, 100, 75 e 60 a 
cada linha maior de quadrados. 
 
FENÔMENO ELÉTRICO DOS ÁTRIOS 
Anatomicamente, a posição dos átrios é diferente. 
O átrio direito é verticalizado, enquanto o átrio 
esquerdo é horizontalizado e posterior. 
DESPOLARIZAÇÃO 
A ativação inicia-se no nó sinusal, no átrio direito, 
de cima para baixo (vetor de cima para baixo). No 
átrio esquerdo, a despolarização ocorre a partir do 
nó sinusal em direção a parte mais distal, na 
horizontal (vetor horizontal). 
O vetor resultante é o vetor onda P, vetor de 
ativação atrial. Acontece de cima para baixo, da 
direita para a esquerda, num ritmo sinusal. 
 
 
E a sequência de ativação atrial, inicialmente 
somente do átrio direito, posteriormente 
concomitante do átrio direito com o esquerdo e, 
por fim, ativação isolada do átrio esquerdo, que 
promove o traçado da onda P no 
eletrocardiograma. 
 
A onda P tem duração mais dependente de átrio 
esquerdo e amplitude mais dependente da 
intercessão de átrio direito com esquerdo. 
REPOLARIZAÇÃO 
A repolarização acontece primeiro na célula que foi 
a primeira a despolarizar, inverte o sentido da seta. 
FENÔMENO ELÉTRICO DOS VENTRÍCULOS 
O ramo esquerdo e o ramo direito do feixe de His 
são as bifurcações. O ramo direito é muito fino, e o 
esquerdo muito grosso. Quanto maior a área da 
secção transversa, mais rápida se dá a condução, 
porque menor é a resistência. Ou seja, o ventrículo 
esquerdo é ativado antes do ventrículo direito. 
DESPOLARIZAÇÃO 
As fibras de Purkinje entregam a ativação a 
musculatura ventricular, no endocárdio. A 
musculatura do ventrículo é grossa, por isso, o 
ventrículo despolariza de dentro para fora, do 
endocárdio para epicárdio. 
A despolarização ventricular é registrada por 
deflexões rápidas para cima e para baixo da linha 
de base, sendo resultado de infinitos vetores de 
ativação que podem ser sintetizados em 4 
principais. 
1. Parte média do septo interventricular 
esquerdo 
Nos vetores, o ramo esquerdo se trifurca em 3 
fascículos: anterossuperior, posteroinferior e 
medioseptal. Na região do septo interventricular 
esquerdo que vai começar a ativação do ventrículo. 
2. Parte baixa do septo interventricular 
esquerdo e direito 
Como a musculatura ventricular esquerda é muito 
mais espessa que a direita, o vetor de 
despolarização tende a esquerda. 
3. Paredes livres ventriculares esquerda e 
direita 
Mais importante vetor de ativação ventricular. O 
ventrículo esquerdo possui mais expressão 
eletrocardiográfica pela sua maior quantidade de 
carga, então o vetor também aponta para o 
ventrículo esquerdo. 
4. Base do coração 
Esse vetor pode ter qualquer orientação: esquerda, 
direita ou perpendicular. 
 
REPOLARIZAÇÃO 
A repolarização acontece primeiro na última célula 
que despolarizou, fazendo o vetor ter o mesmo 
sentido da despolarização. A representação 
vetorial se assemelha a onda P, de cima para baixo, 
da direita para a esquerda. 
INTERPRETAÇÕES 
Na superfície do corpo existem muitas diferenças 
de potencial, e isso pode ser registrado de vários 
pontos diferentes. Porém, existem postos fixos de 
observação da atividade elétrica do coração. 
DERIVAÇÕES: pontos de observação. Tais 
derivações são divididas em dois grupos: 
horizontais e verticais, em que por convenção são 
registradas medidas positivas (quando o eletrodo 
explorador está orientado e captando regiões 
próximas da origem de vetores) e negativas 
(quando o eletrodo capta a extremidade de 
vetores). As somas dessas resultantes isoelétricas 
podem ofertar traçados ricos em informação dos 
efeitos de determinada patologia ou alteração 
sobre a atividade elétrica do coração. 
As derivações do plano frontal são as chamadas D1, 
D2, D3, AVR, AVL e AVF. As derivações do plano 
horizontal são as chamadas V1, V2, V3, V4, V5, V6. 
PLANO ISOELÉTRICO: plano perpendicular ao 
observador que divide o que será positivo e 
negativo. 
PLANO FRONTAL 
As derivações D1, D2 e D3 medem a diferença de 
potencial entre 2 pontos (derivações bipolares). 
DERIVAÇÃO D1: terminal negativo no braço direito 
e positivo no braço esquerdo. 
DERIVAÇÃO D2: terminal negativo no braço direito 
e positivo na perna esquerda. 
DERIVAÇÃO D3: terminal negativo no braço 
esquerdo e positivo na perna esquerda. 
 
As derivações AVR, AVL e AVF medem a diferença 
de potencial de 1 ponto com o centro do coração, 
são chamadas de derivações unipolares. 
DERIVAÇÃO AVR: braço direito (isoelétrico). 
DERIVAÇÃO AVL: braço esquerdo (negativo). 
DERIVAÇÃO AVF: perna esquerda (positivo). 
 
TRIÂNGULO DE EINTHOVEN: Os dois braços e a 
perna esquerda formam o ápice de um triângulo 
circundando o coração. Os ápices superiores 
representam os braços e o inferior a perna 
esquerda. 
 
EIXO HEXAXIAL: reorganização do triangulo de 
Henthoven. Une as 6 derivações do plano frontal 
pelo eixo comum. Esse sistema de eixos oferece 
uma ferramenta com distância precisa entre cada 
vetor (30°) e a presença maior de vetores positivos 
abaixo do vetor transversal DI. Dessa forma, a 
graduação de cada vetor nessa região adota 
números positivos e, acima dela, o mesmo vetor 
transversal, pela maior quantidade de vetores 
negativos, adota uma quantificação negativa. 
 
PLANO HORIZONTAL 
Essas derivações, denominadas “precordiais”, 
exploram a face anterior do tórax e têm pontos 
anatômicos específicos para seu posicionamento e 
análise, que devem ser considerados, bem como é 
possível determinar sua correlação com as paredes 
do coração, visualizadas em corte transversal do 
tórax. 
V1: 4º espaço intercostal direito paraesternal. 
V2: 4º espaço intercostal esquerdo paraesternal. 
V3: entre V2 e V4. 
V4: 5º espaço intercostal na linha hemiclavicular. 
V5: 5º espaço intercostal na linha axilar anterior. 
V6: 5º ou 6º espaço intercostal na linha axilarmédia (fazer linha reta com V5). 
 
 
ONDAS E INTERVALOS 
 
ONDA P 
A onda P é a primeira onda registrada em qualquer 
derivação do ECG, ela representa a ativação dos 
átrios e é composta, na verdade, do registro da 
ativação de cada átrio apresentado como uma 
única onda. 
DURAÇÃO: a duração da onda P geralmente é 
obtida em DII e tende a ser maior conforme a idade 
do indivíduo: 
• 0,06-0,09 s em crianças; 
• 0,08-0,11 s em adultos; 
• é considerada patológica quando > 0,09 s 
(para < 10 anos), > 0,10 s (entre 10 e 15 
anos) e > 0,11 s (em adultos). 
MORFOLOGIA: a onda P normal é arredondada, 
monofásica, pode apresentar ocasionalmente 
pequenos entalhes, sem que a distância entre 
esses entalhes exceda 0,03 s. 
AMPLITUDE: a voltagem normal da onda P varia 
entre 0,25 mV e 0,30 mV (avaliada em DII). 
POLARIDADE: as ondas P na superfície corporal 
podem ter registro positivo ou negativo, 
dependendo da orientação do eletrodo 
explorador, normalmente positiva nas derivações 
DI, DII e DIII, sempre negativa em aVR; as demais 
derivações variam de indivíduo para indivíduo. 
INTERVALO PR 
Na prática diária, a medida do intervalo PR é dada 
pelo início da onda P até o início do complexo QRS. 
O significado eletrofisiológico disso seria o tempo 
de condução através do nó AV. 
O intervalo PR varia com a idade e a FC do 
indivíduo, mais curto em crianças e mais alongado 
em idosos. Em adultos, normalmente, esse 
intervalo não ultrapassa 0,20 s; o valor mínimo 
para crianças não ultrapassa 0,09 s e para adultos 
0,12 s. 
Abaixo desses valores deve-se suspeitar de ritmo 
ectópico e para valores acima de 0,20 s deve-se 
pensar em atrasos de condução. 
 
 
COMPLEXO QRS 
O complexo QRS representa a ativação ventricular 
e apresenta uma morfologia pontiaguda, ao 
contrário das arredondadas P e T. 
DURAÇÃO: este complexo possui uma duração 
normal entre 0,05 s e 0,11 s, com uma média de 
0,07 s. Como na onda P, o complexo QRS tende a 
ser maior quanto maior a idade. De forma prática, 
a duração de complexo QRS não deve exceder 2,5 
quadrados menores do papel do ECG. 
MORFOLOGIA: a morfologia deste complexo é 
altamente diferenciada, assim não há um padrão 
que possamos ditar como normalidade. 
AMPLITUDE: também é variável, dependendo das 
condições cardíacas e extra cardíacas do paciente. 
Obesidade, enfisema pulmonar, derrames 
pericárdicos, miocardiopatia dilatada e edemas são 
situações que favorecem o registro de baixa 
voltagem deste complexo. 
POLARIDADE: a polaridade média deste complexo 
em indivíduos normais apresenta um caráter 
predominantemente positivo em regiões 
anteroesquerdas e posteroesquerdas do tórax e, 
predominantemente, negativo à direita do 
precórdio e em regiões próximas do ombro direito. 
SEGMENTO ST 
O segmento ST é observado imediatamente no 
final do complexo QRS e início da onda T, 
geralmente ele adota um caráter isoelétrico, 
tolerando um desnivelamento máximo de 1 mm. 
ONDA T 
Esta onda representa a repolarização ventricular e 
tal processo se realiza no mesmo sentido da 
ativação ventricular. 
DURAÇÃO: deve-se enfatizar que as características 
normais da onda T não devem ser medidas 
isoladamente, estando tal medida embutida no 
cálculo do intervalo QT. 
MORFOLOGIA: esta onda é arredondada e 
assimétrica, sendo a primeira porção mais lenta 
que a segunda. 
AMPLITUDE: relativamente menor que QRS, quase 
sempre abaixo de 6 mm nas derivações inferiores. 
POLARIDADE: normalmente a polaridade da onda T 
adota um caráter positivo na maioria das 
derivações, contudo em situações especiais ele 
adota um caráter diferente e não patológico. 
INTERVALO QT 
É o período entre o início do complexo QRS e o final 
da onda T e corresponde à duração total da sístole 
elétrica ventricular. Esse intervalo é maior em 
mulheres do que em homens, aumentando em 
ambos com a FC, para os limites de 45-115 bpm; os 
limites nor- mais desse intervalo giram em torno de 
0,46-0,30 s. O intervalo QT aumenta conforme o 
avanço da idade e durante o sono. O internado QT 
deve ser melhor mensurado comumente em V2 e 
V3 e deve ser corrigido pela frequência (QTC ou QT 
corrigido) já que a sístole elétrica aumenta com a 
diminuição da frequência cardíaca. 
A fórmula de Bazett, embora sujeita a críticas é a 
mais empregada: 
 
ONDA U 
Esta onda pode ser observada no final da onda T 
especialmente nas derivações V3 e V4. Ela é 
pequena e arredondada, geralmente de baixa 
frequência, é positiva nas derivações inferiores e 
precordiais e negativa em aVR, sua amplitude 
alcança cerca de 5-25% da onda T e suas maiores 
amplitudes são notadas em V2 e V3, podendo 
alcançar 2 mm, mas atinge em média 0,33 mm. Ela 
é inversamente proporcional a FC, assim é comum 
encontrá-la maior em atletas e bradicardíacos e 
menor em crianças.

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