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SOI III LETÍCIA ISRAEL MARTINS – LII IMAGEM ECOCARDIOGRAMA: PRINCÍPIOS DO ECOCARDIOGRAMA: ULTRASSONOGRAFIA: A US é obtida pela utilização da técnica pulso-eco. O transdutor de US converte energia elétrica em um breve pulso de energia sonora de alta frequência, transmitido aos tecidos do paciente. O transdutor, então, transforma-se em receptor, detectando ecos da energia sonora refletida dos tecidos. A profundidade de um eco em particular é determinada pelo intervalo de tempo de voo de ida e volta do pulso transmitido e do eco que retorna, bem como pelo cálculo de profundidade da interface do tecido refletor, considerando-se uma velocidade média do som nos tecidos de 1.540 m/s. O aparelho de US considera que todos os ecos que retornam se originam ao longo da linha de visão do pulso transmitido. A composição da imagem é feita pela apuração dos tecidos no campo de visão com pulsos de US múltiplos e intervalos próximos. A forma e a aparência da imagem resultante dependem do design do transdutor. As unidades modernas de US operam rápido o suficiente para produzir imagens praticamente em tempo real de tecido em movimento do paciente, viabilizando a avaliação dos movimentos cardíaco, no ecocardiograma. A maioria das imagens clínicas é realizada com transdutores de US que produzem pulsos sonoros na faixa de frequência entre 1 MHz e 17 MHz. Frequências mais altas (10 MHz a 17 MHz) possibilitam melhor resolução espacial, mas são limitadas pela penetração restrita. As mais baixas (1 MHz a 3,5 MHz) fornecem maior penetração nos tecidos, porém com perda de resolução. Um transdutor de banda larga oferece uma faixa abrangente de frequências sonoras para otimizar simultaneamente a penetração e a resolução da imagem. Transdutores de alta frequência são empregados em aplicações endoluminais; exames de estruturas superficiais, como tireoide, mamas e testículos, e exames realizados em lactentes, crianças e adultos de estrutura pequena. Os transdutores de baixa frequência são utilizados na maioria das aplicações abdominais, pélvicas e obstétricas. As US são realizadas por meio da colocação direta do transdutor de US sobre a pele do paciente, com o auxílio de um gel hidrossolúvel, o qual garante bom contato e a transmissão eficiente do feixe de US. A imagem é produzida em qualquer plano anatômico pelo simples ajuste na orientação e angulação do transdutor e na posição do paciente. Os planos ortogonais padrão – axial, sagital e coronal – fornecem o reconhecimento mais fácil da anatomia; contudo, podem não ser os mais indicados para a visualização de determinadas estruturas anatômicas. SOI III LETÍCIA ISRAEL MARTINS – LII IMAGEM Comparação entre transdutores de US setorial e linear: Diagrama de feixes de US divergentes transmitidos por um transdutor setorial (esquerda) e os feixes paralelos transmitidos por um transdutor linear (direita). Transdutores setoriais apresentam a vantagem de um campo de visão mais amplo no campo distante, enquanto o transdutor linear tem campo de visão mais amplo no campo próximo. FUNDAMENTOS DO ULTRA-SOM CARDÍACO: A ultra-sonografia cardíaca é uma técnica de imagem que utiliza ondas de som de alta frequência ou ultrasom para expor a anatomia cardíaca, função e fluxo sanguíneo. Sob esta técnica, incluem-se Modo M, o Biomensional e a Dopplercardiografia. Embora o sinal ultra-sonográfico seja a base para esta técnica de imagens, estas diferem em como sinal é transmitido, processado e exibido. A produção do sinal ultra-sonográfico é baseada na resposta mecânica ou elétrica do cristal de cerâmica. Quando uma carga elétrica é aplicada, alguns cristais oscilam, produzindo um sinal ultra-sônico com uma frequência determinada. Lentes acústicas focam o sinal em um alvo de interesse, como o coração. A resposta piezoelétrica recíproca desses cristais à compressão mecânica é a produção de um potencial elétrico. Um único cristal funciona como um transmissor acústico quando estimulado eletricamente e como um receptor quando oscilado pelas ondas de som rejeitadas que retornam. A imagem ecocardiográfica depende de: 1. Propriedade acústica única dos fluidos dos tecidos moles; 2. Proporção e reflexão do sinal ultrasonográfico em interfaces acústicas entre tecidos contíguos. Bordas acústicas funcionam como espelhos semipermiáveis que refletem uma função do sinal, de volta ao cristal abrigado no transdutor cardíaco. O sinal não refletido na primeira interface acústica continua de maneira linear à próxima interface acústica. Portanto o ultra-som cardíaco envolve a reflexão de um sinal a cada limite com propagação linear dos sinais não refletidos para estruturas mais profundas. A profundidade da imagem é limitada pelo processo de atenuação (isto é, absorção dos sinais ultra-sônicos como energia térmica pelos tecidos e sangue). Propriedades acústicas distintas entre o tecido conjuntivo, músculo, gordura e sangue permitem à imagem ecocardiográfica demonstrar a arquitetura interna e externa dos órgãos. Diferenças extremas nos tecidos como: ossos, cartilagem, metais e tecidos sintéticos refletem o ultra-som (sua maior parte) criando uma sombra acústica que obstrui a visualização dos tecidos moles e mais profundos adjacentes. Ar nos pulmões, espaço pleurais ou pericárdicos ou dissecando os planos tissulares — no plano de corte são problemas SOI III LETÍCIA ISRAEL MARTINS – LII IMAGEM comuns da ultra-sonografia cardíaca. O ar dispensa o sinal do ultra-som impedindo sua ordenada propagação e reflexão. MODOS DE AVALIAÇÃO DE UMA IMAGEM NA US: • A-MODE: mais antigo e fornece informações unidimensionais, produzindo uma única imagem de ecos recebidos de apenas uma posição da sonda. • B-MODE: mais utilizado; imagens em duas dimensões. • M-MODE: gráficos de movimentação temporal, bastante empregado em ecocardiografia. O modo M combina certas características do modo A e o modo B • EFEITO DOPPLER – Caracterização de uma imagem US em B-MODE: 1. Forma: Redondo, ovalada, limites e contornos; 2. Localização e relações com estruturas adjacentes; 3. Mobilidade: Estruturas móveis ou fixas; (Pode pedir para o paciente se mover para melhor visualizar) 4. Dimensões: volume, diâmetro, distâncias 5. Ecotextura: Heterogênea (Mais de uma ecogenicidade) e homogênea (Uma ecogenicidade); 6. Ecogenicidade: - Anecogênica- Pouca ou nenhuma reflexão, formando estruturas escuras/pretas. Ex: Líquidos; - Hipoecogênica- Boa reflexão, formando estruturas que variam sua tonicidade. Ex: Partes moles e Sólidos; - Hiperecogênica- Muita reflexão, formando estruturas claras/brancas. Ex: Gordura, Osso, Estruturas com cálcio como cálculos e o ar. - Isoecogênica- Comparação entre estruturas; 7. Efeito acústico da estrutura: Reforço Acústico Posterior- ocorre em estruturas com baixa atenuação ou com menor velocidade de propagação do som em relação aos tecidos moles. Se manifesta como uma faixa mais clara posterior a estrutura líquida, que o forma. Sombra Acústica Posterior- Ocorre em tecidos com alta atenuação e/ou índice de reflexão elevado, resultando na redução importante da amplitude dos ultrassons transmitidos, impedindo o estudo das estruturas posteriores. EFEITO DOPPLER: - Exame utilizado para visualização de estruturas vasculares e circulatórias; - Direcionamento e velocidade de fluxo em um vaso; - Analise da frequência do eco de retorno: se o sentido do fluxo sanguíneo for na direção do transdutor, então a frequência doppler será positiva, isto é, o eco retornado terá uma frequência mais alta. Se a direção do fluxo sanguíneo for no sentido contrário ao do transdutor, então a frequência doppler será negativa (isto é, a frequência do ultrassom refletido é mais baixa do que aquela transmitida);
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