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Recurso - Benefício Assistencial (LOAS) - Perito analisou incapacidade e não a deficiência - perícia biopsicossocial-14-04-2021

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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) FEDERAL DA ${informacao_generica}ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE 
 
Processo nº: ${informacao_generica} 
${cliente_nomecompleto}, já devidamente qualificado nos autos do presente processo, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por meio de seu procurador, inconformado com a sentença proferida, interpor RECURSO INOMINADO, com fulcro no art. 1.009 e segs. do CPC, c/c 42 da Lei 9.099/95. Nessa conformidade, REQUER o recebimento do recurso, sendo remetidos os autos, com as razões recursais anexas, à Egrégia Turma Recursal, para que, ao final, seja dado provimento ao presente recurso. Deixa de juntar preparo por ser beneficiário de AJG (evento ${informacao_generica}).
 
 Nesses Termos;
Pede Deferimento.
 
, 14 de abril de 2021.
 
	Vanicleide Barbosa de Almeida
OAB/MG 146.975
RECURSO INOMINADO
Recorrente  :  ${cliente_nomecompleto}
Recorrido     :    Instituto Nacional do Seguro Social
Processo nº :  ${informacao_generica}
Origem          :    ${informacao_generica}ª Vara Federal de 
 
Colenda Turma
                             Eméritos Julgadores
O Autor (ora Recorrente) ajuizou o presente processo visando a concessão de Benefício Assistencial à Pessoa com Deficiência, indeferido na esfera administrativa por entender o INSS que o Demandante não atendia ao critério de deficiência.
Instruído o feito, demonstrou-se a satisfação dos requisitos inerentes ao benefício postulado. Entretanto, em que pese o Autor ser pessoa com deficiência, nos termos da legislação relacionada à matéria, o N. Magistrado ad quo julgou improcedente o pedido exordial, por entender que não restou comprovada a deficiência que autoriza a concessão do benefício pleiteado.
Desta forma, não resta alternativa ao Autor senão a interposição do presente, visando a anulação da sentença ad quo.
Razões Recursais
Sem delongas, a controvérsia do presente recurso funda-se no fato do Perito ter avaliado o Sr. ${cliente_nome} sob a ótica da incapacidade laborativa, propriamente dita (Laudo no evento ${informacao_generica}). Ocorre que não é este (ou não deveria ser) o foco da demanda, mas sim a repercussão da deficiência na participação plena e efetiva na sociedade, considerando-se para este fim, principalmente, aquelas pessoas que não possuem a mesma deficiência.
Neste sentido, se fazia prudente a utilização dos conceitos da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde – CIF, instrumento mais adequado à elaboração satisfatória da prova que se pretende constituir em juízo. Todavia, a partir da leitura do laudo pericial, vislumbra-se que em momento algum foi adotado este procedimento.
De maneira a comprovar o alegado, perceba o que referiu o expert:
${informacao_generica}
Pois bem, Excelências, do trecho do laudo acima se percebe com clareza a insubsistência do laudo pericial, que não realiza o cotejo necessário para o deslinde de ações desta natureza.
E veja o que decidiu a 3ª Turma Recursal do RS em situação análoga (processo nº 5074786-30.2014.404.7100, grifei):
 
Especificamente em casos como o presente, é inegável o enriquecimento da qualidade do conjunto probatório decorrente do reforço da prova técnica gerada pela nomeação tanto de médico como de assistentes social a fim de que, mediante uma hábil quesitação, atuem aplicando o instrumental mais adequado à identificação dos impedimentos e das barreiras sociais existentes, isto é, utilizando os conceitos da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde - CIF.
 Portanto, impõe-se a anulação da sentença, de modo a ser  (a) complementada a avaliação médica, respondendo à complementação solicitada no Evento 57, bem como (b) designada perícia com assistente social para proceder tanto a avaliação social da deficiência quanto a análise da situação socioeconômica do autor e de seu grupo familiar, dando azo ao aprimoramento do aporte de informações de que deve se valer o magistrado para julgar a causa.
 Ante o exposto, voto por ANULAR A SENTENÇA.
Naquela ocasião, a SENTENÇA FOI ANULADA para o fim de intimar o Perito Judicial a esclarecer a repercussão da deficiência da Autora na participação plena e efetiva na sociedade, levando em consideração indivíduos que não possuem igual deficiência. É exatamente o que se busca no presente petitório!
Outrossim, a E. Turma Recursal inclusive determinou a realização de avaliação social da deficiência, conformando o laudo à CIF, considerando o contexto biopsicossocial, cujo fundamento maior se encontra na Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, incorporada ao direito brasileiro com estatura constitucional.
Tal metodologia, no entender do Desembargador Federal Roger Raupp Rios[1] “implica adotar a compreensão desenvolvida na Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), cujos termos incorporam os diversos elementos considerados pelo modelo integrado biopsicossocial, que abrange considerações biomédicas e sociais”.
Ilustrativamente, o Desembargador exemplifica a aplicação do modelo:
 
Hipótese nítida de aplicação do modelo integrado da incapacidade é a de mulher de idade avançada, com baixa escolaridade, impossibilitada fisicamente para serviços domésticos remunerados, em contexto social onde eventual tentativa de reabilitação ver-se-ia frustrada por crise no mercado de trabalho, associada ou não à carência de serviços públicos de educação. Como é fácil de ver, alegar que do ponto de vista médico tal segurada poderia desempenhar atividade escriturária seria desconhecer a abordagem biopsicossocial com prejuízo concreto e grave à segurada e frustração do dever constitucional de proteção social.
Nesse sentido, existem situações em que o parecer biomédico pode atestar a capacidade laboral do segurado, contudo, as condições sociais concretas e disponíveis em que desempenha sua função acarretem, de modo previsível e plausível, dano efetivo à saúde, considerando o seu estado atual e as barreiras que enfrenta.
E observe que no presente caso a Autora é acometida de dorsalgia, hipertensão e diabetes! Tal fato não pode ser dissociado da realidade social da Autora, que junto ao seu esposo (vendedor ambulante de picolés) tem de sustentar três filhos.
E para que não restem dúvidas, veja-se que o Dr. Perito afirmou não haver enquadramento legal para o quesito que (literalmente) “copiou e colou” o conceito do art. 20, §2º da LOAS:
 
${informacao_generica}
Portanto, fica claro que diante do desconhecimento do Perito em relação ao conceito legal de deficiência, o Laudo Pericial não seguiu a determinação legal da LOAS e do Estatuto do Deficiente, tendo analisado qualquer coisa menos a deficiência.
Assim, deve ser anulada a sentença para que seja intimado o Perito a responder o quesito complementar apresentado no evento ${informacao_generica}, o qual segue transcrito abaixo:
 
“Este Dr. Perito referiu em seu laudo que o Periciando é acometida por Dorsalgia (M54), Hipertensão essencial (primária) (I10) e Diabetes mellitus não-insulino-dependente (E11). Em virtude das enfermidades diagnosticadas pelo profissional, esclareça o Ilustre Perito Dr. ${informacao_generica} se o Periciando possui qualquer impedimento (sendo irrelevante a análise da (in)capacidade para o trabalho) de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, que em interação com barreiras urbanísticas, arquitetônicas, nos transportes, nas comunicações e nas informações, atitudinais e tecnológicas, possam obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas QUE NÃO POSSUEM TAIS DEFICIÊNCIAS? Ou seja, comparando o Periciando com um indivíduo que não apresenta as referidas deficiências, este Dr. Perito afirma que INEXISTE impedimento?”
Subsidiariamente, REQUER a produção de nova perícia médica, sendo observados os ditames da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde – CIF, reconhecida inclusive pela jurisprudência como o instrumento mais adequado à análise da DEFICIÊNCIA.
DO PEDIDOEm face do exposto, POSTULA pelo provimento do presente recurso, e, consequentemente, a anulação da r. Sentença, para que seja intimado o Perito a responder o quesito apresentado no evento ${informacao_generica}.
Ou, subsidiariamente, seja realizada nova perícia médica, sendo observados os ditames da Classificação Internacional de Funcionalidades, Incapacidade e Saúde – CIF.
 
Nesses Termos;
Pede Deferimento.
 
, 14 de abril de 2021.
 
	Vanicleide Barbosa de Almeida
OAB/MG 146.975
[1] TRF4, AC 5001995-38.2015.404.7000, QUINTA TURMA, Relator ROGER RAUPP RIOS, juntado aos autos em 29/03/2017

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