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ECONOMIA UNI 3

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Nas aulas anteriores, vimos quais variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e serviços e como são determinados os preços, supondo sem interferências que o mercado automaticamente encontra seu equilíbrio. Implicitamente, estava sendo suposta uma estrutura específica de mercado, qual seja a de concorrência perfeita.
As várias formas ou estruturas de mercados dependem fundamentalmente de três características:
· Número de empresas que compõe esse mercado.
· Tipo do produto (se as firmas fabricam produtos idênticos ou diferenciados).
· Se existem ou não barreiras ao acesso de novas empresas nesse mercado.
· A maior parte dos modelos existentes pressupõe que as empresas maximizem o lucro total, especificamente para o caso de estruturas oligopolistas de mercado. Veremos que existe uma teoria alternativa, pressupondo que a empresa maximize o mark-up, que é a margem entre a receita e os custos diretos (ou variáveis) de produção.
· Em um mercado de concorrência perfeita, os produtores maximizam seu lucro quando o preço de mercado do produto é igual ao custo marginal (é a relação existente entre a variação absoluta do custo total decorrente da variação absoluta da quantidade produzida).
· Agora vejamos o conceito de concorrência pura ou perfeita:
· É um tipo de mercado em que há um grande número de vendedores (empresas). Dessa forma, uma empresa, isoladamente, por ser insignificante, não afeta os níveis de oferta do mercado e, consequentemente, o preço de equilíbrio.
Nesse tipo de mercado, devem prevalecer ainda as seguintes premissas:
Figura 3 – Mão e um tablet
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Produtos homogêneos: não existe diferenciação entre os produtos ofertados pelas empresas concorrentes.
Exemplos: produtos agrícolas, petróleo e cobre.
Figura 4 – Mão e um megafone
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Ingresso no mercado: não existem barreiras para o ingresso de empresas no mercado, ou seja, é fácil sair e entrar nesse mercado.
Figura 5 – Mão e uma lupa
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Transparência do mercado: todas as informações sobre lucros, preços etc. São conhecidas por todos os participantes do mercado.
O mercado monopolista se caracteriza por apresentar condições diametralmente opostas às da concorrência perfeita. Nele existe, de um lado, um único empresário (empresa) dominando inteiramente a oferta e, de outro, todos os consumidores. Não há, portanto concorrência, nem produto substituto ou concorrente. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor ou simplesmente deixam de consumir o produto.
Nessa estrutura de mercado, a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um todo. Ao ser exclusiva no mercado, a empresa não estará sujeita aos preços vigentes. Entretanto, isso não significa que poderá aumentar os preços indefinidamente. Pois, o poder de monopólio de uma empresa é uma função direta da elasticidade do seu produto, ou seja, o preço nos permite uma maior compreensão do sistema de preços e das reações observadas no mercado.
Para a existência de monopólios, deve haver barreiras que praticamente impeçam a entrada de novas firmas no mercado. Essas barreiras podem advir das seguintes condições:
Monopólio puro, elevado volume de capital, patente e controle de matérias-primas básicas. Existem ainda:
Monopólio puro, elevado volume de capital, patente e controle de matérias-primas básicas. Existem ainda:
os monopólios institucionais ou estatais em setores considerados estratégicos
ou de segurança nacional (petróleo, energia, comunicação).
AGORA VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE O OLIGOPÓLIO!
Figura 7 – Copo e garrafa de cerveja
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
É um tipo de estrutura normalmente caracterizada por um pequeno número de empresas que dominam a oferta de mercado.
Pode caracterizar-se como um mercado em que há um pequeno número de empresas, como a indústria automobilística.
Também pode caracterizar-se como um mercado em que há um grande número de empresas, mas poucas o dominam, como a indústria de bebidas.
O setor produtivo no Brasil é altamente oligopolizado, sendo possível encontrar inúmeros exemplos:
Montadoras de veículos, setor de cosméticos, indústria de papel, indústria farmacêutica entre outros.
O oligopólio pode favorecer a associação em cartéis. O cartel é uma organização formal ou informal de produtores dentro de um setor que determina a política de preços para todas as empresas que a ele pertencem. Podemos caracterizar também tanto oligopólios com produtos diferenciados (como a indústria automobilística) como oligopólios com produtos homogêneos (alumínio).
Dando sequência nos nossos estudos, falaremos agora sobre a concorrência monopolista. Trata-se de uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio, mas que não se confunde com o oligopólio, pelas seguintes características:
1. Número relativamente grande de empresas com certo poder concorrencial, porém com segmentos de mercados e produtos diferenciados, seja por características físicas, embalagem ou prestação de serviços complementares (pós-venda).
2. Margem de manobra para fixação dos preços não muito ampla, uma vez que existem produtos substitutos no mercado.
3. Essas características acabam dando um pequeno poder monopolista sobre o preço de seu produto, embora o mercado seja competitivo (daí o nome concorrência monopolista). O monopólio, oligopólio e concorrência monopolista são estruturas de mercados diferentes da concorrência perfeita e, por isso, conhecido como Concorrência Imperfeita.
Agora veja as características das estruturas de mercados básicas:
Tabela 1 – Características das estrutura de mercado
	Estrutura
	Número de pessoas
	Diferenciação do produto
	Condições de entrada e saída
	Controle sobre o preço
	Exemplo
	Concorrência perfeita
	Muitos
	Produtos padronizados
	Fácil
	Nenhum
	Feira livre
	Concorrência Monopolista
	Considerável
	Produto diferenciado
	Relativamente fácil
	Leve
	Hotéis
	Monopólio
	Um
	Produto Único
	Bloqueada
	Forte
	Correios
	Oligopólio
	Poucas
	Diferenciado
Padronizado
	Difícil
	Considerável
	Automóveis
	Até aqui identificamos as estruturas de mercados de bens e serviços. O mercado de fatores de produção – mão de obra, capital, terra e tecnologia – também apresenta diferentes estruturas.
Veremos as estruturas no mercado de fatores de produção resumidas a seguir!
Para darmos sequência, veremos a respeito da concorrência no mercado de fatores.
Mas, como funciona este mercado?
É um mercado onde existe oferta abundante do fator de produção, como, por exemplo, mão de obra não especializada, o que torna o preço desse fator constante. Os ofertantes ou fornecedores, como são em grande número, não têm condições de obter preços mais elevados por seus serviços.
VOCÊ SABE O QUE É MERCADO MONOPSÔNIO?
Trata-se de uma forma de mercado na qual há somente um comprador para muitos vendedores dos serviços dos insumos. É o caso da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior e, por ser a única, torna-se demandante exclusiva da mão de obra local e das cidades próximas, tendo para si a totalidade da oferta de mão de obra.
Figura 10 – Casa de campo
E, QUANTO AO MERCADO OLIGOPSÔNIO?
Figura 11 – Montadora de carro
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
É um mercado onde existem poucos compradores que dominam o mercado para muitos vendedores. Exemplo: indústria de laticínios. Em cada cidade, existem dois ou três laticínios que adquirem a maior parte do leite dos inúmeros produtores rurais locais. A indústria automobilística, além de oligopolista no mercado de bens e serviços, também é oligopsonista na compra de autopeças.
O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra de um fator de produção, defronta-se com um monopolista na venda deste fator.
O monopólio bilateral ocorre quando um monopsonista, na compra de um fator de produção, defronta-se com um monopolista na venda deste fator.
Por exemplo: só a empresa A compra um tipo de aço que é produzido apenas pela siderúrgica B. A empresa A é monopsonista, porquesó ela compra esse tipo de aço, e a siderúrgica B é monopolista, porque só ela vende este tipo de aço.
Figura 12 – Prédios
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
ATENÇÃO
Nesses casos, a determinação dos preços de mercado dependerá não só de fatores econômicos, mas do poder de barganha de ambos: o monopsonista tentando pagar o preço mais baixo (usando a força de ser o único comprador) e o monopolista tentando vender por um preço mais elevado (usando o poder de ser o único fornecedor).
Figura 13 – Prédios e árvore
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Tela 14
Muitas vezes, as empresas buscam uma postura agressiva no mercado, a fim de eliminar a concorrência e obter maiores lucros. No entanto, sabemos da importância da concorrência para melhorar a qualidade dos produtos, bem como para causar uma diminuição do preço.
De tal modo, buscamos estudar o caso brasileiro evidenciando o papel do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), frente a algumas posturas adotadas pelas empresas no mercado competitivo.
Figura 14 – Cabo de guerra
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Tela 15
Figura 15 – Mapa Mundi
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Antes de avançar nossos estudos sobre os mercados e, em especial, sobre a concentração econômica no Brasil, conheça um pouco sobre a história da consolidação empresarial. Para isso, clique no ícone em destaque!
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Tela 16
Figura 16 – FTC – Federal Trade Comission
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
UM POUCO MAIS SOBRE A FEDERAL TRADE COMISSION (FTC)
A grande empresa americana cresceu em regime de competição total, quase selvagem, e pouca ou nenhuma proteção do Estado. Nos EUA, a extensão territorial levou ao desenvolvimento de uma nova estrutura gerencial que permite vencer grandes distâncias, sem prejuízo da flexibilidade tática regional.
A empresa surgida a partir daí, com comando estratégico centralizado e uma estrutura multidivisional, conferindo liberdade tática a cada divisão (as subsidiárias espalhadas pelo mundo como extensão natural do mercado norte-americano), era a multinacional típica do início do século até o final dos anos 60.
Atualmente, oportunidades e pressões para o crescimento de empreendimentos, combinadas com o alto custo de capital de terceiros, substituem a política de controle absoluto ou de estabelecimento de subsidiárias ou filiais pelas técnicas de fusão, participação acionária e joint ventures.
 
MAS, DO QUE EXATAMENTE SE TRATAM AS JOINT VENTURES?
Figura 17 – Dois prédios
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
A joint venture pode ser definida como uma fusão de interesses entre uma empresa com um grupo econômico, pessoas jurídicas ou pessoas físicas que desejam expandir sua base econômica com estratégias de expansão e diversificação, com propósito explícito de lucros ou benefícios, com duração permanente ou a prazos determinados.
Figura 18 – Um prédio
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Um modelo típico de joint venture seria a transação entre o proprietário de um terreno de excelente localização e uma empresa de construção civil, interessada em levantar um prédio sobre o local.
Figura 19 – Mão segurando lâmpada com engrenagem
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Ou ainda, um inventor de um novo processo, produto ou tecnologia associado a um capitalista para formar infraestrutura adequada para a fabricação ou realização da tecnologia por meio de joint venture.
Figura 20 – Cesta de compra
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Outro exemplo de joint venture seria um fabricante de conservas de alimentos que oferecesse uma fusão de interesses para um fazendeiro e que controlasse a matéria-prima em quantidade e qualidade adequadas para transformação em alimentos conservados.
ATENÇÃO
Existe ainda uma certa inibição entre executivos perante a fusão empresarial por joint venture, em caso de transferência de tecnologia ou qualquer outro ativo intangível que não possui proteção legal, patentes e marcas registradas que poderiam ficar no domínio público, uma vez utilizado como aporte de capital para uma transação de joint venture.
Tela 18
Figura 21 – Logo Conselho Administrativo de Defesa Econômica
Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018.
Você provavelmente já ouviu falar sobre o Cade, não é mesmo? Entenda melhor as suas características e a sua importância no mercado!
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) funciona no Ministério da Justiça. Negócios que impliquem o controle, por uma única companhia, de mais de 20% do mercado ou em que qualquer um dos participantes tenha faturamento bruto anual equivalente a 100 milhões de Ufirs (R$ 88,47 milhões) ou mais, incluindo os ocorridos no setor de serviços, precisa passar pelo crivo do Cade.
Isto é o que está previsto em lei. Os conselheiros do Cade devem autorizar ou não as fusões. Uma das atividades do Cade envolve exames de atos de concentração econômica tais como fusões, aquisições, joint ventures ou incorporações. Este controle no Brasil foi instituído pela Lei Federal nº 8.884, de junho de 1994, a lei de Defesa da Concorrência.
De acordo com essa lei federal, as operações como fusões, aquisições, joint ventures ou incorporações podiam ser comunicadas ao Cade depois de serem consumadas, o que fazia do Brasil um dos únicos países do mundo a adotar um controle de estruturas a posteriori.
A Lei Federal nº 12.529, de 30 de novembro de 2011, reestruturou o Sistema Brasileiro de Defesa a Concorrência (SBDC). A partir dessa lei, há exigência de submissão prévia ao Cade de fusões e aquisições de empresas que possam ter efeitos anticompetitivos.

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