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UFRGS - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL Disciplina: Economia Turma: A Aluna: Paola Henrique de Oliveira ESTRUTURAS DE MERCADO INTRODUÇÃO Com a consolidação e o fortalecimento da II Revolução Industrial, foi visível, no final do século XIX, um aumento considerável na oferta e na demanda de bens e serviços jamais antes visto, o que de certa maneira proporcionou a concorrência entre empresas, bem como a concentração do poder econômico-financeiro nas metrópoles urbanas onde as mesmas mantinham suas sedes. No mesmo período surgiram também as grandes corporações, que possuíam uma soma volumosa de capital, o que possibilitava investimentos mais significativos e fortalecia a concorrência, pois quando os grandes participavam da disputa empresarial, sufocavam as instituições menores e logo após, era possível prever que uma grande definharia. Sabendo de tais dificuldades e incertezas do mercado, neste período, na tentativa de estabilizar o mercado e sua competitiva luta, muitas empresas tiveram que utilizar de fusões, holdings, joint venture, pools e trustes. Com este trabalho será possível observar a estrutura do mercado, seu conceito suas espécies e exemplos. 1. Conceito de Mercado Um grupo de compradores e vendedores de um determinado bem ou serviço, onde determinam a demanda e a oferta dos bens ou serviços, respectivamente. 2. Estrutura de Mercado Do ponto de vista social, as diferentes estruturas de mercado não são igualmente eficientes, mas outros mecanismos de organização da economia não produziram resultados equivalentes aos que as modernas economias conseguiram através do mercado. Mercados transparentes e atomizados, em que os preços são parâmetros de informações e decisões, podem gerar eficiência econômica em escala ótima e maximização do bem-estar social. Mesmo por mercados menos perfeitos podem transitar resultados de interesse social como economias de escala e progresso técnico. Ainda que vários conceitos de mercado sejam possíveis, o que realmente enfatiza seus atributos econômicos fundamenta-se nas tensões decorrentes de duas forças, a da procura e a da oferta. Os fatores que as determinam e suas configurações definem antagonismos e conflitos de interesse, que tendem para soluções, à medida que se estabelecem as relações de troca que equilibram os interesses envolvidos. Preços de equilíbrio são assim resultados de tensões e conflitos solucionados através do entrechoque das forças de oferta e procura que se manifestam e se movimentam em diferentes tipos de mercado. As conformações básicas dessas forças expressas por escalas ou curvas são em princípio opostas e embora não conflituosos em todos os aspectos, os fatores que as determinam são de natureza diferente. Os deslocamentos de cada uma delas decorrem de diferentes motivos. Cada um desses fatores e motivos se expressam nos mercados, em que as forças dos que exercem a oferta e a procura podem ou não ser equivalentes. Os modelos que captam aspectos de como os mercados estão organizados são chamados de Estruturas de Mercado. Cada estrutura destaca os principais aspectos da relação entre a oferta e a demanda, baseando-se em características observadas em mercados já existentes. Nas estruturas clássicas os agentes são potencializadores de lucro. Essas mesmas estruturas de mercado estão condicionadas por três variáveis principais: número de firmas produtoras no mercado; diferenciação do produto; e existência de barreiras à entrada de novas empresas. No mercado de bens e serviços, as formas de mercado, segundo essas três características, são as seguintes: ▪ Concorrência perfeita: número infinito de firmas, produto homogêneo, e não existem barreiras à entrada de firmas; ▪ Monopólio: uma única empresa, produto sem substitutos próximos, com barreiras à entrada de novas firmas; ▪ Oligopólio: pequeno número de empresas que dominam o mercado, os produtos podem ser homogêneos ou diferenciados, com barreiras à entrada de novas empresas. ▪ Concorrência monopolística (ou imperfeita): inúmeras empresas, produto diferenciado, livre acesso de firmas ao mercado; 3. Formação de Preços Existe uma série de modelos sobre o comportamento das empresas na formação de preços de seus produtos. A diferença maior entre esses modelos está condicionada ao objetivo ao qual a firma se propõe: maximizar lucros, maximizar participação no mercado, maximizar margem de rentabilidade sobre os cursos, etc. Quanto aos seus objetivos, as empresas defrontam-se com duas possibilidades principais: maximizar lucro e maximizar mark-up (margem sobre os custos diretos). Dentro da teoria neoclássica ou marginalista, o objetivo da firma é sempre maximizar o lucro total. Se a empresa aumenta a produção e a recita adicional for maior que o custo adicional, o lucro estará aumentando e a empresa neste caso, não encontra seu ponto ideal de equilíbrio. Se a receita adicional for menor que o custo adicional, o lucro estará caindo e o prejuízo aumentando. A recita marginal deve ser igualada ao custo marginal. 4. Tipos de estrutura de mercado 4.1 Concorrência Perfeita Caracteriza-se pela existência de inúmeros compradores e vendedores, onde nenhuma empresa consegue ter influência sobre o preço de mercado. Os produtos são homogêneos, sendo substitutos perfeitos uns dos outros, bem como existe completo conhecimento sobre o preço do produto por parte dos produtores e dos consumidores. Consiste no modelo ideal de mercado, pois a entrada e a saída de firmas no mercado são livres, ou seja, não há impedimento para novas empresas. Os empresários sempre maximizam lucro e os consumidores maximizam satisfação. Além disso, os consumidores e vendedores têm acesso a toda informação, sem custos. Alguns exemplos próximos da concorrência perfeita são os produtores de hortaliças e os vendedores de picolé numa área de lazer. Uma característica desse mercado é que, em longo prazo não existem lucros extras, mas apenas os chamados lucros normais, que representam a remuneração implícita do empresário 4.2 Monopólio Caso extremo de estrutura clássica básica. Consiste num mercado em que não existe concorrência na oferta. O setor é constituído de uma única firma, porque existe um único produtor que realiza toda a produção, ou seja, uma empresa domina sozinha a produção e/ou comércio de uma matéria-prima, produto ou serviço e que, assim estabelece o preço de forma arbitrária. Nessa estrutura de mercado existe concorrência entre os consumidores e a firma produz um produto para o qual não existe substituto próximo. Também há presença de barreiras à entrada de novas firmas, ou seja, é necessário desarticular concorrentes em potencial. Estes obstáculos podem ser administrados pelo monopolista através de: controle sobre o fornecimento da matéria prima; barreiras legais como registros de patentes; licenças e concessões governamentais; entre outros. É importante ressaltar que, sobre várias circunstâncias, é a estrutura mais apropriada para a produção de certos bens e serviços como nos monopólios governamentais (Correios, CESAN). A legislação da maioria dos países proíbe o monopólio, com exceção dos exercidos pelo Estado, geralmente em produtos e serviços estratégicos. Vale salientar que o monopólio "puro" é uma construção teórica, porque, na prática, ele não existe. As hipóteses do modelo são: a) monopólio puro ou natura: devido à alta escala de produção requerida, exigindo um elevado montante de investimentos. Por já ter alcançado baixos custos de operação e grandes dimensões no mercado, a empresa monopolista acaba tornando muito difícil alguma empresa conseguir oferecer o produto a um preço equivalente à firma monopolista; b) proteção de patentes (direito único de produzir o bem). Exemplo: xerox; c) controle sobre o fornecimento de matérias-primas-chaves.Exemplo: A Alcoa detinha quase todas as minas de bauxita nos EUA (matéria-prima do alumínio). d) tradição no mercado. Exemplo: os japoneses precisaram investir muito dinheiro, durante muito tempo, para concorrer com a tradição do comercio dos relógios suíços. Uma hipótese implícita no comportamento do monopolista é que ele não acredita que os lucros elevados que obtém à curto prazo possam atrair concorrentes, ou que os preços elevados possam afugentar os consumidores; ou seja, acredita que, mesmo à longo prazo, permanecerá como monopolista. Evidentemente, para que essa estratégia se viabilize, deve ser um tipo de mercadoria o serviço que não tem substitutos próximos. Uma categoria diferenciada do monopólio é o monopólio estatal ou institucional, protegido pela legislação, normalmente em setores estratégicos ou de infraestrutura. Vantagens e desvantagens do monopólio: Vantagem: ▪ A produção em larga escala reduz custos, que se repassados aos consumidores; Desvantagens: ▪ Possibilidade de ineficiência da firma monopolista e até falta de estímulo para melhoria dos métodos produtivos; ▪ Limitação imposta aos consumidores quanto às oportunidades de compra e escolha; ▪ Preços abusivos eventualmente fixados ao consumidor que, em consequência, ▪ Lucros elevados ao monopolista. 4.3 Concorrência monopolista ou imperfeita Embora apresente uma estrutura de mercado em que existe um número elevado de empresas, a concorrência imperfeita caracteriza-se pelo fato de as empresas produzirem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, diferentes marcas de sabonete, refrigerante, sabão em pó, etc. Trata-se de uma estrutura mais próxima da realidade. A diferenciação de produtos pode dar-se por características físicas, pela embalagem, ou mesmo pelo esquema de promoção de vendas (propaganda). Nesta estrutura, cada empresa tem poder sobre a fixação dos preços, no entanto a existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas de se contraporem ao aumento dos preços e, igualmente a concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem barreiras para a entrada de novas firmas no mercado. Podemos dar o exemplo da exploração do petróleo pela Petrobras, mesmo sabendo que existe legislação que permita outras empresas explorarem o petróleo em território nacional é muito difícil que as mesmas obtenham êxito, em função da larga superioridade da Petrobras e de seu domínio mercadológico. 4.4 Oligopólio É um tipo de estrutura de mercado que pode ser definido de duas formas: ▪ Pequeno número de empresas no setor. Exemplo: indústria automobilística; ▪ Pequeno número de empresas que dominam um setor com muitas empresas. Exemplo: Nestlé, Parmalat no setor de alimentos; Brahma, Antártica e Coca- Cola no setor de bebidas; Pão de Açúcar e Carrefour no setor de supermercados, etc. Devido à existência de empresas dominantes, as mesmas têm o poder de fixar os preços de venda em seus termos, defrontando-se normalmente com demandas relativamente inelásticas, em que os consumidores têm baixo poder de reação a alterações de preços. O oligopólio ocorre basicamente devido à existência de impedimentos à entrada de novas empresas no setor. Como nos monopólios, essas barreiras são devidas aos seguintes fatores: proteção de parentes; controle de matérias-primas-chaves; tradição; e oligopólio puro ou natural. Alguns produtos, por razões tecnológicas, só podem ser produzidos por empresas de grande porte, assim, nesses mercados, é normal um pequeno número de empresas. Podemos caracterizar dois tipos de oligopólio: a) Oligopólio com produto homogêneo (alumínio, cimento); b) Oligopólio com produto diferenciado (automóveis). Diferentemente da estrutura de concorrência, e de forma semelhante ao monopólio, em longo prazo os lucros extraordinários se mantem, pois as barreiras sobre novas firmas persistirão, principalmente no oligopólio natural, em que a alta escala de operações propicia uma produção a custos mais baixos, sem concorrência. No oligopólio, podemos encontrar duas formas de atuação das empresas: ▪ Concorrem entre si, via guerra de preços ou de promoções, de forma pouco frequente; ▪ Formam Cartéis, que é uma organização (formal ou informal) de produtores dentro de um setor, que determina a política para todas as empresas participantes. O cartel fixa preços e a repartição (cota) do mercado entre empresas. As cotas podem ser: a) perfeitas: todas as empresas têm a mesma participação. A administração do cartel fixa um preço comum e divide igualmente o mercado, agindo como um bloco monopolista. É a chamada "solução de monopólio"; b) imperfeitas: existem empresas líderes, com maior tamanho ou menores custos, e que fixam os preços ficando com a maior cota. As demais empresas concordam em seguir os preços que a líder fixe, um preço que seja muito baixo, que poderia eliminar as demais empresas. É o chamado Modelo de Liderança de Preços, em que a empresa (ou empresas) líder fixa um preço que lhe garanta um lucro de monopólio e as demais consideram esse preço dado. Um exemplo de Oligopólio é a atuação do mercado de aviação civil, com as grandes empresas GOL, TAP, TAM, OCEAN AIR. 4.5 Monopsônio É uma forma de mercado com apenas um comprador e inúmeros vendedores, ou seja, inversa ao caso do monopólio. Influencia os preços de determinado bem, variando apenas a quantidade comprada. A empresa compradora impõe um preço de compra do produto ou serviço. Exemplos de mercado caracterizado por monopsônio é a presença de uma grande usina siderúrgica numa cidade, sendo ela a única empregadora de mão-de-obra. 4.6 Oligopsônio É uma forma de mercado com poucos compradores e inúmeros vendedores, ou seja, inversa ao caso do oligopólio. Os compradores conseguem impor um preço de compra dos produtos aos produtores e seus ganhos dependem da elasticidade da oferta. Seria uma situação intermediária entre a de monopsônio e a de mercado plenamente competitivo. CONCLUSÃO Percebe-se com o presente trabalho que existem diversas tipologias de mercado, destacando-se cada uma delas por suas peculiaridades e a capacidade que cada uma tem de ser diferenciada das demais, sendo possível notar que em majoritariamente, os vendedores ou compradores têm de influenciar o preço de um produto ou serviço. O mercado pode determinar a economia de uma sociedade, sendo possível perceber esta situação em locais com grande diferença entre o preço de custo e venda. E também a diferença entre os preços de venda entre os concorrentes. Por fim, o trabalho demonstrou de que forma as empresas podem vir a determinar sua margem de lucro, para tal definição a empresa utilizará informações que se referem ao poder de obtenção de receitas frente ao mercado atuante. REFERÊNCIAS VASCONCELOS. Marcos Antônio Sandoval, Economia Micro e Macro. Edição n.º 02 – Editora Atlas, São Paulo-SP, 2001. MONTELLA. MAURA. Micro e Macroeconomia: Uma Abordagem Conceitual e Prática. Edição nº 01 - Editora Atlas, São Paulo – SP, 2009 http://www.bmfbovespa.com.br/BancoBmfbovespa/Nonresident/pt-br/orgaos- reguladores.asp https://www.webartigos.com/artigos/estruturas-de-mercado/80483 https://www.webartigos.com/artigos/estruturas-de-mercado/80483
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