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Revisão de literatura MIÓCITOS

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FACULDADE UNA BOM DESPACHO
AMANDA SILVA DINIZ
ANA JÚLIA APARECIDA SILVEIRA
CARLOS ROBERTO LEANDRO JÚNIOR
ISADORA LOPES ANDRADE 
LETÍCIA MARIA FERREIRA GONTIJO 
LUDMILA OLIVEIRA ARAÚJO
NÁTHALY CRISLEY DA SILVA MOREIRA
SAMUEL LUCAS LISBOA SILVA
REVISÃO DE LITERATURA
MIÓCITOS
Bom Despacho
2021
 Amanda Silva Diniz
Ana Júlia Aparecida Silveira
Carlos Roberto Leandro Júnior
Isadora Lopes Andrade
Letícia Mara Ferreira Gontijo
Ludmila Oliveira Araújo
Náthaly Crisley da Silva Moreira
REVISÃO DE LITERATURA
MIÓCITOS
 Revisão de Literatura apresentada à Unidade Curricular (UC) de Processos Biológicos da Universidade UNA de Bom Despacho, como requisito para aprovação na UC.
Bom Despacho
2021
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO	4
2. DESENVOLVIMENTO	5
3. CONCLUSÃO	13
4. REFERÊNCIAS	14
1.INTRODUÇÃO
O seguinte trabalho tem como objetivo apresentar as características dos miócitos, que são as células musculares. 
Dito isso, a seguir serão abordados assuntos como quais funções essas células exercem, sua composição química, perfil morfológico e histológico, suas variações, como se reproduzem, como ocorre seu nascimento a partir das células pluripotentes durante o desenvolvimento embrionário, entre outros assuntos.
2. DESENVOLVIMENTO
MIÓCITOS
Os miócitos ou fibras musculares são encontrados em 3 tipos de tecidos musculares, que são eles: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético e tecido muscular estriado cardíaco. Sendo assim, eles se diferenciam em miócitos musculares esqueléticos, lisos e estriados cardíacos. Dito isso, o músculo esquelético age sob controle voluntário, já os músculos lisos e cardíacos agem sob controle involuntário, além de que o músculo cardíaco está restrito ao coração dos vertebrados (GUIMARÃES e ADELL, 1995).
Desse modo, sabe-se que esses três tipos de fibras musculares exercem funções distintas no organismo. Sendo assim, as fibras musculares esqueléticas estão presas aos ossos e por isso suas principais funções estão envolvidas com os movimentos de locomoção e estabilização do corpo, além de apresentarem uma contração forte, rápida e voluntária (TORTORA e DERRICKSON, 2017).
Imagem 1 – Tecido muscular estriado esquelético.
Fonte: Hystology Guide, 2021. Disponível em<https://www.histologyguide.com>
Por outro lado, as fibras musculares lisas são encontradas nos órgãos internos, como o intestino, vasos sanguíneos, estômago, bexiga, útero, e realizam movimentos involuntários, que são responsáveis por armazenar e movimentar substâncias dentro do corpo (TORTORA e DERRICKSON, 2017).
Imagem 2 – Tecido muscular liso.
Fonte: Hystology Guide, 2021. Disponível em<https://www.histologyguide.com>
Em suma, miócitos cardíacos são encontrados apenas no coração e sua principal função é se contrair, com o propósito de bombear sangue para o corpo, dito isso, vale ressaltar que seus movimentos são involuntários (TORTORA e DERRICKSON, 2017).
Imagem 3 – Tecido muscular estriado cardíaco.
Fonte: Hystology Guide, 2021. Disponível em<https://www.histologyguide.com>
Sobre a composição química das fibras musculares, é notável que elas são compostas principalmente por duas proteínas essenciais que são responsáveis por gerar a força contrátil do músculo, que são a actina e miosina (TORTORA e DERRICKSON, 2017).
Aprofundando um pouco mais, a actina é uma proteína rica em prolina e tem um ponto isoelétrico aproximado de 4,7, já a miosina é conhecida por conter uma grande quantidade de aminoácidos carregados positiva e negativamente, e seu pH isoelétrico é de 5,4 (GUIMARÃES e ADELL, 1995).
Além dessas duas proteínas, pode-se considerar a tropomiosina e troponina, que ficam juntas a actina nos filamentos finos. Por fim, vale também destacar a proteína mioglobina, que é uma espécie de hemoglobina, muito importante para o transporte de oxigênio nos músculos (NELSON e COX, 2014).
Por outro lado, quando se fala da morfologia e histologia das fibras musculares, é perceptível uma variação quanto aos três tipos de fibras presentes no corpo humano (TORTORA e DERRICKSON, 2017).
De início, as fibras musculares do músculo esquelético estão organizadas em grupos de feixes envoltos por uma camada de tecido conjuntivo, a este dá-se o nome de epimísio (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Dessa forma, no interior do epimísio estão localizados mais feixes envoltos por camada de tecido conjuntivo, que são os perimísios. Dando sequência, em cada perimísio, há feixes organizados e envoltos por tecido conjuntivo, que são nomeados de endomísio. Finalmente, no endomísio existem miofibrilas que consistem num arranjo repetido de sarcômeros, é onde estão localizadas a miosina e actina (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Imagem 4 – Representação do epimísio, perimísio, endomísio e fibras musculares.
Fonte: Médico Fisiatra, 2021. Disponível em <https://www.medicofisiatra.com.br>
Sobre a histologia, as fibras musculares esqueléticas são formadas por feixes de células cilíndricas longas e multinucleadas, seus numerosos núcleos ficam localizados na periferia, e são compostas por estriações transversais (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Já as fibras musculares lisas são compostas por células alongadas nas extremidades e mais largas na parte central, possuem somente um núcleo e não possuem estrias transversais, ao contrário das fibras esqueléticas (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Por último, as fibras musculares cardíacas podem ter um ou dois núcleos que ficam localizados centralmente, apresentam estrias transversais, células longas e ramificadas que ficam unidas por meio das estruturas chamadas de discos intercalares, que somente são encontradas no músculo cardíaco (JUNQUEIRA e CARNEIRO, 2004).
Imagem 5 – Diferença entre as fibras musculares lisas, fibras musculares estriadas esqueléticas e fibras musculares estriadas cardíacas.
Fonte: Mundo Educação, 2021. Disponível em < https://mundoeducacao.uol.com.br >
Ressaltando o que foi dito anteriormente, as fibras musculares possuem três variações, que são o músculo estriado esquelético, o músculo estriado cardíaco e o músculo liso. Dessa forma, é válido ressaltar que estas células estão envoltas por tecido conjuntivo, o que constitui interação direta com os fibroblastos, as células produtoras de colágeno do tecido conjuntivo (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2004).
Ademais, seus componentes celulares recebem nomes especiais, como a membrana celular, que é chamada de sarcolema, o citosol de sarcoplasma e o retículo endoplasmático liso de retículo sarcoplasmático. Além disso, são células nucleadas, que possuem mitocôndrias, complexo de Golgi, lisossomos e ribossomos como organelas, também como há miofibrilas e miofilamentos (JUNQUEIRA E CARNEIRO, 2004).
Sendo assim, o sarcolema possui propriedades bastante elásticas para que possa suportar as deformações durante a contração muscular, também contém invaginações ao longo de toda a fibra, criando uma rede de túbulos T. Os túbulos T e o retículo sarcoplasmático formam uma rede de cisternas, sendo que as membranas do retículo sarcoplasmático são utilizadas para armazenamento de cálcio das fibras em repouso. Já os túbulos T, se originam do sarcolema e se comunicam com o meio extracelular (ADELL; FELÍCIO; GUIMARÃES, 2010).
Imagem 6 – Organização da fibra muscular e seus componentes.
Fonte: IESPE, 2021. Disponível em < https://www.iespe.com.br>
Por outro lado, seu núcleo varia conforme o tamanho e quantidade podendo uma fibra ter vários núcleos, e estão localizados abaixo do sarcolema (ADELL; FELÍCIO; GUIMARÃES, 2010).
Sobre os lisossomos, estes são pequenas vesículas que servem como reservatório para as enzimas digestivas (ADELL; FELÍCIO; GUIMARÃES, 2010).
Já as mitocôndrias são de extrema importância para os miócitos, devido ao alto gasto energético provocado pelas contrações musculares (ADELL; FELÍCIO; GUIMARÃES, 2010).
As miofibrilas possuem estrutura cilíndrica, são compridas e estão em sentido longitudinal da fibra muscular, são formadas por proteínas de miofilamentos, que são a actina e miosina. Estas estruturas sãonecessárias para que as contrações musculares aconteçam (ADELL; FELÍCIO; GUIMARÃES, 2010).
Sobre sua divisão celular, os mioblastos, que formam o músculo esquelético e também dão origem aos outros dois tipos de músculos, são multiplicados a partir da divisão mitótica, esse processo é chamado de hiperplasia e ocorre na fase da gestação (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Dessa forma, é importante ressaltar que os mioblastos esqueléticos são resultado das divisões dos miótomos, que são estruturas presentes nos somitos. Tendo isso em vista, os miótomos realizam dois tipos de divisão, que são: divisão epaxial dorsal e divisão hipaxial ventral (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Dito isso, a divisão epaxial dorsal formam músculos extensores do pescoço e da coluna vertebral. Já a divisão hipaxial tem como resultado os músculos escaleno, pré-vertebral, gênio-hióideo e infra-hióideo (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Sobre suas reações químicas, a principal e mais importante reação que as fibras musculares realizam são as contrações musculares, sem elas os seres vivos não conseguiriam realizar movimentos voluntários como se locomover ou falar. Sendo assim, a seguir será descrito os processos que desencadeiam as contrações musculares (TORTORA e DERRICKSON, 2017).
Dito isso, as fibras responsáveis por fazerem as contrações são as fibras musculares esqueléticas. Além disso, estão envolvidas quatro proteínas miofibrilares, que são elas: actina e miosina, são proteínas contráteis e a tropomiosina e troponina, proteínas que regulam o processo de contração (GUIMARÃES e ADELL, 1995).
Imagem 7 – Filamentos de miosina e actina nas miofibrilas.
Fonte: Brasil Escola, 2021. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br>
De início, é preciso que as fibras musculares atinjam um potencial de ação, para que dessa forma, sejam abertos canais de liberação de íons de cálcio que entrarão no sarcoplasma. Após isso, os íons de cálcio se ligarão as moléculas de troponina e isso provocará uma alteração em sua forma, o que possibilitará interações entre a actina e miosina resultando na contração muscular (GUIMARÃES e ADELL, 1995).
Ademais, é importante ressaltar que a principal fonte de energia nesse processo é o ATP, que possibilita os processos de contração, bombeamento de cálcio durante o relaxamento e manutenção de sódio e potássio no sarcolema (GUIMARÃES e ADELL, 1995).
Desse modo, quando há algum dano nas unidades motoras, como: neurônios somáticos motores, junções neuromusculares e fibras musculares, as células musculares podem funcionar mal e afetar as contrações musculares (TORTORA e DERRICKSON, 2016).
Dito isso, os distúrbios ocasionados nas células do sistema nervoso podem causar uma série de doenças, como a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), em que se perde a comunicação entre os neurônios, que não conseguem enviar sinais para que o músculo possa se movimentar, sendo assim há o endurecimento e fraqueza dos músculos, impossibilitando que a pessoa realize tarefas básicas do dia a dia como andar, falar, se alimentar, etc (TORTORA e DERRICKSON, 2016).
Além disso, há a distrofia muscular, que engloba um conjunto de doenças destruidoras do músculo e que causam degeneração das fibras musculares esqueléticas (TORTORA e DERRICKSON, 2016).
Ademais, entre as idades 30 e 50 os seres humanos sofrem perca de massa muscular esquelética, que é substituída por tecido conjuntivo e tecido adiposo. Dessa maneira, há um enfraquecimento dos músculos entre os 60 e 65 anos de idade tornando-se difícil realizar tarefas como subir escadas ou se movimentar (TORTORA e DERRICKSON, 2016).
Retomando sobre seu desenvolvimento, as fibras musculares esqueléticas se desenvolvem a partir do epitélio mesenquimal de células precursoras miogênicas. Sendo assim, se inicia o processo de miogênese (formação do músculo) e essas células alongam seus núcleos e se diferenciam nos mioblastos (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Desse modo, é válido ressaltar que esse processo ocorre por causa da ativação e expressão de genes da família MYOD (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Continuando o processo de miogênese, o crescimento muscular se dá pela fusão de mioblastos e miotubos, estes miofilamentos se desenvolvem no citoplasma dos miotubos e originam as miofibrilas (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Sendo assim, o músculo esquelético é formado a partir da divisão dos miótomos, presente nos somitos. Já o músculo liso se diferencia a partir do mesênquima esplâncnico, e suas células são mioblastos mononucleados de núcleos alongados e fusiformes, ao contrário do músculo esquelético, que é multinucleado (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Por fim, o músculo esquelético cardíaco se desenvolve a partir do mesoderma esplâncnico lateral e da origem ao mesênquima em torno do tubo cardíaco em desenvolvimento (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
Dessa forma, é importante citar que esse desenvolvimento ocorre devido a expressão de genes cardíacos específicos, como proteínas PBX que interagem com o fator de transcrição HAND2 e desencadeiam a diferenciação das células do músculo cardíaco (MOORE; PERSAUD; TORCHIA, 2016).
3. CONCLUSÃO
Sendo assim, pode-se dizer que os miócitos também são chamados de fibras musculares e se diferenciam em fibras musculares estriadas esqueléticas, fibras musculares estriadas cardíacas e fibras musculares lisas. Além de que, essas três variações estão presentes em diferentes partes do corpo humano, sendo que as fibras musculares estriadas cardíacas são exclusivamente do coração.
Dito isso, a função das fibras musculares esqueléticas é se contrair para que sejam realizados os movimentos de locomoção, já as fibras musculares lisas realizam movimentos involuntários, como por exemplo para ajudar no processo de digestão no intestino. Por último as fibras musculares estriadas cardíacas possuem a função de se contrair para que o coração bombeie sangue.
Desse modo, pode-se então concluir que os miócitos são de extrema importância para que o corpo humano funcione da forma adequada, tendo em vista que eles fazem parte de processos que são essenciais para a vida.
4. REFERÊNCIAS
GUIMARÃES, Judite Lapa; ADELL, Edilene Amaral. Estrutura e Bioquímica do Músculo. 1. ed. Campinas, 1995.
GUIMARÃES, Judite Lapa; ADELL, Edilene Amaral; FELÍCIO, Pedro. Estrutura e Composição do músculo e tecidos associados. 1. ed. Campinas, 2010.
JUNQUEIRA, Luiz; CARNEIRO, José. Histologia Básica. 10. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.
NELSON, David L.; COX, Michael M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6. ed. São Paulo: Artmed, 2014.
MOORE, Keith L; PERSAUD, T.V.N; TORCHIA, Mark G. Embriologia Clínica. 10. ed. Rio de Janeiro. Elsevier Editora LTDA, 2016.
TORTORA, Jerry; DERRICKSON, Bryan. Corpo Humano: Fundamentos de anatomia e fisiologia. 10. ed. São Paulo: Artmed, 2017.
TORTORA, Jerry; DERRICKSON, Bryan. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

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