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A Desconsideração da Personalidade Jurídica - DIR EMPRESARIAL 1

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TITULO: A Desconsideração da Personalidade Jurídica conforme a legislação pátria em vigor e a jurisprudência majoritária
MATÉRIA: EMPRESARIAL I
SANTOS, SÃO PAULO 2021
INTRODUÇÃO
	O presente trabalho traz sobre a desconsideração da personalidade juridica. Mas concretamente, abordamos que no direito brasileiro não somente a pessoas naturais são sujeitos de direitos e deveres, as pessoas juridicas também.
	Para isso foi criado topicos com o objetivo de proporcionar uma fundamentação pratica dos conceitos, o surgimento da perssoa juridica, as teorias e especieis do tema central.
	A desconsideração da personalidade juridica, aqui apresentada em um breve detalhamento da finalidade desse instituto. Que para coibi-las, a doutrina criou, a partir de decisões jurisprudenciais, nos EUA, Inglaterra e Alemanha, principalmente, a teoria da desconsideração da personalidade juridica.É um instrumento de coIbição de mau uso da pessoa juridica.
	Foram realizadas tipos de pesquisas em doutrinas, jurisprudencias que auxiliarem na elaboraração do conteudo, além de orientação do professor em aula. Trazendo assim a compreensão sobre o tema	
	
DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO
1. DO DIREITO COMERCIAL
1.1 Construção Histórica 
	A historia do direito comercial, ao estudar logo vemos que o comércio e muio mais antigo do que ele mesmo. Desde a Idade Antiga o comércio existe. 
	“Comércio” vem do latin commutatio mercium, troca de mercadoria por mercadoria. Visto que nem sempre uma mercadoria correspondia a o valor da outra, surgiu então a moeda, que era um padrão para fazer trocas.
	Num primeiro momento historico, tinhamos a teoria subjetivista ou tambem teoria coorperativista em que o individuo só era considerado comerciante/empresário se esse sujeito estivesse matriculado nas corporações de oficio, indepente do serviço prestado esse ja teria essa indentificacao de comerciante/empresário. Isso do século XII ao XVII. Essas corporações eram entidades que juntavam pessoas de uma mesma classe e elegiam os consules mercatorum, pessoas que legislavam e julgavam as relações entre os comerciantes.
	Em um momento posterior surge outra teoria, a teoria objetivista que também tem outra nomenclatura chamada de atos de comercios, que foi do seculo XVIII ao XX. Aqui o sujeito só vai ser comerciante se ele praticar os atos que estão descrito na norma, atos aqueles especificados. Portanto, o direito comercial regulava as relações juridicas que envolvessem alguns atos definidos em lei. Essa teoria foi tão forte que até recentemente grande parte dos nossos manuais era chamado de direito comercial. 
	Até porque em 1850 nós tivemos a codificação comercial, adotamos de forma mista a fase objetiva com a teoria do ato de comércio influenciada pelo codigo comercial francês e codigo comercial espanhol. Que teve vigência entre nós ate 2003 com o nosso codigo civil. E a partir deste momento com a unificação das obrigações que nós temos a inspiração do código civil italiano e adoação no Brasil por meio do artigo 966 do C.C. e dessa fase econômica a incorporação no Brasil, como eixo do nosso sistema a figura do empresário. 
	E por fim, surge a teoria da empresa, essa diz quais os individuos podem ser empresarios e também tráz os requisitos assim necessários. Saimos, então dos atos e passamos a compreender a atividade dos empresários, esse a quem atribuimos direitos e obrigações. 
2. DO DIREITO EMPRESARIAL
2.1 Definições 
	2.1.1 O Empresário e a Empresa
	No artigo 966 do código civil está descrito quem é o empresário. Ele é quem exerce atividade econômica organizada de nome próprio, assumi os riscos da atividade. Esse pode ser pessoa fisica na modalidade de empresário individual, com responsabilidade ilimitada ou pessoa juridica, nas modalidades de sociedades empresárias que se divide em comum e Eireli.
	É uma atividade exercida, por esse sujeito que é o empresário. 
	2.1.2 Pessoa Juridica
	É um conjunto de pessoas criado de acordo com a lei e com uma finalidade. Deve ser registrado por um orgão competente, que pode ser o registro civil de pessoas juridicas ou na junta comercial. Podendo ser sujeito de direitos e deveres na ordem civil. 
	2.1.3 O Empresário nas Sociedades
	As sociedades são pessoas juridicas que são compostas por duas ou mais pessoas, que se unem para formar uma sociedade. Estas pessoas recebem os nomes de sócios. Mas, os sócios não são empresários, porque nas sociedades o empresário e a propria pessoa juridica. 
	O empresário individual tem responsabilidade ilimitada, enquanto a sociedades empresarias tem sua responsabilidade limitada. 
	
2.2 Surgimento da Pessoa Juridica
	As pessoas naturais adquirem a personalidade civil no nascimento com vida, só que a lei garante os direitos do nascituro desde a concepção e que se encerra com a morte, nos termos descrito no artigo 2º do Código Civil. 
	Ao falar sobre as pessoas juridicas, essas adquirem a personalidade juridica com a isncrição dos seus atos constitutivos no orgão competente. 
	Então, a fim de incentivar o empreendedorismo foi criada a “pessoa juridica”, ou seja, em ente fictício nascido da vontade de seus socios. Elas recebiam um capital preestabelecido dos seus socios, um capitão social e com este valor investiam em uma atividade especifica, o objeto social.
	Este fato incentiva o empreendorismo, isso porque aqueles que tinham medo de empreender para não perder assim seu patrimonio passaram a crias as pessoas juridicas com um valor que estaria disposto a perder caso o neogcio desse errado. 
	 
3. PESSOAS JURIDICAS E A DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURIDICA
	Diante do que se expôs nos topicos antecedentes iremos tratar de algumas caracteristicas que demarcam a atuação empresarial, econômica e tambem como a legislação atribui as esses sujeitos uma autonomia juridica com capacidade de direitos e obrigações especificas para atuar economicamente. 
	O direito estrutura as pessoas comprendidas como pessoas naturais e pessoas juridicas.
	As pessoas naturais (fisicas) podem organizar atividade empresarial como empresários individuais. Mas e possivel que eles se estruturem como pessoas juridicas. 
	Agora, a pessoa juridica depois de muita evolução historica, demoramos algumas decadas para estruturar o que chamamos de realidade técnica, como fundamento de criação de algumas organizações. Fatores esses colocado uns em função dos outros para um fim determinado, uma atividade determinada. 
	Nesse sentido então, nos temos três grandes base para se compreender. A primeira é das associações. Essas são agremiações de pessoas que se unem para fins não lucrativos, apesar da legislação falar de fins não economicos, na verdade essas não tem fins lucrativos pois não permitem a distruibuição de superaveis economicos para os associaveis. Já a segunda base, são as fundações. Patrimonio, destacado por uma pessoa e vinculado a um fim determinado, podem ter atividade economica, mas não podem distribuir resultados É a terceira base é as sociedades, são agremiações de pessoas, com atividade economica, mas que se diferem das associacoes em função da possibilidade de distribuir os resultados que produzem. Então chamamos isso de lucro. Dispostos no artigo 44 do Códgico Civil que ainda trazem organizações religiosas, partidos politicos e também a eireli. 
	A Eireli que é uma pessoa juridica de uma unica pessoa que pode criar. 
	Portanto, o mais importante de se entender a pessoa juridica é que nós temos a partir do momento do registro e da constituição dela, a criação de um novo centro de imputação de direitos e obrigações a esse novo ente criado seja uma associação, sociedade. Atribuindo-se então, personalidade juridica para que se possa atuar economicamente. 
	A personalidade juridica, num conceito geral é que possui uma aptidão genérica que adquiri direitos e contrai obrigações. Em outras palavras, adquire seus proprios direitos resultantes da lei como um todo. A pessoa juridica, ela é distinta dos seus socios, dos seus membros.Então pelo artigo 985 do C.C. prevê claramente, que a sociedade ela adquira a sua personalidade juridica com o seu registro. 
	Pessoas juridicas foram criadas justamente para limitar os riscos de seus socios. Com isso, mais dinheiro que estaria preso aos seus donos foi colocado em circulação atraves das pessoas juridicas.
	Essa ocorre quando uma sociedade possui limitação de patrimonio dos seus socios, no entanto ainda assim, a personalidade juridica da sociedade é desconsiderada para que o patrimonio dos socios sirva para quitar as obrigações da sociedade. 
	Na lei, a desconsideração da personalidade juridica é menicionada nos arts. 28 do Código de Defesa do Consumidor, 34 da Antitruse (LIOE), 4º da legislação protetora do meio ambiente (Lei nº 9.605/98) e no art 50 do Código Civil
	
3.1 Limitação de Responsabilidade dos Sócios nas Pessoas Juridicas
	No direito Brasileiro existe o principio da tipicidade das sociedades. Isso quer dizer que apenas podem existir as sociedades expressamente descritas em lei. Entre os tipos existentes estão: sociedade simples, sociedade comandita simples, sociedade comandita por ações, sociedade em nome coletivo, sociedade limitida, sociedade anônima. 
	Ocorre que apenas na sociedade limitida e na sociedade anônima todos os socios possuem responsabilidade limitada aos valores aportados na sociedade para integralização do capital social.Temos também a Empresa individual de responsabilidade limitida (Eireli) que é uma pessoa juridica de apenas um socio (titular) que também limita a responsabilidade desta pessoa. Os outros tipos societários não protegem todos os sócios, sendo até possivel limitar a responsabilidade de alguns dos socios e não limitar e outros dependendo do tipo societario escolhido. 
3.2 Espécies de Desconsideração da Personalidade Juridica
	Ao vermos a desconsideração da personalidade juridica, deve-se levar em consideração a existência ou não de culpa, o que faz gerar a existência de duas especieis: subjetiva ou objetiva.
· Espécie Subjetiva: descreve a necessidade de se analisar a culpa dos socios antes de ocorrer a desconsideraçao da personalidade juridica:
· Espécie Objetiva: basta a ocorrência de um determinado fato para ocorrer a desconsideração da personalidade independente de analise de culpa.
4. TEORIAS 
	Pelas doutrinas, a teoria menor da desconsideração da personalidade juridica, classifica como objetiva. Ja em contrapartida a teoria maior da desconsideração da personalidade juridica é considerada subjetiva. Essas duas são as que mais destacam na doutrina.
	
· Teoria Maior: Foi a opção adotado pelo codigo civil de 2002, através do seu artigo 50. Pois esclarece sobre abuso da personalidade juridica e desvio de finalidade ou ainda a confusão patrimonial. Essa assegura a atividade empresarial sendo desconhecida a personalidade juridica, quanto presente os requisitos no código civil. 
· Teoria Menor: É a exceção do em nosso ordenamento juridico. Basta que haja o inadimplamento para que o juiz possa determinar a desconsideração da personalidade juridica. E consequentemente acesso aos bens do socios. E a simples eliminação do principio da separação entre a pessoa juridica e socios. Pois é necessario apenas provar o prejuizo do credor, o risco empresarial das atividades economicas. Art. 28, 5 do Codigo do Consumidor – 8.708/90 
5. FORMAS DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURDICA
· Desconsideração Inversa: E quando temos obrigação do socio e não da pessoa juridica. Mas esse socio utiliza abusivamente de uma pessoa juridica. E nesse caso, tras aos autos a pessoa juridica para ser responsavel de obrigação do proprio socio. A pessoa juridica que responde pela divida dos socios.
· Desconsideração Indireta: E quando tem a figura de uma empresa controladora, que comete fraudes e abusos por intermedio de outra empresa que figura como controlada. Podendo alcançar o patrimonio da empresa controladora. A extensão para as pessoas juridicas de um mesmo economico. 
· Desconsideração Expansiva: Essa tem como fim, alcançar o patrimonio do socio oculto de certa sociedade. Nessa o sujeito se esconde atras de um terceiro, para que assim não seja ele responsavel por um eventual inadimplemento de alguma obrigação da sociedade.
	
6. HIPOTESES DE APLICAÇÃO E INTERPRETAÇÃO (LEI QUE ABORDA A DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURIDICA)
Em 2019 a Lei da Liberdade economica (13.874/2019), que alterou o código civil. Dentre de uma serie de inovações, a lei contem regras de aplicação e a interpretação do direito civil, empresarial, economico, urbanistico e do trabalho. 
A partir de agora confusão patrimonial e desvio de finalidade acontece de acordo com a previsão do artigo 50. 
Vejamos uma hipotese de confusão patrimonial; a pessoa juridica arcar com as obrigações continuas e repetitivas, a transferencia de propriedade para o socio, sem a contraprestação. Já o desvio de finalidade é utilizar da pessoa juridica para a pratica de atos ilicitos. Então nesses dois casos, terá ocorrido o abuso da personalidade juridica, nessa hipotese as obrigações da pessoa juridica serão estendidas ao seus socios, administradores que se beneficiaram com esse abuso. Para desconsiderar tem que abusar. E tambem em outras situações que são relevantes e deve ser esclarecidas como a mera existencia de grupo economico não é um requisito para propiciar a desconsideração da personalidade juridica. Outra hipostese que o artigo trouxe é que a alteração do objeto da pessoa juridica não é suficiente para a desconsideração da personalidade juridica. 
Essa desconsideração não é simplesmente por entendimento e posição voltuntaria do magistrado, mas sim a pedido da parte ou do Ministério Publico, quando competir a ele intervir o feito. 
No nosso ordenamento juridico, segundo o entendimento prevalece no STJ nós adotamos em regra a teoria maior da desconsideração personalidade juridica.
Por fim a desconsideração acontece nos autos do processo, perante o juizo. A parte que teve seve prejuizo essa então precisa fazer a abrtura do incidente desconsideração da personalidade juridica. Essa previsão esta no codigo de processo civil no artigo 133 ao 137. O incidente pode ser feito tanto como desconsideração direta ou inversa e cabendo em qualquer momento do processo de conhecimento, processo de execução e tambem no cumprimento de setença. 
7. JURISPRUDENCIA
RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO NA ORIGEM. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. CONDENAÇÃO EM HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DESCABIMENTO. ART. 85, § 1º, DO CPC/2015. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Não é cabível a condenação em honorários advocatícios em incidente processual, ressalvados os casos excepcionais. Precedentes. 2. Tratando-se de incidente de desconsideração da personalidade jurídica, o descabimento da condenação nos ônus sucumbenciais decorre da ausência de previsão legal excepcional, sendo irrelevante se apurar quem deu causa ou foi sucumbente no julgamento final do incidente. 3. Recurso especial provido.
(STJ - REsp: 1845536 SC 2019/0322178-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 26/05/2020, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/06/2020)
	Neste caso, a parte prejudicada no processo requereu a instauração da desconsideração da personalidade jurídica pois a executada que era a pessoa jurídica, não cumpriu com a obrigação de pagar, porque não tinha nem patrimônio suficiente. Uma execução frustrada. A outra parte requereu ao juízo a desconsideração da personalidade jurídica, instaurou o incidente e o juízo então determinou a citação da sócia. Essa apresentou a sua impugnação nos autos, sua defesa de que era sócia, mas não é responsável porque não atuou com abuso da personalidade jurídica. A defesa foi apreciada e acolhida pelo juízo, então não foi provada o abuso da personalidade jurídica. 
 
CONCLUSÃO DO TRABALHO
A nossa legislação, diz que duas ou mais pessoas podem se unir para criar uma pessoa juridica, com uma finalidade. 
A pessoa fisica e a pessoa juridica, são duas pessoasabsloutamente distintas e cada qual com seu patrimonio, com seus direitos e obrigações. Mas o patrimonio e independente. As pessoas juridicas são extremamente importantes, pois essa tem vida propria independente dos socios, dos membros de uma sociedade.
No entanto, essas pessoas não podem utilizar da mascara juridica das sociedades para fraudar e gerar prejuizos. Assim, essa e uma criação da nossa lei em que as vezes cumpridas algumas condições e requisitos o juiz pode desconsiderar a existencia da pessoa juridica e bloquear ou penhorar um bem do socio.
Por fim é uma forma de punir aquelas pessoas que utilizam de forma indevida as pessoas juridicas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Livro:
Coelho, Fábio Ulhoa. Manual do Direito Comercial (Direito de Empresa). 26º Edição. São Paulo, Saraiva, 2014
Cruz Ramos, Andre Luiz Santana. Direito Empresarial: Volume Unico. 10º Edição, Rio de Janeiro. Editora Metodo, 2020.
Jurisprudência:
BRASIL. (STJ - REsp: 1845536 SC 2019/0322178-0, Relator: Ministra NANCY ANDRIGHI, Data de Julgamento: 26/05/2020, T3 - TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJe 09/06/2020) .Disponível em: LINK. Acesso em: 02/04/2021.

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