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(AUTO)BIOGRAFIA - Socorro Araújo

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Curuá – Pará - 2020 
1 
 
 
 
 
Seminário Interdisciplinar VI 
AS NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS NO 
PANORAMA PROFISSIONAL E SOCIAL. 
 
 
 
 
 
 
 Curuá – Pará - 2020 
2 
 
Polo: Alenquer – Pá 
Curso: Licenciatura em Plena Pedagogia 
Disciplina: Seminário Interdisciplinar VI 
 
Tema: Trajetória de Vida Pessoal e Profissional da Profª. 
Mª do Socorro Picanço de Araújo 
 
Acadêmicos: Mário Magalhães, Erianny Carvalho e Cleuma Picanço 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao curso de Licenciatura 
em Pedagogia no Centro Universitário Inta – UNINTA, 
Polo de Alenquer-Pá, como requisito de obtenção de 
nota no Seminário Interdisciplinar VI, tendo como 
orientadora a Prof.ª Célia Tancredi. 
 
 
 
 
 
 
 Curuá – Pará - 2020 
3 
Objetivo Geral 
Narrar a trajetória de vida Pessoal e Profissional da Professora Mª do Socorro 
Picanço de Araújo, a partir da história relatada pela mesma que se apresentam via 
narrativa visuais e verbais ( oral e escrita). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Curuá – Pará - 2020 
4 
 
Sumário 
 
1- Introdução ......................................................................................................5 
 
2- Nascimento e Filiação .....................................................................................7 
3- Estado Civil e Família .....................................................................................7 
4- Trajetória de Formação Acadêmica................................................................7 
 
5- Estágio Acadêmico ..........................................................................................8 
 
8- Experiência Profissional ................................................................................9 
 
9- Motivos de sua volta a Comunidade Macurá ...............................................12 
 
10- Fatos e Lembranças Marcantes .................................................................13 
 
11- Motivos de Orgulho e Arrependimento .....................................................14 
12- - Lutas e Conquistas ....................................................................................14 
 
13- Reflexões .....................................................................................................15 
 
 
BIOGRAFIA ........................................................................................................17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Curuá – Pará - 2020 
5 
Introdução 
 
O presente trabalho é referente ao Seminário Interdisciplinar VI, sobre 
NARRATIVAS (AUTO)BIOGRÁFICAS NO PANORAMA PROFISSIONAL E SOCIAL, 
feito pelos Acadêmicos: Erianny Carvalho, Cleuma Picanço e Mário Magalhães, na 
respectiva Comunidade Macurá, Município de Curuá – Pará. 
O trabalho abordará no seu desenvolvimento a Narrativa da Trajetória de Vida 
Pessoal e Profissional da Prof.ª Mª do Socorro Picanço de Araújo, como Nascimento 
e Filiação, Estado Civil e Familiar, Lugar onde Morou, Sonhos, Formação Acadêmica, 
Estágio Acadêmico, Experiência Profissional, Fotos e Lembranças Marcantes, 
Motivos de Orgulho e Arrependimento, Lutas e Conquistas e Motivos para voltar Morar 
no Macurá. Aonde também, vamos poder analisar as suas reflexões sobre a 
educação. 
 
 
 
Introduction 
 
The present work refers to the Interdisciplinary Seminar VI, on 
AUTOBIOGRAPHIC NARRATIVES, made by the Academicians: Erianny Carvalho, 
Cleuma Picanço and Mário Magalhães, in the respective Macurá Community, 
Municipality of Curuá – Pará. 
The work will address in its development the Narrative of the Personal and 
Professional Life Trajectory of Prof. Mª do Socorro Picanço de Araújo, such as Birth 
and Affiliation, Marital and Family Status, Place where she lived, Dreams, Academic 
Formation, Academic Internship, Professional Experience , Striking Photos and 
Memories, Reasons for Pride and Repentance, Struggles and Achievements and 
Reasons for Returning to Live in Macurá. Where too, we will be able to analyze your 
reflections on education. 
 
 
 
 
 
 
 
 Curuá – Pará - 2020 
6 
Maria do Socorro Picanço de Araújo 
Educadora 
Professora Socorro Araújo 
 
Dados Pessoais 
 
Nome: Maria do Socorro Picanço de Araújo 
Nascimento: 16 de Maio de 1972 
Filiação: Mª das Graças Picanço e Abner Ferreira de Araújo 
Cônjuge: Etevaldo De Azevedo Cardoso (Teléco) 
Filhos: Ana Elida Picanço de Araújo, Érica de Araújo Cardoso e Eline de 
Araújo Cardoso 
Naturalidade: Alenquerense 
Religião: Catolicismo 
Profissão: Professora 
Lealdade: Educação 
Graduação: Ensino Médio (Magistério) - 
Licenciatura em Pedagogia - (UFPA – UNIVERSIDADE 
FEDERAL DO PARÁ – 2002/2005) 
História e Geografia – (UFOPA – UNIVERSIDADE FEDERALDO 
OESTE DO PARÁ – 2012/2015) 
Especialização: Especialista Em Gestão Escolar – (UFOPA – 2014) 
Cursando Educação Especial – (FAVENI – 2020) 
Conflitos: Judicial 
 
 Curuá – Pará - 2020 
7 
Nascimento e Filiação 
 
A Professora Maria do Socorro Picanço de Araújo, nasceu na comunidade 
Macurá, Município de Alenquer no Oeste do Pará no dia 16/05/1972, atualmente a 
comunidade faz parte do território do Município de Curuá, emancipado desde de 
1995. 
 Filha de Maria das Graças Picanço, sua mãe agricultura e moradora da 
comunidade Mucurá, seu pai Abner Ferreira de Araújo, Advogado e morador da 
cidade de Alenquer. Maria do socorro Araújo, tem 5 irmãos por materna e 4 irmãos 
paterna. 
 
Estado Civil e Família 
 
Seu Estado Civil é União Estável, há 20 anos juntos, Maria do Socorro e 
Etevaldo de Azevedo, tiveram durante esse convívio familiar 3 filhas, são elas: Ana 
Élida Picanço Araújo, Érica de Araújo Cardoso e Eline de Araújo Cardoso. 
 
 Trajetória de Formação Acadêmica 
 
 
Sua trajetória na formação acadêmica foi bastante andarilha, estudou em diversas 
escolas por onde passou, nesse vai e vem, nunca perdeu o foco de seus estudos na 
infância e depois de adulta, pelo contrário, a motivação só fez se multiplicar diante das 
necessidades que encontrou em sua caminhada. Iniciou sua jornada na Comunidade 
Macurá na escola Major Cassiano, onde cursou ensino infantil básico e fez seus 
primeiros rabiscos em folha de papel. 
Em 1979, Maria do Socorro, com 7 anos de idade, foi morar com seu pai e sua 
madrasta Raimunda Brilhantes na Cidade de Alenquer, morando na mesma até aos 
seus 24 anos. Para dar continuidade em seus estudos, teve que passar por um 
processo classificatório, devido não ter recebido boletim quando estudava na 
Comunidade Macurá. Sua madrasta trabalhava como professora na escola quando 
passou pelo teste de classificação a nível de 2° série, alcançando a nota necessária 
para continuar seus estudos. Na época, os professores responsáveis pelo teste 
 
 Curuá – Pará - 2020 
8 
aplicado, falaram com bastante propriedade, que se Maria do Socorro estivesse feito 
o teste pra nível de 3° ou 4° série do ensino fundamental menor, teria atingido a nota 
sem nenhuma dificuldade. 
Daí por diante, começou a estudar na Cidade de Alenquer na Escola Fugencio 
Simões de 2ª a 4ª série do Ensino Infantil. Viajou para Belém e estudou na Escola 
Cônego Leitão em Castanhal - Pará em 1986 e 1987 de 5ª à 6ª série do Ensino 
Fundamental, em 1988 retornou para Alenquer e 1989, estudou em na Escola Santos 
Antônio, cursando a 7ª série. Em 1990 e 1991, foi para a Capital do Amazonas, 
Manaus e lá estudou a 8ª série, concluindoassim o Ensino Fundamental maior, 
começou o 1° ano do Ensino Médio em Manaus na Escola Petrônio Portella, 
concluído, retornou para Cidade de Alenquer e em 1993 e 1994, com a influência de 
sua madrasta, para concluir o 2° e 3° ano do Ensino Médio Magistério na Escola 
Amadeu Burlamarquei Simões, por vez, concluiu uma parte de sua trajetória de vida, 
com garra, força de vontade e dedicação. Com a conquista do Magistério em mãos 
em 1994, Maria Socorro ficou morando na Cidade de Alenquer até no meado de 1996. 
Ingressou no Nível Superior, cursando Licenciatura Plena em Pedagogia pela 
Universidade Federal do Pará – UFPA, no período de 2002 à 2005. Por não sastifeita, 
ingressou no curso de História e Geografia em 2012, e 2014 fez a Pós-graduação em 
Gestão Escolar, pela Universidade Federal do Oeste do Pará – UFOPA, concluindo 
sua graduação em 2015. 
Atualmente, está cursando uma Pós-graduação em Educação Especial pela 
Faculdade de Venda Nova do Imigrante – FAVENI. Um de seus sonhos na Formação 
Acadêmica é interessar no mestrado. 
 
Estágio Acadêmico 
 
A Professora Maria do Socorro conta como foi sua primeira experiência na sala 
de aula, isso ocorreu durante o seu primeiro estágio. O seu primeiro estágio que 
realizou foi na Escola Fugêncio Simões na cidade de Alenquer, durante o estágio 
enfrentou grandes desafios, foi em uma sala de aula com crianças do ensino 
fundamental, alfabetização. A professora titular das turmas, era a Professora Kátia, 
uma das melhores, se não a melhor professora de alfabetização, o momento era a 
hora de fazer a intervenção, ou seja, ela seria titular sendo orientada pela Professora 
 
 Curuá – Pará - 2020 
9 
Kátia, orientada de como trabalhar na prática em sala de aula, explicou sua 
metodologia e que nesse dia ela teria que dar continuidade no trabalho de sua 
orientadora, a Professora Kátia trabalhava alfabetização com letras e estava na vez 
da letra J, quando soube da informação, ficou desesperada e preocupada, porque não 
sabia por onde começar a fazer esse plano de aula com a letra J. 
Quando chegou em sua casa procurou várias revistas e livros para encontrar 
alguma coisa que ajudasse a desenvolver seu plano de aula. Depois de um dia inteiro 
em desespero, chorando, reclamando para a sua madrasta que não era isso que 
gostaria de fazer, mas como Deus sempre ilumina as pessoas vencedoras, mostrou 
uma luz, ela encontrou uma revista de sua madrasta da Nova Escola na época 
assinante da revista, viu uma imagem de bonecos do Criança Esperança e fez com 
eles as a letra da família do J, maiúscula e minúscula. Organizou seu material para o 
dia seguinte, fez cartaz com 2 desenhos, uma jaca e uma jarra, pensou que tinha que 
trabalhar de acordo com a realidade dos alunos, se não conhecessem a jaca, mas a 
jarra poderiam conhecer pensou na Pensou nessa lógica. 
No dia seguinte nervosa para a prática na sala de aula, conversou com seus 
alunos, mostrou o material para as crianças começou a desenvolver seu trabalho. 
Durante o intervalo a Professora lhe chamou e perguntou quem tinha ajudado a fazer 
o plano de aula, ela ficou nervosa, pensou que a professora não tivesse gostado do 
seu trabalho, respondeu que ela mesma tinha desenvolvido. Depois de responder a 
sua orientadora, a professora deu os parabéns para ela, foi elogiada pelo motivo de 
ser a única estagiária que tinha passado na turma que utilizou e mostrou algo diferente 
dos outros, uma metodologia, com isso ficou muito feliz e explicou de onde tinha tirado 
as ideias para sua metodologia, apesar de na teoria ser uma coisa e na prática ser 
outra, ficou feliz pelo resultado do seu estágio. 
 
Experiência Profissional 
 
O começo de sua experiência no meio educacional como profissional na área, 
deu-se início na Escola Jesus Conosco na Cidade de Alenquer, exercendo se a 
profissão de professora, ministrou aulas para a turma de 1° série do ensino infantil. 
Ela conta que não teve muita dificuldade com a turma, os alunos já tinham uma 
 
 Curuá – Pará - 2020 
10 
facilidade na aprendizagem, pois já conheciam o alfabeto, sabiam ler e escrever com 
isso facilitou o desenvolvimento do seu trabalho durante 1(um) ano na função. 
Em agosto de 1996, viajou para a comunidade Macurá e lá começou a trabalhar 
como professora particular. No ano de 1997, foi cedido um espaço na escola Major 
Cassiano, aonde ministrava aulas para a turmas de multisseriado de 1ª à 4ª série do 
ensino infantil, lecionava com o total de 80 crianças, separava os alunos da pré - 
alfabetização pela parte da manhã e 2ª à 4ª série pela parte da tarde. 
Dentro desse trabalho com as aulas particular, enfrentou um desafio com os 
alunos da 2ª à 4ª série, pois imaginava que já sabiam ler e escrever, depois de fazer 
uma avaliação diagnóstica para saber o nível de cada aluno, se deparou com uma 
outra realidade, o oposto da realidade que encontrou quando trabalhou na cidade de 
Alenquer, com a turma de 1ª série, todos os alunos estavam a nível de alfabetização. 
Se desesperou no primeiro instante pois não sabia o que fazer no momento, depois 
percebeu que deveria fazer alguma coisa para melhorar a situação dos alunos, se 
esforçou bastante para alfabetizar os alunos até o final de julho de 1997. 
Mas em nenhum momento pensou em desistir diante dos problemas 
encontrados, pelo contrário, buscou soluções para resolver os problemas, com a ajuda 
na época do atual vereador da mais nova cidade do Oeste do Pará cidade de Curuá, 
o vereador José Antônio Fausto da Silva, popularmente conhecido como Zé preto, 
pagava R$ 100,00 reais para ministrar as aulas para os alunos, ganhava merenda e 
com ajuda dos moradores do local e apoiadores de seu trabalho com as crianças 
conseguiam ajuda-la com os materiais necessários, como mesa, bancos e etc. 
Devido a sala de aula funcionar de manhã com os alunos do município, 
enfrentou dificuldades pelo motivo deles fazerem bagunças na sala durante o 
intervalo. Por esse motivo recebeu informações em sua residência do Gestor 
Municipal o Sr. José Vieira de Castro, prefeito de Curuá, popular conhecido como Zé 
da Marta, pedindo para deixar o espaço que ministrava as aulas na Escola Major 
Cassiano. Com mais um problema em sua trajetória, foi até a cidade de Curuá para 
ligar para seu pai e avisar o que estava acontecendo. Sabendo do problema que ela 
estava encarando, não pensou duas vezes em ajudar a sua filha, pediu que à viajasse 
até a cidade de Alenquer para ser averiguado a sua situação. Seu pai, já conhecido 
no meio jurídico a encaminharia para o advogado e amigo, Doutor Roberto Simões, 
 
 Curuá – Pará - 2020 
11 
aonde ele acompanharia até o fórum para resolver o seu problema com a polícia, pois 
o que estavam fazendo com a sua filha era um crime. 
Em sua ida a Cidade de Curuá para comunicar-se com seu pai, no meio desse 
intervalo tempo, encontrou o Vereador Zé Preto e há perguntou por que motivo que 
se encontrava na cidade, no mesmo momento explicou detalhe por detalhe a sua 
situação que estava passando. Logo em seguida, depois de ouvir o seu relato, o 
vereador pediu a ela que não há viajasse até a Cidade de Alenquer que resolveria seu 
problema. Mesmo saindo do local onde lecionava, o Vereador Zé Preto continuou 
pagando para lecionar para as crianças na comunidade. Encontrou outro local para 
que seu trabalho não parasse, o seu sogro Raimundo Gil, cedeu sua casa para a nora 
continuar sua jornada educando as crianças e jovens de sua comunidade. A 
perseguição continuava, mesmo não estando no local da escola Major Cassiano, 
continuou recebendo ofícios do Fórum de Alenquer, mas não ia, devido ter sempre 
alguém que ajudava a resolver por ela a situação. 
 
ela disse: “sempre tive Anjos na minha vida, pois 
quando precisava deajuda, estavam pronto e 
disposto me ajudar.”(2020. Araújo, Socorro.) 
 
Depois de algum tempo a Gestão Municipal observaram que a Comunidade 
Macurá estava perdendo com um problema que estavam causando para a Professora 
Socorro Araújo, tentando proibir e coibir o seu trabalho de grande valia para a 
comunidade e sociedade. O então Secretário de Educação, na época era Padre Sabá, 
resolveu chamá-la em Agosto de 1998, para compor o quadro de funcionários do 
município. 
Cada docente tem sua metodologia uma diferente da outra, Maria do Socorro 
mostrou sua forma de trabalhar em prática, sua metodologia era de acordo com a 
dificuldade do aluno, como onde a dificuldade era a escrita e a leitura dos alunos, pelo 
motivo de terem dificuldades de ler, escrever e de se expressar. Sua metodologia para 
melhorar a situação dos alunos, começou a trabalhar com muitas leituras de texto e 
produção textual baseado nos textos lidos pela turma, ela mandava escolher um tema 
e cada um produzia seu poema, sua paródia, o objetivo da metodologia era que eles 
pudessem ler e escrever ao mesmo tempo pelo atraso que todos os alunos estavam. 
 
 Curuá – Pará - 2020 
12 
 
Sempre analisa e observa que os alunos de hoje estão desestimulados, jovens 
de 15 a 20 anos que estão no ensino médio e no ensino fundamental l, ela sente que 
os alunos não tem nenhuma expectativas de um futuro promissor, os alunos de hoje 
precisam ter ação, persistência, atitudes para melhorar a sua realidade. 
Um dos pontos que analisa com bastante atenção é a inclusão social na escola. 
A escola precisa estar preparada com adaptações para atender uma criança especial 
e em geral, por ser algo muito carente no município, a qualificação do profissional para 
lidar com a inclusão social é de uma grande importância. 
 
 
Motivos de sua volta a Comunidade Macurá 
 
Através de uma conversa com uma moradora da comunidade Macurá, Maria 
do Socorro ficou sabendo da situação educacional da localidade, os funcionários da 
escola estavam sem ministrar aulas por um determinado período, devido seus salários 
atrasados e deixaram a educação da comunidade a mercê. Os grandes prejudicados 
nessa história foram os alunos, pois ficaram sem professores e sem estudar. 
Nessa conversa que teve com a moradora da localidade, Maria do Socorro foi 
incentivada pela mesma para ir trabalhar em Macurá, com intuito de mudar a situação 
que as crianças e jovens estão vivendo, esquecido pelo Poder Público, sem nenhuma 
solução para a área educacional. Nesse meio período, ficou pensando na conversa 
que esteve com a moradora e decidiu dar um passeio em sua comunidade, quando 
chegou e conheceu a realidade e viu que a Senhora que lhe falou da situação não 
estava mentindo e logo ela se lembrou do juramento que fez ao terminar seu 
Magistério, que seria levar o conhecimento aonde fosse necessário. 
 
Um dos motivos que fez voltar para sua comunidade foi em 1996, quando 
chegou na comunidade Macurá, depois de vários anos em Alenquer, sem visitar sua 
família, no desembarcar no porto dá comunidade, que ficava em frente da Escola 
Major Cassiano, viu uma menina sentada na frente da escola, direcionando a criança, 
perguntou se ela estudava, a garotinha com sua inocência de criança, respondeu que 
não. Ao ouvir a resposta da criança, ficou muito triste saber, devido não ter professor 
 
 Curuá – Pará - 2020 
13 
na escola, ficou mais triste ainda, quando chegou na casa de sua mãe e descobri que 
os seus irmãos estavam sem estudar, meninos e meninas, rapazes todos analfabetos. 
Outro motivo foi quando viu um aluno, já rapaz, que estava cursando a 2° série 
do ensino infantil, dizer que estava fazendo a 5° série do ensino fundamental, o rapaz 
falou aquilo para não sofrer chacota das pessoas para quem estava falando, esse 
episódio ocorreu no período de 1999. Por um desses motivos, decidiu ficar em sua 
Comunidade Macurá, desde de então, diz que é muito feliz, luta e faz o que pode para 
melhorar a educação na localidade. 
Uma pessoa conhecida como uma mulher forte, nunca pensou só em si e sim 
nos outros, sempre correu atrás do bem estar das pessoas que estão ao seu redor, 
principalmente, dos seus alunos. Apesar dos desafios que enfrentou em seu começo 
de trabalho, recebendo vários Ofícios policial, para parar com suas aulas particular 
em sua comunidade, jamais desistiu de lutar para melhorar as condições de ensino 
em sua terra natal. 
 
Fatos e Lembranças Marcantes 
 
As lembranças e fatos de sua infância não se lembra muito bem, ela diz que 
era uma criança caseira não saía muito de casa, um pouco tímida, não teve muitas 
amizades em sua infância, pelo fato de gostar de ficar em sua residência. 
 Uma das coisas marcante de sua infância e juventude, eram as brincadeiras, 
quando saía gostava muito de brincar de elástico, guerra, se esconde e a principal era 
passar trote. 
Por mais que fosse uma criança caseira, fala que gostou muito de sua infância 
do que se lembra. Uma lembrança muito especial que está em sua memória é a 
relação que teve com sua avó materna, Benedita Picanço, gostava dos bolos caseiros 
deliciosos que sua avó fazia. 
 Por ser uma pessoa reservada no sentido de não ter muitas amizades, a não 
ser com seus familiares, muitas pessoas a olhavam e faziam um pré julgamento sobre 
a sua pessoa, sem a conhecer. Outra lembrança que tem já como adulta é o barulho 
das ondas na areia em frente de sua antiga casa próximo do rio, ela fala que gostava 
muito do lugar, à noite deitava e começava a ouvir o barulho das maresias vindo e 
voltando, era algo terapêutico, afirma. 
 
 Curuá – Pará - 2020 
14 
 
Motivos de Orgulho e Arrependimento 
 
Em todo o caminho que traçamos em nossas vidas independente de onde 
estejamos, acontece certas coisas que às vezes nós nos orgulhamos e outras nós nos 
arrependemos, com Maria do socorro não foi e não é diferente. Ela tem orgulho de ter 
ministrado aulas para filhos de profissionais que anos atrás foram seus mestres, 
trabalhar com profissionais que foram seus alunos. 
O começo de sua caminhada na educação não queria ser professora, pelo 
comentários que ouvia sobre ofício do professor ganhar pouco. Hoje seu pensamento 
mudou e valoriza a sua profissão e tem orgulho de ser educadora e diz que o docente 
é a chave para outras formações. 
 
Lutas e Conquistas 
 
As lutas que enfrentou durante algum tempo contra a Gestão Municipal de 
Curuá, tentando impedi-la de trabalhar como professora particular em sua 
comunidade, podemos dizer que foi a sua maior conquista, não foi nem por ter 
conseguindo ser contratada como uma profissional do município, mas sim, por não ter 
desistido de lutar pelo que ela acreditava, ou seja, sua maior conquista foi a 
perseverança. Logo depois de ser contratada pelo Poder Público, veio outras lutas e 
conquistas. 
Mª do Socorro Picanço de Araújo, pioneira em diversas frentes para o 
melhoramento da educação da comunidade Macurá e região, uma de suas primeiras 
lutas foi a implantação do Ensino Fundamental maior de 5ª à 8ª série, sua luta foi 
grande para mudar a realidade da educação no local, mas acreditava que a educação 
transformar a vida do ser humano. 
Na época, com a falta de professor no local os alunos da 5ª e 8ª série, os 
poucos que não desistiam de estudar ou viajar vamos para outra cidade ou tinham 
que andar vários quilômetros para a Vila Flexal no Município de Óbidos, mas com sua 
chegada e outros professores da região, começaram a organizar as turmas e 
implantar definitivamente o Ensino Fundamental, os primeiros professores do ensino 
fundamental na escola Major Cassiano foi a professora Ana Rita, Gemerson, Evaldo 
 
 Curuá – Pará - 2020 
15e etc. Com a chegada de outros mestres deram continuação para a melhoria da 
educação da Comunidade Macurá. 
Na escola Major Cassiano trabalhava com a turma do 5ª série, foi com a turma 
na disciplina de Arte que desenvolveu um trabalho, aonde pediu aos seus alunos que 
produzissem paródia, montassem bandas, apresentação de teatro e outros. No final 
foi uma apresentação belíssima, diz a professora, uma iniciativa relacionado ao 
método cultural, surgiu a famosa “Noite Cultural” da escola, atualmente, é um dos 
principais eventos culturais da comunidade Macurá, envolvendo pais, alunos, 
professores e a sociedade em geral. A primeira Noite Cultural oficial, contou com a 
ajuda e apoio do Professor Miro na organização e outros professores que ficavam 
sendo como um tipo de técnico das turmas para orientação. 
 
Reflexões 
As reflexões que ela faz sobre as crianças e os jovens de hoje, são todas 
realistas e verdadeira, comparando com as crianças e jovens de 15 à 20 anos atrás 
para as crianças de hoje. 
Ela diz: Hoje percebe-se que as crianças não estão aproveitando a infância, 
não brincam com outras crianças, desconhecem certas brincadeiras que os seus pais 
brincavam. (2020. Araújo, Socorro) 
Dentro da reflexão nos dias atuais, a realidade é outra, as crianças estão 
perdendo uma etapa extraordinária de suas vidas, estão totalmente desfocada do 
mundo real em que vivemos. Hoje com a tecnologia as crianças estão focados no 
mundo tecnológico, focados em celulares, televisão e outros meios eletrônicos, as 
crianças só querem viver conectados e não focam nos estudos. 
Afirma que o professor é a chave para outras formações e as vezes não é 
valorizado como deveria, mas precisamos valorizar essa profissão, temos que ser 
profissionais que se comprometa com a educação das crianças e jovens. (2020. 
Araújo, Socorro) 
Em uma dessas reflexões em sua trajetória, diz que sempre teve Anjos ao seu 
redor. Ela se refere as pessoas que os ajudavam de alguma forma, um desses Anjos 
é sua madrasta que sempre a motivava estudar e não perder o foco. 
 
 Curuá – Pará - 2020 
16 
Ser professor não é fácil, pois não são bem remunerados como deveriam ser, 
mas temos que ter comprometimento para deixar um legado, lutar para colher bons 
frutos. (2020. Araújo, Socorro.) 
A Professora Socorro Araújo, como ela é conhecida, sempre lutou para que o 
aluno do interior pudesse competir com o aluno da cidade, sempre lutou para mostrar 
a diferença, mostrar que todos são capazes de concorrer de igual para igual. 
 Ela diz: “Não nasci em berço de ouro, mas sempre corro atrás daquilo que trás 
bons frutos para mim e para a sociedade.” (2020. Araújo, Socorro.) 
Para encarar os desafios e objetivos da vida, ela diz que: “É preciso ter 
persistência, perseverança , foco e pensamentos positivos. Isso é fundamental para 
enfrentar tudo, pois nada se consegue com facilidade. (2020. Araújo, Socorro.) 
Ela fala que: Não adianta pegar um plano de aula e só passar conteúdo sem 
se preocupar com o resultado da aprendizagem do aluno, é muito bom trabalhar pouco 
conteúdo e ter resultado do que encher o aluno com conteúdo e não ter nenhum 
aproveitamento. Hoje o professor tem que saber ter autoridade, para punir tem que 
saber se impor no momento certo, ter respeito com o próximo na presença e na 
ausência. (2020. Araújo, Socorro) 
Atualmente, se sente realizada em poder olhar e ver que seu trabalho que fez 
e faz esta gerando frutos. Seu pai sempre lhe dizia, que a maior herança que os pais 
podem deixar para os filhos é a Educação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Curuá – Pará - 2020 
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Referências: 
Maria do Socorro Picanço de Araújo

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