Buscar

Analise critica do documentario sou surda e nao sabia

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

Pontos mais relevantes e análise pessoal do documentário ‘’ Sou Surda e Não Sabia’’
· O documentário ‘’Sou surda e não sabia “ de 2009, dirigido por Igor Ochronowicz, relata a história de Sandrine, que apresenta o vídeo com a língua dos sinais, e aponta que as pessoas tendem por causa da sua surdez, defini-la ou interpretá-la. Nesse aspecto é necessário destacar os pontos principais que englobam o documentário, sento esse:
· Análise acerca de preconceitos experienciados e narrados pelos surdos na sociedade majoritariamente ouvinte. Com base nessa analise pode-se constatar que o surdo, costumeiramente, tem sido rotulado e vitimado por diversos preconceitos e estereotipias, assim, tem sido tratado como doente, incapaz, com exclusão, privações e obstáculos sociais desde a infância e com imposições atreladas a oralização obrigatória, por exemplo.
· O eufemismo notado quanto ao modo de tratamento dos surdos utilizando nomenclaturas como “deficiente auditivo”, “pessoa especial”, ‘”portador de necessidades especiais”, que ao contrário do que popularmente acreditam “minimizar” o peso da fala, potencializam a denominação de um grupo que não querem ser enxergados em termos de deficiência. 
· A piedade, coitadismo, atribuição de inocência e ou ausência de malícia, todas essas são características demonstradas no vídeo e que cotidianamente são atribuídas aos surdos, comprovando novamente a visão limitada que a sociedade possui a respeito dessa parcela social.
· O relato do médico que narra a visão completamente negativa atribuída à crianças diagnosticadas com surdez logo após o nascimento, nessa perspectiva é narrado que, os pais, após serem informados do diagnóstico dos filhos são confortados com a esperança de um tratamento que resolverá o “problema” em questão e fará seus filhos serem “ normais”. Tal narrativa só comprova a visão negativa e limitadora atribuída aos surdos, considerando assim tão somente o olhar da surdez como patologia cabível de remediação além de analisa-lo sob uma ótica que rotula o surdo como deficiente da fala, o que é extremamente errôneo, haja vista que, assim como ressaltado no presente documentário, “a fala não depende apenas do veículo sonoro para efetivar-se” 
· A dificuldade encontrada pelos pais que ao descobrirem que possuem filhos surdos, voltam toda sua atenção e insatisfação para esta questão específica. Neste momento a criança perde a capacidade de ser algo além de uma patologia, ou como narrado pela protagonista do documentário,“passei a ser apenas um ouvido”. Esse fator limita o desenvolvimento da criança surda e consequentimente sua capacidade de expressão, propicia um afastamento das relações entre pais e filhos, além de tornarem a pessoa surda cada vez mais excluída no próprio ambiente familiar 
· A desumana prática de oralização forçada de pessoas surdas, presentes principalmente em Institutos dos Surdos, como o citado no documentário, que além de não introduzirem os alunos no universo da língua e sinais, outrossim, a baniam e propagavam a ideia de que a oralização ou seja, a reeducação da fala era a melhor forma e único tipo de comunicação aceitável 
· A sensação de não pertencimento de alunos surdos em escolas onde a maioria é ouvinte, e esses não conseguem, nem são estimulados a se comunicar com os alunos surdos. Em contrapartida, destaca-se também a sensação de pertencimento desses alunos quando introduzidos em escolas onde é aplicado o ensino bilíngue. Esse ensino é crucial para o aprendizado, desenvolvimento e aperfeiçoamento da comunicação do aluno surdo e ouvinte. A proposta bilíngue também permite ao aluno surdo, construir uma autoimagem positiva, pois além de utilizar a língua de sinais como língua natural, vai recorrer à língua portuguesa para integrar-se na cultura ouvinte. O bilinguismo, evidenciado no documentário chama a atenção para o aspecto da identificação da criança surda com seus pares. Considerando que, a educação bilíngue contribui para que isso aconteça, sugerindo um novo olhar sobre a surdez, que se afasta de uma visão clínica e reabilitadora.
Analise pessoal 
· Ao decorrer do documentário pôde-se entender o porquê deste ter por título “Sou surda e não sabia”. Tal nome apesar de intrigante e inicialmente não muito claro, ganhou completo sentido quando se fez a análise da vida da protagonista, sendo que essa é a representação de milhares de surdos pelo mundo que mesmo nascendo com esta característica, por muito tempo não entendem o porquê de serem tratados, olhados e tidos como diferentes. 
Ao serem restringidos, de sua língua, seus pares, e a possibilidade de se desenvolverem, é gerado no individuo surdo, seja qual for o momento de sua vida, uma sensação de não pertencimento, exclusão, isolamento e subestimação, que produzem consequências que vão muito além do preconceito. 
Nesse aspecto, assim como foi elucidado no documentário, o contato dos surdos com a língua de sinais, principalmente desde a infância vai permitir à criança surda, acessar os conceitos da sua comunidade, e passar a utilizá-los como seus, formando uma maneira de pensar, de agir e de ver o mundo. Deste modo, é crucial o maior desenvolvimento de escolas bilíngues, pois essas trazem uma grande contribuição para o desenvolvimento da criança surda, reconhecendo a língua de sinais como primeira língua e mediadora da segunda: a língua portuguesa. O bilinguismo favorece o desenvolvimento cognitivo e a ampliação do vocabulário da criança surda. Todavia, Independentemente de estar inserido em escola especial ou escola comum, o aluno surdo tem direito a uma metodologia que atenda às suas necessidades, a partir de vivências. Só assim largos passos serão dados para que a sociedade vença as barreiras do preconceito que a faz enxergar a pessoa surda como detentora de limitações impostas pelos próprios ouvintes. A capacidade de desenvolvimento é possível a todos, ouvintes ou não ouvintes.

Continue navegando