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EDUCAÇÃO INCLUSIVA E DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

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1 
 
Disciplina: Educação inclusiva e dificuldades de aprendizagem 
Autores: Esp. Ana Paula Machuca Marcon 
Revisão de Conteúdos: Esp. Irajá Luiz da Silva / D.ra Maria Tereza Costa 
Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki 
Ano: 2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral 
ou de suas páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe 
da Assessoria de Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas 
solicitações poderá acarretar em cobrança de direitos autorais. 
 
 
 
2 
 
Ana Paula Machuca Marcon 
 
 
 
 
Educação inclusiva e dificuldades 
de aprendizagem 
1ª Edição 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2018 
Curitiba, PR 
Editora São Braz 
 
 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FICHA CATALOGRÁFICA 
 
 
MARCON, Ana Paula Machuca. 
Educação inclusiva e dificuldades de aprendizagem / Ana Paula Machuca 
Marcon. – Curitiba, 2018. 
57 p. 
Revisão de Conteúdos: Irajá Luiz da Silva / Maria Tereza Costa. 
Revisão Ortográfica: Juliano de Paula Neitzki. 
Material didático da disciplina de Educação Inclusiva e dificuldades de 
aprendizagem – Faculdade São Braz (FSB), 2018. 
 ISBN: 978-85-5475-235-4 
 
 
4 
 
PALAVRA DA INSTITUIÇÃO 
 
Caro(a) aluno(a), 
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! 
 
 Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, 
nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de 
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão 
Universitária. 
 A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e 
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do 
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas 
também brasileiros conscientes de sua cidadania. 
 Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar 
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as 
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão 
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e 
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e 
estudantes. 
 
 
 Bons estudos e conte sempre conosco! 
 Faculdade São Braz 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Apresentação da disciplina 
 
 Na disciplina de Educação Inclusiva e Dificuldades de Aprendizagem, 
serão feitas abordagens relacionadas às diferentes formas de inserção de alunos 
com necessidade educacionais especiais em classes regulares da educação 
básica, a forma como ocorre, a evolução da educação inclusiva no Brasil, os 
agentes envolvidos no processo e o papel da escola e da família, bem como a 
reflexão entre as teorias que embasam as leis e diretrizes e a prática (inclusiva 
ou não) que acontece dentro das escolas. 
 No segundo momento, faz-se importante conhecer a anatomia da 
aprendizagem, compreendendo o funcionamento do cérebro e das células do 
aprendizado. Também é proposta a análise dos fatores envolvidos no processo 
de ensino-aprendizagem e como influenciam positiva ou negativamente na 
aquisição dessa aprendizagem. Após, propomos a reflexão a respeito dos 
fatores relacionados às dificuldades para aprendizagem, apresentando a 
diferença entre transtorno e dificuldade e o conhecimento acerca dos transtornos 
de aprendizagem mais comuns em sala de aula. Por fim, algumas sugestões de 
estratégias para trabalhar com crianças com dificuldade para aprendizagem ou 
com transtorno de aprendizagem. 
 É importante ressaltar que o material apresenta reflexões e propostas de 
atividades que possibilitam a ampliação do conhecimento e a busca de respostas 
aos seus questionamentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Aula 1 - Concepções básicas sobre Educação Inclusiva e dificuldades de 
aprendizagem no processo de alfabetização 
 
 Nesta aula serão abordados os aspectos teóricos e práticos da 
educação inclusiva no Brasil e seu impacto no cotidiano escolar. O ponto de 
partida será em uma reflexão sobre os conceitos básicos da inclusão, seguido 
da análise de como acontece o processo inclusivo nas escolas, refletindo a 
respeito da teoria fundamentada nas leis para inclusão, comparando-as com a 
realidade prática dentro das salas de aulas. 
 Sabe-se que está muito longe de sermos uma sociedade inclusiva e 
tampouco de termos escolas que recebem os alunos com Necessidades 
Educacionais Especiais (NEE), com infraestrutura adequada, currículo adaptado 
e inclusivo, professores capazes de compreender e respeitar as diferenças e, 
sobretudo, usar do amor para promover um ambiente saudável, inclusivo e 
igualitário para todos. 
 
1.1 Concepções básicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.educarcursos.com.br/uploads/_thumb/cedoc_doc_15614/img15614_tlr3cep0wf5swy
shc6i3iwz0rhewugsz15fveb0ieucgklxem09j3aygfij56ralwnxkoc7hxk17ynhudgzizy8gwxjk6vklln1t.
jpg 
 
 Em 2007, com o decreto n. 6094, o Plano de Desenvolvimento da 
Educação-PDE apresentou um conjunto de ações a fim de garantir o acesso e 
permanência de alunos com deficiência no ensino regular, fornecendo apoio 
técnico e financeiro para a acessibilidade nas escolas da rede pública, sendo um 
 
 
7 
 
grande passo para o processo de construção da política nacional de educação 
especial que passa a ser definida como: 
 
A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos 
os níveis, etapas e modalidades, realiza atendimento educacional 
especializado, disponibiliza os recursos e serviços, orienta quanto à 
utilização e processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns 
do ensino regular. (BRASIL, 2008, p.21). 
 
 Assim sendo, a educação especial atende aos alunos com Deficiência, 
Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) / Transtorno do Espectro Autista 
(TEA) e Altas Habilidades ou Superdotação, assegurando o acesso às salas 
regulares. 
 
Para Refletir 
Mas então, o que significa inclusão escolar? 
 
 
 
 
Maria Teresa Eglér Mantoan, em seu livro Inclusão Escolar: O que é? Por 
quê? Como fazer? Descreve a inclusão escolar como: 
 
“(...) uma inovação que implica um esforço de modernizar e reestruturar 
a natureza atual da maioria de nossas escolas. Isso acontece à medida 
que as instituições de ensino assumem que as dificuldades de alguns 
alunos não são apenas deles, mas resultam, em grande parte, do modo 
como o ensino é ministrado e de como a aprendizagem é concebida e 
avaliada”. (MANTOAN, 2015). 
 
 
 Esse é o desafio! Reestruturar a escola de forma a reconhecer a sua 
responsabilidade dentro das necessidades educacionais especiais. Criar um 
ambiente inclusivo é mais do que dispor de espaços adaptados e professores 
especializados, é atender as diferenças de forma transformadora em que 
TODOS os alunos sejam incluídos. 
 
 
8 
 
Ví deo 
O vídeo Papo Especial ¼- Inclusão traz uma reflexão em 
relação à construção de uma escola para todos e sobre a 
importância de oportunizar às crianças pequenas o convívio 
com as diferenças, pois é na infância que os relacionamentos 
sociais se iniciam. É preciso preparar as escolas para receber 
todos os alunos “com ou sem laudos” para adequar o currículo 
de forma que ninguém fique de fora das atividades. Sugere que 
o profissional da educação se abra para entender e conhecer 
as diferenças para poder ser verdadeiramente colaborativo. 
https://www.youtube.com/watch?v=m-24NMBT0vs 
 
1.2 Um olhar sobre a Inclusão no Brasil 
 
 Quando falamos em Educação Inclusiva, é importante analisar dois 
pontos: a inclusão teórica- aquela embasada nas leis, pareceres e declarações 
e a inclusão prática- a que acontece (ou não) nas escolas dentro das salas de 
aula. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://movimentopelamoradia.com.br/wp-content/uploads/2014/03/EDUCACAO_INCLUSIVA_2006.jpg 
 
 O Ministério da Educação vem apontando, nos últimos anos, um 
crescimento significativo nas matrículas da educação especial nas classes 
comuns do ensino regular. Estão em classes comuns estudantes com 
Deficiência, Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) / Transtorno do 
Espectro Autista (TEA) e Altas Habilidades ou Superdotação, isso, devido às 
políticas de inclusão implementadas pelo governo federal. 
 
 
9 
 
Vocabula rio 
Deficiência: considera-se alunos com deficiência àqueles 
que têm impedimentos de longo prazo, de natureza física, 
mental, intelectual ou sensorial, que em interação com 
diversas barreiras podem ter restringida sua participação 
plena e efetiva na escola e na sociedade. 
Transtornos globais do desenvolvimento: os alunos com 
transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que 
apresentam alterações qualitativas das interações sociais 
recíprocas e na comunicação, um repertório de interesses e 
atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se 
nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do 
autismo e psicose infantil. 
*Dentre os transtornos funcionais específicos estão: dislexia, 
disortografia, disgrafia, discalculia, transtorno de atenção e 
hiperatividade, entre outros. 
 Altas habilidades/superdotação: alunos com altas 
habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em 
qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: 
intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes. 
Também apresentam elevada criatividade, grande 
envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em 
áreas de seu interesse. (BRASIL, 2008). 
 
 
 Para minimizar as dificuldades de atendimento aos alunos com 
necessidades educacionais especiais, alguns programas do MEC preveem a 
acessibilidade nas escolas (recursos e adequações estruturais), salas de 
recursos multifuncionais (escolas públicas) e formação continuada em educação 
especial. 
 Em 2008, foi lançada a Política Nacional de Educação Especial na 
Perspectiva da Educação Inclusiva, aprovada por meio de emenda 
constitucional, com base na convenção da ONU sobre os direitos das pessoas 
com deficiência. De acordo com a convenção, devem ser assegurados sistemas 
educacionais inclusivos em todos os níveis. O Decreto nº 6.571, de 17 de 
setembro de 2008, dispõe sobre o atendimento educacional especializado. 
 A Declaração de Salamanca (1994) traz uma interessante e desafiadora 
concepção de Educação Especial, ao utilizar o termo: “pessoa com 
necessidades educacionais especiais” estendendo-o a todas as crianças ou 
http://portal.mec.gov.br/component/docman/?task=doc_download&gid=424&Itemid=
 
 
10 
 
jovens que têm necessidades decorrentes de suas características de 
aprendizagem. O princípio é que as escolas devem acolher a todas as crianças, 
incluindo às com deficiências, superdotadas, crianças que vivem nas ruas, que 
trabalham, de populações distantes, nômades, pertencentes a minorias 
linguísticas, étnicas ou culturais, de outros grupos desfavorecidos ou 
marginalizados. Para isso, sugere que se desenvolva uma pedagogia centrada 
na relação com a criança, capaz de educar com sucesso a todos, atendendo às 
necessidades de cada um, considerando as diferenças existentes entre elas. 
 
Para Refletir 
Mas será que todas essas políticas públicas garantem 
um atendimento de qualidade ao aluno com necessidades 
educacionais especiais? 
 
 
 
Saiba Mais 
Breve histórico da Inclusão no Brasil: 
✓ Constituição Federal (1988). 
✓ Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n. 
8.069/1990). 
✓ Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei n. 
9.394/1996). 
✓ Política Nacional para a Integração da Pessoa 
Portadora de Deficiência (Lei n.7.853/1989). 
✓ Plano Nacional de Educação (Lei n. 10.172/2001). 
✓ Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica (Resolução CNE/CEB n.02/2001). 
✓ Decreto n. 3.956/2001 que promulgou a Convenção 
interamericana para a eliminação de todas as formas 
de discriminação contra as pessoas portadoras de 
deficiência. 
 
 
 
 
 
11 
 
1.3 A inclusão no âmbito escolar e suas implicações no processo de 
ensino 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://www.wreducacional.com.br/img_cursos/prod/img_610x320/educacao/educacao-
inclusiva.jpg 
 
 
 Muitas leis e decretos garantem o acesso de alunos com necessidades 
educacionais especiais na educação básica regular, mas essas leis não podem 
garantir que dentro da escola ou mesmo da sala de aula, a inclusão ocorra com 
sucesso. Isso porque a educação não é feita só de leis no papel, ela é composta 
pelo agente humano, este é quem aplica e executa as leis. Dessa forma, os 
agentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem devem estar 
dispostos a, não apenas, receber alunos com necessidades educacionais 
especiais, mas preparar o ambiente, formar seus professores, compreender a 
dimensão das ações educativas e as consequências desastrosas a nível 
educacional, pessoal e social que a exclusão pode causar. 
Pensando em minimizar as questões negativas das barreiras para a 
inclusão, o MEC está, constantemente, elaborando materiais de orientação aos 
profissionais da educação. Um deles é o documento subsidiário à política de 
inclusão, elaborado pela Secretaria de Educação Especial em 2005, com 
objetivo de transformar as escolas públicas em espaços inclusivos de qualidade, 
apresentando reflexões críticas aos referenciais que fundamentam a educação 
 
 
12 
 
especial na perspectiva da coletividade, unindo ações entre a comunidade 
escolar e a rede de apoio à inclusão. 
 Até o momento da elaboração desse documento, o processo de inserção 
de alunos com necessidades educacionais especiais na educação básica regular 
havia passado por muitas experiências: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: http://inclusaosocialreal.blogspot.com/p/imagens.html 
 
As experiências vão desde a exclusão que ocorre quando os alunos são 
privados de ingressar direta ou indiretamente no ensino básico regular; a 
segregação, quando há a inserção do aluno em escolas especiais separadas 
das escolas para alunos sem necessidades educacionais especiais; a 
integração, processo de atendimento em salas exclusivas para alunos com NEE 
ou quando este aluno tem acesso à matrícula no sistema comum de ensino, mas 
este sistema não se modifica para atender às suas peculiaridades, 
 
 
13 
 
permanecendo inalterado, e a inclusão, a qual propõe o ensino em salas de aula 
de ensino regular com adaptações curriculares, métodos de ensino que atendam 
a todos os alunos de forma igualitária e adaptações estruturais. 
Pesquise 
Pesquise em que época o movimento de integração dos 
alunos com necessidades educacionais especiais teve início 
no Brasil, observando a forma como acontecia e quais 
motivos fizeram com que fosse substituído pela inclusão. 
 
Amplie Seus Estudos 
 
SUGESTÃO DE LEITURA 
 Leia Inclusão Escolar: Pontos e 
Contrapontos (Maria Teresa Eglér Mantoan 
e Valéria Amorim Arantes). O Livro 
apresenta os labirintos da inclusão escolar 
analisando, com muito rigor científico e 
competência, suas diferentes facetas. 
Aborda pontos polêmicos e controvertidos 
que vão desde as inovações propostas por 
políticas educacionais e práticas escolares 
que envolvem o ensino regular e especial, 
até as relações entre inclusão e integração 
escolar. 
 
 
1.4 O papel da escola X O papel da família na inclusão 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.ciadoslivros.com.br/meta/autor/maria-teresa-egler-mantoan
 
 
14 
 
Fonte: http://www.bomjesusdooeste.sc.gov.br/thumbs/394/1418876_resize_1500_840.png 
 Não podemos esperar a inclusão escolar sem que primeiro haja a união 
de todos os agentes envolvidos no processo de ensino e aprendizagem da 
criança ou jovem. A família é a primeira“sociedade” que a criança é inserida ao 
nascer, nela ela inicia seu aprendizado em conviver com os outros, e, dessa 
forma vai construindo sua identidade. Assim, a família inicia um processo que 
terá continuidade na escola. 
 A família e a escola devem caminhar juntas, com os mesmos princípios 
norteadores em relação aos objetivos que pretendem alcançar. 
 As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica enfatizam a 
participação da família para a ampliação total do educando desde a primeira 
etapa de educação. Conforme o Art. 22: “A Educação Infantil tem por objetivo o 
desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, afetivo, 
psicológico, intelectual, social, complementando a ação da família e da 
comunidade”. (BRASIL, 2010). 
 Essa relação se estende nos demais parágrafos do mesmo artigo, quando 
se lê: 
§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e do 
respeito mútuo em que se assenta a vida social devem iniciar-se na 
Educação Infantil e sua intensificação deve ocorrer ao longo da 
Educação Básica. § 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços 
promovendo ações a partir das quais as unidades de Educação Infantil 
sejam dotadas de condições para acolher as crianças, em estreita 
relação com a família, com agentes sociais e com a sociedade, 
prevendo programas e projetos em parceria, formalmente 
estabelecidos. (BRASIL, 2010). 
 
 
 Na prática, os casos de sucesso relacionados à inclusão vêm 
acompanhados de um grande suporte e atendimento prestado pelas famílias e 
acompanhados pela escola. A boa comunicação entre a escola e a família é 
fundamental para que os alunos que necessitam de atendimento educacional 
especializado possam evoluir em seu processo de aprendizado. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
1.5 Currículo Inclusivo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: https://cursosescon.com.br/uploads/33bf581a55c3af2bcb099323558f9113.jpg 
 
 Embora as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial na 
Educação Básica não deixem claro a forma que a adaptação curricular deve 
acontecer, considera que as dificuldades de aprendizagem mais simples ou 
transitórias na escola apareçam constantemente e podem ser resolvidas com 
ações pedagógicas diferenciadas, sem que necessitem de grandes adaptações. 
As mais complexas ou permanentes devem contar com uso de recursos e 
técnicas especiais, abordagens graduais e progressivas adaptações. Em casos 
singulares em que o aluno possua graves comprometimentos intelectuais ou 
múltiplos e não acompanhe o currículo da base comum, deverá ser 
proporcionado um currículo funcional que atenda às necessidades da vida 
prática, buscando meios úteis e práticos para favorecer o desenvolvimento das 
competências sociais, acesso ao conhecimento, à cultura e às formas de 
trabalho. Ainda, nesses casos, a escola deve promover avaliação e certificação 
diferenciadas, fundamentadas no histórico escolar e de desenvolvimento, de 
forma descritiva, contendo as habilidades e capacidades do aluno, baseada em 
avaliação pedagógica. 
 
 
16 
 
 É certo que a educação inclusiva precisa ser naturalizada na prática e não 
apenas no discurso. Sabemos que ainda há enormes desafios sobre o que é, 
como fazer e porque incluir, mas estamos caminhando, ainda que 
vagarosamente, para um entendimento e aceitação de que todos somos 
diferentes, e, de alguma forma, precisamos de adaptações e adequações em 
nossos “currículos diários”, para que possamos executar nossas tarefas com 
êxito. O processo de inclusão é lento, difícil, árduo, mas não impossível, devendo 
começar por cada um de nós e dentro de nós, para só depois transpor as 
barreiras físicas e mentais da ignorância. 
 
 
RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009 
 
 
Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação 
Básica, modalidade Educação Especial 
 
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o 
Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: 
 
Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino devem 
matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em 
centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições 
comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
Art. 2º O AEE tem como função complementar ou suplementar a formação do aluno por 
meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias que eliminem 
as barreiras para sua plena participação na sociedade e desenvolvimento de sua 
aprendizagem. 
 Parágrafo único. Para fins destas Diretrizes, consideram-se recursos de acessibilidade 
na educação aqueles que asseguram condições de acesso ao currículo dos alunos com 
deficiência ou mobilidade reduzida, promovendo a utilização dos materiais didáticos e 
pedagógicos, dos espaços, dos mobiliários e equipamentos, dos sistemas de comunicação e 
informação, dos transportes e dos demais serviços. 
Art. 3º A Educação Especial se realiza em todos os níveis, etapas e modalidades de 
ensino, tendo o AEE como parte integrante do processo educacional. 
Art. 4º Para fins destas Diretrizes considera-se público-alvo do AEE: I – Alunos com 
deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, 
mental ou sensorial. II – Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: aqueles que 
apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, 
comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-
se nessa definição alunos com autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, 
transtorno desintegrativo da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra 
 
 
17 
 
especificação. III – Alunos com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um 
potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas 
ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade. (*) Resolução 
CNE/CEB 4 
 Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da 
própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não 
sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de 
Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, 
confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação 
ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios. 
Art. 6º Em casos de Atendimento Educacional Especializado em ambiente hospitalar ou 
domiciliar, será ofertada aos alunos, pelo respectivo sistema de ensino, a Educação Especial 
de forma complementar ou suplementar. 
Art. 7º Os alunos com altas habilidades/superdotação terão suas atividades de 
enriquecimento curricular desenvolvidas no âmbito de escolas públicas de ensino regular em 
interface com os núcleos de atividades para altas habilidades/superdotação e com as 
instituições de ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da 
pesquisa, das artes e dos esportes. 
Art. 8º Serão contabilizados duplamente, no âmbito do FUNDEB, de acordo com o 
Decreto nº 6.571/2008, os alunos matriculados em classe comum de ensino regular público 
que tiverem matrícula concomitante no AEE. Parágrafo único. O financiamento da matrícula 
no AEE é condicionado à matrícula no ensino regular da rede pública, conforme registro no 
Censo Escolar/MEC/INEP do ano anterior, sendo contemplada: a) matrícula em classe 
comum e em sala de recursos multifuncionais da mesma escola pública; b) matrícula em 
classe comum e em sala de recursos multifuncionais de outra escola pública; c) matrículaem 
classe comum e em centro de Atendimento Educacional Especializado de instituição de 
Educação Especial pública; d) matrícula em classe comum e em centro de Atendimento 
Educacional Especializado de instituições de Educação Especial comunitárias, confessionais 
ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos 
professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação 
com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface 
com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários ao 
atendimento. 
Art. 10. O projeto pedagógico da escola de ensino regular deve institucionalizar a oferta 
do AEE prevendo na sua organização: I – sala de recursos multifuncionais: espaço físico, 
mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos 
específicos; II – matrícula no AEE de alunos matriculados no ensino regular da própria escola 
ou de outra escola; III – cronograma de atendimento aos alunos; IV – plano do AEE: 
identificação das necessidades educacionais específicas dos alunos, definição dos recursos 
necessários e das atividades a serem desenvolvidas; V – professores para o exercício da 
docência do AEE; VI – outros profissionais da educação: tradutor e intérprete de Língua 
Brasileira de Sinais, guia-intérprete e outros que atuem no apoio, principalmente às atividades 
de alimentação, higiene e locomoção; VII – redes de apoio no âmbito da atuação profissional, 
da formação, do desenvolvimento da pesquisa, do acesso a recursos, serviços e 
equipamentos, entre outros que maximizem o AEE. 2 Parágrafo único. Os profissionais 
referidos no inciso VI atuam com os alunos público alvo da Educação Especial em todas as 
atividades escolares nas quais se fizerem necessários. 
Art. 11. A proposta de AEE, prevista no projeto pedagógico do centro de Atendimento 
Educacional Especializado público ou privado sem fins lucrativos, conveniado para essa 
finalidade, deve ser aprovada pela respectiva Secretaria de Educação ou órgão equivalente, 
contemplando a organização disposta no artigo 10 desta Resolução. Parágrafo único. Os 
centros de Atendimento Educacional Especializado devem cumprir as exigências legais 
estabelecidas pelo Conselho de Educação do respectivo sistema de ensino, quanto ao seu 
credenciamento, autorização de funcionamento e organização, em consonância com as 
orientações preconizadas nestas Diretrizes Operacionais. 
 
 
18 
 
Art. 12. Para atuação no AEE, o professor deve ter formação inicial que o habilite para 
o exercício da docência e formação específica para a Educação Especial. 
Art. 13. São atribuições do professor do Atendimento Educacional Especializado: I – 
identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e 
estratégias considerando as necessidades específicas dos alunos público-alvo da Educação 
Especial; II – elaborar e executar plano de Atendimento Educacional Especializado, avaliando 
a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade; III – 
organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais; 
IV – acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de 
acessibilidade na sala de aula comum do ensino regular, bem como em outros ambientes da 
escola; V – estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais na elaboração de estratégias e 
na disponibilização de recursos de acessibilidade; VI – orientar professores e famílias sobre 
os recursos pedagógicos e de acessibilidade utilizados pelo aluno; VII – ensinar e usar a 
tecnologia assistiva de forma a ampliar habilidades funcionais dos alunos, promovendo 
autonomia e participação; VIII – estabelecer articulação com os professores da sala de aula 
comum, visando à disponibilização dos serviços, dos recursos pedagógicos e de 
acessibilidade e das estratégias que promovem a participação dos alunos nas atividades 
escolares. 
Art. 14. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as 
disposições em contrário. 
Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf 
 
 
1.6 Dificuldades de aprendizagem no processo de alfabetização 
 
Para definir dificuldades de aprendizagem, primeiro precisamos passar 
pelo conceito do que é aprendizagem. Estudos comprovam que não há dúvida 
de que o ato de aprender está sediado no sistema nervoso central – SNC, onde 
ocorrem modificações funcionais de ordem genética do indivíduo ou associado 
ao ambiente em que ele está inserido. Há ainda uma complexa rede de funções 
sensitivo-sensorial e motora-práxica controlada pelo afeto e pela cognição 
associadas ao ato de aprender. 
 As alterações funcionais e neuroquímicas envolvidas no processo 
produzem modificações mais ou menos permanentes no sistema nervoso central 
- SNC e a isso se dá o nome aprendizagem. Portanto, o ato de aprender é um 
ato de plasticidade cerebral modulado por fatores intrínsecos - questões de 
ordem genéticas e extrínsecas - por meio de experiências vividas. 
A partir desse conceito de aprendizagem pode-se dizer que dificuldades 
para aprendizagem são resultado de alguma falha intrínseca ou extrínseca 
desse processo ou de ambas. Usamos o termo dificuldades de aprendizagem 
para abranger um grupo heterogêneo de problemas capazes de alterar as 
possibilidades de a criança aprender, independentemente de suas condições 
http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/diretrizes.pdf
 
 
19 
 
neurológicas para fazê-lo. Já a expressão transtornos de aprendizagem deve 
ser reservada para aquelas dificuldades primárias ou específicas que são 
resultados de alterações do sistema nervoso central e que constituem os 
transtornos capazes de comprometer o desenvolvimento. 
 As dificuldades de aprendizagem são mais percebíveis no período de 
alfabetização, quando a criança necessita fazer inúmeras associações para 
conseguir aprender a ler e escrever. Dessa forma, o professor deve estar atendo 
a qualquer sinal de dificuldade que a criança possa demonstrar e avisar a equipe 
pedagógica e familiares, podendo assim ser encaminhada para um profissional 
habilitado para diagnosticá-la. 
 
RESUMO DA AULA 1 
 
Nesta aula foram apresentados o conceito de inclusão, um breve histórico 
da educação especial no Brasil e de como ela é compreendida, os documentos 
legais que amparam a educação inclusiva, as diferentes abordagens ao longo 
do tempo, a importância da família no processo de inclusão e as dificuldades de 
aprendizagem no processo de alfabetização. 
 
 
Atividade de Aprendizagem 
Com base em seus estudos produza um texto a respeito da 
inclusão escolar nos dias de hoje, estabelecendo um paralelo 
entre o que a teoria prevê e o que acontece na prática dentro 
das escolas de educação básica. Reflita sobre o papel da 
família, dos profissionais e das políticas públicas como agentes 
do processo de inclusão. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
AULA 2 - Inclusão escolar e o processo de alfabetização 
 
Fonte: http://www.cubatao.sp.gov.br/arquivos/noticias/thumb/2017_8_1_16_53_2_65375.jpg 
 Sabemos que a inclusão, além de lei, é necessária para garantir o 
direito de todos os alunos a frequentarem escolas regulares, mas a lei, por si só, 
não basta. É preciso que a comunidade escolar se conscientize da importância 
e dos benefícios que a inclusão traz para a escola, para os alunos e para a 
sociedade. 
 Para que a inclusão seja eficiente, ou seja, que os alunos que 
necessitam de Atendimento Educacional Especializado (AEE) se beneficiem 
dele, é preciso compreender a necessidade de cada um. Essas necessidades 
muitas vezes são de aprendizagem, outras podem ser biológicas, físicas, 
neurológicas etc., mas trataremos, com maior ênfase, as necessidades que 
interferem no processo de aprendizagem. Antes, porém,é preciso saber como 
acontece esse processo no cérebro, analisar o que pode estar interferindo e, 
então, tentar corrigir. Muitas das dificuldades para a aprendizagem que os alunos 
apresentam podem ser amenizadas com ações pedagógicas eficazes, basta 
conhecer para poder auxiliar. 
 
 
http://www.cubatao.sp.gov.br/arquivos/noticias/thumb/2017_8_1_16_53_2_65375.jpg
 
 
21 
 
2.1 Anatomia da aprendizagem 
 
 O aprendizado, sob o ponto de vista neuropediátrico, acontece no 
cérebro, mas é evidente que existam outros componentes envolvidos neste 
processo como: o ambiente, o aprendiz, o professor, o estado emocional da 
criança e muitos outros. No cérebro, ele acontece no Sistema Nervoso Central- 
SNC que engloba: o cérebro, o cerebelo e a medula. Também não podemos 
deixar de ressaltar a importância da memória para o aprendizado, pois quando 
uma informação é recebida ela gera uma lembrança que nada mais é do que 
uma memória e, ao chegar ao sistema nervoso central uma informação 
inteiramente nova, ela nada evoca, mas produz uma mudança na estrutura e na 
função do SNC, isto é um aprendizado. 
 Nesta aula vamos compreender as bases anatômicas gerais do SNC 
relacionadas com a aprendizagem normal. 
 
APRENDIZADO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: elaborado pelo autor (2018). 
Informação 
nova
Lembrança 
Memória
Mudança na 
estrutura e 
na função do 
SNC
Aprendizado
 
 
22 
 
 
 
 
 
Como acontece a aprendizagem no SNC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: elaborada pelo autor (2018) 
 
 O cérebro está localizado dentro da caixa craniana, faz parte do SNC, 
para onde convergem todas as informações que recebemos. Ele comanda as 
atividades como o controle das ações motoras, a integração dos estímulos 
sensoriais e as atividades neurológicas como a memória e a fala. O cérebro é 
formado por dois tecidos superpostos. O córtex cerebral: externo, mais 
extenso, de coloração cinza, composto pelos corpos celulares dos neurônios e 
outras células nervosas e o núcleo central: tecido de coloração branca, rico 
em fibras nervosas, que estabelecem comunicação entre o córtex cerebral, os 
órgãos sensoriais e os músculos de todo o corpo. 
 O cerebelo é responsável pelo equilíbrio, tônus musculares, coordenação 
motora, foco, atenção e manutenção da atenção, aprendizagem e linguagem. 
 A medula é responsável pelas aprendizagens motoras e encarregada de 
transmitir impulsos aferentes e eferentes do SNC. Dentro dela há uma 
substância cinzenta (onde estão os neurônios) e fora, uma substância branca 
(onde estão as vias neurais). 
 
Aprendizagem 
SNC
Cérebro Cerebelo Medula
 
 
23 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sistema Nervoso Central 
Fonte: https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso-central/ 
 
 
O Sistema Nervoso Central (SNC) é responsável por 
receber e transmitir informações para todo o organismo. 
Podemos compará-lo a uma central de comando que 
transmite ordens e informações e coordena as atividades 
do corpo todo. 
 
 
Importante 
 
Neuroplasticidade é um conceito que passa por mudanças. É a 
capacidade de regeneração ou de recuperação funcional das 
células nervosas. 
 
 
https://www.todamateria.com.br/sistema-nervoso-central/
 
 
24 
 
 
Sabendo que o SNC recebe e transmite as informações para o restante 
do corpo, é importante saber as células envolvidas nesse processo, as 
denominadas células do aprendizado. São elas: Neurônios: muito numerosos, 
próximo de 100 bilhões, com diferentes formas e funções. Sua capacidade 
específica é de aprender. Comunicam-se entre si e com outras células. Células 
gliais: são 10 a 15 vezes mais numerosas que os neurônios, modificam-se com 
a chegada de novas informações do SNC, participam da neurotransmissão e dos 
mecanismos celulares do aprendizado. 
 Outra forma de entender a organização neuroanatômica é fundamentada 
no esquema proposto pelo neuropsicólogo russo Alexander Romanovich 
Luria: apesar de cada hemisfério ter as suas peculiaridades, o cérebro funciona 
como um todo no que se refere à condição e conduta do indivíduo. 
 Segundo Lúria, há três sistemas micro funcionais: 
Importante 
 
Para o domínio da anatomia da aprendizagem é necessário o 
conhecimento do funcionamento do cérebro das crianças e dos 
aspectos maturacionais. À medida que elas crescem, se 
desenvolvem e aprendem. Diferentes aprendizados ocorrem 
em diferentes locais, mas também são consolidados em 
diferentes momentos. Além disso, os aprendizados não são 
uniformes em seu conteúdo e podem ter componentes oriundos 
de diferentes áreas. 
 
 
 
2.2 Dificuldades para aprendizagem 
 
 Até o momento, estudamos as estruturas cerebrais envolvidas no 
processo de aprendizagem. Quando estas estruturas estão funcionando 
corretamente, a aprendizagem acontece de forma normal e natural. As 
dificuldades para a aprendizagem não acontecem somente no sistema nervoso 
central. Um cérebro com estrutura normal, com condições funcionais e 
neuroquímicas corretas e com um elenco genético adequado, não garante 100% 
 
 
25 
 
de um aprendizado normal, pois sabemos que para que o cérebro aprenda 
normalmente, são necessárias situações adequadas de origem interna e 
externa. As situações internas estão relacionadas com as condições do próprio 
corpo, com a integridade anatomofuncional, cognitiva e com a estruturação e 
organização dos estímulos. As situações externas estão relacionadas com o 
campo dos estímulos. 
 Os problemas psicomotores perceptivos, gnósticos, práxico-afetivos e 
socioafetivos constituem as dificuldades a serem vencidas por todas as crianças 
e não só por aquelas que apresentam dificuldades, sendo que para a criança 
com dificuldade, no entanto, é mais difícil superá-los. Muitos desses problemas 
serão resolvidos se as técnicas pedagógicas usadas para as crianças forem 
aplicadas largamente no ensino regular. 
 
Vocabula rio 
Práxicas: correspondem às áreas motora primária, área 
suplementar e córtex pré-motor. São responsáveis por 
integrar as funções mentais e motoras para que ocorra a 
elaboração gestual com os movimentos adquiridos pelo 
aprendizado. 
Gnosias: faculdade de percepção e reconhecimento de 
objetos e sensações. 
 
 Os números assustadores que representam o fracasso escolar, a evasão 
escolar e a reprovação escolar, têm chamado atenção de diversos estudiosos e 
especialistas em diferentes áreas e apontam que a identificação precoce dos 
problemas envolvidos pode ser capaz de auxiliar, corretamente, o atendimento 
em cada caso. 
 A definição das dificuldades para aprendizagem passa, em primeiro lugar, 
pelo conhecimento da aprendizagem. Mas não há dúvida de que o ato de 
aprender está aliado ao sistema nervoso central, onde ocorrem modificações 
funcionais e condutais que dependem do contingente genético de cada criança, 
 
 
26 
 
associado ao ambiente onde está inserida. O ambiente é responsável pelo 
aporte sensitivo-sensorial. 
 O ato de aprender é um ato de plasticidade cerebral modulado por fatores 
intrínsecos genéticos e extrínsecos experienciais. 
 Dificuldades para aprendizagem é um termo genérico que abrange um 
grupo heterogêneo de problemas capazes de alterar a possibilidade de a criança 
aprender, independentemente de suas condições neurológicas para fazê-lo. 
 A expressão transtornos de aprendizagem deve ser reservada para 
aquelas dificuldades primárias ou específicas que são resultado de alterações 
no sistema nervoso central e que constituem os transtornos capazes de 
comprometer o desenvolvimento. 
 
Para Refletir 
Por que algumas crianças com condições de aprendizagem 
iguais apresentam resultados acadêmicos diferentes? 
 
 
 
Ví deo 
Interpretando o problema - Dificuldades de aprendizagem 
Este vídeo trazexemplos comuns de alunos com dificuldades 
de aprendizagem e mostra como pode haver erros de 
interpretação do problema, e como precisamos estar atentos à 
necessidade de cada um e não “rotular” os alunos. 
Link: https://www.youtube.com/watch?v=2IKlsW15vLY 
 
 Os fatores envolvidos nas dificuldades para aprendizagem podem 
ser divididos em: 
https://www.youtube.com/watch?v=2IKlsW15vLY
 
 
27 
 
1. Fatores relacionados com a escola: para que a criança tenha um bom 
aproveitamento escolar, é fundamental que a escola crie situações e ofereça 
condições físicas, com salas de aula e ambiente seguro, ventilado, com boa 
iluminação, condições pedagógicas, com disponibilidade de material didático 
adequado para cada faixa etária e condições do corpo docente no que se refere 
à motivação, dedicação e qualificação aos professores. 
2. Fatores relacionados com a família: a família deve oferecer condições 
para que aprendizagem ocorra com sucesso. Alguns fatores como a 
escolaridade dos pais, hábito de leitura, estimulação pedagógica, condições 
socioeconômicas, histórico familiar de alcoolismo e uso de drogas, 
comportamentos antissociais e outros fatores de riscos familiares, podem 
interferir no processo de ensino e aprendizagem da criança. 
3. Fatores relacionados com a criança: nos fatores que se relacionam a 
criança deve se distinguir problemas físicos em geral, transtornos 
psiquiátricos, deficiência intelectual e patologias neurológicas. Os 
problemas físicos são as dificuldades sensoriais como visuais e auditivas ou 
problemas hereditários e congênitos como doenças crônicas. Dentro dos 
problemas psicológicos encontram-se situações prévias de fundo psicológico, 
que constituem um fator agravante para o aprendizado como timidez, 
insegurança, ansiedade, baixa autoestima, necessidade de afirmação ou falta de 
motivação. Também podemos encontrar transtornos psíquicos envolvidos. 
Dentro dos problemas neurológicos podemos encontrar a paralisia cerebral e a 
epilepsia. 
 É importante que a escola, ao detectar qualquer situação que apresente 
dificuldade para aprendizagem de uma criança, chame os pais ou responsáveis 
e solicite o encaminhamento a um profissional responsável e capacitado para 
que possa fazer a correta avaliação de sua dificuldade e, na sequência, 
apresente um retorno à escola para que esta saiba a melhor forma de trabalhar 
com a criança. Somente com um trabalho na tríade família-escola-profissional é 
que se torna possível fazer com que as crianças atinjam o seu potencial máximo 
para a aprendizagem. 
 
 
 
 
28 
 
Saiba Mais 
O objetivo deste ícone é expandir o conhecimento do aluno, 
apresentando um conteúdo que esteja diretamente 
relacionado à temática estudada. Poderá ser um fragmento 
de um artigo, uma reportagem, textos, biografia de alguma 
personalidade citada no material, entre outros. No caso de 
reportagem ou artigo, fazer somente uma breve chamada e 
indicar o link de acesso para a leitura de cada um. 
 
 
 
 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia a obra de Nádia A. Bossa na qual ela 
responde a perguntas de pais, professores, 
psicopedagogos, crianças e adolescentes. 
Por meio da linguagem utilizada e das 
ilustrações cuidadosamente elaboradas, a 
autora auxilia o adulto a promover um efeito 
terapêutico junto à criança ou ao 
adolescente. 
 
 
 
Resumo da aula 2 
 
 Nesta aula conhecemos a anatomia da aprendizagem, compreendendo 
onde ocorre o processo, o funcionamento do cérebro e das células de 
aprendizagem: neurônios e células gliais. Também apresentamos os diferentes 
componentes que contribuem ou interferem no processo de ensino-
aprendizagem, encerrando com a compreensão dos fatores envolvidos nas 
dificuldades para a aprendizagem que podem ser relacionados com a escola, 
com a família e com a criança. 
 
 
29 
 
Atividade de Aprendizagem 
Ao deparar-se, em sua prática, com uma criança que está 
apresentando dificuldades para a aprendizagem, como você 
reagiria? Quais estratégias utilizaria para fazer um diagnóstico 
inicial? E qual prática pedagógica adotaria para auxiliá-la? 
 
 
AULA 3 - Estudo das principais dificuldades para aprendizagem 
encontradas no período de alfabetização 
 
 Atualmente existe uma preocupação com o número de crianças que vem 
repetindo os anos iniciais, ou seja, na fase de alfabetização. Esse número 
significativo de crianças, que apresentam dificuldades escolares, nos mostra que 
há uma distância considerável entre a possibilidade de a criança aprender e as 
técnicas de ensino utilizadas para a fase de aquisição da leitura e da escrita. No 
período de alfabetização, é importante a aquisição de pré-requisitos 
relacionados com a capacidade das funções perceptivas e motoras da criança, 
por meio de experiências que lhes permitam formar estruturas mentais 
indispensáveis para a aprendizagem posterior, possibilitando à criança, 
relacionar sua vivência com a situação abstrata em cada momento. Para que a 
aprendizagem aconteça, é necessário prestar atenção na estreita relação entre 
os aspectos intelectuais e afetivos, com os aspectos motores e com as 
experiências corporais da criança. Uma vez que nessa faixa etária a criança 
aprende por meio de atividades lúdicas e cinestésicas sensoriais. 
Estudos mostram que é importante realizar uma avaliação para verificar a 
prontidão da criança para alfabetização, definindo o estado de prontidão como 
aquele que se integra ao potencial da linguagem e ao nível de experiência 
adequado da criança. Deve ter enfoque multidisciplinar das dificuldades de 
aprendizagem. 
 Como vimos na aula dois, “dificuldades para a aprendizagem” é um termo 
genérico, que abrange um grupo heterogêneo de problemas capazes de alterar 
as possibilidades de a criança aprender, independentemente de suas condições 
neurológicas para fazê-lo. As falhas na dificuldade para aprendizagem podem 
 
 
30 
 
ser intrínsecas ou extrínsecas. As falhas intrínsecas, por sua vez, podem ser 
primárias ou secundárias. 
 Vimos também que existem fatores envolvidos nas dificuldades para a 
aprendizagem que são relacionados à família, à escola e à criança. Diferentes 
fatores contribuem para as dificuldades de aprendizagem: 
 
➢ Fatores orgânicos: vão desde a integridade dos órgãos dos sentidos até 
os problemas de desnutrição proteica. 
➢ Fatores específicos: adequação perceptomotora e os problemas de 
análise e síntese, todos com íntima relação com situações como lateralidade mal 
estabelecida e falta de condicionamento do esquema corporal. 
➢ Fatores psicogênicos: de origem psíquica ou genética. 
➢ Fatores ambientais: as possibilidades oferecidas por seu meio, a 
quantidade e qualidade de materiais e a qualidade dos estímulos ofertados à 
criança. 
 Portanto, para o atendimento de crianças com dificuldades para a 
aprendizagem, é necessária uma equipe multidisciplinar, para que possa 
entender a criança como um ser global. Por exemplo: as dificuldades sensitivas 
sensoriais devem ser atendidas por um fonoaudiólogo, otorrinolaringologista ou 
oftalmologista; as dificuldades perceptomotoras, por um psicopedagogo ou 
psicomotricista; as dificuldades motoras por um fisioterapeuta, psicomotricista ou 
terapeuta ocupacional; as dificuldades psicológicas por um psicólogo ou 
psiquiatra e as sociais pelo sistema social que dá apoio à família. O tratamento 
deverá ser feito de acordo com o diagnóstico e os problemas que estão 
interferindo na aprendizagem escolar. 
 É muito importante ficarmos atentos a quantidade de crianças que têm 
sido atendidas por neurologistas, psiquiatras e outros profissionais, pois é 
necessário usar de bom senso e de um diagnóstico bastante detalhado para 
observação da necessidade real de atendimento e principalmente de intervenção 
medicamentosa a essas crianças. Nesse momento, conta-se com o 
imprescindível olhar amoroso do professor que poderáentrar em contato com os 
profissionais e passar as informações necessárias para o auxílio no diagnóstico 
preciso de cada caso. 
 
 
 
31 
 
3.1 Dificuldades para aprendizagem ou Transtornos de aprendizagem? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:https://i.uai.com.br/TIgfjLIRArmT3poOwPeDSJy8Hhg=/imgsapp2.uai.com.br/app/noticia_
133890394703/2016/05/31/190119/20160425125810751389e.jpg 
 
As dificuldades específicas para aprendizagem se referem aquelas 
situações que ocorrem com a criança que não consegue um grau de 
adiantamento escolar compatível com sua capacidade cognitiva e que não 
apresenta problemas auditivos, visuais, sensoriais ou psicológicos importantes, 
que possam explicar tais dificuldades. É preciso cuidar com os termos utilizados 
tais como: distúrbios, dificuldades, problemas, descapacidades, transtornos etc., 
que são muitas vezes aplicados de forma errônea. 
 As dificuldades de aprendizagem podem ser chamadas de percurso, 
causadas por problemas da escola ou da família, que nem sempre oferecem 
condições adequadas para o sucesso da criança, ou as dificuldades que a 
própria criança possa apresentar em algum momento de sua vida, além de 
problemas psicológicos ou de baixa autoestima que pode apresentar ao longo 
de sua vida. 
 As dificuldades podem ser secundárias a outros quadros e 
diagnosticáveis como alterações das funções sensoriais, doenças crônicas, 
transtornos psiquiátricos, deficiência intelectual, doença neurológica. Os quadros 
mais frequentes, que causam dificuldade para aprendizagem, são a paralisia 
cerebral, o transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH), a deficiência 
intelectual, o transtorno do espectro autista e a epilepsia. 
 
 
32 
 
 Os transtornos de aprendizagem compreendem uma inabilidade 
específica como de leitura, escrita, linguagem ou matemática em indivíduos que 
apresentam resultados significativamente abaixo do esperado para o seu nível 
de desempenho, escolaridade e capacidade intelectual. O transtorno de 
aprendizagem pode ser suspeitado naquela criança que apresenta algumas 
características como: inteligência normal, ausência de alterações motoras ou 
sensoriais, bom ajuste emocional e nível sócio-econômico-cultural aceitável. 
 Atualmente a descrição dos transtornos de aprendizagem pode ser 
encontrada nos manuais de diagnóstico como a Classificação Internacional de 
Doenças - 10ª versão (CID-10) e o Manual Diagnóstico e Estatístico de 
Transtornos Mentais, 5ª edição (DSM-V). O transtorno específico da 
aprendizagem, é um transtorno do neurodesenvolvimento, com uma origem 
biológica que é a base das anormalidades no nível cognitivo, as quais são 
associadas com as manifestações comportamentais. A origem biológica inclui 
uma interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais que influenciam 
a capacidade do cérebro para perceber ou processar informações verbais ou 
não verbais, com eficiência e exatidão. Conforme o DSM-V, 
 
Transtornos do Neurdesenvolvimento são um grupo de condições com 
início no período do desenvolvimento. Os transtornos tipicamente se 
manifestam cedo no desenvolvimento, em geral antes de a criança 
ingressar na escola, sendo caracterizados por déficits no 
desenvolvimento que acarretam prejuízos no funcionamento pessoal, 
social, acadêmico ou profissional. Os déficits de desenvolvimento 
variam desde limitações muito específicas na aprendizagem ou no 
controle de funções executivas até prejuízos globais em habilidades 
sociais ou inteligência. (DSM V, 2014). 
 
 
 Nos transtornos de aprendizagem os padrões normais da aquisição de 
habilidades estão perturbados desde os órgãos iniciais do desenvolvimento, ou 
seja, não são adquiridos em decorrência da falta de estimulação acadêmica ou 
de qualquer forma de traumatismo ou doença cerebral. Faz-se necessário 
diferenciar os transtornos, das variações normais nas realizações escolares. De 
uma maneira geral, para classificar um transtorno, utiliza-se os manuais 
disponíveis e deve-se considerar que o grau de comprometimento deste deve 
estar substancialmente abaixo do esperado para uma criança com a mesma 
idade e nível de escolarização. Será um transtorno quando: 
 
 
33 
 
➢ O transtorno está presente desde os primeiros anos de escolaridade; 
➢ O transtorno persiste, apesar do atendimento específico adequado; 
➢ A avaliação cognitiva afastou deficiência intelectual, foram afastadas 
causas como dificuldades de percurso ou secundárias e existe história de 
antecedentes familiares com dificuldades para aprendizagem. 
 
Saiba Mais 
Transtorno Específico da Aprendizagem - Critérios 
Diagnósticos 
 A. Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades 
acadêmicas, conforme indicado pela presença de ao menos 
um dos sintomas a seguir que tenha persistido por pelo 
menos 6 meses, apesar da provisão de intervenções 
dirigidas a essas dificuldades: 1. Leitura de palavras de forma 
imprecisa ou lenta e com esforço (p. ex., lê palavras isoladas 
em voz alta, de forma incorreta ou lenta e hesitante, 
frequentemente adivinha palavras, tem dificuldade de 
soletrá-las). 2. Dificuldade para compreender o sentido do 
que é lido (p. ex., pode ler o texto com precisão, mas não 
compreende a sequência, as relações, as inferências ou os 
sentidos mais profundos do que é lido). 3. Dificuldades para 
ortografar (ou escrever ortograficamente) (p. ex., pode 
adicionar, omitir ou substituir vogais e consoantes). 4. 
Dificuldades com a expressão escrita (p. ex., comete 
múltiplos erros de gramática ou pontuação nas frases; 
emprega organização inadequada de parágrafos; expressão 
escrita das ideias sem clareza). 5. Dificuldades para dominar 
o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo (p. ex., 
entende números, sua magnitude e relações de forma 
insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de 
um dígito em vez de lembrar o fato aritmético, como fazem 
os colegas; perde-se no meio de cálculos aritméticos e pode 
trocar as operações). 6. Dificuldades no raciocínio (p. ex., 
tem grave dificuldade em aplicar conceitos, fatos ou 
operações matemáticas para solucionar problemas 
quantitativos). B. As habilidades acadêmicas afetadas estão 
substancial e quantitativamente abaixo do esperado para a 
idade cronológica do indivíduo, causando interferência 
significativa no desempenho acadêmico ou profissional ou 
nas atividades cotidianas, confirmada por meio de medidas 
de desempenho padronizadas administradas 
individualmente e por avaliação clínica abrangente. Para 
indivíduos com 17 anos ou mais, história documentada das 
 
 
34 
 
dificuldades de aprendizagem com prejuízo pode ser 
substituída por uma avaliação padronizada. 
C. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante os 
anos escolares, mas podem não se manifestar 
completamente até que as exigências pelas habilidades 
acadêmicas afetadas excedam as capacidades limitadas do 
indivíduo (p. ex., em testes cronometrados, em leitura ou 
escrita de textos complexos longos e com prazo curto, em 
alta sobrecarga de exigências acadêmicas). 
D. As dificuldades de aprendizagem não podem ser 
explicadas por deficiências intelectuais, acuidade visual ou 
auditiva não corrigida, outros transtornos mentais ou 
neurológicos, adversidade psicossocial, falta de proficiência 
na língua de instrução acadêmica ou instrução educacional 
inadequada. Nota: Os quatro critérios diagnósticos devem 
ser preenchidos com base em uma síntese clínica da história 
do indivíduo (do desenvolvimento, médica, familiar, 
educacional), em relatórios escolares e em avaliação 
psicoeducacional. 
Fonte: DSM-V p.107/108 
 
3.1.1 Transtorno de leitura é caracterizado por uma dificuldade específica em 
compreender palavras escritas. Desta forma, pode-se afirmar que se trata de um 
transtorno específico de habilidades da leitura, em que foram eliminadas todas 
as outras causas. 
 
3.1.2 Transtorno de matemática, também conhecido como discalculia,não é 
relacionado à ausência de habilidades matemáticas básicas como contagem e 
sim a forma com que a criança associa as suas habilidades com o mundo que a 
cerca. A aquisição dos conceitos matemáticos, bem como o raciocínio, é afetada 
nesse transtorno cuja, baixa capacidade para manejar números e conceitos 
matemáticos não é originária por lesão ou outra causa orgânica. 
 
3.1.3 Transtorno da expressão escrita refere-se apenas a ortografia e 
caligrafia, na ausência de outras dificuldades da expressão escrita neste 
transtorno. Geralmente é uma combinação de dificuldades na capacidade de 
compor textos escritos, evidenciada por erros de gramática, pontuação dentro 
das frases, organização dos parágrafos e múltiplos erros de ortografia, na 
ausência de outros prejuízos na expressão escrita. 
 
 
 
35 
 
3.2 Dificuldades para a aprendizagem e transtornos da aprendizagem mais 
frequentes na fase de alfabetização 
 
 As dificuldades para aprendizagem geralmente são percebidas na fase 
inicial da alfabetização, na qual a criança apresenta certa lentidão ou não 
consegue adquirir as habilidades de leitura e escrita. 
 Para compreendermos melhor, dividimos as dificuldades para 
aprendizagem em primárias e secundárias: 
 As dificuldades para a aprendizagem primárias seriam aquelas cuja 
causa ainda não pode ser atribuída a elementos psiconeurológicos, bem 
estabelecidos ou esclarecidos. Seriam considerados os transtornos de leitura, 
da matemática, da expressão escrita, bem como os transtornos da 
linguagem falada, os quais englobam tanto os transtornos da linguagem 
expressiva e mista. 
 As dificuldades para aprendizagem secundárias seriam aquelas 
consequentes de alterações biológicas específicas e bem estabelecidas e de 
alterações comportamentais emocionais bem esclarecidas. 
Converse Com Seus Colegas 
Em sua prática, quais as dificuldades mais comuns que você 
percebe em seus alunos e/ou pessoas próximas? 
 
 
 Os transtornos mais frequentes percebidos em sala de aula, na fase de 
alfabetização, são os transtornos de linguagem oral, da linguagem escrita, 
da matemática e da atenção. 
 Linguagem é a capacidade humana de se comunicar por meio de um 
código simbólico adquirido, que permite transmitir seus pensamentos, ideias e 
emoções. É a forma peculiar que o homem tem de se comunicar com seus 
semelhantes, por meio de símbolos gestuais orais ou escritos. A aquisição da 
linguagem se faz por etapas interdependentes, sendo elas: 
➢ Sensação: capacidade de sentir o som; 
 
 
36 
 
➢ Percepção: capacidade pela qual se reconhece o som; 
➢ Elaboração: capacidade de reflexão sobre os sons percebidos; 
➢ Programação ou Organização das respostas e articulações: capacidade 
de permitir a emissão sonora que depois depende da articulação da fala. 
 A linguagem pode ser dividida em oral, gestual, escrita e Braille. 
 Para o desenvolvimento da linguagem, é necessária uma sequência mais 
ou menos constante e dependente da audição e da fala das outras pessoas, o 
que significa o estímulo ambiental. 
 A linguagem possui dois componentes: expressão e recepção e é 
constituída de sons, fonemas estudados na fonologia, morfemas - as partes que 
constituem a palavra, sintaxe ou gramática - o conjunto de regras pelas quais se 
combinam as palavras, semântica - correspondente ao significado das palavras 
e prosódia - relacionado ao ritmo e entonação. 
 
 
Maturação da Linguagem 
 
0-3 meses 
Produção de sons: choro, 
gritos, barulhos e discriminação 
de sons familiares. 
4-8 meses 
Discriminação de sons da fala, 
compreensão da palavra, 
“balbucio”, produção de vogal 
mais consoante e expressão 
facial. 
7-9 meses 
Balbucio reduplicado (bababa) 
de forma interativa, produção 
gestual comunicativa e aponta 
objetos. 
10-12 meses 
Primeiras palavras reais, 
contato visual, expressões 
faciais, vocalizações e gestos. 
 
 
37 
 
12-18 meses 
Produção de 10-15 palavras e 
algumas frases e chama 
atenção para receber resposta 
verbal de um adulto. 
2 anos 
Produz 150-200 palavras, além 
de algumas frases de 2 a 3 
palavras e nomeia objetos 
quando inquirida. 
3 anos 
Produz sentenças gramaticais e 
formula questões. 
4 anos 
Clara sintaxe - completa 
inteligibilidade é esperada para 
4 anos e 6 meses, para 
fonologia do português e inglês. 
Fonte: Transtornos da Aprendizagem, Artmed, 2016.p.119. 
 
3.3 Transtorno da linguagem oral 
 
 Este tipo de transtorno é considerado, pelo DSM V, um transtorno 
específico da fala. Subdividido em: 
a) Transtorno da fonação: podem ser orgânicos ou funcionais, 
secundários, de lesões nos nervos cranianos que inervam as cordas vocais ou 
a região laringofarigeorinobucal. 
b) Transtorno da articulação da palavra: fala explosiva, com interrupções 
bruscas e sem precisão nos movimentos articulatórios. 
c) Transtorno do ritmo ou da fluência da fala: destacam-se gagueira, 
alterações de velocidade da fala (taquilalia ou bradilalia) e o clustter (grupo de 
duas ou mais consoantes seguidas). 
d) Retardo da fala: caracteriza-se por um vocabulário pobre, dificuldade na 
articulação das palavras, supressão, trocas e inversões de fonemas. 
e) Afasias: impossibilidade ou dificuldade de expressão da linguagem, 
adquirida por lesão nas regiões cerebrais, especificamente envolvida no 
processo linguístico, após a sua estruturação. 
 
 
38 
 
f) Disfasias: inabilidade para adquirir a linguagem oral em uma criança com 
competência cognitiva adequada, sem doença ou lesão cerebral, sem alterações 
sensitivo-motoras, sem explicações aparentes. 
 
3.4 Transtorno da Linguagem escrita: Dislexia 
 
 É um transtorno manifestado por dificuldade na aprendizagem da leitura 
e escrita, independentemente da instrução convencional, inteligência adequada 
e oportunidade sociocultural. A dislexia pode ser de causa genética, adquirida, 
multifatorial ou mista. 
➢ Genética: por pontos de mutação, anulação, trissomia ou herança 
genética. 
➢ Adquirida: malformação do sistema nervoso central, mal 
desenvolvimento do sistema nervoso central, problemas perinatais, danos pós-
natal, privação ambiental ou oportunidade educacional inadequada. 
➢ Multifatorial ou mista: integração entre a genética e a adquirida. 
 
 Em relação à dislexia, dentro de sala de aula é possível observar algumas 
formas de apresentação, por meio da análise de material escrito das crianças. O 
professor não deve diagnosticar, emitir laudos ou pareceres, mas, ao observar e 
notar alguma das dificuldades apresentadas pelas crianças, deve informar a 
coordenação pedagógica. Assim sendo, a escola deverá chamar os pais e pedir 
encaminhamento a um profissional competente. 
 
3.5 Critérios a serem observados em uma produção de texto: 
 
➢ Leitura e escrita muitas vezes incompreensíveis da criança; 
➢ Confusões de letras com diferente orientação espacial (p/q, b/d); 
➢ Confusões de letras com sons semelhantes (p/b, d/t, g/j); 
➢ Inversões de sílabas ou palavras (par/ para, lata /alta); 
➢ Substituições de palavras com estrutura semelhante (contribuiu/ 
construiu); 
➢ Supressão: adição de letras ou de sílabas (caalo/ cavalo, berba /Bela); 
➢ Repetição de sílabas ou palavras (eu jogo jogo bola, bolo de chococolate); 
 
 
39 
 
➢ Fragmentação incorreta (querojo/ quero jogar bola); 
➢ Dificuldade para entender o texto lido; 
 
 A dislexia costuma diminuir seus sintomas com o avanço da idade, o 
que reafirma a importância do tratamento precoce. Por outro lado, é fundamental 
a parceria que deve ser estabelecida entre os profissionais que atuam no 
diagnóstico e no tratamento da criança, como pais e os professores. Só assim 
poderão ser evitadas situações que impedem esse progresso ou expectativas 
maiores do que a capacidade da criança, o que pode resultar em frustração. 
 
Saiba MaisNota: os quatro critérios diagnósticos devem ser preenchidos 
com base em uma síntese clínica da história do indivíduo (do 
desenvolvimento, médica, familiar, educacional), em 
relatórios escolares e em avaliação psicoeducacional. Nota 
para codificação: especificar todos os domínios e sub-
habilidades acadêmicos prejudicados. Quando mais de um 
domínio estiver prejudicado, cada um deve ser codificado 
individualmente conforme os especificadores a seguir. 
Especificar se: 
315.0 (F81.0). Com prejuízo na leitura: precisão na leitura de 
palavras; velocidade ou fluência da leitura; compreensão da 
leitura. Nota: dislexia é um termo alternativo usado em 
referência a um padrão de dificuldades de aprendizagem 
caracterizado por problemas no reconhecimento preciso ou 
fluente de palavras, problemas de decodificação e 
dificuldades de ortografia. Se o termo dislexia for usado para 
especificar esse padrão particular de dificuldades, é 
importante também especificar quaisquer dificuldades 
adicionais que estejam presentes, tais como dificuldades na 
compreensão da leitura ou no raciocínio matemático. 
315.2 (F81.81). Com prejuízo na expressão escrita: precisão 
na ortografia. Precisão na gramática e na pontuação. Clareza 
ou organização da expressão escrita. 
Fonte: DSM V, p.107. 
 
 
 
 
 
 
40 
 
3.6 Matemática: Discalculia 
 
 A discalculia é definida como uma alteração específica em aritmética que 
ocorre no domínio das habilidades computacionais 
 básicas de adição, subtração, multiplicação e divisão, mais do que nas 
habilidades matemáticas abstratas e envolvidas em álgebra, trigonometria ao 
cálculo. 
 A partir dos 3 anos de idade, pode-se aplicar testes verbais em crianças, 
a fim de avaliar as seguintes etapas: 
 
➢ O desenvolvimento do conceito numérico; 
➢ A habilidade para contar; 
➢ O desenvolvimento da aritmética, fatos e procedimentos numéricos; 
➢ A comunicatividade e associatividade; 
➢ A complementaridade. 
 
O conceito numérico se desenvolve seguindo os seguintes passos: 
 
➢ Compreensão do princípio da correspondência de um para um; 
➢ Compreensão de que um conjunto de coisas tem uma representação 
numérica e que a manipulação do conjunto afeta essa representação; 
➢ Compreensão de que o conjunto de números não precisa ser visível 
como, por exemplo, (as três badaladas de um sino da igreja); 
➢ Reconhecimento de pequenos números em contagem verbal. 
 
 Os distúrbios e dificuldades em matemática podem ser de causas 
neurológicas, sendo primário ou secundário. 
➢ Primário: acalculia e discalculia do desenvolvimento. 
➢ Secundário: deficiência intelectual, epilepsia, síndrome de Turner, 
fenilcetonúria tratada, síndrome do X frágil, síndrome fetal alcoólica, baixo peso, 
TDAH, dislexia, disfasia e outros. 
 Pode ser também por causas não neurológicas como fatores escolares, 
fatores sociais e ansiedade. 
 
 
41 
 
 A intervenção em crianças com discalculia será bem-sucedida quando as 
noções de números, elementos de 0 a 9, a produção de novos números, as 
noções de quantidade, ordem, tamanho, espaço, distância, hierarquia, cálculo 
com as quatro operações e o raciocínio matemático forem trabalhados 
primeiramente como experiências não verbais significativas. 
 
Amplie Seus Estudos 
(F81.2) Com prejuízo na matemática: 
Senso numérico 
Memorização de fatos aritméticos Precisão ou fluência de 
cálculo Precisão no raciocínio matemático 
Nota: discalculia é um termo alternativo usado em referência 
a um padrão de dificuldades caracterizado por problemas no 
processamento de informações numéricas, aprendizagem de 
fatos aritméticos e realização de cálculos precisos ou 
fluentes. Se o termo discalculia for usado para especificar 
esse padrão particular de dificuldades matemáticas, é 
importante também especificar quaisquer dificuldades 
adicionais que estejam presentes, tais como dificuldades no 
raciocínio matemático ou na precisão na leitura de palavras. 
Especificar a gravidade atual: 
Leve: alguma dificuldade em aprender habilidades em um ou 
dois domínios acadêmicos, mas com gravidade 
suficientemente leve que permita ao indivíduo ser capaz de 
compensar ou funcionar bem quando lhes são propiciados 
adaptações ou serviços de apoio adequados, especialmente 
durante os anos escolares. 
Moderada: dificuldades acentuadas em aprender habilidades 
em um ou mais domínios acadêmicos, de modo que é 
improvável que o indivíduo se torne proficiente sem alguns 
intervalos de ensino intensivo e especializado durante os 
anos escolares. Algumas adaptações ou serviços de apoio 
por pelo menos parte do dia na escola, no trabalho ou em 
casa podem ser necessários para completar as atividades de 
forma precisa e eficiente. 
 DSM V, p.108 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
3.7 Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade – TDAH 
 
 O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade - TDAH constitui uma 
síndrome comum na infância, que é reconhecida como um problema médico-
social importante, sendo objeto de extrema investigação. Suas abordagens 
diagnósticas e suas formas de prevenção e tratamento são estudadas por 
diferentes profissionais. Caracteriza-se por alterações nos sistemas motores 
perceptivos cognitivos e do comportamento, comprometendo a aprendizagem da 
criança com potencial intelectual adequado. 
 O DSM-5 definiu o TDAH como um padrão persistente de desatenção e 
hiperatividade mais frequente e grave do que aquele observado normalmente 
em indivíduos em nível equivalente de desenvolvimento. São estabelecidos três 
tipos: o combinado o predominantemente desatento e o 
predominantemente hiperativo-impulsivo. 
 Quando pensamos em TDAH, não devemos imaginar um cérebro 
defeituoso. Devemos ter um olhar diferenciado, pois o cérebro da pessoa com 
TDAH tem um funcionamento peculiar que lhe traz um comportamento típico, 
que chamamos de TRIO DE BASE: alterações da atenção, da impulsividade e 
da velocidade da atividade física e mental. 
➢ Alteração da atenção: principal sintoma, imenso desafio em manter-se 
concentrado em algo, por menor tempo que seja (desvios de atenção). Na idade 
adulta gera depressão, problemas de relacionamento, dificuldade de 
organização, cansaço mental e físico. 
➢ Impulsividade: reação diante a um estímulo externo, por sua mente 
funcionar como um receptor de alta sensibilidade. Ao captar o menor sinal, reage 
automaticamente. DISPARAR A AÇÃO – PENSAR - LAMENTAR - reações por 
impulso: dizer o que vem à cabeça, envolver-se em brincadeiras perigosas, 
brigar, reações exageradas e tudo mais que pode render-lhe rótulos negativos 
como: mal-educadas, má, grosseira, egoísta, irresponsável, autodestrutiva etc. 
➢ Hiperatividade física e mental: física (agitação, para lá e para cá, andar 
aos pulos, mexer em objetos etc. Nos adultos: mexem as pernas, rabiscam 
papeis, roem unhas, mexem nos cabelos, “dançam nas cadeiras” etc.); mental 
 
 
43 
 
(ruído mental, interromper fala alheia, muda de assunto rapidamente, insônia, 
agitação psíquica, gerando inaptidão social, sentir que os demais não 
acompanham seu ritmo elétrico. 
Importante 
O que diferencia uma criança agitada de uma com TDAH é a 
Intensidade, frequência e a constância em que as características 
aparecem. 
 
 
O TDAH é de origem biológica, marcado pela hereditariedade e que se 
manifesta na criança ainda bem jovem, antes dos sete anos de idade, 
independentemente de ela ser proveniente de um ambiente hostil ou estar 
passando por problemas como: 
➢ Família: punição, castigos, comentários, rótulos e constantes 
reclamações. Sente-se rejeitada, infeliz e pode servir de “bode expiatório” pelos 
demais irmãos. Uma criança com TDAH pode desestruturar o ambiente familiar. 
➢ Escola e amizades: Vida escolar problemática, dificuldade de ajustar-se 
às regras da instituição, resistência a rotina, desempenho instável, incapacidadede manter-se quieta em seu lugar, em conquistar e manter amizades. 
 Os comportamentos das pessoas com TDAH precisam ser bem 
administrados por eles e pelas pessoas com quem convivem. Consequências no 
agir poderão se manifestar de diferentes formas: agressividade, descontrole 
alimentar, uso de drogas, gastos demasiados, compulsões, fala excessiva. 
Amplie Seus Estudos 
SUGESTÃO DE LEITURA 
Leia a obra de Ana Beatriz Barbosa Silva, 
Mentes inquietas, que traz informações 
relevantes sobre um transtorno com forte 
componente genético, que não distingue sexo, 
credo, raça ou situação socioeconômica e traz 
soluções de como gerenciá-lo no dia a dia. 
 
 
44 
 
Resumo da aula 3 
 
 Nesta aula estudamos as principais dificuldades de aprendizagem 
encontradas no período de alfabetização, observamos os fatores que 
influenciam na aprendizagem como: orgânicos, específicos, psicogênicos e 
ambientais. Percebemos a diferença entre transtornos de aprendizagem, 
dificuldades para a aprendizagem e os transtornos mais comuns em sala de aula, 
como os transtornos de leitura, de escrita, de linguagem, de matemática e de 
atenção. 
Atividade de Aprendizagem 
Será que todos os alunos agitados, inquietos, distraídos e que 
estão com notas baixas têm TDAH? Como diferenciar? Quais 
os critérios de diagnóstico? 
 
 
AULA 4 - Recursos e estratégias pedagógicas para trabalhar as 
dificuldades para aprendizagem no processo de alfabetização 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte:http://educacaopublica.cederj.edu.br/revista/wp-content/uploads/2017/07/1-02-
300x300.jpg 
 
 
45 
 
Apresentação da aula 4 
 
 Nesta aula, serão apresentados alguns recursos metodológicos e 
situações estratégicas para trabalhar diretamente com as dificuldades na 
aprendizagem. A expectativa da aula é poder despertar a amplitude pedagógica 
para o desenvolvimento e progresso do aluno. 
 
4.1 Processos de alfabetização – Recursos e estratégias 
 
Como apresentado anteriormente, as dificuldades para a aprendizagem e 
os transtornos de aprendizagem ficam mais evidentes na fase de alfabetização. 
Isto ocorre porque nesse período a criança está em contato direto com os 
elementos da língua materna e precisa fazer uso de todas as suas habilidades e 
capacidades para a compreensão e aquisição da leitura e da escrita. Nesse 
momento é que algo que não esteja transcorrendo naturalmente é evidenciado. 
Precisamos, antes de tudo, ter em mente que cada criança é um ser 
individual, com seu ritmo e seu estilo de aprendizagem. Lembre-se de que 
nenhum cérebro se desenvolve igualmente, tudo depende dos estímulos, do 
ambiente, das relações sociais, da personalidade etc., uma vez que vários 
fatores influenciam na formação e na aprendizagem. Mas graças à plasticidade 
cerebral é que podemos agir sobre a trajetória dessa aprendizagem e contribuir 
com estratégias que facilitem, acelerem ou intensifiquem o processo de 
aquisição da aprendizagem da leitura e escrita. 
 Ao percebermos que uma criança apresenta uma (ou mais) dificuldades 
de aprendizagem e todos os procedimentos já foram executados, como avisado 
à coordenação/direção pedagógica da escola, chamado os responsáveis e 
encaminhado ao profissional adequado, nos deparamos com duas 
possibilidades: 
a) A família encaminha à criança ao profissional que emite um laudo ou 
parecer e inicia com o atendimento especializado, informando à escola quais as 
melhores estratégias de aprendizagem para o caso em questão. O trabalho, 
dessa forma, flui multidisciplinarmente. Seria o ideal para todas as crianças com 
dificuldades ou transtornos. 
 
 
46 
 
b) A família toma conhecimento, mas não encaminha a criança e passa para 
a escola a responsabilidade do atendimento diferenciado. Nesse caso, como já 
estudamos, cada parte, a escola, a família e o estado têm suas 
responsabilidades. Cabe à escola que, no caso é a instituição que recebe a 
criança, agir legalmente, cobrando a participação das partes por meio de 
processos administrativos. 
 Nos dois casos o professor terá que agir. No primeiro, com sugestões de 
estratégias e encaminhamento de atividades e, no segundo, fazendo uso de seu 
instinto, conhecimento e amor. Não cabe ao professor o “tratamento”. Esse é 
restrito aos profissionais adequados. Cabe a ele utilizar de bom senso para 
conseguir auxiliar as crianças no processo de ensino-aprendizagem. Como o 
nome já nos diz, cada um com suas responsabilidades: 
 
 
 
 
 
 
 
4.2 Algumas ações simples podem ajudar muito nesse processo: 
➢ Colocar a(s) criança(s) com dificuldades de aprendizagem sentada(s) 
próximo ao professor, nas primeiras carteiras. Isso estreitará o vínculo e 
facilitará, ao professor, ficar mais atento às produções da criança; 
➢ Tentar encontrar estratégias para motivar a criança, que por algumas 
vezes poderá ficar desatenta. Um pequeno detalhe na apresentação do material, 
um acréscimo na didática, poderá ter um ganho na atenção da criança; 
➢ Cobrar o desempenho dentro das possibilidades da criança, evitando 
frustrações e prejuízos ainda maiores em sua autoestima. À medida que for 
Ensino Aprendizagem 
Escola 
Professor 
Criança 
Escola 
Professor 
Família 
 
 
 
47 
 
observando avanços, ir, gradualmente, exigindo um pouco mais. Procurar dividir 
as tarefas, em partes, para não sobrecarregar e acumular conteúdos; 
➢ Evitar correções exageradas e comentários depreciativos. Quando algo 
deve ser refeito, chame a criança próxima e explique como fazer, tantas vezes 
quantas forem necessárias; 
➢ Manter diálogo aberto com a coordenação/direção, a família e os 
profissionais que atendem a criança, aceitando sugestões de estratégias para 
melhor auxiliá-la; 
➢ Ao perceber que o momento está estressante, que a criança está agitada, 
ansiosa, não consegue produzir em sala, é preciso retirá-la do ambiente, 
oferecer água, acalmá-la, e depois retomar as atividades com calma, até que ela 
se sinta confortável novamente. 
 Um dos pontos de destaque é a autoestima. Crianças com dificuldades 
ou transtornos tendem a refletir, em seus comportamentos, aquilo que estão 
sentindo, seja por meio de “mal comportamento”, agitação, impulsividade, 
comportamento opositivo, agressividade etc., ou “ser boazinha”- aquela criança 
que não incomoda em sala de aula, mas também não produz nada, fica quieta, 
é tímida, não reage a estímulos etc. Enfim, as palavras que são ditas fazem a 
diferença. Proferir palavras de encorajamento e de confiança elevam a 
autoestima e dão força para a criança continuar a caminhada. 
 Podemos encontrar diferentes dificuldades em sala de aula. Por 
esse motivo, as estratégias não podem ser direcionadas para aquela ou essa 
criança. Em geral, atividades e atitudes elaboradas com cuidado tendem a atingir 
um número maior de casos. Seguem sugestões de atividades que podem ser 
realizadas com todas as crianças da turma, em pequenos grupos ou em 
momentos de atendimento individual. Estas têm por objetivo auxiliar as crianças 
com dificuldades em seu processo de aprendizagem. 
 
 
 
 
 
 
48 
 
4.3 Atividades que contribuem com o desenvolvimento e aprimoramento 
da linguagem oral: 
 
➢ Cantar diferentes tipos de música, em sala, em roda, em um momento 
cantar alto, baixo, rápido ou bem devagar. Cantar uma música por dia; 
➢ Estimular para que as crianças falem, conversem e contem sobre elas; 
➢ Produção de contos no qual o professor elabora cartões com personagens 
mágicos, lugares, ações (elementos que podem compor uma narrativa) e os 
coloca em uma caixinha. Cada dia uma criança retira um cartão e a turma terá 
que elaborar uma história sobre a imagem; 
➢ Elaborar um mural com envelopes ou bolsinhos para conter diferentes 
imagens ou até mesmo objetos; 
➢ Elaborar fantoches ou propor que as crianças se caracterizarem para 
apresentar um conto, dramatizando-o. 
 
4.4 Atividades que contribuem

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