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MATERIAL DIDÁTICO 
GESTÃO E ELABORAÇÃO DE 
PROJETOS SOCIAIS 
PRINCÍPIOS E PRÁTICAS PEDAGÓGICAS NO PROCESSO DE 
ORGANIZAÇÃO DE INSTITUIÇÕES E ESPAÇOS 
SÓCIOEDUCATIVOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
U N I V E R S I DA D E
CANDIDO MENDES
 
CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA 
PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 
 
Impressão 
e 
Editoração 
 
0800 283 8380 
 
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SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................... 3 
UNIDADE 1 - EIXOS DA EDUCAÇÃO SOCIAL ............................................................................................. 4 
UNIDADE 2 - PEDAGOGIA SOCIAL: IMPASSES, DESAFIOS E PERSPECTIVAS EM 
CONSTRUÇÃO................................................................................................................................................... 10 
UNIDADE 3 - DISTINÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO NÃO FORMAL, FORMAL E INFORMAL ............ 17 
UNIDADE 4 - A EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL: CAMPOS E PROBLEMAS ............................................. 25 
UNIDADE 5 - PROJETOS SOCIAIS ................................................................................................................ 37 
UNIDADE 6 - A EMPRESA E SEU PAPEL SOCIAL .................................................................................... 47 
CONCLUSÃO ..................................................................................................................................................... 51 
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
A educação de uma pessoa começa nos seus primeiros instantes de vida. 
Desde o momento em que nasce, o ser humano começa a receber orientação e 
treinamento, aprende a reagir perante situações criadas pela natureza, pela 
sociedade e vai adquirindo hábitos que farão parte de seu modo de ser. E quando 
começa a observar o meio em que está inserido e a ter a possibilidade de tomar 
decisões, inicia seu processo de integração na vida social. E daí por diante cada fato 
e cada situação exercerão influência sobre a definição de sua personalidade. A 
pessoa adulta será o resultado da educação recebida desde os primeiros instantes 
de vida. 
Como se verifica, a educação de uma pessoa começa na família ou no meio 
social em que a criança nasceu e passa a viver. Essa é chamada educação informal 
ou não-formal, que é dada fora do ambiente escolar, tanto à criança quanto ao 
adolescente e ao adulto. Ao lado dessa, existe, ou pelo menos deve existir, a 
educação formal, que é dada na escola. Não pode dizer que seja mais importante do 
que a outra, pois na realidade ambas podem ter influência decisiva na vida de 
qualquer pessoa. 
Educação, hoje, é tarefa de todos e condição para o desenvolvimento pessoal 
e do país. Assegurar às crianças e jovens o sucesso na escola e na vida requer a 
participação dos que acreditam nisso e se dispõem a enfrentar essa batalha. Cabe 
ao voluntário, empresário – unido à família e à comunidade escolar e local – dar a 
sua contribuição para que, através de ações complementares à escola. 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 1 - EIXOS DA EDUCAÇÃO SOCIAL 
 
RODRÍGUEZ FERNÁNDEZ (1999) analisa uma série de elementos que 
considera os eixos da educação social: 
a) o âmbito socioeducativo é o espaço disciplinar onde se realiza a práxis da 
educação social. Na perspectiva desta ação prima a dimensão social do sujeito, já 
que este não o é senão no contexto da sua presença na comunidade. Por seu lado, 
a ação socioeducativa é entendida como ajuda social, e esta se formula desde o 
apoio e a mediação social. Aqui é onde entra a educação social que, do mesmo 
modo que outras disciplinas sociais, exerce a mediação para prevenir as situações 
de escassez e garantir a promoção dos indivíduos. 
b) a educação social pretende corrigir a concepção clássica de 
institucionalização. Esta afirmação não significa que a educação social se encontre à 
margem de estruturas, já que o indivíduo o é e se mostra em todos os espaços. 
Nesta concepção, o que se faz é afirmar a ideia de que a educação social não se 
esgota no não-formal, muito pelo contrário, deve abarcar todos os espaços e todos 
os momentos, já que o homem se aperfeiçoa em qualquer âmbito – formal ou não 
formal – e ao longo de toda a sua vida. 
Por outro lado, desenvolver a autonomia dos sujeitos quando se encontram 
em contextos institucionalizados de internamento (centros penitenciários, centros de 
menores) implica um indubitável “handicap” para a sua consecução, da mesma 
maneira que se limitam as possibilidades de interação. Na realidade, a educação 
social promove estratégias didáticas de caráter instrumentalista cujo meio é a 
autonomia pessoal, independentemente do contexto no qual se encontra o indivíduo. 
c) a educação social é uma prática social que medeia a socialização dos 
indivíduos. Para articular a sua prática educativa, a educação social obtém 
fundamentos científicos na pedagogia social. Esta, portanto, articula a intervenção 
sobre o seu objeto através da educação social, o que lhe confere uma natureza 
epistemológica de tecnologia socioeducativa e, por seu lado, encontra as balizas 
científicas na pedagogia social. Assim, a função socializadora é, em si mesma, o 
 
 
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objeto de intervenção da educação social. QUINTANA (1998) atribui à educação 
social o desenvolvimento da ação educativa que atua sobre a sociedade. A forma de 
materializar um dos objeto que são específicos da pedagogia social é cuidar da 
correta socialização do indivíduo. 
d) a educação social propõe ações alheias ao subsidiário e ao assistencial. A 
dimensão educativa da educação social é a que traz qualidade de vida e bem-estar 
social ao indivíduo (PARCERISA, 1999). A sua didática deve promover no indivíduo 
a sensibilização e tomada de consciência das suas necessidades não sentidas para 
que estas possam ser percebidas e procuradas (necessidades exprimidas). A 
educação social deve intervir naquelas circunstâncias que geram situações de 
necessidade nas pessoas, sendo esta precisamente a função preventiva, a qual, 
logicamente, deve antepor-se à cronificação dos problemas. 
Para finalizar, queremos fazer nossas as palavras de PETRUS (1994): Para 
muitos autores a educação social é hoje sinônimo de socialização correta, seja ela 
socialização primária, secundária ou terciária, ou seja, a educação seria o processo 
de transformação do indivíduo biológico em indivíduo social, seria a aquisição das 
capacidades para participare integrar-se no grupo no qual lhe corresponde viver. 
Contudo, a educação social, para além de solucionar determinados 
problemas de convivência, tem uma função não menos importante, que é a de ser 
um instrumento igualitário e de melhoria da vida social e pessoal. Estamos 
convencidos de que só uma estratégia criativa e inovadora de proteção e educação 
social poderá evitar o risco de conviver com situações injustas e conducentes a 
atitudes violentas, já que a violência social, em múltiplas ocasiões, é a expressão da 
insatisfação sentida por um setor da população que se vê privado da possibilidade 
de fazer parte dessa sociedade do bem-estar a que tem direito. 
 
1.1 Diferentes perspectivas da educação social 
PETRUS (1998) percorre as diferentes perspectivas sobre a educação social 
que foram elaboradas a partir da cultura do bem-estar, sendo esta entendida dos 
seguintes modos: 
 
 
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– Como adaptação: entendida assim, a educação social consistiria na 
aquisição, por parte do indivíduo, das características intelectuais, sociais e culturais 
necessárias à sua adaptação e que lhe permitem viver num ambiente social 
concreto. Deve considerar-se que esta adaptação social se dá ao longo de toda a 
vida e não apenas em determinados momentos ou fases. A educação social 
adaptativa é um processo de contínuas adaptações do homem ao meio ambiente. A 
educação social seria, pois, a expressão do desenvolvimento adaptativo do 
educando, como ser vivo, às necessidades sociais em permanente mutação. 
– Como socialização: a educação social é entendida, por alguns, como o 
processo que torna possível a integração social dos indivíduos, assimilando as 
normas, valores e atitudes que lhes permitem uma convivência normalizada. Nesta 
perspectiva, este tipo de educação consistiria numa aprendizagem social que 
permitiria ao homem e à mulher a entrada no grupo social. 
Cabe aqui falar de três tipos de socialização: a socialização primária é a que 
se produz, fundamentalmente, no núcleo familiar e refere-se à aprendizagem afetiva 
dos comportamentos do grupo; a socialização secundária é o resultado das 
interações que se produzem em nível do ecossistema, com grupos mais gerais e 
menos afetivos (escola). 
Com este tipo de socialização consegue-se interiorizar o sistema de valores 
que as instituições se encarregam de transmitir; por último, falamos de socialização 
terciária para nos referirmos a ressocialização, reeducação social, etc., ou seja, o 
processo mediante o qual se pretende que um indivíduo se reintegre na sociedade 
depois de ter revelado condutas anti-sociais, associais ou dissociais. 
– Como aquisição de competências sociais: a educação social entendida 
deste modo é uma ação educativa que procura que os indivíduos pertencentes a 
uma determinada sociedade se formem e adquiram as habilidades e competências 
sociais, consideradas necessárias para alcançar a integração social. Educar para a 
participação social implica, fundamentalmente, melhorar as relações em todos os 
âmbitos relacionais da pessoa, é preparar o homem para atuar com habilidade social 
no campo das relações laborais, é gerar mudanças de atitude, face à cultura e às 
 
 
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outras culturas, é, finalmente, assumir os princípios básicos de uma justa 
convivência social. 
– Como didática do social: nesta perspectiva a educação social é uma 
intervenção sócio-comunitária em função de problemas e de determinadas 
orientações institucionais. Vista desta maneira, é algo parecido a uma ciência da 
intervenção face aos problemas sociais. É uma didática do social. 
No entanto, é necessário esclarecer que este nos parece um posicionamento 
num paradigma radicalmente tecnológico, que é contrário aos princípios da 
educação social, e isto porque, nesta perspectiva, só se procura a solução dos 
problemas sem que se coloquem os princípios éticos em que se baseiam umas 
soluções ou outras, bem como os possíveis problemas delas derivados. 
– Como ação profissional qualificada: a educação social é concebida também 
como a ação qualificada dos profissionais, os quais, mediante a utilização dos 
recursos necessários e oportunos, procuram dar solução a determinados problemas 
e necessidades de pessoas ou grupos que se encontram em situação de risco ou 
necessidade social. 
– Como ação próxima da inadaptação social: há quem utilize a expressão 
educação social para referir, de forma exclusiva, a intervenção educativa que se 
realiza diante de problemas de inadaptação e marginalização social. A educação 
social, não só deve dar resposta aos problemas da inadaptação, mas também, entre 
outras coisas, deve desenvolver e promover a qualidade de vida dos cidadãos, 
aplicar estratégias para prevenir os desequilíbrios sociais, etc. Torna-se assim claro 
que a função da educação social não se esgota no âmbito da inadaptação social. 
– Como formação política do cidadão: desde o início que a educação social 
foi influenciada pelos poderes públicos com fins políticos, quer dizer, entendida como 
formação social e política do cidadão. No entanto, na atualidade, esta perspectiva 
não goza de muitos adeptos. A influência das políticas sociais dos Estados 
providência são as que dão forma e identidade às parcelas mais importantes da 
educação social. 
– Como prevenção e controlo social: a educação social, entendida como 
prevenção e controlo social, supõe um conjunto de procedimentos por meio dos 
 
 
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quais se procura que os membros de uma sociedade cumpram as normas 
consideradas necessárias para conseguir a ordem social. No Estado-providência 
todo o processo educativo transporta consigo controlo social, moral e cultural. O 
controlo é também uma prevenção dos desvios e, por isso, a educação social 
implica uma função preventiva do desvio social. 
A relação entre política social e educação social é clara, porém, a primeira 
não deve exercer um controlo severo, determinismo ou intrusismo nos princípios 
pedagógicos desta. A educação social alcançará o seu verdadeiro espaço quando 
conseguir melhorar a convivência entre os cidadãos. Se o trabalho sócio-educativo é 
uma atividade que surge da própria necessidade da vida em convivência, a relação 
entre educação, prevenção e controlo parece evidente. 
– Como trabalho social educativo: muitos profissionais da educação social 
entendem que o seu trabalho tem todas as características de um trabalho social, 
mas há que deixar claro que o trabalho destes profissionais deve ser sempre 
realizado a partir de uma perspectiva educativa, não se centrando exclusivamente, 
como até a não demasiados anos, nas atividades de caráter assistencial. Esse 
compromisso educativo é precisamente o que dará uma nova dimensão às suas 
intervenções, de tal modo que se gerará um compromisso para a mudança no 
sentido de uma sociedade mais justa. 
A educação social é uma atividade pedagógica inserida no âmbito do trabalho 
social; por seu turno, este e os serviços sociais podem encontrar nas teorias, 
modelos e métodos pedagógicos uma fundamentação e consistência que seria 
injustificável recusar por problemas principalmente corporativos. A intervenção social 
configura-se a partir de uma perspectiva interdisciplinar e, em consequência,a 
educação social pode ser concebida a partir de duas perspectivas complementares: 
em primeiro lugar, será função da educação social a correta socialização do 
indivíduo e, em segundo lugar, a intervenção para aliviar as necessidades geradas 
pela convivência, tarefa esta que, pelo seu caráter global, deve ser partilhada com 
outros profissionais como os trabalhadores sociais, psicólogos, sociólogos, etc. 
– Como paidocenosis: poucos autores duvidam hoje que a educação é o 
resultado de um conjunto variado de estímulos e circunstâncias. Atualmente, é 
 
 
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comumente aceito a ideia de que a educação não se limita de forma exclusiva ao 
âmbito escolar. 
O educador faz parte de um sistema mais amplo – espaço escolar e extra-
escolar, no qual se informa o indivíduo. Nesta perspectiva, pode justificar-se a ideia 
de entender a educação social como paidocenosis, ou seja, como uma ação 
educadora da sociedade. 
Este tipo de educação converteu-se num instrumento da inclusão social, mas 
não deve limitar-se a isso, deve ser um recurso para melhorar a própria sociedade 
numa constante revisão dos princípios nos quais esta se apóia e a própria educação 
social, propugnando que uma e outra se fundamentem em princípios éticos e de 
eficácia. 
– Como educação extra-escolar: alguns autores defendem uma posição 
excludente relativamente à educação social e utilizam os termos de educação não 
formal para a situar, isto é, recorrem ao conceito de extra-escolaridade. 
Portanto, nesta perspectiva, a educação social abarcaria toda a intervenção 
educativa estruturada que se encontra à margem do sistema educativo 
regulamentado. Também é frequente a afirmação de que não deve ter a 
responsabilidade da atividade escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 2 - PEDAGOGIA SOCIAL: IMPASSES, DESAFIOS 
E PERSPECTIVAS EM CONSTRUÇÃO 
 
Há 30 anos atrás, as questões proeminentes que preocupavam os cientistas 
sociais, educadores, eram temas ligados ao desenvolvimento econômico, a 
modernização, a participação política, a democracia ou a mobilidade social ligadas 
direta ou indiretamente à educação. Hoje a pobreza e a exclusão social, são temas 
dominantes, que requerem imediatamente atenção e definição de foco, no âmago da 
totalidade socioeconômica das que geram pobreza, desigualdade social e injustiças 
para a maioria da população excluída da sociedade. 
Sem dúvida, nunca estes temários estiveram ausentes da discussão e do 
debate social, no entanto, hoje se colocam em primeiro plano, no que se referem às 
perspectivas paradigmáticas e conceituais, ligadas diretamente a políticas públicas 
concretas e emergentes, além de necessárias e urgentes. 
O quadro ou o cenário da realidade é profundamente complexo, em relação 
aos acontecimentos históricos, aos valores, interesses econômicos contraditórios, as 
causas e efeitos geradores da exclusão social que requerem e exigem uma 
reconstrução histórica profunda com identificação refeita e redimensionada de 
concepções reconstruídas e reconceitualizadas do ponto de vista holístico, heurístico 
e interdisciplinar. 
Neste amplo cenário sócio-econômico-cultural, reaparece a educação, cuja 
má qualidade, a falta de formação de seus agentes, a pouca infra-estrutura onde 
ocorre, dentre outros inúmeros fatores, também é responsável pela pobreza, pela 
desigualdade e exclusão social, não só no Brasil, mas em todas as regiões latino-
americanas. 
Reafirmadas em estudos e pesquisas que comprovam esta relação, seja por 
falta de recursos, instrumentos e ou mecanismos para a melhora de qualidade da 
educação e o pleno êxito do aprendiz no que se refere ao seu espírito crítico, criativo 
e participativo, a partir de uma aprendizagem competente e consequente, ampla e 
inquietante, questionadora e discernida. 
 
 
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Há um movimento em marcha, na sociedade global, onde as manifestações 
da sociedade civil se propõem, a novas crenças e capacidades de organizar-se, 
mobilizar-se e conquistar, por si própria, aquilo que os setores públicos não 
conseguem proporcionar, frente à pobreza e a exclusão. 
No artigo 7° da Constituição Brasileira de 1988, há uma listagem de 34 itens 
que consagram a noção de que, além dos direitos políticos, os cidadãos brasileiros 
também tem obrigatoriamente direitos sociais, que vão desde o direito ao emprego e 
a educação até o direito ao atendimento, pelo setor público, de suas necessidades 
de saúde, lazer, seguro social, dentre outros. 
Parece óbvio, a execução destes direitos, mas ainda estamos muito longe de 
começar a concretizar esta jornada.Na sociedade brasileira, portanto os processos 
de exclusão passam por acesso a emprego, renda e benefícios dos 
desenvolvimentos econômicos, restritos a determinados segmentes da sociedade. 
A economia brasileira se situa entre as mais desenvolvidas da região, mas 
socialmente geram níveis de exclusão e desigualdade entre os países piores do 
mundo, muitas pesquisas apontam, de os pobres vivem com até US$ 1 por dia por 
mês. A pobreza é urbana localizada nas periferias das grandes cidades e constituída 
por pessoas em grande parte oriundas do campo, ou de regiões pauperizadas do 
Brasil, como é o nordeste. 
Há uma análise geral feita por especialistas de que não só a desigualdade da 
renda no país, são determinantes, mas incluem a diferença de educação. Com a 
escassez da educação, relacionada à pobreza, há necessidade de reverter e alterar 
substantivamente esta situação: com aumentos significativos de custos, programas 
focalizados nas necessidades, com políticas redistributivas. 
O conceito de exclusão, portanto se liga aos diagnósticos da pobreza e da 
desigualdade, por não propiciarem efetivação da cidadania, apesar da legislação 
social e do esforço das políticas públicas, assim não pertencem à comunidade 
política e social, uma vez que não tem acesso ao consumo dos bens e serviços de 
cidadania. 
Portanto a concepção de exclusão social é inseparável do conceito de 
cidadania e se refere aos direitos que as pessoas têm de participar da sociedade e 
 
 
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usufruir dos benefícios e bens produzidos por ela. Sejam os direitos civis, políticos e 
sociais definidos como: 
Civis: aqueles que protegem o cidadão contra o arbítrio do Estado, facultando 
direito de ir e vir, se expressar com liberdade; 
Políticos: são aqueles direitos que facultam o papel do cidadão na 
organização política de sua comunidade, votar, ser votado, etc.; 
Sociais: são os direitos que se vinculam à vida digna e a convivência social, 
educação, saúde, trabalho dentre outros. 
Reafirmam-se outras formas de inclusão social cidadã, quando se concebem 
e se preenchem ausências de mecanismos de participação e controle como 
conselhos paritários – Estado e Sociedade Civil – orçamentos participativos e a 
implementação de organizações não governamentais e movimentos sociais que 
promovem as políticas públicas. 
As contribuições positivas da educação para a sociedade destacam-se duas: 
a reorganizaçãoda cidadania, pela criação de uma ordem mais justa, fraterna e o 
desenvolvimento das habilidades, competências para a vida, que permitam menos 
exclusão e as desigualdades sociais e econômicas, levando-se em conta a 
diversidade e o multiculturalismo. 
 Ainda ressalta-se, a priorização de valores cívicos, culturais, sociais e morais, 
com ênfase no meio ambiente e na ética, além da pluralidade cultural balizadas pelo 
conhecimento científico, técnico e humanista na formação dos aprendizes. A 
educação é uma atividade para vida, que ocorre na família, na rua, na igreja, no 
trabalho, na escola e em todos os espaços sociais. 
 
2.1. Pedagogia Social: uma obra em construção 
"A mão estendida é o início do abraço, esta é a nossa intenção, o ponto de 
partida, o marco inaugural do longo processo de busca da justiça, da 
liberdade, da igualdade... nossa utopia. Vamos ampliar os limites de nossas 
fronteiras na composição do novo. Vamos ousar... invadir o interior das 
pessoas... causar uma reviravolta... revelando e revisando desejos, 
prazeres, paixões. Junte-se a nós”.(Pe. Antonio Vieira -1994 ) 
 
 
 
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Nesse sentido é que nascem as palavras e as ações diante da comunidade 
de educadores que nos cercam, em todos os lugares onde ocupamos qualquer 
território: escola, família, rua, igreja, comunidade. São momentos perenes onde o 
diálogo rompe o silêncio dando espaço para a conversa, circulando o ato de 
aprender e de ensinar simultaneamente.Foi a pedagogia freireana, que possibilitou 
esta reflexão e ação junto aos mais pobres e excluídos da sociedade. 
Foi esta relação social educativa que permitiu aos pobres tornarem-se 
sujeitos políticos, pois para Paulo Freire, toda educação é um ato político. Os 
excluídos contribuíram com sua pedagogia própria, suas crenças, valores e 
principalmente histórias de migração, de subsistência e sobrevivência em territórios 
áridos, propiciou que produzissem, não discursos abstratos e sem consistência 
empírica concreta, mas um discurso vivo, plástico, estético e poético baseado na 
vida. 
Discursos plenos e transbordantes de metáforas, onde não escrevem ou 
moldam conceitos, mas denunciam fatos acontecimentos existenciais, carregados de 
emoção, profundidade e dignidade ética. Lêem o mundo, através dos sentidos, 
quando apreciam um quadro, quando vêem uma multidão se manifestando, quando 
dizem poesias de cordel, criadas no íntimo do coração dilacerado ou retratam um 
folguedo infantil; ou ouvem o anúncio de um ensino que badala ou os acordes da 
viola; tudo isto se refere à cultura popular. Frei Beto, na contra capa da Pedagogia 
da Autonomia afirma: 
"O que existem são culturas paralelas, distintas e socialmente 
complementares. (...) o pobre sabe, mas nem sempre sabe que sabe. E 
quando aprende é capaz de expressões como esta que ouvi da boca de um 
senhor alfabetizado aos 60 anos:” agora sei quanta coisa não sei““. 
 
A pedagogia freireana há quatro décadas propiciou transformações incríveis, 
não só em educadores, mas também em educandos, que saíram de sua 
ingenuidade para esfera crítica, da passividade para a militância em movimentos 
sociais, sindicais e populares, da descrença para a esperança de que as coisas 
possam mudar e da resignação para a utopia, convencidos de que são sujeitos 
históricos capazes de ocupar a vida política do brasileiro, indignados com a pobreza, 
com a exclusão e a desigualdade social. 
 
 
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Estas representações sociais são tomadas como denúncias das condições de 
pobreza que ocorre na sociedade, marcada por desigualdades de oportunidades nos 
diversos segmentos sociais excluídos. Entendemos por representação social, como 
a forma intercalada e assimilada de todas as coisas que entramos em contato, seja 
com o corpo – relações concretas vividas – seja com o pensamento – relações 
imaginárias – as quais aprendemos a significar ou valorizar. 
A pedagogia social caracteriza-se, pois, como um projeto radical de 
transformação política e social, uma vez que: 
A. propõe inicialmente criar uma teoria renovada de relação homem, 
sociedade e cultura, com uma ação pedagógica que pretende fundar, a partir do 
exercício em todos os níveis e modalidades da pratica social, uma educação 
libertadora; 
B. realiza-se no domínio específico da prática social com classes sociais 
populares, a partir de um trabalho político educacional de libertação popular, com o 
intuito de ser conscientizador com sujeitos, grupos e movimentos das camadas 
excluídas; 
C. concretiza-se como ação educativa com agentes e sujeitos 
comprometidos, onde se estabelece através da relação dialógica, um sistemático 
processo de intercâmbio de conhecimento e saberes, onde a troca de experiências é 
primordial; 
D. Orienta-se pela pedagogia libertadora protagônica baseada 
fundamentalmente na memória histórica na identidade coletiva, na dinâmica cultural, 
na possibilidade entre a capacidade lógica de compreender os liames capitalistas e 
a valorização da participação comunitária e, auto-estima, autovalorização, 
autoconfiança e autodeterminação de sujeitos que tentam construir uma nova ordem 
social, econômica e cultural. 
Para efetivar uma pedagogia social competente e consequente 
historicamente, é imprescindível: de um lado, buscar conhecer a sabedoria popular 
expressa em seus códigos, dramaturgia, religiosidade, produtos culturais e senso 
comum, base fundamental que deve servir de plataforma para ele (indivíduo, grupo, 
classe popular) e os intelectuais orgânicos possam chegar à hegemonia da 
 
 
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sociedade civil no processo concomitante de sua libertação social, econômica e 
política; de outro, entender que o povo não se apresenta como uma entidade única, 
como conceitua Gramsci (1984): 
"O próprio povo não é uma coletividade homogênea, mas apresenta 
numerosas estratificações culturais, variadamente combinadas; 
estratificações que em sua pureza, nem sempre podem ser identificadas em 
determinadas coletividades populares históricas, sendo certo, porém, que o 
grau maior ou menor de isolamento histórico de tais coletividades fornece a 
possibilidade de uma certa identificação”. 
 
Além disso, os agentes da pedagogia social, que efetuaram a animação 
popular, precisam buscar e caracterizar os componentes ideológicos das classes 
populares, expressar organizar, com estímulos diferenciados, as ideologias 
dominadas em suas múltiplas formas de manifestação, empregando estratégias 
(técnicas e métodos) criativas de comunicação com o povo e utilizando meios e 
instrumentos ajustados à melhor divulgação dessas ideologias para o conjunto da 
sociedade civil, ganhando amplitude paulatinamente e conquistando aliados. 
É nesse sentido que os intelectuais ligados a essa área produzem 
conhecimentos reconstituindo o real, buscando explicação e previsão, aplicando 
conceitos e categorias de interpretação de dados por suas teorias e modelos, 
trabalhando para estruturá-los e hierarquizá-los em conformidade com as variações 
históricas, ou redefinindo os já existentes, ou criando novos, sempre como 
consequência da interação teórico-prática. 
Como Luiz Wanderley ( 2003) coloca: 
"Uma condição relativa ao trabalho dos intelectuais com o povo reporta-se a 
determinadasqualidades pessoais e coletivas que esses intelectuais devem 
ter nas atitudes e comportamentos da sua prática efetiva junto ao trabalho 
de libertação das classes populares. Ou seja, é necessária sua identificação 
pela consciência e pela prática com as classes populares, o que implica a 
obtenção de novas adesões para a hegemonia das classes a que se quer 
vincular organicamente. Para ganhar a confiança e o respeito mútuo do 
povo, principalmente para vencer a desconfiança das palavras inúteis e das 
falsas promessas a que os trabalhadores em geral se acostumaram, exige-
se dos intelectuais um esforço permanente de sobrepujar modos de agir e 
de pensar adquiridos historicamente em nosso país, configurados no que se 
tem cognominado de uma ‘filosofia tutelar’ – exemplificada, entre outras, 
pelas características de autoritarismo, de paternalismo, de clientelismo, de 
individualismo e de elitismo -, que impede a solidariedade fundamental para 
a comunhão de interesses e tem servido para atrasar a história 
irreparavelmente”. 
 
 
 
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Há que se preocupar também com outro aspecto profundamente importante 
na prática de pedagogia social, que diz respeito ao uso de manipulação e 
massificação ante os grupos trabalhados e às alianças e compromissos típicos do 
jogo político, que dessa experiência emanam, ligados à luta e à disputa pelo poder. 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 3 - DISTINÇÕES ENTRE EDUCAÇÃO NÃO 
FORMAL, FORMAL E INFORMAL 
 
A educação não-formal designa um processo com várias dimensões tais 
como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a 
capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de 
habilidades e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício 
de práticas que capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos 
comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos cotidianos; a 
aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do 
mundo do ponto de vista de compreensão do que se passa ao seu redor; a 
educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a eletrônica etc. 
 Em suma, consideramos a educação não-formal como um dos núcleos 
básicos de uma Pedagogia Social. Quando tratamos da educação não-formal, a 
comparação com a educação formal é quase que automática. O termo não-formal 
também é usado por alguns investigadores como sinônimo de informal. 
Consideramos que é necessário distinguir e demarcar as diferenças entre estes 
conceitos. 
A princípio podemos demarcar seus campos de desenvolvimento: a educação 
formal é aquela desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados; 
a informal como aquela que os indivíduos aprendem durante seu processo de 
socialização - na família, bairro, clube, amigos etc., carregada de valores e culturas 
próprias, de pertencimento e sentimentos herdados: e a educação não-formal é 
aquela que se aprende "no mundo da vida", via os processos de compartilhamento 
de experiências, principalmente em espaços e ações coletivos cotidianas. 
 Vamos tentar demarcar melhor essas diferenças por meio uma série de 
questões, que são aparentemente extremamente simples, mas nem por isso 
simplificadoras da realidade, a saber: 
 Quem é o educador em cada campo de educação que estamos tratando? 
 
 
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 Em cada campo, quem educa ou é o agente do processo de construção do 
saber? Na educação formal sabemos que são os professores. Na não- formal, 
o grande educador é o outro, aquele com quem interagimos ou nos 
integramos. Na educação informal, os agentes educadores são os pais, a 
família em geral, os amigos, os vizinhos, colegas de escola, a igreja paroquial, 
os meios de comunicação de massa etc. 
 Onde se educa? Qual é o espaço físico territorial onde transcorrem os atos e 
os processos educativos? Na educação formal estes espaços são os do 
território das escolas, são instituições regulamentadas por lei, certificadoras, 
organizadas segundo diretrizes nacionais. Na educação não -formal, os 
espaços educativos localizam-se em territórios que acompanham as 
trajetórias de vida dos grupos e indivíduos, fora das escolas, em locais 
informais, locais onde há processos interativos intencionais (a questão da 
intencionalidade é um elemento importante de diferenciação). Já a educação 
informal tem seus espaços educativos demarcados por referências de 
nacionalidade, localidade, idade, sexo, religião, etnia etc. A casa onde se 
mora, a rua, o bairro, o condomínio, o clube que se frequenta, a igreja ou o 
local de culto a que se vincula sua crença religiosa, o local onde se nasceu 
etc. 
 Como se educa? Em que situação, em qual contexto? A educação formal 
pressupõe ambientes normatizados, com regras e padrões comportamentais 
definidos previamente. A não-formal ocorre em ambientes e situações 
interativos construídos coletivamente, segundo diretrizes de dados grupos, 
usualmente a participação dos indivíduos é optativa, mas ela também poderá 
ocorrer por forças de certas circunstancias da vivência histórica de cada um. 
Há na educação não-formal uma intencionalidade na ação, no ato de 
participar, de aprender e de transmitir ou trocar saberes. Por isso, a educação 
não-formal situa-se no campo da Pedagogia Social- aquela que trabalha com 
coletivos e se preocupa com os processos de construção de aprendizagens e 
saberes coletivos. A informal opera em ambientes espontâneos, onde as 
relações sociais se desenvolvem segundo gostos, preferências, ou 
pertencimentos herdados. 
 
 
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 Qual a finalidade ou objetivos de cada um dos campos de educação 
assinaladas? 
Na educação formal, entre outros objetivos destacam-se os relativos ao 
ensino e aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados, normalizados 
por leis, dentre os quais destacam-se o de formar o indivíduo como um cidadão 
ativo, desenvolver habilidades e competências várias, desenvolver a criatividade, 
percepção, motricidade etc. 
A educação informal socializa os indivíduos, desenvolve hábitos, atitudes, 
comportamentos, modos de pensar e de se expressar no uso da linguagem, 
segundo valores e crenças de grupos que se frequenta ou que pertence por 
herança, desde o nascimento Trata-se do processo de socialização dos indivíduos. 
A educação não- formal capacita os indivíduos a se tornarem cidadãos do 
mundo, no mundo. Sua finalidade é abrir janelas de conhecimento sobre o mundo 
que circunda os indivíduos e suas relações sociais. Seus objetivos não são dados a 
priori, eles se constroem no processo interativo, gerando um processo educativo. 
 Um modo de educar surge como resultado do processo voltado para os 
interesses e as necessidades que dele participa. A construção de relações sociais 
baseadas em princípios de igualdade e justiça social, quando presentes num dado 
grupo social, fortalece o exercício da cidadania. 
 A transmissão de informação e formação política e sócio- cultural é uma meta 
na educação não formal. Ela preparar os cidadãos,educa o ser humano para a 
civilidade, em oposição à barbárie, ao egoísmo, individualismo etc. Quais são os 
principais atributos de cada uma das modalidades educativas que estamos 
diferenciando? 
A educação formal requer tempo, local específico, pessoal especializado. 
Organização de vários tipos (inclusive a curricular), sistematização sequencial das 
atividades, disciplinamento, regulamentos e leis, órgãos superiores etc. Ela tem 
caráter metódico e, usualmente, divide-se por idade/ classe de conhecimento. 
A educação informal não é organizada, os conhecimentos não são 
sistematizados e são repassados a partir das práticas e experiência anteriores, 
 
 
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usualmente é o passado orientando o presente. Ela atua no campo das emoções e 
sentimentos. É um processo permanente e não organizado. 
 A educação não -formal tem outros atributos: ela não é, organizada por 
séries/ idade/conteúdos; atua sobre aspectos subjetivos do grupo; trabalha e forma a 
cultura política de um grupo.Desenvolve laços de pertencimento. Ajuda na 
construção da identidade coletiva do grupo (este é um dos grandes destaques da 
educação não-formal na atualidade). 
Ela pode colaborar para o desenvolvimento da auto-estima e do 
empowerment do grupo, criando o que alguns analistas denominam, o capital social 
de um grupo. Fundamenta-se no critério da solidariedade e identificação de 
interesses comuns e é parte do processo de construção da cidadania coletiva e 
pública do grupo. 
Quais são os resultados esperados em cada campo assinalado? 
Na educação formal espera-se, além da aprendizagem efetiva (que, 
infelizmente nem sempre ocorre), há a certificação e titulação que capacitam os 
indivíduos a seguir para graus mais avançados. Na educação informal os resultados 
não são esperados, eles simplesmente acontecem a partir do desenvolvimento do 
senso comum nos indivíduos, senso este que orienta suas formas de pensar e agir 
espontaneamente. 
A educação não- formal poderá desenvolver, como resultados, uma série de 
processos tais como: 
 consciência e organização de como agir em grupos coletivos; 
 a construção e reconstrução de concepção (s) de mundo e sobre o mundo,; 
 a contribuição para um sentimento de identidade com uma dada comunidade; 
 forma o indivíduo para a vida e suas adversidades (e não apenas capacita-o 
para entrar no mercado de trabalho); 
 quando presente em programas com crianças ou jovens adolescentes a 
educação não-formal resgata o sentimento de valorização de si próprio (o que 
a mídia e os manuais de auto-ajuda denominam, simplificadamente, como a 
 
 
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auto-estima); ou seja dá condições aos indivíduos para desenvolverem 
sentimentos de auto-valorização, de rejeição dos preconceitos que lhes são 
dirigidos, o desejo de lutarem para de ser reconhecidos como iguais 
(enquanto seres humanos), dentro de suas diferenças (raciais, étnicas, 
religiosas, culturais etc.); 
 os indivíduos adquirem conhecimento de sua própria prática, os indivíduos 
aprendem a ler e interpretar o mundo que os cerca. 
 
3.1 Educação informal ou Educação Não-formal? 
Você sabe qual é a diferença entre educação não-formal e educação 
informal? 
Segundo PARK e FERNANDES, 2005, (...) entende-se que educação informal 
é toda gama de aprendizagens que realizamos (tanto no papel de ensinantes como 
de aprendizes), e que acontece sem que haja um planejamento específico e, muitas 
vezes, sem que nos demos conta (Trilla, 2003). 
 Acontece ao longo da vida, constitui um processo permanente e contínuo e 
não previamente organizado (Afonso, 2002). 
Keis, Lang, Mietus e Tiapula (apud Brembeck, 1974) ainda fazem uma sutil 
diferenciação entre educação informal e incidental. Para eles, este termo diz respeito 
“a algumas experiências educacionalmente não-intencionais, mas não menos 
poderosas”. 
Os resultados são tão comuns e são produzidos tão completamente sem 
consciência ou intenção que são comumente pensados como sendo ‘naturais’ ou 
‘inerentes’. O fato é que são aprendidos”, “as mesmas experiências ou similares 
podem ser conscientemente examinadas e deliberadamente incrementadas através 
de conversa, explanação, interpretação, instrução, disciplina e exemplo de pessoas 
mais velhas, de pares e de outros, tudo dentro do contexto de vivência individual e 
social do dia-a-dia. 
 
 
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Alguns incrementos podem pretender ser educativo, mas as próprias 
experiências não são planejadas conscientemente para isso. Alguns incrementos de 
experiências da vida real constituem a educação informal”. Fazem parte deste rol de 
aprendizagens e conhecimentos a percepção gestual, moral, comportamentos, 
provenientes de meios familiares, de amizade, de trabalho, de socialização, 
midiática, nos espaços públicos em que repertórios são expressos e captados de 
formas assistemáticas. Tais experiências e vivências acontecem, inclusive, nos 
espaços institucionalizados, e a apreensão se dá de forma individualizada, podendo, 
posteriormente, ser socializada. 
 
3.2 Educação formal e educação não-formal 
Define-se educação não-formal como “toda atividade educacional organizada, 
sistemática, executada fora do quadro do sistema formal para oferecer tipos 
selecionados de ensino a determinados subgrupos da população” (La Belle, 1982:2). 
Uma definição que mostra a ambiguidade dessa modalidade de educação, já que 
ela se define em oposição (negação) a um outro tipo de educação: a educação 
formal. Usualmente define-se a educação não-formal por uma ausência, em 
comparação com a escola, tomando a educação formal como único paradigma, 
como se a educação formal escolar também não pudesse aceitar a informalidade, o 
“extra-escolar”. 
Gostaria de definir a educação não-formal por aquilo que ela é, pela sua 
especificidade e não por sua oposição à educação formal. Gostaria também de 
demonstrar que o conceito de educação sustentado pela Convenção dos Direitos 
da Infância ultrapassa os limites do ensino escolar formal e engloba as experiências 
de vida, e os processos de aprendizagem não-formais, que desenvolvem a 
autonomia da criança. 
 Como diz Paulo Freire “Se estivesse claro para nós que foi aprendendo que 
aprendemos ser possível ensinar, teríamos entendido com facilidade a importância 
das experiências informais nas ruas, nas praças, no trabalho, nas salas de aula das 
escolas, nos pátios dos recreios, em que variados gestos de alunos, de pessoal 
 
 
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administrativo, de pessoal docente se cruzam cheios de significação” (Freire, 
1997:50). 
A educação formal tem objetivos claros e específicos e é representada 
principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma diretriz 
educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e 
burocráticas, determinadas em nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos 
ministérios da educação. 
A educação não-formal é mais difusa, menos hierárquica e menos 
burocrática.Os programas de educação não-formal não precisam necessariamente 
seguirum sistema sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração 
variável, e podem, ou não, conceder certificados de aprendizagem. 
Toda educação é, de certa forma, educação formal, no sentido de ser 
intencional, mas o cenário pode ser diferente: o espaço da escola é marcado pela 
formalidade, pela regularidade, pela sequencialidade. O espaço da cidade (apenas 
para definir um cenário da educação não formal) é marcado pela descontinuidade, 
pela eventualidade, pela informalidade. A educação não-formal é também uma 
atividade educacional organizada e sistemática, mas levada a efeito fora do sistema 
formal. Daí também alguns a chamarem impropriamente de “educação informal”. 
São múltiplos os espaços da educação não-formal. 
Além das próprias escolas (onde pode ser oferecida educação não -formal) 
temos as Organizações Não-Governamentais (também definidas em oposição ao 
governamental), as igrejas, os sindicatos, os partidos, a mídia, as associações de 
bairros, etc. Na educação não-formal, a categoria espaço é tão importante como a 
categoria tempo. 
 O tempo da aprendizagem na educação não-formal é flexível, respeitando as 
diferenças e as capacidades de cada um, de cada uma. Uma das características da 
educação não-formal é sua flexibilidade tanto em relação ao tempo quanto em 
relação à criação e recriação dos seus múltiplos espaços. 
Trata-se de um conceito amplo, muito associado ao conceito de cultura. Daí 
ela estar ligada fortemente a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos 
 
 
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enquanto cidadãos e à participação em atividades grupais, sejam esses adultos ou 
crianças. 
Segundo GOHN (1999:98-99), a educação não-formal designa um processo 
de formação para a cidadania, de capacitação para o trabalho, de organização 
comunitária e de aprendizagem dos conteúdos escolares em ambientes 
diferenciados. Por isso ela também é muitas vezes associada à educação popular 
e à educação comunitária. 
 A educação não-formal estendeu-se de forma impressionante nas últimas 
décadas em todo o mundo como “educação ao longo de toda a vida” (conceito 
difundido pela UNESCO), englobando toda sorte de aprendizagens para a vida, para 
a arte de bem viver e conviver. 
 “A difusão dos cursos de auto-conhecimento, das filosofias e técnicas 
orientais de relaxamento, meditação, alongamentos etc. deixaram de ser vistas 
como esotéricas ou fugas da realidade. Tornaram-se estratégias de resistência, 
caminhos de sabedoria. É também um grande campo de educação não-formal” 
(GOHN, 1999:99). 
Não se trata, portanto, aqui, de opor a educação formal à educação não-
formal. Trata-se de conhecer melhor suas potencialidades e harmonizá-las em 
benefício de todos e, particularmente, das crianças. 
Gostaria, a seguir, de me referir a um exemplo concreto de um espaço cada 
vez mais utilizado para na educação tanto formal quanto não-formal. Trata-se do 
ciberespaço da formação propiciado pelo avanço das novas tecnologias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 4 - A EDUCAÇÃO NÃO-FORMAL: CAMPOS E 
PROBLEMAS 
 
A educação não-formal designa um processo com quatro campos ou 
dimensões, que correspondem a suas áreas de abrangência. 
-O primeiro envolve a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos 
enquanto cidadãos isto é, o processo que gera a conscientização dos indivíduos 
para a compreensão de seus interesses e do meio social e da natureza que o cerca, 
por meio da participação em atividades grupais. 
-O segundo se refere à capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio, 
seja, da aprendizagem de habilidades ou desenvolvimento de potencialidades. 
-O terceiro, a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os 
indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltados para a solução de 
problemas coletivos cotidianos. 
-O quarto, mas não menos importante, é a aprendizagem dos conteúdos da 
escolarização formal, escolar, em formas e espaços diferenciados. Aqui o ato de 
ensinar se realiza de forma mais espontânea, e as forças sociais organizadas de 
uma comunidade têm o poder de interferir na delimitação do conteúdo didático 
ministrado bem como estabelecer as finalidades a que se destinam àquelas práticas. 
-O quinto é a educação desenvolvida na mídia e pela mídia, em especial a 
eletrônica, que alguns educadores ainda não têm dado muita atenção a esta 
modalidade. 
Finalmente, deve-se registrar ainda o campo da educação para a vida ou para 
a arte de bem viver. Em tempos de globalização, devemos traduzir isto em: como 
viver ou conviver com o stress. 
A educação não-formal também tem conseguido um grande campo na difusão 
dos cursos de auto-conhecimento, das filosofias e técnicas orientais de relaxamento, 
meditação, alongamentos etc. deixaram de ser vistas como esotéricas ou fugas da 
realidade. Tornaram-se estratégias de resistência, caminhos de sabedoria. 
 
 
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A Educação transmitida pelos pais na família, no convívio com amigos, 
clubes, teatros, leitura de jornais, livros, revistas etc. são considerados como temas 
da educação informal. O que diferencia a educação não-formal da informal é que na 
primeira existe intencionalidade de dados sujeitos, em criar ou buscar determinadas 
qualidades e/ou objetivos. 
 A educação informal decorre de processos espontâneos ou naturais, ainda 
que seja carregada de valores e representações, como é o caso da educação 
familiar que ocorre nos espaços de possibilidades educativas no decurso da vida 
dos indivíduos, como a família, tendo, portanto caráter permanente. Mas o termo 
informal não abrange as possibilidades da educação não-formal que se destaca 
neste texto, ou seja, as ações e práticas coletivas organizadas em movimentos, 
organizações e associações sociais. 
Usualmente se define a educação não-formal por uma ausência, em 
comparação ao que há na escola (algo que seria não-intencional, não planejado, 
não estruturado), tomando como único paradigma à educação formal.Conclui-se que 
os dois únicos elementos diferenciadores que têm sido assinalados pelos 
pesquisadores são relativos à organização e à estrutura do processo de 
aprendizado. 
Os espaços onde se desenvolvem ou se exercitam as atividades da educação 
não-formal são múltiplos, a saber: no bairro-associação, nas organizações que 
estruturam e coordenam os movimentos sociais, nas igrejas, nos sindicatos e nos 
partidos políticos, nas Organizações Não-Governamentais, nos espaços culturais, e 
nas próprias escolas, nos espaços interativos dessas com a comunidade educativa 
etc. Entretanto, as categorias de espaço e tempo também têm novos elementos na 
educação não-formal porque usualmente o tempo da aprendizagem não é fixado a 
priori, e sim são respeitadas as diferenças existentes para a absorção e 
reelaboração dos conteúdos, implícitos ou explícitos, no processo ensino-
aprendizagem. 
Na educação não-formal a cidadania é o objetivo principal, e ela é pensada 
em termos de coletivo. Organizam-se processos de acesso à escrita e à leitura - por 
meio de métodos de alfabetização - para coletivos específicos, a saber: grupos de 
 
 
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trabalhadores, grupos de jovens, adultos etc. Ou organizam-se processos de 
reciclagem ou formação, segundo determinadas demandas sociais. 
 
4.1 Algumas Características da Educação Não-Formal: Metas, e Metodologias 
A seguir listamos algumas características que a educação não formal pode 
atingir em termos de metas. Consideramos estas metas como um campo a ser 
desenvolvido pela Pedagogia Social: 
 Aprendizado quanto a diferenças - aprende-se a conviver com demais. 
Socializa-se o respeito mútuo; 
 Adaptação do grupo a diferentes culturas, e o indivíduo ao outro, trabalha o 
"estranhamento"; 
 Construção da identidade coletiva de um grupo; 
 Balizamento de regras éticas relativas às condutas aceitáveis socialmente. 
 O que falta na educação não-formal: 
 Formação específica a educadores a partir da definição de s eu papel e 
atividades a realizar; 
 Definição de funções e objetivos de educação não formal; 
 Sistematização das metodologias utilizadas no trabalho cotidiano; 
 Construção de instrumentos metodológicos de avaliação e análise do trabalho 
realizado; 
 Construção de metodologias que possibilitem o acompanhamento do trabalho 
realizado; 
 Construção de metodologias que possibilitem o acompanhamento do trabalho 
de egressos que participaram de programas de educação não formal; 
 Criação de metodologias e indicadores para estudo e análise de trabalhos da 
educação não formal em campos não sistematizados. Aprendizado gerados 
pela vontade do receptor; 
 
 
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 Mapeamento das formas de educação não formal na auto- aprendizagem dos 
cidadãos (principalmente jovens no campo da auto-aprendizagem musical). 
 
Metodologias 
A questão da metodologia merece um destaque porque é um dos pontos mais 
fracos na educação não-formal e a comparação com as outras modalidades 
educativas que utilizamos no item anterior não nos ajuda muito. De toda forma, na 
educação formal as metodologias são, usualmente, planificada previamente 
segundo conteúdos prescritos nas leis. 
As metodologias de desenvolvimento do processo ensino/aprendizagem são 
compostas por um leque grande de modalidades, temas e problemas e não vamos 
adentrar neste debate porque não é nossa área de conhecimento. A educação 
informal tem como método básico à vivência e a reprodução do conhecido, a 
reprodução da experiência segundo os modos e as formas como foram apreendidas 
e codificadas. 
Na educação não-formal, as metodologias operadas no processo de 
aprendizagem parte da cultura dos indivíduos e dos grupos. O método nasce a partir 
de problematização da vida cotidiana; os conteúdos emergem a partir dos temas que 
se colocam como necessidades, carências, desafios, obstáculos ou ações 
empreendedoras a serem realizadas; os conteúdos não são dados a priori. São 
construídos no processo. O método passa pela sistematização dos modos de agir e 
de pensar o mundo que circunda as pessoas. Penetra-se portanto no campo do 
simbólico, das orientações e representações que conferem sentido e significado às 
ações humanas. Supõe a existência da motivação das pessoas que participam. Ela 
não se subordina às estruturas burocráticas. É dinâmica. Visa à formação integral 
dos indivíduos. 
Neste sentido tem um caráter humanista. Ambiente não formal e mensagens 
veiculadas "falam ou fazem chamamentos" às pessoas e coletivos, e as motivam. 
Mas como há intencionalidades nos processos e espaços da educação não-formal, 
há caminhos, percursos, metas, objetivos estratégicos que podem se alterar 
constantemente. 
 
 
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 Há metodologias, em suma, que precisam ser desenvolvidas, codificadas, 
ainda que com alto grau de provisoriedade pois o dinamismo, a mudança, o 
movimento da realidade segundo o desenrolar dos acontecimentos, são as marcas 
que singularizam a educação não-formal. 
Qualquer que seja o caminho metodológico construído ou reconstruído, é de 
suma importância atentar para o papel dos agentes mediadores no processo: os 
educadores, os mediadores, assessores, facilitadores, monitores, referências, apoios 
ou qualquer outra denominação que se dê para os indivíduos que trabalham com 
grupos organizados ou não. 
 Eles são fundamentais na marcação de referenciais no ato de aprendizagem, 
eles carregam visões de mundo, projetos societários, ideologias, propostas, 
conhecimentos acumulados etc. Eles se confrontarão com os outros participantes do 
processo educativo, estabelecerão diálogos, conflitos, ações solidárias etc. 
Eles se destacam no conjunto e por meio deles podemos conhecer o projeto 
sócio-educativo do grupo, a visão de mundo que estão construindo, os valores 
defendidos e os que são rejeitados. Qual o projeto político-cultural do grupo em 
suma. 
Para finalizar a primeira parte deste texto destacamos que diferenciamos a 
educação não- formal de outras propostas educativas, que também se apresentam 
como educação social, mas que tem um caráter conservador. A maioria dessas 
propostas se voltam para os grupos sociais dos excluídos objetivando, na maior 
parte das vezes apenas inseri-los no mercado de trabalho, com práticas 
assistencialistas apoiadas por políticas sociais compensatórias. 
Entendemos a educação não - formal como aquela voltada para o ser 
humano como um todo, cidadão do mundo, homens e mulheres, numa perspectiva 
da emancipação, numa pedagogia libertadora e não integradora a uma dada ordem 
social desigual. 
Em hipótese NENHUMA a educação não-formal substitui ou compete com a 
Educação Formal, com a educação escolar. Poderá ajudar na complementação 
dessa última, via programações específicas, articulando a escola e a comunidade 
educativa localizada no território de entorno da escola. 
 
 
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A educação não- formal tem alguns de seus objetivos próximos da educação 
formal, como a formação de um cidadão pleno, mas ela tem também a possibilidade 
de desenvolver alguns objetivos que lhes são específicos, via a forma e os espaços 
onde se desenvolvem suas práticas, a exemplo de um conselho ou a participação 
em uma luta social, contra as discriminações, por exemplo, a favor das diferenças 
culturais etc. 
Resumidamente podemos enumerar os objetivos da educação não-formal 
como sendo: uma educação para cidadania. Esta educação abrange os seguintes 
eixos: 
a) Educação para justiça social; 
b) Educação para direitos (humanos, sociais, políticos, culturais etc.); 
c) Educação para liberdade; 
d) Educação para igualdade; 
e) Educação para democracia; 
f) Educação contra discriminação; 
g) Educação pelo exercício da cultura, e para a manifestação das diferenças 
culturais. 
 
4.2 A Educação Não-Formal em Ação 
Observa-se que inúmeras inovações no campo democrático advêm das 
práticas geradas pela sociedade civil que alteram a relação estado-sociedade ao 
longo do tempo e constroem novas formas políticas de agir, especialmente na esfera 
pública não estatal. De fato, são inúmeras as novas práticas sociais expressas em 
novos formatos institucionais da participação, tais como os conselhos, os fóruns, as 
assembléias populares e as parcerias. Em todas elas a educação não-formal estápresente, como processo de aprendizagem de saberes aos e entre seus 
participantes. 
Ao analisarmos as possibilidades de participação da comunidade educativa 
em uma escola, articulando-a aos processos de aprendizagem não-formal que os 
 
 
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métodos de gestão participativa desenvolvem, não podemos deixar de tecer 
algumas considerações sobre as estruturas de participação que já existem no 
interior das escolas, a exemplo dos distintos e diferenciados colegiados e conselhos. 
Nos conselhos se entrecruzam necessidades advindas da prática da educação 
formal/escolar, com a educação não-formal, principalmente no que se refere à 
participação dos pais e outros membros da comunidade educativa nas suas 
reuniões. 
Observa-se que o processo brasileiro de descentralização da educação não 
descentralizou, de fato, o poder no interior das escolas. Usualmente, esse poder 
continua nas mãos da diretora ou gestora, que o monopoliza, faz a pauta das 
reuniões dos conselhos e colegiados escolares, não a divulga com antecedência etc. 
A comunidade externa e os pais não dispõem de tempo e, muitas vezes, nem 
avaliam a relevância de participar ou de estarem presentes nas reuniões. Além 
disso, usualmente, esses pais não estão preparados para entender as questões do 
cotidiano das reuniões, como as orçamentárias. 
Só exercem uma participação ativa nos colegiados aqueles pais com 
experiência participativa anterior, extra-escolar, revelando a importância da 
participação dos cidadãos (ãs) em ações coletivas na sociedade civil. O caráter 
educativo que essa participação adquire, quando ela ocorre em movimentos sociais 
comunitários, organizados em função de causas públicas, prepara os indivíduos para 
atuarem como representantes da sociedade civil organizada. E os colegiados 
escolares são uma dessas instâncias. 
Muitos funcionários das escolas são membros dos conselhos e dos 
colegiados escolares mas, usualmente, exercitam um pacto do silêncio, não 
participando de fato e servindo de "modelo passivo" para outros setores da 
comunidade educativa que compõem um colegiado. Por que eles se comportam 
assim? Porque, na maioria dos casos, estão presentes para referendar demandas 
corporativas, ou para fortalecer diretorias centralizadoras. 
Como elo mais fraco do poder, eles participam para "compor", para dar 
número e quorum necessários aos colegiados, contribuindo com esse 
comportamento para não construir nada e nada mudar. Por que isso ocorre? Porque, 
 
 
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embora os colegiados sejam um espaço legítimo e de direito, e uma conquista para 
o exercício da cidadania, até por serem previstos em lei, essa cidadania tem que ser 
qualificada e construída na prática. 
 Os projetos políticos dos representantes dos diferentes segmentos e grupos, 
seus valores, visões de mundo etc. interferem na dinâmica desses processos 
participativos. Para terem como meta projetos emancipatórios, eles devem ter como 
lastro de suas ações os princípios da igualdade e da universalidade. Os colegiados 
devem construir ou desenvolver essa sensibilidade por meio de um conjunto de 
valores que venham a ser refletidos em suas práticas. 
. Sem isso, temos uma inclusão excludente: aumento do número de alunos 
nas escolas e estruturas descentralizadas que não ampliam de fato a intervenção da 
comunidade na escola. Temos setores que pretensamente estão representando o 
interesse público, mas que na realidade defendem o interesse de grupos e 
corporações, ou a manutenção do poder tradicional, cujo papel é exercer o controle, 
a vigilância em razão de uma falsa participação ordeira e voltada para a 
responsabilização da comunidade (pais, mães e outros mais) nas ações em que o 
Estado se omite (vide SILVA, 2003). 
Não se deve perder de vista que, por intermédio dos Conselhos, a sociedade 
civil exercita o direito de participar da gestão de diferentes políticas públicas, tendo a 
possibilidade de exercer maior fiscalização e controle sobre o Estado, em suas 
políticas públicas. Os fóruns são frutos das redes tecidas nos anos 70/80 que 
possibilitaram aos grupos organizados olhar para além da dimensão do local; têm 
abrangência nacional e são fontes de referência e comparação para os próprios 
participantes. 
As assembléias e plenárias têm ganhado formatos variados que vão de 
encontros regulares e periódicos entre especialistas, interessados e gestores 
públicos, como no caso da saúde, a observatórios e grupos semi-institucionalizados 
do orçamento participativo. As novas práticas constituem, assim, um novo tecido 
social denso e diversificado, tencionam as velhas formas de fazer política e criam 
novas possibilidades concretas para o futuro, em termos de opções democráticas. 
 
 
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As novas práticas de interação escola/representantes da sociedade civil 
organizada devem ser examinadas à luz dos processos da educação não-formal 
caracterizados na primeira parte deste texto. São aprendizagens que estão gerando 
saberes. Processos difíceis, tensionados mas educativos para todos, pelo que 
trazem de novo, pela resistência ou pela reiteração obstinada do velho, que não 
quer ceder à pressão das novas forças. 
 
4.3 Novos espaços de formação e informalidade da educação 
As novas tecnologias da informação criaram novos espaços do 
conhecimento. Agora, além da escola, também a empresa, o espaço domiciliar e o 
espaço social tornaram-se educativos. Cada dia mais pessoas estudam em casa, 
podendo, de lá, acessar o ciberespaço da formação e da aprendizagem à 
distância, buscar fora das escolas a informação disponível nas redes de 
computadores interligados, serviços que respondem às suas demandas pessoais de 
conhecimento. 
 Por outro lado, a sociedade civil (ONGs, associações, sindicatos, igrejas...) 
está se fortalecendo, não apenas como espaço de trabalho, mas também como 
espaço de difusão e de reconstrução de conhecimentos. Como previa Herbert 
Marshall McLuhan (1969), na década de 60, o planeta tornou-se a nossa sala de 
aula e o nosso endereço. 
O ciberespaço rompeu com a ideia de tempo próprio para a aprendizagem. O 
espaço da aprendizagem é aqui, em qualquer lugar; o tempo de aprender é hoje e 
sempre.Hoje vale tudo para aprender. Isso vai além da “reciclagem” e da atualização 
de conhecimentos e muito mais além da “assimilação” de conhecimentos. A 
sociedade do conhecimento é uma sociedade de múltiplas oportunidades de 
aprendizagem. 
 As consequências para a escola, para o professor e para a educação em 
geral são enormes. É essencial saber comunicar-se, saber pesquisar, ter raciocínio 
lógico, saber organizar o seu próprio trabalho, ter disciplina para o trabalho, ser 
independente e autônomo, saber articular o conhecimento com a prática, ser 
aprendiz autônomo e a distância. 
 
 
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Nesse contexto, o professor é muito mais um mediador do conhecimento, 
diante do aluno que é o sujeito do sua própria formação. O aluno precisa construir e 
reconstruir conhecimento a partir do que faz. Para isso o professortambém precisa 
ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer 
dos seus alunos. Ele deixará de ser um lecionador para ser um organizador do 
conhecimento e da aprendizagem. O professor se tornou um aprendiz permanente, 
um construtor de sentidos, um cooperador, e, sobretudo, um organizador da 
aprendizagem. É aquele que “cuida” da aprendizagem. 
O “cuidado” (Boff, 1999) é uma categoria essencial na tarefa de educador. 
Não se trata do cuidado no sentido assistencial, mas do cuidado no sentido da 
atenção e da responsabilidade ético-política do educador. De nada adiantará 
ensinar, se os alunos não conseguirem organizar o seu trabalho, serem sujeitos 
ativos da aprendizagem, auto disciplinados, motivados. E não é suficiente 
oportunizar o acesso e a permanência na escola para todos: o direito à educação 
implica o direito de aprender. 
Hoje as teorias do conhecimento estão centradas na aprendizagem. Mas só 
aprendemos quando nos envolvemos profundamente naquilo que aprendemos, 
quando o que estamos aprendendo tem sentido para as nossas vidas. Conhecer e 
aprender são processos “autopoiéticos” (Maturana & Varela, 1995), auto-
organizativos. Só conhecemos realmente o que construímos autonomamente. 
 Frente à disseminação e à generalização da informação, é necessário que a 
escola e o professor, a professora, façam uma seleção crítica da informação, pois 
há muito lixo e propaganda enganosa sendo veiculados. Não faltam, também na era 
da informação, encantadores da palavra que desejam tirar algum proveito, seja 
econômico, seja religioso, seja ideológico. Isso é válido tanto para a educação 
formal quanto para a educação não-formal. 
Para que serve o conhecimento? 
O conhecimento serve primeiramente para nos conhecer melhor, a nós 
mesmos e todas as nossas circunstâncias. Serve para conhecer o mundo. Serve 
para adquirirmos as habilidades e as competências do mundo do trabalho; serve 
para tomar parte nas decisões da vida em geral, social, política, econômica. Serve 
 
 
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para compreender o passado e projetar o futuro. Finalmente, serve para nos 
comunicar, para comunicar o que conhecemos, para conhecer melhor o que já 
conhecemos e para continuar aprendendo. 
Conhecer é importante porque a educação se funda no conhecimento e este 
na atividade humana.Para inovar é preciso conhecer. A atividade humana é 
intencional, não está separada de um projeto.Conhecer não é só adaptar-se ao 
mundo. É condição de sobrevivência do ser humano e da espécie. Antes de 
conhecer o sujeito se “interessa” (Habermas). É “curioso”, é “esperançoso” (Freire). 
Daí a importância do trabalho de “sedução” (Nietzsche -2005) do professor, da 
professora, frente ao aluno, à aluna. 
 Seduzir no sentido de encantar pela beleza e não como técnica de 
manipulação. Daí a necessidade da motivação, do encantamento. Motivação que 
deve vir de dentro do próprio aluno e não da propaganda. É preciso mostrar que 
“aprender é gostoso, mas exige esforço”, como dizia Paulo Freire no primeiro 
documento que encaminhou aos professores, na forma de carta, quando assumiu a 
Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, em janeiro de 1989. 
Não podemos estabelecer fronteiras muitas rígidas hoje entre o formal e o 
não-formal. Na escola e na sociedade, interagem diversos modelos culturais. O 
currículo consagra a intencionalidade necessária na relação intercultural 
preexistente nas práticas sociais e interpessoais. Uma escola é um conjunto de 
relações interpessoais, sociais e humanas onde se interage com a natureza e o meio 
ambiente. 
Os currículos monoculturais do passado, voltados para si mesmos, 
etnocêntricos, desprezavam o “não-formal” como “extra-escolar”, ao passo que os 
currículos interculturais de hoje reconhecem a informalidade como uma 
característica fundamental da educação do futuro. 
O currículo intercultural engloba todas as ações e relações da escola; engloba 
o conhecimento científico, os saberes da humanidade, os saberes das comunidades, 
a experiência imediata das pessoas, instituintes da escola; inclui a formação 
permanente de todos os segmentos que compõem a escola, a conscientização, o 
 
 
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conhecimento humano e a sensibilidade humana, considera a educação como um 
processo sempre dinâmico, interativo, complexo e criativo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE 5 - PROJETOS SOCIAIS 
 
Primeiramente vamos definir o que são projetos. 
De acordo com o Dicionário Aurélio, um projeto é “uma ideia de executar ou 
realizar algo no futuro. Um plano. Um empreendimento a ser realizado dentro de 
determinado esquema.” Já a palavra “social” é definida como “da sociedade ou 
relativo à sociedade, comunidade ou agremiação.” Logo, um projeto social é uma 
ideia, um plano a ser executado para o benefício da sociedade, comunidade, 
agremiação etc. 
Apesar do termo projeto implicar necessariamente ideias propostas para uma 
ação futura, convencionou-se, entre os especialistas da área, chamar de projeto 
tanto o esquema de planejamento como a própria execução das ações planejadas. 
Assim, se você consultar mais de uma publicação sobre o assunto, 
encontrará diversas definições, na verdade semelhantes e de certa forma 
complementares, nas quais os projetos sociais são tratados como “meios”, 
“empreendimentos”, “atividades”. 
 
Ficam, portanto, bem claros alguns pontos relativos a projetos: 
 têm a intenção de provocar mudanças; têm limites de tempo e recursos; 
 visam a melhorar as condições de vida dos beneficiários;são ações 
planejadas e coerentes entre si. 
 
A escola continua tendo o papel central no processo educativo, mas pode 
partilhar responsabilidade criando um espaço de co-responsabilidade em ações que 
visem a aprofundar o que já está sendo ensinado. Mas por que trabalhar com 
projetos? 
Quando um grupo de voluntários decide aliar-se à escola para estabelecer 
uma parceria, nada mais justo e conveniente do que partir dos desafios existentes e, 
 
 
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numa atuação solidária e cooperativa, colocar mãos à obra. Aí entra o projeto que é 
o planejamento das ações a serem desenvolvidas para fazer frente às necessidades 
detectadas – num levantamento prévio – pela comunidade escolar e pelos próprios 
voluntários. 
O projeto tem, então, o propósito de costurar ações e participações, 
direcionando-as para um objetivo comum que se pretende alcançar. Somam-se 
forças e maximizam-se resultados sempre que se tem um horizonte único, tarefas 
integradas e definição clara do papel a ser desempenhado por cada uma das partes 
envolvidas. E, até que se estabeleça uma relação de confiança e de cooperação 
entre escola e voluntários é prudente ir se aproximando aos poucos. 
Transparência e compromisso dos voluntários com a proposta são fatores que 
reforçam a credibilidade e abrem portas. Por outro lado, uma reunião, uma oficina, 
atividades recreativas, entre tantas outras possibilidades, são ações pontuais que 
abrem espaço para se pensar e realizar

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