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CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA 1. TÍTULO DO TRABALHO O USO DO MICROAGULHAMENTO NO TRATAMENTO DO MELASMA : REVISÃO SISTEMÁTICA 2. ÁREA E SUBÁREA DO CONHECIMENTO ÁREA: Não precisa preencher SUBÁREA: : Não precisa preencher 3. CURSO E AUTOR CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM : Saúde estética ESTUDANTE : Élida Regina Araújo Matias PROF ORIENTADOR : Amélia 4. JUSTIFICATIVA O Melasma é uma hipermelanose comum, adquirida, simétrica, caracterizada por máculas acastanhadas, mais ou menos escuras, de contornos irregulares, mas limites nítidos, nas áreas foto expostas, especialmente, face, fronte, têmporas e, mais raramente, no nariz, pálpebras, mento e membros superiores Trata-se de doença dermatológica facilmente diagnosticada ao exame clínico, porém, apresenta uma cronicidade característica, com recidivas frequentes, grande refratariedade aos tratamentos existentes e ainda muitos aspectos fisiopatológicos desconhecidos. O presente trabalho visa apontar estudos que comprovam a eficácia da associação do microagulhamento drug delivery no controle dessa disfunção estética . 5. OBJETIVOS Objetivo Geral Analisar a eficácia do microagulhamento no tratamento do melasma Objetivos Específicos : •Apresentar o microagulhamento como uma técnica eficaz nos tratamentos •Observar a ação do microagulhamentos no tratamentos do melasma por meio drug delivery •Apresentar os sucessos no uso desse processo. CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA 6. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ( Referencial Teórico) Pele A pele é o maior órgão do corpo humano, é responsável por cerca de 16% do peso corporal e possui como principal função isolar as estruturas internas do ambiente externo, e é constituída por três camadas: epiderme, derme e hipoderme ou tela subcutânea. A camada externa da pele é a epiderme, sendo avascular com espessura de 75 a 150 um, sendo de 0,4 a 0,6mm de espessura na palma das mãos e planta dos pés, tendo como função principal, proteção contra agentes externos. Constituída de células epiteliais achatadas sobrepostas que as considerando de dentro para fora, estão dispostas em; germinativa ou basal, espinhosa, granulosa, lúcida e córnea (DOMANSKY; BORGES et al., 2012). São vários os tipos de células que compõem a epiderme: os queratinócitos (ceratinócitos), sintetizam queratina e a medida com que migram para a superfície origina-se a camada córnea, a queratina é uma proteína fibrosa filamentosa que dá firmeza a epiderme e a garante a proteção, permeabilidade e a protege da desidratação; os melancólicos que são células responsáveis pela síntese de melanina, pigmento cuja função é proteção dos raios ultravioleta; as células de Langerhans são as células responsáveis pela ativação do sistema imunológico atuando como macrófagos contra partículas estranhas e microrganismos; e as células ou discos de Merkel, que estão presentes entre a epiderme e derme, ligando-se as terminações nervosas sensitivas atuando como receptores de tato ou pressão (DOMANSKY; BORGES et al., 2012). A pele ao longo da vida passa por muitas transformações, ainda na formação do embrião, três folhas germinativas são formadas: o ectoderma, mesoderma e o CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA endoderma, cada folheto se desdobra, formando e promovendo órgãos e sistema do corpo humano (JUNQUEIRA; CARNEIRO et al., 2004) O envelhecimento começa a se manifestar a partir dos 30 anos de idade, porém a transformação das estruturas da pele se dá desde a formação do embrião. A ciência sub classificou esse processo em fator intrínseco ou cronológico e o fator extrínseco. No envelhecimento intrínseco ou cronológico estão relacionadas as alterações genéticas e de idade, esperado e inevitável, já o envelhecimento extrínseco está diretamente ligado a fatores externos, ou seja, exposição solar, poluição, cuidados diários e todas as condições que surgem para o desgaste natural da pele (TESTON, NARDINO et.al 2017 apud KEDE et.al 2017). Diante desses fatores a pele idosa apresenta alterações que serão descritas a seguir: A vascularização da pele idosa tem uma redução de 60%, assim, diminuindo o fator de crescimento endotelial, sua espessura é de 65% a 70% da espessura da pele de um adulto, decorrente do apoptose abaixo da camada granulosa e diminuição da superfície derme papilar. Na derme ocorre diminuição de 10% a 20% no número ativo de melanócitos a cada década, deixando essa pele mais suscetível a manchas solares. Aumenta os produtos finais da glicação da matriz extracelular, a geração de radicais livres e danos oxidativos. Há também uma diminuição de fibroblastos e síntese de colágeno (KEDE; SABATOVICH, 2004; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2008). Melasma De acordo com Lima, Lima e Takano (2013), o melasma é uma hipermelanose comum, caracterizada por máculas com bordas irregulares claras a escuras nas áreas da pele do rosto que ficam expostas ao sol, principalmente as bochechas, a testa, o lábio superior, o nariz e o queixo e que afetam principalmente mulheres em idade fértil. A idade média dos pacientes com melasma é de aproximadamente 30 anos. CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA Sua etiologia é multifatorial, e a exata patogenia ainda permanece desconhecida, sabendo-se que a radiação ultravioleta é o fator preponderante. Outras condições implicadas são o uso de contraceptivos orais, tratamento hormonal, gravidez e história familiar. Estudos recentes apontam que de 55% a 64% casos dessa condição têm história familiar positiva, sugerindo a predisposição genética para o melasma. Fatores menos comumente observados são disfunção na tireoide, medicações ototóxicas, anticonvulsivantes e dermatite de contato pelo uso de cosméticos. ( GEDDES, et al 2016). De acordo com Gaedtke (2011), o fator ambiental mais importante para o desenvolvimento do melasma é a exposição à luz solar. Fisiologicamente, a Radiação ultravioleta pode causar peroxidação dos lipídios nas membranas celulares, levando à geração de radicais livres, que podem estimular os melanócitos a produzir excesso de melanina. Nos estudos de Gaedtke (2011), sugere-se que após a exposição aos raios UVB, os queratinócitos produzem Interleucina 1 (IL-1), endotelina 1, FSH e Hormônio Adrenocorticotrófico (ACTH), que levam a uma alta proliferação e/ou melanogênese dos melanócitos humanos e que consequentemente causa um espessamento epidérmico normal. De acordo com Hammerschmidt, et al (2012), o melasma pode ser classificado, através da lâmpada de Wood e da dermatoscopia, em epidérmico, dérmico e misto. Epidérmicos: tornam-se mais aparentes e contrastados; dérmicos: mostram-se menos evidentes, mistos: apresentam aspectos variados, inaparentes: próprios das pessoas de pele negra que, por absorverem as radiações recebidas, não as refletem, tornandoo melasma indetectável no comprimento de onda emitido por essa fonte luminosa Essa classificação é essencial e possui grande importância para o prognóstico e para a busca do tratamento mais adequado, visto que os melhores resultados terapêuticos são normalmente alcançados no melasma epidérmico, o subtipo menos severo (HAMMERSCHMIDT, et al,) . CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA É importante para este estudo a compreensão do sistema tegumentar, a pele é Considerada o maior órgão do corpo humano, desempenhando inúmeras funções inerentes a proteção tecidual de agentes externos, tais como sensações (toque, dor, frio, calor e pressão) regulação de temperatura, secreção de lipídios e absorção e excreção de líquidos. (GÉRSON ET AL, 2011). Carris (2009) afirma que a pele é segmentada por três camadas, sendo elas: epiderme, derme e hipoderme. A epiderme é a camada mais superficial e espessa da pele impenetrável, formada basicamente de queratinócitos que são transpassados por folículos pilosos e glândulas sebáceas. Além destes, a epiderme possui os melanócitos, as células de Lanternagens e as Células de Berkeley. Sua nutrição é mediada por difusão através dos vasos sanguíneos proeminentes da derme. Logo abaixo da epiderme, encontra-se a derme, a qual é constituída por tecido conjuntivo altamente vascularizado, composta por fibras de colágeno e elastina sintetizadas pelos fibroblastos, vasos capilares ( sanguíneos e linfáticos), músculo eretor de pêlos, glândulas sebáceas, glândulas sudoríparas e terminações nervosas ( GERSON et al, 2011) A camada mais profunda da pele, a hipoderme, é essencialmente formada por tecido adiposo, capaz de regular a temperatura corporal, proteger contra choques mecânicos externos, serve ainda como fonte energética e depósito nutricional ( HARRIS, 2009) . Microagulhamento A técnica do microagulhamento denominada como Indução Percutânea de Colágeno (IPC), consiste na formação de múltiplas micropunturas, que resultam em estímulo inflamatório e produção de colágeno (LIMA, 2015; KALIL et al., 2015b). CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA A circunstância aceita que explica o mecanismo de ação de indução percutânea de colágeno aplicando o microagulhamento é pelo fato de ele cria uma ampla quantidade de micro furos através da epiderme para a derme papilar. Estas injúrias criam uma zona semelhante de lesão superficial, que inicia o processo normal de restauração com liberação de vários fatores de crescimento. Isto promove a migração e a proliferação de fibroblastos, resultando em deposição de colágeno, que continua durante meses após a lesão . As microagulhas também abrem os poros em camadas superiores da epiderme e permite a penetração de cremes de forma mais eficaz através da pele ( BERGMAN et al.,2014). Para Fabbrocini et al. (2011), as agulhas separam as células da epiderme ajudando a contornar o estrato córneo, o que permite melhor penetração de ativos e aumenta a perfusão de sangue na pele. A partir da produção de micro hematomas múltiplos na derme, inicia-se a ação de fatores de crescimento e, consequentemente, a produção de colágeno (FERNANDES; SIGNORINI, 2008; KALIL et al., 2015b). Os fatores de crescimento são importantes na atuação de processos fisiológicos como a cicatrização, uma vez que promovem a proliferação do tecido dérmico e, consequentemente, sua reepitelização. Nesse processo, as moléculas resistentes e estruturadas substituem as estruturas desorganizadas do colágeno tipo III e da elastina (BERGMAN; BERGMAN; SILVA, 2014), reduzindo a frouxidão da pele e suavizando cicatrizes e rugas (KALIL et al., 2015b). Por meio do tecido lesionado, ocorre a migração de fibroblastos e capilares recém-formados, o que resulta em um novo tecido que preenche a cicatriz atrófica, induzindo a repigmentação por meio da melhora da vascularização (KALIL et al., 2015b). CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA (continuação) 7. METODOLOGIA Trata-se de um estudo de revisão sistemática de literatura, cuja estruturação da base teórica foi realizada a partir da pesquisa e análise de livros e artigos científicos de relevância entre os anos 2010 a 2019 em bases indexadas como Scielo, Bireme, LILACS, PubMed, entre outras. . Essa revisão permite acesso a conhecimentos pregressos e atuais para análise e síntese de resultados de estudos independentes sobre o microagulhamento e sua eficácia no controle do melasma . Para o levantamento bibliográfico, foram utilizados termos seguindo os ̀`Descritores em Ciências da Saúde – DECS'', como: microagulhamento, disfunções estéticas faciais, melasma e drug delivery. 8. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO Preencher A pesquisa vai acontecer no período de julho a dezembro de 2020. Buscando resultados bibliográficos comprovando a eficácia do microagulhamento drug delivery no controle do melasma. 9. REFERÊNCIAS BERGMANN, C. L. M. S.; BERGMANN, J.; SILVA, C. L. M . Melasma e rejuvenescimento facial com o uso de peeling de ácido retinóico a 5% e microagulhamento : caso clínico. 2014. 24 p. DOMANSKY, R.C; BORGES, L.E. Manual para prevenção de lesões de pele. Recomendações baseadas em evidências . Rio de Janeiro: Editora Rubio,2012. FABBROCINI, G. et al. Skin needling to enhance depigmenting serum penetration in the treatment of melasma. Plastic Surgery International, 2011. 7 p. CENTRO DE PÓS-GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO OSWALDO CRUZ METODOLOGIA DO TRABALHO CIENTÍFICO (MTC) PROJETO DE PESQUISA FERNANDES, D.; SIGNORINI, M. Combating photoaging with percutaneous collagen induction. Clinics in Dermatology, v. 26, p. 192-199, 2008. FERNANDES, D.; SIGNORINI, M. Combating photoaging with percutaneous collagen induction. Clinics in Dermatology , v. 26, p. 192-199, 2008. GAEDTKE, N.G. Abordagem Terapêutica do Melasma na Gestação - Revisão Bibliográfica. 2011. 21p. Trabalho de Conclusão de Curso. Pós-graduação em Medicina Estética, Universidade Tuiuti do Paraná: Curitiba, 2011. Disponível em: < http://tcconline.utp.br/wp-content/uploads/2011/11/ABORDAGEM-TERAPEUTICADO-MEL ASMA-NA-GESTACAO-REVISAO-BIBLIOGRAFICA.pdf > Acesso em: Junho de 2020. GERSON, Joel; D’ANGELO, Janet; LOTZ, Shelley; DEITZ, Sallie. Fundamentos de estética 3 : Ciência da pele. 10. ed. São Paulo: Cengage Learning, 2011. JUNQUEIRA, L.C; CARNEIRO, J. Pele e anexos. Histologia Básica . Ed, v.9, p. 303-309, 2004. HARRIS, Maria Inês Nogueira de Camargo. Pele: estrutura, propriedades e envelhecimento 3. ed. São Paulo: Senac, 2009. JUNQUEIRA, L.C; CARNEIRO, J. Histologia básica.11 . ed.v.5. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. KALIL, C. L. P. V. et al. Tratamento das cicatrizes de acne com a técnica de microagulhamento e drug delivery. 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