Buscar

BÁRBARA - TRABALHO CONCLUSÃO DE CURSO - O PAPEL DO TUTOR NO BEM ESTAR E ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL DOS GATOS DOMÉSTICOS. BÁRBARA ELLEN RODRIGUES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 19 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
¹ Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Arnaldo. 
² Docente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Arnaldo. 
 
O PAPEL DO TUTOR NO BEM-ESTAR E ENRIQUECIMENTO DO 
AMBIENTE DOS GATOS DOMÉSTICOS (FELIS SILVESTRIS CATUS)THE 
TUTOR'S ROLE IN THE WELL-BEING AND ENRICHMENT OF THE 
ENVIRONMENT OF DOMESTIC CATS (FELIS SILVESTRIS CATUS) 
Bárbara Ellen Rodrigues¹ Pillar Gomide do Valle² 
 
RESUMO 
O crescimento da população felina em área urbana pode ser explicado devido 
à verticalização das cidades e mudanças cotidianas. O tempo tornou-se 
escasso, as residências estão menores, as ocupações dos tutores com 
trabalho e estudos limitam seu tempo com os animais de estimação. Sendo 
assim, os gatos se encaixam perfeitamente nesse novo cenário. As clínicas 
veterinárias vêm se adaptando a essa nova realidade, com profissionais cada 
vez mais capacitados que buscam a especialização para atender as 
particularidades da espécie. Fornecer um ambiente adequado para pacientes 
felinos seja em suas casas ou nas clínicas veterinárias pode ajudar a prevenir 
comportamentos indesejáveis e melhorar ou até mesmo resolver esses 
problemas. Os problemas de comportamento que os gatos podem apresentar 
diante de um ambiente desfavorável não só prejudica o bem-estar, mas 
também a saúde física desses animais, Atender a essas necessidades, bem 
como entender a linguagem corporal e comportamento natural pode 
proporcionar uma maior qualidade de vida, aumentar a saúde e prevenir o 
estresse que consequentemente se transformam em doenças adjacentes, além 
de diminuir ou acabar com o mau comportamento. Os cinco pilares envolvem 
um local seguro, múltiplas fontes de recursos, oportunidade para brincar e ter 
comportamento predatório, interações sociais positivas, e respeitar o sentido 
olfatório. O presente trabalho aborda os principais pilares do bem-estar e suas 
necessidades ambientais que devem ser respeitadas e programadas, bem 
como alternativas de como o tutor pode implementar o programa a domicilio. 
 
PALAVRAS CHAVES: Enriquecimento Ambiental, Problemas 
Comportamentais, Linguagem Corporal, Bem-Estar, Gatos. 
 
 
2 
 
 
 
 
ABSTRACT 
The growth of the feline population in an urban area can be explained due to 
the verticalization of cities and daily changes. Time has become scarce, homes 
are smaller, tutors' occupations with work and studies limit their time with pets. 
Therefore, cats fit perfectly in this new scenario. Veterinary clinics have been 
adapting to this new reality, with increasingly qualified professionals who seek 
specialization to meet the particularities of the species. Providing a suitable 
environment for feline patients whether at home or at veterinary clinics can help 
prevent undesirable behavior and improve or even resolve these problems. The 
behavior problems that cats may present in the face of an unfavorable 
environment not only impairs the well-being, but also the physical health of 
these animals. Meeting these needs, as well as understanding body language 
and natural behavior can provide a higher quality of life. life, increase health and 
prevent stress that consequently turn into adjacent diseases, in addition to 
reducing or ending bad behavior. The five pillars involve a safe place, multiple 
sources of resources, opportunity to play and behave predatorily, positive social 
interactions, and respect for the sense of smell. This work addresses the main 
pillars of well-being and their environmental needs that must be respected and 
programmed, as well as alternatives on how the tutor can implement the 
program at home. 
 
 KEY WORDS: Environmental enrichment, Behavioral problems, body 
language, well-being, cats. 
 
1.INTRODUÇÃO 
A Organização Mundial de Saúde Animal (Organização Internacional das 
Epizootias - OIE) exibe conceitos bem definidos que provém de um resumo das 
cinco liberdades, que foram criados pelo Comitê de Bem-Estar dos animais de 
Fazenda (Farm Animal Welfare Committee - FAWC). Por ser um instrumento 
mundialmente aceito, é usado para diagnosticar e avaliar a qualidade de vida 
dos animais até os dias de hoje. São elas: livres de dor ou qualquer injúria e 
doença, livres de desconforto, livres de desnutrição, livres para expressar 
comportamento natural, e livres de medo e estresse (VECQUERAY, 2018). 
3 
 
 
 
O termo bem-estar é conceituado como a capacidade do animal em se adaptar 
ao seu meio ambiente, onde o mesmo apresenta um estado de completa saúde 
física, mental, comportamental, e ambiental, e se encontre livre de estresse, 
com condições ambientais favoráveis para que o animal como indivíduo se 
adapte (BROOM, 1986). Os problemas de comportamento que os gatos podem 
apresentar diante de um ambiente desfavorável não só prejudica o bem-estar e 
saúde física e psicológica desses animais, como também a relação e interação 
humana, já que a maioria dos casos de problemas comportamentais resulta em 
agressividade com consequentes acidentes por ataques, favorecendo o 
abandono ás ruas, aumentando os riscos de zoonoses (MORAIS, 2018). 
Os princípios da ética e bem-estar dos animais têm sido muito presente na 
sociedade e crescido cada vez mais a preocupação com as necessidades e 
aspectos físicos, psicológicos, comportamentais e ambientais. De acordo com 
a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, a 
ABINPET, o Brasil apresenta a segunda maior população mundial de pets, com 
23,9 milhões de felinos e 54,2 milhões de cachorros. Com a população de 
gatos crescendo 8,1% ao ano, em 2022 é esperado 40 milhões de gatos no 
Brasil, com chances de ultrapassar a população de cães (ABINPET, 2018). Em 
Belo Horizonte, conforme o censo canino realizado em 2017 pelos Agentes de 
combate a Endemias I e II, existem 307.959 cães e 96.825 gatos domiciliados 
em nossa cidade. Destes, estima-se que 10% tenham acesso à rua sem 
supervisão de um responsável, ou seja, 40.478 animais, incluindo-se nesse 
grupo animais semi-domiciliados e abandonados que representam um 
importante risco para a saúde pública (MORAIS, 2018). 
O crescimento da população felina em área urbana pode ser explicado devido 
à verticalização das cidades e mudanças cotidianas. O tempo tornou-se 
escasso, as residências estão menores, as ocupações dos tutores com 
trabalho e estudos limitam seu tempo com os animais de estimação. Sendo 
assim, os gatos se encaixam perfeitamente nesse novo cenário. Afinal, eles se 
limpam sozinhos, e não precisa de banho e tosa toda semana, fazem as 
necessidades em uma pequena caixa de areia, assim não precisam de um 
espaço enorme como quintais e nem mesmo passeios longos todas as 
manhãs. Porém, deve-se estar atendo, pois são animais sociáveis que também 
precisam de carinho, conforto e um ambiente adequado (LOIOLA, 2016). 
4 
 
 
 
A domesticação desses animais ocorreu de forma tardia se comparada aos 
cães. O antecessor do gato doméstico é o Felis silvestris, o gato selvagem. A 
diferença genética entre ambos é muito pequena, bem como a distinção 
anatômica e comportamental. A aproximação desses felinos ocorreu quando as 
populações abandonaram a vida nômade e se fixaram nas margens do Rio 
Nilo. Os gatos iniciaram uma convivência próxima e desejável com essas 
pessoas, pois impediam que roedores invadissem os locais para 
armazenamento de alimentos. Nesse contexto, era desejável que o animal 
permanecesse um caçador. E isso reflete no gato doméstico hoje, que carrega 
fortes características comportamentais do seu ancestral (LOIOLA, 2016). 
As clínicas veterinárias vêm se adaptando a essa nova realidade, com 
profissionais cada vez mais capacitados que buscam a especialização para 
atender as particularidades da espécie. Não só as clínicas, como também os 
tutores tem buscado profissionais capacitados e especializados na espécie em 
questão. O atendimento “Cat friendly”desenvolvido pela Sociedade Americana 
de Clínicos de Felinos (American Association of Feline Practitioners – AAFP) 
instrui o médico veterinário a realizar um atendimento que reduza o estresse 
desse paciente, procurando entender as necessidades, linguagem corporal e 
particularidades da espécie. O objetivo do programa é criar um ambiente mais 
exclusivo na clínica (JUSTEN,2014; MILLS, 2018). 
O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre 
as principais necessidades do ambiente do gato doméstico, Oferecendo 
informações direcionadas à sociedade sobre mudanças que podem ser 
inclusas a domicílio. Buscando aprimorar a criação felina e transmitindo a 
compreensão de comportamento desses animais, reduzindo a possibilidade de 
stress. 
Os problemas comportamentais são importantes causas de abandono, e isso 
geralmente ocorre quando o ambiente necessário para que o animal 
estabeleça seu comportamento natural não é respeitado. Atender as 
necessidades físicas e emocionais do gato é o primeiro passo para 
proporcionar qualidade de vida e aumentar sua saúde. As necessidades do 
ambiente incluem o local físico em que ele se encontra, bem como suas 
interações sociais, sejam elas com humanos ou outros animais (ALVES et al, 
2019). 
5 
 
 
 
Os gatos não expressão sinais óbvios facilmente identificáveis pelos seus 
tutores de estresse e ansiedade, sendo na grande maioria das vezes 
reconhecidos pelos mesmos somente quando impacta diretamente na saúde 
do animal, ou são redirecionadas ao mau comportamento. Nesse contexto, o 
problema já se agravou podendo evoluir para doenças. Assim, os sinais 
clínicos mais frequentemente observados são: micção e defecação fora da 
caixa de areia, agressividade com o tutor ou com outros animais, 
comportamentos destrutivos, lambedura por ansiedade, fobias, automutilação e 
vocalização excessiva (ELLIS et al, 2013; PAIXÃO, MACHADO, 2015). 
 
2. DESENVOLVIMENTO 
2.1. REVISÃO DE LITERATURA 
2.1.1 AS NECESSIDADES DO AMBIENTE 
O ambiente felino saudável também conhecido como “os cinco pilares” foram 
criados através de diretrizes de necessidades ambientais felinas pela 
Associação Americana de Profissionais Felinos (AAFP) e a Sociedade 
Internacional de Medicina Felina (ISFM) que fornecem a estrutura adequada 
para ajudar veterinários e tutores a minimizar o estresse e os distúrbios 
comportamentais. As diretrizes são recomendadas independentes do estilo de 
vida do gato. Fornecer um ambiente adequado para pacientes felinos seja em 
suas casas ou nas clínicas veterinárias pode ajudar a prevenir comportamentos 
indesejáveis e melhorar ou até mesmo resolver esses problemas. Assim, é 
possível ter gatos mais felizes, proprietários mais satisfeitos e uma relação 
veterinário-cliente-paciente mais forte (ELLIS et al, 2013, HALLS, 2018). 
Os cinco pilares envolvem um local seguro, múltiplas fontes de recursos, 
oportunidade para brincar e ter comportamento predatório, interações sociais 
positivas, e respeitar o sentido olfatório (ELLIS et al, 2013, HALLS, 2018). O 
enriquecimento ambiental pode ser definido como uma complexa combinação 
de estímulos inanimados e sociais inseridos no ambiente. O objetivo é melhorar 
ou manter a as úde física e mental, aumentando a quantidade de 
comportamentos natural da espécie, ou seja, unindo vários fatores que tornará 
o habitat mais estimulante e menos estressante para o animal (NASCIMENTO 
et al, 2017). Comportamentos anormais aparecem quando não há a 
possibilidade do animal exercer atividades naturais, e o meio que parece ser 
6 
 
 
 
mais eficiente na redução desses comportamentos anormais é o 
enriquecimento ambiental (OLIVEIRA, 2012; NASCIMENTO et al, 2017). 
Conhecer as características do animal antes de adquiri-lo é fundamental. 
Atentar-se ao tamanho quando adulto e expectativa de vida, comportamento 
natural, custos profiláticos tais como vacinas, vermífugos e tratamento básico 
de saúde, além do tempo disponível para brincadeiras e aceitação de todos os 
membros da família são imprescindíveis antes mesmo de se pensar em 
adquirir um pet. Muitos tutores adquirem animais por impulso, e por conta de 
todos esses fatores citados, acaba os abandonando ás ruas (OLIVEIRA, 2019). 
As acomodações básicas devem ser respeitadas, cumprindo assim as cinco 
liberdades. O animal precisa de um local seguro, protegido do sol, frio, chuva e 
ventos, que contenham confortos básicos como uma cama, ou um local quente 
onde ele possa deitar-se e se proteger. A alimentação deve ser de boa 
qualidade, a água precisa ser potável, e trocada diariamente. Os bebedouros e 
comedouros devem ser limpos com água e sabão e ficarem em locais 
protegidos. Condições sanitárias básicas também devem ser cumpridas, como 
vacinações, vermífugos e higiene do local, prevenindo doenças e evitando 
maus tratos. Independentemente do local da criação, espera-se que este seja 
seguro e livre de riscos, para minimizar qualquer chance de lesão corporal ou 
escape às ruas (VECQUERAY, 2018; OLIVEIRA, 2019). 
 
2.1.2 LOCAL SEGURO 
Para o gato, um local seguro é aquele que possui privacidade, onde o animal 
possa ter sensação de isolamento, e que consiga observar tudo ao seu redor 
em uma posição elevada ou mesmo escondido (ROCHLITZ, 2005; ALVES et 
al, 2019). Na natureza, são caçadores solitários, por isso procuram local onde 
não corram risco de serem surpreendidos por ameaças desconhecidas. O local 
elevado é para sua melhor interpretação do ambiente, assim o animal mantém 
um estado de monitoramento e vigília. Quando não há ameaças, esse local 
também é usado para descanso (ROCHLITZ 2005; BAPTISTA et al, 2017; 
ALVES et al, 2019). O exemplo prático para se criar um local seguro são: 
caixas de papelão, prateleiras verticalmente posicionadas, casinhas 
personalizadas, atrás de móveis ou mesmo embaixo da cama ou dentro da 
gaveta ou guarda-roupa. É importante que o animal não seja incomodado 
7 
 
 
 
quando estiver no seu local de descanso, pois isso será interpretado como uma 
situação de vulnerabilidade. Naturalmente, são predadores, mas também pode 
ser presas fáceis, por isso, permitir que o animal tenha controle do seu espaço 
e consiga guardar e proteger seu território para que consiga se sentir a salvo é 
fundamental, mesmo que não existam ameaças reais (ELLIS et al, 2013, 
VALENTE, 2018). 
As prateleiras verticais devem possuir diferentes rotas para que o animal não 
fique recuado ou preso, deve possuir diferentes opções de fuga. Uma 
observação para gatos filhotes e idosos cuja movimentação e altura podem ser 
um problema, sugere-se o uso de prateleiras em uma altura mais baixa, ou 
mesmo adicionar rampas para facilitar o acesso (ELLIS, et al, 2013; BAPTISTA 
et al, 2017; ALVES et al, 2019). A caixa de transporte pode ser de grande valia, 
pois ao acostumar o animal a esse ambiente haverá diminuição do estresse 
durante o transporte e as visitas ao veterinário (JUSTEN, 2014). 
 
2.1.3 RECURSOS MÚLTIPLOS E SEPARADOS 
Os recursos do ambiente como água, alimentos, local de descanso, caixas de 
areia e postes de arranhar, devem ficar disponíveis e espalhados por toda a 
casa para oferecer diferentes fontes em diferentes momentos, principalmente 
em residências onde existem mais de um gato. Evitando-se assim brigas e 
disputa de recurso (ELLIS et al, 2013; ALVES et al, 2019). A alimentação deve 
ser oferecida ad libitum (à vontade). Os gatos domésticos são descendentes do 
Gato Selvagem Africano, um animal solitário, que caçava pequenas presas, 
mais por esporte do que por fome (OLIVEIRA, 2019). Na natureza, esses 
animais caçam suas presas diversas vezes até obterem sucesso. Eles comem 
pouco, e comem diversas vezes no dia. Fornecer uma dieta balanceada e de 
acordo com a fase de vida do animal é essencial. (ELLIS et al, 2013). Visitas ao 
veterinário são recomendadas, já que o animal deve ser tratado como um 
indivíduo,somente um profissional qualificado pode indicar mudanças na 
alimentação em casos de excesso de peso ou saúde (OLIVEIRA, 2019). 
A água deve ficar distante da comida e da caixa de areia, esses animais 
costumavam caçar e hidratar-se em momentos distintos, a alimentação ao lado 
da água pode desestimular o animal a bebê-la. Um exemplo a ser adicionados 
para estimular a ingestão hídrica são fontes de água corrente adaptadas com 
8 
 
 
 
bomba de aquários. A escolhe do recipiente também deve ser adequado. 
Deve-se priorizar pelas mais baixas e largas, assim as vibrissas ou 
popularmente conhecidos bigodes, não vão encostar-se à água durante a 
hidratação. (FUKUSHIMA, 2012, VALENTE, 2018). 
O número ideal de caixas de areia são duas para cada gato (ROCHLITZ 2005; 
FUKUSHIMA, 2012). O local deve ser tranquilo e longe dos alimentos, a liteira 
deve ser adaptada para o tamanho do gato, a fim de proporcionar conforto. 
Opta-se pelo substrato com granulação mais fina, é preciso que se retirem as 
fezes todos os dias, pois muitos animais deixam de usar a caixa quando está 
suja (FUKUSHIMA, 2012). Os gatos são particularmente meticulosos e muito 
limpos, portanto, uma caixa sanitária suja, ou em mau estado de conservação, 
pode ser um impedimento para sua utilização. O tamanho adequado é de 30 x 
42 cm, que permitem que o gato se acomode no momento de liberação de 
seus dejetos, e uma altura de 3 cm, o que permite a escavação e 
consequentemente a cobertura dos dejetos (OLIVEIRA, 2019). 
Gatos precisam arranhar, é seu comportamento natural, e não se deve 
repreendê-los, portanto, arranhadores devem ser disponibilizados a fim de 
manterem suas unhas aparadas além de permitir a demarcarcação do território. 
Existem modelos variados disponíveis no mercado, como vertical, horizontal, e 
em forma de tapetes e postes (FUKUSHIMA, 2012; PAZ et al, 2017). O local de 
descanso deve ser um ambiente calmo e agradável. Diversos gatos fazem uso 
de locas de descanso em comuns com seus tutores, tais como toalhas, sofás, 
camas, cadeiras e tapetes, sendo rara a utilização de camas próprias para o 
pet (ROCHLITZ, 2005; FUKUSHIMA, 2012). 
Todo gato deve ter diferentes opções de recursos como áreas de alimentação, 
lazer, banheiro e arranhadores separados, fornecendo esses ambientes para 
todos os gatos e grupos sociais, evitando assim a competição e estresse pela 
condição de disputa alimentar. Quando essas necessidades não são 
respeitadas, estes podem apresentar periúria, que é um problema 
comportamental apresentado ocasionalmente por gatos e que consiste na 
tendência de urinar fora do local apropriado, além de apetite depravado, 
agressividade, inapetência, alopecia psicogênica e síndrome de pandora. 
(ELLIS et al, 2013.) 
9 
 
 
 
A síndrome de pandora é caracterizada pela cistite idiopática felina causada 
pelo estresse (ELLIS et al, 2013; JUSTEN, 2018). A doença no trato urinário 
inferior em felinos tem sido comparada com o modelo de cistite intersticial em 
mulheres onde a mesma cistite está relacionada a fatores de inflamação 
neurogênica da bexiga associados a um ambiente de estresse agudo ou 
crônico. O estresse e a dor estimulam a atividade do Sistema Nervoso 
Simpático (SNS), que resulta na liberação de catecolaminas, e pelo aumento 
do cortisol através de estímulos do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (JUSTEN, 
2018). Gatos com cistite idiopática felina (CIF) apresentam feedback negativo 
com o aumento de cortisol, demonstrando uma falha na resposta do mesmo. A 
ativação do SNS pode aumentar a permeabilidade do epitélio vesical tornado 
possível que agentes nocivos na urina tenham acesso a neurônios aferentes 
sensoriais, resultando em dor e inflamação (JUSTEN, 2018). 
 
2.1.4 BRINCADEIRA E COMPORTAMENTO PREDATÓRIO 
Os gatos são caçadores natos, por isso, estimular seu comportamento 
predatório oferecendo atividades que exercitem o animal é fundamental. Mas 
não apenas a brincadeira deve ser oferecida, a recompensa também deve ser 
associada quando o animal conseguir pegar o alvo. Ao receber petiscos cria-se 
um reforço positivo de uma verdadeira caça (FUKUSHIMA 2012; DANTAS et 
al, 2016). No mercado existem diferentes opções e objetos que se movem para 
entreter o animal. Bolinhas ocupacionais, ratinhos de borracha, caixas 
adaptadas, laser point e varinhas de pesca. Excelente oportunidade de 
trabalhar a interação social, bem como exercitar a saúde física e mental 
diminuindo os riscos de obesidade, tédio e problemas comportamentais. 
(FUKUSHIMA, 2012; ELLIS et al, 2013; DANTAS et al, 2016; VALENTE, 2018). 
Nas famílias que tiverem dois ou mais gatos, os jogos devem ser feitos 
individualmente em diferentes ambientes. Não se deve usar mãos ou pés para 
esse tipo de estímulo, pois isso pode acarretar acidentes. A intensidade e o 
tempo gasto irão depender da faixa etária do animal, gatos mais jovens têm 
mais energia, enquanto idosos se cansam com mais facilidade. Os brinquedos 
devem ser recolhidos sempre quando não houver supervisão do tutor, 
evitando-se assim o risco de serem ingeridos (ROCHLITZ, 2005; DANTAS et 
al, 2016). 
10 
 
 
 
 
2.1.5 INTERAÇÃO SOCIAL POSITIVA 
A socialização varia e é influenciada por fatores como genética, condições 
precoces de criação, personalidade e experiências de vida. Muitos gatos 
preferem um nível de contato social de alta frequência e baixa intensidade com 
os seres humanos. Na natureza são animais de comportamento solitário, sendo 
considerados semissociáveis. A socialização se dá por meio de demonstração 
visual e linguagem corporal. A posição corporal, a cauda, a orelha, os olhos e o 
olfato são suas ferramentas de comunicação (ELLIS et al, 2013). 
A domesticação trouxe a capacidade de miar em diferentes tons e frequência a 
fim de expressar um pedido ou uma exigência, sendo esse comportamento 
exclusivo para humanos, já que entre indivíduos da mesma espécie não existe 
esse tipo de comunicação verbal (ELLIS et al, 2013; SCHOTZ et al, 2017; 
DANIEL, 2019). 
Em grandes números alguns gatos podem se tornar solitários, enquanto outros 
criam laços afetivos que enriquecem sua qualidade de vida. Problemas podem 
aparecer quando o ambiente não oferece recursos múltiplos gerando confronto. 
Não existe uma regra de quantos gatos podem viver juntos, mas recomenda-se 
bom senso para perceber se os comportamentos adequados, sem brigas ou 
disputa por território e recursos. A interação humana positiva aqui é carícias, 
escovação, deixar deitar no colo, comunicação verbal, compartilhar tempo, e 
brincadeiras discutidas anteriormente. Interações humanas comuns como 
abraços e beijos são pouco apreciadas por esses animais (ROCHLITZ, 2005; 
FUKUSHIMA, 2012). Não se deve forçar o gato a interagir, as memórias de 
interação devem ser positivas, pois eles associam o ambiente e o cheiro com 
alguma experiência passada. Criando uma boa memória, é possível reduzir o 
medo e o estresse (ELLIS et al, 2013.) 
O momento de ensinar o animal as interações sociais é entre 2-3 semana de 
vida até 7-9 semana. É imprescindível que durante esse processo o animal 
receba recompensa positivas e agradáveis em contato com outros animais ou 
pessoas. Na hora de conhecer e afagar um felino desconhecido deve-se 
abaixar ao nível de seus olhos, evitando contato visual fixo e oferecendo tempo 
para ele se aproximar e fazer o primeiro contato físico. Dê tempo a ele para 
farejar as mãos e se familiarizar. Se ele parecer relaxado e quiser interagir, 
11 
 
 
 
afagar suavemente a cabeça e as bochechas. Essa é a maneira mais 
apropriada de fazer carinho. Conversar gentilmente e com a voz baixa para 
deixá-lo à vontade. Quando um gato termina uma interação e afastar-se, não 
se deve forçar mais o contato (ELLIS et al, 2013). É aqui, no momento que não 
se respeita o limite imposto pelo animal que os acidentes acontecem. Os 
tutores de gatos devem aprender as preferênciasindividuais de cada gato para 
desenvolver um forte vínculo com seus animais de estimação, e não forçá-los a 
nada. (ELLIS et al, 2013.) 
Aprender a reconhecer o comportamento felino é essencial. Ele apresenta 
sinais claros de agressividade e insatisfação (ICATCARE, 2018). Para evitar 
tensão em uma casa com vários gatos, todos devem receber atenção individual 
sem a intervenção de outros gatos. Os filhotes devem ser introduzidos ao 
manuseio humano durante o período de socialização formativa, que ocorre 
entre as 2 e as 7 semanas de idade. O manuseio gentil dos seres humanos 
durante esse período tem um efeito positivo e duradouro nas relações do gato 
com os humanos, resultando em uma adaptação bem sucedida. Experiências 
negativas durante esse período podem resultar em medo, agressividade e 
animais antissociais (ELLIS et al, 2013). 
 
2.1.6 LINGUAGENS CORPORAIS 
Aprender a linguagem corporal do gato é fundamental para se criar um vínculo 
positivo e uma memória agradável da socialização. Esses animais usam 
posturas corporais diferentes para expressar suas emoções. Quando se 
entende a linguagem do gato, é possível saber seu humor, prevenindo assim 
possíveis ataques por medo ou agressividade. (LOPES, 2018). 
Dentre as emoções mais manifestadas, a literatura descreve principalmente os 
sinais de relaxamento, alerta, medo ou assustado e agressão, como é 
demonstrado na figura abaixo (FIGURA 1). 
A expressão corporal e facial dos gatos foi citada por diversos autores, a fim de 
padronizar seus sentimentos e emoções. Esse consenso entre os autores foi 
criado graças à referência da AAFP - American Association of Feline 
Practitioners (Associação Americada de Profissionais de Felinos) responsável 
pela criação das diretrizes de posicionamento e expressões comportamentais e 
12 
 
 
 
faciais do gato, bem como também responsáveis pela criação das diretrizes 
dos cinco pilares do bem-estar felino. 
FIGURA 1 – Ilustração da expressão corporal e facial do gato 
FONTE: Adaptado de HSMO, 2016. 
A fonte de expressão principal usada por esses animais são a cauda, os olhos, 
as orelhas, as vibrissas e a frequência e intensidade com que emitem sons 
durante a apresentação corporal. Seja um miado agudo de menor ou maior 
intensidade, até um sibilo e grunhidos. Todos esses sinais devem ser lidos 
como um todo, pois observá-los individualmente pode ocasionar em uma 
interpretação errónea do humor do animal. (HARTWELL, 2009; RIVERA, 2011; 
ICATCARE, 2018; DANIEL 2019). 
Relaxado: Esse é o estado mais desejado. Sua respiração está lenta-normal. 
Sua cauda está estendida, quando está em pé, ela fica em formato de 
interrogação. O som emitido aqui é o ronronar, que geralmente significa 
conforto e felicidade. Os olhos estão semifechados e suas pupilas estão no 
tamanho normal. Orelhas e bigodes estendidos na posição padrão. Esse 
animal está susceptível a brincadeiras e socialização. 
Alerta: A cauda se move lentamente de um lado para o outro, significa alerta 
ou mesmo interesse ao arredor. Assumem essa posição quando estão prontos 
13 
 
 
 
para brincar de caça. As pupilas se dilatam para uma melhor percepção ao 
meio, no entanto as orelhas e bigodes permanecem na posição padrão. Miados 
graves e curtos. 
Assustado: As orelhas tendem a se lateralizar, as pupilas se dilatam, o animal 
encolhe o máximo possível. O corpo fica próximo ao chão, estado de completo 
medo e pânico. Alguns animais podem atacar se não tiverem a opção de correr 
e evitar um conflito. O miado aqui é longo e grave. A cauda pode estar 
balançando rapidamente de um lado para o outro, ou entre as pernas 
escondida em posição de submissão. 
Agressivo: O animal arqueia e eriça os pelos, e olha de baixo para cima. Esse 
comportamento de aumentar a área corporal na natureza é uma tentativa de 
parecer maior para afastar predadores. O pelo em sua cauda também pode 
ficar em pé em formato de escova. Olhos semifechados, pupilas dilatadas, 
orelhas lateralizadas e bem próximas da cabeça, a boca se abre para mostrar 
as presas, e surgem os “sibilos”, o ruído que os gatos fazem para expressar 
medo, agressividade, descontentamento ou incerteza juntamente com sons 
agudos de murmúrio e choro. 
 
2.1.7 RESPEITAR O SENTIDO DO OLFATO 
Os gatos usam informações químicas e olfativas para avaliar o ambiente e 
maximizar sua sensação de segurança e conforto. A informação olfativa 
envolve muitos cheiros diferentes detectados pelo nariz. A informação química 
é detectada pelo órgão vomeronasal. Este é um aparelho olfativo auxiliar que 
detecta feromônios, produtos químicos que transmitem informações entre 
indivíduos da mesma espécie. Gatos usam sinais olfativos e feromonais 
através do uso de marcação de perfume por atrito facial e corporal. Isso 
estabelece os limites de sua área na qual eles se sentem seguros. Sempre que 
possível, os seres humanos devem ter cuidado para não interferir nos sinais 
olfativos e químicos desses animais (ELIS et al, 2013). A fim de minimizar o 
estresse desses animais em ambientes domésticos deve-se evitar o uso de 
produtos ou substâncias que irritem o olfato desses animais. (produtos de 
limpeza, detergentes, spray, ou outros acessórios perfumados que possam 
atrapalhar a percepção sensorial do mesmo). 
14 
 
 
 
O uso de feromônios sintéticos para reduzir a ansiedade e aumentar a higiene, 
o interesse pela comida e o uso apropriado da caixa de areia. O produto que 
chama atenção no mercado aqui é o chamado FELIWAY, desenvolvido para 
reduzir a ansiedade e pode ser útil em conjunto com enriquecimento ambiental 
(ELIS, et al 2013; OLIVEIRA et al, 2017). 
Ainda relacionado a sensibilidade olfatória, é importante ressaltar o uso de 
Nepeta sp que é gênero botânico conhecido como CATNIP ou erva dos gatos. 
Capaz de proporcionar um estado de euforia e relaxamento temporário para os 
felinos. Comercializada em forma de pó desidratado podendo despejar em 
locais onde o animal fica ou mesmo nos brinquedos. (ROCHILITZ, 2005; 
FUKUSHIMA, 2012). 
Apesar de ser comumente comparada com a cannabis a Nepeta cataria é bem 
diferente, contendo óleo nepetalactona, liberado quando folhas e caules são 
mordidos ou amassados, por isso os gatos esfregam o focinho e o corpo. 
Cerca de 70%-80% dos gatos apresentam sensibilidade a planta, os 20%-30% 
restantes não apresentam quaisquer reações a ela. Essa característica é 
hereditária. O mecanismo exato pelo qual a resposta é causada ainda não é 
conhecido com precisão. Segundo Marttila (2018), o óleo se liga aos receptores 
nasais do gato estimulando uma resposta que afeta várias áreas do cérebro, 
incluindo o hipotálamo e a amígdala, regiões que são fundamentais na 
regulação das respostas emocionais e comportamentais. O seu efeito pode 
durar até dez minutos, e gatinhos jovens não são afetados até atingirem a 
maturidade sexual, já que a resposta é semelhante à resposta aos feromônios 
sexuais naturais (MARTTILA, 2018). 
 
2.2. METODOLOGIA 
Esse trabalho teve como objetivo concluir uma revisão de literatura que por 
definição é a junção de fontes de pesquisa que vão fornecer embasamento 
teórico e científico para a conclusão de um determinado tema. (TUMELERO, 
2019) Assim, buscando informações para guiar o tutor a respeito das 
necessidades do ambiente dos gatos, bem como oferecer ideias de 
enriquecimento ambiental que podem ser aplicadas a domicílio para melhorar a 
qualidade de vida desses animais. A Técnica utilizada para coleta de dados foi 
através de pesquisas já publicadas de livros, artigos, páginas da web, dentre 
15 
 
 
 
outros meios de publicações eletrônicas e escritas. As palavras chaves 
buscadas foram: Enriquecimento ambiental para gatos, comportamento felino, 
bem-estar para gatos, problemas comportamentais de gatos, comunicação e 
linguagem corporal felina e cuidados com o gato em casa. 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Apesar dos gatos jáestarem presentes no convívio familiar há centenas de 
anos, eles ainda são considerados animais semi domesticáveis. Ou seja, 
continuam a serem praticamente os mesmos que seu antecessor selvagem o 
Felis silvestris lybica, mantendo os mesmos sentidos, habilidades, 
comportamento e anatomia. Além de ainda serem caçadores naturais que são 
perfeitamente capazes de encontrar seu próprio alimento. E isso por 
consequência trás a necessidade de se implementar o enriquecimento 
ambiental em meio doméstico para esses animais. Já que a proposta é 
estimular promovendo atividades e desafios simulando situações que 
ocorreriam normalmente no meio selvagem, na natureza. 
A sua popularidade tem aumentado cada vez mais, e os números mostram que 
em breve os gatos vão liderar os lares de todo o mundo, ultrapassando cães e 
crianças. Profissionais especializados bem como tutores mais exigentes 
querendo informações e atendimento exclusivo também crescem 
constantemente, como o acesso a informação vem crescendo, hoje em dia é 
fácil se deparar com tutores integrados dentro do assunto que afligem seu 
animal, exigindo dos clínicos um conhecimento sempre atualizado e um maior 
domínio e segurança do assunto tratado. 
Apesar de serem mais populares ainda são protagonistas de preconceito e 
maus tratos onde suas ações e personalidade simplesmente não são 
compreendidas por falta de informação e conhecimento da espécie. A crença 
que os gatos não são apegados aos donos aliados a características selvagens 
e independente podem ser interpretadas erroneamente como animais 
interesseiros. Ao buscar informações e permitir que o animal tenha uma rotina 
mais ativa, que exercitem e estimulem seu corpo e mente problemas de saúde 
podem ser evitados, bem como o mau hábito diminuído. Conhecer a espécie, 
sua linguagem corporal, necessidades ambientais e comportamento natural 
fortalecem o vinculo entre tutores e gatos. Aceitar que o gato não é um cão 
16 
 
 
 
pequeno, que ele ainda carrega genes selvagens e que precisa ser 
compreendido como animal diferente que ele é tem como efeito positivo a 
diminuição do preconceito, mitos e superstições que rodeiam a espécie. 
O bem-estar vai muito além de número de caixas de areia, potes de água e 
ração, mas também a disposição desses no ambiente do gato. As brincadeiras 
devem fazer com que o gato se sinta gato, ou seja, um caçador. Do contrário 
teremos um animal infeliz, com problemas comportamentais e estressados, o 
que podem complicar a vida do animal e do seu tutor. É importante ressaltar 
que a visita ao veterinário de confiança é fundamental, como os gatos 
disfarçam muito bem suas dores e angústia mudanças de hábitos e 
comportamentos inadequados também podem sinalizar doenças. O gato é um 
reflexo do ambiente onde vive e cabe aos médicos veterinários guiarem os 
tutores da melhor forma de criação possível. 
 
REFERÊNCIAS 
 
ABINPET, Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de 
Estimação. Mercado pet do Brasil. 2018. Disponível em: 
<http://abinpet.org.br/mercado/>. Acesso em 09 de Setembro 2019. 
 
ALVES G.O, RINCO L.T, MENDES A.L.S, BICALHO A.P.C.; Bem-estar e 
enriquecimento ambiental de gatos (Felis catus): O que os clínicos sabem?. 
Enciclopédia Biosfern p. 1-10 30 de junho de 2019. Disponível em 
<www.conhecer.org.br/enciclop/2019a/agrar/bem estar e enriquecimento.pdf>. 
Acesso: 09 de Setembro de 2019. 
 
BAPTISTA R. I. A. A.; MOURA F. M. L.; MOURA R. T. D.; BARBIERI L. S.; 
TAVARES M. H. B.; SANTOS T. O. Construção e uso de instrumentos de 
enriquecimento ambiental com materiais recicláveis em abrigo de gatos 
domésticos. Revista de Educação Continuada em Medicina Veterinária e 
Zootecnia do CRMV-SP, v. 15, n. 1, p. 74-75, 1 jan. 2017 
 
BROOM, D.M. Indicators of poor welfare. British Veterinary Journal Vol. 142: 
524-526. 1986 
 
DANIEL, A. G. T. Criando ambientes amigáveis para gatos: uma 
introdução aos conceitos Cat Friendly. 2019 Webinário VetSmart. Disponível 
em: https://www.vetsmart.com.br/tv/20190725. Acesso em: 20 mar. 2020. 
 
DANTAS L.M.S,DELGADO M.M, JOHNSON.I,BUFFINGTON.C.T. Food 
puzzles For catsFeeding for physicaland emotional wellbeing Journal of 
Feline Medicine and Surgery 18, p723–732 2016 
 
17 
 
 
 
ELLIS, S.L.H, RODAN I, CARNEY H.C, ROCHLITZ I, SHEARBURN l.D, 
SUNDAHL E, WESTROPP J.L Feline Environmental Needs Guidelines. 
AAFP - American Association of Feline Practitioners and ISFM - 
International Society of Feline Medicine AAFP - American Association of 
Feline Practitioners and ISFM - International Society of Feline Medicine Journal 
of Feline Medicine and Surgery 15, 219–230. 2013 Disponível em: < 
https://catvets.com/guidelines/practice-guidelines/environmental-needs-
guidelines >. Acesso em 31 de março de 2020 
 
FUKUSHIMA F.B, Bem-estar e enriquecimento ambiental para gatos 
domésticos.. Caderno técnico de veterinária e zootécnica n. 67 p. 92 – 101 
dezembro de 2012. Disponível em: < 
https://issuu.com/escoladeveterinariaufmg/docs/caderno_tecnico_67_bem_esta
r_animal> Acesso em 13 de setembro de 2019. 
 
HALLS.V. Tools for managing feline problem behaviours: Environmental 
and behavioural modification p. 1005-1014 October 30, 2018 disponível 
em:<https://journals.sagepub.com/doi/abs/10.1177/1098612X18806757> 
Acesso em 01.04.2020 
 
HSMO. Ilustração da expressão corporal e facial dos gatos. 2016 Disponível 
em: <https://hsmo.org/wp-content/uploads/2016/09/3. 
Reading-Your-Cats-Body-Language-2.pdf> Acesso em 01.04.2020 
 
HARTWELL, S. - Cat Resource Archive – Messybeast - Cat Comunication 
Body language ,p1-9 2009 Disponível em: 
<http://messybeast.com/cat_talk2.htm> acesso em: 26 de setembro de 2019. 
 
ICATCARE (International CatCare). Cat communication, 5 de outubro de 2018 
Disponível em: https://icatcare.org/advice/cat-communication/ acesso em 
20/03/2020. 
 
JUSTEN, S . Cistite idiopática felina: aspectos clínicos, fisiopatológicos, e 
terapêuticos. Boletim PET V.1, AGENER UNIÃO saúde animal p. 3 – 17. 2018 
 
JUSTEN, H. Clínica Veterinária Amiga do Gato. Revista CFMV - Conselho 
federal de medicina veterinária: Gatos - As clínicas precisam estar preparadas 
para atender a um mercado em ascensão, Estratégicas práticas para 
transporte. BRASÍLIA DF, ano xx, v. n. 62, p. 27-35, ago. 2014. Disponível 
em: <http://certidao.cfmv.gov.br/revistas/edicao62.pdf>. Acesso em 05 de 
setembro de 2019. 
 
LOPES.V. Linguagem corporal dos gatos. Perito Animal p 1-11 31 de 
outubro de 2018 Disponivel em https://www.peritoanimal.com.br/linguagem-
corporal-dos-gatos-3148.html acesso em 01.04.2020 
 
LOIOLA, R Gato: o animal ideal do século XXI. Revista Veja,p 1-9 9 de maio 
de 2016. Disponível em: https://veja.abril.com.br/ciencia/gato-o-animal-ideal-do-
seculo-xxi/ . Acesso em: 22 de fevereiro de 2020 
 
18 
 
 
 
MORAIS, M. E. F. Desafios e Oportunidades para a Gestão da Fauna 
Doméstica no País: Gargalos, dificuldades e estratégias ao se tratar da 
fauna doméstica, e a relação com controle de zoonoses. Belo Horizonte,p. 
1- 49 22 nov.2018. Disponível em:<http://www.meioambiente.mg.g 
ov.br/images/stories/2018/DIALOGOS_COM_O_SISEMA/MATERIAL/sisema_2
018_manejo_fauna_urbana_BH.pdf.>Diretoria de Controle de Zoonoses da 
Secretaria Municipal de Saúde.Acesso em 28 de Agosto de 2019. 
 
MILLS. G. Milestone reached for cat-friendly clinics. The Veterinary Record; 
London Vol. 182, Ed. 11, p306 2018. Disponível em 
<https://search.proquest.com/openview/e462d80b35305693cfb681277e98662a
/1?pq-origsite=gscholar&cbl=2041027> Acesso em 01.04.2020 
 
MARTTILA A – Cats on Catnip. p.253-276 19 de Junho de 2018 Disponível 
em<https://www.slideshare.net/migasubi66607/cats-on-catnip-pdf-andrew-
marttila> Acesso em 28 de setembro de 2018. 
 
NASCIMENTO A.P.A, COSTA D.L.B, ZANATTA, R Avaliação do bem-estar 
de gatos domésticos domiciliados. Seminário de Iniciação Científica. 
Universidade de Cuiabá. 16-17 agosto de 2017 Disponível em: < 
https://repositorio.pgsskroton.com/bitstream/123456789/4405/1/AVALIAÇÃODO BEM-ESTAR DE GATOS DOMESTICOS DOMICILIADOS - UNIC.pdf> 
Acesso em 01.04.2020 
 
OLIVEIRA K.S: Manual de boas práticas de criação: cães e gatos. Goiania 
p.1-98. 2019 disponível em:<http://portal.cfmv.gov.br/uploads/files/manual-de-
boas-praticas-na-criacao-de-animais-de-estimacao-modulo-caes-e-gatos.pdf> 
p.10-12 acesso em 28 de setembro de 2019. 
 
OLIVEIRA, A.S. Uso do espaço por gatos confinados: o papel modulatório 
do enriquecimento ambiental São Paulo, Ribeirão Preto p20-57 2012 
disponível em: <https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59134/tde-
21052013-144138/publico/AdrianaSicuto.pdf> p.15-25 Acesso em Setembro de 
2019. 
 
OLIVEIRA, SILVA C.R.A, JESUS K.C.D, RODRIGUES K.F, SILVA R.A, 
COSTA S.D.P, SILVA F.L, RODRIGUES M.C. Diagnosticando a cistite 
idiopática felina: Revisão PUBVET v.11, n.9, p.864-876, Set., 2017 disponível 
em:<http://www.pubvet.com.br/uploads/cf8e814843825e2a4f1dbce0497d062d.
pdf > acesso em 15 de setembro de 2019. 
 
PAIXÃO R.L, MACHADO J.C. Conexão entre o comportamento do gato 
domestico e casos de maus-tratos, abandono e não adoção. Bioética - 
Revista Brasileira de Direito dos Animais, p. 138-158, 9 dez. 2015. Disponível 
em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/RBDA/article/view/15300 
/10480> Acesso em 26 de Agosto de 2019. 
 
PAZ, J.E.G. MACHADO G, COSTA F.V.A . Fatores relacionados a 
problemas de comportamento em gatos. Pesq. Vet. Bras, Porto Alegre 
p.1336-1340 13 jan. 2017. Disponível em: 
19 
 
 
 
<http://www.scielo.br/pdf/pvb/v37n11/1678-5150-pvb-37-11-01336.pdf> Acesso 
em 21 de Agosto de 2019. 
 
RIVERA, D. Agressividade felina contra pessoas. 50f. Monografia 
(graduação) – Curso de Medicina Veterinária, Universidade Federal do Rio 
Grande do Sul, p.10-51 2011. Disponível em 
<https://www.lume.ufrgs.br/bitstrea 
m/handle/10183/52507/000829447.pdf?sequence=1> acesso: 14 de setembro 
de 2019. 
 
ROCHLITZ, I, A review of the housing requirements of domestic cats (felis 
silvestris catus) kept in the home. Applied Animal Behaviour Science, v.93, p. 
97-109, 2005: Disponível em:<https://www.researchgate.net/publication/ 
238504124_A_review_of_the_housing_requirements_of_domestic_cats_Felis_
silvestris_catus_kept_in_home> Acesso em 11 de Setembro de 2019. 
 
SCHOTZ.S, WEIJER.J.V, EKLUND.R. Phonetic Characteristics of Domestic 
Cat Vocalisations Intl. Workshop on Vocal Interactivity in-and-between Humans, 
Animals and Robots (VIHAR), Skvöde, Sweden, 25-26 Aug 2017 Disponível 
em: <http://vihar-2017.vihar.org/assets/vihar2017_proceedings.pdf> Acesso 
em: 01.04.2020 
 
TUMELERO,N. Pesquisa bibliográfica: material completo com 5 dicas 
fundamentais. p.1-8. 2019. Disponível em: <https://blog.mettzer.com/pesquisa-
bibliografica/> acesso em 31.03.2020 
 
VALENTE. J. Os cinco pilares do bem-estar felino! Animal Talks – Historia 
sobre animais. P-1-10. 2018. Disponível em: https://animaltalks.pt/2018/09/os-
5-pilares-do-bem-estar-felino/ Acesso em 09.04.2020 
 
VECQUERAY, R. Defining Animal Welfare: This report summarises the fi 
ndings on a globalanimal welfare review across six livestock 
sectors,carried out by Evidence Group on behalf of National Farmers 
Union (NFU).. FARM ANIMALWELFAREGLOBAL REVIEW SUMMARY. 
REPORT, NFU, Agriculture House Stoneleigh Park, Stoneleigh, Warwickshire 
CV8 2TZ, p. 5-6, fev. 2018. Disponível em:<https://www.nfuonline.com/nfu-
online/sectors/animal-health/farm-animal-welfare-global-review-summary-
report/.>Acesso em 26 de Agosto de 2019

Outros materiais