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1 ¹ Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Arnaldo. ² Docente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade Arnaldo. O PAPEL DO TUTOR NO BEM-ESTAR E ENRIQUECIMENTO DO AMBIENTE DOS GATOS DOMÉSTICOS (FELIS SILVESTRIS CATUS)THE TUTOR'S ROLE IN THE WELL-BEING AND ENRICHMENT OF THE ENVIRONMENT OF DOMESTIC CATS (FELIS SILVESTRIS CATUS) Bárbara Ellen Rodrigues¹ Pillar Gomide do Valle² RESUMO O crescimento da população felina em área urbana pode ser explicado devido à verticalização das cidades e mudanças cotidianas. O tempo tornou-se escasso, as residências estão menores, as ocupações dos tutores com trabalho e estudos limitam seu tempo com os animais de estimação. Sendo assim, os gatos se encaixam perfeitamente nesse novo cenário. As clínicas veterinárias vêm se adaptando a essa nova realidade, com profissionais cada vez mais capacitados que buscam a especialização para atender as particularidades da espécie. Fornecer um ambiente adequado para pacientes felinos seja em suas casas ou nas clínicas veterinárias pode ajudar a prevenir comportamentos indesejáveis e melhorar ou até mesmo resolver esses problemas. Os problemas de comportamento que os gatos podem apresentar diante de um ambiente desfavorável não só prejudica o bem-estar, mas também a saúde física desses animais, Atender a essas necessidades, bem como entender a linguagem corporal e comportamento natural pode proporcionar uma maior qualidade de vida, aumentar a saúde e prevenir o estresse que consequentemente se transformam em doenças adjacentes, além de diminuir ou acabar com o mau comportamento. Os cinco pilares envolvem um local seguro, múltiplas fontes de recursos, oportunidade para brincar e ter comportamento predatório, interações sociais positivas, e respeitar o sentido olfatório. O presente trabalho aborda os principais pilares do bem-estar e suas necessidades ambientais que devem ser respeitadas e programadas, bem como alternativas de como o tutor pode implementar o programa a domicilio. PALAVRAS CHAVES: Enriquecimento Ambiental, Problemas Comportamentais, Linguagem Corporal, Bem-Estar, Gatos. 2 ABSTRACT The growth of the feline population in an urban area can be explained due to the verticalization of cities and daily changes. Time has become scarce, homes are smaller, tutors' occupations with work and studies limit their time with pets. Therefore, cats fit perfectly in this new scenario. Veterinary clinics have been adapting to this new reality, with increasingly qualified professionals who seek specialization to meet the particularities of the species. Providing a suitable environment for feline patients whether at home or at veterinary clinics can help prevent undesirable behavior and improve or even resolve these problems. The behavior problems that cats may present in the face of an unfavorable environment not only impairs the well-being, but also the physical health of these animals. Meeting these needs, as well as understanding body language and natural behavior can provide a higher quality of life. life, increase health and prevent stress that consequently turn into adjacent diseases, in addition to reducing or ending bad behavior. The five pillars involve a safe place, multiple sources of resources, opportunity to play and behave predatorily, positive social interactions, and respect for the sense of smell. This work addresses the main pillars of well-being and their environmental needs that must be respected and programmed, as well as alternatives on how the tutor can implement the program at home. KEY WORDS: Environmental enrichment, Behavioral problems, body language, well-being, cats. 1.INTRODUÇÃO A Organização Mundial de Saúde Animal (Organização Internacional das Epizootias - OIE) exibe conceitos bem definidos que provém de um resumo das cinco liberdades, que foram criados pelo Comitê de Bem-Estar dos animais de Fazenda (Farm Animal Welfare Committee - FAWC). Por ser um instrumento mundialmente aceito, é usado para diagnosticar e avaliar a qualidade de vida dos animais até os dias de hoje. São elas: livres de dor ou qualquer injúria e doença, livres de desconforto, livres de desnutrição, livres para expressar comportamento natural, e livres de medo e estresse (VECQUERAY, 2018). 3 O termo bem-estar é conceituado como a capacidade do animal em se adaptar ao seu meio ambiente, onde o mesmo apresenta um estado de completa saúde física, mental, comportamental, e ambiental, e se encontre livre de estresse, com condições ambientais favoráveis para que o animal como indivíduo se adapte (BROOM, 1986). Os problemas de comportamento que os gatos podem apresentar diante de um ambiente desfavorável não só prejudica o bem-estar e saúde física e psicológica desses animais, como também a relação e interação humana, já que a maioria dos casos de problemas comportamentais resulta em agressividade com consequentes acidentes por ataques, favorecendo o abandono ás ruas, aumentando os riscos de zoonoses (MORAIS, 2018). Os princípios da ética e bem-estar dos animais têm sido muito presente na sociedade e crescido cada vez mais a preocupação com as necessidades e aspectos físicos, psicológicos, comportamentais e ambientais. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação, a ABINPET, o Brasil apresenta a segunda maior população mundial de pets, com 23,9 milhões de felinos e 54,2 milhões de cachorros. Com a população de gatos crescendo 8,1% ao ano, em 2022 é esperado 40 milhões de gatos no Brasil, com chances de ultrapassar a população de cães (ABINPET, 2018). Em Belo Horizonte, conforme o censo canino realizado em 2017 pelos Agentes de combate a Endemias I e II, existem 307.959 cães e 96.825 gatos domiciliados em nossa cidade. Destes, estima-se que 10% tenham acesso à rua sem supervisão de um responsável, ou seja, 40.478 animais, incluindo-se nesse grupo animais semi-domiciliados e abandonados que representam um importante risco para a saúde pública (MORAIS, 2018). O crescimento da população felina em área urbana pode ser explicado devido à verticalização das cidades e mudanças cotidianas. O tempo tornou-se escasso, as residências estão menores, as ocupações dos tutores com trabalho e estudos limitam seu tempo com os animais de estimação. Sendo assim, os gatos se encaixam perfeitamente nesse novo cenário. Afinal, eles se limpam sozinhos, e não precisa de banho e tosa toda semana, fazem as necessidades em uma pequena caixa de areia, assim não precisam de um espaço enorme como quintais e nem mesmo passeios longos todas as manhãs. Porém, deve-se estar atendo, pois são animais sociáveis que também precisam de carinho, conforto e um ambiente adequado (LOIOLA, 2016). 4 A domesticação desses animais ocorreu de forma tardia se comparada aos cães. O antecessor do gato doméstico é o Felis silvestris, o gato selvagem. A diferença genética entre ambos é muito pequena, bem como a distinção anatômica e comportamental. A aproximação desses felinos ocorreu quando as populações abandonaram a vida nômade e se fixaram nas margens do Rio Nilo. Os gatos iniciaram uma convivência próxima e desejável com essas pessoas, pois impediam que roedores invadissem os locais para armazenamento de alimentos. Nesse contexto, era desejável que o animal permanecesse um caçador. E isso reflete no gato doméstico hoje, que carrega fortes características comportamentais do seu ancestral (LOIOLA, 2016). As clínicas veterinárias vêm se adaptando a essa nova realidade, com profissionais cada vez mais capacitados que buscam a especialização para atender as particularidades da espécie. Não só as clínicas, como também os tutores tem buscado profissionais capacitados e especializados na espécie em questão. O atendimento “Cat friendly”desenvolvido pela Sociedade Americana de Clínicos de Felinos (American Association of Feline Practitioners – AAFP) instrui o médico veterinário a realizar um atendimento que reduza o estresse desse paciente, procurando entender as necessidades, linguagem corporal e particularidades da espécie. O objetivo do programa é criar um ambiente mais exclusivo na clínica (JUSTEN,2014; MILLS, 2018). O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão de literatura sobre as principais necessidades do ambiente do gato doméstico, Oferecendo informações direcionadas à sociedade sobre mudanças que podem ser inclusas a domicílio. Buscando aprimorar a criação felina e transmitindo a compreensão de comportamento desses animais, reduzindo a possibilidade de stress. Os problemas comportamentais são importantes causas de abandono, e isso geralmente ocorre quando o ambiente necessário para que o animal estabeleça seu comportamento natural não é respeitado. Atender as necessidades físicas e emocionais do gato é o primeiro passo para proporcionar qualidade de vida e aumentar sua saúde. As necessidades do ambiente incluem o local físico em que ele se encontra, bem como suas interações sociais, sejam elas com humanos ou outros animais (ALVES et al, 2019). 5 Os gatos não expressão sinais óbvios facilmente identificáveis pelos seus tutores de estresse e ansiedade, sendo na grande maioria das vezes reconhecidos pelos mesmos somente quando impacta diretamente na saúde do animal, ou são redirecionadas ao mau comportamento. Nesse contexto, o problema já se agravou podendo evoluir para doenças. Assim, os sinais clínicos mais frequentemente observados são: micção e defecação fora da caixa de areia, agressividade com o tutor ou com outros animais, comportamentos destrutivos, lambedura por ansiedade, fobias, automutilação e vocalização excessiva (ELLIS et al, 2013; PAIXÃO, MACHADO, 2015). 2. DESENVOLVIMENTO 2.1. REVISÃO DE LITERATURA 2.1.1 AS NECESSIDADES DO AMBIENTE O ambiente felino saudável também conhecido como “os cinco pilares” foram criados através de diretrizes de necessidades ambientais felinas pela Associação Americana de Profissionais Felinos (AAFP) e a Sociedade Internacional de Medicina Felina (ISFM) que fornecem a estrutura adequada para ajudar veterinários e tutores a minimizar o estresse e os distúrbios comportamentais. As diretrizes são recomendadas independentes do estilo de vida do gato. Fornecer um ambiente adequado para pacientes felinos seja em suas casas ou nas clínicas veterinárias pode ajudar a prevenir comportamentos indesejáveis e melhorar ou até mesmo resolver esses problemas. Assim, é possível ter gatos mais felizes, proprietários mais satisfeitos e uma relação veterinário-cliente-paciente mais forte (ELLIS et al, 2013, HALLS, 2018). Os cinco pilares envolvem um local seguro, múltiplas fontes de recursos, oportunidade para brincar e ter comportamento predatório, interações sociais positivas, e respeitar o sentido olfatório (ELLIS et al, 2013, HALLS, 2018). O enriquecimento ambiental pode ser definido como uma complexa combinação de estímulos inanimados e sociais inseridos no ambiente. O objetivo é melhorar ou manter a as úde física e mental, aumentando a quantidade de comportamentos natural da espécie, ou seja, unindo vários fatores que tornará o habitat mais estimulante e menos estressante para o animal (NASCIMENTO et al, 2017). Comportamentos anormais aparecem quando não há a possibilidade do animal exercer atividades naturais, e o meio que parece ser 6 mais eficiente na redução desses comportamentos anormais é o enriquecimento ambiental (OLIVEIRA, 2012; NASCIMENTO et al, 2017). Conhecer as características do animal antes de adquiri-lo é fundamental. Atentar-se ao tamanho quando adulto e expectativa de vida, comportamento natural, custos profiláticos tais como vacinas, vermífugos e tratamento básico de saúde, além do tempo disponível para brincadeiras e aceitação de todos os membros da família são imprescindíveis antes mesmo de se pensar em adquirir um pet. Muitos tutores adquirem animais por impulso, e por conta de todos esses fatores citados, acaba os abandonando ás ruas (OLIVEIRA, 2019). As acomodações básicas devem ser respeitadas, cumprindo assim as cinco liberdades. O animal precisa de um local seguro, protegido do sol, frio, chuva e ventos, que contenham confortos básicos como uma cama, ou um local quente onde ele possa deitar-se e se proteger. A alimentação deve ser de boa qualidade, a água precisa ser potável, e trocada diariamente. Os bebedouros e comedouros devem ser limpos com água e sabão e ficarem em locais protegidos. Condições sanitárias básicas também devem ser cumpridas, como vacinações, vermífugos e higiene do local, prevenindo doenças e evitando maus tratos. Independentemente do local da criação, espera-se que este seja seguro e livre de riscos, para minimizar qualquer chance de lesão corporal ou escape às ruas (VECQUERAY, 2018; OLIVEIRA, 2019). 2.1.2 LOCAL SEGURO Para o gato, um local seguro é aquele que possui privacidade, onde o animal possa ter sensação de isolamento, e que consiga observar tudo ao seu redor em uma posição elevada ou mesmo escondido (ROCHLITZ, 2005; ALVES et al, 2019). Na natureza, são caçadores solitários, por isso procuram local onde não corram risco de serem surpreendidos por ameaças desconhecidas. O local elevado é para sua melhor interpretação do ambiente, assim o animal mantém um estado de monitoramento e vigília. Quando não há ameaças, esse local também é usado para descanso (ROCHLITZ 2005; BAPTISTA et al, 2017; ALVES et al, 2019). O exemplo prático para se criar um local seguro são: caixas de papelão, prateleiras verticalmente posicionadas, casinhas personalizadas, atrás de móveis ou mesmo embaixo da cama ou dentro da gaveta ou guarda-roupa. É importante que o animal não seja incomodado 7 quando estiver no seu local de descanso, pois isso será interpretado como uma situação de vulnerabilidade. Naturalmente, são predadores, mas também pode ser presas fáceis, por isso, permitir que o animal tenha controle do seu espaço e consiga guardar e proteger seu território para que consiga se sentir a salvo é fundamental, mesmo que não existam ameaças reais (ELLIS et al, 2013, VALENTE, 2018). As prateleiras verticais devem possuir diferentes rotas para que o animal não fique recuado ou preso, deve possuir diferentes opções de fuga. Uma observação para gatos filhotes e idosos cuja movimentação e altura podem ser um problema, sugere-se o uso de prateleiras em uma altura mais baixa, ou mesmo adicionar rampas para facilitar o acesso (ELLIS, et al, 2013; BAPTISTA et al, 2017; ALVES et al, 2019). A caixa de transporte pode ser de grande valia, pois ao acostumar o animal a esse ambiente haverá diminuição do estresse durante o transporte e as visitas ao veterinário (JUSTEN, 2014). 2.1.3 RECURSOS MÚLTIPLOS E SEPARADOS Os recursos do ambiente como água, alimentos, local de descanso, caixas de areia e postes de arranhar, devem ficar disponíveis e espalhados por toda a casa para oferecer diferentes fontes em diferentes momentos, principalmente em residências onde existem mais de um gato. Evitando-se assim brigas e disputa de recurso (ELLIS et al, 2013; ALVES et al, 2019). A alimentação deve ser oferecida ad libitum (à vontade). Os gatos domésticos são descendentes do Gato Selvagem Africano, um animal solitário, que caçava pequenas presas, mais por esporte do que por fome (OLIVEIRA, 2019). Na natureza, esses animais caçam suas presas diversas vezes até obterem sucesso. Eles comem pouco, e comem diversas vezes no dia. Fornecer uma dieta balanceada e de acordo com a fase de vida do animal é essencial. (ELLIS et al, 2013). Visitas ao veterinário são recomendadas, já que o animal deve ser tratado como um indivíduo,somente um profissional qualificado pode indicar mudanças na alimentação em casos de excesso de peso ou saúde (OLIVEIRA, 2019). A água deve ficar distante da comida e da caixa de areia, esses animais costumavam caçar e hidratar-se em momentos distintos, a alimentação ao lado da água pode desestimular o animal a bebê-la. Um exemplo a ser adicionados para estimular a ingestão hídrica são fontes de água corrente adaptadas com 8 bomba de aquários. A escolhe do recipiente também deve ser adequado. Deve-se priorizar pelas mais baixas e largas, assim as vibrissas ou popularmente conhecidos bigodes, não vão encostar-se à água durante a hidratação. (FUKUSHIMA, 2012, VALENTE, 2018). O número ideal de caixas de areia são duas para cada gato (ROCHLITZ 2005; FUKUSHIMA, 2012). O local deve ser tranquilo e longe dos alimentos, a liteira deve ser adaptada para o tamanho do gato, a fim de proporcionar conforto. Opta-se pelo substrato com granulação mais fina, é preciso que se retirem as fezes todos os dias, pois muitos animais deixam de usar a caixa quando está suja (FUKUSHIMA, 2012). Os gatos são particularmente meticulosos e muito limpos, portanto, uma caixa sanitária suja, ou em mau estado de conservação, pode ser um impedimento para sua utilização. O tamanho adequado é de 30 x 42 cm, que permitem que o gato se acomode no momento de liberação de seus dejetos, e uma altura de 3 cm, o que permite a escavação e consequentemente a cobertura dos dejetos (OLIVEIRA, 2019). Gatos precisam arranhar, é seu comportamento natural, e não se deve repreendê-los, portanto, arranhadores devem ser disponibilizados a fim de manterem suas unhas aparadas além de permitir a demarcarcação do território. Existem modelos variados disponíveis no mercado, como vertical, horizontal, e em forma de tapetes e postes (FUKUSHIMA, 2012; PAZ et al, 2017). O local de descanso deve ser um ambiente calmo e agradável. Diversos gatos fazem uso de locas de descanso em comuns com seus tutores, tais como toalhas, sofás, camas, cadeiras e tapetes, sendo rara a utilização de camas próprias para o pet (ROCHLITZ, 2005; FUKUSHIMA, 2012). Todo gato deve ter diferentes opções de recursos como áreas de alimentação, lazer, banheiro e arranhadores separados, fornecendo esses ambientes para todos os gatos e grupos sociais, evitando assim a competição e estresse pela condição de disputa alimentar. Quando essas necessidades não são respeitadas, estes podem apresentar periúria, que é um problema comportamental apresentado ocasionalmente por gatos e que consiste na tendência de urinar fora do local apropriado, além de apetite depravado, agressividade, inapetência, alopecia psicogênica e síndrome de pandora. (ELLIS et al, 2013.) 9 A síndrome de pandora é caracterizada pela cistite idiopática felina causada pelo estresse (ELLIS et al, 2013; JUSTEN, 2018). A doença no trato urinário inferior em felinos tem sido comparada com o modelo de cistite intersticial em mulheres onde a mesma cistite está relacionada a fatores de inflamação neurogênica da bexiga associados a um ambiente de estresse agudo ou crônico. O estresse e a dor estimulam a atividade do Sistema Nervoso Simpático (SNS), que resulta na liberação de catecolaminas, e pelo aumento do cortisol através de estímulos do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (JUSTEN, 2018). Gatos com cistite idiopática felina (CIF) apresentam feedback negativo com o aumento de cortisol, demonstrando uma falha na resposta do mesmo. A ativação do SNS pode aumentar a permeabilidade do epitélio vesical tornado possível que agentes nocivos na urina tenham acesso a neurônios aferentes sensoriais, resultando em dor e inflamação (JUSTEN, 2018). 2.1.4 BRINCADEIRA E COMPORTAMENTO PREDATÓRIO Os gatos são caçadores natos, por isso, estimular seu comportamento predatório oferecendo atividades que exercitem o animal é fundamental. Mas não apenas a brincadeira deve ser oferecida, a recompensa também deve ser associada quando o animal conseguir pegar o alvo. Ao receber petiscos cria-se um reforço positivo de uma verdadeira caça (FUKUSHIMA 2012; DANTAS et al, 2016). No mercado existem diferentes opções e objetos que se movem para entreter o animal. Bolinhas ocupacionais, ratinhos de borracha, caixas adaptadas, laser point e varinhas de pesca. Excelente oportunidade de trabalhar a interação social, bem como exercitar a saúde física e mental diminuindo os riscos de obesidade, tédio e problemas comportamentais. (FUKUSHIMA, 2012; ELLIS et al, 2013; DANTAS et al, 2016; VALENTE, 2018). Nas famílias que tiverem dois ou mais gatos, os jogos devem ser feitos individualmente em diferentes ambientes. Não se deve usar mãos ou pés para esse tipo de estímulo, pois isso pode acarretar acidentes. A intensidade e o tempo gasto irão depender da faixa etária do animal, gatos mais jovens têm mais energia, enquanto idosos se cansam com mais facilidade. Os brinquedos devem ser recolhidos sempre quando não houver supervisão do tutor, evitando-se assim o risco de serem ingeridos (ROCHLITZ, 2005; DANTAS et al, 2016). 10 2.1.5 INTERAÇÃO SOCIAL POSITIVA A socialização varia e é influenciada por fatores como genética, condições precoces de criação, personalidade e experiências de vida. Muitos gatos preferem um nível de contato social de alta frequência e baixa intensidade com os seres humanos. Na natureza são animais de comportamento solitário, sendo considerados semissociáveis. A socialização se dá por meio de demonstração visual e linguagem corporal. A posição corporal, a cauda, a orelha, os olhos e o olfato são suas ferramentas de comunicação (ELLIS et al, 2013). A domesticação trouxe a capacidade de miar em diferentes tons e frequência a fim de expressar um pedido ou uma exigência, sendo esse comportamento exclusivo para humanos, já que entre indivíduos da mesma espécie não existe esse tipo de comunicação verbal (ELLIS et al, 2013; SCHOTZ et al, 2017; DANIEL, 2019). Em grandes números alguns gatos podem se tornar solitários, enquanto outros criam laços afetivos que enriquecem sua qualidade de vida. Problemas podem aparecer quando o ambiente não oferece recursos múltiplos gerando confronto. Não existe uma regra de quantos gatos podem viver juntos, mas recomenda-se bom senso para perceber se os comportamentos adequados, sem brigas ou disputa por território e recursos. A interação humana positiva aqui é carícias, escovação, deixar deitar no colo, comunicação verbal, compartilhar tempo, e brincadeiras discutidas anteriormente. Interações humanas comuns como abraços e beijos são pouco apreciadas por esses animais (ROCHLITZ, 2005; FUKUSHIMA, 2012). Não se deve forçar o gato a interagir, as memórias de interação devem ser positivas, pois eles associam o ambiente e o cheiro com alguma experiência passada. Criando uma boa memória, é possível reduzir o medo e o estresse (ELLIS et al, 2013.) O momento de ensinar o animal as interações sociais é entre 2-3 semana de vida até 7-9 semana. É imprescindível que durante esse processo o animal receba recompensa positivas e agradáveis em contato com outros animais ou pessoas. Na hora de conhecer e afagar um felino desconhecido deve-se abaixar ao nível de seus olhos, evitando contato visual fixo e oferecendo tempo para ele se aproximar e fazer o primeiro contato físico. Dê tempo a ele para farejar as mãos e se familiarizar. Se ele parecer relaxado e quiser interagir, 11 afagar suavemente a cabeça e as bochechas. Essa é a maneira mais apropriada de fazer carinho. Conversar gentilmente e com a voz baixa para deixá-lo à vontade. Quando um gato termina uma interação e afastar-se, não se deve forçar mais o contato (ELLIS et al, 2013). É aqui, no momento que não se respeita o limite imposto pelo animal que os acidentes acontecem. Os tutores de gatos devem aprender as preferênciasindividuais de cada gato para desenvolver um forte vínculo com seus animais de estimação, e não forçá-los a nada. (ELLIS et al, 2013.) Aprender a reconhecer o comportamento felino é essencial. Ele apresenta sinais claros de agressividade e insatisfação (ICATCARE, 2018). Para evitar tensão em uma casa com vários gatos, todos devem receber atenção individual sem a intervenção de outros gatos. Os filhotes devem ser introduzidos ao manuseio humano durante o período de socialização formativa, que ocorre entre as 2 e as 7 semanas de idade. O manuseio gentil dos seres humanos durante esse período tem um efeito positivo e duradouro nas relações do gato com os humanos, resultando em uma adaptação bem sucedida. Experiências negativas durante esse período podem resultar em medo, agressividade e animais antissociais (ELLIS et al, 2013). 2.1.6 LINGUAGENS CORPORAIS Aprender a linguagem corporal do gato é fundamental para se criar um vínculo positivo e uma memória agradável da socialização. Esses animais usam posturas corporais diferentes para expressar suas emoções. Quando se entende a linguagem do gato, é possível saber seu humor, prevenindo assim possíveis ataques por medo ou agressividade. (LOPES, 2018). Dentre as emoções mais manifestadas, a literatura descreve principalmente os sinais de relaxamento, alerta, medo ou assustado e agressão, como é demonstrado na figura abaixo (FIGURA 1). A expressão corporal e facial dos gatos foi citada por diversos autores, a fim de padronizar seus sentimentos e emoções. Esse consenso entre os autores foi criado graças à referência da AAFP - American Association of Feline Practitioners (Associação Americada de Profissionais de Felinos) responsável pela criação das diretrizes de posicionamento e expressões comportamentais e 12 faciais do gato, bem como também responsáveis pela criação das diretrizes dos cinco pilares do bem-estar felino. FIGURA 1 – Ilustração da expressão corporal e facial do gato FONTE: Adaptado de HSMO, 2016. A fonte de expressão principal usada por esses animais são a cauda, os olhos, as orelhas, as vibrissas e a frequência e intensidade com que emitem sons durante a apresentação corporal. Seja um miado agudo de menor ou maior intensidade, até um sibilo e grunhidos. Todos esses sinais devem ser lidos como um todo, pois observá-los individualmente pode ocasionar em uma interpretação errónea do humor do animal. (HARTWELL, 2009; RIVERA, 2011; ICATCARE, 2018; DANIEL 2019). Relaxado: Esse é o estado mais desejado. Sua respiração está lenta-normal. Sua cauda está estendida, quando está em pé, ela fica em formato de interrogação. O som emitido aqui é o ronronar, que geralmente significa conforto e felicidade. Os olhos estão semifechados e suas pupilas estão no tamanho normal. Orelhas e bigodes estendidos na posição padrão. Esse animal está susceptível a brincadeiras e socialização. Alerta: A cauda se move lentamente de um lado para o outro, significa alerta ou mesmo interesse ao arredor. Assumem essa posição quando estão prontos 13 para brincar de caça. As pupilas se dilatam para uma melhor percepção ao meio, no entanto as orelhas e bigodes permanecem na posição padrão. Miados graves e curtos. Assustado: As orelhas tendem a se lateralizar, as pupilas se dilatam, o animal encolhe o máximo possível. O corpo fica próximo ao chão, estado de completo medo e pânico. Alguns animais podem atacar se não tiverem a opção de correr e evitar um conflito. O miado aqui é longo e grave. A cauda pode estar balançando rapidamente de um lado para o outro, ou entre as pernas escondida em posição de submissão. Agressivo: O animal arqueia e eriça os pelos, e olha de baixo para cima. Esse comportamento de aumentar a área corporal na natureza é uma tentativa de parecer maior para afastar predadores. O pelo em sua cauda também pode ficar em pé em formato de escova. Olhos semifechados, pupilas dilatadas, orelhas lateralizadas e bem próximas da cabeça, a boca se abre para mostrar as presas, e surgem os “sibilos”, o ruído que os gatos fazem para expressar medo, agressividade, descontentamento ou incerteza juntamente com sons agudos de murmúrio e choro. 2.1.7 RESPEITAR O SENTIDO DO OLFATO Os gatos usam informações químicas e olfativas para avaliar o ambiente e maximizar sua sensação de segurança e conforto. A informação olfativa envolve muitos cheiros diferentes detectados pelo nariz. A informação química é detectada pelo órgão vomeronasal. Este é um aparelho olfativo auxiliar que detecta feromônios, produtos químicos que transmitem informações entre indivíduos da mesma espécie. Gatos usam sinais olfativos e feromonais através do uso de marcação de perfume por atrito facial e corporal. Isso estabelece os limites de sua área na qual eles se sentem seguros. Sempre que possível, os seres humanos devem ter cuidado para não interferir nos sinais olfativos e químicos desses animais (ELIS et al, 2013). A fim de minimizar o estresse desses animais em ambientes domésticos deve-se evitar o uso de produtos ou substâncias que irritem o olfato desses animais. (produtos de limpeza, detergentes, spray, ou outros acessórios perfumados que possam atrapalhar a percepção sensorial do mesmo). 14 O uso de feromônios sintéticos para reduzir a ansiedade e aumentar a higiene, o interesse pela comida e o uso apropriado da caixa de areia. O produto que chama atenção no mercado aqui é o chamado FELIWAY, desenvolvido para reduzir a ansiedade e pode ser útil em conjunto com enriquecimento ambiental (ELIS, et al 2013; OLIVEIRA et al, 2017). Ainda relacionado a sensibilidade olfatória, é importante ressaltar o uso de Nepeta sp que é gênero botânico conhecido como CATNIP ou erva dos gatos. Capaz de proporcionar um estado de euforia e relaxamento temporário para os felinos. Comercializada em forma de pó desidratado podendo despejar em locais onde o animal fica ou mesmo nos brinquedos. (ROCHILITZ, 2005; FUKUSHIMA, 2012). Apesar de ser comumente comparada com a cannabis a Nepeta cataria é bem diferente, contendo óleo nepetalactona, liberado quando folhas e caules são mordidos ou amassados, por isso os gatos esfregam o focinho e o corpo. Cerca de 70%-80% dos gatos apresentam sensibilidade a planta, os 20%-30% restantes não apresentam quaisquer reações a ela. Essa característica é hereditária. O mecanismo exato pelo qual a resposta é causada ainda não é conhecido com precisão. Segundo Marttila (2018), o óleo se liga aos receptores nasais do gato estimulando uma resposta que afeta várias áreas do cérebro, incluindo o hipotálamo e a amígdala, regiões que são fundamentais na regulação das respostas emocionais e comportamentais. O seu efeito pode durar até dez minutos, e gatinhos jovens não são afetados até atingirem a maturidade sexual, já que a resposta é semelhante à resposta aos feromônios sexuais naturais (MARTTILA, 2018). 2.2. METODOLOGIA Esse trabalho teve como objetivo concluir uma revisão de literatura que por definição é a junção de fontes de pesquisa que vão fornecer embasamento teórico e científico para a conclusão de um determinado tema. (TUMELERO, 2019) Assim, buscando informações para guiar o tutor a respeito das necessidades do ambiente dos gatos, bem como oferecer ideias de enriquecimento ambiental que podem ser aplicadas a domicílio para melhorar a qualidade de vida desses animais. A Técnica utilizada para coleta de dados foi através de pesquisas já publicadas de livros, artigos, páginas da web, dentre 15 outros meios de publicações eletrônicas e escritas. As palavras chaves buscadas foram: Enriquecimento ambiental para gatos, comportamento felino, bem-estar para gatos, problemas comportamentais de gatos, comunicação e linguagem corporal felina e cuidados com o gato em casa. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar dos gatos jáestarem presentes no convívio familiar há centenas de anos, eles ainda são considerados animais semi domesticáveis. Ou seja, continuam a serem praticamente os mesmos que seu antecessor selvagem o Felis silvestris lybica, mantendo os mesmos sentidos, habilidades, comportamento e anatomia. Além de ainda serem caçadores naturais que são perfeitamente capazes de encontrar seu próprio alimento. E isso por consequência trás a necessidade de se implementar o enriquecimento ambiental em meio doméstico para esses animais. Já que a proposta é estimular promovendo atividades e desafios simulando situações que ocorreriam normalmente no meio selvagem, na natureza. A sua popularidade tem aumentado cada vez mais, e os números mostram que em breve os gatos vão liderar os lares de todo o mundo, ultrapassando cães e crianças. Profissionais especializados bem como tutores mais exigentes querendo informações e atendimento exclusivo também crescem constantemente, como o acesso a informação vem crescendo, hoje em dia é fácil se deparar com tutores integrados dentro do assunto que afligem seu animal, exigindo dos clínicos um conhecimento sempre atualizado e um maior domínio e segurança do assunto tratado. Apesar de serem mais populares ainda são protagonistas de preconceito e maus tratos onde suas ações e personalidade simplesmente não são compreendidas por falta de informação e conhecimento da espécie. A crença que os gatos não são apegados aos donos aliados a características selvagens e independente podem ser interpretadas erroneamente como animais interesseiros. Ao buscar informações e permitir que o animal tenha uma rotina mais ativa, que exercitem e estimulem seu corpo e mente problemas de saúde podem ser evitados, bem como o mau hábito diminuído. Conhecer a espécie, sua linguagem corporal, necessidades ambientais e comportamento natural fortalecem o vinculo entre tutores e gatos. Aceitar que o gato não é um cão 16 pequeno, que ele ainda carrega genes selvagens e que precisa ser compreendido como animal diferente que ele é tem como efeito positivo a diminuição do preconceito, mitos e superstições que rodeiam a espécie. O bem-estar vai muito além de número de caixas de areia, potes de água e ração, mas também a disposição desses no ambiente do gato. As brincadeiras devem fazer com que o gato se sinta gato, ou seja, um caçador. Do contrário teremos um animal infeliz, com problemas comportamentais e estressados, o que podem complicar a vida do animal e do seu tutor. É importante ressaltar que a visita ao veterinário de confiança é fundamental, como os gatos disfarçam muito bem suas dores e angústia mudanças de hábitos e comportamentos inadequados também podem sinalizar doenças. O gato é um reflexo do ambiente onde vive e cabe aos médicos veterinários guiarem os tutores da melhor forma de criação possível. REFERÊNCIAS ABINPET, Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação. Mercado pet do Brasil. 2018. Disponível em: <http://abinpet.org.br/mercado/>. Acesso em 09 de Setembro 2019. ALVES G.O, RINCO L.T, MENDES A.L.S, BICALHO A.P.C.; Bem-estar e enriquecimento ambiental de gatos (Felis catus): O que os clínicos sabem?. Enciclopédia Biosfern p. 1-10 30 de junho de 2019. Disponível em <www.conhecer.org.br/enciclop/2019a/agrar/bem estar e enriquecimento.pdf>. Acesso: 09 de Setembro de 2019. BAPTISTA R. I. A. A.; MOURA F. M. L.; MOURA R. T. D.; BARBIERI L. S.; TAVARES M. H. B.; SANTOS T. O. 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