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O Gato na Internação MSc Pillar Gomide do Valle O gato como paciente • Alteração na rotina • Interferência de infecções virais graves • Metabolismo particular fármacos • Metabolismo energético O gato como paciente • Muito sensíveis ao estresse • Tratamento antes do diagnóstico • Uma única chance • Cada um é diferente O gato como paciente • Comportamento independente • Territorialidade não hierárquica • Brigas e disputas entre machos • Facilidade de reagir ao estresse Traumas Mais Comuns • Acidentes automobilísticos, quedas de grandes altitudes e feridas por combate Princípios do manejo felino • O comportamento de um gato pode mudar rapidamente • Gatos são territorialistas, mesmo em um hospital • Em um ambiente estranho, ficam intimidados e não agressivos • Gatos têm estratégias defensivas e ofensivas que devem ser reconhecidas • O bufo é um blefe??? Observe a colocação das pinas e o formato da língua!!!! Gato Irascível • Evitar agressividade!!!!! • Quetamina (Vetaset®) 100 mg/mL – 0,5 a 1,0 mL/gato PO (2,0 a 3,0 mL numa seringa acoplada a uma sonda Tom cat) – Cuidado com a córnea!!! • Leva 10 min pra fazer efeito, que é leve e dura em média 20-30 minutos. • Causa sialorreia profusa, se necessário atropinizar via IM ou IV (nunca PO – acentua ainda mais a sialorreia). » Anestésicos voláteis: gaiolas, caixa de transporte Irascível • Toalhas, máscaras, e gaiolas podem e devem ser usadas, mas sempre com muita segurança e sem agressividade. • É importante ser ágil e ter técnica, sempre se protegendo e evitando que o gato fique com um membro ou a cabeça presa em algum lugar, pois ele entrará em pânico e pode ocorrer algum acidente. • Está nervoso ou inseguro do que está fazendo: pare tudo e recomece com outra técnica, anestesia e segurança. Ou desista e tente de novo outro dia com sedação prévia. • Nunca, JAMAIS contenha um gato dispneico. Manejo hospitalar • Área de internação: • Exclusiva para gatos • Fácil acesso, limpo • Ambiente calmo e seguro • Balança e materiais • Pessoas treinadas Manejo hospitalar • Rotina de internação: • Essencial (mín 2x/dia): • Pesagem • Exame físico • Medicações • Alimentação • TºC – Febre= hiperemia de pina e pelo arrepiado Administração de medicações • ORAL • Comprimidos • Líquidos • PARENTERAL • Subcutânea • Intramuscular • Intravenosa (trocar cateter em té 72hs) Manejo alimentar • Requerimentos obrigatórios únicos • Evolução baseada em dieta a base de tecido animal • Conservação de energia: enzimas desnecessárias • Felinos são carnívoros verdadeiros....! • Altos níveis de proteínas, níveis moderados de gorduras e baixos níveis de carboidratos! Comportamento alimentar - Presas na natureza: roedores, aves, insetos, coelhos, pequenos répteis - Maior atividade: entre 11h da noite e 4h da manhã! Porque as presas são mais vulneráveis ao entardecer e à noite! - 1 roedor = 30 kcal = 8% requerimento diário, o que requer 10 a 20 refeições e muitas sonecas durante o dia!!! - 1 em cada 15 incursões de caça obtém sucesso, isso custa mais de 100 incursões diárias e 6 a 8 horas de exercícios por dia. Um gato pode morrer por desnutrição se somente lhe for oferecido um alimento que ele não goste! Melhor alimentação: • Aquela Que O Gato Irá Comer!!!! • Testar As Preferências.... • Alimentos Novos e Variados *** • Umidade, Proteína, Gordura • Cuidado com aversão a dietas terapêuticas Comportamento alimentar • Pontos importantes: • Não deixar alimentos pastosos muito tempo • Remover barreiras físicas • Providenciar esconderijo • Ciclos de luz e escuridão • A pessoa que alimenta não é a que estressa • Muita paciência e carinho! Quero um lugar bem quentinho, aconchegante, sem barulho nem latidos de cachorro, longe da minha vasilha sanitária e... Claro, uma comida beeeem gostosa! Estimulantes de apetite • Devem ser usados por poucos períodos de tempo em gatos em fase de recuperação ou quando a causa identificada não pode ser eliminada. • Aversão a determinados alimentos; • Medir o consumo da ingesta e o peso regularmente para confirmar efetividade da medicação. • Insucesso / suporte nutricional prolongado: Enteral ou parenteral! Estimulantes de apetite para felinos Ciproeptadina (Periatin®): 1-2 mg/gato PO q.8-24 h Efeitos colaterais: Excitabilidade extrema e agressividade. Mirtazapina®: 3,25 mg/gato q.72 horas Efeitos Colaterais: Sedação, constipação Acetato de megestrol: 0,5 mg/kg/24 h PO por 3-5 dias, depois a cada 5 dias Efeitos colaterais: Diabetes, hiperplasia/neoplasia mamária, piometra. Estimulantes de apetite para felinos Prednisona (Meticorten®): 0,25 – 0,5 mg/kg /24 h PO Efeitos colaterais: Imunodepressão, hiperglicemia. Complexo B: 2 mL/L em fluidos IV Efeitos colaterais: Nenhum. Diazepam (Valium®): 0,2 mg/kg IV q.2 h Efeitos colaterais: Sedação, efeito curto, hepatotóxico. Lembrem-se • Descendentes do Gato Selvagem Africano (Felis silvestris lybica) • Ignoram níveis mínimos de desidratação (<4%) • Concentram a urina • Presas = 74% a 78% de umidade • Ração seca = 9% a 12%, • Ração úmida = 60% a 84% O gato internado • O gato como paciente crítico • Monitorização a cada hora • Registros com indicações claras • Patência e troca dos cateteres • Mudanças de decúbito • Bons tratos, carinho e atenção • Visita dos proprietários Choque Séptico 1. Fase hiperdinâmica ou quente: Inicial • Hipertermia, calafrios; Pele quente e ruborizada, pulso cheio • Taquicardia; Taquipneia – alcalose respiratória • Confusão mental • Débito cardíaco normal ou elevado • Plaquetopenia 2. Fase hipodinâmica ou fria: Tardio • Cianose; Pele fria e úmida (pegajosa) • Taquicardia com pulso filiforme (fino); Hipotensão arterial • Respiração rápida e superficial • Oligúria – anúria • Diminuição do débito cardíaco; Coagulação intravascular disseminada • Diminuição do nível de consciência – sonolência, letargia, confusão mental, coma. • Aumento do ácido láctico – acidose metabólica • Leucocitose Particularidades da Hemodinâmica • Não fazem contração esplênica. • Pulmões menos complacentes • Fibras vagais junto com as do SNS • Muito sensíveis a hipotermia • Raramente tem fase hiperdinâmica • Resposta adrenérgica débil • Sensíveis a hipoxemia • 5 -6%PV em volume sanguíneo Particularidades • Resposta ao choque: • Depressão profunda • Pulso fraco ou não palpável • FC normal ou bradicardia • Hipotermia & hipotensão • Mucosas pálidas • TPC aumentado • Resposta fisiológica única: • Não há sinais hiperdinâmicos no choque • Tríade do choque: • Bradicardia, hipotermia e hipotensão • Não há contração esplênica na hemorragia • Fluidoterapia: • Volume sanguíneo: 50 mL/kg • Tendência a edema pulmonar e efusão • Atenção à frequência cardíaca • Choque: associar cristaloides e coloides • Sem resposta: dopamina • Monitorar PA, PVC • Aquecer sempre os fluidos! • Sinais de super-hidratação • Taquipneia • Crepitações pulmonares ou abafamento sons • Secreção serosa nasal • Furosemida: 2 a 7 mg/kg IV • Sistema respiratório • Sensíveis à hipóxia pulmonar • Cianose, respiração oral • Tipo de dispneia • Providenciar oxigenioterapia • Toracocentese: dispneia expiratória restritiva • Evitar o estresse!!! • Boca aberta, cianose = EMERGÊNCIA! • Cuidado com manipulação • Minimizar o estresse • Oxigenoterapia: FiO2 40% a 100% 15 a 20 min. Método de administração FiO2 (%) no ar inspirado Tubo em frente as narinas 25%-40% Cateter transtraqueal 30%-40% Máscara 50%-60% Catéter nasal 50% Caixa de oxigênio 60% Tubo endotraqueal 100%• Dispneia inspiratória: Sibilo!! Investigue cavidade respiratória superior (anestesia, RX) • Dispneia expiratória: Doença do TRI – Restritiva: Pneumotórax ou quilotórax – Obstrutiva: Asma felina • Alguns pacientes requerem sedação: • Butorfanol: 0,4 a 0,8 mg/kg IV • Diazepam: 0,1 a 0,5 mg/kg IV • Acepromazina: 0,01 a 0,2 mg/kg IV • Quetamina: 5 mg/kg IV • Evitar a ansiedade!!! • Não radiografar enquanto houver dispneia!!! • Auscultar • Evidências de contusão pulmonar • Hemotórax, piotórax, pneumotórax • Toracocentese!!! Toracocentese • Tratamento inicial • Sedação (0,1 Ketamina + 01 diazepan + soro – seringa 1ml (injeta0,5 e depois 0,2 coforme necessidade) • Oxigênio disponível • Tricotomia e antissepsia cirúrgica; Decúbito esternal • 6, 7 ou 8 espaço intercostal (Evite bordas costais - vasos) • Scalp 21 - Entrada: 45, bisel voltado para o paciente • Líquidos - Terço ventral: abaixo junção costocondral • Pneumotórax = terço dorsal • Abrir torneira e realizar sucção • Drenar o máximo possível - Drenar nos dois hemitórax sempre (exceto; piotórax) Ket 2,0mg/kg; Diazepan 0,2mg/kg Sistema cardiovascular » Espaço cardíaco: 2 EIC » Sopros, ritmo de galope » Fluido em excesso, corticosteróides » Edema, tromboembolismo » Monitorar PA » Dirofilariose (Febendazol 10 a 14d) Pressão Arterial Sistólica » Aumentada: > 160–180 mmHg • Gato berra a noite! • IRC, hipertireoidismo, descolamento retina se > 200 mHg • Amilodipina: 0,625 mg PO SID • Propanolol: 0,2 a 1 mg/kg PO TID • » Hipotensão: < 90 mmHg – Fluido, coloides, dopamina Sistema urinário • Nefrologia • Cuidado com AINE´s e gentamicina • PA, Hidratação • Hipertensão, hipocalemia • Trato urinário inferior – Buscar causa da obstrução: urólito > 70% casos – Espasmos uretrais iatrogênicos Glicemia • Hiperglicemia por estresse • Confirmar com frutosamina • Hipoglicemia: • Mensurar quando há depressão mental • Perpetua hipotensão e hipotermia Eletrólitos • Hipocalemia: polimiopatia periférica Anorexia, IRC Diferenciar de deficiência de tiamina • Hipercalemia: podem não ter bradicardia Obstrução uretral • Hipofosfatemia: hemólise, ↓ energia Síndrome de realimentação Tratamento de Diabetes mellitus • Hiperfosfatemia: hipocalcemia, hiperparatireoidismo IRC Transfusão de sangue • FIV, FeLV, não há contração esplênica • Hipotensão, anemia, leucopenia • Hematócrito < 15% - 20% • Tipos sanguíneos, reações • Tipo A dominante sobre o B (homozigotos) • » Siameses 100% tipo A • » Persas 86% tipo A 14% tipo B • » Devon Rex 59% tipo A e 41% tipo B • Bolsa de sangue 4-5 seringas de 10ml contendo 1 ml de anticoagulante. • Peso do receptor kg x 70 x ht desejado – Ht receptor Ht doador Tipo A 73% Tipo B 26% Tipo AB <1% Imunodepressão • FeLV: ↓ função leucócitos T antes de linfopenia • FIV: + bactérias ou protozoários • PIF: 2 sorotipos (Fecv e Fipv) tropismo céls. MO – Fecv diarreia auto limitante – mutação Fipv = PIF • Terapia imunodepressora, estresse • Neutropenia + febre = toxoplasmose Conclusões • O gato não é um pequeno cão • Busca por conhecimento específico • Prezar pelo atendimento diferenciado • Atenção para particularidades • Quem ganha é o nosso paciente!!! • Livros recomendados: • SHERDING, R.G. The Cat: Diseases and Clinical Management. Philadelphia: WB Saunders, 1994. • HOLZWORTH, J. Diseases of the cat: Medicine and Surgery. Philadelphia: WB Saunders, 1987. • SOUZA, H.J.M. Coletâneas em Medicina e Cirurgia Felina. Rio de Janeiro: L.F. Livros de Veterinária LTDA, 2003. • LAPPIN, M.R. Feline Internal Medicine Secrets. Philadelphia: Hanley & Belfus, Inc, 2001 • NORSWORTHY, G.D.; CRISTAL, M.A.; GRACE, S.F.; TILLEY, L.P. The Feline Patient: Essentials of Diagnosis and Treatment. Blackwell Publishing, 2006. • RAND, J. Problem-based Feline Medicine. Elsevier Saunders, 2006. • AUGUST, J.R. Consultations in Feline Medicine. Volumes 1, 2, 3, 4 e 5. W.B Saunders, • 1991, 1994, 1997, 2001 e 2006. • NORSWORTHY, G.D. Addressing and handling the cat. Feline Practice. Philadelphia: J.B. Linpincott Company, 1993, cap.2, p.28-30 Medo, ansiedade e fobias em gatos Gato com medo • Pode se tornar mais dependente do dono • Não ter confiança nos membros da família • Ansiedade de separação • Agorafobia Estímulos desencadeadores do medo • Outros animais (incluindo gatos) • Pessoas estranhas • Barulhos • Situações não habituais (viajar, ir ao veterinário) Causas potenciais de medo em gatos • Socialização e habituação deficientes; • Fatores genéticos (timidez); • Incidentes traumáticos; Causas potenciais de medo em gatos • Antecipação de experiências desagradáveis; • Idade – perda das capacidades e aumento dos medos em idosos; • Reforço das respostas medrosas pelo proprietário Respostas ao medo • Autodefesa: – Possibilidade de afastar o estímulo amedrontador; – Impossibilidade de escapar. • Fuga do ambiente físico e social Respostas ao medo • Diminuição do limiar de reatividade aos estímulos, levando a manifestações comportamentais reativas ao medo. Retirada do ambiente físico e social • Aumento do comportamentos de retirada e reservado (incluindo o se esconder); • Relutância para sair: – de casa – em espaços abertos Retirada do ambiente físico e social • Procura por lugares inacessíveis para descansar • Diminuição da interação com os membros da família • Diminuição do interesse nas brincadeiras sociais ou com objetos Sinais de comportamento reativo ao medo • Marcação (borrifo e fezes) dentro de casa; • Perda dos hábitos higiênicos (por associação da localização da bandeja com o estímulo amedrontador); • Reação de fuga com baixo limiar; Sinais de comportamento reativo ao medo • Agressividade defensiva • Pica (ingestão de objetos não digeríveis: lã, plástico,....); • Lambedura excessiva e mesmo automutilação. Sinais somáticos de medo: • Midríase; • Taquipnéia; • Pilo-ereção; • Inapetência; • Vômito. Medo normal: • Protege o indivíduo sem interferir no comportamento normal importante para manutenção da vida; • Tem efeito apenas temporário (enquanto o estímulo amedrontador estiver presente ou for percebido como uma ameaça); Medo normal: • Diminui com a exposição ao estímulo amedrontador (a habituação é mais rápida a estímulos estáticos e mais lenta para estímulos animados); • A resposta medrosa é proporcional ao estímulo Fobia • Limita ou interfere no comportamento normal; • Persiste após a remoção do estímulo; • Não diminui com a exposição ao estímulo (não ocorre habituação); • A resposta fóbica não é proporcional ao estímulo, é tudo ou nada. Prevenção do medo,ansiedade e fobias felinos • Selecionar filhos de pais sociáveis • Evitar filhotes que foram criados isolados das atividades domésticas normais • Os filhotes devem ser expostos a uma grande variedade de pessoas e animais Prevenção do medo,ansiedade e fobias felinos • Os filhotes devem ser expostos a uma grande variedade de barulhos e eventos • O comportamento confiante pode ser modelado através do reforço da aproximação e de outros comportamentos corajosos, usando recompensas (comida, brincadeiras) Prevenção do medo,ansiedade e fobias felinos • Para encorajar o comportamento confiante é importante não pegar e segurar o gato, mas sim permitir que ele se aproxime voluntariamente. • Os donos devem ser ensinados a entender e a responder apropriadamente aos comportamentos de saudação dos felinos • Organização de festas para filhotes ou escolinhas de socialização (até as 7 semanas) • Encontro educativo para proprietários (tópicos: enriquecimento ambiental,manuseio e interação social) Evitar o reforço não intencional do medo: • Parar reafirmação intempestiva • Evitar qualquer confronto ou punição física • Ao redecorar o ambiente evitar grandes mudanças no centro do território felino • Evitar a hipervinculação, encorajando o acesso ao exterior e permitindo que o gato expresse toda a gama de comportamentos naturais da espécie Gato com medo • Ele deve se sentir no controle da situação • Forçar a exposição ao estímulo amedrontador não costuma ser eficaz Introdução de um gato num novo ambiente • Antes de levar o gato para o novo ambiente, esfregue um pano no corpo e focinho dele e guarde num saco plástico para ser usado mais tarde; • Ao transferir o gato leve junto objetos que tenham as suas marcas odoríferas (cama, arranhador, bandeja higiênica) Introdução de um gato num novo ambiente • Na nova casa prepare um quarto calmo, colocando a comida, água e bandeja higiênica • Use o pano com o odor do gato para esfregar á mobília presente • Ligar o difusor Feliway 2 a 3 horas antes da chegada • Colocar mais difusores pela casa (1 difusor/50 m2) Introdução de um gato num novo ambiente • Os gatos são extremante ligados ao seu território, principalmente ao núcleo (cerne) do mesmo. • Estímulos que são tolerados ou apreciados quando o animal se encontra num ambiente/núcleo conhecido podem desencadear reações medrosas num ambiente desconhecido, as quais podem ser permanentes Introdução de um gato num novo ambiente • Prioridade: Estabelecer um novo núcleo territorial Introdução de um gato num novo ambiente • Permita que o gato explore o novo ambiente (deixe-o sair sozinho da caixa de transporte) • A caixa de transporte deve ser deixada à disposição do gato • Não permitir o acesso ao restante de casa até o animal estar relaxado neste 1º quarto. • Permitir o acesso ao resto da casa gradualmente (1 a 2 divisões por algumas horas, sem interferência humana) Marcação com ferômonios • Marca o centro do território (marcação com as glândulas do focinho e do flanco) • Permite reconhecer os elementos do ambiente como familiares • Cria um ambiente apaziguador para o gato marcador Tratamento dos medos: Técnicas Comportamentais • Habituação • Dessensibilização • Contra-condicionamento • Exposição controlada Tratamento dos medos: Intervenção farmacológica • Estímulos amedrontadores não reconhecidos • Estímulos amedrontadores não controláveis • Respostas medrosas extremas • Interferência da resposta medrosa no aprendizado • Alterações neurológicas Tratamento dos medos: Mudar a reação do dono • Não reforçar vocal ou tatilmente • Não punir • Não forçar o confronto com as situações amedrontadoras (evitar a imersão) Medo de espécies não humanas O objetivos imediatos da terapia são: • Evitar a progressão de um comportamento de evitar-fugir para um agressivo • Reduzir o estresse Medo de espécies não humanas • Evitar qualquer exposição não controlada ao estímulo amedrontador, principalmente em casa; • Parar qualquer punição do comportamento medroso. Não obrigar o gato a ficar na presença daquilo que ele teme Medo de espécies não humanas • Não carregue/segure o gato enquanto estiver na presença do estímulo amedrontador (pode desencadear respostas muito agressivas e perigosas) • Pare as tentativas de acalmar o animal (podem reforçar o medo) Medo de espécies não humanas • Os gatos devem ser constantemente supervisionados durante o seu contato com cães • O cão deve estar devidamente sob controle quando na presença de um gato medroso • Providencie lugares seguros facilmente acessíveis para onde o gato possa fugir. Devem ter tudo que é necessário ao gato (cama, comida, bandeja, etc...) Medo de espécies não humanas • Se o gato sentir necessidade de fugir, deixe-o sair do ambiente, ao mesmo tempo que controla o cão impedindo-o de perseguir o gato. • NÃO PEGUE O GATO NO COLO PARA TIRÁ-LO DA SITUAÇÃO AMEDRONTADORA • Dessensibilização por partes (odor/som/visão) Medo de espécies não humanas: PREVENÇÃO • Socialização primária com cães • Providenciar várias rotas de fuga e abrigos seguros (prateleiras, portões, etc...) de fácil acesso. • Vários lugares de alimentação/banheiro, de modo que o gato nunca se sinta confinado/vulnerável por não ter acesso a eles • Ferômonios (F3- Feliway ; F4-Felifriend) . Não usar o Felifriend se o gato já foi perseguido por cães. Medo de espécies não humanas: PREVENÇÃO • Fazer a introdução de forma gradual e controlada • Durante os encontros iniciais o cão deve ser contido. Deve também ser educado a vir e sentar junto ao dono sob comando Sinais de que o gato está relaxado e confiante • Restauração dos níveis normais de marcação (facial e de flanco) • Retorno dos comportamentos lúdicos e afiliais normais • Postura de repouso relaxada (barriga para cima) • Movimentação confiante pelo ambiente sem hesitação • Pequena tendência para se surpreender com barulhos ou movimentos súbitos Medo de pessoas • O objetivo é evitar que o medo se torne agressão – Deve-se dar oportunidade para o gato escapar de situações que ele ache alarmantes – Providenciar uma área segura, que tenha tudo que um gato necessita (comida, cama, banheiro), e que esteja sempre acessível – Identifique o tipo de pessoa que o gato tem mais medo Medo de pessoas • O objetivo é evitar que o medo se torne agressão – Identifique as peças de roupas ou comportamentos que produzem mais medo – Evite a exposição a estes estímulos sempre que possível – Não manuseie, contenha ou force o gato (de qualquer outra maneira) a permanecer perto da pessoa que o assusta. Medo de pessoas Prevenção • O período de socialização é muito curto (até 7 semanas), geralmente o filhote ainda está com o criador: – Não adquira filhotes cujos pais são medrosos ou agressivos; – Evite filhotes que foram criados em ambientes sensorialmente pobres ou estéreis – Forneça locais de refúgio e rotas de fuga – Permita que o gato ganhe confiança no novo ambiente antes de introduzir novas pessoas Distúrbio de ansiedade generalizada 1. Medo excessivo 2. Comportamentos defensivos: a. “congelamento” b. Evitar e fugir c. Agressão “afastamento” d. Agressão medrosa Distúrbio de ansiedade generalizada • Sinais de estresse: – Vocalizações – “Grudar” nos donos • Hiperatividade autônoma: – Miose ou midríase • Hipervigilância: – Varredura do ambiente – Assusta-se com pequenos estímulos Distúrbio de ansiedade generalizada • Cautela e timidez • Atividades de deslocamento: – Lambedura – Andar de um lado para o outro – Polifagia – Polidipsia • Comportamentos de marcação aumentados: – Esfregar a face – Arranhadura – Borrifo Distúrbio de ansiedade generalizada • Distúrbios de eliminação • Modificação da rotina alimentar (frequência, quantidade, contexto social) • Alteração da rotina de dormir (dormir em lugares escondidos) Distúrbio de ansiedade generalizada • Etiologia multi-fatorial • Patogenesia multi-fatorial Problemas de vinculação • O gato vincula-se primariamente ao território • Gatos, ansiosos ou medrosos, podem se tornar dependentes do seu dono para se sentirem seguros e confiantes: – Porque o ambiente não lhes oferece oportunidades suficientes para regularem os seus estados emocionais – O dono reforça regularmente o comportamento dependente Problemas de vinculação Sinais: • Seguem o dono por toda a parte • Vocalizam e exigem atenção continuamente • Ficam mais ansiosos quando o dono se prepara para partir • Marcação e eliminação em itens pessoais do dono Problemas de vinculação Causas: • Falta de estímulos ambientais e novidades • Falta de oportunidadespara exercer controle sobre o acesso a recursos • Reforço pelo dono dos comportamentos para chamar a atenção • Dono que conforta ou oferece segurança quando o animal está com medo ou ansioso Problemas de vinculação Causas: • O dono que algumas vezes reforça os comportamentos para chamar a atenção e outras vezes enxota o gato apenas torna o animal mais ansioso, principalmente se o dono controla o acesso ao exterior e a comida Problemas de vinculação Causas: • Os gatos acham frustrante de estressante esperar pela intervenção humana para terem acesso a recursos essenciais • Os problemas de vinculação estão frequentemente associados a: – Agressão relacionada com frustração – Borrifo de protesto Problemas de vinculação Prevenção: • Enriquecimento ambiental: – Brinquedos que liberam comida – Lugares para se esconder e para escalar – Oportunidades para brincar • Providenciar acesso ao exterior (pode ser um gatil externo numa varanda ou no jardim) • Trocar constantemente os brinquedos para ter sempre novidades e prevenir o tédio • Não reforçar os comportamentos para chamar a atenção Ansiedade felina em ambientes fechados • Ambientes pequenos hipo-estimulantes: – Não permitem distanciamento – Mudança hiper-hipo – Hereditariedade • Sinais como os do distúrbio de ansiedade generalizada Ansiedade felina em ambientes fechados • Aumento dos seguintes sinais: a. Comportamentos predatórios b. Comportamentos lúdicos direcionados a partes do corpo humano c. Surtos de hiperatividade d. Síndrome do rolamento cutâneo Ansiedade felina em ambientes fechados e. Agressão defensiva desencadeada pela contenção, manipulação, ou escovação p.ex. f. Hipervigilância g. Sinais atividade SNA – salivação, diarréia, vômito Ansiedade felina em ambientes fechados h. Atividades de deslocamento (alopecia por lambedura, obesidade relacionada com hiperfagia) i. Patas suadas e/ou esvaziamento dos sacos anais Distúrbio da hiperatividade episódica • Período definido de “alto-astral” durando vários dias: – Diminuição da necessidade de dormir (hipossonia) – Aumento da atividade motora (agitação) – Hipervigilância – Hiperexcitabilidade – Distração Distúrbio da hiperatividade episódica • Outros sinais: – Agressão defensiva/ofensiva desencadeada por estímulos banais – Comportamentos estereotipados repetitivos (p.ex. correr atrás da cauda) Distúrbio da hiperatividade episódica • Outros sinais: – Olhar fixo por mais de 10 segundos – O início do episódio pode ser acompanhado de midríase Bases da sociabilidade felina 1. Atração mútua 2. Coesão grupal 3. Comportamento cooperativo Bases da sociabilidade felina 1. Atração mútua 2. Coesão grupal 3. Comportamento cooperativo 4. Habilidade para tolerar a presença de outros adultos, sob certas condições Sociabilidade felina • Os gatos podem coexistir pacificamente quando as condições ambientais forem propicias (fonte de alimento abundante e localizada) Agressividade Preocupar-se com a quebra da tolerância e como restabelecê-la O conceito de tolerância 1. Tolerância mútua – quando dois ou mais gatos vivem pacificamente numa mesma casa, sem brigas sérias 2. Ausência de tolerância – quando dois gatos brigam sempre que se vêem Agressividade defensiva • Medrosa • Dolorosa • Desencadeada por carinho • Associal • Redirecionada Agressividade ofensiva • Lúdica contra humanos • Territorial • Entre machos “Agressão medrosa” entre gatos • Sinais de medo: – Midríase – Orelhas grudadas na cabeça, voltadas para trás – Agachado com a cabeça encolhida – Membros debaixo do corpo – Sibilos e cuspidas “Agressão medrosa” entre gatos • “Gato de bruxa” – gato muito assustado e pronto para se defender, se o estímulo amedrontador se aproximar Características • Comportamento medroso antes do ataque • Só ataca se o estímulo amedrontador se aproximar demais, ou tentar pegar, etc..., ou no caso de outro gato o ameaçar ou atacar Agressividade medrosa • Só é um problema para os humanos quando existe a necessidade de aproximar e manipular o gato medroso Possíveis fatores causais 1. Fatores genéticos ou experiência inicial deficiente 2. Evento desencadeador de medo 3. Interações sociais desencadeadoras de medo 4. Medo/agressão condicionados Fatores genéticos ou experiência inicial deficiente 1. Gatos naturalmente tímidos ou medrosos 2. Experiência inicial limitada (socialização primária) com outros gatos 3. Os fatores genéticos têm de ser melhor estudados Eventos desencadeadores de medo • O aparecimento de um problema sério de agressividade entre dois gatos que viviam bem, frequentemente é resultado de algum evento desencadeador de medo (um novo cão ou gato na casa, algum barulho forte, etc...) Interações sociais desencadeadoras de medo Gato A amigável e afim de brincar Gato B reage de modo pouco sociável, se agachando e sibilando Gato A reage agressivamente por medo ou defesa Gato B reage agressivamente Agressão/medo condicionados • Cada briga/ameaça, tende a aumentar o medo do gato medroso, resultando no agravamento do problema da agressão medrosa Agressão/medo condicionados Após uma briga séria, os gatos podem reagir agressivamente mesmo quando o outro gato se aproxima calmamente Tratamento • Corrigir os conceitos errados do proprietário e aumentar o entendimento do problema • Terapia comportamental Corrigir os conceitos errados do proprietário e aumentar o entendimento do problema 1. Alguns proprietários pensam que os gatos estão brigando por dominância e deste modo o melhor é deixá-los brigar até que se estabeleça a nova ordem 2. Problemas deste tipo são normais entre gatos, devendo ser vistos como um comportamento normal em gatos que ficaram com medo do outro 3. O problema maior é o medo e não a agressão Terapia comportamental • Dessensibilização: 1. Só deixar os gatos terem contato em situações onde a briga pode ser totalmente prevenida, e o medo produzido é pequeno de modo a haver uma habituação 2. Manter os gatos em quartos separados com porta de tela, para que possam se ver 3. Trocar os gatos de quarto diariamente Imersão • Colocar os gatos em duas gaiolas, lado a lado, até que os sinais de medo diminuam Medicamentos • Ansiolíticos: – Medo muito intenso – Medo recente e não muito intenso Agressão defensiva em resposta a estímulos aversivos • A resposta agressiva a estímulos aversivos é natural em gatos e em geral não é um problema, se for possível evitar os estímulos. • Um gato não agressivo pode agredir se: – For pisado – Puxarem o pêlo – For cutucado – For medicado – Tiver uma área dolorida manipulada Agressão desencadeada por carinho • Carinho que se tornou desagradável, por ser muito prolongado • Cada gato tem o seu limiar para carinho Reação agressiva a pessoa que se aproxima • Embora costumem ser classificados como agressão por medo, em muitos casos o gato não mostra sinais de medo • Podem ser que o gato esteja apenas sinalizando que quer distância, da pessoa que o está incomodando Agressão redirecionada • É a agressão dirigida a uma alvo, diferente daquele que desencadeou o estado agressivo, por este estar fora do alcance ou não mais presente Agressão redirecionada • Podem ser casos de agressão defensiva contra alguém que interrompeu uma interação social com outros gatos Tratamento 1. Evitar as situações desencadeadoras 2. Veterinários – feromônio F4 (Felifriend): Não usar em gatos que já brigam Pode ser usado na introdução de um novo gato Agressão ofensiva 1. Agressividade territorial • Muitas vezes a vítima se esconde num lugaronde pode rechaçar os ataques, podendo deixar de comer e usar a bandeja Agressão ofensiva Diferenciar da agressão por medo: 1. Perseguir, caçar e atacar a vítima sem sinais de medo 2. O agressor procura pela vítima, podendo ficar de tocaia perto do esconderijo da vítima 3. Em alguns casos, que começam como agressão medrosa, evoluem para agressão territorial (Chapman 1991) 4. Geralmente a vítima é um gato recém introduzido, porém pode ser observada entre gatos que já viviam juntos 5. Gatos com 1 a 3 anos (Borchelt & Voith, 1987) Tratamento • O prognóstico é ruim • Re-alojamento pode ser a solução • No caso de haver dúvida se é territorial ou medrosa, tratar como se fosse esta última Agressão entre machos É uma forma de agressão ofensiva ou territorial Ritual encontro • Comportamento de ameaça ritualizado: • Em pé rígido, com os posteriores ligeiramente levantados, olhando fixamente, as orelhas viradas com a parte posterior virada para a frente, balançando a cabeça de um lado para o outro, rosnando, e lentamente abrindo e fechando a boca • Se um dos gatos parar de ameaçar e se afastar lentamente a briga pode ser evitada – Este tipo de ritual raramente é relatado no caso de gatos pertencentes à mesma casa Tratamento • Castração: – Redução da agressão em 90% dos casos (Hart & Barret, 1973) • Tratar como se fosse agressão por medo Agressão lúdica • Pular e morder quem passa • Morder mão que balança • Atacar o pé do dono que se mexe debaixo das cobertas • Em geral a mordida é inibida e as garras recolhidas Tratamento 1. Todo o ataque lúdico deve ser punido (ralhar severamente, jato de água, batendo palmas ou outro barulho) 2. A punição deve ser intensa o suficiente para parar o ataque imediatamente, sem causar medo intenso Tratamento 3. Usar um brinquedo para distrair a atenção do gato antes de começar ataque, ajuda a treinar o gato para atacar brinquedos e não pessoas 4. Brincar energicamente com o gato usando varinha de pescar, apontador laser, etc... 5. Deixar brinquedos que se movam para que o gato possa brincar quando sozinho Agressão instrumentalizada • Alguns gatos aprender a agredir o dono para obter recompensas Agressão patofisiológica • Trauma • Infecção • Parasitas • Raiva • Artrite • Lesões orais dolorosas • SUF • Hipo ou hipertireoidismo • Epilepsia • Etc.... Referências bibliográficas – comportamento • ASKEW, H.R. 2003. Treatment of behavior problems in dogs and cats. 2a ed., Blackwell Publishing, Vienna, 391 p. • BAUMEL, C. 1992. Bien communiquer avec son chien. 1 ed. Editions De Vecchi S.A., Paris, 207 p. • BEAVER, B. 1980. Veterinary aspects of feline behavior. 1 ed., Mosby, Missouri, 217 p. • BEAVER, B. 1992. Feline behavior: a guide for veterinarians. 2 ed., Saunders, Philadelphia, 276 p. • BOWEN, J.; HEATH, S. 2005. Behaviour problems in small animals. 1a ed., Elsevier Saunders, Edinburg, 283 p. • BRADSHAW, J.W.S. 1992. The behavior of the domestic cat.1 ed., CAB International, Oxon, 219p. • CAMPAN, M. et all. 1977. Introduction à l'étude du comportement animal - 40 manipulations. 1 ed. , Éditions Fernand Nathan, Toulouse, 238 p. • CAMPBELL, W.E. 1992. Behavior problems in dogs. 2 ed., American Veterinary Publications, California, 328p. • CESCHI, C. 1993. Chien-maître: comment communiquer. Manuel pratique de psychologie canine. 1 ed., Editions De Vecchi S.A., Paris, 121 p. • COREN, S. 1995. The intelligence of dogs. 1 ed, Bantam Books, New York, 271p. • COREN, S. 2000. How to speak dog. 1 ed., Free Press, New York, 274 p. • FOGLE, B. 1990. People & pets. 1 ed., Boxtree Limited, London, 120p. • FOGLE, B. 1992. Know your cat - an owner's guide to cat behaviour. 1 ed., Dorling Kindersley Book, London • FOGLE, B. 1992. Know your dog - an owner's guide to dog behaviour. 1 ed., Dorling Kindersley Book, London, 128 p. • FOGLE, B.1990. The dog's mind. 1 ed. , Pelham Books, London, 201 p. • GAGNON, A-C; CHAURAD, J-P; LARUE, J-F. 1993. Comportement du chat et ses troubles. 1 ed., Editions du Point Vétérinaire, Paris, 237 p. • HART, B.L.; HART, L.A. 1985. Canine and feline behavioral therapy. 1 ed. , Lea & Febiger, Philadelphia, 275 p. • HART, B.L.; HART, L.A. 1988. The perfect puppy - how to choose your dog by its behavior. 1 ed., W.H. Freeman and Company, New York, 182p. Referências bibliográficas – comportamento • HOFMANN, H. O Gato. 1997. 1 ed., Livraria Martins Fontes Editora Ltda, São Paulo, 173p. • MAGGITTI, P. Guide to a well-behaved cat. 1993, 1 ed., Barron’s Educational Series, New York, 138p. • MARDER, A.R.; VOITH, V.L. 1991. Advances in companion animal behavior. Veterinary Clinics of North America, v.21, n.2, 1991. • MILANI, M.M. 1986. The dog language and emotion of dogs. 1 ed., Quill, New York. 283 p. • MILLER, M. 1992. Melissa Miller's definitive I.Q. test for cats and I.Q. test for cat owners. 1 ed., Penguin Group, London, 175 p. • O’FARRELL, V. 1994. Dog’s best friend - how not to be a problem owner. 1 ed., Methuen, London, 218p. • OVERALL, K.L. 1997. Clinical behavioral medicine for small animals. 1 ed., Mosby, St. Louis, 544p. • PAPURT, M.L. 1999. Compatibles canines – keeping the peace among your pets. 1 ed., Barron´s, New York. 137 p. • PIROTIN, D.; COHEN, S.S. No naughty cats. 1995, 2 ed., HarperPaperbacks,New York, 189p. • ROSSI, A. 2000. Adestramento inteligente – com amor, humor e bom senso. 3 ed., CMS, São Paulo, 252 p. • ROSSI, V. 1993. Le dressage du chien. 1 ed., Editions De Vecchi S.A., Paris, 133 p. • SIFE, W. The loss of a pet. 1993. 1 ed., Macmillan Publishing Company, New York, 164p. • STEWART, M. F. Companion animal death. 1999, 1 ed., Butterworth-Heinemann, Oxford, 188p. • THORNE, C. The Waltham book of the dog and cat behavior. 1 ed., Pergamon Press, Oxford, 159p. • VAUCLAIR, J. 1992. A inteligência dos animais. 1 ed., “Livros do Brasil”, Lisboa, 241 p. • VOITH, V.L.; BORCHELT, P.L. 1995. Readings in companion animal behavior. 1 ed., Veterinary Learning Systems, New Jersey, 276p. Psicofármacos utilizados na terapia comportamental • Segundo o proprietário • Segundo o Médico-Veterinário • Segundo o animal Intervenção farmacológica 1. Depende de um diagnóstico 2. Depende da cooperação do dono 3. Pode levar a abuso por parte do dono 4. Raramente é suficiente isoladamente 5. É adjuvante da terapia comportamental Avaliação Pré-prescrição • Exame clínico e comportamental completos • Hemograma completo • Bioquímica sérica (perfil hepático e renal) • Avaliação cardíaca Pacientes de risco • Animais velhos • Animais com alterações cardíacas ou metabólicas • Animais recebendo outras medicações • Idiossincracias Critérios para a seleção dos casos • O diagnóstico comportamental • A duração do problema • A severidade dos sintomas • O risco de eutanásia ou re-alojamento • Necessidade de resultados rápidos Término do tratamento • Retirada gradual da medicação (“Desmame”) • Se for necessária a substituição da medicação recomenda-se um período de 2 semanas de descanso antes da introdução da nova medicação Monitoração • Tratamentos de longa duração • Repetir regularmente (intervalo máximo de 6 meses) • Informar o proprietário dos possíveis efeitos colaterais • A medicação deve ser ajustada de acordo com a evolução do caso Riscos • Efeitos colaterais médicos e comportamentais • Sedação (que interfere com o aprendizado) • A confiança do dono na medicação: 1. Dificuldades para terminar a medicação 2. Não realizar a terapia comportamental • Mascarar os sintomas sem tratar a causa Inibidores da monoaminooxidase B • Comportamentos comportamentais de origem emocional (cães – p.ex. medos e fobias) – aumento, mediado pela dopamina, das atividades motivadas pela recompensa e das habilidades cognitivas dela resultante• Problemas comportamentais relacionados com o envelhecimento (Disfunção cognitiva) – neuroproteção, aumento da atividade anti-radicais livres da superóxido dismutase, alteração do metabolismo da feniletilamina Selegilina (comprimidos de 5 mg) (receituário tipo C) Cães 0,5 mg/kg, po, a cada 24 horas Gatos 1 mg/kg, po, cada 24 horas Contra-indicações • Não administrar concomitantemente com drogas que atuem no sistema serotoninérgico (antidepressivos tricíclicos, inibidores da recaptura de serotonina), fenotiazínas, agonistas 2-alfa, e analgésicos opiáceos. • Não administrar a animais prenhes ou lactantes • Os efeitos podem demorar 6 semanas para os distúrbios emocionais, porém na disfunção cognitiva os efeitos são mais rápidos. Beta-bloqueadores • Ansiedade relacionada a certas situações (o tratamento deve começar com o animal ainda relaxado) • Prevenir os efeitos somáticos da ansiedade e do medo (taquicardia, taquipnéia, etc) • Não atua na disforia • O pindolol tem um efeito maior nos receptores serotoninérgicos Propranolol (comprimidos de 40 e 80 mg) Cães 0,5 a 3 mg/kg, po, a cada 12 horas Gatos 0,2 a 1 mg/kg, po, cada 8 horas Contra-indicações • Doença cardíaca • Hipotensão • Bronco espasmo • Raças braquicefálicas – usar dosagem menor Hormônios e afins • O uso de progestágenos tem diminuído dentro da medicina comportamental (efeito anti-agressivo calmante central suplantado pelos efeitos colaterais) • Os anti-androgênicos são utilizados para mimetizar a castração cirúrgica (embora dêem um efeito calmante central que não ocorre no procedimento cirúrgico) • Os bloqueadores da prolactina (agonistas dos receptores D2) começam a ser usados mais frequentemente Acetato ciproterona (comprimidos 25 mg) Cães 2,5 mg/kg, po, a cada 12 horas Gatos ****** Anti-histamínicos • Busca-se o efeito colateral calmante • Ansiedade relacionada com andar de carro • Atividade noturna • Vocalização excessiva • Casos leves de ansiedade com prurido • A ciproeptadina tem atividade antagonista serotoninérgica sendo recomendada como estimulante do apetite em cães e gatos Dexclorfeniramina (comprimidos 2 mg ; solução 2 mg /5 mL) Cães 22 microgramas/kg, po, a cada 8 horas (máx. 1 mg/kg em 24 horas) Gatos 1 a 2 mg/kg, po, cada 8-12 horas Difenidramina (ampolas 10 mg/mL) Cães 2 a 4 mg/kg, po, cada 8-12 horas Gatos 2 a 4 mg/kg, po, cada 8-12 horas Ciproeptadina (comprimidos 4 mg) Cães 0,1 a 0,5 mg/kg, po, cada 8- 12 horas Gatos 0,1 a 0,5 mg/kg, po, cada 8- 12 horas Contra-indicações e observações • Glaucoma • Retenção urinária • Hipertireoidismo • Podem produzir efeitos anticolinérgicos (boca seca e constipação) Neurolépticos (antipsicóticos) • Fenotiazínicos • Uso limitado na terapia comportamental (antigamente: viagens de carro; fobias e medo de fogos de artifício e tempestades) • Bloqueio dos receptores de dopaminérgicos – Sedação (depressão do SNC) Azapironas • Problemas comportamentais relacionados a ansiedade (moderada) • Marcação com urina (borrifo), em gatos quando associada com ansiedade moderada. • Não interferem com o aprendizado • Não causam dependência Buspirona (comprimidos de 5 e 10 mg) (receituário tipo C) Cães 1 mg/kg, 2 a 3 x ao dia Gatos 0,5-1,0 mg/kg, 2 a 3x ao dia. Borrifo – 5 mg/gato 2 x ao dia durante 7 dias. Se responder continuar por 8 semanas. Senão houver resposta, parar o tratamento Contra-indicações e efeitos colaterais • Comprometimento renal e/ou hepático • Epiléticos • Pode levar até 2 semanas para fazer efeito • Pode causar desinibição comportamental e aumento do comportamento amigável em gatos • Ambientes com muitos felinos, pois pode aumentar a agressividade intra-específica de maneira paradoxal • Alterações gastrintestinais ligeiras no início do tratamento Benzodiazepínicos • Problemas de comportamento relacionados com a ansiedade • Tratamento de curta duração para fobias, incluindo fobias a sons Diazepam (comprimidos 5 e 10 mg; ampolas 10mg/2mL) (receituário tipo B) Cães 0,55-2,2 mg/kg, po, a cada 6-24 horas Gatos 0,22-0,4 mg/kg, po, cada 12-24 horas Alprazolam (comprimidos de 0,25; 0,5 e 1 mg) (receituário tipo B) Cães 0,01 a 0,1 mg/kg, po, a cada 8-12 horas Gatos 0,12 a 0,25 mg/kg, po, cada 12 horas Clorazepato (comprimidos de 5 ; 10 e 15 mg) (receituário tipo B) Cães 0,01 a 0,1 mg/kg, po, a cada 8-12 horas Gatos 0,125 a 0,25 mg/kg, po, cada 12 horas Contra-indicações e efeitos colaterais • Comprometimento hepático • Pode causar excitação e ansiedade paradoxais (testar o efeito no animal internado) • Em gatos, pode causar necrose hepática aguda (principalmente em tratamentos prolongados) (Diazepam) • Não deixar os felinos em tratamento terem acesso à rua (percepção de profundidade alterada) • Interfere na memória de curto prazo, por isso o uso prolongado é limitado • Alprazolam: início da ação mais rápido; preferível em gatos • Pode causar a desinibição do comportamento agressivo • Sonolência, relaxamento muscular e ataxia ligeira no início do tratamento • Síndrome da abstinência Antidepressivos tricíclicos • Problemas relacionados com a ansiedade • Ansiedade de separação em cães (Clomipramina - FDA – USA) • Borrifo em gatos (Clomipramina - FDA – USA) • Hiperestesia felina (Clomipramina - FDA – USA) • Transtornos compulsivos • A amitriptilina é indicada em gatos para os problemas comportamentais secundários a cistite idiopática Clomipramina (drágeas 10 mg ; 25 mg ; comprimido SR 75 mg) (receituário tipo C) Cães 1 a 3 mg/kg, po, a cada 12 horas Gatos 0,25 a 0,5 mg/kg, po, cada 24 horas Amitriptilina (comprimidos 25 e 75 mg) (receituário tipo C) Cães 1 a 4 mg/kg, po, a cada 8-12 horas, iniciando com 1mg/kg, a cada 12 horas, por 2 a 3 semanas. ↑ 0,5-1 mg/kg, a cada 12 horas durante 2- 3 semanas até atingir a dosagem máxima. Se não houver resposta clínica após 3-4 semanas ↓1 mg/kg, a cada 12 horas durante 2 semanas até atingir a dosagem inicial Gatos 0,5 a 1 mg/kg, po, cada 24 horas Doxepina (manipulação) (receituário tipo C) Cães 1 a 5 mg/kg, po, a cada 8-12 horas, iniciando com 1mg/kg, a cada 12 horas, por 2 a 3 semanas. ↑ 0,5-1 mg/kg, a cada 12 horas durante 2-3 semanas até atingir a dosagem máxima. Se não houver resposta clínica após 3-4 semanas ↓1 mg/kg, a cada 12 horas durante 2 semanas até atingir a dosagem inicial Gatos 0,5 a 1,0 mg/kg, po, cada 12-24 horas, até um máximo de 25-50 mg/gato Amitriptilina e Doxepina Atividade ansiolítica São antagonistas parciais dos receptores da N-metil-D-aspartato (NMDA), os quais podem ser ativados secundáriamente a inflamação ou injúria de nervos periféricos Podem ter efeito analgésico na dor neuropática Amitriptilina e Doxepina Têm propriedades anti-histamínicas: Amitriptilina – bloqueia receptores H1 e H2 igualmente Doxepina – bloqueia, principalmente, os receptores H1 (56x a afinidade da hidroxizina e 775x a da difenidramina) Tratamento de pruridos refratários aos anti-histamínicos tradicionais Amitriptilina e Doxepina • Bloqueiam os receptores colinérgicos muscarínicos (efeitos colaterais anticolinérgicos) • Outros efeitos colaterais: Aumento do apetite e ganho de peso Sedação (principal/ felinos) Ansiedade, agressividade Alopecia, prurido, urticária, fotossensibilização Distúrbios da condução cardíaca Diminuição do limiar convulsivo Possível papel na síndrome do eutiróideo doente (altas doses) Antidepressivos TC Não administrar ao mesmo tempo que: 1. IMAO (selegilina, por ex.) 2. L-triptofano A amitriptilina tem desvantagens, particularmente em felinos, pois além de ter gosto muito azedo, tem um índice terapêuticomuito pequeno associado a um alto índice de toxicidade por overdose Contra-indicações • Podem causar desinibição da agressividade • Sedação ligeira nos primeiros dias de tratamento (dose dependente) • Efeitos podem demorar 3 a 4 semanas para serem notados • Retenção urinária • Arritmias cardíacas Inibidores seletivos da recaptura da serotonina • Transtornos compulsivos e problemas relacionados com a ansiedade • Agressividade competitiva entre cães relacionada com competição (cães) • Borrifo felino Fluoxetina (cápsulas 20 mg) (receituário tipo C) Cães 0,5 a 2 mg/kg, po, a cada 12-24 horas Gatos 0,5 a 1 mg/kg, po, cada 24 horas Sertralina (comprimidos de 50 mg) (receituário tipo C) Cães 1 a 2 mg/kg, po, a cada 12 horas Gatos ****** Paroxetina (comprimidos de 20 mg) (receituário tipo C) Cães 1 a 2 mg/kg, po, a cada 12-24 horas Gatos 0,5 a 1 mg/kg, po, a cada 24 horas Contra-indicações, recomendações • Nos casos de agressividade canina deve-se monitorar a resposta com freqüência, recomendando-se ao proprietário medidas de prevenção de mordidas (focinheira, barreiras, desencadeadores da agressão, etc.) • Os efeitos podem demorar 3 a 4 semanas para aparecer • Recomenda-se um aumento gradual da dose para diminuir os efeitos colaterais gastrintestinais Anti-epiléticos • Conseqüências comportamentais da epilepsia límbica ou temporal (transtornos compulsivos – correr atrás da cauda rodar (“spinning”) – e agressivos – síndrome da raiva) • Agressão em gatos • Medos (em associação com os beta-bloqueadores) Fenobarbital (comprimidos de 50 e 100 mg ; solução oral 40 mg/mL ; solução injetável 200 mg/mL) (receituário tipo B) Cães 1 a 8 mg/kg, po, a cada 12 horas Gatos 1 a 2,5 mg/kg, po, cada 12 horas Carbamazepina (comprimidos de 200 e 400 mg) (receituário tipo C) Cães 4 a 8 mg/kg, po, a cada 12 horas Gatos 25 mg, po, cada 12 horas Contra-indicações • É necessária a monitoração dos níveis de fenobarbital • Pode ser necessária a combinação com KBr • Alterações renais e hepáticas • Alterações cardíacas e hematológicas Obrigada!
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