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Ocorre em alguns pacientes em mania, onde representações mnêmicas afluem rapidamente, porém, sem qualidade e clareza. Um fenômeno raro, onde o indivíduo apresenta uma memória autobiográfica quase perfeita, integra informações: episódicas, semânticas, autobiográficas etc... Também chamadas de hipomnésias, é a perda da memória, seja da capacidade de fixar ou evocar conteúdos mnêmicos. Quando relacionadas as memórias episódicas, podemos citar a Sempre que esse processo patológico ocorre, segue algumas regularidades: Perde as lembranças na ordem inversa que as adquiriu Primeiro elementos recentes, depois mais antigos Mais complexos e depois mais simples Menos habituais e depois mais habituais Perda de memórias de forma seletiva, que podem ter valor psicológico e afetivo. Pode surgir em consequência a um evento traumático, onde o indivíduo esquece uma fase ou evento específico de sua vida, mas consegue lembrar outras coisas que ocorreram na mesma época. Perda menos seletiva, em relação ao conteúdo emocional ou simbólico. Perde-se primeiro a habilidade de reter informações, e depois passa a perder conteúdos mais antigos. Não consegue fixar memórias a partir do momento da lesão. Ou seja, se lembra do passado, mas não do que ocorreu após a lesão. Como a personagem Lucy, do filme “Como se fosse a primeira vez” O indivíduo perde as memórias anteriores a lesão. Ou seja, consegue fixar as informações novas, mas esquece as antigas. As alterações que serão apresentadas a seguir são apresentadas por Dalgalarrondo (2018) da seguinte forma: Como no filme: “Agora e para sempre” onde a personagem sofre um acidente e esquece seu passado. Déficits na fixação de novas memórias e na recordação de eventos antigos. São as paramnésias, com a deformação no processo de evocação, ou seja, lembra alguns conteúdos já fixados, mas de forma deformada e equivocada. Acréscimos de elementos falsos a uma memória real e por isso adquiri caráter fictício. Na esquizofrenia, transtorno delirante, e algumas vezes em transtornos de personalidade como: borderline, histriônica, esquizotípica etc... “Tive 20 filhos com minha esposa” o fato real, é que ele tem esposa, e teve filhos, a ilusão é que foram 20, quando na verdade são 3. São criações, bastante sensoriais, e que se parecem muito com lembranças reais, mas que não correspondem a nenhuma memória real do sujeito. Na esquizofrenia em outras psicoses “Me casei com minha esposa na praia”, na verdade, o sujeito não tem esposa e nunca se casou com ela Produções de relatos e ações que são involuntariamente irreais. A falsidade está no seu conteúdo ou no seu contexto. A pessoa não sabe que essas memórias não são reais São recordações plausíveis, parecem com o que poderia ter acontecido, mas não aconteceu. São produzidas e estimuladas, quando ocorre uma determinada em que você por embaraço, confabula sobre essa situação. Podendo ocorrer na Esquizofrenia. Uma pessoa te pergunta se você se lembra do que estava fazendo semana passada, e você relata situações a partir de fatos falsos involuntariamente, mas que são plausíveis para responder. Alguns autores colocam como alterações qualitativas os seguintes pontos de acordo com Dalgalarrondo (2018): Também chamada de pseudologica fantástica, São construções de histórias extensas e misturadas com a realidade, tão intensas, que o sujeito quase acredita nelas Falseamento das memórias, em que as lembranças aparecem como fatos novos, pois o sujeito não identifica tais informações como lembranças, mas como algo novo. Em uma roda de conversa um indivíduo conta uma história como se fosse nova, mas na verdade, foi relatada há poucos minutos por outras pessoa. Muito comum em indivíduos com demência, Alzheimer etc... É uma recordação intensa de forma panorâmica de muitos eventos passados da existência do sujeito, apresentando a vivência perceptiva do passado. Pode ocorrer em pacientes epilépticos. Ou visão panorâmica da vida, é de certa forma uma ecminésia, que ocorre geralmente diante de uma experiência de quase morte por acidente (afogamento, sufocamento...). Em alguns filmes, quando o personagem está prestes a morrer ele enxerga uma luz no fim do túnel e um “filme” da própria vida. É a ideia fixa, que manifesta- se como o surgimento espontâneo de conteúdos na memória, que não podem ser repelidos voluntariamente pelo sujeito. Embora reconhecidos como indesejáveis, permanecem como um incomodo na consciência do sujeito. Muito comum em indivíduos com TOC Dividem-se em dois grandes grupos: As várias agnosias de origem cerebral,e as alterações de reconhecimento psicopatológicos, associada aos transtornos mentais sem base orgânica definida. Déficits do reconhecimento de estímulos sensoriais de objetos e fenômenos, sempre de modalidades sensoriais específicas, na qual o indivíduo perde a capacidade de reconhecimento de: objetos, faces, sons... por determinada via sensorial. Há um debate, se seriam alterações da percepção ou da memória, podendo ser descritas como transtornos do acoplamento da percepção e memória Não conseguem reconhecer por meio da visão determinados objetos (enxergam, mas não sabem dizer o que são), conseguem identificar a partir de outros sentidos. Quando olha uma rosa, a enxerga, mas não consegue dizer o que é, apenas pela visão, precisa: cheirar, tocar etc... No livro “O homem que confundiu sua esposa com um chapéu” quando Oliver Sacks, vai “testar” a questão visual do indivíduo, ele consegue reconhecer os objetos pelo tato e pelo cheiro O reconhecimento de faces humanas é prejudicado No livro “O homem que confundiu sua esposa com um chapéu”, o personagem com agnosia visual, tenta pegar seu chapéu mas pega a cabeça de sua esposa e tenta colocá-la na cabeça, sem conseguir perceber o que estava fazendo de errado, pegando sua esposa pelos cabelos. Incapacidade do indivíduo de dizer o nome da cor quando lhe é mostrada ou apontar para a cor certa quando apresentada. É a incapacidade de reconhecer sons (sem haver déficit auditivo). Os principais tipos são: Pode falar, ler e escrever corretamente, mas não entende as palavras verbais que escuta, é como se fossem apenas ruídos. O indivíduo escreve, fala e entende a linguagem verbal, mas não compreende e não pode ler de forma compreensível um texto. A pessoa nasce sem a capacidade de reconhecer e usufruir de sons musicais pode ser congênita ou adquirida. Incapacidade do indivíduo de reconhecer uma doença que o acomete. Não reconhece que tem o lado esquerdo do corpo paralisado Incapacidade em reconhecer mais de um objeto ao mesmo tempo. Reconhecimento da escrita pelo tato. São as alterações do reconhecimento de origem delirante (DALGALARRONDO, 2018): São Os quadros delirantes que envolvem desconhecimentos, reconhecimentos e falsas identificações. O paciente não reconhece pessoas muito próximas como a esposa e os filhos, e afirma que não os conhece. Fenômenos delirantes associados a quadros psicóticos como: esquizofrenia, mania ou depressões psicóticas Também frequentes em quadros psicóticos, onde o paciente identifica um completo desconhecido, como um conhecido de muitos anos. Fenômenos delirantes associados a quadros psicóticos como: esquizofrenia, mania ou depressões psicóticas Vê um enfermeiro e diz ser seu irmão, a médica como sua avó etc... O indivíduo afirma que alguém que veio visita-lo é na verdade é um sósia idêntico. Afirma que seu marido não é ele, mas sim, um sósia igual a ele Acredita que ele próprio é o impostor não reconhecendo seu rosto e o seu corpo. Nesse caso, o paciente acreditaque outra pessoa se transformou fisicamente de forma idêntica a ele, se tornando ele mesmo. Falso reconhecimento delirante, onde identifica um, desconhecido com alguém de seu círculo social. Acredita que houve uma transformação na própria aparência física de forma radical, mas sua identidade psicológica permanece. No filme “Sexy por acidente” Renee, sofre uma queda, e a partir desse momento, acredita que houve uma transformação radical em seu físico, mas o seu self psicológico permanece. O indivíduo reconhece uma pessoa de seu círculo familiar perseguidora, e uma pessoa de fora também perseguidora com características em comum. A pessoa tem certeza de que lugares familiares, pessoas, partes do corpo e objetos foram duplicados. Não são associados a psicoses e podem estar presentes em indivíduos sadios (DALGALARRONDO, 2018): O famoso deja vu, quando temos a impressão de ver ou ouvir algo que já aconteceu antes Apesar de já ter passado por uma situação a reconhece como nunca experimentada e não se lembra. DALGALARRONDO, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais. Artmed Editora, 2018.
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