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Visto o documentário ‘’A Irá de um Anjo’’, concluímos que seria utilizada a avaliação psicopatológica por meio da entrevista, afim de diagnosticar a dinâmica do paciente para elaborar uma intervenção e o planejamento terapêutico. Dentro dessa entrevista, há a anamnese, que seria a análise dos sintomas e sinais comportamentais do individuo ao longo de sua vida, bem como seu meio de relação social e interpessoal. Além disso, existe também o exame psíquico, que seria o estado mental do indivíduo. Outros pontos a serem classificados são: a avaliação física, neurológica, psicológica ou psicodiagnóstico e os exames complementares se for necessário, todos utilizados afim de avaliar o paciente na sua totalidade. Após a anamnese inicial que busca captar informações gerais sobre o indivíduo, no caso, a criança, com perguntas gerais e direcionadas sobre seus pais, possíveis irmãos ou demais parentes/pessoas próximas, escola, casa, e possíveis esclarecimentos de lacunas que podem surgir, os questionamentos a seguir devem abordar de forma mais avaliativa, por exemplo; “como foi isso”, “fale mais sobre isso”, “como se sentiu quando isso aconteceu”. Ao invés de questões como “por quê?” “qual a causa”, visto que essas perguntas podem gerar uma introspecção negativa na criança, acuando-a de uma possível abertura agradável para o tratamento. Além do fato de ser uma criança, deve-se considerar os traumas ocorridos, fazendo-lhe perguntas objetivas e que a façam externalizar o que sentiram conforme cada ato, gerando e despertando sua consciência. No documentário em questão, analisamos que Beth apresenta um estado de adoecimento mental crítico. Ela também fala sem pudor sobre masturbação e órgãos genitais, sendo mais especifico, relata que pratica masturbação excessiva e em momentos inapropriados a ponto de causar ferimentos e infecções. Mesmo que a masturbação na infância seja algo comum, ela acontece num contexto de descoberta do corpo e de desenvolvimento da sexualidade, porém, esses casos estão relacionados com o descobrimento de novas fontes de prazer, sem a erotização. Há também casos de masturbação no sentido de aliviar uma perturbação internalizada. É necessário perguntar frequentemente sobre os sonhos, eles exprimem algo do inconsciente do indivíduo. Como visto no documentário, Beth sonhava que um homem nu caia sobre ela, seria a representação do seu abusador. Além disso, pode- se utilizar da arte como forma de investigação. Sabe-se que a arte é uma forma de comunicação e de linguagem do inconsciente, independente do grau de realidade e da forma que é feita, exprimem o interior do indivíduo e a partir disso, pode-se identificar os signos reprimidos do inconsciente. Dito isso, quando é identificado um possível quadro de abuso, pode-se pedir para o indivíduo realizar um desenho do seu contexto familiar, por exemplo. Desenhos onde o paciente desenha órgãos genitais amostra de outras pessoas, podem indicar que há um contato com eles. Outra característica predominante é o tamanho das pessoas desenhadas, geralmente, o indivíduo abusado (independentemente do tipo de abuso) irá desenhar o abusador muito menor em relação aos seus protetores (quem não pratica o abuso), o que representa uma segurança maior nessas pessoas. Alguns desenhos são representações, devido a subjetividade de cada indivíduo. Pode-se confundir o desenho de um animal com a representação do paciente sobre o seu próprio pai, por exemplo, então, é extremamente importante perguntar o que aquilo representa para o indivíduo. Seguindo essa mesma linha de raciocínio, o profissional que realiza a investigação deve sempre estar atento a possíveis representações simbólicas na frase do paciente, por exemplo, querer matar a família, pode ser um simbolismo de querer acabar com o sofrimento que a família evoca sobre o indivíduo. Além disso, é importante conhecer o histórico do paciente, entender toda sua história por meio da anamnese, afim de entender que uma possível raiva instaurada no seu interior, se dá pela anterior experiencia traumática, que se projetam em coisas do dia a dia. Beth, sem dúvidas, sofreu muito com o seu quadro de abusos, houve uma violação tão grande que acabou fazendo com que ela perdesse o contato com a razão humana. É importante saber que nem sempre pessoas que praticam atos ruins, como espancar o irmão (como é o caso de Beth), são desvios de caráter, mas sim um complexo quadro psíquico que adoecem o indivíduo e se obrigam a exprimir isso de forma verbal, física e psicológica. Dito isso, deve haver perguntas que envolvam todo o meio social do indivíduo, seu histórico familiar (pai, mãe, irmãos), histórico de doenças, a história pessoal (trabalho, escola, sexualidade, lembranças específicas, etc.). Tudo isso dando ênfase e muita atenção as impressões que o indivíduo causa, no seu comportamento, fala verbal e não-verbal, aparência física, representações, etc. Abrace - Programas Preventivos. A Ira de um Anjo - Documentário COMPLETO Legendado. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=WV5iyq6MOw8>. Tbeat03. A Ira de Um Anjo (Child Rage) [legendado] [1992]. Disponível em < https://www.youtube.com/watch?v=MF_RpfvA1uY>. Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008.