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Indaial – 2021 Estática das construçõEs: Estruturas HipErEstáticas Prof. Madeleing Taborda Barraza 2a Edição Copyright © UNIASSELVI 2021 Elaboração: Prof. Madeleing Taborda Barraza Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: B269e Barraza, Madeleing Taborda Estática das construções: estruturas hiperestáticas. / Madeleing Taborda Barraza – Indaial: UNIASSELVI, 2021. 219 p.; il. ISBN 978-65-5663-725-9 ISBN Digital 978-65-5663-721-1 1. Estruturas hiperestáticas. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo da Vinci. CDD 620 aprEsEntação A montagem de estruturas na engenharia obedece a um grupo de critérios que validam o comportamento mecânico dela, todos eles radicados na análise prévia das alternativas de projeto que levam a avaliar a tipologia estrutural, os materiais que pretendem ser empregados, as dimensões dela e os métodos de construção possíveis. Assim, fazer a análise é tão importante que determinará se algo pode ou não ser executado. A realidade é que nem todas as estruturas são simples como uma viga com dois apoios nos extremos e uma carga pontual ou distribuída sobre sua secção. A realidade mostra que as estruturas formam uma rede contínua, pelos médios mecânicos, para receber as cargas para as quais foi projetada. Desta forma, sua funcionalidade atinge um espaço tridimensional com nu- merosos apoios de diversos tipos e com diferentes orientações, e não consti- tuídas de uma única peça em um espaço bidimensional, como são concebi- dos na estática determinada. Estas condições fazem com que sejam geradas mais incógnitas de reação (força ou momento) atuando sobre os apoios, as quais não são possíveis de conhecer pelas técnicas habituais. Assim, estudar o comportamento das estruturas estaticamente indeterminadas, ou também chamadas hiperestáticas, é necessário para compressão real das estruturas. Neste livro didático serão abordados os conceitos, princípios e métodos associados à análise das estruturas hiperestáticas, esperando que, na medida que cada um deles seja compreendido, os cálculos para a análise das estruturas sejam mais rápidos. Este livro didático está estruturado da seguinte forma: Na Unidade 1 são abordados os conceitos de indeterminação está- tica e cinemática, a forma de determinar esse grau em certas estruturas, os princípios de comportamento linear e superposição de efeitos que ajudam a limitar movimentos das estruturas e, finalmente, identificar que a tipologia das estruturas. Adicionalmente são mostrados alguns métodos aproximados que não introduzem os conceitos de compatibilidade ainda que são aplica- dos para estruturas hiperestáticas. Consecutivamente, na Unidade 2 são explicados dois métodos de aná- lise, que se contrapõem, para resolver as incógnitas geradas pela continuidade e o tipo de carregamento das estruturas, o método das forças e o método dos deslocamentos, cada um deles com seus fundamentos e formas de cálculo. Finalmente, na Unidade 3, você aprenderá a utilizar softwares que auxiliam nos cálculos das incógnitas geradas pela indeterminação estática, cada um com a sua configuração e suas limitações. Será mostrada a interface e os comandos (passo a passo) que facilitam e comprovam todos os princí- pios abordados nas unidades anteriores. Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novi- dades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagra- mação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilida- de de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assun- to em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA É importante indicar que na atualidade os cálculos associados à com- pressão de deslocamento, reação ou deformação dos pontos de conexão en- tre seções de uma estrutura ou uma peça da mesma não são exclusivos de um método. A utilização de modelos computacionais tem o intuito de abor- dar o maior número de variáveis possíveis, porém, o efeito combinado de distribuição de cargas, dimensões e qualidade dos materiais é o que melhor representa a análise das estruturas. Muito ânimo e bons estudos! Prof. Madeleing Taborda Barraza Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complemen- tares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO ................................................... 1 TÓPICO 1 — ESTRUTURAS INDETERMINADAS ....................................................................... 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 ESTRUTURAS RETICULADAS E NÃO RETICULADAS .......................................................... 3 3 REPRESENTAÇÃO DAS FORÇAS E RESPOSTA DA ESTRUTURA ...................................... 5 3.1 EQUILÍBRIO GERAL ..................................................................................................................... 7 3.2 INDETERMINAÇÃO ESTÁTICA ................................................................................................ 7 4 VANTAGENS E DESAVANTAGES DAS ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS ...................... 8 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 13 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 14 TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE ................................... 17 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 17 2 EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO ........................................................................................................ 17 2.1 EQUILÍBRIO GLOBAL ................................................................................................................ 17 2.2 EQUILIBRIO LOCAL .................................................................................................................. 18 3 EQUAÇÕES DE COMPATIBILIDADE ......................................................................................... 19 3.1 COMPATIBILIDADEDAS DEFORMAÇÕES .......................................................................... 20 4 EQUAÇÕES DE ELASTICIDADE ................................................................................................. 22 4.1 EQUILÍBRIO DOS ESFORÇOS ................................................................................................... 23 5 EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE EM ESTRUTURAS SIMÉTRICAS ........................... 24 5.1 CONDIÇÕES DE CONTORNO EM ESTRUTURAS SIMÉTRICAS ...................................... 25 6 EXEMPLO DE APLICAÇÃO ........................................................................................................... 28 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 32 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 33 TÓPICO 3 — COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO ............. 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35 2 COMPORTAMENTO LINEAR ....................................................................................................... 35 3 PRINCÍPIO DE SUPERPOSIÇÃO DE EFEITOS ......................................................................... 37 3.1 EFEITO DA TEMPERATURA E RECALQUE EM APOIOS ................................................... 39 4 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ......................................................................................................... 40 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 48 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 49 TÓPICO 4 — ANÁLISE APROXIMADA ......................................................................................... 51 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 51 2 ARMADURAS .................................................................................................................................... 51 2.1 HIPÓTESES APLICADAS ........................................................................................................... 52 2.2 EXEMPLO DE APLICAÇÃO ...................................................................................................... 52 3 PÓRTICOS .......................................................................................................................................... 54 3.1 HIPÓTESES APLICADAS ........................................................................................................... 55 3.2 EXEMPLO DE APLICAÇÃO ...................................................................................................... 56 4 MÉTODOS ALTERNATIVOS ......................................................................................................... 58 4.1 MÉTODO APROXIMADO PARA ANÁLISE ESTATICA DE EDIFICIOS ALTOS .............. 58 LEITURA COMPLEMENTAR ............................................................................................................ 60 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 65 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 66 REFERÊNCIAS ...................................................................................................................................... 68 UNIDADE 2 — MÉTODOS DE CÁLCULO .................................................................................... 71 TÓPICO 1 — PRINCÍPIO DO TRABALHO VIRTUAL ............................................................... 73 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 73 2 ESPECIFICAÇÕES DO PRINCÍPIO .............................................................................................. 73 2.1 CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E CONSERVAÇÃO ............................................................... 74 2.2 CONDIÇÕES DE DEFORMAÇÃO ........................................................................................... 75 3 FORMULAÇÃO DO TRABALHO VIRTUAL ............................................................................ 76 4 EXEMPLO DE APLICAÇÃO ........................................................................................................... 79 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 83 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 84 TÓPICO 2 — MÉTODO DAS FORÇAS (MÉTODO DA FLEXIBILIDADE) ............................ 87 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 87 2 FUNDAMENTOS DO MÉTODO .................................................................................................. 87 3 CONCEITOS AUXILIARES ............................................................................................................. 88 4 EQUAÇÕES DO MÉTODO ............................................................................................................. 93 4.1 ANÁLISE DE CASOS ................................................................................................................. 93 4.2 RESTABELECENDO AS CONDIÇÕES DE COMPATIBILIDADE ........................................ 95 4.3 SOLUÇÃO DO SISTEMA DE EQUAÇÕES DE COMPATIBILIDADE ............................... 102 4.4 REAÇÕES E DIAGRAMA DE MOMENTOS FLETORES FINAIS ...................................... 102 5 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ....................................................................................................... 103 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 123 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 124 TÓPICO 3 — MÉTODO DOS DESLOCAMENTOS (MÉTODO DA RIGIDEZ) .................. 127 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127 2 FUNDAMENTOS DO MÉTODO ................................................................................................ 127 3 EQUAÇÕES DO MÉTODO ........................................................................................................... 128 3.1 CONDIÇÕES A SER APLICADAS NO MÉTODO ................................................................ 128 3.2 CONSOLIDAÇÃO DE EQUAÇÕES ........................................................................................ 131 4 APLICAÇÃO DO MÉTODO EM ESTRUTURAS SIMÉTRICAS .......................................... 132 5 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ....................................................................................................... 137 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 147 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 152 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 153 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................155 UNIDADE 3 — USO DE FERRAMENTAS DIGITAIS ............................................................... 157 TÓPICO 1 — USO DO FTOOL ........................................................................................................ 159 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 159 2 ESPECIFICAÇÕES DO PROGRAMA ......................................................................................... 159 2.1 INTERFACE DO PROGRAMA ................................................................................................. 160 2.2 ESPECIFICAÇÕES DE OPÇÕES AGRUPADAS .................................................................... 161 2.3 ESPECIFICAÇÕES PARA DESENHO ..................................................................................... 163 2.4 ATRIBUTOS PARA NÓS E MEMBROS ESTRUTURAIS ..................................................... 164 2.5 ATRIBUIR CARGAS PARA NÓS E MEMBROS ESTRUTURAIS ........................................ 168 3 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO ....................................................................................................... 171 3.1 VIGA HIPERESTÁTICA ............................................................................................................ 171 3.2 PÓRTICO HIPERESTATICO ..................................................................................................... 180 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 183 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 184 TÓPICO 2 — USO DO MASTAN2 ................................................................................................. 185 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 185 2 ESPECIFICAÇÕES DO PROGRAMA ......................................................................................... 185 2.1 EXEMPLO DE APLICAÇÃO 1 ................................................................................................. 187 2.2 EXEMPLO DE APLICAÇÃO 2 ................................................................................................. 199 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 201 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 202 TÓPICO 3 — USO DO ACADFRAME ........................................................................................... 205 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 205 2 INTERFACE DO PROGRAMA ..................................................................................................... 205 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 210 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 217 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 218 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 219 1 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • compreender a necessidade de analisar as estruturas hiperestáticas; • calcular o grau de indeterminação; • aprender as equações de equilíbrio e compatibilidade aplicadas para re- solver estruturas hiperestáticas; • reconhecer as condições que definem uma estrutura reticulada como hiperestática; • aplicar o princípio de comportamento linear e superposição dos efeitos; • conhecer métodos aproximados para a análise de estruturas. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – ESTRUTURAS INDETERMINADAS TÓPICO 2 – CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE TÓPICO 3 – COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO TÓPICO 4 – ANÁLISE APROXIMADA Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 ESTRUTURAS INDETERMINADAS 1 INTRODUÇÃO Neste tópico, nós vamos conhecer o que significam os conceitos comu- mente aplicados às estruturas como tipologia, equilíbrio, compatibilidade e in- determinação estática. Será visualizado o estado que representa cada um deles. O conceito de indeterminação está associado a um excesso de incógnitas que não podem ser solucionadas com as típicas equações de equilíbrio dadas pela estática básica. Para garantir a estabilidade da estrutura é necessário conhecer como acontece esse equilíbrio. Kassimali (2015) aponta que analisar estruturas hi- perestáticas implica analisar as dimensões, a ordem ou disposição dos elementos na estrutura e a seção transversal, tais como a sua área, momento de inércia e mo- dulo de elasticidade. Desta forma, desenhá-las pode ser um processo repetitivo, pois atribuindo dimensões iniciais às forças internas obtidas, levarão ao ajuste. A finalidade dos métodos que calculam a tal indeterminação é aplicar um procedimento simplificado que permita conhecer os possíveis deslocamentos da es- trutura, os esforços que acontecem nela e as reações ao longo do corpo rígido. Entre- tanto, para chegar à aplicação você deve conhecer qual princípio é permitido e quan- do é permitido e, muito além disso, entender o que ele representa para a estrutura. 2 ESTRUTURAS RETICULADAS E NÃO RETICULADAS Para atingir o objetivo de suportar as cargas projetadas, a estrutura deve- -se constituir de materiais, que precisam ser acoplados. A eficiência das conexões entre elementos definirá a resposta da estrutura. Assim, existem diferentes tipo- logias de estruturas que são analisadas por diferentes métodos. Falar de tipologia é se referir ao tipo de conexão entre os membros que a compõem, quando, por exemplo, a estrutura é feita como um único corpo rígido, tal como uma placa, a análise é pelas deformações que podem acontecer. Entretanto, quando a estrutu- ra corresponde a um ensamble de peças com membros, a compressão e a flexão correspondem a uma estrutura que cada membro atua de modo diferente. As estruturas podem ser contínuas, ocupando grandes áreas sem pontos visí- veis de conexão. Podem ser constituídas de barras, quando as peças são interconectadas entre si, por sua vez o tipo de união permite diferenciar dois tipos de estruturas. Quan- do os nós podem fazer o giro (articulações), a estrutura é indicada como articulada, quando eles estão impedidos de girar ou deslocar (o nó é rígido) passa a ser chamada reticulada. Nas figuras 1, 2 e 3 podem ser observadas os diferentes tipos de estruturas. UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO 4 FIGURA 1 – ESTRUTURA CONTÍNUA FONTE: <https://bit.ly/35MofKA>. Acesso em: 22 de nov. 2020 FIGURA 2 – ESTRUTURA ARTICULADA Na Figura 2 observamos a conexão entre membros, que por sua vez criam uma estrutura plana. Estas descontinuidades fazem da estrutura uma aproxima- ção de peças parcialmente rígidas. FONTE: <https://bit.ly/3qsiwmE>. Acesso em: 22 nov. 2020. Comece a observar o entorno em que você vive e poderá e poderá identificar que existem diferentes formas e conceitos aplicados sobre as estruturas, formas e tama- nhos variáveis que precisam ser estudadas de modo individual.INTERESSA NTE Quando na estrutura não são evidentes essas conexões, por se tratar de uniões soldadas ou fundições de peças, existe a possibilidade de realizar curvas sutis nos membros, tal como na Figura 3. TÓPICO 1 — ESTRUTURAS INDETERMINADAS 5 FIGURA 3 – ESTRUTURA RETICULADA FONTE: <https://bit.ly/2UxuwY3>. Acesso em: 22 nov. 2020 FIGURA 4 – INTERSEÇÃO VIGA-PILAR No grupo das estruturas reticuladas podem ser adicionados os pórticos planos e espaciais. Nas estruturas de concreto vaziado in situ, a interseção viga-pilar, como é vista na Figura 4, representa um nó rígido, pois pela introdução do aço e envolvimento com concreto, este ponto deve atuar como continuidade do sistema. FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3wSE7qy>. Acesso em: 22 nov. 2020. 3 REPRESENTAÇÃO DAS FORÇAS E RESPOSTA DA ESTRUTURA A análise de estrutura aplica uma simbologia abreviada para indicar que os tipos de apoio possíveis, que suportam a estrutura ou com os quais ela se cruza espacialmente. Estas representações são comuns à estática básica, a forma mais “fácil” de compreender as reações envolvidas a cada tipo de apoio é identificar qual movimento ele não pode realizar (movimento restringido). UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO 6 QUADRO 1 – TIPOS DE APOIO E SUAS REPRESENTAÇÕES Apoio-vínculo Movimento restringido Nº de incógnitas Representativo de Reação na vertical 1 Rolete Balancim Superfície lisa Reação na vertical, Reação na horizontal 2 ArticulaçãoSuperfície áspera Reação na vertical, Reação na horizontal, Momento (giro) 3 Engastamentoou apoio fixo FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3zTH1x9>. Acesso em: 21 nov. 2020. Estas formas de apoio não são os únicos empregados para representar os dife- rentes tipos de apoio, porém o princípio associado é o mesmo, só será necessário identifi- car o número de restrições dele. IMPORTANT E Quando uma estrutura é esquematizada mediante linhas verticais e horizontais ou diagonais, com seus apoios e com algum tipo de carregamento (concentrado ou distribuído) existirá um sistema com equilíbrio (estabilidade), exclusivamente quando as dimensões e os esforços de todos os membros sejam resistidos pelos materiais que o compõem. Assim, é necessário para o projetista conhecer as condições geométricas e os módulos dos materiais para que dessa forma possa ter alternativas de implementação. TÓPICO 1 — ESTRUTURAS INDETERMINADAS 7 3.1 EQUILÍBRIO GERAL O equilíbrio pode ser definido como um estado de imobilidade no objeto, atingido pela anulação das forças atuantes sobre ele. Em termos estruturais, sig- nifica que as cargas aplicadas sobre ela são “assumidas” pelas reações nos apoios que a suportam, uma convergência de reações e cargas, porém, quando as forças aplicadas, distantes do eixo do corpo, podem produzir giro nele, também devem existir. Pelo anterior, as reações devem se opor internamente às cargas aplicadas para atingir o equilíbrio, e inclusive na ausência delas. 3.2 INDETERMINAÇÃO ESTÁTICA Quando podemos indicar que o sistema é hiperestático? Quando depois de fazer uma somatória de forças-reações nos nós e apoios, temos vazios ou desigual- dades para determinar os valores de todas elas. Não conseguimos quantificar esse estado de equilíbrio. Assim, será necessário realizar uma diferença da quantidade de equações disponíveis e incógnitas, atuando no sistema, a modo global e local. Existirá uma indeterminação externa ou grau de hiperestaticidade externa (Hext) quando a diferença de número de reações exteriores desconhecidas (n) e o número de equações da estática (e) seja diferente de zero, representado assim na EQ 1.1: Hext = n - e (EQ 1.1) Na seguinte Figura 5 podem ser observados diferentes estados estáticos. A mudança no tipo de apoio gera incógnitas adicionais que envolvem as reações horizontais e de giro. Pela necessidade de buscar outro método que nos permita conhecê-las. Aplicando a equação previamente indicada, podemos identificar n =5, enquanto e=3, assim o grau de hiperestaticidade desta estrutura é Hext =2. FIGURA 5 – EXEMPLO DE ESTRUTURAS COM DIFERENTES CONDIÇÕES DE DETERMINAÇÃO FONTE: Adaptado de Cervera e Blanco (2002, p. 16-17) Da mesma forma, também pode existir uma indeterminação interna ou grau de hiperestaticidade interna, quando, apesar de conhecer as reações externas, é impossível determinar os esforços em todos os membros. Será necessário suprimir apoios internos e substituí-los por reações internas que determinarão o grau de hiperestaticidade interna, como pode ser exemplificado na Figura 6. UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO 8 FIGURA 6 – EXEMPLO DE ESTRUTURAS COM DIFERENTES CONDIÇÕES HIPERESTATICIDADE FONTE: Adaptado de Rocha (1964, p. 45) Conhecer o grau de hiperestaticidade permitirá identificar se a origem da indeterminação está nos apoios ou em ligações internas. Para o caso de estruturas reticuladas que possuem um fechamento (mais de três barras), é gerado um estado de hiperestaticidade porque os pontos de interseção correspondem a um novo ponto rígido. Esses valores de reação ou esforço só podem ser determinados ao realizar um corte na estrutura. Assim, será liberada uma ligação rígida em uma seção escolhida, podendo ser introduzidas três equações associadas aos esforços provocados. Com base nisso podemos apontar inicialmente que a Figura 6a corresponde a uma estrutura isostática externamente, porém ao mesmo tempo é hiperestática interna- mente. Já, a Figura 6b corresponde a um hiperestaticidade interna e externa. Para calcu- lar seu grau de hiperestaticidade, em pórticos, empregamos a seguinte equação EQ 1.2: H = (n + 3a) - (3 + c) (EQ 1.2) Onde: H: grau de hiperestaticidade, adimensional n: número de reações, adimensional a: número de anéis formados, adimensional c: número de equações vindas de articulações internas, adimensional Para os anteriores exemplos podemos aplicar a equação para pórticos e determinaremos seu grau de hiperestaticidade: Estrutura Figura 6a temos que: n = 3, a = 1, c =0, assim, H =3 Estrutura Figura 6b temos que: n = 6, a = 1, c =0, assim, H =6 4 VANTAGENS E DESAVANTAGES DAS ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS Um projetista não decide se realiza uma estrutura determinada ou inde- terminada, a realidade é que essas condições são próprias do sistema de apoio e da quantidade de membros que compõe o tudo, e que dará o suporte desejado. Dessa forma, existem certas vantagens e desvantagens das estruturas hiperestáti- cas comparadas com as estruturas isostáticas, resumidos na Figura 7. TÓPICO 1 — ESTRUTURAS INDETERMINADAS 9 FIGURA 7 – VANTAGENS DAS ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS FONTE: Adaptado de Borges (2015, p. 16-17) Se consideramos duas vigas como as representadas na Figura 8, o dia- grama do momento fletor, nelas indica que, tendo seu valor máximo em cada situação e sua associação ao esforço máximo de flexão, na viga hiperestática é significativamente menor que na viga isostática. Da mesma forma, a deflexão as- sociada a esta viga será menor, considerando que a seção transversal da própria viga seja igual em ambos os casos (KASSIMALI, 2015). FIGURA 8 – REPRESENTAÇÃO DAS VANTAGENS DAS ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS FONTE: <https://bit.ly/3wWOxFW>. Acesso em: 28 nov. 2020. Quando uma estrutura hiperestática é desenhada adequadamente, ela tem a capacidade de redistribuir as suas cargas quando uma parte da estrutura sofre sobre- -esforços ou colapsa parcialmente devido a questões climáticas ou geológicas como sismos, furacões e explosões. Tendo mais elementos e/ou reações nos apoios requeri- dos pela estabilidade estática, a ausência de algum elemento de continuidade ou de apoio levará a um ajuste, situação que pode ser justificada pela redundância destes. Tomando o exemplo uma viga como a indicada na Figura 9. Elas supor- tam uma ponte sobre um riacho e o pilar central, representado pelo ponto B, é destruído por um navio acidentalmente. Devido à viga isostática só possuir UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO10 um número suficiente de reações requeridas para sua estabilidade, eliminar o apoio B levará ao colapso da estrutura, tal como é representado na segunda parte da figura. Entretanto, na viga hiperestática acontece uma reação extra no senti- do vertical, pelo tanto esta estrutura não irá a colapso obrigatoriamente e pode permanecer estável, mesmo que o apoio B esteja ausente. Isso considerando que a viga tenha sido dimensionada adequadamente para suportar a carga morta, assim a ponte poderá ser reparada fechando a circulação e logo colocada em fun- cionamento após reforma do pilar B. FIGURA 9 – EFEITO DE TER REDUNDANCIA DE APOIOS DE UMA VIGA HIPERESTÁTICA FONTE: Adaptado de Kassimali (2015, p. 443) FIGURA 10 – DESVANTAGENS DAS ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS Na mesma linha de discussão, também existem algumas desvantagens relacionadas ao cálculo de estruturas hiperestáticas em comparação com as estru- turas isostáticas, o resumo dessas desvantagens é registrado na Figura 10. FONTE: Adaptado de Fadu (2018, p. 7) Em estruturas isostáticas é muito comum ter articulações, que permitem o trabalho individual de cada membro. Quando é produzido algum tipo de es- forço, seja por causa de um assentamento do apoio ou recalque pela temperatura, como pode ser observado na Figura 11, os membros da estrutura atuariam como TÓPICO 1 — ESTRUTURAS INDETERMINADAS 11 FIGURA 11 – EFEITOS DE ASSENTAMENTO SOBRE VIGAS um corpo rígido sem produzir flexão, é dizer, a viga permanece reta. No entanto, quando o assentamento acontece na viga hiperestática, por ela ser contínua, a seção transversal sofre um esforço de flexão nos diferentes pontos. FONTE: Kassimali (2015, p. 444) Pelo fato de as estruturas hiperestáticas terem continuidade nos seus apoios e/ou nos membros, até criar uma espécie de rede plana, o cálculo da mes- ma obriga a usar diferentes métodos que facilitem a obtenção de dados, pois na medida em que o número de elementos seja incrementado assim mesmo será incrementado o número de incógnitas do sistema. É por isso que são aplicadas simplificações geométricas, em muitos casos o uso de matrizes, que geram uma associação mais rápida das variáveis. Por último, as muitas representações registradas podem fazer parecer que as estruturas hiperestáticas são “difíceis” de achar ou que são casos especial, quando na real, as estruturas estaticamente determinadas são as especiais, tal como pode ser observado na seguinte Figura 12. UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO 12 FIGURA 12 – CONFIGURAÇÃO REAL DE DUAS ESTRUTURAS E A REPRESENTAÇÃO DO SEU COMPORTAMENTO FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/3wWOxFW>. Acesso em: 28 nov. 2020. 13 Neste tópico, você aprendeu que: RESUMO DO TÓPICO 1 • A identificação de uma estrutura como indeterminada indica que se devem empregar outros métodos para calcular as reações ou esforços produzidos pelo carregamento das cargas, que inclusive pode ser o peso próprio. • Existem diferentes tipos de estruturas que são analisadas segundo as condi- ções de espaço, que predominam nela, assim como o tipo de conexão que ela tem entre seus membros. • Há dois tipos de indeterminação, a estática e a cinemática, conceitos introdu- zidos para prover equações que ajudem a resolver essa indeterminação. • Pode ser atribuído um grau de indeterminação associando o número de nós e o número de reações desconhecidas. 14 1 Com a resolução dos valores das incógnitas de força e momento que partici- pam numa estrutura é possível criar, sobre um eixo por membro contínuo, o diagrama respectivo. Assim, como você estudou em disciplinas anteriores, as- sinale a alternativa CORRETA que apresenta o diagrama de momentos fletores (DMF), correspondente à viga contínua hiperestática representada a seguir: AUTOATIVIDADE a) b) c) d) 2 Quanto mais apoios e secções tiver uma estrutura, maior grau de indeterminação terá. Com base nos conceitos previamente explicados e aplicando a consideração de simetria, determine o grau de hiperestaticidade das seguintes estruturas: 3 Foram definidas várias frases, que bem organizadas constituem um pará- grafo que resume os conceitos de estruturas iso, hiper e hipoestáticas. Sobre o exposto, ordene os itens a seguir: 15 I- É uma estrutura hipoestática. II- Uma estrutura é hiperestática quando, ao ser analisada, III- A serem determinadas do que as incógnitas que IV- Podem ser resolvidas pelas equações de equilíbrio. V- É chamada estrutura isostática e, VI- Possui mais reações externas e/ou mais forças internas VII- É menor ao número de equações de equilíbrio se diz que VIII- Quando o número de reações em apoios IX- Quando esse número de equações é igual Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) I – V – II – VII. b) ( ) II – VI – III – IV – IX – V – VIII – VII – I. c) ( ) I – II – VIII – IV – VII – III – V – III. d) ( ) II – IV – VI – III – VIII – I – VII – V – IX. 4 Nos conceitos anteriormente citados sempre foi usada a palavra equilíbrio para referir-se ao estado em que devem estar as estruturas. No entanto, escassamen- te se falou de estabilidade. Qual é a diferença entre estes dois conceitos? 5 Considerando que as estruturas são feitas de materiais, que têm diferentes coeficientes de dilatação e que podem ter erros de fabricação (dimensiona- mento), como estas características poderiam causar problemas nas estrutu- ras hiperestáticas e não isostáticas? 16 17 TÓPICO 2 — UNIDADE 1 CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 1 INTRODUÇÃO Tal como Cervera e Blanco (2002) indicam, a mecânica das estruturas des- cansa sobre os conceitos de equilíbrio e compatibilidade. As condições de equilí- brio são suficientes nos sistemas estaticamente determinados para fazer cálculo de reações, assim, o conceito de compatibilidade e suas condições são introduzi- dos nos sistemas indeterminados como relações adicionais baseadas na geome- tria das deformações (KASSIMALI, 2015). No momento em que a estrutura é carregada, ela se deforma sob essa car- ga. Os pontos que estavam conectados entre si permanecerão conectados ainda que a distância entre eles possa ter sido modificada devido à deformação. Assim, todos os pontos de uma estrutura se ajustam de modo que a estrutura permaneça encaixada na sua configuração original, conservando o equilíbrio e gerando com- patibilidade ou equivalência entre as deformações, ou qualquer que seja a forma de deslocamento (CAPRANI, 2007). Neste tópico serão indicadas essas equações e as condições de aplicação delas, assim como as representações de uma estrutura deformada e cortada para subtrair essas equações. 2 EQUAÇÕES DE EQUILÍBRIO O estudo das estruturas indeterminadas é uma extensão das estruturas determinadas ou isostáticas, assim, argumentos que foram ditos nessa área con- tinuam sendo validos. Com a diferença que, considerando perspectivas mais rea- listas mais informações, podem ser obtidas das estruturas para sua análise. 2.1 EQUILÍBRIO GLOBAL Especificamente, o sistema total (interno e externo) das forças que atuam sobre uma estrutura devem estar em equilíbrio estático, se isso não acontece a estrutura está propensa a qualquer deslocamento na interação dos seus apoios. O equilibro é representado por um sistema nulo, produto de uma somatória de forças e rotações que se contrapõem entre si. Desta forma, devem ser cumpridas aquelas equações da estática, escritas de forma vetorial nas EQ 1.3 e 1.4: 18 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO (EQ 1.3) (EQ 1.4) Sendo que: representa cada uma das forças que atuam sobre a estrutu- ra, podendo ser no sentido horizontal e vertical; representa o momento gerado por cada uma das forças, respeito um ponto aleatório. Em vista de que as estruturas podem ter geometrias e estados de carrega- mento diferentes, estas equações de equilíbrio se extrapolam para as três direções (x, y, z), tanto para forças quanto para os momentos. Assim, para uma estrutura que sometida a seu próprio peso, como uma laje, é umaestrutura contínua que requer outro tipo de análise estrutural para entender a forma de se deformar e dar continuidade de suas tensões. Para o caso de estruturas do tipo barras, seus elementos podem estar conectados por articulações ou por pontos rígidos (es- trutura reticulada), nestas situações são suprimidos certos casos de equilibro de forças e de momentos, como pode ser visto na Figura 13. FIGURA 13 – TIPO DE ESTRUTURAS: A) SUPERFICIAL: UMA PLACA QUE SOFRE ESFORÇOS DE FLEXÃO, B) BIDIMENSIONAL: UM PÓRTICO QUE SOFRE ESFORÇOS PREDOMINANTEMENTE DE FLEXO-COMPRESÃO FONTE: Adaptado de Cervera e Blanco (2002, p. 22) 2.2 EQUILIBRIO LOCAL Em qualquer apresentação das estruturas deve ser cumprido o equilíbrio em cada membro que a constitui, é dizer, o equilibro global pode existir, mas isso não é suficiente para que cada membro realmente esteja em equilíbrio. De forma específica, as peças que formam uma estrutura de barras devem estar em equilíbrio entre elas, e inclusive quando são consideradas as forças e momentos atuando nos extremos delas. Analogamente, os nós da estrutura devem estar em equilíbrio sob a ação das forças e dos momentos que atuam nos extremos das barras, como pode ser visto na Figura 14. De modo geral, a aplicação de uma carga F no membro 2 gera reações do tipo H (associada à força axial), V (associada à força cortante) e M (associado ao momento atuante) no apoio do membro 1. Na condição de equilibro de forças im- plica que a reação H e V sejam iguais e opostas às componentes de F. Da mesma TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 19 forma que, o equilibro do momento produzido por F, respeito o ponto C implica que, M = V X l - H X h. (EQ 1.5). FIGURA 14 – EQUILÍBRIO EM CADA MEMBRO DE UMA ESTRUTURA RETICULADA, DE MODO GLOBAL E DE MODO UNITÁRIO FONTE: Adaptado de Cervera e Blanco (2002, p. 33) Quando começamos a realizar os cálculos e vemos que não é possível identifi- car os valores das reações e que fazendo um diagrama de corpo livre de cada membro não convergem as forças atuantes sobre ele, é momento de introduzir os conceitos de compati- bilidades, que levarão a gerar mais equações em que estas forças também serão relacionadas. ATENCAO 3 EQUAÇÕES DE COMPATIBILIDADE As condições de equilíbrio não são as únicas que devem ser consideradas durante o comportamento de estruturas. É necessário identificar a compatibilidade dos membros com relação as suas deformações e deslocamentos. Considerando que estas deformações podem acontecer no apoio, nos nós ou nas barras, devem ser cumpridas as seguintes condições, em qualquer hipótese de movimento que seja adoptada e especificamente quando os deslocamentos sejam pequenos, tais que: a) A deformação nos apoios deve cumprir a limitação do movimento associado a ele. b) A deformação nos nós deve cumprir a limitação de movimento nas extremida- des das barras que convergem neles. c) A deformação de uma barra para outra deve ter continuidade, de modo que não sejam registradas ausência de material e sentido discreteado do corpo. 20 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO Os dois primeiros itens fazem parte da chamada compatibilidade exter- na, enquanto a última aponta a compatibilidade interna. Todas garantem que a estrutura, ao se deformar, permaneça contínua no interior do seu elemento estru- tural e possua comportamento previsível. Tomando a seguinte estrutura reticulada, da Figura 15, podem ser anali- sadas as deformações que acontecem. FIGURA 15 – DESLOCAMENTOS EM UMA ESTRUTURA RETICULADA PELA APLICAÇÃO DE UMA CARGA FONTE: Cervera e Blanco (2002, p. 44) a) Não existem deformações nem movimento no ponto A, pela sua condição; b) Os movimentos que acontecem no ponto B, por ser um ponto rígido, são idênticos para as barras que chegam até ele. Adicionalmente, não pode acontecer um giro relativo entre as mesmas barras. c) As barras AB e BC sofreram deformações proporcionais de alongamento e encurtamento, pelo trabalho de tração e compressão que recai sobre eles. O giro diferencial, que produz Φc e consecutivamente produz Φb, acontece por causa da flexão pode ser calculado com base a esforços respetivos. Desta forma, a aplicação de forças gera de modo único reações nos mem- bros das estruturas. 3.1 COMPATIBILIDADE DAS DEFORMAÇÕES Estes deslocamentos podem estar em alguma seção ou nos extremos de barras, sendo que também cumprirão a lei de continuidade das deformações e destas serão definidas as equações geométricas. Essa continuidade das deforma- ções estabelece as seguintes condições, tomando como exemplo a Figura 16. TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 21 FIGURA 16 – CORTE DE UMA SEÇÃO FONTE: O autor (2020) Quando não são aplicados os conceitos de continuidade e compatibilidade na seção S, então os deslocamentos da parte I seriam independentes da parte II. As- sim, por lei da continuidade da deformação pode ser estabelecido que os giros (φ) (com unidades angulares) de um lado serão equivalentes em magnitude e com sen- tido contrário ao outro, da mesma forma a deformação (u) (com unidades de com- primento sobre comprimento, mm/m ou mm/mm) e o deslocamento horizontal (v) (com unidades de comprimento, mm, m ou outras). A Figura 17 mostra esquemas de algumas deformações relativas e indica seu sentido segundo o movimento horário. FIGURA 17 – ALGUMAS DEFORMAÇÕES RELATIVAS FONTE: Adaptado de Rocha (1964, p. 67) Da mesma forma, existirão deformações relativas (com valores conheci- dos ou indicados) nas quais se deve cumprir que, como apontas as equações EQ 1.6, EQ 1.7 e EQ 1.8: φr = φ - φ' (EQ 1.6) (EQ 1.7) (EQ 1.8) ur = u - u' vr = v - v' A compreensão da existência das deformações relativas também permite introduzir equações no mesmo sentido do esforço que ela acontece. Conhecer que estas deformações acontecem permitirá determinar um grau de hiperestaticidade geométrica ou de translação. 22 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO 4 EQUAÇÕES DE ELASTICIDADE Falar de leis constitutivas nos materiais é fazer referência a conceitos da resistência/mecânica dos materiais, especificamente, a um grupo de equações que associam tensões e deformações. De comportamento elástico-linear, tal como a Lei de Hooke (EQ 1.9) aplicada para materiais. σ = E . ε (EQ 1.9) (EQ 1.10) Sendo que, σ, corresponde esforço normal à seção transversal do membro, N/m2 E, corresponde ao modulo de elasticidade, N/m2 ε, deformação associada ao esforço normal, sem unidades. Esta equação pode ser transformada considerando as informações que fo- ram previamente discutidas ou conhecidas, como a substituição dos parâmetros de esforço e deformação, já que o modulo de elasticidade é uma constante. A equação EQ 1.10 pode ser reescrita desta forma: Como foi indicado anteriormente, na análise das estruturas, os materiais trabalham em regime elástico-linear e assim com a aplicação e posterior ausên- cia de cargas, o material não registra deformação, em uma análise de primeira ordem. Se isto não acontece seriam aplicadas condições de regímen não linear e uma análise de segunda ordem deve ser feita, que é valido para cálculos de pro- jetos de estruturas metálicas ou de concreto armado. FIGURA 18 – VISUALIZAÇÃO DO REGIME ELÁSTICO PARA ANÁLISE DE ESTRUTURAS NO DIA- GRAMA GERAL DE FORÇA-DEFORMAÇÃO FONTE: <https://bit.ly/2TVAKAP>. Acesso em: 2 dez. 2020. TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 23 4.1 EQUILÍBRIO DOS ESFORÇOS A continuidade da estrutura é refletida pelas ligações internas que fazem dela um todo. Esta pode ser avaliada, de modo abstrato, mediante o equilibro de tensões em pontos internos da estrutura, ou, na manifestação anulação entre os descolamentos de um ponto. Segundo Martha (2002), a tensão interna, sendo um conceito abstrato de força por unidade de área, pode cortar qualquer seção da estrutura e separá-la em duas partes iguais da sua seção transversal. O efeito da força axial, uma força cortante e um momentofletor, qualquer deles atuando na área da seção transversal produzirá um esforço, que vai gerar deformações, que podem resultar em encurtamento ou em um alongamento. É neste ponto onde são avaliados os esforços, também deve cumprir-se que, toman- do como exemplo a Figura 19: MB + MB' = 0 NB + NB' = 0 VB + VB' = 0 (EQ 1.11) (EQ 1.12) (EQ 1.13) FIGURA 19 – ESFORÇOS INTERNOS QUE ACONTECEM EM UMA BARRA FONTE: <https://slideplayer.com.br/slide/1596224/>. Acesso em: 1 dez. 2020. Adicionalmente podem existir outros esforços provocados por momentos de torsão, num plano perpendicular às estruturas planas (solicitações coplanares), po- rém estes esforços não são contemplados nestes estudos, ainda que são aplicados a estruturas reticulares planas, como as grelhas, que também podem ser hiperestáticas. 24 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO Adicionalmente no entorno da configuração das estruturas hiperestáticas, também existem esforços adicionais, que não causam efeito sobre a geometria visível dela, mas na configuração interna, por isso invitamos você a ler nossa Leitura Complementar. É muito interessante como o concreto protendido e sua representação leva a produzir esfor- ços internos que, a diferença dos anteriormente nomeados, estão sob controle. IMPORTANT E 5 EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE EM ESTRUTURAS SIMÉTRICAS A configuração da geometria das estruturas permite ter uma ideia geral do número de incógnitas a serem levantadas, entretanto, se existe uma simetria nela podem ser reduzidos o número de incógnitas, aplicando um corte simétrico, desta forma, a simplificação no sistema levará à formação de uma estrutura equivalente para que no encontro com seu espelho, a compatibilidade continue existindo. Tal como pode ser visto na seguinte Figura 20. FIGURA 20 – ESTRUTURA CARGADA SIMETRICAMENTE E SUA RESPETIVA EQUIVALÊNCIA FONTE: Cervera e Blanco (2002, p. 33) Os pontos B, D, D’ e B’ terão possíveis deformações simétricas, ainda que ao ser aplicada a simétrica, deve ser substituído o tipo de ligação correta nas barras cortadas. Especificamente, o tipo de apoio que representa. Poderia assumir-se que para estruturas assimétricas que seria necessário o cálculo total, mas, como foi dito anteriormente, o princípio de superposição de efeitos facilita esta mesma subdivisão em “novos” sistemas equivalentes ou estrutura auxiliar, como pode ser representado na seguinte Figura 21. Assim, basicamente o número de incógnitas é reduzido. TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 25 FIGURA 21 – ESTRUTURA HIPERESTÁTICA CARREGADA ASSIMETRICAMENTE FONTE: Cervera e Blanco (2002, p. 31) O carregamento de qualquer tipo de estrutura também gera uma defor- mada associada, que sendo uma estrutura simétrica também pode registrar esfor- ços solicitantes simétricos, para isso é necessário avaliar as condições de compa- tibilidade dos membros nos planos de simetria. Tal como foi visto na Figura 19, as forças geram tensões normais e tan- genciais, segundo o plano de atuação, que atuam em seções transversais opostas e originam esforços solicitantes simétricos ou antissimétricos. Especificamente, a força axial e o momento fletor serão esforços simétricos, enquanto a força cortante e o momento de torção são esforços antissimétricos (NETO, 2016). 5.1 CONDIÇÕES DE CONTORNO EM ESTRUTURAS SIMÉTRICAS Quando se tem planos simétricos, existe a formação de deslocamentos ou rotações nulas dos membros, como pode ser ilustrado na Figura 22. Para carregamentos simétricos, o deslocamento u e a rotação φ devem ser nulos. No caso de carregamento antissimétrico, o deslocamento ν e a rotação θ devem ser nulos. 26 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO Essas condições de compatibilidade levaram a uma configuração defor- mada como registra a Figura 23. Neste caso, a presença de uma articulação na metade do membro permite anular o momento fletor em A e rotações relativas das extremidades dos membros nesse nó. FIGURA 22 –CONDIÇÕES DE CONTORNO A) NO CARREGAMENTO SIMÉTRICO, B) NO CARRE- GAMENTO ANTISSIMÉTRICO FONTE: Neto (2016, p. 5) TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 27 FIGURA 23 – CONFIGURAÇÃO DA DEFORMADA (EM VERMELHO) DURANTE A) CARREGAMEN- TO SIMÉTRICO, B) CARREGAMENTO ANTISSIMÉTRICO FONTE: Neto (2016, p. 6-7) A configuração da deformada obedece a um esquema exagerado da superfície neutra da estrutura sob um carregamento específico e pode ser construído sem necessida- de de atribuir valores às forças ou momentos. ATENCAO Neto (2016, p. 7) aponta um passo a passo para simplificar o processo: i. Identifique os planos de simetria da estrutura. ii. Divida os esforços concentrados aplicados nas seções de simetria e aplique as metades nas seções imediatamente ao lado. iii. Se o carregamento for assimétrico, decomponha-o em dois: um simétrico e um antissimétrico. iv. Esboce a configuração deformada evidenciando os deslocamentos e rotações no plano de simetria. A configuração deve refletir a si- metria ou assimetria do carregamento que a gerou. 28 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO v. Obtenha uma estrutura similar mediante cortes passando pelos planos de simetrias. Levante os esforços solicitantes não-nulos nas seções defi- nidas pelos planos de simetria e introduza os vínculos fictícios associa- dos a condições de simetria ou assimetria de carregamento. vi. Determine o grau de hiperestaticidade da estrutura auxiliar. vii. Se ela for isostática, obtenha as reações e os esforços solicitantes por equilíbrio. viii. Se ela for hiperestática, resolva pelo processo dos esforços ou dos deslocamentos. 6 EXEMPLO DE APLICAÇÃO Tomando um exemplo de Neto (2016), que considera a seguinte figura, traçamos o diagrama de momento fletor a partir da deformada da viga contínua, considerando que o produto do módulo e da inércia (EI) = constante. FIGURA 24 – EXEMPLO EXPLORATÓRIO FONTE: Adaptado de Neto (2016, p. 8) Desenvolvendo o gráfico da deformada, nós podemos ter um gráfico como o seguinte (deformada em azul), sobre ele é possível identificar um plano de carregamento antissimétrico, traçado pela linha A. O traçado da deformada segue o sentido de giro dos momentos atuantes na estrutura, assim, observa o sentido e começa a avaliar pelos extremos, identificando se é possível ou não o deslocamento na estrutura. DICAS FIGURA 25 – DEFORMADA DO EXEMPLO A SER ANALISADO FONTE: Adaptado de Neto (2016, p. 8) TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 29 FONTE: Adaptado de Neto (2016, p. 8) FONTE: Adaptado de Neto (2016, p. 8) FIGURA 26 – APLICAÇÃO DE NOVO PLANO DE SIMETRIA E SINALIZAÇÃO DE UM APOIO FICTÍCIO PARA COMPRENDER O TIPO DE DESLOCAMENTO NA DEFORMADA FIGURA 27 – SEGMENTO DA ESTRUTURA PARA ANALISAR POR COMPATIBLIDADE Sobre as partes da seção (Lado direito de A e lado esquerdo de A), podemos aplicar novamente um plano simétrico, fazendo um novo corte S, que torna a deforma- da simétrica a cada lado, como pode ser visto na seguinte figura. A deformada cortada, terá apoio fictício que permite unicamente o giro, com reação horizontal nula. Analisando a parte geometria da deformada, sabemos que, independen- temente dos valores dos momentos, a rotação nesse ponto se deve a dois efeitos (φs1 e φs2), que relacionados devem cumprir que sejam iguais a zero (0), situações representadas da seguinte forma: Lembrando que: (EQ 1.16) (EQ 1.17)O valor do momento no ponto S, Podemos criar o diagrama de momentos em termos de Mo, ou seja, como se fosse um valor conhecido, ou unitário. Assim, o momento no extremo corresponderá a , e quando o valor for conhecido só será necessário multiplicar a fração indicada pelo valor associado. Sequencialmente, pode ser explicado da seguinte forma, avançando do ponto S até o extremo direito da viga, onde o momento se faz zero: O valor de ¼ será constante até se encontrar com o Mo, no apoio localizado a uma distância a, sendo Mo a unidade inteira, o gráfico descenderá até ¾ e continuarádecaindo até zero para o último apoio, tal como a Figura 28 o representa: 30 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO FIGURA 28 – CRIAÇÃO PARCIAL DO DIAGRAMA DE MOMENTO EM TERMOS DE Mo FONTE: ADAPTADO DE NETO (2016, P. 8) Já conhecendo esta seção, que é simétrica, pode ser construído o diagrama até o ponto de assimetria, pois atua na forma de espelho porque temos o Mo existindo no mesmo ponto de aplicação, na mesma distância a, assim teremos o lado direito da seção A (ver Figura 29), inicialmente apontada como o plano de assimetria. FIGURA 29 – CONTINUAÇÃO DA CRIAÇÃO DO DIAGRAMA DE MOMENTO FIGURA 30 – DIAGRAMA DE MOMENTO TOTAL DA VIGA FONTE: Adaptado de Neto (2016, p. 8) FONTE: ADAPTADO DE NETO (2016, P. 8) Finalmente, sendo A o plano de assimetria, sabemos que os valores registrados do lado direito terão sentido inverso do lado esquerdo, cumprindo-se que no último apoio o valor do momento será zero e na metade da distância 2a a fração do valor do momento corresponderá a ¼. Também pode ser criado o digrama de cortante, considerando que a curva que o representa é um grau menor que o diagrama de momento, tendo magnitudes associadas à divisão do Mo pela distância a. TÓPICO 2 — CONDIÇÕES DE EQUILÍBRIO E COMPATIBILIDADE 31 FIGURA 31 – DIAGRAMA DE CORTANTE PARA O EXMPLO ANTERIOR FONTE: Adaptado de Neto (2016, p. 8) 32 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você aprendeu que: • Existe a necessidade de cumprir as condições de equilíbrio, de compatibilida- de e das leis constitutivas para facilitar a análise das estruturas. • As deformações e os deslocamentos assumidos pelo efeito de superposição e linearidade são pequenos, em comparação com a dimensão da peça estrutural. • Os conceitos de resistência de materiais são aplicados para auxiliar ou com- plementar as condições de equilíbrio interno, manifestados pelos esforços in- ternos dos membros das estruturas. • Aplicar eixos simétricos podem simplificar os cálculos de deslocamentos, re- ações e esforços nas estruturas hiperestáticas. • Os princípios de superposição e compatibilidade devem ser devidamente sa- tisfeitos quando a estrutura é simplificada simetricamente. 33 1 Anteriormente foram avaliadas as possibilidades de transformar estruturas com simetria de cargas em um sistema equivalente reduzido. Com base nisso, desenhe a estrutura equivalente para a seguinte figura: AUTOATIVIDADE 2 A seguinte figura representa um pórtico plano e sua deformada. Pode-se afirmar que essa deformada corresponde à real deformada, considerando que a carga seja o peso próprio da estrutura. a) ( ) Sim, porque todos se mantêm rígidos e a deformada é correspondente em todos as seções. b) ( ) Sim, porque os nós foram deformados e a deformada é correspondente em todas as seções. c) ( ) Não, porque os nós foram deformados e a deformada na seção H-I não é correspondente a essa deformada. d) ( ) Não, porque os nós estão rígidos e a deformada na seção E-F não é cor- respondente a essa deformada. 3 O sentido em que os momentos atuam nos membros está definido pela re- gra da mão direita, aplicados sobre um plano em específico. Quando se trata de momentos fletores que atuam nos pórticos, a análise passa a ser num plano bidimensional, porém, quando o terceiro plano é introduzido, os momentos torsões podem surgir. Sobre um modelo de estrutura no qual podem ocorrer esforços de torsão, assinale a alternativa CORRETA: 34 a) ( ) Pórtico plano. b) ( ) Tirante. c) ( ) Viga. d) ( ) Grelha. 4 Relacionado os conceitos de força, deslocamento, deformação e esforço pode ser construída uma frase. Algumas premissas não relacionam correta- mente estes conceitos, existe então uma relação válida na análise das defor- mações e cargas de um membro estrutural. Escolha a resposta correta: a) ( ) Um esforço produz uma força entre os membros que conecta, sendo que gera deformações na forma de deslocamentos. b) ( ) Um deslocamento produz um esforço entre os membros que conecta que só pode ser recuperado quando a força seja retirada e assim a de- formação é recuperada. c) ( ) Uma força produz um deslocamento, que produz uma deformação que leva à formação de esforços que só pode ser reduzida na ausência da força. d) ( ) Uma força pode produzir um esforço que levará à formação de defor- mações, uma das quais pode ser um deslocamento. 5 Um usuário fez a seguinte afirmação: o equilíbrio é necessário, a compatibili- dade é opcional, de modo que certas deformações podem acontecer e mesmo assim o sistema será mantido em equilíbrio. Disserte sobre essa justificativa. 35 TÓPICO 3 — UNIDADE 1 COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO 1 INTRODUÇÃO O objetivo da análise das estruturas é determinar as reações e desloca- mentos que acontecem nela e permitem manter o equilíbrio, porém esse objetivo não é único para os pontos de apoio delas senão em qualquer ponto da mesma (CAMBA; CHACÓN; PEREZ, 1982). Por isso, são criados os diagramas de forças e momentos, que permitem visualizar baixo em que condições o sistema pode ficar mais carregado que em outros. Para atingir esse objetivo, quando a estrutura sofre um deslocamento/de- formação, essa configuração geométrica resultante deve ser previsível. Por co- nhecer melhor as relações lineares, a hipótese de comportamento linear entre a força e o deslocamento é assumido na análise estrutural. Em virtude das relações lineares, que acontecem entre cargas e deslocamen- tos ou deformações, pode admitir-se que um efeito produzido por alguma situação de carregamento pode ser analisado em modo simples e unitário para analisar sis- temas de cargas menos complicados, uma superposição de efeitos unitários. Assim, este princípio é um dos conceitos mais importantes da análise de estruturas. Neste tópico será vista a aplicação desses princípios e como ajudam na resolução dos problemas da análise de estruturas. 2 COMPORTAMENTO LINEAR Como já foi dito antes, a linearidade é uma hipótese aplicada à análise dos materiais das estruturas para auxiliar a construir mais equações que dão solução às incógnitas das estruturas. Se não fosse assumida essa condição, os deslocamentos poderiam ter qualquer tipo de valor aos quais estaria associado um valor de proba- bilidade de ocorrência, complicando ainda mais os cálculos. A Figura 32 representa o significado matemático de uma relação linear entre a força e o deslocamento: proporcionalidade, muito diferente de um comportamento não linear que é repre- sentado por curvas de um grau polinômio maior que 1; um desvio a uma linha reta. 36 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO FIGURA 32 – COMPORTAMENTO LINEAR E NÃO LINEAR ENTRE FORÇA E DESLOCAMENTO FONTE: <https://bit.ly/3ql5ZRE>. Acesso em: 3 dez. 2020. De modo específico, o cumprimento simultâneo de três condições permitirá atri- buir o comportamento linearmente elástico a uma estrutura (GERE; WEAVER, 1987): i. O material segue a Lei de Hooke, a relação entre as tensões e as deformações é elástica e linear – linearidade no material; ii. Os deslocamentos da estrutura são pequenos, comparados com dimensões das peças estruturais; espessura, comprimento, sendo assim a linearidade geométrica. Esta hipótese estabelece que a geometria da estrutura deformada não é muito diferente da estrutura original, o que possibilita continuar aplicando as condições de equilíbrio no lugar de ser aplicada sobre a deformada; iii. Não é relevante o efeito axial sobre o momento fletor nos membros. Este último requisito implica que, as forças axiais não sejam grandes e que a interação desta força com alguma possível deformação, não contribui para incremento ou decréscimo do momento fletor atuante. FIGURA 33 – EXEMPLO DA HIPÓTESE DE PEQUENOS MOVIMENTOS FONTE: Cervera e Blanco (2002, p. 64) Estas hipóteses permitirão: i. Oferecer solução para o problema estrutural, que satisfaz as condições de equilíbrio e de compatibilidade, tendo aplicação para qualquer método de análiseescolhido. ii. Permitem simplificar postulações do problema estrutural, na indicação de equilíbrio tanto compatibilidade. Segundo Martha (2010), existe um grande número de estruturas civis que tem descolamentos pequenos, mas indica um contraexemplo de estrutura na qual não é possível adotar essa hipótese, representado pela Figura 34: TÓPICO 3 — COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO 37 FIGURA 34 – ESTRUTURA COM DESCOLAMENTOS TOTAIS MAIORES FIGURA 35 – EXEMPLO DE ESTRUTURA COM TENDÊNCIA À INSTABILIDADE OU EQUILÍBRIO APÓS DEFORMAÇÃO FONTE: Martha (2010, p. 96) FONTE: Martha (2010, p. 103) Isso não exclui a existência de modelos estruturais que, possivelmente, só após a deformação acontecer, alcancem um equilíbrio, como na Figura 35, onde se pode observar que quando os momentos atuam, a estrutura dificilmente vai encontrar equilíbrio. Após as reações deixar de concorrer no ponto o equilíbrio seria atingido, o que deixaria em um estado de iminente instabilidade. 3 PRINCÍPIO DE SUPERPOSIÇÃO DE EFEITOS Como consequência de postular o comportamento linear, pode ser aplica- do o conceito de superposição, é dizer, o efeito de um sistema de forças aplicadas sobre uma estrutura é igual à somatória dos efeitos produzidos por cada uma das forças analisadas individualmente na mesma estrutura. Especificamente, os deslocamentos produzidos pela aplicação de forças podem ser produto de uma coexistência de deslocamentos produzidos pelas mesmas forças analisadas indi- vidualmente. A sequência de representação deste princípio, como a combinação linear de duas forças isoladas, que produzirão deslocamento final com o efeito conjunto da sua existência e mostrado nas seguintes figuras. 38 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO FIGURA 36 – EFEITO FINAL DE DUAS CARGAS SOBRE UMA VIGA ENGASTADA NO EXTREMO FONTE: Adaptado de Martha (2010, p. 96) FONTE: Adaptado de Martha (2010, p. 96) FIGURA 37 – EQUIVALÊNCIA DE APLICAÇÃO DAS CARGAS DE MODO ISOLADO Para analisar o efeito individual de toda força, separamos cada uma das forças e avaliamos a deslocamento provocado separadamente, como se observa na Figura 37. FIGURA 38 – RESULTADO FINAL DE DESLOCAMENTO COMO PRODUTO DAS CONSIDERA- ÇÕES INDIVIDUAIS DAS CARGAS FONTE: Adaptado de Martha (2010, p. 96) Outro exemplo com a presença de giro pode ser observado na Figura 39. Nela, a atuação conjunta de A1 e A2 gera uma condição de deformada D, que é uma equivalência quando são analisados o momento e a força de modo separado, cada um gerando uma deformada singular. TÓPICO 3 — COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO 39 FIGURA 39 – EXEMPLO DE PRINICÍPIO DE SUPERPOSIÇÃO CONSIDERANDO O GIRO FONTE: Adaptado de Gere e Weaver (1987, p. 121) O princípio de superposição não só indica que os deslocamentos lineares pro- duzidos por forças são produto de uma somatória de forças determinada, também indica que existirão deslocamentos angulares por causa dos momentos que atuem nela. IMPORTANT E 3.1 EFEITO DA TEMPERATURA E RECALQUE EM APOIOS Em uma estrutura isostática, a variação de temperatura produz, exclusi- vamente, deslocamentos devido a que, na estática básica, os corpos são conside- rados rígidos. Abaixo dessa mesma condição estão os deslocamentos produzidos pelo recalque em apoio, já que vários deles o permitem. Não obstante, numa es- trutura hiperestática, este tipo de situações gera esforços internos, que devem ser contemplados para a análise dos esforços, deslocamentos ou deformações, como é representado na Figura 40. 40 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO FIGURA 40 – EFEITO DA TEMPERATURA SOBRE A) ESTRUTURA ISOSTÁTICA, B) ESTRUTURA HIPERESTÁTICA FONTE: Martha (2010, p. 105) Você, acadêmico, poderia se perguntar: com que frequência acontece o recal- que ou a variação de temperatura nas estruturas? Pois a realidade é que com muita frequência. Mesmo que o encontro entre vigas e pilares, ou o próprio solo, seja con- siderado um ponto rígido, está susceptível a assentamentos parciais diferenciais, que causam esforços internos na peça. Assim mesmo, durante o processo de cura do con- creto com as condições ambientais e o volume de concreto pode gerar tensões internas nos membros estruturais, devido a isso é importante que as considerações construtivas sejam tomadas em conta durante o planejamento dos projetos e de modo vice-versa. A visualização de possibilidade de recalque unitário no apoio também é uma hipótese que pode ser aplicada para achar reações e/ou esforços na estrutu- ra, encaixado dentro de métodos de deslocamento ou de flexibilidade. 4 EXEMPLOS DE APLICAÇÃO Uma estrutura hiperestática pode ser resolvida aplicando equações de compatibilidade quando possui um grau hiperestático 1 ou 2. E pode ser reali- zada uma única substituição, de modo que uma condição de deslocamento ou rotação seja conhecida. Apresentaremos dois exemplos, considerando que quan- do surgem muitas incógnitas outros métodos (que serão explicados em unidades próximas) serão necessários. EXEMPLO 1 Como temos dito anteriormente, as equações de equilíbrio não são su- ficientes para determinar as reações nas estruturas hiperestáticas, assim, forças desconhecidas aparecerão nas equações, enquanto nas condições de compatibi- lidade aparecerão deslocamentos desconhecidos, que serão utilizados para rela- cionar força-deformação para expressar as forças desconhecidas em termos dos deslocamentos desconhecidos ou vice-versa. O sistema resultante de equações com um único tipo de incógnita que permite resolver as incógnitas, que depois são substituídas nas relações fundamentais para determinar as características de resposta faltantes da estrutura. Vamos considerar o exemplo da seguinte figura: TÓPICO 3 — COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO 41 FIGURA 41 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO FONTE: Adaptado de Kassimali (2015, p. 448) FONTE: Kassimali (2015, p. 448) FIGURA 42 – DIAGRAMA DO CORPO LIVRE O digrama do corpo livre no ponto A, pode ser estabelecido na seguinte Figura 42: As equações de equilíbrio estão dadas assim: , ou seja (EQ 1.19) (EQ 1.18) 42 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO Agora, considerando as equações de compatibilidade podem ser relacionados os deslocamentos verticais dos três elementos no ponto A com o deslocamento vertical do ponto A, assim, pode ser criado um diagrama de deslocamento como mostra a Figura 43, assumindo que esse deslocamento é pequeno, podemos indicar que os deslocamentos δAB e δAC são simétricos: δAB = δAC = Δ sin θ = 0.8 Δ δAB = δAC = 0.8δAD (EQ 1.20) (EQ 1.21) (EQ 1.22) δAD = Δ Fazendo uma substituição de EQ 1.21 em EQ 1.20 podemos obter a relação para a deformação axial do elemento: FIGURA 43 – DIAGRAMA DE DESLOCAMENTO FONTE: Adaptado de Kassimali (2015, p. 448) Da mesma forma podemos expressar a equação anterior em termos das for- ças axiais nos elementos utilizando as relações de força-deformação dos elementos: (EQ 1.25) (EQ 1.26) (EQ 1.24) (EQ 1.23) Relacionando novamente com a deformação, podemos obter, substituindo na EQ 1.22: TÓPICO 3 — COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO 43 Podemos determinar a força axial nos três elementos da armação resol- vendo simultaneamente a última equação gerada (EQ 1.26) com as equações de equilíbrio iniciais (EQ 1.19). Como resultado teremos a representação na Figura 44 e seus valores são: FAB = FAC = 61.68 t FAD = 128.5 t (EQ 1.27) (EQ 1.28) Pelo anterior, as deformações também podem ser substituídas ingressando os valores obtidos na EQ 1.24 e EQ 1.25 e seus valores seriam: δAB = δAC = 0.041 m e δAD = 0.051 m FIGURA 44 – REPRESENTAÇÃO FINAL DAS FORÇAS FONTE: Adaptado de Kassimali (2015, p. 448) Finalmente, substituindo valores de deformação axial nas condições de compatibilidade iniciais, podemos encontrar o valor do deslocamento no ponto A: Δ = 0.051 m. EXEMPLO 2 Na seguinte viga, vista na Figura 45, o valor do momento de engastamento quer ser conhecido.Considere EI = 3.5 x 105 T . m2. Aplique as condições de superposição e compatibilidade para determinar dito valor. FIGURA 45 – EXEMPLO DE VIGA COM GRAU DE HIPERESTATICIDADE 1 FONTE: O autor (2021) 44 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO Identificamos, mentalmente, que a viga tem quatro reações e que com au- xílio das equações de equilíbrio podemos conhecer três delas, entretanto, também sabemos que no ponto A, mesmo existindo um momento, não é possível a rota- ção. Esse será nosso ponto de partida. Faremos uma substituição do momento existente como se fosse uma carga, tal como Figura 46 indica. FIGURA 46 – EQUIVALÊNCIA DO SISTEMA FONTE: O autor (2021) A superposição dos efeitos de rotação produzidos pelo momento da car- ga distribuída, φA (5), e do momento substituído, φA (M), devem causar o mesmo efeito na rotação no ponto A, φA: ser nula. A compatibilidade é representada assim: φA = φA (5) + φA (M) = 0 (EQ 1.29) (EQ 1.30) (EQ 1.31) (EQ 1.32) Pesquisando nas tabelas de flechas e deflexões (inclinação ou rotação) de vigas biapoiadas, poderemos obter a rotação máxima no ponto A pela ação da carga distribuída e do momento à esquerda; as rotações atribuídas a cada situa- ção, podemos definir cada uma delas assim: Sendo assim: Do qual podemos definir que M = - 10 T . m As tabelas de vigas biapoiadas com variação no tipo de apoio é um conheci- mento adquirido no estudo de resistência de materiais. Invitamos você a visitar este link para lembrar: https://issuu.com/leandrosousaeng/docs/u_-_apendice_d_flechas_vigas2. IMPORTANT E TÓPICO 3 — COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO 45 EXEMPLO 3 Para a estrutura especificada na Figura 47 é solicitado determinar as rea- ções nos apoios. FIGURA 47 – EXEMPLO COM PÓRTICO FONTE: Adaptado de Unican (2013, p. 17) Para resolver devemos considerar duas condições importantes: ✔ O giro que é produzido no ponto C deve ser igual na viga quanto no pilar. ✔ Realizar o equilíbrio no nó C. Aplicando a compatibilidade no ponto C, pode ser separado o pórtico em duas partes, tal como a Figura 48 indica. Assim, as rotações relativas a cada parte poderão ser igualadas. Na viga BC – teremos que: (EQ 1.33) (EQ 1.34) (EQ 1.35) Enquanto no pilar AC – teremos que: Então, 46 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO FIGURA 48 – SEPARAÇÃO DO PÓRTICO FONTE: Adaptado de Unican (2013, p. 17) Agora, considerando o equilíbrio de momentos no ponto C, identificamos as partes, resumidas na Figura 49. (EQ 1.36) (EQ 1.40) (EQ 1.38) (EQ 1.37)Ou seja, De modo que, FIGURA 49 – EQUILÍBRIO GERAL DE MOMENTOS FONTE: Adaptado de Unican (2013, p. 17) Para o cálculo das reações, determinamos o equilíbrio em cada membro, como indica a Figura 50: (EQ 1.39), que usando a (EQ 1.38) permite transformar: TÓPICO 3 — COMPORTAMENTO LINEAR E PRINCÍPIO DA SUPERPOSIÇÃO 47 Podemos determinar o valor de YA, aplicando: (EQ 1.41) (EQ 1.42)Assim usando a (EQ 1.39), FIGURA 50 – EQUILÍBRIO NOS MEMBROS FONTE: Adaptado de Unican (2013, p. 18) FIGURA 51 – DIAGRAMAS ESTIMADOS Isso nos permite criar o diagrama de momentos, cortante e axial estimados assim: FONTE: Adaptado de Unican (2013, p. 19) 48 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você aprendeu que: • É importante de assumir um comportamento linear nos materiais das estruturas. • Pode ser registrada uma equivalência de um sistema de cargas para vários ana- lisados individualmente, aplicando o princípio de superposição de efeitos. • A variação de temperatura e o recalque de apoio não produzem efeitos de esforços internos em estruturas isostáticas. • A separação de tipo de cargas atuantes para construção dos diagramas é im- portante para compreensão do efeito individual delas, porém, é importante lembrar que a estrutura está submetida a um efeito combinado. 49 1 Com a seguinte figura, crie um modelo sequencial de superposição de efei- tos que possa dar resposta ao problema de hiperestaticidade: AUTOATIVIDADE 2 Com os seguintes itens, intenta-se construir um parágrafo para condensar a informação sobre comportamento linear das estruturas e as variáveis que involucra. Analise as sentenças a seguir: I- Dentro do regime elástico a tensão e a deformação são linearmente dependentes. II- De modo que, a deformação e a tensão não são proporcionais. III- E as tensões, no plano de qualquer seção da estrutura, e os esforços inter- nos que atuam neste plano, também, são linearmente dependentes. IV- Pelo tanto, é possível dizer que as deformações e os deslocamentos são linear- mente dependentes, exclusivamente, dos esforços que atuam nas estruturas. Assinale a alternativa CORRETA: a) ( ) As sentenças I, II e IV estão corretas. b) ( ) As sentenças II, III e IV estão corretas. c) ( ) As sentenças I e II estão corretas. d) ( ) As sentenças I, III e IV estão corretas. 3 A seguinte figura mostra uma situação de carregamento que pretende ser analisada a partir de duas estruturas, que em teoria darão lugar ao carrega- mento original. Realmente, a parte b e c dão lugar à parte a? 50 a) ( ) Sim, o extremo esquerdo das situações dá lugar (em somatória) à defor- mada da parte a. b) ( ) Sim, observando a deformada, b e c são congruentes para a parte b. c) ( ) Não, o extremo direito da parte b e c deveriam permitir o deslocamento, mas não permitem. d) ( ) Não, nenhuma dessas estruturas poderá dar lugar à configuração original. 4 As estruturas existem para receber as diversas cargas que pretendem circu- lar o permanecer durante a vida útil de uma edificação. O comportamento das deformações que nela acontecem, sua deformada, sempre será uma re- lação linear dos materiais e as forças? 5 A análise de estruturas obedece a uma série de procedimentos e teoremas para intentar aproximar os modelos à realidade da estrutura. Nesse senti- do, qual é a necessidade de introduzir o conceito de superposição de efeitos na análise das estruturas? 51 TÓPICO 4 — UNIDADE 1 ANÁLISE APROXIMADA 1 INTRODUÇÃO Existem alguns métodos que permitem analisar armaduras e pórticos, base- ados no comportamento estrutural, que se aproximam aos valores de força procu- rados, porém ao não serem considerados métodos analíticos, aplicam certas simpli- ficações que visam dar entendimento de qual análise aplicado é mais conveniente. Quando se projeta uma estrutura inicialmente não são conhecidas as di- mensões dela e por isso não pode ser aplicada uma análise estática sobre ela. De- vido a isto, se pensa em uma estrutura que possa ser estaticamente determinada, levando a determinar um desenho preliminar dos elementos da estrutura e mais que isso proporciona informação sobre o comportamento de uma estrutura sob carga (HIBBELER, 2012). Mesmo assim, é importantíssimo apontar que todos os métodos acabam sendo aproximados porque as condições reais das cargas, a geometria, o modulo do material e a resistência de juntas ou suportes não são conhecidas absolutamente. Quando aplicados estes métodos de aproximação, estaria introduzindo uma porcentagem de erro nos cálculos de um possível sistema analisado analiticamente, assim, não quer dizer que esteja errado aplicar, porém não é válido para sistemas com muitos elementos de grande envergadura. DICAS 2 ARMADURAS A Figura 52 mostra um tipo comum de armadura, usada com frequência como suporte lateral em prédios ou posicionadas em alguma ponte. Indicando que, ela não é indicada como elemento principal e que por ele pode ser analisada por um método aproximado. Se é eliminada uma diagonal em cada um dos três painéis, a armadura se torna estaticamente determinada, então buscamos deixá-la estaticamente determinada para poder analisá-la. Para isso serão inseridas algumas hipóteses, com respeito às diagonais, uma das quais possui um estado de tensão e 52 UNIDADE 1 — GENERALIDADES DA INDETERMINAÇÃO consequentemente, a sua correspondente estará em estado de compressão. A força cortante do painel V será suportada
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