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FISIOLOGIA DA LACTAÇÃO Mantença: é a quantidade de nutrientes suficientes para manter o animal vivo. A produção de leite: Vacas leiteiras atuais: para cada litro de leite produzido 500L de sangue passam pela glândula mamária. Ex: vaca de altíssima produção no pico de lactação (holandesa) = 60L de leite/dia. 60L leite x 500 L de sangue/L de leite = 30.000 L sangue. Produção de calor: · Fermentação no rúmen; · Metabolismo celular; · Batimentos cardíacos; · Atividade tiroidiana; · Centro do apetite; · Produção de leite; · Atividade adrenal. Dissipação de calor: · Esfriamento por evaporação; · Superfície respiratória; · Consumo de água; · Perda de umidade, urina e fezes; · Perda metabólica de peso; · Esfriamento não evaporante; · Condução, convecção e radiação; · Vasodilatação ou vasoconstrição; · Pelagem isolante; · Superfície relativa: orelhas, barbela. Glândula mamária: Corresponde a uma glândula sudorípara modificada que secreta leite para nutrição da prole. São formados com o embrião aos 35 dias de idade. Botões mamários glândula mamária Glândula mamária: sistema de ductos que conectam massas de epitélio secretor = parênquima. Mamogênese É o processo de formação, crescimento e desenvolvimento do tecido mamário. Crescimento mamário: determinante no potencial de produção de leite. Quanto maior for a quantidade de alvéolos mamários, maior será a atividade secretora da glândula. Etapas da mamogênese Fase fetal: · 35 dias: formação da linha mamária; · 60 dias: botão mamário se “aprofunda” na derme; · 100 dias: começa a formação de canais na extremidade do botão, prosseguindo até abertura exterior. Puberdade: · Grande desenvolvimento pós-fetal da glândula mamária, associadas a atividades cíclicas de hormônios ovarianos como estrógeno e progesterona; · Estrógeno: promove crescimento do sistema de ductos a cada estro; · Progesterona: crescimento e desenvolvimento dos alvéolos. Gestação: · Glândula mamária permanece subdesenvolvida até a confirmação da prenhez; · Desenvolvimento geral do úbere: ocorre durante a gestação; · Secreção de leite: tem início no final da gestação com o aumento da produção de Prolactina; · Início da lactação: transformação de tecido conjuntivo em estrutra repleta de células alveolares secretoras de leite. LACTOGÊNESE É o processo de transformação, diferenciação e preparação da glândula mamária, durante a gestação, para produção de leite. Ocorre a multiplicação de células alveolares (epiteliais). Prolactina (liberada pela Adeno-Hipófise): aumenta no final da gestação; promove o desenvolvimento anatômico e funcional do epitélio secretor. Galactogênese (Galactopoese) · Consiste no processo de manutenção da lactação; · Depende de estímulos para produção de leite; · Estímulação dos tetos (ordenha) ou amamentação (bezerro) aumento da concentração sanguínea de Prolactina; · Reflexo neural do hipotálamo; · Ondas de Prolactina: necessárias para manutenção da lactação. Secreção do Leite: · Células epiteliais: principais células responsáveis pela produção de leite; · Sintetizam gorduras, proteínas e carboidratos, liberando-os na luz do alvéolo; · Primeiramente a gordura é armazenada na porção citoplasmática basal das células; · Posteriormente são direcionadas para o ápice. Ejeção do leite: ocorre por causa do pico de ocitocina ( dura de 1 a 2 ½ minutos). Na ordenha, é feito uma massagem no úbere para estimular a liberação de ocitocina. A ocitocina liberada pelo hipotálamo cai na circulação e alcança o úbere, e com isso promove a contração das células musculares que estão acima dos alveolos produtores de leite e na cisterna no ubere, promovendo um relaxamando do ubere e consequentemente a liberação do leite. Ação dos hormônios envolvidos na lactação em relação ao período de gestação Período de gestação Hormônios envolvidos Principais ações 3° ao 5° mês Estrogênio, gH e glicocorticóides Alongamento dos ductos mamários e os alvéolos começam a substituir o estroma (adipócitos) Final do 6° mês Prolactina e da Progesterona (além do E2, gH e glicocorticóide) Extenso desenvolvimento lobuloalveolar Final da gestação Queda da progesterona, presença de prolactina e glicocorticóides Secreção láctea que resulta na formação do colostro HORMÔNIOS PRINCIPAIS AÇÕES Prolactina Crescimento mamário, início e manutenção da lactação Hormônio do crescimento (GH) O GH direciona os nutrientes para a síntese do leite e aumenta a produção Glicocorticóides Início e manutenção da lactação ao excercer seu efeito sobre o número de células mamárias e sobre a atividade metabólica T3 e T4 Estimula o consumo de oxigênio e a síntese proteínas aumentando a síntese do leite Paratormônio Metabolismo do cálcio e fósforo Insulina Metabolismo da glicose Ocitocina Ejeção do leite Estradiol Crescimento dos ductos mamários Progesterona Crescimento lóbulo-alveolar mamário e inibição da lactogênese Lactogênio placentário Crescimento mamário Diferenças morfológicas entre as espécies ESPÉCIES N° DE TETAS LOCALIZAÇÃO DAS TETAS Primatas, morcegos, elefantes e baleias 2 Torácica Cobaias 2 Inguinal Cabra, ovelhas e éguas 2 Inguinal Vacas e búfalas 4 Inguinal Porcas 12-18 Tóraco-abdominal-inguinal Gatas 8-10 Tóraco-abdominal Cadelas 8-12 Tóraco-abdominal-inguinal Canguru 1 (duas glândulas fusionadas) No marsúpio Ratas e coelhas 8-10 Tóraco-abdominal COLOSTRO: entende-se por colostro como a secreção grossa, amarelada e cremosa que é coletada do úbere após o parto. Por definição, apenas a secreção da primeira ordenha após o parto deve ser considerada colostro. Secreções coletadas da segunda à oitava ordenha (quinto dia de lactação) são denominadas leite de transição devido ao fato de sua composição se assemelhar gradualmente à do leite integral. · A concentração de anticorpos no colostro é em média 6% (6g/100g de colostro), mas, varia de 2 a para 23%. · Por outro lado, a concentração de anticorpos no leite corresponde a apenas 0,1%. Como a qualidade do colostro é avaliada? No intuito de avaliar a qualidade do colostro, deve-se considerar ambos, o tipo e a quantidade de imunoglobulinas. Quantidade de anticorpos: observações visuais dão uma uma boa indicação da qualidade do colostro (quantidade de anticorpos). Um colostro grosso e cremoso é rico em anticorpos. Em contraste, um colostro com aspecto mais aguado e de consistência fluida provavelmente contem menor concentração de anticorpos. A concentração de anticorpos no colostro é influenciada por: A) Período seco inadequadamente curto (com menos de 4 semanas), partos prematuros, ordenha ou vazamento de leite antes do parto reduzem a concentração de anticorpos no colostro. Período seco é o período anterior ao parto (cerca de 60 dias) na qual a vaca de leite não deve estar produzindo leite. A função do período seco é: 1) Reestabelecer ou aumentar o escore corporal da vaca; 2) Disponibilizar mais nutrientes para o crescimento do feto, e nessa fase o feto tem um crescimento proporcional grande e demanda muitos nutrientes; 3) Renovação da glândula mamária (renovação das células secretoras dos alveólos). B) Idade da vaca: em média, concentraçoes de anticorpos é maior em vacas mais velhas (>8%) do que em novilhas de primeira cria (5-6%). Além disso, vacas mais velhas produzem colostro com uma populção diversa de anticorpos do que as vacas mais jovens, já que as primeias tem mais tempo de criar resistência às doenças existentes no rebanho. C) A raça da vaca: vacas Holandesas apresentam menor concentração de anticorpos no seu colostro (6%) quando comparada as concentrações de colostro de outras vacas de leite de raças como Ayrshire, Pardo Suíço, Guernsey e Jersey (8 a 9%). Tipos de anticorpo: · Colostro de boa qualidade é rico em anticorpos que fornecem imunidade contra uma grande variedade de doenças específicas de um ambiente. A variedade de organismos que provocam doenças e vacinações a que a vaca foi exposta, determina a variedade de anticorpos encontrados no colostro. · Vacas maduras, nascidas ecriadas em uma determinada fazenda apresentam composição de colostro ideal para proteger os bezerros nascidos naquela mesma fazenda. Em contrapartida, o valor imunológico do colostro de uma vaca comprada pela fazenda pouco tempo antes do parto é limitado. Da mesma forma, um bezerro adquirido nas primeiras 6-8 semanas de vida apresentam um alto risco de não resistir a doenças infecciosas, já que o mesmo não recebeu os anticorpos específicos do seu novo meio ambiente. Relação entre mortalidade e quantidade de colostro fornecido aos bezerros Holandeses recém-nascidos durante as 12 primeiras horas de vida Quantidade fornecida (kg) Mortalidade (%) 2 a 4 15.3 5 a 8 9.9 8 a 10 8.5 Congelamento e descongelamento de colostro: colostro pode ser preservado congelado sem qualquer perda de valor imunológico (destruição de anticorpos). Esta prática representa um meio conveniente de assegurar que colostro de boa qualidade esteja sempre disponível. Colostro de vacas que foram nascidas e criadas na própria fazenda deve ser congelado em pacotes de 1.5 a 2 kg, o que representa a quantidade necessária para um único fornecimento. Congelamento e descongelamento não destroem os anticorpos. O colostro congelado pode ser descongelado, aquecido e dado ao recém-nascido, quando existir dúvida quanto à efetividade do colostro de sua mãe em garantir imunidade. Este é o caso quando o colostro: · É muito fluído e ralo; · Contém sangue; · Vem de um quarto infectado com mastite; · Vem de uma vaca recém adquirida no rebanho ou uma vaca de primeira cria; · Vem de uma vaca que foi ordenhada anteriormente ao parto ou que teve um considerável vazamento de leite. Um banho-maria deve ser utilizado para descongelar o colostro (45-50°) e também para aquecê-lo a temperatura corporal antes do fornecimento ao bezerro. O recipiente impermeável de colostro congelado deve ser colocado em um recipiente maior com água morna. A temperatura de colostro deve ser cuidadosamente monitorada para evitar a destruição de anticorpos e o risco de queimar o bezerro.
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